DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · a um conhecimento sobre a autonomia que capacite os...

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

JOÃO ROBERTO BARROS FREIRE

UNIDADE DIDÁTICA

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA PÚBLICA DA EDUCAÇÃO BÁSICA: AUTONOMIA ADMINISTRATIVA, PEDAGÓGICA E FINANCEIRA.

Maringá, 2009.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

UNIDADE DIDÁTICA:

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA PÚBLICA DA EDUCAÇÃO BÁSICA: AUTONOMIA ADMINISTRATIVA, PEDAGÓGICA E FINANCEIRA.

GESTÃO ESCOLAR

Núcleo Regional de Educação: Goioerê

Colégio Estadual João XXIII-EM. Município de Janiópolis

AUTOR: João Roberto Barros Freire1

ORIENTADORA: Neusa Altoé2

1 Professor de Matemática da Escola Estadual D. Pedro II – Ensino Fundamental e do Colégio Estadual João XXIII-E.M., Núcleo Regional de Goioerê - PR., integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional. 2 Orientadora: Profª. Drª. Neusa Altoé da Universidade Estadual de Maringá – UEM.

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SUMÁRIO

Apresentação

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Encontro I: Apresentação do Projeto de Estudo Palestra Profª. Drª. Neusa Altoé

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Encontro II: Tema: Autonomia da Escola Pública – Diferentes concepções em embate no cenário educacional brasileiro

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Encontro III: Tema 1: Educação, gestão democrática e participação popular Tema 2: Administração escolar e qualidade do ensino: o que os pais ou responsáveis têm a ver com isso?

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Encontro IV: Tema: O PDE e a participação na escola: um caminho a ser percorrido

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Encontro V: Tema: Gestão democrática da escola pública perguntas e respostas

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Encontro VI: Tema: Síntese e avaliação do curso

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Referências 19

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Apresentação

Esta Unidade Temática contém a Produção Didática – Pedagógica do Professor

PDE 2009. Os textos indicados estão acompanhados de sugestões de atividades reflexivas

e escritas, elaboradas com a finalidade de levar os atores de uma unidade escolar a repensar

as formas e modelos de gestão democrática presentes na literatura que possam dar suporte

a um conhecimento sobre a autonomia que capacite os envolvidos na tomada de decisão

com talentos e competências próprias num ambiente organizado coletivamente que

exprima a intenção de uma educação de qualidade para todos. Para tanto, por ser uma

atividade para professores, equipe dirigente, pais, alunos e comunidade será realizada em

forma de curso de extensão com orientação da Professora Neusa Altoé do Departamento de

Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá - UEM.

A escola pública de educação básica como instituição escolar tem a incumbência de

prover uma educação em que o educando se aproprie da cultura humana historicamente

produzida. Essa educação sistematizada levará o educando a se construir como homem

atualizando-se como sujeito histórico e se diferenciando progressivamente do restante da

natureza.

Neste sentido, a administração de uma escola pública não se faz unicamente pela

aplicação de alguns métodos ou técnicas emprestados, muitas vezes, de organizações de

negócios sem nenhuma relação com o fazer educacional. A administração de negócios tem

uma intenção unicamente capitalista que culmina com o lucro, a administração escolar

possui especificidades diferentes, nela também se procura a racionalização dos recursos,

mas antes de tudo os fins pedagógicos deverão ser atingidos.

Este material se destina a professores, equipe pedagógica, direção, funcionários,

pais, alunos e membros da comunidade que buscam melhor compreender a gestão

democrática. Faz também parte das atividades requeridas pelo Programa de

Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação – PDE-PR.

Assim no segundo semestre de 2010 serão realizados seis encontros presenciais de

quatro horas nas dependências do Colégio Estadual João XXIII, em calendário a ser

previamente discutido com os participantes, complementando mais oito horas destinadas às

leituras prévias dos textos perfazendo um total de 32 horas.

