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Curso LINGUAGENS EXPRESSIVAS E HISTÓRIA DA ARTE Disciplina CRIATIVIDADE

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Curso

LINGUAGENS EXPRESSIVAS E HISTÓRIA DA ARTE

Disciplina

CRIATIVIDADE

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Curso LINGUAGENS EXPRESSIVAS E HISTÓRIA DA ARTE

Disciplina

CRIATIVIDADE

Dina ROCHA

www.avm.edu.br

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So

bre

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ra

Olá, me chamo DINA LÚCIA CHAVES ROCHA, foi com grande

satisfação que preparei este material sobre Criatividade para você.

Antes de iniciarmos os nossos estudos sobre este tema que é tão

rico, gostaria de relatar a minha trajetória, falar um pouco das

minhas experiências e qual a minha relação com a Arteterapia e a

Criatividade.

Em 1994, me graduei em Psicologia no Centro Universitário Celso

Lisboa. Durante a graduação, fiz formação em Orientação

Vocacional.

Em 2000, concluí uma pós-graduação em Psicomotricidade, nesta

instituição.

Em 2001 iniciei o mestrado em Ciências Pedagógicas, no ISEP –

Instituto Superior de Estudos Pedagógicos. Paralelamente ao

mestrado, fui convidada para atuar como professora no antigo

AVM, atualmente IAVM – Instituto a Vez do Mestre.

Terminei o mestrado em dezembro de 2003, desenvolvendo uma

pesquisa na área de Educação e Psicomotricidade. Minha tese teve

como tema “A Importância das Atividades Psicomotoras Escolares

na Educação Infantil”.

Em 2004, iniciei uma formação em Arteterapia, na Clínica Pomar,

com Ângela Philippini. Comecei a pesquisar sobre a criatividade e

suas implicações na vida do ser humano.

Atualmente, continuo atuando como psicóloga clínica (consultório

particular) e como professora em alguns cursos de pós-graduação

do IAVM – Presencial, como: Arteterapia, Psicomotricidade,

Psicopedagogia, Educação Inclusiva, Docência do Ensino Superior,

Docência do Ensino Fundamental e Médio, Administração Escolar,

Supervisão e Orientação Educacional, entre outros.

Espero que este material didático possa contribuir com a sua

formação e na sua prática como Arteterapeuta e/ou Educadora.

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Su

mário

07 Apresentação

09 Aula 1

O que é criatividade?

41 Aula 2

A pessoa criativa

67 Aula 3

Processo do pensamento criativo

83 Aula 4

O ambiente criativo

99 Aula 5

Educação emocional e a personalidade criativa

117 Aula 6

Atividades práticas I

137 Aula 7

Atividades práticas II

157 AV1

Estudo dirigido da disciplina

160 AV2

Trabalho acadêmico de aprofundamento

162 Referências bibliográficas

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Criatividade

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É com enorme prazer que abordaremos neste caderno um

conceito que vem se destacando em todas as áreas: na educação,

na empresa, na vida...

A Criatividade está inerente em todos os seres humanos e o seu

exercício traz realização pessoal, bem-estar, saúde mental,

flexibilidade, liberdade de pensamento e imaginação, possibilidade

de ver a vida e as coisas de uma forma diferente. A Criatividade,

por si só, já é curativa.

Entre os principais fatores que contribuem para o processo

criativo, está a relação do indivíduo com sua motivação afetiva

direcionada para a experiência. Entender este processo e a

importância da motivação interna e externa irá facilitar a sua

atuação na construção da escola criativa.

Neste caderno, poderemos entender qual a importância da

criatividade, como trabalhá-la, como se dá o processo criativo, a

importância da criatividade no ambiente escolar, entre outros.

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Este caderno de estudos tem como objetivos:

Apresentar o termo CRIATIVIDADE, sua origem, seu significado

e algumas definições;

Discutir sobre a pessoa criativa e as características da

personalidade criativa;

Analisar o processo criativo e suas diferentes fases;

Demonstrar a importância e a influência que o ambiente

criativo tem sobre o indivíduo, os estímulos e a motivação;

Relatar alguns direcionamentos ligados à educação;

Favorecer a você a oportunidade de exercitar a sua criatividade

ao vivenciar as técnicas criativas sugeridas, nas duas últimas

aulas. Depois de vivenciar, aplique em seus alunos e/ou

clientes.

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O que é criatividade?

Dina Lúcia Chaves Rocha

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ão

Nesta aula iniciaremos um contato com este tema que é tão

importante e foco de nossos estudos: a Criatividade.

Muitas são as pesquisas em todas as áreas que têm interesse em

desvendar sua origem, de que forma se estruturou e como é

abordada e definida.

Cada pesquisador e teórico explica a relação do homem com o seu

potencial criativo de acordo com as suas abordagens teóricas.

Cada abordagem teórica tenta dar uma explicação para o homem

ser criativo. Todas têm em comum uma verdade que permeia o

entendimento sobre este tema que é tão polêmico.

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vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Informar a sobre a origem e o significado da palavra

criatividade;

Identificar o período em que o homem iniciou as suas

manifestações criativas e analisar de que forma têm se

desenvolvido os estudos que envolvem este tema;

Conhecer os conceitos e definições de criatividade e seus

devidos autores;

Conhecer as diferentes abordagens e teorias sobre a

criatividade e ser capaz de associá-las as suas definições.

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Aula 1 | O que é criatividade? 10

Origem da Palavra Criatividade

A palavra “CRIATIVIDADE” tem sua origem

etimológica na palavra “CRIAR”, derivada do Latim

“CRIARE”.

Considerações Históricas Sobre a

Criatividade – Linha do Tempo

Podemos observar a manifestação da

criatividade do homem, tendo sua origem, na época da

pré-história, período anterior ao aparecimento da

escrita. Os desenhos nas paredes das cavernas era a

forma encontrada, pelo homem pré-histórico, para

comunicar, expressar, representar a sua realidade.

O homem, a partir das suas necessidades, se viu

motivado a criar, inventar, dar respostas e soluções

criativas. Tinha o objetivo de facilitar as suas atividades

diárias de caça de animais, pesca, coleta de frutos e

raízes que garantiam a sua sobrevivência.

Os arqueólogos nos ajudam a ter provas desta

época, onde o homem iniciou suas invenções. As

escavações descobrem machados, lanças, esculturas,

vasos e potes de barro, já nas cavernas descobriram as

pinturas e muitas outras formas de “Arte Rupestre”.

A criação de artefatos, a descoberta do fogo, a

invenção da roda, do barco demonstraram a capacidade

CRIATIVIDADE

Tem sua origem na palavra

“CRIAR”

Derivada do Latim

“CRIARE”

Importante

Sousa (in Sousa, 2005) afirma que as palavras criar e criatividade, também, são ligadas etimologicamente ao termo grego “GREER” que significa fazer, produzir, criar.

::CRIAR:

É fazer e ser.

Quer saber mais?

Arte Rupestre Pintura encontrada nas cavernas. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/arte_rupestre

Origem da palavra criatividade 10 Considerações históricas sobre a criatividade – Linha do tempo 10 Linha do tempo 12 Conceitos e definições de criatividade 17 Abordagens e teorias sobre criatividade 20

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Aula 1 | O que é criatividade? 11

inventiva do ser humano na pré-história. Hoje em dia,

o homem continua criando, mas as suas necessidades e

motivações são outras.

Agora, vamos dar um salto na História...

Avançando no tempo... Iremos para uma época onde já

existe a escrita... Livros... A comunicação se

estabeleceu de várias formas. O homem é capaz de

questionar e pesquisar sobre a criatividade, a

criação, seu processo, seu produto.

É apontado pela literatura que os

questionamentos sobre a criatividade tiveram início na

Grécia Antiga.

Com o objetivo de fornecer a você, leitor, um

panorama histórico sobre a época em que se iniciaram

os questionamentos, época em que se desenvolveram

os estudos sobre a criatividade, construímos uma

linha do tempo.

Os autores, muitas vezes, fornecem poucos

dados históricos; sendo assim, reunimos ‘vários’

autores para ir construindo a Linha do Tempo da

Criatividade1 e poder perceber a sua evolução, as

interferências sofridas, as implicações de outras teorias,

e, principalmente, identificar os pesquisadores e suas

contribuições. Vale lembrar que algumas datas são

marcadas pela publicação de algumas pesquisas ou

estudos.

Para construir esta linha do tempo, contamos

com as pesquisas de alguns autores como Sternberg e

Lubart (1999 e 2003), Lubart (2003), Albert e Runco

(1999), Kneller (1978), Chiesa (2004), Sens (2006),

Wechsler (1993 e 2002), entre outros.

1 A Linha do Tempo da Criatividade apresentada, posteriormente, foi criada pela autora deste caderno, as

datas e acontecimentos históricos foram obtidos em pesquisas bibliográficas.

Para navegar

Uma ótima dica é o site: www.historiadaarte.com.br Leia mais sobre a história da arte e seus desdobramentos.

Dica da professora

Mais detalhes destas publicações na Bibliografia.

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Aula 1 | O que é criatividade? 12

Linha do Tempo

Grécia Antiga – A literatura aponta esta

época como marco na origem dos estudos

sobre criatividade. Neste período, a

criatividade era associada ao misticismo,

inspiração divina, dádiva de Deus.

Império Romano – Durante o

fortalecimento da igreja católica na

sociedade, os questionamentos filosóficos e

os estudos para a compreensão da criatividade

foram abafados, deixados de lado.

Século XVII – (Período Renascentista) A

criatividade volta a ser discutida e torna-se,

mais uma vez, objeto de estudos e

discussões.

Século XVIII – Kant, em sua “Crítica do

Juízo”, associou criatividade à genialidade.

Este período foi marcado pelos debates

filosóficos sobre os “Gênios Criativos”, nesta época,

quando o assunto se fortaleceu.

Século XIX – Marca o ínício dos estudos

empíricos sobre a criatividade.

Os pensadores reforçam os estudos sobre os

gênios criativos e questionam: Quem é criativo? O que

é criatividade? Quais as características das pessoas

criativas?

Francis Galton – Foi um dos teóricos que,

nesta época, desenvolveu estudos sobre os “Gênios

Criativos”.

Século XX – Os estudos sobre a criatividade

são aprofundados por diversos autores e

diferentes correntes teóricas.

GRÉCIA ANTIGA

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Aula 1 | O que é criatividade? 13

Estudos de Alfred Binet mostravam que, nesta

época, a criatividade encontrava-se associada ao

conceito de inteligência.

Freud definia criatividade como resultado de

uma tensão entre realidade consciente e pulsões

inconscientes.

1923 – Osório César fez uso da arte com

intuito terapêutico.

1926 – Wallas deu início aos estudos sobre

processo criativo e suas fases (preparação,

incubação, iluminação e verificação).

1946 – Nise da Silveira, também, fez uso

da arte com intuito terapêutico e marcou sua

época com os trabalhos que desenvolveu.

1950 – Guilford relaciona criatividade com

as capacidades intelectuais, posteriormente

com pensamento divergente.

1953 – Osborn desenvolveu a técnica

“BRAINSTORM” (tempestade de idéias), para

estimular a criatividade.

1960 a 1965 – Neste período Osborn,

Parnes, Gordon e outros trabalhavam com

estudos direcionados a estimular a

criatividade. Aprofundavam seus

conhecimentos das técnicas “Brainstorming e

Creative Problem Solving”.

1961 – Gordon desenvolveu “Técnica

Sinética” para estimular a criatividade.

1962- Mednick disse em sua publicação,

“The associative basics ofthe creative

process”, que criar é fazer conexões. Mais

detalhes sobre esta publicação na bibliografia.

1963 – Nesta época, Gelzels e Jackson

estudaram a distinção entre criatividade e

inteligência.

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Aula 1 | O que é criatividade? 14

1965 - Wallach & Kogan desenvolveram,

também, um estudo sobre criatividade e

inteligência.

Torrance apresentou seus estudos sobre os

processos do pensamento criativo.

1966 – Torrance criou o “Teste de

Criatividade Verbal e Figurativo”.

1968 – A. Maslow fez uma escala das

características encontradas em pessoas

criativas, da personalidade criativa.

1970 – Edward De Bono desenvolveu

estudos sobre o pensamento lateral.

1971 – Eberle criou a técnica “SCAMCEA”,

que favorece o desenvolvimento da

criatividade.

1974 – Adams estuda os bloqueios e as

falsas crenças que dificultam a expressão da

criatividade.

1976 – A. Maslow em sua publicação fala

sobre a importância da Arte-educação e

criatividade.

1977 – Parnes, Noller & Bione

desenvolveram a técnica criativa de

“Resolução de Problemas”.

1978 – D. Mackinnon, assim como Maslow,

em 1968, fez uma escala das características

encontradas em pessoas criativas. Pesquisou,

também, sobre as especificidades dos

hemisférios cerebrais no pensamento criativo.

Depois outros autores contribuíram com o

desenvolvimento desse assunto em suas

publicações.

1980 a 1990 – São desenvolvidas pesquisas

sobre traços de personalidade, estilos

cognitivos, motivação.

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Aula 1 | O que é criatividade? 15

Amabile estuda o papel da motivação intrínseca

na criatividade.

1980 - Torrance & Ball criaram um sistema

de avaliação da criatividade com figuras.

1981 – Wechsler verificou a importância da

analogia para a criatividade verbal.

1982 – N. Rogers desenvolveu um trabalho

chamado “Conexão Criativa” (relação com

o universo).

1983 – Von Oech, também, desenvolveu

estudos sobre bloqueios e as falsas crenças

que dificultam a expressão da criatividade.

1984 – Torrance, Taggart & Taggart

criaram um instrumento para medir os estilos

de pensar a fim de verificar a predominância

do hemisfério direito, esquerdo ou integrado.

1985 - Shallcross dá exemplos de barreiras

perceptuais.

1986 – Adams publica trabalho sobre seus

estudos iniciados em 1974.

Wechsler & Guerreiro, a partir das pesquisas

de Bruch (1981), identificaram as características da

mulher criativa brasileira.

1987 – Kirton criou instrumento de

avaliação dos estilos adaptador e inovador -

“Teste de Kirton sobre Avaliação e Inovação”

= (Kirton Adaptation – Innovation Inventory).

Estudou a relação existente entre estilo

inovador e hemisfério direito.

Ostrower, em sua obra, declara que a

criatividade envolve toda a sensibilidade do ser

humano, sendo assim, o processo criativo se articula

com a sensibilidade.

Você sabia?

A Conexão Criativa foi desenvolvida por Natalie Rogers, a partir do trabalho de

seu pai, o humanista Carl Rogers. Ela é baseada no processo de permitir que uma forma de expressão artística influencie diretamente outra. Por exemplo, quando escutamos uma música e dançamos, esse envolvimento influencia, em seguida, a cor e o traço do desenho que fizermos. (Rogers, 1982)

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Aula 1 | O que é criatividade? 16

Dunn & Dunn desenvolveram estudos sobre

estilos preferenciais de aprender. Desenvolveram,

também, uma lista sobre ideias errôneas entre

educadores.

1989 – Miller detalhou a relação entre estilo

inovador e criatividade.

1993 - Jones pesquisa sobre barreiras

culturais e bloqueios emocionais.

Alencar faz distinção entre os termos inovação

e criatividade.

1990 a 1998 – Nesse período, foi estudada a

relação da criatividade com traços de

personalidade. Estilos cognitivos. Motivação e

criatividade.

Amabile pesquisou sobre a motivação

intrínseca. Influência do meio cultural na criatividade,

no cognitivo, nas representações mentais.

1995 – Ciornai concebeu saúde ligada à

criatividade.

1996 – Csikszentmihalyi estudou como a

criatividade ocorre nos indivíduos e que tipo

de influência recebem para criar. Concluiu

com suas pesquisas que criatividade está na

interação entre os pensamentos e o contexto

sociocultural.

1998 – Alencar fala da necessidade de se

estudar criatividade nas organizações.

1999 – Sternberg lança o livro “Handbook

of Creativity” onde reúne artigos sobre a

história, os métodos de pesquisa, a origem, o

indivíduo e o meio ambiente, a cultura e a

criatividade.

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Aula 1 | O que é criatividade? 17

2001 – Becker relatou que o conceito de

criatividade pode adotar diferentes

conotações, dependendo da perspectiva em

que é estudado.

2003 – Lubart publicou estudos sobre a

compreensão das influências culturais, sociais

e tecnológicas na criatividade.

2004 – Colossi se propõe a identificar

aspectos considerados facilitadores ou

restritivos à criatividade.

2005 – Egan publicou trabalho sobre os

fatores que influenciam a criatividade

individual no ambiente de trabalho.

Conceitos e definições de criatividade

O que é criatividade?

Como os teóricos conceituam e definem a

criatividade, o ato de criar, o pensamento criativo?

O que eles pensam sobre a criatividade?

Aqui teremos a oportunidade de ler algumas

definições e conceitos sobre a criatividade.

Abordaremos o entendimento de alguns autores sobre

este tema, tão rico e importante.

Iniciaremos com definições encontradas em

alguns dicionários:

Os registros encontrados mostraram como a

criatividade era vista.

Muitos foram os pesquisadores que se interessaram

pelo assunto e desenvolveram trabalhos

maravilhosos.

Limitamos-nos aos registros encontrados pela

pesquisadora.

Dê continuidade a esta pesquisa, colha mais dados

sobre os estudos, as pesquisas, as publicações feitas

sobre criatividade, principalmente as mais recentes.

::CRIAR:

É expressão simbólica dos seus sentimentos, das suas sensações, enfim, de tudo o que constitui o seu universo interior.

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Aula 1 | O que é criatividade? 18

Em Sens (2006), encontramos definições de

criatividade de outras culturas, veja como a criatividade

é definida no grego, no alemão, entre outras culturas.

Rhodes Mel (1961, p. 307) nos mostrou que as

definições de criatividade pertencem a quatro

categorias ou perspectivas: do criador, dos processos

mentais, das influências ambientais e culturais e do

produto.

Do ponto de vista da pessoa que cria (do

criador) - isto é, em termos de fisiologia e

temperamento, inclusive atitudes pessoais,

hábitos e valores. As definições têm como

foco o criador.

Qualidade ou característica de quem ou do que é

criativo. Inventividade, inteligência e talento, natos

ou adquirido, para criar, inventar, inovar, quer no

campo artístico, quer no científico, esportivo, etc.

(Dicionário Houaiss)

Qualidade de criativo, capacidade criadora.

(Dicionário Aurélio)

Modo de dar vida, dar existência, tirar do nada,

conceber, inventar, produzir, fazer algo que ainda

não existe (Dicionário Petit Robert).

Tirar do nada, fazer, mudar, transformar, ajudar a

crescer, educar, gerar, inventar, produzir, cultivar,

instituir, fundar (Dicionário Escolar Silveira Bueno).

Qualidade ou estado de ser criativo, capacidade de criar (Dicionário Michaelis).

Em HEBREU, também,

aparecem dois sentidos.

Um ‘positivo’, relacionado a

inventar, imaginar, e outro

‘negativo’, relacionado a mentir.

No GREGO ANTIGO,

criatividade significa

fazer, criar, produzir, compor.

Em ALEMÃO, a criatividade

consiste em invenção,

inspiração.

CRIATIVIDADE

Em ÁRABE, a criatividade

está relacionada à

originalidade, à inovação,

mas também à heresia.

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Aula 1 | O que é criatividade? 19

Fliegler (1961) dá uma definição que está de

acordo com esta categoria:

Todos os indivíduos são criadores por

diversas maneiras e em diversos

graus. A natureza da criatividade

permanece a mesma quer se produza

um novo jogo ou uma sinfonia (...). A

criatividade situa-se na região que em

cada indivíduo depende da área de

expressão e capacidade dele.

(p. 14)

Por meio dos processos mentais –

motivação, percepção, aprendizado,

pensamento e comunicação – o ato de criar

modifica. As definições têm como foco o

processo do pensamento criativo.

O pensamento criador é, pois, a

ativação de conexões mentais, e

continua até que surja a combinação

certa ou até que o pensador desista.

Daí decorre que quanto mais

associações adquiriu uma pessoa, mais

ideias terá ela a sua disposição, e mais

criativa será.

(Kneller, 1978, p. 39)

Por influências ambientais e culturais –

As definições focalizam as influências que a

criatividade (pessoas criativas ou produtos

criativos) tem sob o meio e sua cultura.

A criação requer técnica, que pode ser

bruta ou refinada conforme a natureza

do meio.

(Kneller, 1978, p. 66)

Em função de seus produtos – Neste caso,

a criatividade é entendida em função de seus

produtos, os resultados obtidos seriam

teorias, invenções, pinturas, esculturas,

poemas, prosas, rimas, versos, músicas. As

definições têm como foco o resultado de

todos os processos criativos, o produto.

::CRIAR:

É expressar, registrar sua marca pessoal, seu estilo, seu modo de ver e estar no mundo.

Importante

Acreditamos que a influência aconteça de duas formas: -Influências que as

pessoas criativas podem exercer sob o meio, até mesmo através de seu produto; -Influências que o meio pode exercer sob a pessoa criativa e seu produto criativo.

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Aula 1 | O que é criatividade? 20

Criamos quando descobrimos e

exprimimos uma ideia, um artefato ou

uma forma de comportamento que

seja nova para nós.

(Kneller, 1978, pp. 15 e 16)

As citações, as definições podem pertencer a

uma das categorias citadas por Rhodes Mel e ainda

estar de acordo com uma das abordagens teóricas

apresentadas a seguir.

Abordagens e teorias sobre criatividade

ABORDAGENS FILOSÓFICAS

Numa visão antiga do velho mundo, é defendida

a ideia de que a criatividade é um presente de Deus,

dom divino, uma inspiração divina, uma prenda divina,

tudo o que não podia ser explicado e esclarecido pelos

seres humanos, atribuía-se aos Deuses.

O processo criativo é um caminho

espiritual. E essa aventura fala de nós,

de nosso ser mais profundo, do criador

que existe em cada um de nós, da

originalidade, que não significa o que

todos nós sabemos, mas que é plena e

originalmente nós.

(Nachmanovitch, 1993, p. 24)

Uma outra tendência encontrada, ainda na

abordagem filosófica, associa a criatividade a alguma

forma de loucura, já que o indivíduo ao criar demonstra

ruptura com maneiras tradicionais de agir (com o

convencional), destoa das regras e do comportamento

preestabelecido e esperado pelo grupo social em que

vive. Esses artistas eram muitas vezes trancafiados e

isolados da sociedade por serem considerados seres

esquisitos e anormais. As pessoas muito criativas

eram tratadas como anormais, como se pudessem de

alguma forma contaminar as outras pessoas, como se

pudessem fazer mal aos outros. Na verdade, a

Para pensar

“O criador é divinamente inspirado.” (Hallman, 1964, pp. 15 – 17)

Quer saber mais?

ESQUISITO - De acordo com Michaelis (2000) - Extravagante, incomodado, estranho (p. 251). ESQUISITO - De acordo com Bueno (2004)- Raro, incomum, extravagante, excêntrico (p. 243).

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Aula 1 | O que é criatividade? 21

sociedade não sabia como lidar com as pessoas ditas

“diferentes”, “criativas”.

Numa visão filosófica moderna, o artista passa a

ser visto como um gênio (passa a ser admirado) e a

criatividade como forma saudável e altamente

desenvolvida de intuição. O criador, apesar de não ser

mais visto como anormal ou doente, ainda é visto como

um tipo de pessoa diferente e rara.

Visão de alguns filósofos em relação à

criatividade:

SÓCRATES – Afirmava que a criatividade era

uma inspiração divina;

PLATÃO – Via a criatividade como forma de

loucura;

ARISTÓTELES – Contrariava a concepção da

Grécia Antiga. Dizia que a criatividade vinha

do próprio homem, das suas associações

mentais;

DESCARTES – Definia a criatividade como

forma de intuição, vinda da alma;

KANT – Explicava a criatividade como um

processo natural que obedecia a leis

imprevisíveis.

ABORDAGENS BIOLÓGICAS

A criatividade é vista como força criadora

inerente à vida, já que a mesma está em constante

renovação e criação. A vida está continuamente

gerando novidades, na busca de um equilíbrio e

harmonia se autorregula e se auto-organiza.

Quer saber mais?

ANORMAL - Segundo Michaelis (2000) - Que faz exceção à regra comum, anômalo, irregular, diz-se da pessoa cujo desenvolvimento físico, ou intelectual, ou social é defeituoso, pessoa que não é normal (p. 41). ANORMAL - Segundo Bueno (2004) - Sem norma, contrário às regras, anômalo, irregular, anormalidade (p. 41).

KANT

DESCARTES

SÓCRATES

PLATÃO

ARISTÓTELES

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Aula 1 | O que é criatividade? 22

A vida é criativa porque se organiza e

regula a si mesma e porque está

continuamente originando novidades.

(Sinnott in Kneller, 1978, p. 36)

Numa segunda visão, a criatividade sendo

percebida como algo fora do controle pessoal, tendo a

hereditariedade como explicação para a transmissão

interna dos códigos genéticos capazes de determinar a

criatividade em um determinado ser humano, não

deixando a possibilidade de ser educável ou estimulada

pelo ambiente.

Algumas pessoas tentam justificar a sua

provável falta de capacidade criadora com frases do

tipo:

- Eu não nasci para criar;

- É uma pena, mas não puxei aos meus pais que

são criativos.

Ou na tentativa de achar uma explicação para a

sua criatividade, dizem:

- Puxei à minha mãe, pois filha de peixe,

peixinho é.

Hoje em dia fica fácil questionar tais afirmativas,

pois, sabemos que a criatividade e todas as habilidades

podem ser desenvolvidas e estimuladas pelo meio.

Todos nós possuímos um potencial criativo nato, basta

desenvolvê-lo. O meio tem um papel importantíssimo

quando nos estimula ao desenvolvimento.

A criatividade é decorrente de reorganizações,

de novas estruturações e possibilidades de algo já

existente.

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Aula 1 | O que é criatividade? 23

ABORDAGENS PSICOLÓGICAS

Dentro das abordagens psicológicas, temos as

teorias: Associativa, Comportamental, Gestaltista,

Psicanalista, Neopsicanalista, Desenvolvimentais,

Humanistas.

ASSOCIATIVA - Hilgard (1966) faz um paralelo

entre as sensações e as ideias. Corpo e mente se inter-

relacionam e a repetição é o princípio fundamental de

toda associação.

O pensamento consiste em associar ideias,

derivadas da experiência. Ao adquirir conhecimentos,

informações, podemos fazer associações entre eles.

Ante um problema, o pensador apela

para combinações de ideias, umas

após outras, até chegar a um arranjo

que resolva a situação. Essa

combinação é a nova ideia. O

pensamento criador é pois a ativação

de conexões mentais, e continua até

que surja a combinação certa ou até

que o pensador desista. Daí decorre

que quanto mais associações adquiriu

uma pessoa, mais ideias terá ela a sua

disposição, e mais criativa será.

(Kneller, 1978, p. 39)

COMPORTAMENTAL - Liderando a teoria

comportamental tivemos Skinner, que explicava o

comportamento humano como sendo uma relação

basicamente de estímulo-resposta. Se formos

estimulados a ser criativos, responderemos com

comportamentos criativos.

GESTALTISTA - O ato criativo é visto como a

procura de uma resposta para o fechamento de uma

gestalt, de uma forma incompleta ou deficiente.

O indivíduo criativo perceberia a situação

problema, como um todo, e tentaria achar a resposta

::CRIAR:

É um despertar para as emoções e concretizá-las.

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Aula 1 | O que é criatividade? 24

adequada para fechar esta gestalt e restaurar a

harmonia do todo.

Forma incompleta

Falta

Situação sem resposta ou produto criativo

Resposta

Produto criativo advindo de um impulso inato.

Forma completa

Busca da restauração e harmonia.

A resposta, produto e/ou solução para o

fechamento da gestalt (forma completa) surge como

um clique ou insight.

