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CURSO REGULAR
SERVIÇO SOCIAL
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SUMÁRIO
1. A INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL................................... 4
2. A INSTRUMENTALIDADE DO TRABALHO E O SERVIÇO SOCIAL. ........................................ 7
3. SERVIÇO SOCIAL E INSTRUMENTALIDADE. ......................................................................... 11
4. A INSTRUMENTALIDADE DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL COMO MEDIAÇÃO .................. 18
5. A DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL ............................... 23
6. A ORGANIZAÇÃO SOCIAL E A INSTITUIÇÃO SOCIAL. ......................................................... 25
7. O SERVIÇO SOCIAL NA DIVISÃO SÓCIO TÉCNICA DO TRABALHO: RESULTADO DE
MÚLTIPLAS DETERMINAÇÕES .................................................................................................... 27
QUESTÕES DE PROVAS – PARTE I ............................................................................................. 32
GABARITO 1 ................................................................................................................................... 35
QUESTÕES DE PROVAS – PARTE II ............................................................................................ 36
GABARITO 2 ................................................................................................................................... 40
BIBLIOGRAFIA ...............................................................................................................................41
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1. A INSTRUMENTALIDADE NO TRABALHO
DO ASSISTENTE SOCIAL
À primeira vista, o tema instrumentalidade no exercício profissional do
assistente social parece ser algo referente ao uso daqueles instrumentos necessários ao
agir profissional, através dos quais os assistentes sociais podem efetivamente objetivar
suas finalidades em resultados profissionais propriamente ditos. Porém, uma reflexão mais
apurada sobre o termo instrumentalidade nos faria perceber que o sufixo “idade” tem a ver
com a capacidade, qualidade ou propriedade de algo. Com isso podemos afirmar que
a instrumentalidade no exercício profissional refere-se, não ao conjunto de
instrumentos e técnicas (neste caso, a instrumentação técnica), mas a uma
determinada capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, construída e
reconstruída no processo sócio histórico.
2016/ CESPE/DPU. Relativamente à dimensão técnico-operativa do serviço social, às
concepções e debates sobre instrumentos e técnicas, julgue o próximo item.
Segundo Guerra, a instrumentalidade no exercício profissional refere-se a
determinada capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, a qual é
construída e reconstruída no processo sócio histórico, e não à instrumentação
técnica da profissão, que diz respeito ao conjunto de seus instrumentos e técnicas.
Certo / Errado
Resposta Correta: Certa.
Comentário: A instrumentalidade no exercício profissional refere-se, não ao conjunto de
instrumentos e técnicas (neste caso, a instrumentação técnica), mas a uma determinada
capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, construída e reconstruída no
processo sócio histórico.
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O objetivo do texto é o de refletir sobre a instrumentalidade no exercício
profissional do assistente social como uma propriedade ou um determinado modo
de ser que a profissão adquire no interior das relações sociais, no confronto entre
as condições objetivas e subjetivas do exercício profissional. A instrumentalidade,
como uma propriedade sócio histórica da profissão, por possibilitar o atendimento
das demandas e o alcance de objetivos (profissionais e sociais) constitui-se numa
condição concreta de reconhecimento social da profissão.
Condições objetivas são aquelas relativas à produção material da sociedade, são
condições postas na realidade material. Por exemplo: a divisão do trabalho, a
propriedade dos meios de produção, a conjuntura, os objetos e os campos de
intervenção, os espaços sócio ocupacionais, as relações e condições materiais de
trabalho.
Condições subjetivas são as relativas aos sujeitos, às suas escolhas, ao grau de
qualificação e competência, ao seu preparo técnico e teórico-metodológico, aos
referenciais teóricos, metodológicos, éticos e políticos utilizados, dentre outras
2014/FUNCAB/SEDS-TO. O debate acerca da instrumentalidade do Serviço Social é
fundamental para análise da profissão forjada na sociedade capitalista, na sua
complexidade que é atravessada por diversos determinantes ideopolíticos, sócios-
históricos e econômicos. Portanto, a instrumentalidade, dentre outros elementos,
significa:
a- o exame de seus elementos constitutivos como uma profissão inserida na divisão
sociotécnica do trabalho, com uma autonomia relativa e que apresenta o perfil de um
profissional crítico, propositivo e com capacidade de análise das contradições sociais.
b- a compreensão das racionalidades da profissão, a sua forma de ser e pensar, o seu
modus operandi, a apreensão das suas singularidades, suas dimensões instrumentais,
técnica, política, pedagógica e intelectual subsidiadas pela teoria e prática.
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c- o conjunto de instrumentos e técnicas utilizados pelos profissionais que a partir de seus
referenciais teóricos-metodológicos, técnico operativos e ético-políticos conduzem sua
prática reflexiva para atendimento das classes empobrecidas para a resolução dos
problemas sociais.
d- a interlocução entre as demandas institucionais, profissionais e dos usuários que
guardam uma heterogeneidade que compreende a totalidade das relações sociais, em seu
processo de produção e reprodução, e suas particularidades que se expressam no
cotidiano institucional
Resposta Correta: Letra b- a compreensão das racionalidades da profissão, a sua
forma de ser e pensar, o seu modus operandi, a apreensão das suas singularidades,
sua dimensão instrumental, técnica, política, pedagógica e intelectual subsidiadas
pela teoria e prática.
Comentário: Em primeiro lugar para compreender a instrumentalidade do Serviço Social
deve-se distinguir claramente instrumentos de instrumentalidade. Esta “[...]no exercício
profissional refere-se, não ao conjunto de instrumentos e técnicas (neste caso, a
instrumentação técnica), mas a uma determinada capacidade ou propriedade constitutiva
da profissão, construído e reconstruída no processo sócio histórico”. A instrumentalidade
na perspectiva de Yolanda Guerra é compreendida como o modo de ser que caracteriza o
fazer profissional que é moldado a partir das relações sociais que são estabelecidas no
bojo das condições objetivas e subjetivas em que se desenvolve o exercício profissional.
E, na medida em que, possibilita o alcance dos objetivos a que se propõe a profissão
constitui-se como “[...]condição concreta de reconhecimento social da profissão”.
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2. A INSTRUMENTALIDADE DO TRABALHO
E O SERVIÇO SOCIAL
Foi dito que a instrumentalidade é uma propriedade e/ou capacidade que a
profissão vai adquirindo na medida em que concretiza objetivos. Ela possibilita que os
profissionais objetivem sua intencionalidade em respostas profissionais. É por meio desta
capacidade, adquirida no exercício profissional, que os assistentes sociais
modificam, transformam, alteram as condições objetivas e subjetivas e as relações
interpessoais e sociais existentes num determinado nível da realidade social: no
nível do cotidiano. Ao alterarem o cotidiano profissional e o cotidiano das classes
sociais que demandam a sua intervenção, modificando as condições, os meios e os
instrumentos existentes, e os convertendo em condições, meios e instrumentos para
o alcance dos objetivos profissionais, os assistentes sociais estão dando
instrumentalidade às suas ações. Na medida em que os profissionais utilizam, criam,
adequam às condições existentes, transformando-as em meios/instrumentos para a
objetivação das intencionalidades, suas ações são portadoras de instrumentalidade. Deste
modo, a instrumentalidade é tanto condição necessária de todo trabalho social quanto
categoria constitutiva, um modo de ser, de todo trabalho.
2014/FUNCAB/SEDS-TO. Os meios de trabalho que contribuem para o alcance das
finalidades reais, ou seja, para a passagem das possibilidades para a efetividade no
exercício profissional do assistente social, são denominados:
a- técnicas. c- metodologias.
b- teorias d- instrumentos.
Resposta Correta: Letra d- instrumentos.
Comentário: A instrumentalidade no serviço social engloba três esferas: a teórica-
metodológica, a técnica-operativa e a ética-política. Todas estão relacionadas entre si na
prática profissional. A primeira faz menção aos conceitos e conhecimentos que irão permitir
ao assistente social compreender a realidade. A técnica-operativa refere-se aos
instrumentos que possibilitarão o profissional intervir nessa realidade. Já o ético-político é
o que estabelece o que o assistente social pretende alcançar com sua ação, ou seja, tem
relação com a escolha do projeto profissional. Em outras palavras o teórico -metodológico
faz o assistente social compreender, o técnico-operativo intervir e o ético-político os seus
objetivos.
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Por que dizer que a instrumentalidade é condição de reconhecimento social
da profissão?
Todo trabalho social (e seus ramos de especialização — por ex. o Serviço Social)
possui instrumentalidade, a qual é construída e reconstruída na trajetória das profissões
pelos seus agentes. Esta condição inerente ao trabalho é dada pelos homens no processo
de atendimento às necessidades materiais (comer, beber, dormir, procriar) e espirituais
(relativas à mente, ao intelecto, ao espírito, à fantasia) suas e de outros homens. Pelo
processo de trabalho os homens transformam a realidade, transformam-se a si mesmo e
aos outros homens. Assim, os homens reproduzem material e socialmente a própria
sociedade. A ação transformadora que é práxis (ver Lessa, 1999 e Barroco, 1999), cujo
modelo privilegiado é o trabalho, tem uma instrumentalidade. Detém a capacidade de
manipulação, de conversão dos objetos em instrumentos que atendam às necessidades
dos homens e de transformação da natureza em produtos úteis (e em decorrência, a
transformação da sociedade). Mas a práxis necessita de muitas outras
capacidades/propriedades além da própria instrumentalidade.