No primeiro encontro faremos a apresentação do projeto e uma palestra proferida

pela Professora Neusa Altoé. Do segundo ao quinto encontro a realização de leituras e

5

discussões entre os cursistas acerca dos textos disponibilizados com temáticas pertinentes à

gestão democrática, para cada encontro, com uma breve síntese no seu final respondendo

as questões propostas em cada texto. No sexto encontro o grupo reunirá todas as sínteses

produzidas nos encontros anteriores e formulará um texto de no mínimo cinco laudas que

servirá de registro e avaliação do curso.

I ENCONTRO

Tema 1: - Apresentação do Projeto de Estudo do Professor PDE

Ministrante: João Roberto Barros Freire

Justificativa do tema:

Nossa apresentação tem a finalidade de mostrar aos participantes os estudos

realizados e os objetivos do Projeto de Intervenção Pedagógica, mostrando a legislação que

determina a gestão na forma democrática, o pensamento de alguns estudiosos da área e a

conseqüência social de uma educação em que a democracia esteja em segundo plano.

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Tema 2: - Palestra: Principio da Gestão Democrática na Educação Brasileira.

Ministrante: Neusa Altoé

Justificativa do tema:

Esta palestra tem por justificativa a necessidade de aprofundar o conhecimento

sobre a gestão democrática e as implicações das políticas neoliberais e das determinações

dos organismos multilaterais, nas décadas de l980 e l990, que direta ou indiretamente

influenciaram os governos federal, estadual e municipal nas decisões e diretrizes da

educação pública no campo da autonomia administrativa, de gestão financeira e

patrimonial. O Objetivo é identificar as motivações que levaram o Estado a alterar o

gerenciamento dos recursos financeiros do sistema educacional e analisar se o novo

modelo contribuiu para a efetividade da autonomia e da gestão escolar.

Para saber mais acesse:

SOARES, M.C.C. Banco Mundial políticas e reformas. In: DE TOMASI, L., Lívia De.

Financiamento do Banco Mundial no setor educacional brasileiro: os projetos em fase de

implementação. In: DE Tomasi, L., Warde, M. J. e Haddad, S. (Org.). O Banco Mundial e

as políticas Educacionais. São Paulo: Cortez Ed.; 2ª ed. 1998, p. 195-227.

MANCEBO, Deise. Reforma Universitária: reflexões sobre a Privatização e a

Mercantilização do Conhecimento. In: Educação & Sociedade: Revista de Ciência da

Educação/Centro de Estudos Educação e Sociedade – 88: Vol. 25 nº. especial (2004) São

Paulo: Cortez; Campinas, 2004. 845-866.

OSBORNE, David & GAEBLER, Ted. Reinventando o governo. Trad. Sérgio Beth e

Edwardo Magalhães Junior. Brasília: MH Comunicação, 1994.

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II ENCONTRO

Tema: Autonomia da Escola Pública – Diferentes concepções em embate no

cenário educacional brasileiro.

Justificativa do Tema:

Antonio Cabral Neto e Luis Carlos Marques Sousa3 discorrem sobre a autonomia

da escola pública procurando mostrar que o principio da autonomia possui duas

concepções práticas, a condição de ser necessária a uma gestão democrática pensada e

defendida pelos educadores e a de ser uma estratégia do governo para responsabilização

das escolas frente aos índices de eficiência por este requerido sob a tutela de organismos

internacionais.

Numa retomada histórica mostram que desde a década de 30 já existiam pensadores

preocupados em que a escola tivesse uma gestão mais compartilhada. Ainda apresentando

o cenário da autonomia escolar posicionam na década de 70 a retomada do suporte

ideológico liberal desencadeado em função de crise do sistema capitalista, apontam os

estudos de Friedrich August Von Hayek e Milton Friedman que configuram um projeto

político neoliberal de alcance global dividindo o mundo em países centrais e periféricos.

3 CABRAL NETO, Antonio; SOUSA, Luis Carlos Marques. In: ROSÁRIO, Maria José Aviz do; ARAÚJO, Ronaldo Marcos de Lima. Políticas públicas educacionais. Campinas: Alínea, 2008

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A aceitação pelo governo brasileiro das estratégias neoliberais denota

conseqüências no campo das políticas públicas sociais, a ponto de estabelecerem novas

relações de trabalho entre os trabalhadores no serviço público e o Estado, culminando com

uma orientação tácita de desresponsabilização. Não foi sem resistências e mobilizações dos

vários setores organizados da sociedade civil que essa moldagem social se instalou na

sociedade brasileira durante os anos 1990.