A literatura sobre a criatividade está

cheia de histórias sobre experiências

de rupturas, de insight. São momentos

que ocorrem quando nos libertamos de

algum impedimento ou medo e bum! Al-

Gestalt

Gestalt

Gestalt

Gestalt

Gestalt

Gestalt Quer

saber mais?

IMPULSO - Ato de impelir, impulsão, ímpeto, movimento comunicado a um corpo, força que determina esse movimento, estímulo. INATO - Que nasceu com o indivíduo, congênito, inerente. (Dicionário Michaelis, 2000, p. 326)

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Aula 1 | O que é criatividade? 25

guma coisa imprevisível salta de

dentro do ser e sentimos a clareza, o

poder e a liberdade.

(Nachmanovitch, 1993, p. 22)

Wertheimer (1959) diz que é necessário um

pensamento produtivo para se ter um pensamento

criativo. E neste caso a experiência é crucial no

preenchimento da gestalt.

O pensamento produtivo se origina de

combinações de experiências passadas, as combinações

levariam ao pensamento criativo, enquanto que, o

pensamento reprodutivo seria a lembrança por si só.

PSICANALISTAS - Referiam-se ao processo

criativo como uma força emergente do inconsciente

para a consciência.

Veem a criatividade como um meio de reduzir

tensão, de aliviar certos impulsos.

Esta força inconsciente, não sendo vivenciada de

forma positiva, pode reverter em neuroses.

Para Freud (in Kneller, 1978), o processo

criativo se utilizaria e se alimentaria da energia

deslocada através da sublimação dos instintos sexuais

primitivos. A criatividade teria sua fonte no

inconsciente.

Para Jung (in Woodman, 1981), o processo

criativo se daria pela ativação do inconsciente coletivo

ou pessoal. Os processos criativos não dependeriam

somente do inconsciente, mas também da energia física

que possibilitava o resgate dos pensamentos

inconscientes para a consciência.

NEOPSICANALISTAS - A criatividade não teria

como fonte o inconsciente e sim o pré-consciente, pois

SIGMUND FREUD

CARL JUNG

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Aula 1 | O que é criatividade? 26

é neste que existe maior facilidade e flexibilidade para

trabalhar com ideias.

DESENVOLVIMENTAIS - A criatividade não

diminuiria com a idade, mas, sim, seria integrada com

a inteligência.

Numa outra visão, a criatividade dependeria de

amar e ser amado, ou seja, a criatividade surgiria da

inspiração de ser amado.

HUMANISTAS - A criatividade é vista como um

caminho para a autorrealização, de levar o indivíduo ao

desafio e à descoberta. Caminho que favorece a

comunicação com o mundo e permanecer aberto a

este.

Na visão de Carl Rogers (1977), é necessária a

existência de certas condições internas para que o

potencial criativo desabroche.

Segundo Rogers, a pessoa criativa possui como

características: tolerância às ambiguidades; ausência

de rigidez nos comportamentos e pensamentos;

confiança em seus sentimentos e percepções; procura

da autorrealização, desfrutando o momento presente e

adaptando-se ao meio; busca de organização

continuada da personalidade.

A criação do novo não é conquista do

intelecto, mas do instinto de prazer

agindo por uma necessidade interior. A

mente criativa brinca com os objetos

que ama.

(Jung in Nachmanovitch, 1993, p. 49)

A criatividade é comparada com saúde mental,

ou como meio para tal, a autorrealização seria

conseguida através de um indivíduo criativo.

CARL ROGERS

Para pensar

“Todos temos o

direito de criar, o direito à realização e à satisfação pessoal.” (Nachmanovitch, 1993, p. 22)

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Aula 1 | O que é criatividade? 27

CRIATIVIDADE

INDIVÍDUO CRIATIVO

AUTORREALIZAÇÃO

SAÚDE MENTAL

ABORDAGENS PSICOEDUCACIONAIS

TEORIA COGNITIVISTA - O cognitivista

Guilford (1967) propôs o estudo da mente humana, de

forma tridimensional. Ele compõe o mecanismo do

pensamento da seguinte forma: Operações, Conteúdo e

Produto.

Operações - Que são desenvolvidas ao se

pensar;

Conteúdo - O que se pensa;

Produto - É o resultado do processo.

Segundo Guilford (op. cit), ao pensar, podemos

desenvolver várias operações mentais (cognição,

memória, produção convergente, produção divergente,

avaliação) em cima de um conteúdo (figural,

simbólico, semântico, comportamental), que nos dá

como resposta um produto (unidade, classes, relação,

sistemas, transformações, inspirações). Ao fazer

diferentes combinações entre os itens classificados da

operação, com os do conteúdo e os dos produtos,

obteremos 120 combinações diferentes.

:: CRIAR:

É interagir com o mundo.

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Aula 1 | O que é criatividade? 28

Para Guilford (1967), a criatividade estaria nas

combinações que tivessem em sua fórmula a operação

mental do tipo produção divergentes (que é a

formulação de alternativas variadas a partir da

informação dada, da procura de diferentes soluções

para o problema).

Ex.:

A criatividade está na operação do tipo

produção divergente, podendo ter qualquer

conteúdo ou produto nas suas combinações.

TEORIA EDUCACIONAL - Paul Torrance (1965),

um dos maiores estudiosos da educação na área de

criatividade, definiu a criatividade como processo de:

Tornar-se sensível a falhas, deficiências na

informação ou desarmonias (ter

conhecimentos básicos sobre o problema);

Identificar as dificuldades ou elementos

faltantes (identificar várias facetas e priorizar

a essência deste problema);

Formular hipóteses sobre as deficiências

encontradas (pensamento divergente -

abre inúmeras possibilidades, ideias soltas e

flexíveis, sem julgamentos ou críticas);

Testar e retestar essas hipóteses e comunicar

os resultados (pensamento convergente -

analítico, crítico, procura a melhor solução ou

resposta para a questão a resolver).

Produção Divergente

Importante

A criatividade não é exclusividade nem privilégio de alguns, ela pode e deve ser estimulada e

desenvolvida em todos! Você não acha esta uma dica importante para o educador?

::CRIAR:

É descoberta. Ampliação da consciência de mim mesma, do outro, do mundo.

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Aula 1 | O que é criatividade? 29

Nas colocações anteriores de Torrance (1965),

encontramos a combinação do pensamento

convergente e pensamento divergente.

Para ele, a comunicação de resultados é

importantíssima e crucial no processo criativo, pois

através dela o indivíduo criativo poderá avaliar o

impacto de sua criação nas pessoas.

Torrance (op cit) fez um estudo sobre a

criatividade na escola e concluiu que ela é punida em

sala de aula, pois os professores preferem crianças

obedientes e passivas em vez de crianças curiosas e

questionadoras. A escola premia e reforça o raciocínio

lógico e convergente.

Torrance propõe a aprendizagem através da

criatividade, trabalhando com o interesse do indivíduo e

sua motivação interna, que tem efeito duradouro.

ABORDAGENS PSICOFISIOLÓGICAS

A psicofisiologia tem contribuído para os estudos

e as pesquisas sobre os hemisférios cerebrais e a

criatividade. Um dos objetivos é localizar a origem do

pensamento criativo nos hemisférios cerebrais, para tal,

se fez necessário estudar as especificidades de cada

lado do cérebro.

Tucker & Williamson (1984), McCallum & Glynn

(1979), Wechsler (2002), Katz (1978), Torrance

(1982), Torrance & Mourad (1979) são alguns dos

estudiosos e pesquisadores que contribuíram com seus

estudos sobre a especificidade dos hemisférios

cerebrais no pensamento criativo.

Veja algumas conclusões das pesquisas feitas

sobre o funcionamento do hemisfério cerebral

esquerdo:

Dica da professora

Na bibliografia, você encontra detalhes sobre as obras destes pesquisadores.

Para navegar

Pesquise mais sobre o Pensamento Lateral em: www.giselakassoy.com.br

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Aula 1 | O que é criatividade? 30

O hemisfério esquerdo processa

melhor as informações de maneira

sequencial, lógica, linear, detalhista,

organizada e analítica. A aprendizagem

que se realiza nesse hemisfério refere-

se às expressões verbais, leitura,

escrita, matemática, computação ou

aritmética.

(Mc Callum & Glynn in Wechler, 2002,

p. 43)

Também é específico do funcionamento do

hemisfério esquerdo:

(...) recordação de fatos ou situações

passadas com o uso de material

verbal, como frases e siglas verbais,

onde a facilidade para recordar nomes,

datas e outros tipos de material verbal

são auxiliares desse processo.

Verificação, descrição verbal dos

acontecimentos, delineamento de

linhas conclusivas de pensamento,

estabelecimento de sequências e

outras estratégias do mesmo tipo

completam as estratégias de elaborar

e processar a informação desse

hemisfério.

(Wechsler, 2002, p. 43)

Quanto ao funcionamento do hemisfério direito,

Wechsler (2002), faz as seguintes observações:

O funcionamento do hemisfério direito,

por outro lado, ficou sendo

caracterizado pelo processamento da

informação de maneira global,

emocional, não linear, ou sem lógica.

O hemisfério direito é então

responsável pelos seguintes

comportamentos: apreensão das ideias

globais e principais dos problemas,

lidar intuitivamente com fatos e

situações de modo simultâneo,

apreender através da experiência e do

contato direto com o material, elaborar

pensamentos através de imagens ou

sonhar acordado, responder

positivamente a apelos emocionais,

usar analogias e metáforas, sumarizar

o material estudado, lembrar

facilmente de rostos, interpretar

linguagem corporal, usar de humor, im

Dica da professora

Já conhecemos as especificidades do hemisfério cerebral esquerdo, agora vamos conhecer as especificidades do hemisfério cerebral direito. Você vai se surpreender quando perceber a dimensão

da atuação dos dois hemisférios e a importância deles para o pensamento criativo.

CÉREBRO HUMANO

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Aula 1 | O que é criatividade? 31

provisar, desenhar as próprias ideias,

sintetizar imagens e outros

processamentos da mesma natureza.

(pp. 43, 44)

Os resultados de várias pesquisas confirmaram

que há o envolvimento dos dois hemisférios cerebrais

no pensamento criativo, no trabalho com a criatividade.

O hemisfério direito é o lado da emoção,

intuição, fluência e flexibilidade, humor, improviso, não

tem lógica, elabora pensamentos através de imagens,

se arrisca para colocar em prática suas idéias.

O hemisfério esquerdo deve suceder a essa

etapa analisando, modificando, avaliando as soluções

encontradas e organizando-as para a produção final.

O hemisfério cerebral esquerdo e o

hemisfério cerebral direito se completam, se inter-

relacionam. O funcionamento dos dois hemisférios deve

acontecer de forma equilibrada, pois a predominância

de um dos dois poderá prejudicar a produção criativa.

A criatividade sempre envolve uma

certa dose de disciplina, autocontrole e

sacrifício. Planejamento e

espontaneidade se tornam uma coisa

só. Razão e intuição passam a ser

duas faces da mesma verdade.

(Nachmanovitch, 1993, p. 169)

Na maioria de nossas escolas, é valorizado o

raciocínio lógico, racional, a transmissão de conteúdos

ordenados e massificantes, que faz parte do raciocínio

do hemisfério esquerdo.

Deveríamos proporcionar aos nossos alunos a

possibilidade de compreender a realidade de modo

intuitivo, através de fantasias e brincadeiras sensoriais

que facilitam o acesso ao raciocínio do hemisfério

direito.

Importante

Promova para os

seus alunos ou clientes atividades que exercitem os dois hemisférios cerebrais, já que o ato criativo depende da relação estabelecida entre eles.

Dica da professora

È impressionante como eles se completam e se inter-relacionam favorecendo o pensamento criativo e a criação de um produto criativo.

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Aula 1 | O que é criatividade? 32

ABORDAGENS SOCIOLÓGICAS

O sociólogo tem estudado o ambiente facilitador

ao desenvolvimento da produção criativa.

A abordagem sociológica associa o produto

criativo ao meio social ao qual o indivíduo pertence. A

sociedade estabelece o que é criativo e sua utilidade.

Muitos foram os testes criados com o objetivo de

investigar a origem do pensamento criativo, a

predominância cerebral, qual o estilo de pensamento

da pessoa criativa. A seguir, apresentamos um

pequeno exemplo de um instrumento de avaliação:

Torrance, Taggart & Taggart (1984) criaram um

instrumento para medir estilos de pensar e a

predominância cerebral, intitulado “Human

Information Processing Survey”, veja alguns itens

deste instrumento de avaliação:

1a) Gosta de ler romances (estilo hemisfério direito);

1b) Gosta de ler reportagens (estilo hemisfério

esquerdo);

1c) Não tem preferência entre romance e

reportagens (estilo hemisfério integrado);

2a) É bom para lembrar de nomes (estilo hemisfério

esquerdo);

2b) É bom para lembrar de rostos (estilo hemisfério

esquerdo);

2c) É igualmente bom para lembrar de rostos e

nomes (estilo hemisfério integrado);

3a) Gosta de organizar coisas sequencialmente

(estilo hemisfério esquerdo);

3b) Gosta de mostrar relações entre coisas (estilo

hemisfério direito);

3c) Não tem preferências entre organizar de

maneira sequencial ou relacional (estilo hemisfério

integrado);

4a) Prefere aprender através de demonstrações

(estilo hemisfério direito);

4b) Prefere aprender através de instrução verbal

(estilo hemisfério esquerdo);

4c) Não tem preferência definida por nenhuma das

modalidades acima (estilo hemisfério integrado).

Com esses exemplos, podemos facilmente perceber

a atuação dos hemisférios cerebrais de acordo com

as classificações dadas anteriormente.

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Aula 1 | O que é criatividade? 33

Um produto criado e/ou ideia pode ser útil e

criativo para uma determinada sociedade e para outra

não. A sociedade tenta definir as formas de se canalizar

e definir a criatividade, de acordo com suas

necessidades, costumes, valores.

Faz-se necessário lembrar que os grupos sociais

sofrem modificações e influências, ao longo do tempo,

em seus valores, necessidade, ideais, costumes. A

época é um dos fatores que poderá determinar um

produto criativo ou não.

Temos produtos que foram criados em outras

épocas, quando criados não foram julgados pela

sociedade como criativo, útil, inovador. Mas hoje em

dia podem estar sendo vistos como obras de arte.

Amabile (1983) diz que o ambiente social pode

ter diversos efeitos como: estimulador, recompensador,

repressor ou punidor. Esta autora também define como

fatores determinantes na criatividade a motivação

intrínseca e a motivação extrínseca.

MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA - Sua energia,

estímulo e vontade de criar derivam de fatores

internos. Há o desejo da autorrealização através do ato

criativo. É movida pelo desejo, pela paixão e pelo

prazer em realizar algo.

Lowen (1984) define o processo criativo da

seguinte forma: “(...) do princípio ao fim todo o

processo criativo é motivado pela busca do prazer”

(p.26).

MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA - Sua vontade de

criar deriva do desejo de obter sucesso ou de ser

reconhecida pelo meio em que vive (grupo familiar,

amigos, colegas de trabalho). Sua energia criadora é

Importante

“Em uma sociedade que não se importe com a arte, o artista automaticamente passa a se esforçar menos. A pior coisa que pode acontecer para qualquer linguagem é que ela fique isolada e a pessoa não tenha com quem interagir. É imperativo que possamos dialogar com alguém para que a linguagem e a expressão se desenvolvam.” (Olafur Eliasson in Holm, 2007, p. 13)

:: CRIAR:

É projetar a verdade interior.

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Aula 1 | O que é criatividade? 34

estimulada por influência externa. Há o desejo de ser

notado, admirado por sua criatividade ou produto

criativo.

ABORDAGENS PSICODÉLICAS

Procura-se enfatizar a expansão da consciência,

com o objetivo de abrir novas fontes de inspiração e

criação.

Os processos de relaxamento e meditação são

tidos como formas eficazes para um afrouxamento das

barreiras perceptivas.

A surpresa criativa quase sempre

ocorre quando as pressões se

dissolvem num momento de

relaxamento ou rendição.

(Nachmanovitch, 1993, p. 140)

Questiona-se o uso de drogas, para a expansão

da consciência, já que causa dependência física e

psicológica, causando um descontrole do sujeito sobre

seu processo criativo.

ABORDAGEM INSTRUMENTAL

Criatividade como propósito, analisada segundo

os seus objetivos e finalidades. Nessa teoria, a

criatividade é entendida através de seu produto.

Sternberg & Lubart (1991), fazendo analogias

com o mercado financeiro, criam a "teoria da

criatividade como investimento"; dessa forma, de

acordo com a teoria do investimento, o indivíduo

criativo é aquele que compra baixo e vende alto.

Várias são as abordagens teóricas que tentam

dentro do seu entendimento explicar o que é

criatividade e como ela se dá. As contribuições são

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Aula 1 | O que é criatividade? 35

muitas e todas têm a sua verdade, já que a criatividade

é um conceito dinâmico e mutável, varia em função do

campo de conhecimento, da formação acadêmica do

teórico/pesquisador, do momento, da época, do

ambiente, da sociedade, da cultura e, principalmente,

do indivíduo.

THE LITTLE BOY - (Helen E. Bucklay)

Era uma vez um menino que ia à escola. Ele era

bastante pequeno, e ela era uma grande escola. Mas

quando o menino descobriu que podia ir à sua sala

sozinho, caminhando através da porta da rua, ele

ficou feliz. E a escola não mais parecia tão grande

quanto antes. Uma manhã, quando o garotinho

estava na escola, a professora disse: “Hoje nós

iremos fazer um desenho”. Que bom! pensou o

menino. Ele gostava de fazer desenhos. Ele podia

fazê-lo de todos os tipos: leões, tigres, galinhas e

vacas, trens e barcos. E ele pegou uma caixinha de

lápis e começou a desenhar. Mas a professora disse:

“Ainda não é hora de começar”. E ela esperou até

que todos estivessem prontos. “Agora, disse a

professora, nós iremos desenhar flores”. Que bom!

pensou o menino. Ele gostava de desenhar flores. E

ele começou a desenhar bonitas flores com seus

lápis rosa, laranja e azul. Mas a professora disse:

“esperem, vou mostrar como fazer”. E A FLOR ERA

VERMELHA, COM O CAULE VERDE. Assim, disse a

professora: “Agora vocês podem começar”. O

menino olhou a flor da professora, então olhou para

a sua flor. Ele gostava mais de sua flor, mas não

podia dizer isso. Ele virou o papel e desenhou uma

flor IGUAL à da professora. ERA VERMELHA COM O

CAULE VERDE. Num outro dia, quando o menino

estava em aula ao ar livre, a professora disse: “Hoje

iremos fazer alguma coisa com o barro”. Que bom!

pensou o menininho. Ele gostava de barro. Ele podia

fazer todos os tipos de coisas com o barro:

elefantes, e camundongos, carros e caminhões. E

ele começou a amassar o barro. Mas a professora

disse: “Esperem não é hora de começar”. E ela

esperou até todos estarem prontos. “Agora, disse a

professora, nós iremos fazer um prato”. Que bom!

pensou o menino. Ele gostava de fazer pratos. E

começou a fazer pratos de todas as formas e

tamanhos. Mas a professora disse: “Esperem, vou

mostrar como fazer”. E ela começou a mostrar a

todos como fazer um prato fundo. “Assim”, disse a

professora. O menino olhou o prato da professora.

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Aula 1 | O que é criatividade? 36

EXERCÍCIO 1

Correlacione as abordagens teóricas com as afirmativas

sobre a criatividade:

1- Abordagens Filosóficas

2- Abordagens Psicológicas: Gestaltista

3- Abordagem Sociológica

Então olhou para o próprio prato. Ele gostava mais

do seu próprio prato do que do da professora. Mas

ele não podia dizer isso. Ele amassou o seu barro

numa grande bola novamente. Ele fez um prato

igual ao da professora. Era um prato fundo. E mais

cedo o menino aprenderia a olhar, e a fazer coisas

exatamente como as da professora. E muito mais

cedo ele não fazia coisas por si próprio.

Então aconteceu que o menino e sua família

mudaram-se para outra casa em outra cidade. E o

menino tinha que ir a outra escola. Esta escola era

ainda maior do que a outra. Não havia porta da rua

para sua sala. Ele tinha que subir grandes degraus,

até sua sala.

E, no primeiro dia, ele estava lá. A professora disse:

_ “Hoje nós vamos fazer um desenho.”

_ Que bom! pensou o menininho. E ele esperou que

a professora dissesse o que fazer.

Mas a professora não disse nada. Ela apenas andava

pela sala. Quando veio até o menininho, disse:

_ “Hoje nós vamos fazer um desenho.”

_ Que bom! pensou o menininho. E ele esperou que

a professora dissesse o que fazer.

Mas a professora não disse nada. Ela apenas andava

pela sala. Quando veio até o menininho e disse:

_ “Você não quer desenhar?”

_ “Sim, disse o menininho, o que nós vamos fazer?”

_ “Eu não sei até que você o faça”, disse a

professora.

_ “Como eu posso fazê-lo?”, perguntou o menino.

_ “Da maneira que você gostar”, disse a professora.

_ “E de que cor?”, perguntou o menininho.

_ “Se todo mundo fizer o mesmo desenho, e usar a

mesma cor, como eu posso saber quem fez o quê, e

qual o desenho de cada um?”

_ “Eu não sei”, disse o menininho.

E ELE COMEÇOU A FAZER UMA FLOR VERMELHA, COM O CAULE VERDE.

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Aula 1 | O que é criatividade? 37

4- Abordagens Psicoeducacionais: Cognitivista

5- Abordagens Psicológicas: Psicanalistas

6- Abordagens Psicológicas: Humanistas

7- Abordagens Biológicas

8- Abordagens Psicológicas: Comportamental

9- Abordagem Instrumental

10- Abordagens Psicodélicas

(aaa) A criatividade está nas combinações que tem em

sua fórmula operação mental do tipo produção

divergente;

(aaa) Se formos estimulados a ser criativos,

responderemos de forma criativa;

(aaa) Processo criativo = meio de reduzir tensões,

aliviar certos impulsos;

(aaa) A sociedade estabelece o que é criativo e sua

utilidade;

(aaa) A vida é criativa, se autorregula, se auto-

organiza;

(aaa) Ato criativo = procura de uma resposta para

fechar uma gestalt;

(aaa) Criatividade é um dom divino;

(aaa) Criatividade é o caminho para a autorrealização;

(aaa) Expansão da consciência abre fontes de

inspiração e criação;

(aaa) A criatividade é entendida em função de seu

produto.

EXERCÍCIO 2

Preencha as lacunas abaixo usando (A) para as

funções do hemisfério esquerdo e (B) para as

funções do hemisfério direito:

(aaa) Recordações de fatos ou situações passadas;

(aaa) Uso de analogias e metáforas;

(aaa) Analisa, avalia, modifica, organiza;

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Aula 1 | O que é criatividade? 38

(aaa) Processa melhor as informações de maneira

sequencial, lógica, linear, detalhista, organizada e

analítica;

(aaa) Apreende através da experiência e do contato

direto com o material;

(aaa) Processamento da informação de maneira global,

emocional, não linear, sem lógica;

(aaa) Emoção, intuição, fluência, flexibilidade, humor.

EXERCÍCIO 3

A criatividade é vista e sentida de várias formas. Como

você definiria a criatividade? Por quê?

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

EXERCÍCIO 4

Em sua opinião, quais as abordagens teóricas que

explicam e justificam, de forma mais adequada, a

criatividade do homem? Justifique a sua escolha.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

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Aula 1 | O que é criatividade? 39

RESUMO

Vimos até agora:

A palavra “CRIATIVIDADE” tem sua origem

etimológica na palavra “CRIAR”, derivada do

Latim;

A manifestação da criatividade do homem

tem sua origem, na época da pré-história,

período anterior ao aparecimento da escrita;

Os questionamentos sobre a criatividade

iniciaram-se no período da Grécia Antiga;

Muitos são os teóricos e várias são as formas

de conceituar e definir a criatividade;

As definições de criatividade pertencem a

quatro categorias: do ponto de vista da

pessoa que cria, por meio dos processos

mentais, por influências ambientais e

culturais, em função de seus produtos;

Existem diferentes abordagens e teorias que

explicam a criatividade, são elas: Abordagens

filosóficas, biológicas, psicológicas,

psicoeducacionais, psicofisiológicas,

sociológicas, psicodélicas, instrumental;

No processo criativo, temos a atuação dos

hemisférios cerebrais esquerdo e direito. Eles

têm atuações diferentes e se inter-

relacionam;

Existem dois tipos de motivação que são

determinantes na criatividade: motivação

intrínseca e motivação extrínseca.

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A Pessoa Criativa

Dina Lúcia Chaves Rocha

AU

LA

2

Ap

res

en

taç

ão

Nesta aula, perceberemos a interferência que a criatividade tem

sobre o indivíduo. Conhecer as características que constituem uma

personalidade criativa facilitará a identificação de um indivíduo

criativo e qual atitude devemos incentivar e estimular para que a

pessoa possa acessar a sua criatividade. Vale ressaltar que todos

nós somos criativos, uns mais, outros menos. Mas, a criatividade

é uma habilidade que pode ser estimulada e desenvolvida em sua

plenitude.

Ao estimular e trabalhar com a criatividade poderá perceber seus

benefícios para a formação do autoconceito, da autoestima e

saúde mental.

A pessoa criativa deve desenvolver a sua capacidade de expressão

e comunicação através da arte ou técnicas criativas, favorecendo,

assim, a sua autorrealização.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Identificar e descrever as características da personalidade

criativa;

Entender de que forma algumas técnicas podem acessar e

aumentar a criatividade do indivíduo. Saber como aplicá-las;

Reconhecer de que forma o trabalho criativo vai favorecer a

construção de uma adequada autoestima e saúde mental;

Desvendar a relação existente entre arte, lúdico e criatividade.

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Aula 2 | A pessoa criativa 42

Introdução

Podemos encontrar pessoas criativas em todas

as partes, já que todos nós somos criativos. A

criatividade é um potencial existente em todos os

indivíduos. Cada pessoa tem uma forma de criar, de

vivenciar o processo criativo, de acordo com as suas

necessidades, motivações, interesses.

Todos os seres humanos são criativos, uns mais

outros menos. A criatividade, enquanto habilidade pode

ser desenvolvida, estimulada, trabalhada.

A pessoa criativa é aquela que constantemente

se renova, se recria. Ao superar obstáculos e barreiras,

rapidamente reformula, ressignifica, abandonando

antigos conceitos e buscando novas possibilidades

O indivíduo que busca a criatividade em si “deve

estar pronto para abandonar o convencional e escolher

novos caminhos.” (Thomas Holl –

http://www.overmundo.com.br/overblog/trabalhando-

com-a-criatividade)

Pessoas criativas têm níveis de

consciência e atenção maior que as

demais. Isto dá a elas uma

sensibilidade elevada, além de estarem

sempre dispostas a enxergar novas

possibilidades e buscar relações entre

as coisas.

(Filho, 2005)

Muitos são os autores que listam características

das pessoas criativas, veja se você se identifica com

alguma destas: curiosidade, intuição, humor,

originalidade, imaginação, flexibilidade, percepção,

inteligência, questionador, comportamento

investigativo, busca respostas detalhadas, persistência

diante de obstáculos, determinação para explorar

soluções alternativas, facilidade em gerar ideias,

Para pensar

A pessoa que usa a sua criatividade tem mais sucesso na vida, é mais feliz, tem uma vida mais engraçada e feliz. (Neto, 2004)

Quer saber mais?

Algumas destas características foram retiradas do artigo “Entendendo a Criatividade: o comportamento de pessoas criativas.” [http://www.espacoacademico.com.br/053/53silvafilho.htm] Mais detalhes na bibliografia.

Introdução 42 Características da personalidade criativa 43 Como acessar e aumentar a criatividade? 51 Estilos cognitivos – Estilo inovador e estilo adaptador 54 Os sete pilares da criatividade 55 Criatividade e autoestima 56 Criatividade e saúde mental 59 Criatividade, arte e ludicidade 61

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Aula 2 | A pessoa criativa 43

buscam soluções inovadoras, são ousados na busca de

soluções, facilidade em abstrair e conceituar novas

ideias, são independentes em suas atitudes,

desenvoltura e desembaraço na execução de

atividades, tolerância a situações de ambiguidade e

desordem, mobilidade de raciocínio.

