DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … Zero do Saneamento do Paraná, tendo seu início na Represa...

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

MÔNICA SYRINO CORDEIRO

Caminhos Históricos: uma perspectiva multidisciplinar a partir da Educação Física.

Caderno Temático elaborado ao programa de desenvolvimento Educacional do Paraná – PDE, sob a orientação da Profª Drª Liliana Mendonça Porto, Departamento de Antropologia – UFPR.

CURITIBA

2010

Agradecimentos

A minha família pela compreensão nos meus momentos de ausência, para

dedicação ao PDE.

A minha orientadora Profª DRª Liliana Mendonça Porto, que com sensibilidade,

dinamismo me conduziu na produção científica e didático-pedagógica deste PDE.

A colaboração do grupo Camélia com a coordenação do Prof Ms Paulo Renato

Araújo Dias na produção de mídia e tecnologia deste trabalho.

A direção e equipe pedagógica, professores e funcionários do Colégio Estadual

Amintas de Barros que me destinaram total credibilidade, e apoio na implantação

do mesmo.

Aos meus companheiros de profissão e amigos do grupo: Nas trilhas do Ottília,

direção, funcionários e equipe pedagógica do Colégio Estadual Ottília Homero Da

Silva.

APRESENTAÇÃO

Caro (a) professor (a),

Este caderno tem como objetivo produzir um material de apoio pedagógico,

partindo dos princípios da prática corporal, visando à facetas multidisciplinares,

possibilitando inclusão desta prática nos planejamentos de aulas.

A elaboração de rotas e expedições em trilhas com contexto histórico-sócio-

culturais e ambientais possibilitam ao aluno o gosto pelas caminhadas na natureza,

e práticas esportivas com significados multidisciplinares, apontando o caminhar e o

esporte de natureza não como competição (onde o tempo do percurso é o mais

importante e o chegar primeiro passa a ser prioridade).

Neste trabalho os significados, percepções, as condutas conscientes em

espaços sócio-histórico-cultural são aliadas a experiências práticas em trilhas e a

buscas teóricas das rotas escolhidas, respeitando o limite individual físico de cada

aluno. Propomos um caminhar com sentido educativo pedagógico, a cerca das rotas

escolhidas.

Este caderno tem a preocupação de explorar os conhecimentos com múltiplos

olhares e sistematizá-los dentro e fora do espaço escolar.

Consta de primeiros socorros, condutas conscientes em espaços histórico-

sócio-culturais ambientais, vestimentas, arrumação de mochilas, atividades práticas

esportivas, e ainda informações sobre a conduta que cada espaço das trilhas, como

necessidade básica para as expedições de educativo-pedagógicas.

Ainda nesta proposta trataremos de trilhas distintas dentro da Região

Metropolitana de Curitiba historicamente registradas, e ainda com uma expedição/

rota não inclusa nos registros formais das instituições competentes.

O cuidado ao tratar o ambiente sócio-histórico-cultural e preservá-lo passa a

fazer parte de caminhar esportivo. Nestes espaços voltamos no tempo, vivenciamos

as trilhas, passando por ela e não competindo dentro dela.

Elaborando uma expedição que entrará em contato direto com objeto de

estudo, este processo amplia as possibilidades de aprendizado pelo corpo dentro e

fora do espaço corporal.

As unidades práticas incluídas são:

3- Casa de Pedra da Família Garbers, localizada no início da serra da

Graciosa e cercada por mitos e lendas aqui contestadas e esclarecidas pelo

simpático Sr. Hans Garbers em entrevista a este trabalho. Esta casa ao passar por

ela chega ao Morro do Sete, tão freqüentado por trilheiros, e ao fundo pelo Morro

Mãe Catira.

4- Ainda contamos com o Caminho Jesuítico, com início da trilha na Borda do

Campo conhecido Caminho do Itupava, onde o caminho aberto deu passagem a

primeira ligação planície e planalto no Paraná.