Neste âmbito, o processo de trabalho é compreendido como um conjunto de
atividades prático-reflexivas voltadas para o alcance de finalidades, as quais dependem
da existência, da adequação e da criação dos meios e das condições objetivas e
subjetivas. Os homens utilizam ou transformam os meios e as condições sob as quais o
trabalho se realiza modificando-os, adaptando-os e utilizando-os em seu próprio benefício,
para o alcance de suas finalidades. Este processo implica, pois, em manipulação, domínio
e controle de uma matéria natural que resulte na sua transformação. Este movimento de
transformar a natureza é trabalho. Mas ao transformar a natureza, os homens
transformam-se a si próprios. Produzem um mundo material e espiritual (a consciência, a
linguagem, os hábitos, os costumes, os modos de operar, os valores morais, éticos,
civilizatórios), necessários à realização da práxis.
Se trabalho é relação homem-natureza, e práxis é o conjunto das formas de
objetivação dos homens (incluindo o próprio trabalho) num e noutro os homens
realizam a sua teleologia. Toda postura teleológica encerra instrumentalidade, o que
possibilita ao homem manipular e modificar as coisas a fim de atribuir-lhes propriedades
verdadeiramente humanas, no intuito de converterem-nas em instrumentos/meios para o
alcance de suas finalidades. Converter os objetos naturais em coisas úteis, torná-los
instrumentos é um processo teleológico, o qual necessita de um conhecimento correto
das propriedades dos objetos. Nisso reside o caráter emancipatório do trabalho.
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Entretanto, tal conhecimento seria insuficiente se a ele não se acrescentasse a
operatividade propriamente dita, a capacidade de os homens alterarem o estado atual de
tais objetos (Guerra, 2000).
Qual a relação entre postura teleológica e instrumentalidade?
No trabalho o homem desenvolve capacidades, que passam a mediar sua relação
com outros homens. Desenvolve também mediações, tais como a consciência, a
linguagem, o intercâmbio, o conhecimento, mediações estas em nível da reprodução
do ser social como ser histórico, e, portanto, postas pela práxis. Isso porque, o
desenvolvimento do trabalho exige o desenvolvimento das próprias relações sociais e o
processo de reprodução social, como um todo, requer mediações de complexos sociais
tais como: a ideologia, a teoria, a filosofia, a política, a arte, o direito, o Estado, a
racionalidade, a ciência e a técnica (Lessa, 1999; Guerra, 2000). Tais complexos sociais
(que Lukács chama de mediações de “segunda ordem”, já que as de primeira ordem
referem-se ao trabalho) tem como objetivo proporcionar uma dada organização das
relações entre os homens e localiza-se no âmbito da reprodução social.
O que ocorre com a instrumentalidade com a qual os homens controlam a
natureza e convertem os objetos naturais em meios para o alcance de suas finalidades, é
que ela é transposta para as relações dos homens entre si, interferindo em nível da
reprodução social. Mas isso só ocorre em condições sócio históricas determinadas.
Nestas, os homens tornam-se meios/instrumentos de outros homens. O exemplo mais
desenvolvido de conversão dos homens em meios para a realização de fins de outros
homens é o da compra e venda da força de trabalho como mercadoria, de modo que a
instrumentalidade, convertida em instrumentalização das pessoas, passa a ser condição
de existência e permanência da própria ordem burguesa, via instituições e organizações
sociais criadas com este objetivo.
Instrumentalização das pessoas é o processo pelo qual a ordem burguesa, por meio de um
conjunto de inversões transforma os homens de sujeitos em objetos, meios e instrumentos a serviço
da valorização do capital.
Pelas suas características, o processo produtivo capitalista detém a propriedade
de converter as instituições e práticas sociais em instrumentos/meios de reprodução
do capital. Isso se dá por meio de profundas e substantivas transformações societárias,
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as quais não poderão ser tratadas neste texto. Cabe-nos apenas sinalizar que num
determinado tipo de sociedade, a do capital, “o trabalhador deixa de lado suas
necessidades enquanto pessoa humana e se converte em instrumentos para a execução
das necessidades de outrem” (Lessa, 1999). (Sobre a reificação das relações sociais no
capitalismo maduro ver Netto, 1981).
2016/CESPE/DPUP. Relativamente à dimensão técnico-operativa do serviço social,
às concepções e debates sobre instrumentos e técnicas, julgue o próximo item. A
instrumentalidade segundo a concepção crítico-dialética, concepção esta
hegemônica no atual projeto ético-político do serviço social brasileiro, não se
configura como categoria ontológica, visto que se dirige a um arsenal de técnicas e
métodos.
Certo / Errado
Resposta Correta: Errado
Comentário: A instrumentalidade tem natureza ontológica. A perspectiva ontológica
marxiana possui como fundamento a unidade indissolúvel entre subjetividade e
objetividade, presente na atividade matriz da sociabilidade, o trabalho.
Em que condições sócio históricas a instrumentalidade como condição
necessária da relação homem-natureza se converte em instrumentalização das
pessoas?
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3. SERVIÇO SOCIAL E INSTRUMENTALIDADE
Como decorrência das formas lógicas de reprodução da ordem burguesa e como
modalidade sócio históricas de tratamento da chamada questão social, o Estado passa a
desenvolver um conjunto de medidas econômicas e sociais, demandando ramos de
especialização e instituições que lhe sirvam de instrumento para o alcance dos fins
econômicos e políticos que representa, em conjunturas sócio históricas diversas. A
questão social está sendo entendida como “expressão do processo de formação e
desenvolvimento da classe operária e do seu ingresso no cenário da sociedade, exigindo
seu reconhecimento enquanto classe por parte do empresariado e do Estado” (Iamamoto
e Carvalho, 1982: 77; Ver também Netto, 1992 e, especialmente, 2001).
É no estágio monopolista do capitalismo, dadas às características que lhe são
peculiares, que a questão social vai se tornando objeto de intervenção sistemática e
contínua do Estado. Com isso, instaura-se um espaço determinado na divisão social e
técnica do trabalho para o Serviço Social (bem como para outras profissões).
A utilidade social de uma profissão advém das necessidades sociais. Numa
ordem social constituída de duas classes fundamentais (que se dividem em camadas ou
segmentos) tais necessidades, vinculadas ao capital e/ou ao trabalho, são não apenas
diferentes, mas antagônicas. A utilidade social da profissão está em responder às
necessidades das classes sociais, que se transformam, por meio de muitas mediações,
em demandas para a profissão. Estas são respostas qualificadas e institucionalizadas, para
o que, além de uma formação social especializada, devem ter seu significado social
reconhecido pelas classes sociais fundamentais (capitalistas e trabalhadores).
Considerando que o espaço sócio ocupacional de qualquer profissão, neste caso do
Serviço Social, é criado pela existência de tais necessidade sociais e que historicamente a
profissão adquire este espaço quando o Estado passa a interferir sistematicamente nas
refrações da questão social, institucionalmente transformada em questões sociais (Netto,
1992), através de uma determinada modalidade histórica de enfrentamento das mesmas:
as políticas sociais, pode- se conceber que as políticas e os serviço sociais constituem-
se nos espaços sócio ocupacionais para os assistentes sociais.
As políticas sociais, além de sua dimensão econômico-política (como
mecanismo de reprodução da força de trabalho e como resultado das lutas de classes)
constituem-se também num conjunto de procedimentos técnico operativos, cuja
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componente instrumental põe a necessidade de profissionais que atuem em dois campos
distintos: o de sua formulação e o de sua implementação. É neste último, no âmbito da
sua implementação, que as políticas sociais fundam um mercado de trabalho para os
assistentes sociais. Com a complexificação da questão social e seu tratamento por parte
do Estado, fragmentando-a e recortando-a em questões sociais a serem atendidas pelas
políticas sociais, instituiu-se um espaço na divisão sócio técnica do trabalho para um
profissional que atuasse na fase terminal da ação executiva das políticas sociais, instância
em que a população vulnerabilizada recebe e requisita direta e imediatamente respostas
fragmentadas através das políticas sociais setoriais. É nesse sentido que as políticas
sociais contribuem para a produção e reprodução material e ideológica da força de
trabalho (melhor dizendo, da subjetividade do trabalhador como força de trabalho) e para
a reprodução ampliada do capital.
Como resultado destas determinações no processo de constituição da profissão, a
intencionalidade dos assistentes sociais passa a ser mediada pela própria lógica da
institucionalização, pela dinâmica da instauração da profissão e pelas estruturas em que a
profissão se insere, as quais, em muitos casos, submetem o profissional, melhor dizendo,
os assistente sociais “passam a desempenhar papéis que lhes são alocados por
organismos e instâncias (...)” próprios da ordem burguesa no estágio monopolista (Netto,
1992: 68), os quais são portadores da lógica do mercado. Assim, o assistente social adquire
a condição de trabalhador assalariado com todos os condicionamentos que disso decorre.