Características da personalidade criativa

FLUÊNCIA E FLEXIBILIDADE DE IDEIAS

Entende-se por fluência a capacidade de gerar

grande número de ideias ou soluções, sem preocupação

com os resultados, sem colocar barreiras. As ideias

fluem.

Osborn (1953) desenvolveu uma metodologia

que favorece a fluência do pensamento. Este método é

chamado BRAISTORM = “Tempestade de Ideias”. O

objetivo desta técnica é fazer com que se exprimam as

ideias à medida que elas ocorram. Este método deixa

fluir a ideia sem autocensura.

Osborn (op cit.) acredita que quanto mais ideias

concebermos, maiores serão as possibilidades de

termos soluções inovadoras para as nossas questões,

pois para ele quantidade conduz à qualidade.

Já a flexibilidade possibilita a mudança de

perspectiva, ou seja, mudança na classe ou nas

categorias. Capacidade de mudar ou interpretar algo de

forma diferente. Os conceitos rígidos restringem a

liberdade de criar.

Podemos distinguir a fluência da flexibilidade

dando o seguinte exemplo:

Questão: De que forma podemos trabalhar as

técnicas criativas em sala de aula?

Importante

Pode-se classificá-la segundo o lugar de origem e a forma como se manifesta. Um exemplo de classificação por lugar de origem é a seguinte: Criatividade

individual: é a forma criativa expressa por um indivíduo

Criatividade coletiva ou de

grupo: é a forma criativa expressa por uma organização, equipe ou grupo. Ela surge geralmente da interação de um grupo com o seu exterior ou de interações dentro do próprio grupo.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Criatividade#Processo_criativo

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Aula 2 | A pessoa criativa 44

Resposta com fluência: Podemos oferecer

materiais para pintura com guache, pintura com

aquarela, tinta acrílica, hidrocor, pintura a dedo

(grande número de ideias, porém, dadas no mesmo

sentido – pintura).

Resposta com fluência e flexibilidade:

Trabalhar a espontaneidade através do desenho com

carvão, giz de cera, pastel, pintura de madeiras,

pintura com diversas tintas, modelagem com argila,

massinha de modelar, música, dança, teatro de

bonecos, fantoches, dedoches, escrita criativa, poemas,

poesias, rimas, versos, recorte e colagem, tecelagem

(grande número de ideias, como, também, observamos

mudanças nas técnicas, classes, categorias).

A diversidade e a flexibilidade surgem

do intercâmbio entre um máximo de

variáveis que servem ao nosso

propósito.

(Nachmanovitch, 1993, p. 110)

Diversas estratégias foram elaboradas para

desenvolver a fluência e a flexibilidade no pensamento

criativo.

SCAMCEA = Estratégia criada por Eberle (1971)

com o objetivo de favorecer o olhar do indivíduo sob

diferentes aspectos, exercitando a fluência e a

flexibilidade de ideias no pensamento criativo.

S= substituir – Que outro material?

Outro local? Outro processo?

C= combinar – Juntar ideias? Juntar

propósitos? Juntar aparências?

A= adaptar – O que mais em lugar

disso? O que e aumentar isso lembra?

O que mais adicionar? Tornar maior?

Mais frequente? Multiplicar? Exagerar?

M= modificar – Outra cor? Outro som?

Outra forma? Outro sabor?

C= colocar – Para que outras pessoas

podem usar isso? Outros usos Em que

lugares posso fazer uso disto?

Para navegar

Neste site você pode pesquisar sobre Brainstorming na educação [http://pt.wikipedia.org/wiki/Brainstorming#Brainstorming_na_educa.C3.A7.C3.A3o]

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Aula 2 | A pessoa criativa 45

E= eliminar – Diminuir? Subtrair?

Condensar? Dividir?

A= Mudar de padrões? Outra

aparência? Outra sequência? Outra

fórmula?

(Wechsler, 2002, p. 75)

Brainstorm e Scamcea são as duas técnicas mais

conhecidas entre as pessoas que trabalham e

pesquisam sobre a criatividade.

IDÉIAS ORIGINAIS E INOVADORAS

A pessoa criativa tem como característica

formular idéias originais e incomuns, inusitadas,

diferentes e raras para uma determinada situação.

A originalidade pode ser entendida

como: novidade, quebra de padrões

habituais de pensar, capacidade para

produzir ideias raras ou incomuns, uso

de situações ou conceitos de modo não

– costumeiro, habilidade para

estabelecer conexões distantes e

indiretas ou resposta infreqüente

dentro de um determinado grupo de

pessoas.

(Torrance in Wechsler, 2002, p. 76)

SENSIBILIDADE INTERNA E EXTERNA

A sensibilidade interna nos permite entrar em

contato com nossos sentimentos e desconforto interno.

Já a sensibilidade externa nos possibilita a descoberta

de falhas na informação dada ou adquirida.

Ser sensível aos movimentos externos e internos

é primordial para o início do processo criativo, onde

percebemos a necessidade de uma resposta, uma

solução, uma criação.

Torrance (1979) enfatiza a importância da

emoção. Fala, também, da importância de estarmos

apaixonados por um projeto.

Importante

Todo ser humano possui criatividade em diferentes habilidades. Acredita-se que a habilidade criativa das pessoas esteja de certa forma ligada a seus talentos.

Para navegar

No site: www.pensediferente.com.br, você poderá pesquisar

mais sobre criatividade.

Para pensar

“(...) o elemento que de fato cozinha o refogado criativo é a paixão.” (Goleman, Kaufman

e Ray, 1992, p. 26)

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Aula 2 | A pessoa criativa 46

A paixão “é como o fogo sob a panela”, explica

Amabile. “Ele realmente aquece tudo, mistura os

sabores e faz o tempero penetrar nos ingredientes

básicos a fim de produzir algo que tenha um sabor

maravilhoso.” (Amabile in: Goleman, Kaufman e Ray,

1992, p. 27)

Ainda em Torrance (op. cit) encontramos

comentários sobre a importância das técnicas de

relaxamento para entrar em contato consigo mesmo e

sua influência sobre a produção criativa. O relaxamento

favorece o fluxo criativo.

FANTASIA E IMAGINAÇÃO

Um dos principais “combustíveis para a

criatividade” é, sem dúvida, a imaginação. Muitos são

os autores que reforçam esta ideia e enfatizam, em

seus trabalhos de pesquisa, a importância de trabalhar

a imaginação da criança a fim de favorecer a sua

criatividade.

A fantasia, desde a mais tenra

infância, pode ser observada como

uma oportunidade para a resolução de

problemas. Situações como a

necessidade de ter amigos, ocasiões

de medo ou a identificação com os

papéis masculino e feminino são

basicamente trabalhadas através de

jogos imaginários, histórias e

dramatizações.

(Klinger in Wechsler, 2002, p. 82)

Podemos trabalhar a imaginação e a fantasia das

crianças, desde cedo, através dos contos de fadas, das

histórias, dos desenhos infantis, das cantigas, das

cirandas, das lendas folclóricas, na criação de

personagens, nas representações, na criação de

máscaras, fantoches, dedoches.

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Aula 2 | A pessoa criativa 47

ABERTURA ÀS NOVAS EXPERIÊNCIAS,

INDEPENDÊNCIA DE JULGAMENTOS E

INCONFORMISMO

Ao permanecermos flexíveis e abertos a novas

possibilidades, a novas experiências, vivenciamos

facilmente momentos de criatividade.

As características do inconformismo e da

independência de julgamento fazem com que o

indivíduo acredite nas suas ideias, independente do que

o outro pensa ou acredita. O indivíduo criativo não se

conforma com as ‘verdades inquestionáveis’ e

‘absolutas’, tem dificuldade em obedecer aos ‘padrões

habituais de pensar’. Sendo assim, segundo Rogers

(1977), o indivíduo criativo busca um “lugar interno de

avaliação”.

O conformismo acarreta falta de

confiança em si próprio e enfraquece o

poder criativo da pessoa ao lhe retirar

a fé nos pensamentos e poder de

imaginação. O conformismo inibe a

habilidade de sentir e pensar sobre a

realidade e a falta de contato com o

real arruína totalmente o pensamento

criativo.

(Crutchfield, 1963, p. 120)

USO DE ANALOGIAS OU COMBINAÇÕES

INCOMUNS

O pensamento criativo é possível a partir da

combinação, da aproximação, da junção, da conexão,

da correlação, da combinação, da justaposição.

Muitas inovações são resultado da

justaposição de elementos ou ideias

que comumente não aparecem juntos,

ou da descoberta de um padrão oculto

de conexões entre as coisas. Analogias

e comparações ajudam a inserir as

coisas num contexto novo ou a

contemplá-las de um ponto de vista in-

Importante

A inflexibilidade e a rigidez dificultam o processo criativo do ser humano.

Importante

ANALOGIAS= Semelhança de propriedades, funções, etc., sem igualdade completa. (p. 36) METÁFORAS= Uso de uma palavra em sentido diferente do próprio e que se fundamenta numa relação de semelhança subentendida entre o sentido próprio e o figurado: Esta cantora é um rouxinol (a analogia está na beleza do canto). (p. 402) (Dicionário Michaelis, 2004)

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Aula 2 | A pessoa criativa 48

teiramente original.

(Goleman, Kaufman e Ray, 1992, p.

30)

A mente humana é capaz de brincar com as

ideias, com os conceitos, com as formas, com as cores

e obter sobreposições improváveis invertendo as coisas

na mente e imaginando possibilidades diversas.

Gordon (1961) sistematiza, através da “Técnica

Sinética”, a importância de buscar conexões para o

processo do pensamento criativo.

Técnica Sinética = A partir de diferentes tipos

de analogias, fazemos o que é familiar parecer estranho

e o que é estranho, parecer familiar.

As pessoas criativas apresentam uma

‘mobilidade’ de raciocínio incrível. Elas

conseguem, facilmente, perceber e

encontrar novas abordagens e

perspectivas onde ideias e soluções

podem ser empregadas. Também, elas

têm a tendência de trabalhar com

ideias contrárias e não relacionadas

durante o processo criativo. Além

disso, elas fazem uso de analogias e

metáforas quando em busca de uma

solução ou quando tentam contestar

alguma suposição.

(Filho, 2005)

IDEIAS ENRIQUECIDAS E ELABORADAS

As idéias que surgem do “insight”, muitas vezes,

são confusas e incompletas. A elaboração e o

enriquecimento transformam a ideia em produto.

O enriquecimento seria o embelezamento

necessário para tornar a ideia ou produto atraente.

Valorizar o produto (resultado) do pensamento criativo.

A elaboração viria completar esse processo vendendo

o produto ou procurando a sua aceitação.

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Aula 2 | A pessoa criativa 49

Segundo Wechsler (2002), a elaboração:

É uma característica criativa

importante a ser desenvolvida, pois,

muitas vezes, o indivíduo tem um

grande número de ideias diferentes,

mas as expressa de maneira rude ou

sem trabalhar as suas formas finais,

podendo perder a possibilidade de

conseguir a sua aceitação.

(p. 91)

PREFERÊNCIA POR SITUAÇÕES DE RISCO,

MOTIVAÇÃO E CURIOSIDADE

A pessoa criativa se sente motivada pelos

desafios, muitas das vezes, corre riscos para investigar,

pesquisar sobre algo e até para colocar as suas ideias

em prática.

A curiosidade motiva os questionamentos, as

buscas, a criação de possibilidades e respostas para as

questões.

A motivação e a curiosidade são

componentes essenciais da coragem

de se arriscar. Nesse sentido, o

indivíduo está tão curioso e motivado

para saber que não se importa com os

riscos que possa correr na procura da

verificação de suas idéias.

(Torrance apud wechsler, 2002, p. 96)

Confiar em si e ter fé nas suas ideias faz com

que não tenha medo de se arriscar. O medo de

decepcionar, de errar, de fracassar faz com que

algumas pessoas desistam e abandonem seus projetos.

A coragem é primordial para a autorrealização criativa.

HUMOR, IMPULSIVIDADE E ESPONTANEIDADE

Brincar com as ideias fazendo combinações,

comparações e associações incomuns e engraçadas faz

parte da espontaneidade e da impulsividade,

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Aula 2 | A pessoa criativa 50

características necessárias ao momento de criação.

Impulsividade e espontaneidade levam ao

inesperado, ao elemento surpresa, que é essencial para

as situações de humor.

CONFIANÇA EM SI MESMO E SENTIDO DE

DESTINO CRIATIVO

O indivíduo que tem um autoconceito positivo

se sente seguro, acredita mais em si, nos seus valores

e nas suas ideias. Não tem medo de se arriscar. Sabe

aonde quer chegar, o que pretende realizar, criar.

Acreditar nas suas ideias e ter a devida noção do que

fazer e como é resultado do sentido de destino criativo.

Uma pessoa segura sabe aonde quer e precisa

chegar.

Maslow (1968) & Mackinnon (1978), também,

fizeram uma escala das características encontradas

em pessoas criativas:

habilidade para expressar emoções;

habilidade para realizar suas fantasias, inspirações;

habilidade de corer riscos/coragem;

não conformistas/ individualistas;

dificuldade a submeterem-se a regras rígidas, a

horários;

receptivas a pensamentos que a sociedade

considera anormais ou excêntricos;

automotivados;

persistentes/qualidade indestrutível;

habilidade para abordar um problema por uma

variedade de pontos de vista;

gostam de fazer as coisas de maneiras diferentes;

curiosos;

aventureiros;

envolvidos apaixonadamente em seu projeto;

senso de destino criativo – acreditam que têm de

fazer alguma coisa;

inovadores; um sentido de missão;

impulsivos;

habilidade de acessar regiões mais profundas do

inconsciente; habilidade de sentir imensamente;

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Aula 2 | A pessoa criativa 51

Como acessar e aumentar a criatividade?

Daniel Brown (s/d, pp. 14 a 18), em seu livro

“Série Fundamentos da Arteterapia”, aponta sete

caminhos para acessar e aumentar a criatividade.

1º Zele por Você

O autor diz que para ser criativo é preciso

sentir-se relaxado e livre. A meditação é muito útil para

isto, assim como fazer pausas para descansar da

agitação incessante do dia a dia. Sempre que possível,

reserve um tempinho para você, sem exigências nem

interrupções, assim vai poder escolher se quer ouvir

música ou curtir o silêncio, a forma como iluminar o

ambiente (luz elétrica ou de velas).

tentam usar o tempo produtivamente – valorizam

cada momento;

geralmente otimistas e abertos a novas ideias;

criar novos modelos;

ingênuos;

capacidade para gerar um grande número de

ideias a partir de um dado problema ou situação;

habilidade para ir além da essência de algo, vendo

além de todas as abstrações intelectuais;

habilidade de ultrapassar fronteiras do pensamento

tradicional para alargar e quebrar fronteiras;

perceptivas às necessidades do futuro, habilidade

para pensar globalmente;

abertos a novas experiências;

idealistas em vez de práticos;

amplitude de interesses;

não aceitam comportamento sexual estereotipado;

usam o humor como meio de expressar ideias;

habilidade de pensar simbolicamente e expressar o

self interior;

habilidade de expandir estimulação sensorial:

visual, tátil, olfativa, sinestésica, gustativa e

auditiva;

habilidade de apreciar a solidão;

habilidade de pensar metaforicamente. (D. Mackinnon & A. Maslow apud Bello, 2003, p. 222)

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Aula 2 | A pessoa criativa 52

2º Quebre Padrões Preestabelecidos

Faça algo diferente: diga “oi” a um estranho;

volte para casa por um caminho diferente; assista ao

filme que normalmente não assistiria. Se você não tem

o hábito de ouvir música, vá a um concerto; se você

costuma ouvir músicas clássicas, vá a um show de

rock. Visite uma galeria de arte, compre um livro sobre

arquitetura, experimente uma comida diferente.

Expanda os limites do que você faz. Quebrar a rotina

pode ser ótimo.

3º Aproveite os Relacionamentos Criativos

Freud descreveu a criatividade como sendo uma

energia sexual sublimada e canalizada para a

criatividade. Algumas pessoas acreditam que são mais

criativas quando não estão se relacionando

sexualmente, como se toda a energia sexual estivesse

alimentando a criatividade.

Gayle Delaney, autora do livro “Sexual Dreams:

Why We Have Them And What They Mean (Sonhos

sexuais, por que os temos e o que significam), diz:

Não se trata de uma questão de

desperdício de energia sexual, mas sim

de um problema interpessoal, que

drena tanto tempo quanto energia em

geral. Dependendo de sua natureza e

qualidade, um relacionamento pode

ser um exemplo de esforço criativo ou

uma fonte de energia criativa.

4º Use Seus Sonhos

Observe seus pensamentos e sentimentos em

relação aos seus sonhos. Pense a respeito:

Dos personagens – são gatunos misteriosos,

cavalos, seu exrelacionamento, ou seu

chefe?;

Dica da professora

No final desta aula tem um texto de Clarisse Lispector, que enfatiza a mudança de hábitos pré-estabelecidos, leia e reflita.

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Aula 2 | A pessoa criativa 53

Do cenário;

Dos objetos presentes no sonho – identifique-

os e faça associações livres com qualquer

coisa que lhe venha à mente quando você

pensa em cada um deles;

Das ações no sonho – quem fez o quê?

Quando?

5º Desperte Seus Sentidos

Não importa onde você esteja ou o que esteja

fazendo, sempre está acontecendo alguma coisa ao seu

redor e dentro de você. Use seus sentidos para

responder ao seu ambiente: procure padrões nas

formas e cores ao seu redor, e nos ritmos dos sons que

você escuta.

6º Experimente Todas as Formas de Arte

É importante explorar todas as formas de arte e

experimentar as diferentes maneiras de ver as coisas.

Se você praticar diferentes formas de arte, ficará

mais apto em cada uma delas.

Permita que a criatividade permeie todas as

áreas de sua vida.

Como Robert Henri (in Brown, s/d, pp. 17 e 18)

disse em seu livro The Art Spirit (O Espírito da Arte):

“Quando o espírito artístico está vivo dentro de alguém,

qualquer que seja seu tipo de trabalho, ele se torna

mais criativo, curador, realizador e expressivo.”

7º Cuidado com as Críticas

Muitas pessoas começam a pintar ainda

crianças. Elas jogam cores e formas em um pedaço de

papel, fazem bagunça e ninguém liga. Podem até ser

:: Objeto Criativo:

É espelho da auto-expressão.

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Aula 2 | A pessoa criativa 54

elogiadas. É muito divertido! Então elas crescem e a

liberdade desaparece. As críticas chegam e mostram

como devem ficar envergonhadas consigo mesmas e

com o seu trabalho.

Ganhe coragem! Não deixe seu crítico interior

dominá-lo.

Estilos cognitivos – Estilo inovador e

estilo adaptador

Após conhecer os estilos cognitivos apontados

pelo pesquisador Kirton (1987) em seu livro: “Adaptors

and Innovator Cognitive Style and Personality”,

poderemos conhecer melhor a dinâmica individual de

nossos alunos. Guzzo (1987) concluiu em suas

pesquisas que a maioria dos professores desconhecem

os estilos de aprender de seus alunos.

A conceituação de estilos de aprender

vem modificar a noção de dificuldades

de aprendizagem. Ao invés de vermos

a patologia, procuramos entender mais

a saúde, ou seja, quais são os estilos

ou maneiras preferenciais de aprender

dos estudantes e como entendê-los

nas salas de aula.

(Wechsler, 2002, p. 160)

Kirton (1987), ao pesquisar sobre estilos

cognitivos e criatividade, concluiu que existem dois

estilos, o adaptador e o inovador. Através do

instrumento avaliativo que criou, chegou a algumas

características destes dois estilos, são elas:

Para refletir

Já conseguiu identificar qual o seu estilo? E o do seu aluno? Qual o estilo do seu cliente?

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Aula 2 | A pessoa criativa 55

ESTILO ADAPTADOR ESTILO INOVADOR

O indivíduo é mais detalhista, procura

aperfeiçoar os produtos já existentes.

Gosta de precisão, eficiência,

prudência, disciplina.

Preocupa-se mais em resolver

problemas do que encontrar novos.

É lógico, seguro, dependente.

Raramente quebra as regras e

somente o faz quando tem apoio

grupal.

O indivíduo tem pensamento mais

global, ideias originais, diferentes, mas

apresenta alguma dificuldade em

elaborá-las e executá-las.

É indisciplinado, gosta de arriscar-se,

inconformista.

Gosta de descobrir problemas e novas

maneiras de solucioná-los.

É pouco prático, ilógico.

Tem pouco respeito por hábitos e

padrões. (Kirton in Wechsler, 2002, pp.154, 155)

Os sete pilares da criatividade

Kohl e Gainer (2002, p. 10) fazem as seguintes

citações sobre o que chamam de pilares da criatividade,

no livro Fazendo Arte com as Coisas da Terra:

1º Pilar: Autoconfiança - Respeite as ideias e

os esforços da criança. Deixe que ela sinta o gosto de

ter realizado algo, proporcionando-lhe tempo e espaço

para usar sua criatividade. Ela precisa de movimentos

livres para trabalhar suas ideias e soltar a imaginação.

A mente que se abre para uma nova

ideia jamais volta ao tamanho natural.

(Albert Einstein)

2º Pilar: Permitir Demonstrações de

Individualidade - Diga à criança que não está errado

ela querer dançar em um compasso diferente. É bom

que tente romper com a trivialidade, com o lugar-

comum.

3º Pilar: Explorar e Pensar - Estimule a

criança a pensar em todos os aspectos e possibilidades

do projeto, mas, antes, deixe que ela o explore e

experimente, sem receber críticas. Depois testar, à

vontade – com materiais e ideias –, o projeto que ela

tem em mente: ele e seu plano de ação irão ajustar-se.

Quer saber mais?

“PILAR – Estrutura vertical que sustenta uma construção; coluna.”(Bueno,

2004)

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Aula 2 | A pessoa criativa 56

4º Pilar: Participar - Pôr a criança em contato

com novas experiências e atividades, eventos culturais

ou jogos estimula sua imaginação e originalidade.

Providencie materiais para a criança explorar, sem que

haja um objetivo determinado.

5º Pilar: Respeitar - A criança deve ser

estimulada a respeitar suas próprias ideias e as ideias

das pessoas que a cercam, para que outras propostas

possam surgir. Ficar vigiando uma criança, provocar

competição ou restringir escolhas pode provocar-lhe

inibição.

6º Pilar: Dar Liberdade à Imaginação -

Deixe a criança dar asas à imaginação, sem receios de

críticas ou controle. As pessoas criticadas, quando

soltam a imaginação, bloqueiam a criatividade. Trate a

imaginação como algo positivo e divertido.

7º Pilar: Pensar e Inovar - Encoraje a criança

a encontrar novos caminhos. A inovar, experimentar e

explorar... e até errar! Aprender com erros, em plena

atividade, é a melhor experiência que uma criança pode

ter. A cada dia, novas descobertas irão surgir!

Criatividade e autoestima

Através da prática criativa, temos a

oportunidade de trabalhar a autoestima dos nossos

alunos. A cada produção, a criança vai se sentindo

capaz e feliz por realizar algo, vai se sentindo

valorizada, autoconfiante.

A autoestima é a aceitação que o indivíduo tem

de si mesmo. As críticas positivas e os elogios

possibilitam a construção de um autoconceito e uma

autoestima positiva. O indivíduo que tem uma

autoestima inadequada se sente inútil, insuficiente,

incapaz, culpado, inferior, inadequado, é extremamente

Importante

A criatividade deve ser vista como um processo a ser cultivado, que conduz ao autoconhecimento e à liberdade interior.

Quer saber mais?

Branden (1997) “vê a autoestima como a saúde da mente e uma necessidade humana fundamental, pois o ser humano sem auto-estima não pode realizar o seu potencial (...).” (in Golinelli & Santos, 2002, p. 46)

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Aula 2 | A pessoa criativa 57

passivo, não se aceita, não acredita e não confia em si,

não se valoriza, não se ama.

AUTOCONCEITO POSITIVO

AUTOESTIMA

ADEQUADA/POSITIVA

AUTOCONFIANÇA

(CONFIANÇA EM SI MESMO)

Autorrealização “A presença no ser humano de

uma necessidade de crescer numa direção que pode

ser sumarizada em geral como autorrealização, quer

dizer, ele tem dentro de si uma pressão para

caminhar em direção à unidade da personalidade,

em direção à expressividade espontânea, em

direção à completa identidade e individualidade, em

direção à criatividade, à bondade e muito mais. Isto

é, o ser humano é constituído de uma tal maneira

que se encaminha para ser mais e mais completo e

isso significa uma pressão para se orientar no

caminho daquilo que as pessoas chamam de bons

valores, serenidade, benevolência, coragem,

honestidade, amor, altruísmo e bondade.” (Maslow,

1968, p. 155)

Autoestima é a vivência de sermos apropriados à

vida e às exigências que ela coloca. Mais

especificamente, autoestima é...

1. A confiança em nossa capacidade de pensar e

enfrentar os desafios básicos da vida.

2. A confiança em nosso direito de ser feliz, a

sensação de que temos valor, de que somos

merecedores, de que temos o direito de expressar

nossas necessidades e desejos de desfrutar os

resultados de nossos esforços (Branden in Golinelli &

Santos, 2002, pp. 48 e 49)

“Autoconceito diz respeito à imagem subjetiva que

cada pessoa tem de si mesma e que passa a vida

tentando manter e melhorar. Ele é formado pelas

crenças e atitudes que as pessoas têm a respeito de

si próprio, sendo altamente influenciado pela sua

percepção do que os outros pensam dela. Constitui

um determinante importante da pessoa que somos;

determina ainda o que pensamos a respeito de nós

mesmos, o que fazemos e o que acreditamos que

podemos fazer e alcançar.” (Alencar apud Virgolim,

Fleith & Pereira, 2003, p. 22)

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Aula 2 | A pessoa criativa 58

Valorize cada produção de seu aluno, cada

movimento, cada pensamento, cada realização, por

mais simples que seja. Não temos como objetivo

criações de “obras de arte”, mas sim de transformar o

trabalho com a criatividade, em um canal de

autorrealização e autoexpressão.

Os conceitos de criatividade e o de

uma pessoa saudável e auto-realizada,

ou de uma pessoa totalmente

desenvolvida, parecem estar se

tornando, cada vez mais e mais,

próximos um do outro e podem

mesmo acabar por ser uma só coisa.

(Maslow in Yau, 1991, p. 54)

Johnson (1991) nos chama a atenção para

quatro elementos básicos que favorecem a auto-

estima: o pertencer (sentimento de ser amado, ser

respeitado, fazer parte - inclusão); o ser único

(sentimento de ser especial e gostar de ser diferente -

unicidade); o poder (segurança em resolver

problemas, em assumir responsabilidades – atitude);

ter modelos (pessoas que sirvam de modelos nos seus

objetivos e atitudes perante a vida – referências).

Os Seis Pilares da Autoestima

Branden (1997) em seus estudos determina a

sustentação da autoestima por seis pilares, são eles:

Primeiro Pilar - A prática de viver

conscientemente = Ter consciência das nossas

necessidades, dos nossos objetivos, assumi-los e

priorizà-los.

“(...) viver conscientemente significa querer estar

ciente de tudo o que diz respeito a nossas ações,

nossos propósitos, valores e objetivos – ao máximo

de nossa capacidade, qualquer que seja ela – e

comportar-nos de acordo com aquilo que vemos,

conhecemos.” (Branden, 1995, p. 98);

Segundo Pilar - A autoaceitação = Ter

consciência dos nossos pontos negativos, não só os

positivos. Não posso mudar e melhorar o que

desconheço;

Terceiro Pilar - A prática da autorrespon-

sabilidade = Ter a responsabilidade de resolver

nossos próprios problemas, não criar a expectativa de ser salvo por alguém;

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Aula 2 | A pessoa criativa 59

Criatividade e saúde mental

Através de alguns autores, poderemos perceber

os benefícios obtidos com a prática criativa. A

criatividade, por si só, já é curativa.