5- Marco Zero do Saneamento do Paraná, tendo seu início na Represa do

Carvalho no Município de Piraquara, uma obra da Companhia de Melhoramentos de

São Paulo, obra de destaque em 1905.

Ainda contou com a participação do projeto do primeiro chafariz publico

elaborado pelos irmãos Rebouças que tiveram participação nesta história, com

elaboração da criação da torneira publica,combatendo as doenças como tifo,diarréia

entre outros. As belas trilhas que rondam a Represa do Carvalho serão nossos

objetos educativo-pedagógicos neste estudo neste trabalho.

A partir das informações deste caderno propomos que o professor tenha um

guia em mãos para elaboração de trilhas a partir do olhares multidisciplinares, com

elementos básicos da prática da atividade física adequada para ao alunado que

temos em nossas escolas, elaborando e definindo as rotas e organizando as

expedições.

SUMÁRIO

NTRODUÇÃO ........................................................................................................... 30 1.1 Trekking e Trekking de Competição ................................................................ 33 1.2 Orientação: Elemento Básico da Competição de Trekking. ............................. 34 1.3 Trilhas Pedagógico-Educativas em Espaços Histórico-Socio-Culturais e Ambientais. ............................................................................................................ 35

UNIDADE 02: GUIA DE NOÇÕES BÁSICAS DE ROTAS E EXPEDIÇÕES. ........ 37

2.1 Como Escolher uma Rota e elaborar a Expedição ......................................... 39 2.2 Conduta Consciente em espaços Históricos Sócio-Culturais .......................... 40 2.3 Fogueira e Fogareiros ..................................................................................... 41 2.4 Capacidade de Suporte de Trilhas .................................................................. 41 2.5 Noções Básicas de Primeiros Socorros para Expedições de Rotas Históricas, Ambientais. ............................................................................................................ 42 2.6 A Vestimenta Adequada ................................................................................. 43 2.7 Como Montar uma Mochila .............................................................................. 44 2.8 Elementos da Prática Esportiva Pedagógica ................................................... 45 2.8.1 A Importância do Alongamento nas Atividades. ........................................... 45 2.8.2 Aeróbio ......................................................................................................... 47 2.8.3 Anaeróbio ..................................................................................................... 47 2.8.4 Como medir e Avaliar a freqüência cardíaca, nestas atividades. ................. 47 2.8.5 As Passadas ................................................................................................ 48

UNIDADE 03: A CASA DE PEDRA .......................................................................... 49

3.1Como Chegar a Casa de Pedra. ....................................................................... 49 3.2 Curiosidades ................................................................................................... 50 3.3 Relato do Sr Hans Garbers .............................................................................. 50 3.4 Características das Ruínas da Casa de Pedra. ............................................... 51 3.5 Características Esportivas Pedagógicas nesta Expedição. ............................. 52 3.6 Como Chegar a Casa de Pedra, da Família Garbers. ..................................... 53

UNIDADE 04: CAMINHO DO ITUPAVA ................................................................... 54

4.1 Como Chegar até o Caminho do Itupava......................................................... 54 4.2 A História ......................................................................................................... 55 4.3 Curiosidades .................................................................................................... 56 4.4 Primeira Divisão do Caminho em Quartéis (Trechos) para manutenção conforme estabelecido pelo Ouvidor Rafael Pires Pardinho em 1721 ................... 56 4.5 A Taxação de Imposto no Paraná, uma novidade nem tão recente assim. ..... 57 4.6 Fauna e Flora .................................................................................................. 57 4.7 A Casa do Ipiranga .......................................................................................... 58 4.8 Percurso Pedagógico Proposto para esta Rota do Itupava. ............................ 59

UNIDADE 05: REPRESA DO CARVALHO .............................................................. 61

5.1 O Primeiro Encanamento de Água .................................................................. 61 5.2 O Chafariz ........................................................................................................ 62 5.3 As Trilhas da Unidade de Conservação da Represa do Carvalho. .................. 64 5.4 A Trilha da Chaminé ........................................................................................ 64