Por isso é importante, na reflexão do significado sócio histórico da
instrumentalidade como condição de possibilidade do exercício profissional, resgatar a
natureza e a configuração das políticas sociais que, como espaços de intervenção
profissional, atribuem determinadas formas, conteúdos e dinâmicas ao exercício
profissional. A este respeito, considerando a natureza (compensatória e residual) e o modo
de se expressar das políticas sociais (como questão de natureza técnica, fragmentada,
focalista, abstraída de conteúdos econômico-políticos) estas obedecem e produzem uma
dinâmica que se reflete no exercício profissional através de dois movimentos:
1) interditam aos profissionais a concreta apreensão das políticas sociais como
totalidade, síntese da articulação de diversas esferas e determinações (econômica,
cultural, social, política, psicológica), o que os limita a uma intervenção microscópica, nos
fragmentos, nas refrações, nas singularidades;
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2) exigem dos profissionais a adoção de procedimentos instrumentais, de
manipulação de variáveis, de resolução pontual e imediata. (ver Netto, 1992 e Guerra,
1995).
Quais os vínculos entre as políticas sociais e o Serviço Social?
Neste contexto, assim entendida a utilidade social da profissão, vinculada às
políticas sociais, a instrumentalidade do Serviço Social pode ser pensada como uma
condição sócio histórica da profissão em três níveis:
1. da instrumentalidade do Serviço Social face ao projeto burguês, o que significa a
capacidade que a profissão porta (dado ao caráter reformista e integrador das políticas
sociais) de ser convertida em instrumento, em meio de manutenção da ordem, a serviço
do projeto reformista da burguesia. Neste caso, dentro do projeto burguês de reformar
conservando, o Estado lança mão de uma estratégia histórica de controle da ordem social,
qual seja, as políticas sociais, e requisita um profissional para atuar no âmbito da sua
operacionalização: os assistentes sociais. Este aspecto está vinculado a uma das funções
que a ordem burguesa atribui à profissão: reproduzir as relações capitalistas de produção.
2. da instrumentalidade das respostas profissionais, no que se refere à sua
peculiaridade operatória, ao aspecto instrumental-operativo das respostas profissionais
frente às demandas das classes, aspecto este que permite o reconhecimento social da
profissão, dado que, por meio dele o Serviço Social pode responder às necessidades
sociais que se traduzem (por meio de muitas mediações) em demandas (antagônicas)
advindas do capital e do trabalho. Isto porque as diversas modalidades de intervenção
profissional têm um caráter instrumental, dado pelas requisições que tanto as classes
hegemônicas quanto as classes populares lhe fazem. Nesta condição, no que se refere às
respostas profissionais, a instrumentalidade do exercício profissional expressa-se:
2.1. nas funções que lhe são requisitadas: executar, operacionalizar, implementar
políticas sociais; a partir de pactos políticos em torno dos salários e dos empregos (do qual
o fordismo é exemplar) melhor dizendo, no âmbito da reprodução da força de trabalho
2.2. no horizonte do exercício profissional: no cotidiano das classes vulnerabilizadas,
em termos de modificar empiricamente as variáveis do contexto social e de intervir nas
condições objetivas e subjetivas de vida dos sujeitos (visando a mudança de valores,
hábitos, atitudes, comportamento de indivíduos e grupos). É no cotidiano — tanto dos
usuários dos serviços quanto dos profissionais — no qual o assistente social exerce sua
instrumentalidade, o local em que imperam as demandas imediatas, e consequentemente,
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as respostas aos aspectos imediatos, que se referem à singularidade do eu, à repetição, à
padronização. O cotidiano é o lugar onde a reprodução social se realiza através da
reprodução dos indivíduos (Netto, 1987), por isso um espaço ineliminável e insuprimível.
As singularidades, os imediatismos que caracterizam o cotidiano, que implicam na
ausência de mediação, só podem ser enfrentados pela apreensão das mediações objetivas
e subjetivas (tais como valores éticos, morais e civilizatórios, princípios e referências
teóricas, práticas e políticas) que se colocam na realidade da intervenção profissional.
2.3. nas modalidades de intervenção que lhe são exigidas pelas demandas das
classes sociais. Estas intervenções, em geral, são em nível do imediato, de natureza
manipulatória, segmentadas e desconectadas das suas determinações estruturais,
apreendidas nas suas manifestações emergentes, de caráter microscópico.
Nestes três casos (2.1, 2.2, 2.3) são respostas manipulatórias, fragmentadas,
imediatistas, isoladas, individuais, tratadas nas suas expressões/aparências (e não
nas determinações fundantes), cujo critério é a promoção de uma alteração no contexto
empírico, nos processos segmentados e superficiais da realidade social, cujo parâmetro
de competência é a eficácia segundo a racionalidade burguesa. São operações
realizadas por ações instrumentais, são respostas operativo-instrumentais, nas quais
impera uma relação direta entre pensamento e ação e onde os meios (valores) se
subsumem aos fins. Abstraídas de mediações subjetivas e universalizantes (referenciais
teóricos, éticos, políticos, sócio profissionais, tais como os valores coletivos) estas
respostas tendem a percepcionar as situações sociais como problemáticas individuais (por
exemplo: o caso individual, a situação existencial problematizada, as problemáticas de
ordem moral e/ou pessoal, as patologias individuais, etc.).
Racionalidade burguesa é a racionalidade predominante que está subjacente às
formas de ser, pensar e agir na ordem social capitalista. Ela possui duas
características fundamentais: o formalismo e a abstração. Ela é a lógica necessária
à manutenção da ordem social e tem no positivismo sua mais alta expressão.
Ações instrumentais são as ações pragmáticas, imediatistas, que visam a eficácia
e eficiência a despeito dos valores e princípios. Nestas ações, muitas vezes, impera
a repetição, o espontaneísmo, considerando a necessidade de responder
imediatamente às situações existentes. São ações isentas de conteúdo valorativo, na
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qual a preocupação restringe-se à eficácia dos fins. Estes subsumem a preocupação
com a correção dos meios (valores e princípios ético-políticos e civilizatórios). São
ações necessárias para responder a um nível da realidade (o do cotidiano) mas são
insuficientes para responder as complexas demandas do exercício profissional.
Quais os níveis em que tem se manifestado a instrumentalidade do Serviço Social?
Se muitas das requisições da profissão são de ordem instrumental (em nível de
responder às demandas — contraditórias— do capital e do trabalho e em nível de operar
modificações imediatas no contexto empírico), exigindo respostas instrumentais, o
exercício profissional não se restringe a elas. Com isso queremos afirmar que
reconhecer e atender às requisições técnico instrumentais da profissão não significa
ser funcional à manutenção da ordem ou ao projeto burguês. Isto pode vir a ocorrer
quando se reduz a intervenção profissional à sua dimensão instrumental. Esta é
necessária para garantir a eficácia e eficiência operatória da profissão. Porém, reduzir o
fazer profissional à sua dimensão técnico-instrumental significa tornar o Serviço Social
meio para o alcance de qualquer finalidade. Significa também limitar as demandas
profissionais às exigências do mercado de trabalho. É também equivocado pensar
que para realizá-las o profissional possa prescindir de referências teóricas e ético-
políticas.
Se as demandas com as quais trabalhamos são totalidades saturadas de
determinações (econômicas, políticas, culturais, ideológicas) então elas exigem mais do
que ações imediatas, instrumentais, manipulatórias. Elas implicam intervenções que
emanem de escolhas, que passem pelos condutos da razão crítica e da vontade dos
sujeitos, que se inscrevam no campo dos valores universais (éticos, morais e políticos).
Mais ainda, ações que estejam conectadas a projetos profissionais aos quais subjazem
referenciais teórico metodológicos e princípios ético-políticos.
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2011/CESPE/CORREIOS. O instrumental técnico do serviço social contempla um
conjunto articulado de instrumentos e técnicas que permitem a operacionalização
da ação do profissional de serviço social. Com relação a esse assunto, julgue o item
que se segue. Na elaboração de respostas mais qualificadas ao âmbito
organizacional, o assistente social deve investir em uma instrumentalidade inspirada
na dimensão operativa do mercado de trabalho, restringindo a intervenção
profissional à sua dimensão tecnicista.
Certo / Errado
Resposta Correta: Errado.
Comentário: A atuação do assistente social não se restringe à uma dimensão tecnicista.
A instrumentalidade pressupõe o reconhecimento da realidade, vai além de instrumentos
e técnicas de intervenção. Se muitas das requisições da profissão são de ordem
instrumental (em nível de responder às demandas - contraditórias - do capital e do trabalho
e em nível de operar modificações imediatas no contexto empírico), exigindo respostas
instrumentais, o exercício profissional não se restringe a elas. Com isso queremos afirmar
que reconhecer e atender às requisições técnico instrumentais da profissão não significa
ser funcional à manutenção da ordem ou ao projeto burguês. Isto pode vir a ocorrer quando
se reduz a intervenção profissional à sua dimensão instrumental. Esta é necessária para
garantir a eficácia e eficiência operatória da profissão. Porém, reduzir o fazer profissional
à sua dimensão técnico-instrumental significa tornar o Serviço Social meio para o alcance
de qualquer finalidade. Significa também limitar as demandas profissionais às exigências
do mercado de trabalho. É também equivocado pensar que para realizá-las o profissional
possa prescindir de referências teóricas e ético-políticas. Se as demandas com as quais
trabalhamos são totalidades saturadas de determinações (econômicas, políticas, culturais,
ideológicas) então elas exigem mais do que ações imediatas, instrumentais,
manipulatórias. Elas implicam intervenções que emanem de escolhas, que passem pelos
condutos da razão crítica e da vontade dos sujeitos, que se inscrevam no campo dos
valores universais (éticos, morais e políticos). Mais ainda, ações que estejam conectadas
a projetos profissionais aos quais subjazem referenciais teórico metodológicos e princípios
ético-políticos. (Yolanda Guerra - Instrumentalidade do Serviço Social).