Os autores demonstram o quanto essa perspectiva neoliberal de autonomia afeta a

educação que passa a ter uma conotação mercadológica, não contemplando uma

distribuição de poder, mas apenas delegação de atribuições e responsabilidades sem a

devida correspondência nos recursos humanos, materiais e financeiros.

Na analise de discursos de diversos autores sobre a autonomia escolar concordam

que ela se desdobra em três dimensões que são integradas e constituindo uma mesma

realidade, assim a autonomia administrativa, a autonomia financeira e a autonomia

pedagógica formam uma unidade pela dimensão política na condição de que nenhum dos

aspectos possa ser considerado o mais significativo.

Afirmam ainda que a autonomia não se consiga pela simples outorga de poderes,

mas é uma construção que se aprende fazendo. Assim não é um processo pronto já

concebido, tem no projeto político pedagógico da escola um balizador que faz com que a

escola se articule com o sistema educacional numa relação de interdependência.

Para saber mais acesse:

ABRANCHES, M. Colegiado escolar: espaço de participação da comunidade. São Paulo:

Cortez, 2003. Disponível em: http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000183506.

Acesso em: 20 mai. 2010.

CARVALHO, E. J. G. de. Autonomia da gestão escolar: privatização e democratização:

duas faces de uma mesma moeda. Artigo, disponível em:

http://www.sbhe.org.br/novo/congressos/cbhe2/pdfs/Tema7/0704.pdf. Acesso em 20 mai.

2010.

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Reflexões:

1. Que visões são possíveis de autonomia no cenário da escola pública brasileira?

2. Que movimento político tem sua retomada no inicio da década de 70 e quais

impactos tiveram nas políticas educacionais brasileiras?

3. Em quais condições os governos de orientação neoliberal defendem a gestão

descentralizada como solução dos problemas educacionais brasileiros?

4. Podemos pensar um projeto político pedagógico numa unidade escolar sem

autonomia, e a gestão democrática pode acontecer em tal ambiente?

III ENCONTRO

Tema: 1 – Educação, gestão democrática e participação popular.

Justificativa do tema: Marília Pontes Spósito4 demonstra preocupação com a democratização do sistema

educativo pela participação um tanto distanciada dos setores mais amplos, como pais,

moradores, movimentos populares e sindicatos. Analisa quais problemas estão por trás

desta falta de envolvimento, justificando a principio ser pela tradicional subordinação

econômica e a exclusão social política e cultural da nossa sociedade.

As correntes reformistas da educação brasileira já desde a década de 30 defendem a

abertura da escola para a comunidade, mas a intenção não era para o exercício da

4 SPÓSITO, Marília Pontes. Educação, gestão democrática e participação popular. In: BASTOS, João Batista (Org.). Gestão democrática. Rio de Janeiro: DP&A : SEPE, 2001, 2ª ed. (O sentido da Escola).

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cidadania. No regime de exceção a intenção era a de que os pais podiam controlar mesmo

o que a escola fazia, para não sair da cartilha ou incitar a subversão.

Aponta ainda algumas dificuldades para a efetiva participação frente às estruturas

burocráticas próprias da administração pública como entrave a uma participação

democrática. E também a forma de representação, nem sempre os representantes são

escolhidos democraticamente, e mesmo quando são, às vezes, se distanciam dos seus

representados. A diversidade dos atores no processo pode gerar conflitos, mas o consenso

precisa ser construído coletivamente, assim os atores necessitam reconhecer suas

responsabilidades.

Conclama finalizando os professores para que assumam a condução desse processo

e que certamente terão o reconhecimento público, fazendo com que a prática educativa

esteja atrelada aos problemas concretos da sociedade.

Para saber mais acesse:

Mondaini, M. O socialismo liberal de Norberto Bobbio. Disponível em:

http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=75. Acesso em 20 mai. 2010.