5.5 Trilha do Salto .................................................................................................. 64 5.6 Particularidades da Unidade de Conservação do Carvalho ............................. 65 5.7 O Museu: Fotos e Objetos da Unidade. ........................................................... 66 5.8 Percurso Trilha Pedagógico-Educativa proposta do Carvalho. ........................ 67

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 67

LISTA DE FIGURAS Figura1: Salto dos Macacos.............................................................................. 37

Figura2: Trecho do Itupava................................................................................ 38

Figura 3: Subida do Morro do Canal................................................................. 40

Figura 4: Cume do Morro do Canal................................................................... 40

Figura 5: Estojo de primeiros socorros............................................................ 42

Figura 6: Início do Caminho do Itupava,Borda do Campo.............................. 43

Figura 7: Mochila................................................................................................. 44

Figura 8: Alongamento membros Panturrilha.................................................. 46

Figura 9: Alongamento membros Costas e pernas......................................... 46

Figura10: Alongamento membros inferiores.................................................. 46

Figura 11: Alongamento membros inferiores.................................................. 47

Figura 12: Casa de Pedra................................................................................... 49

Figura 13: Frente da Casa de Pedra.................................................................. 50

Figura 14: Riacho da propriedade da Casa de Pedra...................................... 52

Figura15: Trecho do caminho do Itupava......................................................... 54

Figura 16: Tabela do frete em vigência............................................................. 56

Figura 17: Vista da Serra da Baitaca................................................................. 58

Figura 18: A Casa do Ipiranga........................................................................... 59

Figura 19: Reservatório da Represa do Carvalho............................................ 61

Figura 20: Máquina de bombeamento de água............................................... 62

Figura 21: Trilha da Chaminé............................................................................ 64

Figura 22: Casa Amarela.................................................................................... 64

Figura 23: Ruínas da casa dos operários em 1905.......................................... 65

Figura 24: Objetos apreendidos na unidade do Carvalho.............................. 66

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NTRODUÇÃO

A prática atual da educação física escolar mostra uma realidade ainda

vinculada ao pensamento tecnicista, higienista, levando a prática do desporto a

repetições de movimentos, transmissões de técnicas, onde de forma acentuada leva

o aprendizado a reforçar a separação corpo e mente, trabalhando o indivíduo de

forma fragmentada ignorando corpo e mente como unidade. A prática corporal na

escola ainda tem um conceito para sua aplicabilidade como disciplinadora, em

muitos casos. Segundo MAUSS (2003): ‘O corpo se molda de acordo com as

sociedades e hábitos próprios. Os hábitos variam com a sociedade, as educações,

as conveniências e modas dando-se as repetições p.410.

O ensino limitado e exclusivo das técnicas esportivas e suas diversas de

modalidades, além da sua prática ser mecanizada, valorizam o aprendizado pelo

aprendizado, saber fazer para se aperfeiçoar no poder fazer melhor onde a forma

repetitiva é a base para a contribuição bagagem corporal que se faz como base para

seu repertório da cultura corporal.

O conhecimento da Educação Física na escola e seus conteúdos devem ser

tratados de forma conjunta com referências filosóficas, cientificas, culturais,

possibilitando neste contexto a prática da cultura corporal mais ampla, levando ao

entendimento que na escola não se tem à função exclusiva de transmissões

técnicas, mas oportunizar o desenvolvimento de hábitos, atitudes, valores coletivos,

sentidos e percepções, sistematizando assim a Educação Física como potencial de

intervenção na formação do homem em sua totalidade. O corpo constitui-se como

base do desenvolvimento intelectual, visão esta que se mostra em consonância com

a LDB, que afirma a importância de seres saudáveis, íntegros e éticos, com maior

interação com a natureza e o meio-ambiente.