Assim, na realização das requisições que lhe são postas, a profissão necessita da
interlocução com conhecimentos oriundos de disciplinas especializadas. O acervo
teórico e metodológico que lhe serve de referencial é extraído das ciências humanas e
sociais (conhecimentos extraídos das áreas de: Administração, Ciência Política,
Sociologia, Psicologia, Economia etc.). Tais conhecimentos têm sido incorporados pela
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profissão e particularizados na análise dos seus objetos de intervenção. Mas a profissão
também tem produzido, através da pesquisa e da sua intervenção, conhecimentos sobre
as dimensões constitutivas da questão social, sobre as estratégias capazes de orientar
e instrumentalizar a ação profissional (dentre outros temas) e os tem partilhado com
profissionais de diversas áreas.
Foi dito linhas atrás que há dimensões da instrumentalidade do exercício
profissional e falamos de duas delas. Mas a terceira condição da instrumentalidade é a
de ser uma mediação. Se é verdade que a Instrumentalidade se insere no espaço do
singular, do cotidiano, do imediato, também o é que ela, ao ser considerada como uma
particularidade da profissão, dada por condições objetivas e subjetivas, e como tal sócio
históricas, pode ser concebida como campo de mediação e instância de passagem.
Diferente disso, seria tomar a instrumentalidade apenas como singularidade, e como tal,
um fim em si mesma, de modo que estaríamos desconhecendo suas possibilidades como
particularidade. No cotidiano, como o espaço da instrumentalidade, imperam demandas de
natureza instrumental. Nele, a relação meios e fins rompe-se e o que importa é que os
indivíduos acionem os elementos necessários para alcançarem seus fins. Mas pelas
próprias características do cotidiano, os homens não se perguntam pelos fins: a
quem servem? Que forças reforça? Qual o projeto de sociedade que está na sua
base? Tampouco pelos valores que estão implicados nas ações desencadeadas para
responder imediata e instrumentalmente ao cotidiano.
Por que o cotidiano é o espaço para a realização das ações instrumentais?
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4. A INSTRUMENTALIDADE DO EXERCÍCIO
PROFISSIONAL COMO MEDIAÇÃO
Tratar-se-á aqui da instrumentalidade como uma mediação que permite a
passagem das ações meramente instrumentais para o exercício profissional crítico e
competente. Como mediação, a instrumentalidade permite também o movimento contrário:
que as referências teóricas, explicativas da lógica e da dinâmica da sociedade, possam ser
remetidas à compreensão das particularidades do exercício profissional e das
singularidades do cotidiano. Aqui, a instrumentalidade sendo uma particularidade e como
tal, campo de mediação, é o espaço no qual a cultura profissional se movimenta. Da cultura
profissional os assistentes sociais recolhem e na instrumentalidade constroem os
indicativos teórico-práticos de intervenção imediata, o chamado instrumental técnico ou as
ditas metodologias de ação.
Reconhecer a instrumentalidade como mediação significa tomar o Serviço Social
como totalidade constituída de múltiplas dimensões: técnico-instrumental, teórico-
intelectual, ético-política e formativa (Guerra, 1997), e a instrumentalidade como uma
particularidade e como tal, campo de mediações que porta a capacidade tanto de articular
estas dimensões quanto de ser o conduto pelo qual as mesmas traduzem-se em respostas
profissionais. No primeiro caso a instrumentalidade articula as dimensões da profissão e é
a síntese das mesmas.
2011/CESPE/CORREIOS. O instrumental técnico do serviço social contempla um
conjunto articulado de instrumentos e técnicas que permitem a operacionalização
da ação do profissional de serviço social. Com relação a esse assunto, julgue o item
que se segue. A instrumentalidade pode ser compreendida como uma mediação que
permite que as referências teóricas, explicativas da lógica e da dinâmica da
sociedade, sejam utilizadas para a compreensão das particularidades do exercício
profissional e das singularidades do cotidiano.
Certo / Errado
Resposta Correta: Certo.
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Comentário: A instrumentalidade do exercício profissional como mediação permite a
passagem das ações meramente instrumentais para o exercício profissional crítico e
competente. Como mediação, a instrumentalidade permite também o movimento contrário:
que as referências teóricas, explicativas da lógica e da dinâmica da sociedade, possam ser
remetidas à compreensão das particularidades do exercício profissional e das
singularidades do cotidiano.
2006/UEG/TJ-GO. A instrumentalidade do Serviço Social refere-se:
a- à particularidade da profissão, ou seja, a um campo de mediação onde se constroem os
elementos teórico-práticos e instrumentais técnicos para a intervenção na realidade social.
b- ao conjunto de instrumentos e técnicas utilizados no cotidiano profissional.
c- ao meio pelo qual os assistentes sociais objetivam as finalidades de sua intervenção,
tendo em vista eliminar os conflitos produzidos na sociedade capitalista contemporânea.
d- ao conjunto de respostas dadas às demandas da população usuária.
Resposta Correta: Letra a- à particularidade da profissão, ou seja, a um campo de
mediação onde se constroem os elementos teórico-práticos e instrumentais técnicos
para a intervenção na realidade social.
Comentário: Tratar-se-á aqui da instrumentalidade como uma mediação que permite a
passagem das ações meramente instrumentais para o exercício profissional crítico e
competente. Como mediação, a instrumentalidade permite também o movimento contrário:
que as referências teóricas, explicativas da lógica e da dinâmica da sociedade, possam ser
remetidas à compreensão das particularidades do exercício profissional e das
singularidades do cotidiano. Aqui, a instrumentalidade sendo uma particularidade e como
tal, campo de mediação, é o espaço no qual a cultura profissional se movimenta. Da cultura
profissional os assistentes sociais recolhem e na instrumentalidade constroem os
indicativos teórico-práticos de intervenção imediata, o chamado instrumental técnico ou as
ditas metodologias de ação.
20
No segundo, ela possibilita a passagem dos referenciais técnicos, teóricos,
valorativos e políticos e sua concretização, de modo que estes se traduzam em ações
profissionais, em estratégias políticas, em instrumentos técnico-operativos. Em outros
termos, ela permite que os sujeitos, face a sua intencionalidade, invistam na criação e
articulação dos meios e instrumentos necessários à consecução das suas finalidades
profissionais.
Afirmamos que como particularidade a instrumentalidade é campo de mediação,
dentre elas, da cultura profissional. No exercício profissional o assistente social lança
mão do acervo ídeo cultural disponível nas ciências sociais ou na tradição marxista e o
adapta aos objetivos profissionais. Constrói um certo modo de fazer que lhe é próprio e
pelo qual a profissão torna-se reconhecida socialmente. Produz elementos novos que
passam a fazer parte de um acervo cultural (re) construído pelo profissional e que se
compõe de objetos, objetivos, princípios, valores, finalidades, orientações políticas,
referencial técnico, teórico-metodológico, ídeo cultural e estratégico, perfis de profissional,
modos de operar, tipos de respostas; projetos profissionais e societários, racionalidades
que se confrontam e direção social hegemônica, etc. Deste modo, a cultura profissional,
como construção coletiva e base na qual a categoria se referência, é também ela uma
mediação entre as matrizes clássicas do conhecimentos — suas programáticas de
intervenção e os projetos societários que os norteiam — e as particularidades que a
profissão adquire na divisão social e técnica do trabalho. Ela abarca forças, direções e
projetos diferentes e/ou divergentes/antagônicos e condiciona o exercício profissional. Na
definição das finalidades e na escolha dos meios e instrumentos mais adequados ao
alcance das mesmas, os homens estão exercendo sua liberdade (concebida
historicamente como escolha racional por alternativas concreta dentro dos limites
possíveis). Tais finalidades (ainda que de caráter individual) estão inscritas num quadro
valorativo e somente podem ser pensadas no interior deste quadro, entendido como acervo
cultural do qual o profissional dispõe e lhe orienta as escolhas técnicas, teóricas e ético-
políticas. Tais escolhas implicam projetar tanto os resultados e meios de realização quanto
as consequências. Isso porque, no âmbito profissional, não existem ações pessoais, mas
ações públicas e sociais de responsabilidade do indivíduo como profissional e da categoria
profissional como um todo. Para tanto, há que se ter conhecimento dos objetos, dos
meios/instrumentos e dos resultados possíveis.
Com isso pode-se perceber que a cultura profissional incorpora conteúdos teórico-
críticos projetivos. Pela mediação da cultura profissional o assistente social pode
negar a ação puramente instrumental, imediata, espontânea e reelaborá-la em nível de
21
respostas sócio profissionais. Na elaboração de respostas mais qualificadas, na construção
de novas legitimidades, a razão instrumental não dá conta. Há que se investir numa
instrumentalidade inspirada pela razão dialética.
Razão Instrumental: É uma dimensão da razão dialética (substantiva e
emancipatória), e como tal, limitada a operações formal-abstratas e à praticas
manipuladoras e instrumentais, fragmentadas, descontextualizadas e segmentadas,
por isso ela é funcional à reprodução social da ordem burguesa.