Uma das mais recentes aplicações da

arte é o seu uso terapêutico. Como foi

possível observar, através das páginas

anteriores, a arte tem uma relação

muito bem definida com a

personalidade do seu criador. Essas

influências da arte sobre o indivíduo

têm aplicações terapêuticas.

Compreende-se facilmente a utilização

da arte como saída emocional. Assim

como nos sentimos melhor depois de

havermos falado com alguém, a

respeito dos nossos problemas, as

pessoas se sentem melhor, quando

podem libertar-se de suas tensões, por

meio da expressão artística. Para

entender e interpretar as fases do

processo terapêutico, é necessário

estudar o significado psicológico e

terapêutico das artes.

(Lowenfeld, 1954, p. 222)

O trabalho criativo faz com que o indivíduo ao

criar entre em contato com sentimentos, sensações,

conteúdos internos, muitas vezes desconhecidos. O

trabalho com a criatividade favorece o fluxo de

informações, imagens, sentimentos, sensações do

inconsciente para o consciente, o mesmo acontece do

consciente para o inconsciente. Este fluxo é saudável,

Quarto Pilar - A prática da autoafirmação =

Sustenta a autoestima como é a manifestação da

mesma;

Quinto Pilar - Atitude de viver intencionalmen-

te = Corresponde à autorresponsabilidade.

Caracteriza ter controle da própria vida, tomar

atitudes quando e se necessário.

Sexto Pilar - A prática da integridade pessoal =

Traduz a integração das ideias, das convicções, das

crenças e do comportamento. A quebra da

integridade fere a autoestima, só a prática da integridade poderá curá-la.

Quer saber mais?

Transmutar – transmudar. Transmudar – Fazer passar a outro, tornar diferente, alterar, mudar. Transmutação – Ação ou efeito de transmutar. Transformar - Dar nova forma, tornar diferente do que era, metamorfosear, transfigurar. Transcender- Ser superior, exceder, ultrapassar,elevar-se. (Bueno, 2004)

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Aula 2 | A pessoa criativa 60

já que possibilita a troca de imagens, sentimentos,

sensações, informações desagradáveis, dolorosas,

negativas por positivas.

Quando criamos, colocamos um pouco de nós,

do nosso universo interior no que fazemos, na nossa

criação; dessa forma, temos a oportunidade de entrar

em contato com o nosso universo interior e conhecê-lo

um pouco mais. Só assim poderemos entender, mudar,

transformar, significar, ressignificar, transmutar,

transcender, se e quando necessário.

Caminhar criativamente é ter a

possibilidade de concretizar, de dar

forma às sensações, aos sentimentos

ou às imagens que estão inconscientes

ou reprimidas. E, ao ganhar

concretude, podem transmutar,

transformar, ou transcender.

(Chieza, 2004, p. 40)

Achterberg, em seus estudos, constatou que:

“(...) quando uma pessoa está imersa em um processo

criativo, produz o mesmo tipo de onda cerebral que se

produz nos processos de cura.” (apud Chieza, 2004, p.

44)

Ciornai (2000) diz que o novo traz vida. Em seu

livro enfatiza a importância da atividade criativa, que

pode ser muito curativa, pois aponta novos caminhos e

explora aspectos positivos de qualquer pessoa.

Nise da Silveira (psiquiatra), em seus trabalhos,

com doentes mentais, fez uso da arte com fins

terapêuticos.

Nise estudava as relações entre a arte e a loucura.

Ela acreditava que, pela arte, pessoas privadas da

consciência conseguiriam se comunicar e expressar

o que lhes ia na alma. Trabalhou no Hospício da

Praia Vermelha e no Centro Psiquiátrico Pedro II

nesses hospitais montou oficinas de criação artística

e em vez de dar eletrochoques, remédios e colocá-

los em camisas-de-força, ela pôs seus clientes para pintar, fazer teatro, modelar.

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Aula 2 | A pessoa criativa 61

Criatividade, arte e ludicidade

A arte é um meio de comunicação, não verbal,

que possibilita a expressão dos sentimentos, do

conhecimento, dos conteúdos internos.

Ao lidar com a arte, vamos despertando, pouco

a pouco, a nossa imaginação, percepção, cognição,

criatividade, e a sensibilidade de se expressar

livremente através das linhas, das cores, das formas,

da música, da dança, da poesia, da pintura, entre

outras técnicas. Dessa forma se torna altamente lúdico

o trabalho com a arte.

Ao comparar as atividades lúdicas das crianças e

as atividades artísticas, encontraremos mais igualdades

do que diferenças:

Ambas constituem atividades desinteressadas,

sem qualquer fim utilitário, que não seja o da

ação em si;

Ambas proporcionam prazer a quem as

pratica;

Ambas brotam espontaneamente, emergindo

do mais profundo do ser psíquico, como

pulsões com imperiosa necessidade de ser em

satisfeitas;

Ambas produzem envolvimento afetivo-

emocional, delícia, paixão, êxtase, estados de

exaltação;

Fundou o Museu da Imagens do Inconsciente para

abrigar as obras de seus clientes. Atualmente, este

museu conta com mais de 350 mil obras de arte.

Nise da Silveira faleceu no dia 31 de outubro de

1999, aos 94 anos. Seu trabalho se tornou

referência no mundo inteiro.

Quer saber mais sobre esta mulher brilhante e seu trabalho? Visite o site: www.ccs.saude.gov.br

Dica da professora

Quando falamos em ARTE, estamos nos referindo às produções. Sejam elas “simples técnicas” aplicadas em uma sala de aula, ateliê, consultório, ou as obras de arte encontradas em museus, exposições.

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Aula 2 | A pessoa criativa 62

Ambas requerem imaginação, invenção,

criatividade, estando estreitamente ligadas ao

novo, à inovação, ao original, ao inédito, ao

fora do vulgar;

Ambas se dirigem para algo espiritual, para

algo que é belo, que é bom, que é o bem, que

satisfaz plenamente.

A Bela Perspectiva da Mudança

(Clarice Lispector)

Mude, mas comece devagar porque a direção é mais

importante que a velocidade;

Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa,

mais tarde, mude de mesa;

Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua,

depois, mude de caminho, ande por outras ruas,

calmamente, observando com atenção, os lugares

por onde você passa;

Tome outro ônibus, mude por uns tempos o estilo

das roupas, dê os seus sapatos velhos, procure

andar descalço alguns dias;

Tire uma tarde inteira para passear livremente na

praia ou no parque e ouvir o canto dos passarinhos;

Veja o mundo de outras perspectivas, abra e feche

as gavetas e portas com a mão esquerda;

Durma no outro lado da cama... depois procure

dormir em outras camas;

Assista a outros programas de TV, compre outros

jornais... leia outros livros, viva outros romances;

Não faça do hábito, um estilo de vida, ame a

novidade, durma mais tarde, durma mais cedo;

Aprenda uma palavra nova por dia, numa outra

língua, corrija a postura;

Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes,

novos temperos, novas cores, novas delícias;

Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo método,

o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo

amor, a nova vida;

Tente, busque novos amigos, tente novos amores,

faça novas relações;

Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes,

tome outro tipo de bebida, compre pão em outra

padaria, almoce mais cedo, jante mais tarde ou

vice-versa;

Escolha outro mercado... outra marca de sabonete,

outro creme dental... tome banho em novos

horários;

Use caneta de outras cores, vá passear em outros

lugares, ame muito, cada vez mais, de modos diferentes;

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Aula 2 | Nome da aula 63

EXERCÍCIO 1

Use (V) para as frases verdadeiras e (F) para as frases

falsas:

(aba) Uma das mais recentes aplicações da arte é o seu

uso terapêutico.

(aba) Ao estimular e trabalhar com a criatividade,

poderá perceber seus benefícios para a formação do

autoconceito, da autoestima e da saúde mental.

(aba) A arte não possibilita a comunicação e a

expressão dos sentimentos, conhecimentos e conteúdos

internos.

(aba) Estilo cognitivo inovador - O indivíduo é mais

detalhista, procura aperfeiçoar os produtos já

existentes.

(aba) Elementos básicos que favorecem a autoestima:

o pertencer, o ser único, o poder, ter modelos.

Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de

carro, compre novos óculos, escreva outras poesias;

Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente

esses horrorosos despertadores;

Abra conta em outro banco, vá a outros cinemas,

outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos

museus;

Mude, lembre-se de que a vida é uma só e pense

seriamente em arrumar um outro emprego, uma

nova ocupação, um trabalho mais "light", mais

prazeroso, mais digno, mais humano;

Se você não encontrar razões para ser livre,

invente-as, seja criativo;

E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,

longa, se possível, sem destino;

Experimente coisas novas, troque novamente, mude

de novo, experimente outra vez;

Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas

piores do que as já conhecidas, mas isso não é o

que importa, o mais importante é a mudança, o

movimento, o dinamismo, a energia;

Só o que está morto não muda!

Repito por pura alegria de viver, a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!

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Aula 2 | Nome da aula 64

EXERCÍCIO 2

São características da Personalidade Criativa:

( A ) Autocrítico, rigidez;

( B ) Bloqueio dos sentimentos, das emoções;

( C ) Fluência, flexibilidade, humor, imaginação;

( D ) Não rompe com a trivialidade, com o lugar

comum;

( E ) Mau humor, não quebra padrões pré-

estabelecidos.

EXERCÍCIO 3

Crie e descreva uma atividade onde seja utilizada a

técnica do “Brainstorm”.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

EXERCÍCIO 4

Dentro das 15 características da personalidade criativa,

apontadas por WECHSLER, enumere as que você

identifica em sua personalidade. Justifique a sua

identificação com tais características.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

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Aula 2 | Nome da aula 65

RESUMO

Vimos até agora:

Todo ser humano é criativo, uns mais, outros

menos;

São características da personalidade criativa:

Fluência e flexibilidade de idéias; idéias

originais e inovadoras; sensibilidade interna e

externa; fantasia e imaginação; abertura às

novas experiências, independência de

julgamentos e inconformismo; uso de

analogias ou combinações incomuns; Ideias

enriquecidas e elaboradas; preferência por

situações de risco, motivação e curiosidade;

humor, impulsividade e espontaneidade;

confiança em si mesmo e sentido de destino

criativo;

BRAINSTORM = “Tempestade de Ideias”,

metodologia que favorece a fluência do

pensamento;

SCAMCEA = Estratégia criada com o objetivo

de favorecer o olhar do indivíduo sob

diferentes aspectos, exercitando a fluência e a

flexibilidade de ideias no pensamento criativo;

Técnica Sinética = a partir de diferentes tipos

de analogias, fazemos o que é familiar

parecer estranho e o que é estranho parecer

familiar;

Caminhos para acessar e aumentar a

criatividade: zele por você; quebre padrões

préestabelecidos; aproveite os relacionamentos

criativos; use seus sonhos; desperte seus senti-

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Aula 2 | Nome da aula 66

dos; experimente todas as formas de arte;

cuidado com as críticas;

São estilos cognitivos: o inovador e o

adaptador;

Formam os sete pilares da criatividade:

autoconfiança; permitir demonstrações de

individualidade; explorar e pensar;

participação; respeito; dar liberdade à

imaginação; pensar e inovar;

Autoconceito positivo leva a uma autoestima

adequada, a uma autoconfiança;

Formam os seis pilares da autoestima: a

prática de viver conscientemente; a auto-

aceitação; a prática da auto-

responsabilidade; a prática da auto-

afirmação; atitude de viver intencionalmente;

a prática da integridade pessoal;

O trabalho com a criatividade favorece a

saúde mental;

Ao comparar as atividades lúdicas das

crianças e as atividades artísticas,

encontramos mais igualdades do que

diferenças.

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Processo do

pensamento criativo

Dina Lúcia Chaves Rocha

AU

LA

3

Ap

res

en

taç

ão

Nesta aula, tentaremos entender de que forma se dá o

pensamento criativo, suas fases ou etapas. Autores falam da

importância do pensamento criativo ser estruturado de forma que

favoreça tal processo, que tem como objetivo um produto ou

resultado criativo.

Quando estamos criando, passamos por um processo e cada um

poderá vivenciá-lo de forma diferenciada. Cada pessoa tem um

ritmo e um tempo diferente, a forma como se relaciona com as

situações, com seus sentimentos, com suas dificuldades, com as

barreiras é que fará a diferença na busca de um resultado.

Somente entendendo o processo do pensamento criativo, suas

fases e etapas, como se dá, poderemos tentar favorecer o

processo de nossos alunos e/ou clientes.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Identificar e descrever as diferentes fases ou etapas do

processo criativo, descritas pelos autores;

Perceber a importância e a diferença dos pensamentos

convergente e divergente para o processo do pensamento

criativo;

Entender de que forma a criatividade pode ser bloqueada e

identificar características das barreiras culturais, emocionais e

perceptuais;

Identificar quais as características de um produto considerado

criativo.

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 68

Introdução

O processo do pensamento criativo tem sido

estudado por diversos autores, na tentativa de

entender as relações que estabelecemos com cada fase

ou processo. Já que condições favoráveis ao momento

de inspiração variam de acordo com cada indivíduo.

Nachmanovitch (1993) complementa este

pensamento e diz: “(...) as personalidades são

diferentes e o processo criativo de uma pessoa não é

igual ao de outra.” (p. 22)

A hora do dia, posição corporal,

temperatura e iluminação ambiental,

presença ou não de pessoas, animais

ou objetos, mobiliário ao redor,

barulho ou silêncio, necessidade ou

não de alimentação, movimentação

etc., variam de acordo com os estilos

preferenciais de pensar de cada

pessoa.

(Wechsler, Torres & Polônia in

Wechsler, 2002, p. 52)

Fases do processo criativo

Cada fase ou etapa do processo criativo é

vivenciada de forma extremamente pessoal. O processo

criativo depende do estado emocional, de seus

interesses, da sua motivação, do seu envolvimento, do

empenho e da dedicação dispensada pelo criador. Cada

indivíduo poderá apresentar tempo diferenciado ao

vivenciar as fases/etapas.

Vamos abordar as fases descritas pelos

seguintes autores, em seus estudos: Kneller, Torrance

e Osborn.

Iniciaremos com Kneller (1978), que aponta

cinco fases para sequênciar o processo criativo, são

elas:

Quer saber mais?

“O processo criativo não pode se desenvolver numa situação fechada. Quando se cria, é preciso fugir da necessidade de ser bem-sucedido o tempo todo. Temos que retornar à criação como um elemento integrado, uma convivência comum, sem esperar resultados”. (Holm, 2007, p. 18)

Importante

As condições ambientais, sociais e culturais, também, têm um papel relevante no processo criativo. As influências sofridas, pelo indivíduo, vão atuar diretamente na forma que ele vai vivenciar este processo e suas fases.

Introdução 68 Fases do processo criativo 68 Pensamentos convergentes e divergentes 72 Como a criatividade pode ser bloqueada? 74 O produto criativo 78

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 69

Apreensão

Nesta fase, há a percepção ou a sensação do

problema a ser resolvido;

Preparação

Investiga-se, de diferentes maneiras, sobre o

problema em questão.

Ler, anotar, discutir, indagar e explorar fazem

com que o indivíduo vá se informando e se

familiarizando com as ideias existentes, com o que já

foi feito ou investigado sobre a questão a ser

solucionada. Logo depois, deve-se colocar de lado o

material investigado e abrir espaço para que suas

ideias surjam e se desenvolvam;

Incubação

Trabalha-se com hipóteses a nível inconsciente,

após investigar, ler e obter informações sobre a

questão a ser resolvida. Neste momento, as informações

obtidas, na fase anterior, podem ser cruzadas.

A mente funciona como uma incubadora. O

período de incubação varia de indivíduo para indivíduo

e é tida como a etapa ou fase mais importante;

Iluminação

A ideia iluminadora surge. Vem

espontaneamente, após a incubação. É o “clímax” do

processo criativo, o momento do “Aha!”, “Já sei!”,

“Heureca!”.

A mente se ilumina e vem a descoberta, a

resposta, o “insight” e tudo se encaixa, passa a fazer

sentido;

Quer saber mais?

Wallas (1926), também, desenvolveu estudos sobre o processo

criativo e estabeleceu quatro fases que, no seu entendimento, constituem tal processo: Preparação; Incubação; Iluminação; Verificação.

ILUMINAÇÃO

“INTEGRAÇÃO”

Importante

Para Murphy (1947), a iluminação leva à integração.

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 70

Verificação

Esta fase conclui o processo criativo, sendo

assim, o indivíduo dá forma à solução encontrada.

Neste momento é verificado pelo criador se suas idéias

são executáveis, se são válidas. Este processo pode

durar anos, meses, semanas, dias, horas, não há regra,

até que o indivíduo consiga executá-la e dar a forma

final desejada.

O criador verifica qual o impacto que seu

produto causa no meio em que vive, na sociedade, e

recebe a sua avaliação.

Para Torrance, o processo do pensamento

criativo se dá da seguinte forma:

(...) tornar-se sensível a falhas ou

deficiências na informação; identificar

as dificuldades ou os elementos

faltantes; formular hipóteses a

respeito das deficiências encontradas;

testar e retestar essas hipóteses; e,

por último, comunicar os resultados

encontrados.

(Torrance in wechsler, 2002, p. 53)

Em Osborn (1953), encontramos como maneira

sistematizada de exercitar o processo criativo três fases

a serem percorridas, na obtenção de um produto ou

solução criativa:

Procura de Fatos

Nesta fase, é definido o problema, destacam-se

aspectos relevantes e, depois se procuram adquirir

informações;

Procura de Ideias

Nesta fase, o indivíduo procura produzir

inúmeras ideias, combinando, modificando,

transformando;

Dica da professora

Saiba mais sobre as fases do processo criativo, segundo Torrance, lendo: “Rewarding Creative Behavior”. Mais informações sobre esta publicação, você encontra na bibliografia.

Quer saber mais?

“Nada pode deter o criativo. Se a vida está cheia de alegria, a alegria alimenta o processo criativo. Se a vida está cheia de dor, a dor alimenta o processo criativo.” (Nachmanovitch, 1993, p. 175)

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 71

Procura de Soluções

Nesta fase final, as ideias obtidas na fase

anterior serão avaliadas e verificadas, sob diferentes

aspectos.

Neto (2004) e Von Frange (1971) não falam em

Processo Criativo, falam em Processo de

Resolução de Problemas.

Neto (op. cit.) determina as fases do processo

de resolução de problemas da seguinte forma:

1ª Fase: Aquecimento - Caracteriza-se por

uma busca, em que você estuda o problema e tenta

diversas soluções, geralmente racionais;

2ª Fase: Inspiração – Usando os métodos

para facilitar o pensamento criativo, ou mesmo por

acaso, você encontra uma ideia brilhante, que foge dos

padrões anteriores que vinha usando, e que não o

levavam à solução;

3ª Fase: Aperfeiçoamento da Ideia – Com

processos racionais e criativos, você aperfeiçoa a sua

solução.

Na bibliografia pesquisada para a produção

deste caderno, encontramos várias formas de classificar

as fases ou etapas que compõem o processo criativo.

Os autores nomeiam de forma diferenciada, mas

possuem basicamente o mesmo conteúdo.

Para pensar

Qual a ligação da criatividade e solução de problemas?

Alguns profissionais da Psicologia veem criatividade como um tipo especial de solução de problemas. Já os psicanalistas rejeitam esta opinião. “É óbvio a qualquer pessoa que há certas soluções de problema que são criativas. Mas é injustificado pressuposto ver em toda criatividade um caso de solução de problema”. (Kneller, 1978, p. 24)

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 72

Autores Fases Classificação dada pelos autores

Osborn 3 1. Procura de Fatos; 2. Procura de Ideias; 3. Procura de

Soluções.

Von Frange

Fases de

solução de

problemas

3

1. Investigação da direção a ser seguida; 2. Definição

dos limites e prazos para avaliar soluções; 3. Criação de

métodos para solucionar problemas.

Neto

Fases de

solução de

problemas

3 1. Aquecimento; 2. Inspiração; 3. Aperfeiçoamento da

ideia.

Simon 3 1. Inteligência; 2. Projeto; 3. Escolha.

Helmhotz 3 1. A saturação; 2. Incubação; 3. Iluminação.

Poincaré 3 1. Fase reflexiva e de cálculo; 2. Fase inconsciente de

amadurecimento; 3. Fase final de verificação de ideias.

Wallas 4 1. Preparação; 2. Incubação; 3. Iluminação;

4.Verificação.

Kneller 5 1. Apreensão; 2. Preparação; 3. Incubação; 4.

Iluminação; 5. Verificação.

Parnes 5

1. Procura de dados; 2. Procura de estabelecimento do

problema; 3. Procura de ideias; 4. Procura de solução;

5. Procura de Aceitação.

Torrance 5

1. Percepção das falhas ou deficiências na informação;

2. Identificação das dificuldades ou elementos faltantes;

3. Formulação de hipóteses; 4. Testar e retestar

hipóteses; 5. Comunicação dos resultados.

Morgan 5 1. Definição do problema; 2. Coleta de informações;

3. Pesquisa de ideias; 4. Incubação; 5. Avaliação.

Brightman e

Van Gudy 5

1. Pesquisar; 2. Avaliar; 3. Gerar; 4. Projeto;

5. Escolha.

Mirshawka 6 1. Questionamento; 2. Coleta de Dados; 3. Incubação;

4. Iluminação; 5. Verificação; 6. Comunicação.

Leontiev e

Smirnou

3 Na Arte 1. Preparação; 2. Criação da obra;

3. Elaboração.

3 Na Criação

Científica

1. Preparação; 2. Fase da própria

criação; 3. Solução do problema.

Pensamentos convergentes e divergentes

Pesquisas apontam para a importância dos

pensamentos convergentes e divergentes, para o

processo criativo. Mostram, também, a ligação direta

com o ato criativo.

Pensamento convergente = Pensamento

criador = Raciocínio convergente.

Pensamento divergente = Pensamento não

criador = Raciocínio divergente.

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 73

Um tipo tende para reter o conhecido,

aprender o predeterminado e

conservar o que é. O segundo tende

para rever o conhecido, explorar o

indeterminado e construir o que possa

ser. A pessoa, para a qual seja primário

o primeiro tipo ou processo, tende

para o usual e esperado. A que tenha

como primário o segundo modo tende

para o novo e especulativo. O primeiro

prefere a certeza, o segundo o risco.

(Getzels & Jackson, 1962, pp. 13 e 14)

Neste quadro temos um breve panorama sobre

autores e suas colocações sobre os tipos de

pensamentos e raciocínios. Nele podemos perceber a

ligação direta que estes pesquisadores fazem com

alguns tipos de pensamento ou raciocínio e o ato de

criar.

WECHSLER

(2002)

Pensamento

Divergente

Produz inúmeras soluções apropriadas e

reconhece-as como possibilidades.

Pensamento

Convergente

Busca ou produz uma única resposta, ideia ou

solução correta. Foca somente em uma

alternativa, uma possibilidade.

KNELLER

(1978)

Pensamento

Criador

È inovador, exploratório, aventuroso.

Impaciente ante a convenção, é atraído pelo

desconhecido e indeterminado. O risco e a

incerteza estimulam-no.

Pensamento

não Criador

È cauteloso, metódico, conservador. Absorve o

novo no já conhecido e prefere dilatar as

categorias existentes a inventar novas.

FILHO

(2005)

Raciocínio

Divergente

Faz parte da natureza humana. Os indivíduos

criativos utilizam-se de ‘gatilhos’ ou ideias

simples para desenvolver ideias mais

complexas. Durante o processo criativo, eles

fazem uso de componentes da criatividade que

auxiliam o momento criativo.

Raciocínio

Convergente

É um modo de pensar no qual o indivíduo

procura a solução correta para um problema.

Neste modo de pensar, o indivíduo faz uso do

raciocínio lógico e avaliativo a fim de identificar

o real escopo do problema e reduzir o universo

de soluções adequadas ao problema. Isto

implica tentar encontrar critérios que delimitem

quais soluções são apropriadas ao problema que

se tem em mãos.

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 74

Como a criatividade pode ser bloqueada?

Durante o processo de desenvolvimento da

criatividade ou na prática criativa, podem ser

encontradas algumas barreiras, atitudes desfavoráveis

que acabam bloqueando a criatividade em

desenvolvimento.

A criação espontânea nasce de nosso

ser mais profundo e é imaculadamente

e originalmente nós. O que temos que

expressar já existe em nós, é nós, de

forma que trabalhar a criatividade não

é uma questão de fazer surgir o

material, mas de bloquear os

obstáculos que impedem seu fluxo

natural.

(Nachmanovitch, 1993, p. 21)

Podemos chamar de barreiras, bloqueios,

obstáculos, dificuldades, todos são fatores que

dificultam o processo do pensamento criativo. Veja

alguns desses fatores: rigidez, conformismo, apatia,

falta de imaginação, medo de errar, impaciência,

perfeccionismo, preconceito, falta de humor, falta de

compromisso, preguiça mental, falta de apoio, medo de

mudanças, medo do novo, falta de percepção, falta de

intuição, vaidade, insegurança, intolerância, controle

excessivo, competição, pressão psicológica, falta de

tempo, excesso de recompensas, excesso de

vigilância, excesso de avaliações, excesso de regras,

padronização, adestramento em vez de

desenvolvimento, falta de reconhecimento, entre

outros.

Há quem diga que a fórmula da criação é se

livrar de obstáculos.

Wechsler (2002) em seus estudos fala sobre as

barreiras culturais, perceptuais e emocionais. Os

pesquisadores classificaram as barreiras de acordo com

a sua origem.

Para navegar

Neste endereço virtual, você poderá pesquisar. http://books.google.com/books?id=qLZ3nMUPsyYC&dq=%22Treffinger%22+%22Creative+Problem+Solving:+An+Introduction%22&lr=&hl=pt-BR&source=gbs_summary_s&cad=0

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 75

BARREIRAS CULTURAIS

A sociedade, muitas vezes, é a primeira a

bloquear o pensamento ou comportamento criativo. O

ambiente tem um papel fundamental tanto para a

emergência da criatividade como para a repressão.

Isaksen & Treffinger (1985) elaboraram uma

lista de frases ou comentários capazes de matar ideias

criativas em casa e no trabalho, são elas:

Esta ideia é ridícula;

Nós nunca tentamos isso antes;

Vai custar muito caro;

Este problema não é nosso;

É uma mudança muito radical;

Nós não temos tempo;

Somos muito poucos para fazer isso;

Não é prático para a nossa situação;

Os outros membros do grupo não vão gostar;

Vamos voltar à realidade;

Do jeito antigo sempre deu certo;

Isso é coisa para pensar no futuro;

Não estamos prontos para isso;

Não está no nosso orçamento;

A direção não vai achar uma boa ideia;

Se não der certo, vamos parecer ridículos;

Deixe esse assunto para outro dia;

Vamos fazer uma comissão para estudar isso;

Já funcionou para alguém conhecido?;

Não é adequado para a nossa cidade.

Neto (2004) enumera 8 barreiras à criatividade

criadas pela nossa educação:

1. Buscar sempre a resposta correta;

2. Manter tudo dentro da lógica;

3. Seguir normas e regras;

4. Não complicar as coisas – ser prático;

Dica da professora

A lista criada por Isaksen & Treffinger cabe, também, para o ambiente escolar.

Dica da professora

Não permita que essas barreiras atrapalhem a sua relação com o processo criativo.

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 76

5. Evitar ambiguidades;

6. Evitar o erro;

7. Ser sério – Brincar seria falta de

seriedade;

8. Não ser bobo.

(p. 89)

BARREIRAS PERCEPTUAIS

Assim como todas as outras barreiras, as

perceptuais criam uma dificuldade, uma limitação. A

percepção está diretamente ligada aos órgãos dos

sentidos (visão, audição, tato, paladar, olfato), a uma

barreira, a um obstáculo ou um a bloqueio, neste caso,

me impediria de perceber além do óbvio.

Você pode olhar e não ver;

Você pode escutar e não ouvir;

Você pode tocar e não sentir...