Desconsiderar o repertório corporal que o individuo traz de fora do espaço

escolar passa a ser uma constante em nossa prática, onde muros, grades, portões e

cadeados encontrados na escola atual, mesmo que simbólicos separam a práticas,

destaque para o reducionismo do corpo, limita o aprendizado global do indivíduo e o

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impede de trazer seus conhecimentos já adquiridos para o espaço escolar e

sistematizá-lo.

As caminhadas históricas em espaços multiculturais, destacam-se como um

instrumento importante para a prática/reflexão, como um elemento de conteúdo da

educação física escolar estimulando e valorizando os espaços com significados

Sócio-históricos-culturais.

Potencialmente, a trilha onde buscaremos a prática das caminhadas, sugere

ambiente rico como conteúdo na articulação com outras temáticas escolares,

sugerindo a multidisciplinaridade e suas intervenções.

No século XXI assistimos ao crescimento desenfreado da industria da beleza

no mundo. A prática corporal e esporte passam a ser induzidos ao consumo de

produtos esportivos, deixando de lado a motivação da prática corporal pela saúde,e

lazer,o equipamento da moda passa a tomar o maior espaço no conceito desta

prática.

Os produtos que prometem milagres corporais que acentuam a beleza padrão

estereotipado da época que seja pela estimulação, da compra de mercadorias,

cremes entre outros atrativos os tornam doutrinados para a busca dos milagres,

seguindo o modelo da corpolatria1 que o cada verão sugere uma nova modalidade

como milagre para o corpo sugerido na mídia e revista, e as práticas corporais que

são cotidianas do ser humano como subir escada, caminhadas pelo bairro. Estas

práticas não precisam consumir tantos produtos como tênis de ultima geração,

shorts, camiseta, água e boas amizades às tornam ideais e não custam caro.

Vale qualquer sacrifício do corpo pelos milagres oferecidos pelo poder que

nos rege, podemos destacar a banalização do corpo, nas revistas expostas em

bancas.

A mercadorização do corpo (técnicas corporais, produtos para o corpo etc.) necessita manter a diferenciação homem-corpo, precisa manter a oposição entre o "que corresponde ao corpo e o que corresponde ao inapreensível do homem" (Lê Breton 1995, p. 152)

1 O que é corpo (latria)?(1985),elaborar a constatação de que o culto ao corpo,que ocupa muita da atenção da classe média contemporânea,tem todas as características de uma religião. Uma religião carece de milagres,exige sacrifício. O sexo liberta-se de preconceitos religião,milagre exige sacrifício a corpolatria não pode deixar por menos. O corpolatria depende de templos como só acontece nas religiões e também adeptos aos milhares todos devidamente a caráter,shorts,tênis etc.

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A religiosidade do consumismo esportivo leva-nos aos acessórios como tênis,

roupas adequadas e um arsenal de artigos que impelem o consumo para a prática

esportiva.

Seria como se eles não existindo, o indivíduo não pudesse exercer práticas

corporais. Na realidade a sua necessidade é bem menor do que se mostram na tv,

outdoors.

Estrias, celulites, rugas, beleza, magreza, gorduras localizadas, destacados

nestas revistas promovem um desencontro com a cultura corporal.Ignoram-se os

seus significados e que o aprendizado passa pelo corpo.

Combater estas avalanches para a educação física trabalhando de forma

fragmentada fica muito difícil de combater, afinal a mídia e o modismo por ela

propagado apresentam-se neste momento como deuses, da corporeidade assim a

dificuldade da educação física em legitimar o corpo com significados e sentidos e

outros atributos que não apenas o valor estético esteriotipadamente definido.

.

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UNIDADE 01: TRILHAS HISTÓRICAS PEDAGÓGICAS X TREKKING DE COMPETIÇÃO: PROXIMIDADES E DIFERENÇAS.

Ao se falar em caminhar esportivo destacamos a importância de diferenciar o

trekking esportivizado, das caminhadas proposta neste trabalho.