A razão dialética refere-se: a uma lógica objetiva que os processos sociais portam
e às condições que permitem a reconstrução desta lógica, pela via do pensamento.
No capitalismo esta razão é limitada a uma de suas dimensões: à dimensão
instrumental.
2014/FGV/SEDUC-AM. A principal característica do processo de mediação é a:
a) técnica. d) discordância.
b) competição. e) comunicação.
c) linguagem.
Resposta Correta: Letra e.
2014/CESPE/POLÍCIA FEDERAL. No que se refere à conciliação e mediação,
alternativas para a resolução de conflitos, julgue o próximo item. Durante a
mediação, o mediador apenas administra o procedimento para que as partes
envolvidas no conflito tomem a decisão e, caso consintam, assinem um termo de
acordo para cumprimento.
Certo / Errado
Resposta Correta: Certo.
22
Comentário: Na mediação, o mediador não decide, mas somente administra o
procedimento para que as partes decidam o conflito. Semelhante ao resultado da
conciliação, sendo o procedimento positivo, faculta-lhes a redação e assinatura de um
termo de acordo para o cumprimento espontâneo. Caso se entenda necessário, pode valer-
se de duas testemunhas.
O que significa reconhecer a instrumentalidade do exercício profissional como
mediação?
Serviço Social e Razão dialética
Ainda que surgindo no universo das práticas reformistas integradoras que visam
controlar e adaptar comportamentos, moldar subjetividades e formas de sociabilidade
necessárias à reprodução da ordem burguesa, de um lado, e como decorrência da
ampliação das funções democráticas do Estado, fruto das lutas de classes, de outro, o
Serviço Social, entretecido pelos interesses em confronto, vai ampliando as suas funções
até colocar-se no âmbito da defesa da universalidade de acesso a bens e serviços, dos
direitos sociais e humanos, das políticas públicas e da democracia. Pela instrumentalidade
da profissão, pela condição e capacidade de o Serviço Social operar transformações,
alterações nos objetos e nas condições (meios e instrumentos), visando alcançar seus
objetivos, vão passando elementos progressistas, emancipatórios, próprios da razão
dialética. Pressionando a profissão, tais forças progressistas (internas e externas)
permitem que a profissão reveja seus fundamentos e suas legitimidades, questione sua
funcionalidade e instrumentalidade, o que permite uma ampliação das bases sobre as
quais sua instrumentalidade se desenvolve.
Ao desprender da base histórica pela qual a profissão surge, o Serviço Social pode
qualificar-se para novas competências, buscar novas legitimidades, indo além da mera
requisição instrumental-operativa do mercado de trabalho. Este enriquecimento da
instrumentalidade do exercício profissional resulta num profissional que, sem prejuízo da
sua instrumentalidade no atendimento das demandas possa antecipá-las, que habilitado
no manejo do instrumental técnico saiba colocá-lo no seu devido lugar (qual seja, no interior
do projeto profissional) e, ainda, que reconhecendo a dimensão política da profissão,
inspirado pela razão dialética, invista na construção de alternativas que sejam
instrumentais à superação da ordem social do capital.
23
5. A DIMENSÃO TÉCNICO-OPERATIVA DO
EXERCÍCIO PROFISSIONAL
Toda intervenção profissional é uma ação teleológica que implica uma
escolha consciente das alternativas objetivamente dadas e a elaboração de um
projeto no qual o profissional lança luzes sobre os fins visados e busca os meios
que, a seu juízo, são os mais adequados para alcançá-los. Toda intervenção
encontra-se imbuída de um conjunto de valores e princípios que permitem ao
assistente social escolher. É no cotidiano profissional, tenha consciência ou não,
que o assistente social se depara com demandas e interesses contraditórios e com
um leque de possibilidades, o que lhe permite exercitar a sua autonomia, que sempre
será relativa.
Diz Lukács que toda práxis social, “é uma decisão entre alternativas” donde
pode-se inferir que as práticas profissionais, como uma dimensão menos
desenvolvida desta, também o são.
Ao fazer suas escolhas, no que se refere às finalidades estabelecidas e aos meios
(condições, instrumentos e técnicas) para alcançá-las, que resposta dar e em que direção,
o assistente social exerce sua dimensão ético-política, a qual preocupa-se com os valores
(de que valem as respostas dadas) e com a direção social das mesmas (que conjunto de
forças está sendo contemplado nas respostas). Mas não o faz sem conflitos éticos que são
próprios dos homens e mulheres que partilham desta experiência contraditória de viver no
mundo burguês.
24
2014/FCC/TRF3ª REGIÃO. Em referência à instrumentalidade do Serviço Social,
compreendida pela teoria crítica social, é correto a firmar:
a- A intervenção profissional é uma ação teleológica que implica uma escolha consciente
das alternativas dadas e a elaboração de um projeto profissional.
b- O conceito de instrumentalidade não se aplica no universo do trabalho do assistente
social, com a intenção de colaborar com o rompimento das amarras de uma ordem
conservadora.
c- A instrumentalidade é orientada pelas dimensões da particularidade e da totalidade.
d- A dimensão formativa não remete a um conjunto de conhecimentos, competências e
saberes práticos, com habilidades múltiplas.
e- O debate sobre instrumentalidade está restrito aos procedimentos técnico-operativos.
Resposta Correta: Letra a- A intervenção profissional é uma ação teleológica que
implica uma escolha consciente das alternativas dadas e a elaboração de um projeto
profissional.
Comentário: Toda intervenção profissional é uma ação teleológica que implica uma
escolha consciente das alternativas objetivamente dadas e a elaboração de um projeto no
qual o profissional lança luzes sobre os fins visados e busca os meios que, a seu juízo, são
os mais adequados para alcançá-los.
25
6. A ORGANIZAÇÃO SOCIAL E A INSTITUIÇÃO SOCIAL
Uma organização difere de uma instituição por definir-se por uma prática
social determinada de acordo com sua instrumentalidade: está referida ao conjunto
de meios (administrativos) particulares para obtenção de um objetivo particular. Não
está referida a ações articuladas às ideias de reconhecimento externo e interno, de
legitimidade interna e externa, mas a operações definidas como estratégias
balizadas pelas ideias de eficácia e de sucesso no emprego de determinados meios
para alcançar o objetivo particular que a define. Por ser uma administração, é regida
pelas ideias de gestão, planejamento, previsão, controle e êxito.
Não lhe compete discutir ou questionar sua própria existência, sua função, seu lugar
no interior da luta de classes, pois isso, que para a instituição social universitária é crucial,
é, para a organização, um dado de fato. Ela sabe (ou julga saber) por que, para que e onde
existe.
A instituição social aspira à universalidade. A organização sabe que sua
eficácia e seu sucesso dependem de sua particularidade. Isso significa que a instituição
tem a sociedade como seu princípio e sua referência normativa e valorativa, enquanto a
organização tem apenas a si mesma como referência, num processo de competição com
outras que fixaram os mesmos objetivos particulares. Em outras palavras, a instituição se
percebe inserida na divisão social e política e busca definir uma universalidade
(imaginária ou desejável) que lhe permita responder às contradições, impostas pela
divisão. Ao contrário, a organização pretende gerir seu espaço e tempo particulares
aceitando como dado bruto sua inserção num dos polos da divisão social, e seu alvo
não é responder às contradições, e sim vencer a competição com seus supostos
iguais.
2013/FUNCAB/PC-ES. “Uma prática social determinada de acordo com sua
instrumentalidade [ e que ] está referida ao conjunto de meios (administrativos)
particulares para a obtenção de um objetivo particular” (Chauí, 2003). Essa definição
refere - se à:
a- instituição.
b- ação social.
26
c- organização.
d- relação social.
e- estratégia.
Resposta Correta: Letra c- organização.
Comentário: Existe diferença entre organização e instituição, sendo que uma organização
é definida: por uma prática social determinada de acordo com sua instrumentalidade - está
referida ao conjunto de meios (administrativos) particulares para obtenção de um objetivo
particular. Não está referida a ações articuladas às ideias de reconhecimento externo e
interno, de legitimidade interna e externa, mas a operações definidas como estratégias
balizadas pelas ideias de eficácia e de sucesso no emprego de determinados meios para
alcançar o objetivo particular que a define.
27
7. O SERVIÇO SOCIAL NA DIVISÃO SÓCIO TÉCNICA
DO TRABALHO: RESULTADO DE MÚLTIPLAS
DETERMINAÇÕES
Pela forma de inserção sócio profissional na divisão social e técnica do
trabalho, o espaço reservado ao Serviço Social, como um ramo de especialização do
trabalho coletivo, é o de dar respostas, buscar prontamente soluções à pluralidade de
questões que lhes são colocadas, para o que necessita de fundamentos teórico
metodológicos, conhecimentos e saberes interventivos, habilidades técnico profissionais,
procedimentos teórico-metodológicos e de uma perspectiva ética com clara orientação
estratégica. É a sua inserção na divisão social e técnica do trabalho da sociedade
capitalista, sua localização na estrutura sócio ocupacional e a sua funcionalidade na
sociedade burguesa, construída no espaço de mediação entre classes e Estado, que atribui
à intervenção um caráter político.
Na realização das suas atribuições sócio profissionais, o profissional intervém
através das políticas e/ou serviços sociais, na criação de condições favorecedoras da
reprodução da força de trabalho ocupada e excedente, a partir das formas de regulação
social capitaneadas pelo Estado burguês, cuja natureza contraditória é permeável aos
interesses da classe e/ou segmentos da classe trabalhadora.