As barreiras perceptuais que mais trazem

bloqueios à criatividade são:

Não perceber ou não ser sensível a problemas;

Buscar soluções rápidas ou imediatas;

Pensamento inflexível;

Não conseguir ver os problemas sob um

enfoque diferente;

Julga e critica constantemente.

Shallcross (1985) nos dá um exemplo de

barreira perceptual, através de um exercício, veja:

Na figura abaixo, responda: Quantos quadrados

existem neste quadrado?

Dica da professora

Material retirado do livro: Criatividade: Descobrindo e Encorajando.

Mais detalhes na Bibliografia.

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 77

Qual a sua resposta? Dezesseis? Se você

estivesse em uma sala de aula tradicional, teria a

melhor nota. Entretanto, você pode, pelo menos, ver

30 quadrados, se considerar os quadrados 2 por 2, 3

por 3 e assim por diante.

BARREIRAS EMOCIONAIS

Impossibilitam a exploração e a manipulação de

ideias.

As barreiras emocionais vão se constituindo

através da história de vida do indivíduo. A forma como

interagimos com o mundo, a sociedade, a família pode

ser facilitador na construção dessas barreiras.

Jones (1993) em suas pesquisas identificou as

seguintes barreiras emocionais, capazes de dificultar as

manifestações criativas:

Medo do fracasso – Não se arriscar, tentar

menos para não sofrer ou ter vergonha;

Medo de brincar – Estilo sério e lógico de

resolver problemas. Medo de parecer bobo

por estar fazendo algo diferente;

Miopia de recursos – Não conseguir

enxergar os seus próprios aspectos positivos

ou pontos fortes, persistir em um

comportamento que não tem mais função,

não questionar as próprias atitudes;

Evitação da frustração – Desistir muito

rápido frente aos obstáculos, evitar a dor ou o

desconforto que estão sempre associados a

mudanças e situações novas;

Imaginação empobrecida – Desvalorizar

ou ignorar a vida inteira o poder das imagens.

Preferência por coisas ou situações objetivas;

:: CRIAR:

Articular com a sensibilidade.

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 78

Medo do desconhecido – Medo de situações

ambíguas, onde não há probabilidade certa de

ter sucesso, necessidade de saber o futuro

antes de ir em frente.

Necessidade de equilíbrio – Dificuldade de

tolerar desordem, confusão, deseja simetria.

Detesta complexidade;

Medo de exercer influência – Receio de ser

muito agressivo ou de influenciar outras

pessoas, medo de falar o que acredita.

Dificuldade de ser ouvido. Pavor em ser líder;

Medo de perder o controle - Necessidade

de encontrar soluções rápidas para

problemas, dificuldade de deixar tempo para

a incubação, deixar que as coisas aconteçam

naturalmente. Descrença na sua capacidade e

na da humanidade.

O produto criativo

Para ser considerado criativo e único, o produto

deve satisfazer vários critérios. Mackinnon (1978) em

seus estudos estabeleceu cinco critérios, que julgava

necessário para se avaliar o produto criativo:

Originalidade – Os produtos mais criativos são

aqueles que são originais entre toda a civilização ou

história da humanidade. Produtos originais são

produtos incomuns.

Segundo Mackinnon (1978), o fato de ser

original não garante que seja considerado criativo;

Adaptação à realidade – Ter uma utilidade ou

função.

Mackinnon (1978) relata a importância do

produto servir para resolver uma questão ou alcançar

um objetivo;

Quer saber mais?

O PRODUTO CRIATIVO É todo resultado, ou tudo que resulta, de uma atividade criativa.

Importante

Solução elegante e transformação de princípios antigos são opcionais, nem sempre precisam aparecer. Mas quando isso acontece, os produtos poderão ser considerados muito mais criativos.

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 79

Elaborado – O produto deve ser elaborado,

desenvolvido e comunicado para os outros;

Solução elegante – A solução deve ser

simples, porém estética;

Transformação de princípios antigos

(opcional) – Requer que o produto, de uma certa

forma, transcenda, transforme ou revolucione princípios

antigos.

“A VOLTA DE UM PROFESSOR DO SÉCULO XVI

AO BRASIL”

(Ficção – autor desconhecido)

Em pleno século XXI, o Sr. Teixeira, um grande

professor brasileiro do século XVI, voltou ao Brasil e,

chegando à sua cidade, ficou abismado com o que

viu: as casas eram altíssimas e cheias de janelas; as

ruas eram pretas e passavam umas sobre as outras,

com uma infinidade de máquinas andando em

velocidade; o povo falava muitas palavras que o

professor Teixeira não conhecia (poluição, telefone,

avião, rádio, barato, cinema, televisão...); as roupas

deixaram o professor Teixeira ruborizado. Tudo

havia mudado. Muito surpreso e preocupado, o

professor visita a cidade inteira e, cada vez,

compreendia menos o que estava acontecendo.

Resolveu então visitar uma igreja, mas, que susto

levou!!! O padre rezava missa, não mais em latim,

mas em português e de costas para o altar; o órgão

estava parado e um grupo de cabeludos tocava, nas

guitarras, uma música estranha, ao invés de canto

gregoriano. O desespero do professor aumentava.

Resolveu, ainda, visitar algumas famílias. Mas... O

que significava aquilo? Depois do jantar, todos se

reuniam, durante muitas horas, para ADORAR um

aparelho que mostrava imagens e emitia sons. O

professor Teixeira ficou impressionado com tanta

capacidade de concentração e de adoração!!!

Ninguém falava uma palavra diante do aparelho.

Tudo havia mudado completamente e o professor

Teixeira desanimava cada vez mais, até que

resolveu visitar uma escola. Foi uma ideia

sensacional!!! Porque quando lá chegou, sentiu o

que procurava: uma escola onde tudo continuava da

mesma forma como ele havia deixado: as carteiras,

uma atrás da outra; o professor falando, falando,

falando... E os alunos escutando, escutando, escutando...

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 80

EXERCÍCIO 1

Faça a correspondência da primeira fileira com a

segunda:

( A ) Barreiras Culturais.

( B ) Barreiras Perceptuais.

( C ) Barreiras Emocionais.

(aaa) Falta de tempo e de dinheiro;

(aaa) Não perceber ou não ser sensível a problemas;

(aaa) Seguir normas e regras, manter tudo dentro da

lógica;

(aaa) Evitação da frustração;

(aaa) Receio de ser agressivo ou de influenciar outras

pessoas, medo de falar no que acredita;

(aaa) Não conseguir ver os problemas sob um enfoque

diferente.

EXERCÍCIO 2

Correlacione os cinco critérios descritos por Macknonn

(1978) para identificar o produto criativo:

( 1 ) Originalidade;

( 2 ) Adaptação à realidade;

( 3 ) Elaborado;

( 4 ) Solução elegante;

( 5 ) Transformação de princípios antigos.

(oba) O produto tem uma finalidade ou função;

(oba) O produto deve transcender, transformar ou

revolucionar princípios antigos;

(oba) O produto deve ser elaborado, desenvolvido e

comunicado;

(oba) Solução simples;

(oba) Produtos incomuns.

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 81

EXERCÍCIO 3

O que Jones (1993) fala sobre as seguintes barreiras

emocionais?

Medo do fracasso -___________________________

Medo de brincar -____________________________

Imaginação empobrecida -_____________________

Medo do desconhecido -_______________________

Medo de perder o controle -____________________

EXERCÍCIO 4

Descreva sobre cada fase do processo criativo apontado

por Kneller (1978):

Apreensão-_________________________________

Preparação-________________________________

Incubação-_________________________________

Iluminação-________________________________

Verificação-_________________________________

RESUMO

Vimos até agora:

O processo do pensamento criativo tem sido

estudado por diversos autores na tentativa de

entender as relações que estabelecemos com

cada fase ou processo. Cada autor denomina

essas fases de forma diferente;

O processo criativo para KNELLER possui

cinco fases: apreensão; preparação;

incubação; iluminação; verificação;

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Aula 3 | Processo do pensamento criativo 82

Para TORRANCE, o processo do pensamento

criativo se dá da seguinte forma: tornar-se

sensível a falhas ou deficiências na

informação; identificar as dificuldades ou os

elementos faltantes; formular hipóteses a

respeito das deficiências encontradas; testar

e retestar essas hipóteses; e, por último,

comunicar os resultados encontrados;

OSBORN fala em procura de fatos procura de

idéias, procura de soluções;

Muitas vezes, a criatividade está associada à

resolução de problemas; desta forma, NETO

cita três fases deste processo: aquecimento;

inspiração; aperfeiçoamento da ideia;

O pensamento pode ser classificado como

sendo convergente e divergente;

Muitos são os bloqueios à criatividade, entre

eles podemos citar as barreiras culturais,

perceptuais e emocionais;

Para ser considerado criativo e único, o

produto criativo deve satisfazer a cinco

critérios, segundo MACKINNON, são eles:

originalidade; adaptação à realidade;

elaborado; solução elegante; transformação

de princípios antigos.

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O ambiente criativo

Dina Lúcia Chaves Rocha

AU

LA

4

Ap

res

en

taç

ão

Sofremos interferências diretas do ambiente em que vivemos se

este ambiente nos oferecer a oportunidade de estimularmos,

desenvolvermos, trabalharmos a nossa criatividade, o nosso

potencial criativo será bem maior.

O ser humano, inicialmente, faz parte do grupo familiar onde

nosso potencial criativo deve ser despertado. É na infância que

começamos a construir um autoconceito e estruturar a nossa

autoestima.

Já o segundo grupo do qual a criança faz parte, o escolar, deve

continuar a explorar e trabalhar a criatividade.

Uma atuação criativa, por parte do professor, tem um papel

fundamental na construção de uma escola criativa. Devem-se

abandonar ideias errôneas que acabam assassinando a

criatividade

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Definir qual a importância do lar e da escola para o

desenvolvimento do potencial criativo;

Saber como tornar uma escola criativa, livrando-a dos

assassinos da criatividade;

Perceber que ideias antigas e errôneas não estão de acordo

com as atitudes de um professor criativo;

Relatar a importância da prática de vivenciar técnicas criativas

e expressivas.

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Aula 4 | O ambiente criativo 84

O ser humano permeia vários ambientes,

pertence a vários grupos (familiar, escolar, de trabalho,

entre outros). Favorecer a imaginação, a construção, a

liberdade de pensamento e de expressão é de

fundamental importância para que estes ambientes

sejam férteis para desenvolver a criatividade.

O Lar

Um ambiente familiar saudável é muito

importante para o desenvolvimento da arte infantil,

para o desenvolvimento do seu potencial criativo.

O potencial criativo é despertado ainda na

infância. Podendo ser influenciado, diretamente, pela

família, pela escola ou mesmo pela observação

individual. Todos esses elementos são importantíssimos

na formação do autoconceito e da autoestima da

criança.

A partir dos primeiros contatos com a família, a

criança começa a se perceber, o que os pais e

familiares dizem ou pensam sobre ela irá formar os

seus primeiros conceitos sobre si mesma. Tais

conceitos, somente, serão acrescidos de outros, a partir

do momento em que a criança estabelecer novas

relações.

A maioria das crianças se expressa livremente,

de forma original, não interferir nesse processo natural

e rico é favorecer o seu desenvolvimento e a sua

criatividade.

Participar das atividades criadoras dos filhos é

ter a oportunidade de conhecê-los cada vez mais.

Nesses momentos criativos, as crianças (e os adultos)

revelam facetas de suas personalidades.

Importante

O AMBIENTE CRIATIVO Deve oferecer suporte para que a criatividade floresça.

Para navegar

Pesquise em www.4.inep.gov.br e leia algumas monografias sobre

Orientação pela Criatividade. É simplesmente espetacular!

O lar 84 A escola 86

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Aula 4 | O ambiente criativo 85

As manifestações artísticas, iniciadas

nos primeiros anos de vida, podem

significar para nossos filhos a diferença

que existe entre indivíduos adaptados

e felizes e outros que, apesar de toda

a capacidade, continuam, às vezes,

desequilibrados e encontram

dificuldades em suas relações com o

próprio ambiente.

(Lowenfeld, 1954, p. 19)

ALGUMAS COISAS QUE OS PAIS DEVEM E NÃO

DEVEM FAZER2:

2 Lowenfeld (1954, pp. 75 e 76)

Os Pais Devem Fazer

Considerar a expressão artística da criança como um

registro de sua personalidade em formação.

Compreender que, enquanto trabalha, a criança está

adquirindo experiências importantes para seu

desenvolvimento.

Sensibilizar a criança em suas relações com o

ambiente.

Apreciar o esforço da criança quando esta consegue

transmitir sua própria experiência.

Compreender que as proporções “erradas”

exprimem, frequentemente, uma experiência.

Aprender que as percepções da criança, a respeito

de sua arte, são diferentes das dos adultos.

Apreciar os trabalhos artísticos da criança de acordo

com seus próprios méritos.

Colocar à disposição da criança um local apropriado,

onde possa trabalhar.

Ensinar a criança a respeitar as manifestações de

arte dos outros.

Encorajar o espírito de competição, que nasce da

própria necessidade de a criança expressar-se por si

mesma.

Na colaboração com as crianças em tarefas

criadoras, estimular a tolerância e o respeito para

com o trabalho alheio.

Matricular a criança num curso de arte infantil.

Pendurar os trabalhos dos filhos nas paredes,

somente quando todas as crianças puderem

participar, e não apenas um só trabalho.

Deixar que a criança desenvolva sua própria técnica, mediante a experimentação.

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Aula 4 | O ambiente criativo 86

A Escola

O sistema educacional estimula, muitas vezes, o

pensamento que converge, que analisa logicamente,

que é objetivo, em detrimento da imaginação criativa,

intuitiva e subjetiva, própria do pensamento que

diverge.

As crianças ficam presas ao mesmo modo de

expressão. Nenhuma diferença individual é tolerada.

(...) os cadernos de figuras para colorir

transformam a criança num ser cujo

pensamento é dirigido (não lhe deixam

liberdade para criar o que deseja); a

criança torna-se inflexível, porque tem

que seguir o modelo que lhe foi dado;

este não lhe proporciona alívio

emocional, pois não lhe dá

oportunidade de expressar sua própria

experiência, com a qual daria vazão às

suas emoções; não favorece sequer a

destreza e a disciplina, uma vez que o

Os Pais não Devem Fazer

“Corrigir” ou “ajudar” a criança em seu trabalho,

procurando impor-lhe uma personalidade de adulto.

Considerar que o “produto final” do esforço infantil

tenha alguma importância.

Entregar à criança cadernos de figuras para colorir

ou modelos de desenhos que a tornariam insensível

ao ambiente.

Demonstrar apreço por tudo o que a criança faça

indiscriminadamente.

Corrigir as desproporções dos trabalhos.

Esperar que as manifestações artísticas da criança

sejam sempre agradáveis aos olhos dos adultos.

Preferir o trabalho de uma criança ao de outra.

Limitar a atividade infantil, deixando de dar à

criança um local apropriado para trabalhar.

Fazer comparações entre os resultados dos

trabalhos das crianças.

Apoiar concursos ou competições que utilizam

prêmios, recompensas como estímulo.

Impor os padrões de adultos quando trabalham com

as crianças.

Conservar a criança em casa, “chegadinha” a eles.

Pendurar unicamente o “melhor” trabalho de um

filho. Mostrar à criança “como se pinta”.

Importante

CRIATIVIDADE É entendida como uma técnica que proporciona um diferencial.

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Aula 4 | O ambiente criativo 87

desejo e o impulso da criança para

aperfeiçoar-se nascem do seu próprio

anseio de expressar-se; finalmente,

esse modelo condiciona a criança aos

conceitos dos adultos, os quais ela é

incapaz de produzir por si só e que,

portanto, frustram as suas próprias

ambições criativas.

(Lowenfeld, 1954, p. 26)

Quando a criança repete ou trabalha em cima de

modelos, formas ou comportamentos preestabelecidos

ela não comunica, não se expressa adequadamente,

não há espaço para que ela se coloque. Quando

praticada com autenticidade e liberdade, a expressão é

capaz de revelar o ser.

A ESCOLA CRIATIVA

A escola criativa deve proporcionar um clima

confiável e facilitador do desenvolvimento de potenciais

criativos, que determinará uma autoconsciência do

processo vivenciado, do produto e potenciais próprios

do aluno. A escola criativa ensina a criança a brincar

com seus pensamentos e as suas próprias ideias.

Para desenvolver a criatividade de nossos alunos,

devemos dotar o aluno da capacidade de criar,

transformar, produzir, gerar novos conhecimentos,

novos produtos. Na escola criativa, a ênfase sai da

reprodução para a produção de conhecimentos, não

tem como objetivo a simples memorização, mas sim o

uso da imaginação, do entendimento e compreensão de

fatos e situações.

Para que o indivíduo expresse a sua criatividade,

é necessário que ele possua o motivo, os meios e a

oportunidade (Talbot, 1993).

:: CRIAR:

É ser livre para ter ideias, é crescer interiormente, é abrir-se para a vida.

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Aula 4 | O ambiente criativo 88

COMO TORNAR A ESCOLA CRIATIVA

Se tiveres como objetivo estimular o

desenvolvimento da criatividade na escola, na sala de

aula, aí vão algumas dicas:

Crie um projeto para tornar as suas aulas

mais criativas, lúdicas, que

consequentemente, promova a criatividade de

seus alunos. É primordial que você esteja

apaixonada pela ideia;

Fuja do óbvio, da mesmice, inove, quebre

barreiras, gere ideias fluidamente, sem

julgar;

Observe e promova a observação da

realidade e os acontecimentos sob outros

ângulos;

Promova o aprendizado com eventuais erros;

Incentive e dê suporte às ideias originais e

inovadoras de seus alunos;

Respeite as individualidades, aceite e concilie

os opostos;

Estimule ações ousadas, de desafio, trabalhe

a imaginação;

Promova a colaboração, o companheirismo, a

troca de afeto;

Permita o acesso às diferentes informações,

incentive a busca de várias possibilidades

para uma mesma questão, trabalhe com as

diferentes visões, perspectivas, não

estabeleça verdades absolutas;

Crie condições favoráveis ao desenvolvimento

de uma relação de equilíbrio entre o

pensamento convergente ou lógico e o

pensamento divergente ou intuitivo, eles se

complementam e são a base do pensamento

criativo;

Dica da professora

Estimule a criatividade sem podar, sem fazer críticas negativas, valorizando e estimulando, respeitando até onde o grupo pode chegar.

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Aula 4 | O ambiente criativo 89

Valorize os alunos questionadores,

independentes, com espírito de busca,

curiosos, intuitívos, que querem sempre ir

àlem. Esses comportamentos caracterizam

um indivíduo criativo;

Pergunte diretamente aos seus alunos o que

eles necessitam para desempenhar melhor as

suas atividades, o que eles pensam sobre a

criatividade, como imaginam um ambiente

criativo. Depois, estruture a sua forma de

atuar, busque a sua verdade e a dos seus

alunos, trabalhe de acordo com o seu grupo e

as necessidades deles.

IDEIAS ERRÔNEAS ENTRE EDUCADORES

Com o objetivo de facilitar a atuação do

professor em sala de aula, Dunn & Dunn (1987)

apresentaram uma lista de ideias errôneas entre

educadores. Estes autores desenvolveram pesquisas

com o objetivo de investigar o estilo cognitivo e os

estilos preferenciais de aprender.

Manifesto para crianças:

Não tenha medo de se apaixonar por alguma coisa

e sair intensivamente à sua procura;

Conheça, compreenda, se orgulhe, pratique,

desenvolva, use, explore e desfrute de seus

maiores potenciais;

Aprenda a se livrar da expectativa dos outros para

poder seguir o seu próprio caminho. Fuja dos

papéis que outros querem lhe impor;

Liberte-se para poder jogar o seu próprio jogo;

Procure por mentores ou professores que possam

ajudá-lo;

Não gaste suas energias tentando ser ajustado,

certinho;

Faça o que você ama e pode fazer bem;

Seja independente tendo amigos;

Solte-se totalmente para o infinito do seu potencial

criativo.

(Torrance, 1983, p. 78)

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Aula 4 | O ambiente criativo 90

Ao analisar esta lista, podemos perceber que

ideias antigas e errôneas não respeitam a

individualidade, trata dos alunos como se fossem iguais

e respondessem aos estímulos externos da mesma

forma. Devemos ter em mente que cada ser humano é

único, o que é bom para um pode ser péssimo para o

outro.

A aprendizagem é mais rápida quando existe

silêncio absoluto no ambiente.

Estudantes aprendem melhor sentados à

mesa ou à carteira.

Salas bastante iluminadas são ideais para a

aprendizagem.

A hora ideal para ensinar tópicos difíceis é

pela manhã, bem cedo.

Alunos que ficam se movendo na sala não

conseguem aprender.

Ensinar grupos de alunos é mais eficaz.

A temperatura ideal da sala de aula é entre

24 e 26 graus centígrados.

O ensino de cada tópico deve ser partido em

pequenos blocos para cada aluno.

Beber, comer ou mastigar na sala de aula

atrapalham a aprendizagem.

O tempo ideal para cada aula é de 45 a 50

minutos.

Os alunos que não conseguem se lembrar

bem do que lhes foi falado são menos

inteligentes.

Tarefas escritas devem ser pedidas como

dever de casa para reforçar o ensino da sala

de aula.

Qualquer material novo deve ser lido antes

pelo professor.

É bom para o aluno quando seus pais podem

corrigir o seu dever de casa (Dunn & Dunn in

Wechsler, 2002).

Dica da professora

Essas regras (ideias errôneas) seriam válidas com você? Será que funcionariam com todos os seus alunos?

Para pensar

Será que você está

precisando rever seus conceitos? Pense nisso!

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Aula 4 | O ambiente criativo 91

Para se perceber, perceber cada aluno, sua

dinâmica, seu rítmo, seu tempo, suas limitações, só é

possível a partir do momento em que queremos

estabelecer contato com o que somos e com o que o

outro é.

Torrance & Myers (1970) enfatizaram a

importância da relação estabelecida entre professor e

aluno como elemento primordial para o ensino criativo.

Falam que o professor pode e deve criar um ambiente

favorável à criatividade.

O desenvolvimento da criatividade na

educação passa necessariamente pelo

nível de criatividade dos profissionais

que nela atuam. Conhecer as barreiras

que enfrentam constitui uma condição

necessária para superá-las.

(Alencar e Marínez, 1998, p. 31)

CARACTERÍSTICAS DO PROFESSOR CRIATIVO

Torrance & Myers (op cit), como resultado de

suas pesquisas, apresentaram uma lista com as

características do professor criativo:

Reconhece as possibilidades do potencial

escondido do aluno;

É capaz de inibir o seu lado censor, a fim de

permitir a ocorrência de respostas criativas;

É capaz de encorajar seu aluno a seguir em

frente e ter sucesso na área de seu interesse

e da maneira que lhe for possível;

Tem flexibilidade no currículo, permitindo que

seja diferente para atender às diferenças

individuais;

É capaz de concretizar as ideias criativas dos

alunos;

Oferece ao seu aluno um ambiente não-

punitivo, com redução de pressões;

Dica de filme

Dicas de filmes onde professores criativos e corajosos tentaram abordagens não-convencionais no processo de educar: » Ao mestre com carinho (Sidney Poitier); » A voz do coração (Gerard Jugnot); » A escola da vida (Ryan Reynolds); » O triunfo (Mathew Perry); » Mentes Perigosas (Michelle Pfeiffer); » Vem dançar (Antonio Banderas).

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Aula 4 | O ambiente criativo 92

Declara a beleza existente nas diferenças

individuais dos alunos;

Demonstra entusiasmo pela ideia dos alunos;

Apoia os alunos quando estão contra as

pressões que objetivam o conformismo;

Coloca um aluno pouco produtivo em contato

ou colaboração com outro aluno mais

produtivo;

Faz uso da habilidade de fantasia para manter

contato com a realidade;

Aproveita os interesses individuais e o

entusiasmo próprio de cada aluno;

Tem tolerância à complexibilidade e à

desordem, pelo menos por algum período;

Usa as avaliações ou provas de maneira

estimulante e provocativa.

Os professores criativos possibilitam o

aparecimento de atitudes e pensamentos criativos na

sala de aula. Lembre-se de que você é exemplo!

ASSASSINOS DA CRIATIVIDADE

Drª Amabile (in Goleman, Kaufman & Ray, 1992,

p. 53 e 54) identificou, em suas pesquisas, a vigilância,

a avaliação, as recompensas, a competição, o controle

excessivo, a restrição de escolhas e a pressão como

sendo capazes de assassinar a criatividade.

Vigilância: rondar as crianças, fazendo-as

sentir que estão sendo constantemente observadas

enquanto trabalham. Sob observação constante, a

criança não mais assume riscos e o impulso criativo se

retrai.

Avaliação: consiste em fazer as crianças se

preocuparem com o julgamento alheio de seu trabalho.

Elas devem, primariamente, ficar satisfeitas com suas

Para navegar

Mais uma dica da internet. Está disponível on-line um Laboratório de Criatividade com técnicas, artigos, atividades, livros, além de uma linguagem visual dinâmica e agradável. Acesse: www.poli.usp.br/criatividade Boa navegação!

Dica da professora

Você se considera um professor criativo? Veja se faz parte da sua atuação como professor as características apresentadas por Torrance & Myers. Lembre-se de que

você é responsável por um ambiente favorável ao desenvolvimento da criatividade de seus alunos em sala de aula.

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Aula 4 | O ambiente criativo 93

realizações em vez de se inquietarem com avaliações,

notas ou opiniões de colegas.

Recompensas: uso excessivo de prêmios como

medalhas, dinheiro ou brinquedos. Em excesso, as

recompensas privam a criança da própria atividade

criativa.

Competição: consiste em colocar as crianças na

contingência desesperada de vencer ou perder quando

apenas uma galgará o topo. Deve-se consentir que a

criança progrida segundo o seu próprio ritmo. (Existem,

é claro, competições saudáveis que fortalecem o

espírito de grupo ou equipe).

Controle excessivo: dizer às crianças,

minuciosamente, o que devem fazer. Pais e professores,

frequentemente, confundem esse tipo de

microgerenciamento com seu dever de instruir. Isso

leva a criança a sentir que toda originalidade é um erro,

toda exploração, uma perda de tempo.

Restrição de escolhas: dizer às crianças quais

atividades devem empreender em vez de deixar que se

encaminhem para onde as levam a curiosidade e a

paixão. O melhor é permitir que escolham o que lhes

interessa e apoiar essa inclinação.

Pressão: alimentar esperanças grandiosas

quanto ao desempenho da criança.

A IMPORTÂNCIA DE VIVENCIAR TÉCNICAS

Descobrir e explorar os diferentes materiais,

vivenciar as inúmeras possibilidades de técnicas, torna

o profissional mais capaz de lidar com os improvisos e

as diferentes dinâmicas pessoais.

Importante

Uma competição desleal ou sem sentido pode prejudicar a auto-estima de um aluno.

Importante

Para criar, é preciso ter técnica e libertar-se da técnica. Para isso, precisamos praticar até que a técnica se torne inconsciente. Parte da alquimia gerada pela prática é uma espécie de livre trânsito entre consciente e inconsciente. (Stephen Nachmanovitch, 1993)

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Aula 4 | O ambiente criativo 94

Quando experimentamos os materiais,

aprendemos como eles se comportam quando utilizados

sozinhos ou quando misturados ou associados a outros

materiais.

(...) sem o aprendizado das técnicas

de uma atividade, até o mais

promissor dos talentos se embota, já

com o treinamento apropriado, mesmo

um talento mediano pode tornar-se a

base da criatividade.

(Goleman, Kaufman & Ray, 1992, p.

25)

É importante para o profissional vivenciar e

testar as técnicas que pretende aplicar em seus alunos,

ou clientes. Esta prática pode apontar possíveis

dificuldades e possibilitar os ajustes necessários.

Trabalhar os nossos sentimentos, as nossas

dificuldades, a nossa criatividade e as nossas

habilidades é de suma importância para que sejamos

capazes de perceber e entender o movimento dos

indivíduos ao vivenciarem as técnicas criativas.