MARQUES, L. R. O projeto político pedagógico e a construção da autonomia e da

democracia na escola nas representações sociais dos conselheiros. Disponível em:

http://www.futuroeducacao.org.br/biblio/o_projeto_politico_pedagogico_e_a.pdf. Acesso

em 20 mai. 2010.

Reflexões:

1. A autora indica momentos em que a participação da família na escola tinha o

incentivo governamental. Quais eram esses motivos?

2. Resumir as dificuldades apresentadas para uma não efetiva participação da

comunidade no ambiente escolar.

3. A participação da comunidade realmente melhorará a qualidade de ensino?

Justifique.

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Tema: 2 – Administração escolar e qualidade de ensino: o que os pais ou

responsáveis têm a ver com isso?

Justificativa do tema:

Vitor Henrique Paro5 um grande defensor da participação da população no sentido

de que possam reivindicar um ensino em quantidade e qualidade que supram suas

demandas, pois que é ela que mantém o Estado pagando seus impostos. Daí que a escola

deve prever mecanismos de participação em sua estrutura para bem realizar suas funções

públicas contribuindo com ações voltadas para um ensino que melhore o desempenho dos

educandos numa sociedade capitalista excludente.

Mostra que a noção de qualidade do ensino do senso comum se dá na medida em

que o educando esteja apto para o mercado ou que consiga acesso ao nível superior,

relegando em segundo plano a verdadeira intenção da educação qual seja a de formar um

sujeito capaz de se construir como homem. A educação faz a mediação entre aquilo que já

se produziu de conhecimentos e que são hoje necessários para que o homem não tenha que

novamente inventar a roda.

5 PARO, Vitor Henrique. Administração escolar e qualidade do ensino: o que os pais e responsáveis têm a ver com isso? In: BASTOS, João Baptista. Gestão democrática. Rio de Janeiro: DP&A : SEPE, 2001, 2ª ed. (O sentido da Escola).

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Compara o ensino das escolas públicas atual, privadas e da escola pública de

antigamente apontando as razões dessa diferença aliadas as precárias condições a que estão

sujeitas as escolas públicas de nossos dias. Analisa as atitudes do educador quando tentar

justificar a ineficiência da escola alegando por vezes a falta de vontade dos alunos e se

desresponsabilizando de sua tarefa por ter “dado uma boa aula”. A escola precisa, portanto

levar o educando a querer aprender.

Evidencia a incompetência da escola em não saber fazer o educando querer

aprender, peca também por não conseguir a adesão da família para auxiliá-la nessa tarefa, o

que pode ser feito abrindo canais de participação para que exerçam seus interesses como

cidadãos conscientes. Não é delegar à comunidade responsabilidades do Estado, mas

chamá-los para contribuir na formação de pessoas educadas. Toda a escola, direção, equipe

pedagógica, corpo docente, funcionários, precisa estar empenhada em cativar a família

para essa tarefa.

Relata ao final que os professores sentem que a ajuda da família é importante para

que o educando tenha um maior desempenho, embora alguns achem que a falta de tempo

dos pais atrapalha, e comenta exemplos de iniciativas de escolas na condução desse

problema.

Para saber mais acesse:

MILAGRES, F. L. Qualidade de ensino: a contribuição dos pais. Disponível em:

http://www.histedbr.fae.unicamp.br/res8_8.html#_ftn3. Acesso em 20 mai. 2010.

O Instituto Latino Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento

do Delinqüente (Ilanud) é autor deste texto e parceiro do portal Pró-Menino. Disponível

em: http://www.promenino.org.br/Ferramentas/Conteudo/tabid/77/ConteudoId/3a22e51d-

b52d-4599-8611-102170b41205/Default.aspx. Acesso em 20 mai. 2010.

Reflexões:

1. Se não é para formar o educando para o mercado de trabalho ou para passar no

vestibular, para que a escola deve ensinar? Qual deve ser realmente a

preocupação da escola ao ensinar?

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2. Quando preparo uma aula tendo todo esmero e cuidados, ao ministrá-la não me

esqueço de nenhum detalhe do conteúdo, faço brilhantemente minha

explanação, mas sei que alguns alunos não querem aprender, mesmo assim

posso considerar que meu trabalho atingiu seus fins? Justifique.