O exercício profissional como parte do trabalho coletivo produzido pelo
conjunto da sociedade, opera a prestação de serviços sociais que atende a
necessidades sociais e reproduz a ideologia dominante. No atendimento dos
objetivos imediatos, a dimensão técnico-operativa é mobilizada. Sua
instrumentalidade está na “resolutividade”, ainda que apenas momentaneamente e
em nível imediato, das demandas apresentadas.
A legitimidade social de uma profissão encontra-se nas respostas que ela dá
às necessidades histórico-sociais num determinado tempo e espaço. É na
realização da dimensão técnico-operativa da profissão que o assistente social
legitima e constrói uma determinada cultura, um ethos profissional. É através
da dimensão técnico-operativa que o assistente social articula um conjunto de
saberes, recriando-lhes, dando-lhes uma forma peculiar e constrói um “fazer”
28
que é socialmente produzido e culturalmente compartilhado ao tempo em que
os vários atos teleológicos dos profissionais resultam na criação/renovação
de novos modos de ser desta cultura.
É no desenvolvimento da dimensão técnico-operativa que o
profissional constrói; reproduz códigos de orientação e um conjunto de
valores e normas. Esta cultura profissional, como indicou Netto (1996)
incorpora objetos, objetivos, valores, racionalidades, técnicas, instrumentos,
conhecimentos, teorias.
Apesar da sua relevância, a tematização da dimensão técnico-operativa tem
sido negligenciada pela atual produção acadêmica, pela formação profissional e pelo
debate da categoria, daí considerarmos necessário resgatá-lo dando-lhe o merecido
espaço na cena contemporânea. Tal lacuna se explica (mas não se justifica) pelo receio
de incorrer nos velhos ranços do Serviço Social tradicional. Visando enfrentar este debate
penso que o melhor caminho é aquele que busca questionar as possibilidades e limites da
dimensão técnico-operativa frente às atribuições e competência sócio profissionais e
políticas dos assistentes sociais, indicando a necessária articulação desta dimensão com
as demais (teórico-metodológica, ético-política, investigativa e formativa), buscando
estabelecer uma unidade entre as múltiplas e diversas dimensões da profissão.
Partimos da premissa de que para atender às necessidades próprias do
cotidiano da vida dos sujeitos que buscam os serviços e as políticas sociais, o nível de
instrumentalidade da dimensão técnico-operativa da profissão é suficiente. Tais as
respostas instrumentais, dadas pelos assistentes sociais, as quais atuam sobre
determinado nível da realidade - o da alteração de algumas variáveis do contexto da vida
dos sujeitos (Netto, 1996a) - apoiam-se em um projeto de sociedade, em um conjunto de
proposições teóricas, em valores e princípio éticos e dão uma determinada direção
estratégica à intervenção profissional.
Assim, a definição sobre o que e como fazer, tem que ser articulada ao
porque fazer (significado social da profissional e sua funcionalidade ou não ao
padrão dominante), ao para que fazer (indicando as finalidades/teleologia do sujeito
29
profissional) e ao com o que fazer: com que meios, recursos e através de que
mediações ou sistema (s) de mediações.
Nesta perspectiva de se entender as dimensões que dão forma e conteúdo à
profissão, há que se considerar que elas só se realizam no espaço do cotidiano, e por isso
encontram nesse peculiar espaço sua explicação racional, donde a necessidade de
interpretá-lo à luz de uma teoria que seja capaz de revelar como se constitui este espaço,
de que modalidade de intervenção ele demanda, que dimensões devem ser acionadas em
resposta aos seus desafios
2008/PREFEITURA-RJ/COMLURB. Uma parcela da categoria profissional de Assistentes Sociais afirma que grande parte dos problemas da intervenção desse profissional é provocada pela ausência de sistematização do instrumental técnico. Yolanda Guerra (1995) discorda desse ponto de vista, justificando que:
a- as definições operacionais (“o que fazer” e “como fazer”) não são importantes. Um bom conhecimento teórico é suficiente para uma intervenção profissional competente
b- a prática é o fundamento de determinação das ações do profissional, portanto, cabe à prática fornecer indicativos sobre os instrumentos operativos capazes de possibilitar uma ação efetiva nas situações concretas
c- antes das definições operacionais (“o que fazer” e “como fazer”), o Assistente Social deve buscar compreender o “para que fazer” (para quem, onde e quando fazer), analisando as consequências que as ações profissionais produzem
d- as construções teóricas são determinantes da prática. Dessa forma, o valor da teoria
consiste em construir um quadro explicativo do objeto que contemple um conjunto de
técnicas e instrumentos de valor operacional
Resposta Correta: Letra c- antes das definições operacionais (“o que fazer” e “como
fazer”), o Assistente Social deve buscar compreender o “para que fazer” (para quem,
onde e quando fazer), analisando as consequências que as ações profissionais
produzem.
Comentário: Assim, a definição sobre o que e como fazer, tem que ser articulada ao porque fazer (significado social da profissional e sua funcionalidade ou não ao padrão dominante), ao para que fazer (indicando as finalidades/teleologia do sujeito profissional) e ao com o que fazer: com que meios, recursos e através de que mediações ou sistema (s) de mediações.
30
PONTOS COMENTADOS – PARTE I
A INSTRUMENTALIDADE DO SERVIÇO SOCIAL
• A instrumentalidade no exercício profissional refere-se, não ao conjunto de
instrumentos e técnicas (neste caso, a instrumentação técnica), mas a uma
determinada capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, construída e
reconstruída no processo sócio histórico.
• Em primeiro lugar para compreender a instrumentalidade do Serviço Social deve-
se distinguir claramente instrumentos de instrumentalidade. Esta “[...]no exercício
profissional refere-se, não ao conjunto de instrumentos e técnicas (neste caso, a
instrumentação técnica), mas a uma determinada capacidade ou propriedade
constitutiva da profissão, construído e reconstruída no processo sócio histórico”. A
instrumentalidade na perspectiva de Yolanda Guerra é compreendida como o modo de
ser que caracteriza o fazer profissional que é moldado a partir das relações sociais que
são estabelecidas no bojo das condições objetivas e subjetivas em que se desenvolve
o exercício profissional. E, na medida em que, possibilita o alcance dos objetivos a que
se propõe a profissão constitui-se como “[...]condição concreta de reconhecimento
social da profissão”.
• A instrumentalidade no serviço social engloba três esferas: a teórica-
metodológica, a técnica-operativa e a ética-política. Todas estão relacionadas entre si
na prática profissional. A primeira faz menção aos conceitos e conhecimentos que irão
permitir ao assistente social compreender a realidade. A técnica-operativa refere-se
aos instrumentos que possibilitarão o profissional intervir nessa realidade. Já o ético-
político é o que estabelece o que o assistente social pretende alcançar com sua ação,
ou seja, tem relação com a escolha do projeto profissional. Em outras palavras o teórico
-metodológico faz o assistente social compreender, o técnico-operativo intervir e o
ético-político os seus objetivos.
• A instrumentalidade tem natureza ontológica. A perspectiva ontológica marxiana
possui como fundamento a unidade indissolúvel entre subjetividade e objetividade,
presente na atividade matriz da sociabilidade, o trabalho.
• A atuação do assistente social NÃO SE RESTRINGE à uma dimensão tecnicista.
A instrumentalidade pressupõe o reconhecimento da realidade, vai ALÉM de
instrumentos e técnicas de intervenção. Se muitas das requisições da profissão são de
ordem instrumental (em nível de responder às demandas - contraditórias - do capital e
do trabalho e em nível de operar modificações imediatas no contexto empírico),
exigindo respostas instrumentais, o exercício profissional não se restringe a elas. Com
isso queremos afirmar que reconhecer e atender às requisições técnico instrumentais
da profissão não significa ser funcional à manutenção da ordem ou ao projeto burguês.
Isto pode vir a ocorrer quando se reduz a intervenção profissional à sua dimensão
instrumental. Esta é necessária para garantir a eficácia e eficiência operatória da
profissão. Porém, reduzir o fazer profissional à sua dimensão técnico-instrumental
significa tornar o Serviço Social meio para o alcance de qualquer finalidade. Significa
também limitar as demandas profissionais às exigências do mercado de trabalho. É
também equivocado pensar que para realizá-las o profissional possa prescindir de
31
referências teóricas e ético-políticas. Se as demandas com as quais trabalhamos são
totalidades saturadas de determinações (econômicas, políticas, culturais, ideológicas)
então elas exigem mais do que ações imediatas, instrumentais, manipulatórias. Elas
implicam intervenções que emanem de escolhas, que passem pelos condutos da razão
crítica e da vontade dos sujeitos, que se inscrevam no campo dos valores universais
(éticos, morais e políticos). Mais ainda, ações que estejam conectadas a projetos
profissionais aos quais subjazem referenciais teórico metodológicos e princípios ético-
políticos. (Yolanda Guerra - Instrumentalidade do Serviço Social).
• A instrumentalidade do exercício profissional como mediação permite a
passagem das ações meramente instrumentais para o exercício profissional
crítico e competente. Como mediação, a instrumentalidade permite também o
movimento contrário: que as referências teóricas, explicativas da lógica e da dinâmica
da sociedade, possam ser remetidas à compreensão das particularidades do exercício
profissional e das singularidades do cotidiano.