Verdadeiro Educador (Autor Desconhecido)

O professor apenas instrui, o educador simplesmente

educa;

O professor indica a direção, o educador acompanha

na jornada;

O professor expõe o conteúdo exigido, o educador

explora além do desconhecido;

O professor se restringe ao plano de aula, o

educador prioriza as necessidades do aluno,

independente do planejamento;

O professor ignora o aluno enquanto indivíduo, o

educador valoriza a contribuição pessoal do

educando;

O professor corrige, o educador avalia;

O professor unicamente desempenha obrigações, o

educador ultrapassa o cumprimento dos deveres;

O professor se sente insignificante diante dos

problemas educacionais, o educador transforma-se,

constantemente, na senda ilimitada do saber;

O professor limita-se em sua emoção, o educador

amplia as fronteiras de seu próprio sentimento;

O professor investe no aspecto cognitivo, o

educador harmoniza as potencialidades do ser;

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Aula 4 | O ambiente criativo 95

EXERCÍCIO 1

Correlacione colocando (A) para as afirmativas que os

pais devem fazer e (B) para as que os pais não

devem fazer:

(oba) Fazer comparações entre os resultados dos

trabalhos das crianças.

(oba) Sensibilizar a criança em suas relações com o

ambiente.

(oba) Mostrar à criança como se pinta.

(oba) Colocar à disposição da criança um local

apropriado, onde possa trabalhar.

(oba) Matricular a criança num curso de arte infantil.

EXERCÍCIO 2

Coloque (V) para as afirmativas verdadeiras e (F)

para as falsas:

(oba) O desenvolvimento da criatividade na educação

não passa pelo nível de criatividade dos profissionais

que nela atuam.

(oba) O potencial criativo é despertado ainda na

infância.

(oba) Vigilância, avaliação, recompensas, competição e

pressão estimulam a criatividade.

(oba) A escola criativa é inovadora, quebra barreiras,

incentiva a busca de várias possibilidades para uma

mesma questão, valoriza os alunos questionadores,

respeita e aceita as individualidades, trabalha a

imaginação criativa.

O professor envolve-se parcialmente, o educador

ama incondicionalmente;

O professor torna-se uma pequena lembrança, o

educador é um modelo a ser seguido.

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Aula 4 | O ambiente criativo 96

(oba) Para que o indivíduo expresse a sua criatividade,

é necessário que ele possua o motivo, os meios e a

oportunidade.

EXERCÍCIO 3

Qual a importância de vivenciarmos as técnicas

expressivas criativas?

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

EXERCÍCIO 4

Cite no mínimo três características relatadas pelos

autores TORRANCE & MYERS.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

RESUMO

Vimos até agora:

O ambiente familiar é importantíssimo para

desenvolver o potencial criativo da criança,

seu autoconceito, sua autoestima;

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Aula 4 | O ambiente criativo 97

Algumas atitudes dos pais não são adequadas

para desenvolver na criança a sua arte. Vimos

uma lista de atitudes que os pais devem ter e

uma outra que os pais devem evitar se

desejam criar um clima propício para o

desenvolvimento da criatividade, no lar;

A escola é o segundo grupo do qual a criança

faz parte e este deve dar continuidade ao

trabalho de estimulação, desenvolvimento e

aprimoramento do potencial criativo;

A escola tradicional é diferente da escola

criativa. Para tornar a escola criativa,

devemos repensar nossos conceitos e

atitudes. A autora deste caderno dá algumas

dicas;

Muitas são as ideias errôneas entre os

professores, que em nada colaboram para o

trabalho criativo. O professor deve

desenvolver a sua criatividade, ter atitudes,

pensamentos, idéias criativas, se deseja

tornar a escola criativa;

Algumas atitudes desenvolvidas na escola, na

sala de aula, ajudam a assassinar a

criatividade como vigilância, avaliação,

recompensas, competição, controle excessivo,

restrição de escolhas, pressão;

Praticar, vivenciar as técnicas expressivas,

ajuda a trabalhar nossos sentimentos, nossos

valores, nossos conteúdos internos e nos

torna mais seguros na hora de aplicá-las.

Pratique!

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Educação Emocional e a Personalidade

Criativa

Dina Lúcia Chaves Rocha

AU

LA

5

Ap

res

en

taç

ão

Nesta aula, teremos alguns direcionamentos citados por Susan

Bello em seu livro “Pintando sua Alma: Método de

desenvolvimento da personalidade criativa”. Nele, Susan Bello fala

da importância de expandir o potencial emocional e criativo das

pessoas para que possa deixar suas marcas, sua contribuição

criativa; ajudá-las a serem mais espontâneas e autênticas;

fortalecer a identidade delas e a expressão emocional criativa.

Questiona o sistema educacional e a formação dos professores

que, a seu ver, deveriam ter interesse em expandir o

autoconhecimento e o potencial criativo. Favorecer um

aprendizado simbólico, intuitivo, e emocional, livre de críticas

destrutivas, julgamentos e da não aceitação.

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Perceber a importância dos direcionamentos sugeridos para a

educação criativa e emocional;

Conhecer e relatar sobre os direcionamentos apresentados;

Entrar em contato com a técnica da pintura espontânea, seus

objetivos, seu processo.

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 100

Alguns dos direcionamentos propostos

por Susan Bello para a educação

Incentive a cooperação e a autoconfiança -

Permitimos que a autoconfiança se manifeste quando

valorizamos e aceitamos a natureza intrínseca de cada

pessoa, em vez de valorizá-la pelas tarefas que pode

executar. Valorizamos, também, seu esforço e

perseverança e não apenas o resultado final de sua

produção. As crianças precisam de encorajamento. Elas

precisam ser tocadas com afeição e compaixão.

Apóie e incentive mais as pessoas e critique-as

menos. Reforce, em lugar de enfatizar erros. Preste

atenção ao número de respostas certas, em vez de

concentrar-se no número de respostas erradas. Elogie o

que é especial de cada um. Os estudantes podem

internalizar esse comportamento e tomá-lo como um

modelo para tratarem-se uns aos outros. A crítica não

dá bons resultados, mesmo quando tem a melhor das

intenções.

Biografia da Autora

Susan Bello nasceu no Brooklyn, Nova Iorque.

Recebeu o Ph.D pelo Union Institute, Cincinatti, Ohio.

É uma terapeuta expressiva, cujo trabalho está na

linha de frente desse movimento em expansão.

Ela passou os últimos 30 anos vivendo na Índia, na

Indonésia, em Cingapura e no Brasil, estudando a

consciência humana e pesquisando abordagens

interculturais para desenvolver a personalidade

criativa. A Drª. Bello continua dando cursos de

Pintura Espontânea no Brasil e nos Estados Unidos.

Seus quadros já foram expostos em várias

exposições internacionais.

Atualmente, ela reside em Nova Iorque e vem ao

Brasil para apresentar Workshops e cursos de

formação em Pintura Espontânea.

Se desejar saber mais sobre a autora e seus

trabalhos, pesquise:

http://www.spontaneouspainting.com/indexp.html

Quer saber mais?

Tendo em vista a importância dos direcionamentos sugeridos por Susan Bello (2003, pp.41 a 66) para o desenvolvimento da inteligência emocional e da personalidade criativa na educação, colocamos alguns parágrafos na integra para que você tenha a oportunidade de dialogar diretamente com a autora Susan Bello e suas ideias. Saiba mais lendo o livro “Pintando sua Alma”.

Alguns dos direcionamentos propostos por Susan Bello para a educação 100

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 101

Acompanhe cada um no seu próprio

ritmo. Em lugar de tentar alterar seu

comportamento, demonstre-lhes que

você entende e aceita sua maneira de

ver o mundo e tente falar-lhes em sua

própria linguagem, antes de se

apressar em tentar muda-los.

(D. Gordon apud Bello, 2003, p. 42)

Incentive os estudantes a verbalizarem

seus sentimentos positivos / Canalizarem

sentimentos agressivos em expressões criativas

(ex.: pintura, escrita criativa), em vez de agirem

agressivamente - O educador tenta passar um

conceito positivo dos sentimentos e considera cada

sentimento como uma mensagem importante a ser

avaliada e estudada. Os estudantes são encorajados a

colocar seus pensamentos e sentimentos em

palavras, em vez de agir de acordo com eles.

Raiva, ansiedade, vergonha, culpa e medo são

emoções notoriamente negativas que as pessoas

escondem. Os sentimentos são sentimentos, nada

mais. Embora alguns possam parecer melhores que

outros, nenhum deve ser eliminado. É também

importante respeitar os limites daqueles

estudantes/pessoas que não querem expressar seus

sentimentos. Muitos tiveram que sacrificar seus

sentimentos verdadeiros para sobreviver numa família

psicologicamente doente e vão se livrar de suas defesas

gradualmente, no seu ritmo próprio.

A expressão honesta dos sentimentos, mesmo a

raiva ou o limite, cria a intimidade.

A maioria de nós não entra em contato

profundo com as pessoas.

Simplesmente olhamos um ao outro

superficialmente (...). Precisamos

expandir a percepção de quem

somos... e sentir a intensidade de cada

momento.

(R. Toro apud Bello, 2003, p. 44)

ADÃO E EVA (junho, 1990, Óleo e acrílico

sobre tela)

Quer saber mais?

Esta é uma das telas de Susan Bello, entre no endereço virtual e veja outras telas. http://www.spontaneouspainting.com/ptnpgobj0.htm

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 102

É muito comum ficarmos reticentes ou

embaraçados por expressar a alguém nosso afeto ou

dizer a uma pessoa que gostamos de algo nela. Não é

triste isso? Nosso medo de rejeição e ridículo nos

impede de viver nossa vida integralmente e a torna

desassociada de nossos sentimentos autênticos.

Incentive o amor-próprio - Perceba-se como

tendo valor intrínseco e tenha compaixão por suas

falhas.

Se começarmos valorizando o indivíduo e

ensinando-lhe a valorizar a si próprio em primeiro

lugar, estamos reconhecendo e ensinando amor-

próprio.

Temos sido condicionados a procurar nossas

necessidades fora de nós mesmos, inclusive o amor.

Quem preencherá o vazio de alguém que nunca teve a

oportunidade de aprender como amar e perdoar a si

mesmo? Primeiro, necessitamos ser nosso próprio

amante interior (V. Harms apud Bello, 2003, p.45)

Como posso amar maduramente e dar meu amor à

outra pessoa, se não desenvolvi esse amor primeiro

dentro de mim? Não posso dar o que não tenho ou não

vi.

Incentive as pessoas a serem diferentes.

Ensine-as como aceitar a crítica e o ridículo, que

sempre acontece quando se é diferente - Incentive

o comportamento nãoconformista e a abertura a novas

e inusitadas experiências. Certas técnicas e exercícios

de comunicação como, por exemplo, ensinar as pessoas

a acreditarem em si mesmas e a não definir sua

identidade nos termos das expectativas e críticas dos

outros, precisam ser discutidas e praticadas na sala de

aula. A expressão da visão individual, frequentemente,

encontra desaprovação, porque é inovadora. As

Dica da professora

Faça anotações para não esquecer detalhes importantes!

:: CRIAR:

Favorece o entendimento, o relacionamento e a significação.

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 103

pessoas se sentem desconfortáveis quando suas zonas

de conforto são ameaçadas pela mudança. A parte

nossa que necessita aceitação acha muito difícil receber

crítica e desaprovação de outros. A personalidade

criativa se sentirá confiante em provocar transformação

e defender suas ideias singulares e geralmente

visionárias.

Pessoas criativas têm ideias inovadoras e

originais. Essas ideias podem não ser óbvias para a

maior parte das pessoas e podem ser encaradas com

crítica e resistência no início. Proporcione uma

atmosfera criativa e motivadora, onde todas as ideias e

emoções possam ser livremente expressas sem

julgamento (a começar da autocrítica) ou medo de ser

ridicularizado por ser diferente. Nossas diferenças têm

de ser valorizadas.

Crie na sala de aula uma atmosfera de

aceitação, que admite as diferenças individuais e

encoraje as potencialidades a aparecerem e revelarem-

se espontaneamente.

Trabalhe com o medo da rejeição e do ridículo

das pessoas em parecerem tolas aos olhos dos outros.

Incentive as pessoas a encarar em seus

erros como parte do processo de aprendizagem –

No processo do crescimento pessoal, receber um “Não”

ou uma resposta incorreta é tão válido quanto receber

um “Sim”. O “Não” indica outras possibilidades.

Mantenha uma atitude de abertura e investigação às

perguntas. Não criamos espaço para mudanças quando

exigimos resposta certa.

Matamos o ímpeto criativo e o substituímos pelo

sentimento de terror por ganhar nota baixa.

Enfatizamos a necessidade de acertar a todo custo,

Quer saber mais?

“A convivência durante os momentos de criação é o mais importante quando se trabalha com arte e bebês; não existe o fazer certo ou errado.” (Holm, 2007, p. 31)

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 104

porque boas notas são mais importantes que a

habilidade de criar, explorar, arriscar, errar, aprender,

e tentar novamente. A personalidade criativa pode ter

medo de arriscar, porém tem a coragem de perseverar.

Coragem significa caminhar com o medo e com a

perseverança para realizar seus objetivos.

Esteja aberto a novas ideias.

Harmonize possibilidades complementares

- Incentive o modelo de pensar “além de” em vez de

“ou isso/ou aquilo”.

Como posso criar um espaço em minha vida

para fazer tanto X como Y? Crie uma solução que não

existia antes, integrando informações contraditórias

com um sentido novo. Faça uma abordagem mais

global.

Estamos educando gente que pode memorizar

informação, mas não sabe como pensar originalmente e

criar alguma coisa nova. As pessoas precisam ser

educadas para aprender como pensar. Precisamos

ensinar às crianças a pensar globalmente, vendo

interconexões e sistemas completos, em vez de

compartimentação. É também necessário educar as

crianças a terem em vista os efeitos de longo alcance

de suas próprias ideias e decisões. Quando

encorajamos respostas variadas e diferentes maneiras

de ver as coisas, estamos dando oportunidade para que

esse novo modelo de aprender e pensar possa

florescer.

Pense em termos de unir duas ou mais

possibilidades para criar uma terceira. Pode não ser

minha ideia ou sua ideia, mas uma solução ou

sugestão, harmonizando várias ideias e possibilidades.

O NOVO CAMINHO (agosto, 1988, acrílico sobre

tela)

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 105

Aprenda que o caos é uma fase natural do

processo criativo e confie em seu processo - O

caos é uma reorganização das ideias para alcançar um

nível superior de complexidade e consciência.

(Prigigone apud Bello, 2003, p. 53) Temos medo ou

somos impedidos de viver a vida completamente. O

medo nos sentencia a permanecer em nossa zona de

segurança e a não nos aventurar fora dela.

Experimente o sentimento de existir na fronteira

incômoda do crescimento e dê boas–vindas às

mudanças. Na educação simbólica, a morte e a

destruição significam novos começos.

Isso cria um estado de ansiedade, porque as

pessoas não foram ensinadas a confiar ou acreditar que

um nível mais profundo de percepção está guiando

suas ações. Aprenda como abandonar o processo de

consciência racional para que outros estados de

consciência fiquem liberados.

Temos de estar preparados para enfrentar o

desconhecido e o caos, aprender a confiar no processo

criativo e aceitar viver em situações ambíguas,

observando-as com equilíbrio.

Espalhe citações interessantes na sala de

aula para estimular pensamentos profundos e

discussão - “Você é seu próprio amigo e seu próprio

inimigo.” (Bhagavad Gita in Bello, 2003, p. 54) Discuta

em grupo o que isso significa. Abra um espaço para

comunicação pessoal na sala de aula.

Ajude os estudantes a escreverem suas próprias

afirmaçãoe positivas e mensagens inspiradoras e

coloque-as pela sala.

Acostume-se a enfrentar as dificuldades e

as alegrias da vida com equilíbrio e desapego - A

Quer saber mais?

Bello (2003, p. 54) sugere outras frases capazes de estimular o pensamento profundo e a discussão em grupo: “Confio em minhas habilidades intuitivas.”

“Tudo que acontece em minha vida é para melhor. Mesmo o desafio que aparece me ajuda a crescer. Cada tempestade fortalece minhas raízes.” “Meu compromisso na vida é ser autêntico comigo mesmo.”

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 106

vida nunca ficará, de repente, sem problemas. Cada dia

sempre traz suas alegrias e frustrações. Como podemos

nos exercitar a ver tanto as coisas boas quanto as más

num estado mais equilibrado de consciência? Muitos

estímulos externos influenciam nossos sentidos a cada

momento, mas permanecemos observadores calmos,

trilhando o caminho do meio.

O melhor exercício que conheço para disciplinar

a mente e mantê-la centrada é a meditação. A prática

da meditação nos ensina como observar nossos

pensamentos e não reagir aos pensamentos limitadores

e aos indesejáveis dramas internos que direcionamos e

produzimos.

Desenvolvendo a consciência observadora, não

ficamos à mercê de qualquer encanto compulsivo ou de

estímulos externos. Praticamos concentrando-nos em

um ponto, o que é muito difícil, porque a mente está

acostumada a responder a variados estímulos que

aparecem e desaparecem por todos os lados. Usamos a

respiração como nosso foco de concentração.

Concentramo-nos na inspiração e na expiração.

Compreenda os sentimentos induzidos

pelos outros - Sentimentos induzidos são sentimentos

ou reações que os alunos estimulam no professor,

através de seus comportamentos verbais e nãoverbais.

As pessoas, frequentemente, projetarão seus

sentimentos e necessidades no líder do grupo.

Nosso objetivo não é condenar ou punir alguém,

mas entender. Que sentimentos estão sendo induzidos

em mim, e por que essa pessoa está agindo dessa

maneira?

Temos algumas abordagens para trabalhar com

sentimentos induzidos em nós. Uma é desenvolver

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 107

nosso observador atento. Uma outra prática é

identificá-los, entender de onde vem, entender o que

significam.

Dissolvemos a negatividade recontextualizando-

a, em vez de atacá-la.

Relaxe a voz interior da mente crítica - A

autocrítica é um dos maiores bloqueios aos esforços

criativos. Por meio da observação, e não da reação,

diminuímos a intensidade do poder da autocrítica sobre

nós.

Todos nós temos uma autocrítica. Muitas

pessoas podem sentir-se aliviadas em saber que elas

não são as únicas que têm uma autocrítica. Abrindo um

espaço para compartilhar, num nível emocional,

entendemos que a autocrítica existe em cada um de

nós.

Talvez seu crítico seja tão exigente, porque não

recebeu amor e carinho suficiente. Aprenda a amar

tudo o que você gera. Receba as mensagens de seu

crítico interno com pensamentos amorosos e observe o

efeito que isso tem em dissolver o poder cáustico de

suas palavras críticas. Fazendo isso, uma pessoa pode

testemunhar a crítica e não reagir a ela.

O educador pode ajudar seus estudantes,

fazendo com que expressem seus sentimentos e

ajudando-os a observar quais são os pensamentos

limitadores.

Nachmanovitch (1993) diz que existem dois

tipos de críticas: a construtiva e a obstrutiva.

A crítica construtiva ocorre

paralelamente no tempo da criação, na

forma de um feedback contínuo, uma es

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 108

pécie de trilho paralelo consciente que

facilita a criação. A crítica obstrutiva

atua perpendicularmente à linha de

ação, interpondo-se antes (bloqueio)

ou depois (rejeição ou indiferença) da

criação. A habilidade de um pessoa

criativa está em ser capaz de perceber

a diferença entre os dois tipos de

crítica e cultivar a crítica construtiva.

(p. 124)

Conheça e respeite seus limites. Faça-os

serem compreendidos - Necessitamos praticar como

estabelecer limites internos e limites externos.

Estabelecer limites internos significa dizer não aos

pensamentos que queremos transformar. Chamo-os de

pensamentos limitadores. Podemos começar a

estabelecer nossos limites interiores dizendo não a

esses velhos e destrutivos padrões, que nos mantêm

infelizes numa prisão feita por nós mesmos. Não

queremos atacar-nos a nós mesmos ou identificar-nos

com esses pensamentos limitadores.

Nossos limites são estabelecidos em nossas

primeiras reações a necessidades de sobrevivência.

Eles são definidos como resultado do tratamento que

recebemos das primeiras pessoas que tomaram conta

de nós e do ambiente.

Incentive os alunos a colocarem em palavras

suas necessidades emocionais e físico-materiais, sem

brigar ou jogar a culpa no outro. Conseguir que as

pessoas conversem sobre seus sentimentos significa

criar um espaço seguro, onde elas não serão julgadas

por estarem certas ou erradas. Quando entendemos

enfaticamente por que as pessoas fazem certas coisas e

não as julgamos por isso, estamos agindo com paixão.

Encontre alternativas para o estilo não

tradicional de ensino - É importante que o educador

trabalhe em comunidade, com colegas de mentalidade

parecida e receba apoio. É uma tarefa formidável

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 109

confrontar esses vastos mecanismos antigos que

resistem a mudanças. A educação é somente uma parte

de um processo maior de instituições culturais em

declínio, necessitando renovação. As pessoas

interessadas em moldar novas maneiras de

pensamento, diferentes do modelo tradicional,

precisam olhar o modo como pensamos e promover

diferentes maneiras de pensar – intuitiva, imaginativa,

emocional, corporal, artística – incorporando-as de

forma integrada às lições acadêmicas. Lembre-se de

que o desenvolvimento da personalidade criativa dos

estudantes é nosso desafio atual:

Encoraje as características da personalidade

criativa;

Brainstorm com seus colegas: como posso

desenvolver as características da

personalidade criativa em minha sala de aula?

De que maneira posso trazer a educação

emocional para minha sala de aula?

É hora de olhar para a maneira como ensinamos

a criança a pensar. De muitas maneiras, reduzimos a

aprendizagem a fazer trabalhos escritos, memorização

e a pensar em abstrações que nos distanciam de

experiências palpáveis e reais. Este tipo de

aprendizagem confina a criança a aprender na sala de

aula e a estar presa a outros procedimentos “normais”

que estão profundamente enraizados e mantêm o

modelo patriarcal. Precisamos preparar-nos para o

século XXI.

Confie na voz de sua intuição – Reconheça o

fato de que sua intuição existe. Reconheça que ela é

uma forma válida de conhecimento, que necessita ser

explorada e cultivada. Torne-se mais sensível para

reconhecer quando a intuição está ocorrendo.

Quer saber mais?

A técnica “Brainstorming” (Tempestade de ideias) foi criada por A. Osborn (1953)

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 110

O aprendizado criativo estimula respostas

variadas. Pratique a técnica de Brainstorming - De

quantas maneiras você pode se imaginar fazendo...?

Comece fazendo brainstorming com uma lista de todas

as possibilidades que aparecem como resposta. Nosso

objetivo é conseguir uma nova perspectiva, algo que

não tinha sido considerado nem visto antes.

Não censure as ideias que surjam do fluxo da

consciência, pois, assim, você obstruirá a corrente.

Nesse estágio de brainstorming, não avaliamos, apenas

registramos toda e qualquer ideia relacionada com o

assunto.

Ensine o conceito de que todas as formas

de vida estão inter-relacionadas

Julgamo-nos independentes e superiores a

outras formas de vida. Vivemos num sistema

antropocêntrico, em vez de um sistema ecologicamente

orientado. Antes de sermos educados para uma nova

ordem econômica, talvez tenhamos de ser educados

sobre o que realmente significa ser um ser humano.

Podemos começar procurando entender o

conceito de interesse próprio versus interesse no bem-

estar da vida. O que é viver num país saudável?

Alguns exemplos de tópicos de brainstorming

seriam:

Descobrir novas opções para trabalhar num

modelo não autoritário;

Mostrar meu trabalho criativamente;

Expressar meu afeto por alguém;

Ensinar e integrar aprendizagem emocional e

cognitiva ao meu conteúdo escolar;

Criar uma solução para um problema ou situação

X;

Desenhe um objeto a partir de seis pontos de vista

diferentes – imagine olhar para ele de cima, de

baixo, dos lados, a distância, de perto, com luz e sombra.

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 111

Nós salvamos aquilo que amamos. Como

tratamos aquilo que amamos?

Existe um conceito filosófico que diz que há uma

energia unindo todos os seres vivos, apesar da

aparente diversidade. Amor universal promove um

sentimento de afeição, de respeito e de solidariedade

com a força vital da criação.

Persiga sua paixão.

“Siga aqueles interesses que instilam satisfação,

dedicação, paixão e prazer em você” (J. Campbell in

Bello, 2003, p. 65). Quando você persegue esse

caminho, se conecta com seu coração, sua essência

divina e seu propósito único de vida. Quando você

seguir sua voz interior e alimentá-la, ela lhe dirá o que

é preciso fazer em sua vida.

Seguindo a voz do coração, alinhamo-nos com o

processo criativo, a pulsação do coração do universo.

Quando as pessoas sentem como se estivessem

encontrado seu caminho na vida, que estão fazendo

aquilo para que foram designadas, então pode-se dizer

que encontraram seu objetivo existencial.

Dica da professora

Parabéns, você está chegando ao final de mais uma aula. Consulte o material das aulas, novamente, sempre que precisar reciclar seus conhecimentos.

Susan Bello (2002), em seu livro, fala da criação da

técnica “Pintura Espontânea” e sua importância para

o desenvolvimento do potencial criativo.

Inicialmente, esta técnica se aplicava à arteterapia,

mas atualmente se desenvolve em oficinas criativas.

O que é Pintura Espontânea? Qual o objetivo

desta técnica criada por Susan Bello?

A Pintura Espontânea é um trabalho pioneiro no

campo da Terapia Expressiva, introduzido no Brasil

pela sua criadora, a arteterapeuta e PhD Susan

Bello. É um processo de autotransformação e uma

abordagem em arteterapia, que desenvolve a

personalidade criativa e alinha a pessoa com a essência, sua verdadeira identidade.

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 112

Vivencie suas emoções

Diminua a distância entre o dedo e a lua

Penetre no arco-íris, no espectro da luz

Dialogue com seu inconsciente

Abra um outro canal pra língua sem palavras

Mostre o que existe por debaixo dos panos

Monte a sua tela

Risque, arrisque corajosamente

Renasça, semeie e replante

Explore seu potencial criativo

Dance seu corpo-mente-espírito

Contacte o seu sonho

Nutra sua criança interior

Siga a intuição

Medite

Entregue a si mesmo

Esclareça os limites

Seja seu Van Gogh

Pinte espontaneamente.

(Oscar Caiado)

FONTE:

http://www.spontaneouspainting.com/pproposta.html

O processo da Pintura Espontânea objetiva:

Estimular a inteligência criativa, pelo engajamento

em várias atividades como pintura, escrita criativa,

visualizações, formas de expressão corporal,

meditação e outras vias de estimulação do

pensamento criativo;

A familiarização de vários estados de consciência,

inteligências naturais e sistemas de linguagem

além daqueles da percepção racional e da

intelectual como, por exemplo, cinestésica,

emocional, intrapessoal, interpessoal, musical,

linguística, lógica, espacial (espaço-temporal) e

espiritual;

Promover oportunidades aos participantes de

transmitir para a tela as emoções que vivenciam

em um nível inconsciente, despertando a auto-

consciência;

Encorajar as pessoas no desenvolvimento de um

"lócus" interno de controle, de forma que tenham a

autoconfiança para explorar o que atrai sua voz

intuitiva, e maior compreensão de suas vocações e

de seus propósitos de vida;

Facilitar o desenvolvimento criativo e espiritual do

Ser Total.

Quando a consciência não está dominada pela razão,

podemos desenvolver nossos potenciais e múltiplas

inteligências através da expressão criativa, tais

como inteligência corporal, emocional, intuitiva,

criativa, espiritual e simbólica.

(http://www.spontaneouspainting.com/ptnpgobj0.ht

m) 10/10/08 02:52h

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 113

EXERCÍCIO 1

O que é “Pintura Espontânea” segundo Susan Bello?