3. Que considerações faz o autor em relação às condições educacionais das

escolas públicas de antigamente, das escolas privadas e da escola pública atual?

4. Que sugestão você daria para que a escola possa trazer os pais para auxiliar na

educação de seus filhos.

5. O ambiente escolar para essa tarefa pode ser feito num regime não

democrático? Justifique.

IV ENCONTRO

Tema: O PDE e a participação na escola: um caminho a ser percorrido

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Justificativa do tema:

As autoras Marília Fonseca, Maria Aparecida Lopes Carneiro e Patrícia Coretti

Balduino de Souza6, fazem uma análise da implantação do projeto PDE em escolas de

Goiânia e do Distrito Federal sob a ótica da participação da comunidade escolar em suas

ações. O Projeto PDE tem iniciativa do Ministério da Educação voltado para o

desenvolvimento da gestão da escola fundamental nas regiões Norte, Nordeste e Centro-

Oeste: o Fundescola/PDE7.

As pesquisadoras apontam que a participação constitui tema recorrente da maioria

dos pesquisadores sendo, portanto essencial para a materialização da democracia escolar e

condição prévia em projetos financiados por organismos internacionais. Trazem a

colaboração de alguns autores como Vitor Paro, Virgínio Sá, Licínio Lima, Jaume

Carbonnel, Fátima Marra e Benvinda Ribeiro para demonstrarem que a participação

constitui elemento essencial da gestão democrática por propiciar a divisão de

responsabilidades entre os segmentos escolares, e que tal ação será bem sucedida se esses

segmentos tiverem acesso a todas as informações, puderem decidir coletivamente para a

solução de problemas ou encaminhamentos cotidianos.

Embora estudem a participação coletiva frente à implantação de um projeto

específico no caso o PDE, os relatos colhidos nas entrevistas, que a principio tinham como

sendo portadores de diferenças, mostraram serem muito semelhantes mesmo sendo

realizados em escolas e comunidades com diferentes realidades e culturas. Relatam como

essa participação é vista pelos sistematizadores do projeto, segundo os pais e os alunos,

segundo os funcionários da escola, e nas reuniões gerais com os pais.

O diretor segundo as autoras tem papel fundamental para que a participação seja

realizada, e mesmo a sua escolha é objeto de orientações dos organismos financiadores, no

sentido de terem capacidade que aglutinar a comunidade para ajudar na manutenção da

6 FONSECA, Marília; CARNEIRO, Maria Aparecida Lopes; SOUZA, Patrícia Coretti Balduino de. O PDE e a participação na escola: um caminho a ser perseguido. In: FONSECA, Marília; TOSCHI, Mirza SEABRA; OLIVEIRA, João Ferreira de (Orgs.). Escolas gerenciadas: Planos de desenvolvimento e projetos político-pedagógicos em debate. Goiânia: Ed. UCG, 2004. 7 O Fundescola é um programa do FNDE realizado em parceria com as secretarias estaduais e municipais de educação das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, com financiamento do Banco Mundial e do Tesouro Nacional. São objetivos do programa: promover a eficácia, eficiência e eqüidade no ensino fundamental público das três regiões, por meio de serviços, produtos e assistência técnico-financeira inovadores e de qualidade, que focalizam o processo de ensino-aprendizagem e as práticas gerenciais das escolas e secretarias de educação.

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escola e em segundo plano auxiliar a escola na consecução de uma educação de qualidade

para seus filhos.

O estudo do texto das autoras tem a finalidade de visualizar como a participação da

comunidade nas ações da escola é realizada para que se tenha um parâmetro de ações a

serem implementadas num processo de gestão democrática onde essa participação seja

uma prática consciente na produção de uma educação humana não atendendo aos ditames

capitalistas.

Para saber mais acesse:

Projeto político pedagógico e o Plano de Desenvolvimento da Escola: duas

concepções antagônicas de gestão escolar, artigo de Marília Fonseca, disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622003006100004.

Acesso em 20 mai. 2010.