• Aqui, a instrumentalidade sendo uma particularidade e como tal, campo de
mediação, é o espaço no qual a cultura profissional se movimenta. Da cultura
profissional os assistentes sociais recolhem e na instrumentalidade constroem os
indicativos teórico-práticos de intervenção imediata, o chamado instrumental técnico ou
as ditas metodologias de ação.
• Na mediação, o mediador não decide, mas somente administra o procedimento para
que as partes decidam o conflito. Semelhante ao resultado da conciliação, sendo o
procedimento positivo, faculta-lhes a redação e assinatura de um termo de acordo para
o cumprimento espontâneo. Caso se entenda necessário, pode valer-se de duas
testemunhas.
• Toda intervenção profissional é uma ação teleológica que implica uma escolha
consciente das alternativas objetivamente dadas e a elaboração de um projeto no qual
o profissional lança luzes sobre os fins visados e busca os meios que, a seu juízo, são
os mais adequados para alcançá-los.
• Existe diferença entre organização e instituição, sendo que uma organização é
definida: por uma prática social determinada de acordo com sua instrumentalidade -
está referida ao conjunto de meios (administrativos) particulares para obtenção de um
objetivo particular. Não está referida a ações articuladas às ideias de reconhecimento
externo e interno, de legitimidade interna e externa, mas a operações definidas como
estratégias balizadas pelas ideias de eficácia e de sucesso no emprego de
determinados meios para alcançar o objetivo particular que a define.
Assim, a definição sobre o que e como fazer, tem que ser articulada ao porque
fazer (significado social da profissional e sua funcionalidade ou não ao padrão
dominante), ao para que fazer (indicando as finalidades/teleologia do sujeito profissional)
e ao com o que fazer: com que meios, recursos e através de que mediações ou sistema
(s) de mediações.
32
QUESTÕES DE PROVAS – PARTE I
1. 2016/ CESPE/DPU. Relativamente à dimensão técnico-operativa do serviço social,
às concepções e debates sobre instrumentos e técnicas, julgue o próximo item.
Segundo Guerra, a instrumentalidade no exercício profissional refere-se a
determinada capacidade ou propriedade constitutiva da profissão, a qual é
construída e reconstruída no processo sócio histórico, e não à instrumentação
técnica da profissão, que diz respeito ao conjunto de seus instrumentos e técnicas.
Certo / Errado
2. 2014/FUNCAB/SEDS-TO. O debate acerca da instrumentalidade do Serviço Social
é fundamental para análise da profissão forjada na sociedade capitalista, na sua
complexidade que é atravessada por diversos determinantes ideopolíticos, sócios-
históricos e econômicos. Portanto, a instrumentalidade, dentre outros elementos,
significa:
a- o exame de seus elementos constitutivos como uma profissão inserida na divisão
sociotécnica do trabalho, com uma autonomia relativa e que apresenta o perfil de um
profissional crítico, propositivo e com capacidade de análise das contradições sociais.
b- a compreensão das racionalidades da profissão, a sua forma de ser e pensar, o seu
modus operandi, a apreensão das suas singularidades, suas dimensões instrumentais,
técnica, política, pedagógica e intelectual subsidiadas pela teoria e prática.
c- o conjunto de instrumentos e técnicas utilizados pelos profissionais que a partir de seus
referenciais teóricos-metodológicos, técnico operativos e ético-políticos conduzem sua
prática reflexiva para atendimento das classes empobrecidas para a resolução dos
problemas sociais.
d- a interlocução entre as demandas institucionais, profissionais e dos usuários que
guardam uma heterogeneidade que compreende a totalidade das relações sociais, em seu
processo de produção e reprodução, e suas particularidades que se expressam no
cotidiano institucional
3. 2014/FUNCAB/SEDS-TO. Os meios de trabalho que contribuem para o alcance das
finalidades reais, ou seja, para a passagem das possibilidades para a efetividade no
exercício profissional do assistente social, são denominados:
a- técnicas. c- metodologias.
b- teorias d- instrumentos.
33
4. 2016/CESPE/DPUP. Relativamente à dimensão técnico-operativa do serviço social,
às concepções e debates sobre instrumentos e técnicas, julgue o próximo item. A
instrumentalidade segundo a concepção crítico-dialética, concepção esta
hegemônica no atual projeto ético-político do serviço social brasileiro, não se
configura como categoria ontológica, visto que se dirige a um arsenal de técnicas e
métodos.
Certo / Errado
5. 2011/CESPE/CORREIOS. O instrumental técnico do serviço social contempla um
conjunto articulado de instrumentos e técnicas que permitem a operacionalização
da ação do profissional de serviço social. Com relação a esse assunto, julgue o item
que se segue. Na elaboração de respostas mais qualificadas ao âmbito
organizacional, o assistente social deve investir em uma instrumentalidade inspirada
na dimensão operativa do mercado de trabalho, restringindo a intervenção
profissional à sua dimensão tecnicista.
Certo / Errado
6. 2011/CESPE/CORREIOS. O instrumental técnico do serviço social contempla um
conjunto articulado de instrumentos e técnicas que permitem a operacionalização
da ação do profissional de serviço social. Com relação a esse assunto, julgue o item
que se segue. A instrumentalidade pode ser compreendida como uma mediação que
permite que as referências teóricas, explicativas da lógica e da dinâmica da
sociedade, sejam utilizadas para a compreensão das particularidades do exercício
profissional e das singularidades do cotidiano.
Certo / Errado
7. 2006/UEG/TJ-GO. A instrumentalidade do Serviço Social refere-se:
a- à particularidade da profissão, ou seja, a um campo de mediação onde se constroem
os elementos teórico-práticos e instrumentais técnicos para a intervenção na realidade
social.
b- ao conjunto de instrumentos e técnicas utilizados no cotidiano profissional.
c- ao meio pelo qual os assistentes sociais objetivam as finalidades de sua intervenção,
tendo em vista eliminar os conflitos produzidos na sociedade capitalista contemporânea.
d- ao conjunto de respostas dadas às demandas da população usuária.
34
8. 2014/FGV/SEDUC-AM. A principal característica do processo de mediação é a:
a) técnica.
b) competição.
c) linguagem.
d) discordância.
e) comunicação
9. 2014/CESPE/POLÍCIA FEDERAL. No que se refere à conciliação e mediação,
alternativas para a resolução de conflitos, julgue o próximo item. Durante a
mediação, o mediador apenas administra o procedimento para que as partes
envolvidas no conflito tomem a decisão e, caso consintam, assinem um termo de
acordo para cumprimento.
Certo / Errado
10. 2014/FCC/TRF3ª REGIÃO. Em referência à instrumentalidade do Serviço Social,
compreendida pela teoria crítica social, é correto a firmar:
a- A intervenção profissional é uma ação teleológica que implica uma escolha consciente
das alternativas dadas e a elaboração de um projeto profissional.
b- O conceito de instrumentalidade não se aplica no universo do trabalho do assistente
social, com a intenção de colaborar com o rompimento das amarras de uma ordem
conservadora.
c- A instrumentalidade é orientada pelas dimensões da particularidade e da totalidade.
d- A dimensão formativa não remete a um conjunto de conhecimentos, competências e
saberes práticos, com habilidades múltiplas.
e- O debate sobre instrumentalidade está restrito aos procedimentos técnico-operativos.
11. 2013/FUNCAB/PC-ES. “Uma prática social determinada de acordo com sua
instrumentalidade [ e que ] está referida ao conjunto de meios (administrativos)
particulares para a obtenção de um objetivo particular” (Chauí, 2003). Essa definição
refere - se à:
a- instituição.
b- ação social.
35
c- organização.
d- relação social.
e- estratégia.
12. 2008/PREFEITURA-RJ/COMLURB. Uma parcela da categoria profissional de
Assistentes Sociais afirma que grande parte dos problemas da intervenção desse
profissional é provocada pela ausência de sistematização do instrumental técnico.
Yolanda Guerra (1995) discorda desse ponto de vista, justificando que:
a- as definições operacionais (“o que fazer” e “como fazer”) não são importantes. Um bom
conhecimento teórico é suficiente para uma intervenção profissional competente.
b- a prática é o fundamento de determinação das ações do profissional, portanto, cabe à
prática fornecer indicativos sobre os instrumentos operativos capazes de possibilitar uma
ação efetiva nas situações concretas.
c- antes das definições operacionais (“o que fazer” e “como fazer”), o Assistente Social
deve buscar compreender o “para que fazer” (para quem, onde e quando fazer), analisando
as consequências que as ações profissionais produzem.
d- as construções teóricas são determinantes da prática. Dessa forma, o valor da teoria
consiste em construir um quadro explicativo do objeto que contemple um conjunto de
técnicas e instrumentos de valor operacional.
GABARITO 1
1 CERTO
2 B
3 D
4 ERRADO
5 ERRADO
6 CERTO
7 A
8 E
9 CERTO
10 A
11 C
12 C
36
QUESTÕES DE PROVAS – PARTE II
1. 2012/CESPE/TJ-AC. A instrumentalidade do serviço social possui natureza não
condicionada às demandas institucionais em que os assistentes sociais atuam.