( A ) É um mapa e uma abordagem em arteterapia,

que desenvolve a personalidade criativa e alinha a

pessoa com a essência, sua verdadeira

identidade;

( B ) É um processo que bloqueia o desenvolvimento

da personalidade criativa e alinha a pessoa com a

essência, sua verdadeira identidade;

( C ) É um processo que desenvolve a personalidade

criativa e desalinha a pessoa com a sua essência;

( D ) É um processo inibidor da personalidade criativa e

desalinha a pessoa com a essência, sua

verdadeira identidade;

( E ) É um processo de autotransformação e uma

abordagem em arteterapia, que desenvolve a

personalidade criativa e alinha a pessoa com a

essência, sua verdadeira identidade.

EXERCÍCIO 2

Coloque (V) para as frases verdadeiras e (F) para as

frases falsas. São objetivos da técnica “Pintura

Espontânea”:

(oba) Estimular a inteligência criativa, pelo

engajamento em várias atividades como pintura,

escrita criativa, visualizações, formas de expressão

corporal, meditação e outras vias de estimulação do

pensamento criativo;

(oba) A familiarização de vários estados de consciência,

inteligências naturais e sistemas de linguagem além

daqueles da percepção racional e da intelectual como, por

exemplo, cinestésica, emocional, intrapessoal, interpes-

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 114

soal, musical, linguística, lógica, espacial (espaço-

temporal) e espiritual;

(oba) Promover oportunidades aos participantes de

transmitir para a tela as emoções que vivenciam em

um nível inconsciente, despertando a autoconsciência;

(oba) Encorajar as pessoas no desenvolvimento de um

"lócus" interno de controle, de forma que tenham a

autoconfiança para explorar o que atrai sua voz

intuitiva, e maior compreensão de suas vocações e de

seus propósitos de vida;

(oba) Facilitar o desenvolvimento criativo e espiritual

do Ser Total.

EXERCÍCIO 3

O que Susan Bello fala sobre relaxar a voz interior da

mente crítica.

Encontrar alternativas para o estilo nãotradicional de

ensino.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

EXERCÍCIO 4

Qual direcionamento você achou mais importante?

Justifique a sua escolha.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

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____________________________________________

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 115

RESUMO

Vimos até agora:

Ao trabalhar com as técnicas expressivas,

estamos favorecendo uma educação criativa

e, consequentemente, trabalhando o lado

emocional, educando emocionalmente;

Os direcionamentos sugeridos por Susan Bello

favorecem o exercício das características que

compõem a personalidade criativa;

A pintura espontânea é uma técnica que tem

como objetivo:

Estimular a inteligência criativa, pelo

engajamento em várias atividades como

pintura, escrita criativa, visualizações,

formas de expressão corporal, meditação e

outras vias de estimulação do pensamento

criativo;

A familiarização de vários estados de

consciência, inteligências naturais e

sistemas de linguagem além daqueles da

percepção racional e da intelectual como,

por exemplo, cinestésica, emocional,

intrapessoal, interpessoal, musical,

linguística, lógica, espacial (espaço-

temporal) e espiritual;

Promover oportunidades aos participantes,

de transmitir para a tela as emoções que

vivenciam em um nível inconsciente,

despertando a autoconsciência;

Encorajar as pessoas no desenvolvimento de

um "lócus" interno de controle, de forma

que tenham a autoconfiança para explorar o

que atrai sua voz intuitiva, e maior compreen-

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Aula 5 | Educação emocional e a personalidade criativa 116

são de suas vocações e de seus propósitos

de vida;

Facilitar o desenvolvimento criativo e

espiritual do Ser Total.

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Atividades Práticas I

Dina Lúcia Chaves Rocha

AU

LA

6

Ap

res

en

taç

ão

Nesta parte do caderno, sugerimos atividades práticas, vivências,

técnicas expressivas que possibilitarão exercitar a sua criatividade

e, quando aplicadas exercitar a criatividade de seus alunos.

Em primeiro lugar, se familiarize com as técnicas, vivencie cada

uma delas, trabalhe com seus sentimentos, suas sensações, com

a sua imaginação criativa, com o seu pensamento criativo,

produza criativamente. Assim, estará pronta para ter mais êxito

ao aplicar estas técnicas em seus alunos.

Nesta aula, teremos a oportunidade de entrar em contato com a

prática e abrir espaço para a teoria aprendida.

Fizemos uma pesquisa sobre os materiais mais utilizados em

escolas (aulas de artes, aulas de arte-educação, aulas criativas),

ateliês arteterapêuticos, consultórios, instituições, entre outros.

Para realizar as técnicas sugeridas, usaremos muitos materiais

desta lista.

Sugerimos algumas formas de aplicar o relaxamento. Muitos são

os autores que afirmam a eficácia de um relaxamento antes de

uma atividade expressiva para abrir a mente e deixar as ideias

fluírem.

Enquanto professores, arte-educadores, arteterapeutas, devemos

criar um clima propício e acolhedor. Neles os materiais utilizados

funcionam como possibilitadores da comunicação e da expressão.

Devemos favorecer, criar meios e dar condições!

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Identificar os materiais mais utilizados, perceber as suas

diferenças e a importância de cada um na construção de uma

atividade;

Vivenciar as técnicas sugeridas e criar um conceito sobre elas,

baseado na teoria vista anteriormente;

Criar atividades a partir das sugestões vivenciadas.

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Aula 6 | Atividades práticas I 118

Lista de materiais mais utilizados

Papéis / Folhas

Papel ofício, papel A4 (várias cores), papel A3,

papel crepom, papel vegetal, papel glacê, papel seda,

papel metalizado, papel celofane, papel pedra, papel

craft, papel alumínio, folhas de lixa, papel vegetal,

cartolina, papelão, papel 40 kg, papel pardo, mistura

para papel machê, papel camurça, folha de acetato.

Material Seco

Lápis de cor, lápis grafite (B/HB/H), giz de cera,

pastéis a óleo, pastéis a seco, canetas hidrográficas,

lápis de carvão, bastão de grafite.

Tintas

Aquarela, guache, tinta acrílica, tinta para

pintura a dedo, cola colorida, anilina, nanquim, betume,

tinta vitral, tinta de tecido, tinta plástica, tinta PVA,

pigmentos em pó e líquido (tipo xadrez) de várias

cores.

Materiais Tridimensionais

Argila, massa de modelar, plastilina, massa de

biscuit, sucata.

Para Colagem

Revistas, jornais, tecidos, TNT, EVA, purpurina,

gliter, lantejoulas, contas, miçangas, canutilhos, fitas,

barbante, lã, linha, fotos, todos os tipos de papéis

mencionados anteriormente.

Dica da professora

Os papéis são, muitas vezes, utilizados como base para os trabalhos expressivos. Se for utilizar por cima do papel um material líquido, pastoso, úmido, tenha o cuidado de utilizar um papel capaz de suportar, que não desmanche com facilidade.

Lista de materiais mais utilizados 118 Atividades práticas 119

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Aula 6 | Atividades práticas I 119

Materiais Complementares

Pincéis, brochuras, espátulas, tesouras, estilete,

cola, goma, durex, fita dupla face, borracha, atadura

gessada, rendas, flores e folhas secas, canudo, areia

(várias cores), conchas, pedrinhas de aquário.

Atividades Práticas

As atividades expressivas são aquelas

que melhor permitem a espontânea

expressão das emoções, que dão mais

larga oportunidade para os afetos

tomarem forma e se manifestarem,

seja na linguagem dos movimentos,

dos sons, das formas e das cores.

(Nise da Silveira, 1994, p. 13)

Para reunir essas atividades/técnicas, nos

utilizamos de vários autores como Virgolim, Fleith &

Pereira (2003), Liebmann (2000), Reis (2004), Kohl &

Solga (2001), Kohl & Gainer (2002) e muitas atividades

vivenciadas, criadas e transformadas pela autora deste

caderno.

ATIVIDADES COM RELAXAMENTO

Estas atividades com relaxamento servem para

iniciar qualquer trabalho criativo que, além de relaxar,

mobilizam sentimentos e favorecem o fluxo do

pensamento criativo.

Relaxamento simples

Sempre que for trabalhar com visualização e

exercícios de imaginação, comece com esta técnica de

relaxamento:

Sentado ou deitado, procure uma posição

confortável para o seu corpo;

Quer saber mais?

“Atividades criativas ampliam as possibilidades de desenvolvimento tanto da criança quanto do adulto.” (Holm, 2007, p. 95)

Importante

Os relaxamentos mais simples trabalham apenas com a respiração. O individuo é convidado a se conscientizar da sua respiração para melhor controlá-la.

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Aula 6 | Atividades práticas I 120

Feche os seus olhos e passeie pelo seu corpo

com sua mente. Observe cada parte do seu

corpo com muita atenção;

Tente identificar se há alguma parte do seu

corpo que esteja incomodada, tensa ou

dolorida. Se houver, preste atenção nessa

parte e converse mentalmente com ela,

pedindo-lhe que relaxe, que se solte

completamente. Sinta que seu corpo lhe

obedece mansamente e que a tensão começa

a sumir. Você sente o corpo cada vez mais

pesado, como se fosse afundar no chão.

Quando sentir que seu corpo se aquietou,

esqueça-o;

Observe agora sua respiração. Como ela se

apresenta? Lenta ou apressada? Com que

parte do seu corpo você respira? Em que local

você percebe sua respiração? Ponha sua mão

direita no local do seu corpo onde você

respira. Fique assim por uns instantes;

Agora, ponha sua mão direita na sua barriga,

um pouquinho abaixo do umbigo. Traga sua

respiração para este local. Sinta o ar

empurrando sua barriga para cima quando

você inspira e para baixo quando expira.

Respire 10 vezes pela barriga, imaginando

cada número à medida que inspira e expira:

um, dois, três, quatro... Quando completar a

contagem, esqueça sua respiração que

permanece na barriga;

Com o corpo e a respiração bem calminhos e

suaves, fique quieto por um tempinho. Se

surgirem pensamentos na sua mente, deixe

que eles entrem e saiam. Apenas observe;

Aos pouquinhos, quando der vontade, comece

a mexer com seu corpo suavemente, abrindo

os olhos e levantando-se. Tudo isso bem

devagar, em silêncio e com muita calma.

Dica da professora

O ambiente deve ser arejado, limpo, amplo, sem barulhos externos ou cheiros fortes. Lembre-se de que muitos estímulos poderão funcionar como empecilho para o relaxamento, estude o ambiente antes de começar e veja se tem algo que poderá comprometer o seu trabalho. Se preferir, a luz (claridade) pode ser reduzida. Você poderá, ainda, optar pelo uso de uma música calma e suave para conduzir o relaxamento.

Importante

Cada pessoa tem um movimento diferente da outra. Cada membro do grupo é singular e único. Uns relaxam mais, se entregam mais...

outros menos. Uns levam mais tempo para relaxar... outros menos tempo. Uns voltam mais rápido do relaxamento... outros levam mais tempo. Uns se sentem mais criativos após o relaxamento... outros nem tanto! Aprenda a aceitar os diferentes movimentos e fique atento(a) a todos eles!

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Aula 6 | Atividades práticas I 121

Relaxamento e passeio pelo arco-íris

Feche os olhos, respire profundamente e relaxe

o corpo.

Vamos embarcar em um arco-íris e fazer uma

linda viagem pelo mundo das cores. Procure estar

atento às sensações que surgirem e a todas as imagens

que se formarem na sua mente, enquanto viajamos

pelo mundo das cores.

Imagine que de repente, você ganhe um lindo

par de asas, assim como os anjos. De posse dessas

asas, você pode voar bem alto, para o meio das

nuvens. Você está voando agora. Está se sentindo

leve... feliz... tranquilo... Bem na sua frente aparece

um arco-íris. Ele é tão bonito e suas cores tão vibrantes

que você não resiste e... mergulha nele, bem na cor

vermelha. Agora tudo em volta de você é puro

vermelho, forte, grandioso. Observe bem esse espaço

vermelho onde você está agora. O que você sente? A

cor vermelha lembra... Como é estar no vermelho?

Continue andando por esse mundo vermelho... Preste

atenção, pois o vermelho está se transformando... Você

está mudando de faixa no arco-íris. Agora tudo está

ficando... laranja. Observe bem a cor laranja. Que

sensações essa cor lhe transmite? Qual o sentimento de

estar no laranja? Pense em alguns objetos ou coisas

que tenham essa cor. Olhe para as suas mãos. Você

tem um pincel na mão neste momento. O que você

pintaria de laranja? O laranja é engraçado e divertido.

Brinque na faixa laranja do arco-íris... Ao seu lado, eis

que surge uma lata de tinta, aberta. Você pega o pincel

e mergulha na lata... Quando o retira, vê que ele está

molhado de tinta amarela. Tudo agora é amarelo. Você

mudou novamente de faixa no arco-íris. Observe o

amarelo. Veja como é forte essa cor. Como você se

sente em um mundo amarelo? Quais são seus

pensamentos? Qual é a coisa mais amarela que você

Importante

Mantenha a sua voz suave e firme durante todo o relaxamento. Qualquer mudança no tom da sua voz será percebida pelas pessoas que estão sendo relaxadas. Calcular o tempo necessário para a atividade vai te deixar mais seguro(a) para desempenhar o seu papel. Perceber que o tempo está acabando pode fazer com que você acelere a leitura e as pessoas tenham uma percepção desagradável e entendam este momento como angustiante e não agradável e

relaxante. A forma como as atividades são propostas e oferecidas nos garante se ela vai ser bem-sucedida.

Importante

Muitos são os

autores que acreditam que o relaxamento favorece o fluxo criativo.

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Aula 6 | Atividades práticas I 122

conhece? Quais os sentimentos que são amarelos? Que

animais deveriam ser amarelos? Mais uma vez tudo

começa a mudar de cor. Olhe bem à sua volta e veja a

nova cor que chega. É o... verde. Quais são os

sentimentos verdes? E o gosto do verde, qual é? Como

você se sente em um espaço totalmente verde? A cor

verde acalma, traz silêncio. Nesse momento, a calma

toma conta do local onde você está. Bem devagar, você

percebe que está mudando de faixa no arco-íris,

novamente. O verde vai embora e dá espaço para o...

azul. Que delícia... Que tranquilidade... Agora você

entende por que as pessoas falam “está tudo azul”!

Que emoções você sente nesse mundo azul? Que

pessoas você acha que deveriam morar em um mundo

azul? Que objeto, coisa, elemento ou ser, que são

azuis, você mais gosta de olhar? O azul começa a se

transformar. Nova cor está chegando. Sua viagem pelo

arco-íris continua. O mundo começa a ficar... roxo. O

roxo é a cor que surge quando misturamos o azul com

o vermelho. É uma cor forte, vibrante, com cara de...

Se você fosse desenhar um rosto para a cor roxa, como

ele seria? Quais são os seus sentimentos na faixa roxa

do arco-íris? Quais seriam seus pensamentos? O roxo

começa a se modificar. Você vai conhecer agora a

última faixa do arco-íris. É como se gotinhas brancas

começassem a cair na faixa roxa e ela se transformasse

em... lilás. O lilás é tão clarinho que, às vezes, se

confunde com o branco. Você está nessa faixa lilás. O

que você sente? Que pensamentos chegam à sua

mente? Qual a emoção nesse momento? Qual é a cara

do lilás? Quem é lilás? Que objetos a cor lilás lhe faz

lembrar?

Agora sua viagem pelo arco-íris chegou ao fim.

Escorregue nele, como se fosse um enorme

escorregador colorido, e chegue à Terra. Ponha os pés

no chão e observe à sua frente. Há um objeto no final

do arco-íris. Ele é seu. Pegue-o e vá embora.

Importante

Sempre que utilizar um relaxamento que conduz a algum lugar, fique atento (a) ao tempo que você tem. Você deve conduzir calmamente na ida e na volta. Sempre que levar alguém a algum lugar... traga de volta!

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Aula 6 | Atividades práticas I 123

Lentamente, volte ao local onde está, abrindo os

olhos e mexendo o corpo, bem devagar e em silêncio.

Procure se lembrar de todas as sensações que

você teve em seu arco-íris e, sem palavras, faça um

desenho do que mais gostou em sua experiência e o

que encontrou no final do arco-íris. Depois compartilhe

essa experiência com alguém.

Abaixo, seguem sugestões de outras tarefas que

podem ser realizadas após o exercício do arco-íris. Você

também pode inventar alguns exercícios a partir de

suas próprias ideias.

SUGESTÕES

Pegue uma folha de papel em branco e pinte.

Pinte todas as cores que você visitou no arco-

íris. Pinte do jeito que quiser, usando as

formas que quiser.

Tente fotografar um arco-íris.

Faça uma pesquisa científica sobre o arco-íris.

Descubra que fenômenos da natureza

promovem esse espetáculo tão bonito.

Com as três cores primárias (azul, amarelo e

vermelho), realize experiências misturando

cores e observando o resultado. Experimente,

brinque, invente cores diferentes.

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Aula 6 | Atividades práticas I 124

Procure na natureza as cores do arco-íris.

Registre esses dados com fotos ou com os

próprios objetos/elementos que você

encontrar.

MINHAS ANOTAÇÕES

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

RELAXAMENTO E VISUALIZAÇÃO COM MÚSICA

Use os seguintes recursos para este exercício:

Um aparelho de som, fitas ou CDs com

diferentes estilos de música como música

popular, clássica, sertaneja, músicas suaves,

alegres, tristes.

Use também papel, lápis de cor, giz de cera,

canetas coloridas, tinta, o que quiser para

pintar e desenhar.

Passo 1: Escolha três músicas com estilos bem

diferentes como, por exemplo, uma música suave,

outra agressiva e outra em ritmo alegre.

Passo 2: Procure uma posição confortável e

faça um relaxamento (como o sugerido no relaxamento

simples).

Passo 3: Após o exercício de relaxamento, ouça

a primeira música selecionada. Se preferir, coloque a

música duas vezes para tocar; procure escutar com

muita atenção a melodia, tente “viajar”, “entrar”,

“perceber” o sentido da canção, o que ela representa

para você.

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Aula 6 | Atividades práticas I 125

Passo 4: Ao término das duas apresentações da

primeira música, em silêncio, desenhe a música que

escutou. Procure colocar no desenho toda a emoção

que a música despertou em você.

Passo 5: O mesmo procedimento deverá ser

realizado com as outras duas músicas escolhidas. Ao

final, coloque seus desenhos na parede e comente suas

experiências com alguém ou escreva as sensações que

elas lhe causaram.

1ª Música

2ª Música

3ª Música

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Aula 6 | Atividades práticas I 126

A lojinha mágica

Procure uma posição bem confortável e se

prepare para mais uma viagem ao mundo da fantasia...

Deixe seu corpo ficar bem leve... leve... tão leve que

você se sente como uma pena... E você vai subindo

pelo céu até chegar a uma nuvem... Deite-se na

nuvem... Sinta que ela o envolve completamente, e

uma sensação de segurança e liberdade toma conta de

você... A nuvem o leva para uma viagem muito

agradável pelo céu... Você, deitado, consegue ver bem

a paisagem lá em baixo... os rios... os campos... o

verde das plantações... o mar... Você sente uma brisa

gostosa, o calorzinho do sol... e continua seu passeio...

Mas aos poucos a paisagem vai mudando... e você

começa a ver sinais de queimadas lá em baixo... A

paisagem torna-se sombria, escura, triste... E você

percebe que a vida, toda a vida do mundo, acabou.

Apenas você restou, lá em cima, observando tudo...

Você sabe que alguma coisa precisa ser feita... De

repente, você enxerga lá em baixo as luzes de uma

cidadezinha... Luzes que lhe chamam a atenção, como

se alguma coisa muito diferente pudesse estar

acontecendo naquela cidadezinha... A nuvem começa a

abaixar e você dá um sinal mental a ela para ir até o

chão... Você desce da nuvem e começa a andar,

olhando tudo ao seu redor. Como é essa cidade? O que

você observa? Você continua a andar... segue por uma

ruazinha... até que uma luz saindo de uma casa chama

sua atenção... Você se aproxima e percebe que é uma

lojinha... Na frente há uma vitrine... Chegue perto,

passe a mão na vitrine para enxergar melhor o que

está lá dentro... De repente, a porta se abre com um

barulhinho... e sai lá de dentro um velhinho muito

simpático... Ele olha para você com um sorriso nos

lábios, e se aproxima... Ele está dando boas-vindas, e

diz: “Que bom que você chegou! Eu estava justamente

esperando por você! Venha, entre, vou lhe mostrar

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Aula 6 | Atividades práticas I 127

minha loja...” E você entra na lojinha, muito curioso(a)

sobre o que está lá dentro... E o velhinho continua a

falar: “Você viu que o mundo acabou, não é mesmo?

Toda a vida foi exterminada do planeta Terra, e você foi

a única pessoa que sobrou... Mas nem tudo está

perdido... Na verdade, eu venho de um outro planeta, e

fui designado para uma missão muito importante:

ajudá-lo a salvar a Terra. Você é a única pessoa que

pode fazê-lo. Para isso, você vai escolher um objeto

aqui na minha lojinha... Esse objeto que você escolher

vai ajudá-lo a trazer a vida de volta ao seu planeta ...

Vá, olhe tudo e faça sua escolha...”. Você então começa

a olhar em volta, e percebe que a loja tem dezenas de

prateleiras, cheias dos mais diferentes objetos... Você

anda pela loja, e observa que ali existem todos os

objetos que sua imaginação é capaz de pensar...

objetos do presente, do passado, e mesmo do futuro...

Caixinhas de sentimentos... Passe um tempo olhando

cada coisa, suas formas e cores, sua textura, sabor...

Olhe tudo com cuidado e faça sua escolha... Qual

desses objetos poderá ajudá-lo em sua missão?

Quando você sentir que está diante do objeto certo,

pegue-o, e leve-o até o velhinho. Mostre a ele o objeto,

e diga-lhe que esta é a sua escolha... O velhinho olha

para você, e com um sorriso, diz: “Você fez a escolha

certa! Eu sabia que poderia contar com você! Mas para

levar esse objeto, você deve deixar alguma coisa em

troca, desde que não seja dinheiro.” Então você pensa:

o que poderá dar ao velhinho em troca do objeto que

vai lhe ajudar a salvar o mundo? Pense no que você

poderia dar a ele e faça a troca... O velhinho fica muito

contente e vocês se despedem um do outro... Você sai

da loja, carregando seu objeto... e faz o mesmo

caminho de volta... Chega até a nuvem, que estava lhe

esperando... Sobe na nuvem... Ela carrega você de

volta aos mesmos locais por onde havia passado...

Sinta que o objeto que você traz consigo começa a

fazer efeito... A vida lentamente volta ao que era

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Aula 6 | Atividades práticas I 128

antes... Você pede então à nuvem que sobrevoe sua

cidade... Você vê sua casa... Vê as pessoas das quais

você gosta... Sente que finalmente a paz volta a

reinar... A nuvem então sobrevoa esse local e você

pede a ela que desça até onde você se encontra

agora... Sinta que você volta ao seu corpo... Sinta cada

músculo do seu corpo, mexa as mãos, os pés... Quando

sentir que é seu momento, abra os olhos bem

devagar... Não converse.

Pegue lápis de cor ou canetinhas hidrocor e

faça um desenho do objeto que você trouxe

para salvar o mundo.

Compartilhe sua viagem e seus sentimentos

com outras pessoas.

ATIVIDADES DIVERSAS

Sentenças incompletas

Complete as seguintes sentenças sobre você e

seus sentimentos:

A coisa que eu mais gosto que as pessoas

notem em mim é ______________________.

Eu gostaria que meus alunos _____________

____________________________________.

Eu gosto de __________________________.

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Aula 6 | Atividades práticas I 129

Eu gostaria de estar ________________

____________________________________.

Eu sei que posso ______________________

____________________________________.

Eu não posso _________________________.

Eu me imagino fazendo _________________

____________________________________.

Eu admiro uma pessoa _________________

____________________________________.

Acho muito engraçado __________________

____________________________________.

Usos diferentes

Pense e escreve o maior número de usos

possíveis:

Uma Revista

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

Fio de Telefone

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

Porta Copos

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

Bolinhas de isopor

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

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Aula 6 | Atividades práticas I 130

Semelhanças e diferenças

Liste o maior número possível de semelhanças e

diferenças que pode haver entre:

Lobo Mau e Papai Noel

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

O Fantástico e a Novela das Oito

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

A Moto e o Helicóptero

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

O Bandido e o Padre

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

O Médico e o Professor

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

Fazendo analogias

Fazer analogia significa comparar duas coisas

que são diferentes, buscando o que poderiam ter em

comum.

Solte a sua imaginação e complete as sentenças

abaixo, usando analogias:

Dica da professora

Crie outras combinações incomuns e monte atividades como esta para seus alunos.

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Aula 6 | Atividades práticas I 131

O martelo é como um caracol,

____________________________________________

____________________________________________

O gato é como uma pipa,

____________________________________________

____________________________________________

O coração é como chocolate,

____________________________________________

____________________________________________

A amizade é como um biscoito,

____________________________________________

____________________________________________

O telefone é como uma vela,

____________________________________________

____________________________________________

Códigos interessantes

Você, que é muito curioso, resolveu dar uma

espiada nos livros da estante de um arqueólogo. E você

encontra um misterioso livro, todo escrito em códigos.

Que interessante! O que poderia estar escrito ali? Que

segredos misteriosos você está a ponto de descobrir?

Algumas das frases do livro estão escritas

abaixo. Use a cabecinha e tente decifrá-las! Mas

atenção! Cada frase foi escrita com um tipo de código.

Você será capaz de descobri-los?

Então, vamos lá! A cada código descoberto,

escreva na linha abaixo sua tradução e qual é a regra

para se descobrir o código. Esta é uma tarefa para um

verdadeiro Sherlock Holmes!

1º) A scriança sadora mtoma rsorvet ed emorang oco

mchocolat e.

TRADUÇÃO:__________________________________

___________________________________________.

Para refletir

A curiosidade impulsiona e motiva as buscas por soluções e descobertas.

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Aula 6 | Atividades práticas I 132

REGRA:______________________________________

____________________________________________.

2º) uE airatsog ed rahlabart mu aid an anames e

rasnacsed sies.

TRADUÇÃO: __________________________________

____________________________________________.

REGRA: _____________________________________

____________________________________________.

3º) Tqnhq qm cqchqrrqnhq qqq qdqrq cqrrqr q rqlqr nq

grqmq.

TRADUÇÃO: __________________________________

____________________________________________.

REGRA:______________________________________

____________________________________________.

Imagine-se...

Se você ganhasse duas araras, três macacos,

uma vaca, duas galinhas e um porquinho da

índia, o que faria?

____________________________________________

____________________________________________

Uma fada irá realizar um desejo seu. O que

vai pedir?

____________________________________________

____________________________________________

Foi criada uma máquina do tempo e você será

teletransportado(a) para o ano de 2550. Que

tipo de pessoa será você? Onde estará

vivendo? Como será a sua família?

____________________________________________

____________________________________________

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Aula 6 | Atividades práticas I 133

Se você pudesse ser um artista por um dia,

quem seria? O que faria?

____________________________________________

____________________________________________

Você está participando de um concurso de

criatividade, terá que criar uma roupa com

sucatas. Que tipo de roupa faria? Qual o

material?

____________________________________________

____________________________________________

Desenhando

Complete os rabiscos abaixo formando figuras.

Escreva o nome de cada figura que você formar.

1) 2)

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Aula 6 | Atividades práticas I 134

EXERCÍCIO 1

Qual a importância do relaxamento?

( A ) Agitar os participantes da atividade;

( B ) Momento ideal para dormir e se desligar do que

está sendo proposto;

( C ) Além de relaxar, mobilizam sentimentos e

favorecem o fluxo do pensamento criativo;

( D ) Neutralizar os pensamentos e os sentimentos;

( E ) Bloquear sentimentos e o fluxo criativo.

5) 6)

3) 4)

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Aula 6 | Atividades práticas I 135

EXERCÍCIO 2

Qual a importância de fazer analogias ou combinações

incomuns para exercitar a criatividade?