Resenha feita por Soraya Vieira: FONSECA, Marília; TOSCHI, Mirza Seabra;

OLIVEIRA, João Ferreira de. (Orgs.). Escolas gerenciadas: planos de desenvolvimento e

projetos político-pedagógicos em debate. Goiânia: Editora da UCG, 2004. Disponível em:

http://www.revistas.ufg.br/index.php/interacao/article/viewFile/1293/1345. Acesso em: 20

mai. 2010.

Reflexões:

1. 1. Que cuidados se devam tomar para que essa participação da comunidade interna

e externa se efetive livremente não para chancelar decisões previamente tomadas e

sim colaborar na tomada dessa decisão?

2. 2. Que mecanismo poderia ser acionado para que realmente a comunidade em

especial de pais que trabalham possa participar da vida escolar sem prejuízo

financeiro ou profissional?

3. 3. O texto fala do desconhecimento dos pais em relação ao projeto implantado nas

escolas pesquisadas, no caso de nossas escolas públicas de educação básica os pais

possuem todas as informações sobre os encaminhamentos e legislações que

envolvem as atividades administrativas, pedagógicas e financeiras, conhecem o

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Projeto Político Pedagógico da escola do seu filho? Se a resposta for negativa,

como informá-los?

4. 4. Olhando do ponto de vista da escola, que ações são possíveis implementar que

possam melhorar a participação da comunidade em suas ações? Descrever ações

dos diretores, dos professores, da equipe pedagógica e por parte dos funcionários.

V ENCONTRO

Tema: Gestão democrática da escola pública perguntas e respostas

Justificativa do Tema:

Neste texto o Professor Benedito Borges8 procura responder algumas perguntas

sobre a gestão democrática da escola pública enfatizando ser grande o discurso, porém a

prática ainda deixa a desejar. Indicando ser necessária e urgente o estudo do tema para que

os estabelecimentos de ensino e seus atores tenham uma maior compreensão e facilitem a

sua implementação.

8 BORGES, Benedito. Gestão democrática da escola públicas perguntas e respostas. In. CARVALHO, Elma Julia Gonçalves (org.). Gestão escolar. Secretaria de Estado da Educação do Paraná: Universidade Estadual de Maringá – UEM., Maringá, 2008.

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Para as respostas utiliza os conhecimentos de autores consagrados na literatura

sobre gestão na educação, traremos observações de alguns, como: Paulo Freire que de

forma peculiar pregava uma escola acolhedora onde todos deveriam ter voz, mesmo que

contrária; Carlos Roberto Jamil Cury para quem a capacidade de participação é o maior

sinal de democracia; Dirce Mendes da Fonseca que diz que uma escola não é democrática

por suas ações administrativas, mas por suas ações pedagógicas e educativas; Luiz

Fernandes Dourado prega que a participação não se impõe, não se decreta, constrói-se

coletiva e diariamente.

Em treze questões buscar sintetizar o conhecimento necessário sobre gestão escolar

democrática tanto no formato legal quanto às competências reais que os envolvidos devem

possuir para transformar ações burocráticas centralizadoras em ações compartilhadas por

todos que na escola tenham envolvimento. Mostra ainda como deve ser a participação,

nesta forma de gestão, dos vários segmentos de forma que a organização escolar cumpra

com sua finalidade formativa e de cidadania.

O trabalho contempla as instâncias colegiadas, o Projeto Político Pedagógico, o

Conselho Escolar, o Regimento Escolar, o Grêmio Estudantil, a Associação de Pais,

Mestres e Funcionários, o cargo de direção, indicando suas posições na estrutura escolar e

mesmo a importância de cada segmento para a efetivação de uma gestão democrática.

Para saber mais acesse:

Gestão Democrática do Ensino Público e a Escola Pública de Qualidade. Jornal do Projeto

Pedagógico. Disponível em:

<http://www.udemo.org.br/Projeto%20Pedag%F3gico%202002.pdf >. Acesso em: 20 mai.

2010.

LUCE, Maria Beatriz. In.: Gestão Democrática escolar. Disponível em:

<http://www.tvebrasil.com.br/salto/boletins2004/ge/meio.htm.>. Acesso em: 20 mai. 2010.