Certo / Errado
2. 2011/CESPE/CORREIOS. O instrumental técnico do serviço social contempla um
conjunto articulado de instrumentos e técnicas que permitem a operacionalização
da ação do profissional de serviço social. Com relação a esse assunto, julgue o item
que se segue. Na elaboração de respostas mais qualificadas ao âmbito
organizacional, o assistente social deve investir em uma instrumentalidade inspirada
na dimensão operativa do mercado de trabalho, restringindo a intervenção
profissional à sua dimensão tecnicista.
Certo / Errado
3. 2010/CESPE/DPU. Ao ser enquadrado como profissional de caráter
eminentemente técnico no exercício de funções executivas, o assistente social
pensa poder eximir-se da reflexão teórica in totum e fixar seu foco de preocupações
no seu cotidiano profissional, para o qual os modelos analíticos e interventivos,
testados e cristalizados pelas suas experiências e de outrem, são suficientes. A isso
combina-se o elenco de disciplinas que se dedicam aos fatos da realidade empírica.
Yolanda Guerra. A instrumentalidade do serviço social, 7.ª ed. 2009, p. 170 (com
adaptações).
Acerca do tema do texto acima, assinale a opção correta.
a- O profissional pensa a partir de um quadro referencial de informações da totalidade,
mediadas, e suas particularidades.
b- O profissional deve pensar a partir de um quadro referencial segregado em informações
parciais, fragmentadas e generalizantes.
c- O esforço de objetividade, operado na intervenção profissional, não restringe a análise
às evidências baseadas na experiência.
d- A teoria, reduzida a um método de intervenção e caucionada pela experiência, ao
extrapolar o âmbito do pensamento, não se objetiva em uma prática burocratizada.
e- É o tipo de conhecimento que passa a ser um conjunto de conceitos discriminados que
representam coisas, interligadas e mediadas entre si.
37
4. 2008/PREFEITURA DO RJ/COMLURB. Fávero (2004) afirma que toda intervenção
na realidade, inclusive, por parte do Assistente Social, tem uma dimensão
teleológica, ou seja, o profissional projeta, pelo pensamento, o resultado que quer
alcançar. Esse projetar confere uma direção social à finalidade do trabalho. Para a
autora uma direção social é condicionada:
a- pela capacidade de neutralidade do profissional; pelos fundamentos técnicos e
operativos que constroem o agir profissional
b- exclusivamente, pelas condições materiais e objetivas da realidade sob as quais o
trabalho se desenvolve
c- pela visão de mundo, pelos valores, crenças, hábitos, fundamentos teóricos, princípios
éticos que constroem o agir profissional
d- pela adoção de procedimentos instrumentais, de manipulação de variáveis.
5. 2014/FGV/SUSAM. Sobre os instrumentos técnico-operativos do Serviço Social,
assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) São mediadores do trabalho realizado e adquirem sentido quando articulados aos
objetivos profissionais.
( ) São componentes da dimensão técnico-operativa da profissão, desvinculadas do
arcabouço teórico e ético.
( ) São procedimentos neutros e não interferem no modo de vida e de trabalho da
população usuária do Serviço Social.
As afirmativas são, respectivamente:
a) F, V e V.
b) F, V e F.
c) V, V e F.
d) V, F e F.
e) F, F e V.
6. 2014/CESPE/POLÍCIA FEDERAL. No que se refere à conciliação e mediação,
alternativas para a resolução de conflitos, julgue o próximo item. Durante a
mediação, o mediador apenas administra o procedimento para que as partes
envolvidas no conflito tomem a decisão e, caso consintam, assinem um termo de
acordo para cumprimento.
Certo / Errado
38
7. 2012/CESPE/ TJ-AC. Os instrumentos e as técnicas presentes nos procedimentos
profissionais do assistente social constituem acervo imparcial e essencialmente
técnico.
Certo / Errado
8. 2012/FCC/TJ-PE. O Assistente Social, ao elaborar um plano de intervenção
profissional objetivando construir estratégias coletivas para o enfrentamento das
diferentes manifestações da questão social, desenvolverá como ação:
I. Pesquisa de dados de realidade quantitativos para trazer retratos da realidade,
dimensionar os problemas que se investigam.
II. Investigação sobre as informações qualitativas da realidade para trabalhar com o real
em movimento, em toda a sua plenitude.
III. Intervenção na realidade social com base na apreensão do movimento aparente que se
apresenta do real.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas. d) I e II, apenas.
b) II, apenas. e) I, II e III.
c) III, apenas.
9. 2011/CESPE/ TJ-ES. O agir profissional do assistente social não possui caráter
educativo, pois sua ação pode reproduzir ou não valores e práticas culturais e
políticas, por meio de ações de cunho material, sociopolítico ou ainda ideológico-
cultural.
Certo / Errado.
10. 2009/IF-MA/IF-MA. Os instrumentos e técnicas de intervenção presentes nos
procedimentos dos assistentes sociais contribuem para uma atuação voltada à
promoção de atitudes e comportamentos. Tais procedimentos podem ser:
a) de caráter operacional e afetivo.
b) de caráter individual, grupal, coletivo e administrativo--organizacional.
c) monitorados juntamente com os usuários.
d) subsidiados em intervenções grupais e psicológicas.
e) individuais, grupais e de aconselhamento.
39
PONTOS COMENTADOS – PARTE II
A INSTRUMENTALIDADE DO SERVIÇO SOCIAL
• O texto citado coloca "profissional de caráter eminentemente técnico no exercício de
funções executivas(...)" o que a questão quer saber é exatamente como esse tipo de
profissional pensa, age e/ou interpreta a realidade. Dessa forma, tal atuação é dotada
de base teórica empírica, focada na rotina da realidade do atendimento cotidiano e
limitada aos fatos empíricos os quais (...) supõem fornecer um quadro referencial
teórico eclético, segregado em informações parciais, fragmentadas e generalizantes.
• Instrumentos Técnicos Operativos do Serviço Social. São mediadores do trabalho
realizado e adquirem sentido quando articulados aos objetivos profissionais.
• Na mediação, o mediador não decide, mas somente administra o procedimento para
que as partes decidam o conflito. Semelhante ao resultado da conciliação, sendo o
procedimento positivo, faculta-lhes a redação e assinatura de um termo de acordo para
o cumprimento espontâneo. Caso se entenda necessário, pode valer-se de duas
testemunhas.
• A configuração dos procedimentos e do instrumental técnico-operativo
acompanha as alterações históricas da base sócio organizacional do Serviço
Social e está marcado por tratamentos diferenciados conferidos pelos diversos
projetos profissionais. Ainda que alguns instrumentos e técnicas constituam o acervo
interventivo dos assistentes sociais desde os primórdios, eles são acionados como
parte dos procedimentos que constituem um processo de intervenção nas relações
sociais. Assim, o instrumental coloca-se como um conjunto articulado historicamente,
pois faz parte do atendimento de necessidades reais, permeadas pelas relações
sociais. Não se constituindo, portanto, um acervo neutro e meramente técnico, embora
assim seja apresentado pelo pensamento dominante, racionalista-formal.
• Item I – Correto. Pesquisar dados de realidade quantitativos, pois de acordo com
Martinelli (1994), as pesquisas quantitativas são imprescindíveis para trazer retratos da
realidade, dimensionar os problemas que se investiga; Item II – Correto. Investigar
sobre as informações qualitativas da realidade. Conforme Martinelli (1994), as
metodologias qualitativas aproximam pesquisador/sujeitos pesquisados, permitindo ao
primeiro conhecer as percepções dos segundos, os significados que atribuem a suas
experiências, seus modos de vida, ou seja, oferece subsídios para trabalhar com o real
em movimento, em toda a sua plenitude; Item III – Errado. O Serviço Social intervém
na realidade social com base na apreensão do movimento contraditório do real, a partir
do seu desvendamento e problematização e também de pesquisas sobre dados da
realidade dos sujeitos.
O agir profissional do assistente social possui sim caráter educativo, uma vez que
busca a transformação da realidade de um dado usuário, de uma família, de uma
comunidade, através de ações sócio educativas e dentre outras. Além de estar pautada
em pressuposto teórico metodológico, ético-político e técnico-operativo. Sendo neutro
nas suas ações, não deixando seus valores, influenciar na decisão do usuário, na cultura
e dentre outros conforme salienta o Código de Ética Profissional.
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GABARITO 2
1 ERRADO
2 ERRADO
3 B
4 D
5 D
6 CERTO
7 ERRADO
8 D
9 ERRADO
10 B
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BIBLIOGRAFIA
CHAUI, Marilena. A universidade pública sob nova perspectiva. Acesse:
http://bit.ly/2hTbEgw
GUERRA, Yolanda. A dimensão investigativa no exercício profissional. Acesse:
http://bit.ly/2d2NYWI
GUERRA, Yolanda. A Dimensão técnico-operativa do exercício profissional. Acesse:
http://bit.ly/2iAIXW6
TRINDADE, Rosa Lúcia Prédes. Desvendando as determinações sócio históricas do
instrumental técnico-operativo do Serviço Social na articulação entre demandas sociais e
projetos profissionais. Acesse: http://bit.ly/2iH3msB
KOIKE, Maria Marieta. Formação profissional em Serviço Social: exigências atuais.
Acesse: http://bit.ly/2iGYpAd
YAZBEK, Maria Carmelita. A dimensão política do trabalho do assistente social. Acesse:
http://bit.ly/2iNHz2U
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