( A ) Analogias e comparações ajudam a inserir as

coisas num contexto novo ou a contemplá-las de

um ponto de vista inteiramente original;

( B ) Analogias e comparações impedem de inserir as

coisas num contexto novo ou a contemplá-las de

um ponto de vista inteiramente original;

( C ) Analogias e comparações ajudam a inserir as

coisas num contexto novo ou a contemplá-las de

um ponto de vista nada original;

( D ) Analogias e comparações ajudam a inserir as

coisas num contexto antiquado ou a contemplá-

las de um ponto de vista único;

( E ) Analogias e comparações dificultam e atrapalham

o trabalho criativo.

EXERCÍCIO 3

Crie uma técnica que utilize o uso de analogias.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

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Aula 6 | Atividades práticas I 136

EXERCÍCIO 4

Crie uma técnica que utilize, no mínimo, cinco

componentes da lista de materiais sugeridos.

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

____________________________________________

RESUMO

Vimos até agora:

Existem materiais capazes de favorecer o

exercício da criatividade;

A importância de vivenciar as atividades,

exercícios que trabalham a criatividade;

O relaxamento é uma técnica muito utilizada

e valorizada no trabalho criativo;

Como a teoria baseia a construção das

atividades, nada é por acaso, as técnicas

aplicadas têm sempre um objetivo.

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Atividades Práticas II

Dina Lúcia Chaves Rocha

AU

LA

7

Ap

res

en

taç

ão

Nesta aula, sugerimos atividades práticas, vivências, técnicas

expressivas que possibilitarão exercitar outras formas de trabalhar

a expressão criativa como técnicas com pinturas e desenhos,

recorte e colagem, modelagem, esculturas.

Pesquisamos receitas que poderão ser produzidas pelo profissional

e até mesmo pelos alunos e/ou clientes. Em algumas regiões, o

acesso a alguns materiais é difícil, sendo assim, produza você

mesmo!

Lembre! Enquanto professores, arte-educadores, arteterapeutas,

devemos criar um clima propício e acolhedor. Neles os materiais

utilizados funcionam como possibilitadores da comunicação e da

expressão.

Devemos favorecer, criar meios e dar condições!

Ob

jeti

vo

s

Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja

capaz de:

Produzir alguns dos materiais utilizados, perceber as suas

diferenças e a importância de cada um na construção de uma

atividade;

Vivenciar as técnicas sugeridas e criar um conceito sobre elas,

baseado na teoria vista anteriormente;

Criar atividades a partir das sugestões vivenciadas.

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Aula 7 | Atividades práticas II 138

Algumas receitas: produza você mesmo

alguns materiais.

TINTAS

Para desenvolver técnicas com tintas, utilize os

papéis mais grossos.

Tinta para Pintura a Dedo Comestível:

Desmanche 2 colheres (sopa) de maisena em

125 ml (1/2 copo) de água e junte 1/2 litro (2 copos)

de água fervente;

Mexa sem parar até obter a consistência de

mingau (3 minutos), desligue o fogo e deixe esfriar um

pouco;

Divida a pasta em 5 recipientes plásticos, em

cada um misture um pacotinho de 6 gramas de refresco

em pó (cada sabor, uma cor diferente);

Use a tinta ainda morna sobre o papel.

Tinta para Pintura a Dedo:

Desmanche 1 xícara de polvilho ou farinha de

trigo em 1 e 1/2 xícara de água fria;

Junte 2 xícaras de água fervente, mexa

rapidamente para não embolar;

Leve ao fogo e continue mexendo até ficar como

um mingau;

Deixe esfriar um pouco e junte 1/2 xícara de

sabão em pó, 1 colher de sobremesa de vinagre ou

suco de limão;

Algumas receitas: produza você mesmo alguns materiais 138 Atividades práticas 144 Técnicas com esculturas 151

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Aula 7 | Atividades práticas II 139

Coloque guache até atingir a cor desejada.

Tinta para Pintura a Dedo (textura):

Desmanche 1 xícara de farinha de trigo em 2

xícaras de água fria;

Leve ao fogo até que engrosse e forme um

mingau consistente (sempre mexendo para não

embolar);

Quando o mingau estiver morno, misture tinta

guache até atingir a tonalidade desejada. Dependendo

da quantidade de guache colocada, a tinta poderá ficar

menos consistente. Caso deseje uma tinta consistente,

coloque mais farinha de trigo ou menos água.

Tinta com Papel Crepom:

Coloque em uma vasilha o papel crepom picado

na cor desejada, 1 copo de álcool, 1/4 de copo de água,

tampe a vasilha;

Deixe de molho por 12 horas, depois coe e

esprema o papel crepom;

Armazene o líquido em um recipiente fechado.

Tinta Prateada ou Dourada:

Coloque em um recipiente de vidro 70 gramas

de goma líquida dissolvida em um pouco de água;

Acrescente 10 gramas de purpurina prateada ou

dourada e um copo de álcool 90°;

Tampe o recipiente de vidro, agite e guarde.

Dica da professora

Se desejar uma tinta mais brilhosa, mais suave, utilize maisena no lugar da farinha de trigo. A tinta com farinha de trigo fica fosca.

Importante

Esta tinta tem uma consistência diferente das demais, por isso ela é ideal para produzir texturas nas folhas de papel.

Importante

Proteja suas mãos, utilize luvas para espremer o papel crepom.

Dica da professora

A purpurina em pó pode ser encontrada nas seguintes cores: dourado, prata e bronze. Aproveite e produza!

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Aula 7 | Atividades práticas II 140

Tinta Guache:

Em um recipiente (impermeável), coloque 1

xícara de pó xadrez;

Acrescente 1 xícara de água;

1/2 xícara de goma arábica;

1 colher de café de óleo de cozinha;

Misture bem e cozinhe em banho-maria,

mexendo sempre. Quando for usar, dissolva a

quantidade desejada em um pouco de água até que

atinja a consistência ideal.

Tinta Creme:

Misture primeiro os ingredientes secos, 2 xícaras

de farinha de trigo, 1 xícara de açúcar, 1 xícara de

amido de milho;

Adicione água fria e forme uma pasta, logo em

seguida acrescente água quente e mexa até engrossar;

Acrescente anilina da cor desejada.

Tinta Acrílica:

Misture cola plástica (ou resina sintética -

aglutinante) e pigmento até atingir a tonalidade

desejada.

GIZ – LÁPIS

Giz de Cera:

Derreta 250 gramas de parafina, misture pó

xadrez (na cor desejada) e um pouco de solvente até

obter uma massa;

Dica da professora

A tinta acrílica, brilhante, fácil de preparar e usar, é a porta de entrada ideal para o universo das tintas. Quando for trabalhar com tintas, inicie por essa!

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Aula 7 | Atividades práticas II 141

Coloque essa massa em um cilindro feito de

papel e espere endurecer;

Assim que endurecer, rasgue o cilindro, se

necessário, para desenformar.

Lápis Pastel

Em um copo de massa corrida, misture pó

xadrez até chegar a uma consistência que permita

enrolar lápis;

Molde todos os lápis e os deixe secar à sombra.

Giz Pastel Seco

Em cada litro de água, coloque 200g de gel

fixador para cabelo, bata no liquidificador;

Em um prato, coloque pó xadrez ou anilina em

pó, aos poucos, vá acrescentando a mistura de gel com

água até dar o ponto para enrolar;

Modele os gizes e os enrole em jornal, deixe-os

secar bem.

MASSAS

Massa de Farinha

Em uma vasilha, misture 2 xícaras de sal a 4

xícaras de farinha de trigo, deixe reservado;

Em outra vasilha, misture os ingredientes

líquidos: 1 xícara de água, depois, 1 xícara de óleo de

cozinha e, aproximadamente, 1 xícara de anilina

comestível;

Dica da professora

Não produza cilindros de papel muito fino, para evitar que o lápis produzido quebre facilmente.

Dica da professora

Misture duas ou mais cores de pó xadrez para atingir tonalidades diferentes. Faça lápis com 2 cores ou mais, o resultado na hora da utilização é surpreendente.

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Aula 7 | Atividades práticas II 142

Adicione lentamente o líquido à mistura de

farinha e açúcar e amasse bem;

Para conservá-la, basta colocar em um saco

plástico, sem ar, e guarde na geladeira;

Esta massa, depois de ser modelada, endurece e

pode ser pintada.

Massa de Modelar

Misture 2 xícaras de farinha de trigo a 1/2 xícara

de sal, acrescente, aos poucos, menos que uma xícara

de água;

Amasse bem e divida a massa em pedaços (um

para cada cor). Para colorir, você pode utilizar pó de

refresco, anilina comestível, guache;

Conserve a massa na geladeira.

Massa de Sabonete

Rale 1 sabonete (branco, de 90 gramas) no lado

mais fino do ralador, junte 4 colheres de sopa de água,

deixe amolecer por algum tempo;

Quando estiver derretido, acrescente 4 colheres

(de sopa) de cola branca, 4 colheres (de sopa) de

fécula de batata;

Amasse tudo, muito bem, se for necessário

acrescente mais fécula de batata até atingir uma massa

homogênea;

Depois de modelar, deixe secar. Depois de seco,

pinte com guache, tinta para tecido ou plasticor.

Dica da professora

Esta massa pode virar tinta, basta acrescentar água até que ela vire um

creme.

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Aula 7 | Atividades práticas II 143

Massa de Miolo de Pão

Amasse o miolo de alguns pães com um pouco

de água até obter uma massa homogênea;

Aos poucos, coloque guache para colorir;

Para que a massa tenha mais plasticidade, junte

pequenas quantidades de cola branca;

Pingue, também, um pouco de vinagre ou

detergente para conservar.

Massa de Jornal e Cola (Papel Maché)

Pique uma quantidade de papel (os papéis mais

adequados são jornal, papel toalha – não são

adequados papéis plastificados), deixe de molho na

água por 24 horas;

Bata este papel no liquidificador, com bastante

água;

Depois, coe e esprema para retirar o excesso de

água;

Coloque em uma bacia a polpa de papel,

adicione farinha de trigo e cola branca aos poucos e

forme uma massa homogênea;

Para finalizar, coloque uma colher de

desinfetante ou vinagre ou formol para aumentar a

durabilidade da massa.

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Aula 7 | Atividades práticas II 144

Atividades práticas

TÉCNICAS COM PINTURA E/OU DESENHO

Desenho e pintura livre

Materiais:

Qualquer papel;

Giz de cera;

Tintas;

Canetas hidrocor;

Lápis.

Processo:

Desenhe e pinte livremente, deixe a inspiração

fluir... Deixe-se envolver pelas cores e formas que aos

poucos vão surgindo.

Durante anos, venho pesquisando e juntando

receitas, textos, atividades, dinâmicas que possam

auxiliar e promover um trabalho criativo.

Na tentativa de minimizar custos e oportunizar a

utilização de diversos materiais por pessoas que

moram em regiões que não tem acesso,

disponibilizo algumas destas receitas caseiras para

você.

Aproveite e mãos à obra!

Caso tenha algumas receitas, textos, atividades

criativas e queira colaborar com a minha pesquisa,

peço que envie para o seguinte e-mail:

[email protected]

Você poderá, ainda, fazer parte da seguinte

comunidade no Orkut:

IAVM - Profissionais Criativos

Esta comunidade está sendo criada para os nossos

alunos do IAVM, nela você poderá acrescentar e

copiar receitas, textos, atividades, dinâmicas.

Participe e faça deste espaço virtual um local de

troca e crescimento.

Importante

Para os trabalhos com tintas, colas e outros materiais líquidos, lembre-se:

Forre a mesa com jornal;

Tenha sempre copos plásticos com água para lavar os pincéis;

Deixe disponíveis pedaços de pano para qualquer necessidade de secar algo.

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Aula 7 | Atividades práticas II 145

Desenho feito com jornal

Materiais:

Papel;

Jornal;

Tinta guache;

Pincéis;

Tesoura; Giz de cera;

Cola branca.

Processo:

1º Pinte no papel, um fundo de cena.

2º Deixe de lado para secar.

3º Desenhe no jornal e recorte.

4º Após o fundo de cena ter secado, cole nele o

desenho recortado. Use giz de cera para acrescentar

detalhes, se desejar.

Variações:

1ª No lugar do jornal, pode ser usado outro tipo

de papel (papel glacê, papel camurça).

2ª Podemos substituir o jornal por revista.

3ª O fundo de cena pode ser feito com giz de

cera, assim não precisa secar a folha antes de colar o

jornal recortado.

Pintura feita com areia

Materiais:

Areia de praia seca (em copos de papel ou

recipientes pequenos); Cola branca;

Papel ou papelão;

Jornal;

Lápis;

Giz de cera.

Processo:

1º Utilize um lápis para desenhar ou pintar

levemente no papel.

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Aula 7 | Atividades práticas II 146

2º Aplique a cola ao longo das linhas a lápis;

3º Salpique a areia, levemente, sobre a cola

úmida;

4º Incline o papel e deixe o excesso de areia cair

sobre uma folha de jornal aberta;

5º Deixe secar;

6º Utilize giz de cera para acrescentar outros

detalhes ou para colorir a pintura feita com areia (a

areia depois de seca pode ser pintada com o giz de cera

ou tinta guache, acrílica, plástica).

Variações:

1ª Tente fazer um desenho espontâneo, sem

usar o lápis. Esprema rapidamente um pouco de cola

por sobre o papel ou, utilizando um pincel, dê umas

pinceladas de cola e veja o que você pode criar!;

2ª No lugar da areia, use purpurina colorida;

3ª A areia utilizada pode ser a colorida.

Pintura feita em pedra

Materiais:

Pedras pequenas e lisas;

Tinta guache, acrílica ou plástica;

Pincéis.

Processo:

1º Lave e seque as pedras;

2º Observe o formato das pedras e veja o que

elas te sugerem, desenhe e pinte (ex.: joaninha, um

rosto);

3º Deixe secar;

4º As pedras pintadas podem ser usadas para

decorar e/ou como peso para papéis. Se a pedra for

grande, pode ser utilizada como peso de porta.

Variações:

1ª Cole as pedras em uma lasca de madeira ou

pedaço de papelão. Decore ou pinte, fazendo uma

composição;

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Aula 7 | Atividades práticas II 147

2ª Pinte as pedras com giz de cera. Coloque no

forno, em temperatura baixa, até o giz de cera derreter

(a criança nesta técnica precisa da ajuda de um

adulto);

3ª Coloque as pedras no jardim como enfeite.

TÉCNICAS COM RECORTE E COLAGEM

Colagem de imagens e/ ou palavras

Materiais:

Papel para a base das colagens. Podem ser

folhas A3, A4, ofício, cartolina, papel cartão, papel

pardo;

Revistas, jornais, gibis para recortar;

Cola;

Tesoura.

Processo:

1º Escolha um tema a ser trabalhado;

2º Comece a garimpar imagens e/ou palavras

associadas ao tema;

3º Retire os excessos das imagens;

4º Organize e comece a colar, respeitando o

formato das imagens, vá preenchendo os espaços entre

uma imagem e outra, a folha deve ficar coberta com as

imagens. Uma imagem deve completar a outra, evite a

sobreposição.

Variações:

1ª Podemos preparar a folha antes da colagem

das imagens. Pinte-a com guache, tinta acrílica ou tinta

plástica (no caso de utilizar tinta, o papel para a base

deve ser grosso). Passe o giz de cera deitado, para dar

cor. Desta forma, o espaço entre uma imagem e outra

pode ficar vazio;

2ª As imagens e/ou palavras podem ser

rasgadas com os dedos. Não utilizar a tesoura;

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Aula 7 | Atividades práticas II 148

3ª Colagem de papéis. Papéis de vários tipos e

cores, decorados, reciclados, com texturas e

espessuras diferentes.

Colagem de grãos e/ou sementes

Materiais:

Papel para a base das colagens. Eles podem ser

cartolina, papel cartão, prato de papelão, neste caso, a

base tem que ser grossa para sustentar;

Cola;

Tesoura.

Processo:

1º Escolha grãos e/ou sementes coloridas de

formatos e tamanhos diferentes;

2º Recorte a base a ser preenchida, passe

bastante cola e comece a colar as sementes e/os grãos.

Vá formando desenhos ou trabalhando com o abstrato,

não importa. Somente tenha a preocupação de criar

uma harmonia entre os materiais utilizados;

3º Depois de finalizar as colagens, espere secar

bem e com um pincel dê uma demão de cola branca

sobre o trabalho. Este processo vai dar um brilho todo

especial, além de proteger a sua obra.

Variações:

1ª Podemos fazer quadros;

2ª Mandalas;

3ª Velas.

Colagem feita com fios

Materiais:

Pedaços de fios de lã, linha, barbante, corda,

palha da costa, sisal, ráfia;

Goma líquida de amido;

Papelão;

Dica da professora

Antes de utilizar os grãos e/ou sementes, dê uma aquecida para evitar que dê bichinhos. Pegue um tabuleiro e espalhe os grãos e as sementes, tome cuidado para não misturá-los. Ligue o forno no máximo e deixe ficar bem quente e coloque o tabuleiro dentro e desligue o forno. O tabuleiro vai permanecer dentro do forno até que ele esfrie. Este processo é o suficiente para evitar bichinhos característicos de grãos e sementes.

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Aula 7 | Atividades práticas II 149

Bandeja ou tigela;

Tesoura.

Processo:

1º Corte os fios em pedaços de 30 cm

aproximadamente (ou em tamanhos variados);

2º Embeba-os em uma bandeja cheia de goma

líquida;

3º Retire um fio engomado da bandeja e

posicione-o no papelão, formando uma composição;

4º Repita a operação com os outros fios de cores

e tamanhos diferentes;

5º Deixe secar por uma noite;

6º Com um pincel, passe uma camada de cola

branca sobre o trabalho. A cola branca dá um brilho e

ajuda na conservação do material.

Variações:

1ª A colagem com fios pode ser feita em pratos

de papelão, sobras de papel de parede, cartazes velhos

ou papel de presente;

2ª Acrescente outros itens à colagem com fios

como contas, botões;

3ª Esta técnica pode ser utilizada para fazer

texturas em paredes, em caixas de madeira, caixas de

sapato. Neste caso, não utilize goma, mergulhe os fios

na cola branca Cascorez Extra.

Observação:

A cola branca indicada para que os trabalhos

fiquem resistentes é a cola branca, Cascorez Extra, de

rótulo azul.

TÉCNICAS COM MODELAGEM

Sugerimos que as atividades de modelagem

sejam desenvolvidas com massinha de modelar, argila,

entre outras massas sugeridas neste caderno.

Para navegar

Mais informações sobre esta cola no site: www.albaadesivos.c

om.br

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Aula 7 | Atividades práticas II 150

Modelagem com cera de abelha

Materiais:

Cera de abelha para modelar.

Processo:

1º Amoleça a cera (cerca de ¼ da pedra de

cera), segurando-a entre as duas mãos, até que fique

maleável (com o calor das mãos);

2º Comece a modelar a cera. Puxe, enrole ou

achate. Use a imaginação!;

3º Quando a cera esfriar, ela endurecerá e

manterá a forma recebida;

4º Para usar novamente a cera, amoleça-a e crie

algo novo.

Variações:

1ª Faça pétalas finas de cera, para criar flores

delicadas e translúcidas;

2ª Modele uma pessoa, um boneco ou um

animal;

3ª Com um rolo de massa, faça uma folha de

cera. Depois, pegue um pavio de vela e coloque no

comprimento da folha e vá enrolando. Você pode fazer

velas de diferentes tamanhos e grossuras. O pavio tem

que estar por dentro de toda a vela, assim ela

queimará até o final. Se preferir, pegue uma vela fina

(pronta) e envolva-a com a cera, para decorar.

Observação:

Modelar cera de abelha é maravilhoso, porque

ela é um presente natural sem qualquer composição

artificial. Encontra-se disponível em pedras, por quilo,

em apiários e lojas de produtos naturais. Peça,

também, ao seu ortodontista, um pouco de cera dental.

Atenção!

Cera derrete. Não deixe a cera de abelha

exposta ao sol, no carro, ou perto de uma fonte de

calor.

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Aula 7 | Atividades práticas II 151

Técnicas com esculturas

Esculturas feitas com sabonete ou sabão

(entalhes)

Materiais:

Sabonete ou sabão;

Faca sem corte (no caso de crianças, utilizar as

de plástico);

Palitos com tamanhos e grossuras diferentes;

Descascador de batata.

Processo:

1º Use o descascador de batata para retirar o

excesso das pontas do sabonete, entalhar e formar, no

sabonete, uma figura qualquer;

2º Use uma faca para cortar fora as áreas

maiores;

3º Exponha sua escultura de sabonete ou use na

banheira, ou na pia.

Variações:

1ª Tente desenhar uma cena na superfície do

sabonete, com um prego ou palito de dente;

2ª Umedeça várias figuras de sabonete e una-

as, formando uma escultura única;

3ª Umedeça as sobras do entalhe e aperte-as,

formando bolas de sabonete.

Escultura feita com jornal (ou com

sucatas)

Materiais:

Jornal;

Fita crepe;

Tintas guache, acrílica ou plástica;

Pincéis.

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Aula 7 | Atividades práticas II 152

Processo:

1º Enrole ou amasse o jornal em qualquer

formato e envolva-o com a fita crepe;

2º Junte diferentes formas, com fita crepe, para

formar uma escultura interessante;

3º Acrescente cor, usando tintas, se desejar;

4º Deixe secar.

Variações:

1ª Experimente fazer um polvo, um cão, um

dragão, uma cobra ou uma outra criatura fantástica;

2ª Acrescente itens decorativos, tais como

purpurina, gliter, miçangas, lã, palha, botões;

3ª Esculturas com materiais diversos e sucata.

No lugar do jornal, podem ser utilizados tubos de

toalha de papel, de papel higiênico ou embrulhos,

caixas de pasta de dentes, caixas e embalagens de

sabonetes, caixas de remédio, de sapato, copos de

papel, de plástico, (sucatas), fitas, lã, linhas, contas,

miçangas, lantejoulas, papéis, tecidos, TNT, EVA,

canudos de macarrão, grãos, palitos de churrasco, de

dente, de sorvete (materiais diversos);

4ª Podemos utilizar, para fazer esculturas,

objetos encontrados na natureza como conchinhas,

folhas, flores, galhos de árvore, pinhas, sementes,

grãos, areia e terra com cores diferentes, pedras.

Atenção!

Quando for reutilizar algumas embalagens,

alguns recipientes, lave-os adequadamente, se

necessário com água quente. Quando for utilizar sucata

com seus alunos, faça a limpeza das peças antes. Se

for pedir que os alunos levem sucata para a escola,

mande uma circular informando a importância de se

manipular materiais limpos.

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Aula 7 | Atividades práticas II 153

EXERCÍCIO 1

Correlacione as técnicas expressivas aos materiais.

Atenção! Colocamos dois materiais para cada técnica:

( A ) Modelagem

( B ) Recorte e colagem

( C ) Pintura

( D ) Desenho

(oba) Lápis grafite;

(oba) Argila;

(oba) Guache;

(oba) Massinha de modelar;

(oba) Jornais;

(oba) Lápis de carvão;

(oba) Revistas;

(oba) Aquarela.

EXERCÍCIO 2

Pesquise e/ou crie uma receita diferente das sugeridas

neste caderno.

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Aula 7 | Atividades práticas II 154

EXERCÍCIO 3

Pesquise e/ou crie uma atividade que envolva desenho,

recorte e colagem:

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EXERCÍCIO 4

Terminamos o caderno de criatividade, fale sobre as

suas vivências. Dê seu parecer sobre as atividades

vivenciadas nas aulas 6 e 7:

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____________________________________________

RESUMO

Vimos até agora:

Existem materiais que podemos produzir;

A importância de vivenciar as atividades

antes de aplicá-las;

Existem outras formas de trabalhar a

expressão criativa como técnicas com

pinturas e desenhos, recorte e colagem,

modelagem, esculturas, entre outras;

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Aula 7 | Atividades práticas II 155

Como a teoria baseia a construção das

atividades, nada é por acaso, as técnicas

aplicadas têm sempre um objetivo.

GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS: AULA 1 – 1(4;8;5;3;7;2;1;6;10;9.); 2(A;B;A;A;B;B;B.). AULA 2 – 1(V;V;F;F;V.); 2C. AULA 3 – 1(A;B;A;C;C;B.); 2(2;5;3;4;1.). AULA 4 – 1(B;A;B;A;A.); 2(F;V;F;V;V.). AULA 5 – 1E; 2(V;V;V;V;V.). AULA 6 – 1C; 2A. AULA 7 – 1(D;A;C;A;B;D;B;C.)

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AV1 – Estudo Dirigido da Disciplina

CURSO: Linguagens Expressivas e História da Arte

DISCIPLINA: Criatividade

ALUNO(A): MATRÍCULA:

NÚCLEO REGIONAL: DATA: _____/_____/___________

QUESTÃO 1: Dentro das 15 características da personalidade criativa, apontadas por

WECHSLER, enumere as 05 que você considera mais relevante na composição do

perfil do educador. Justifique suas escolhas:

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

QUESTÃO 2: O que Jones (1993) fala sobre as seguintes barreiras emocionais?

Medo do fracasso -

Medo de brincar -

Imaginação empobrecida -

Medo do desconhecido -

Medo de perder o controle -

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

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QUESTÃO 3: São características do professor criativo, segundo TORRANCE &

MYERS, cite no mínimo três relatadas pelos autores:

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

QUESTÃO 4: Crie uma atividade prática que utilize, no mínimo, 5 componentes da

lista de materiais sugeridos na aula 6, indicando: Atividade; Objetivo; Recursos.

Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:

Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:

endereço eletrônico) – OPCIONAL:

Resposta (com as suas palavras):

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ATENÇÃO:

Na realização das avaliações (AV1 e AV2), procure desenvolver uma

argumentação com suas próprias palavras.

Observe que é importante você realizar uma pesquisa aprofundada para atender

aos objetivos propostos consultando diferentes autores. No entanto, é

fundamental diferenciar o que é texto próprio de textos que possuem

outras autorias, inserindo corretamente as referências bibliográficas

(citações), quando este for o caso.

Vale lembrar que essa regra serve inclusive para os nossos módulos, utilizados

com freqüência para as respostas das avaliações.

Em caso de dúvidas, consulte o material sobre como realizar as citações diretas

e indiretas ou entre em contato com o tutor de sua disciplina.

AS AVALIAÇÕES QUE DESCONSIDERAREM ESTE PROCEDIMENTO ESTARÃO

SEVERAMENTE COMPROMETIDAS.

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AV2 – Trabalho Acadêmico de Aprofundamento

CURSO: Linguagens Expressivas e História da Arte

DISCIPLINA: Criatividade

ALUNO(A): MATRÍCULA:

NÚCLEO REGIONAL: DATA: _____/_____/___________

ATIVIDADE SUGERIDA: Contando uma história

OBJETIVO: Tendo como objetivo geral entender como ocorre o processo criador, a

imaginação criadora e capacidade criadora (temas de aulas dessa disciplina),

selecione uma história, reescreva-a em uma nova versão e indique a forma como

deve ser contada.

INSTRUÇÕES:

Uma vez selecionada a história:

a) Analise-a e reescreva em uma nova versão. Use a imaginação. Acredite. Você

consegue!

b) Indique a forma ideal para que a história seja contada, possibilitando a

exploração das emoções e imaginação (com imagens, mudança de voz, mímicas,

fantasias...)

c) Descreva as sensações despertadas durante a atividade e o que deseja despertar

no ouvinte.

ALGUMAS DICAS:

Você precisará nos entregar a história original junto de sua nova versão.

Evite preocupações, deixe a imaginação fluir.

Você poderá mudar o nome dos personagens ou não. Mas a história deverá

tomar outro rumo, tendo(ou não) outro final.

Para melhorar sua percepção, utilize um gravador primeiro para depois

transcrever o que contou, assim é mais fácil pra você movimentar sua

imaginação.

CONTANDO UMA HISTÓRIA

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- Recursos / Procedimentos para contar a estória

- Sensações despertadas

- Sensações que almeja despertar

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