Reflexões:

1. Mediante o texto estudo como podemos conceituar: Gestão democrática da escola

pública?

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2. Em que medida o diretor em sua escola pode contribuir ou atrapalhar a

implementação de uma gestão legitimamente democrática?

3. Quais são segundo o texto as verdadeiras intenções governamentais para que as

instituições escolares sejam geridas de forma democrática?

4. Que vínculo possui cidadania com gestão escolar democrática segundo o texto?

5. Sua escola, ou a escola na qual tem vínculos, pratica uma gestão totalmente

democrática, o que falta se sua resposta for negativa?

VI ENCONTRO

Tema: Síntese e avaliação do curso.

Justificativa do tema:

Neste último encontro os participantes elaborarão um texto de no mínimo cinco e

no máximo dez laudas, relatando em síntese todas as reflexões indicadas nos cinco

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encontros anteriores, que contemplará a nova visão do grupo sobre gestão democrática da

escola pública.

O Texto final deverá ser precedido de uma folha de rosto contendo as seguintes

informações:

a. Logotipo do Programa de desenvolvimento educacional PDE-SEED e da Universidade

Estadual de Maringá.

b. Grupo de Estudos do Colégio Estadual João XXIII-EM.

c. Implementação do Projeto Pedagógico do Professor: João Roberto Barros Freire.

d. Professora Orientadora: Neusa Altoé.

e. Titulo: Gestão democrática na escola pública da educação básica: autonomia

administrativa, pedagógica e financeira.

f. Relação nominal dos participantes, contendo a função que exerce na escola.

g. Porcentagem de freqüência de cada participante.

h. Local e Data da elaboração.

Para a formatação do texto: Síntese e avaliação do curso utilizar folha tamanho A4,

fonte Times New Roman ou Arial, tamanho 12, espaço 1,5, margem superior, inferior e

direita 2,5 centímetros e margem esquerda com 3 centímetros, título em negrito, caixa alta,

centralizado, a relação dos participantes na folha de rosto em ordem alfabética. Em nota de

rodapé constar nome do colégio, NRE, e as siglas: PDE-SEED e UEM em fonte Arial,

tamanho 10, centralizado.

Referências:

ALTOÉ, Neusa. Doutora em Educação. Professora do Departamento de Teoria e Prática da Educação na Universidade Estadual de Maringá – UEM. BORGES, Benedito. Gestão democrática da escola públicas perguntas e respostas. In. CARVALHO, Elma Julia Gonçalves (org.). Gestão escolar. Secretaria de Estado da Educação do Paraná: Universidade Estadual de Maringá – UEM., Maringá, 2008. CABRAL NETO, Antonio; SOUSA, Luis Carlos Marques. In: ROSÁRIO, Maria José Aviz do; ARAÚJO, Ronaldo Marcos de Lima. Políticas públicas educacionais. Campinas: Alínea, 2008.

FONSECA, Marília; CARNEIRO, Maria Aparecida Lopes; SOUZA, Patrícia Coretti Balduino de. O PDE e a participação na escola: um caminho a ser perseguido. In: FONSECA, Marília; TOSCHI, Mirza SEABRA; OLIVEIRA, João

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Ferreira de (Orgs.). Escolas gerenciadas: Planos de desenvolvimento e projetos político-pedagógicos em debate. Goiânia: Ed. UCG, 2004. FREIRE, João Roberto Barros Freire. Professor de Matemática da Escola Estadual D. Pedro II – Ensino Fundamental e do Colégio Estadual João XXIII-E.M., Núcleo Regional de Goioerê - PR., integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional. PARO, Vitor Henrique. Administração escolar e qualidade do ensino: o que os pais e responsáveis têm a ver com isso? In: BASTOS, João Baptista. Gestão democrática. Rio de Janeiro: DP&A : SEPE, 2001, 2ª ed. (O sentido da Escola). SPÓSITO, Marília Pontes. Educação, gestão democrática e participação popular. In: BASTOS, João Batista (Org.). Gestão democrática. Rio de Janeiro: DP&A : SEPE, 2001, 2ª ed. (O sentido da Escola).