Quem vive na Região Metropolitana de Curitiba, já certamente ouviu falar dos

trekkeiros, aventureiros ou montanhistas.

São eles amantes das caminhadas em locais ambientalmente preservados,

ou não. Espaços, onde pela pratica esportiva que se destina para trilhas nas rotas

escolhidas.

Na Região Metropolitana de Curitiba, temos como práticas mais comuns o

caminho do Itupava (Quatro Barras-Morretes), Morro do Anhangava (Quatro Barras)

Salto dos Macacos(Morretes), Morro do Canal(Piraquara) e Serra da Papanduva

(Tijucas do Sul) entre outros caminhos que poderíamos destacar neste caderno

extensamente neste trabalho.

O trekking tem ligação direta com as caminhadas pedagógicas a partir deste

trabalho, mas características e peculiaridades, e objetivos as dividem.

O trekking iremos abordar aqui para que o leitor possa entender, é uma

modalidade esportiva de competição, e a proposta das caminhadas neste trabalho,

tem um sentido não competitivo e pedrominantemente pedagógico educativo.

As classificações são importantes para que os leitores deste caderno possam

diferenciá-los das caminhadas sócio-históricas e ambientais, sugeridas nesta

unidade, pensando e lembrando que as mesmas têm semelhanças, tanto do ponto

de vista da prática quanto dos espaços em que a realizam.

Baseadas em várias leituras e buscas, entendemos o trekking como um

esporte de aventura com objetivos determinados, onde são usadas bússolas para

navegação, planilhas de percurso, e desenhos em mapas que ajudam na orientação

das rotas, detalhes que descreveremos nas subdivisões subseqüentes.

1.1 Trekking e Trekking de Competição

O trekking pode ser uma caminhada, uma expedição, um desafio é a ação

de andar em algum lugar com o intuito de alcançar um objetivo pré-determinado,

como superar os próprios limites do corpo e da mente,e estado psicológico. Para

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isso é preciso treinamento adequado, alimentar-se corretamente, ter hábitos

saudáveis de sono e regularidade em treinamentos físicos e psicológicos, visando à

superação destes limites.

Para ROMANINI e UMEDA (2002): O trekking de regularidade, utiliza-se de formar formam-se equipe de três a seis pessoas. O objetivo é cumprir varias etapas estabelecidas nas planilhas, mantendo um ritmo condizente com os tipos terreno e obstáculos (p.51).

Normalmente é feita por pessoas que tem experiência nesta prática e que

conhecem as rotas, praticam com regularidade este esporte e além disto trazem em

sua bagagem a experiência de participar de rotas muito exploradas ou pouco

exploradas. Navegam em cima de uma planilha com referências velocidades médias

pré-determinadas.

Os integrantes percorrem uma distância que varia de 6 a 15 quilômetros, eles

têm de navegar e calcular o tempo regular para não passaram pelos Postos de

Controle atrasados, onde (perdem um ponto, e nem adiantados (perdem dois

pontos)).

Passando por locais ecológicos, históricos, com matas ciliares, mata atlântica,

riachos, pontes.

O integrantes deste tipo de modalidade esportiva,conhecem segredos da

prática,portanto não é o ideal,imitá-los sem que se conheça o trekking.

1.2 Orientação: Elemento Básico da Competição de Trekking.

No trekking mapas e bússolas são instrumentos essenciais, são com estes

instrumentos que as provas são direcionadas e concluídas.

Para BECK (1989) “Os mapas fornecem informações a respeito do terreno ou no mato, os mapas fornecem informações a respeito do terreno ao redor, um sem numero de detalhes invisíveis aos olhos. (P127)”.

Neste tipo de modalidade esportiva os mapas, podem servir além da

orientação nos espaços, percorrer caminhos alternativos e quem sabe descobrir o

que tem dentro de uma caverna, do outro lado do morro, ou em uma ruína.

A bússola é um instrumento conhecido há muitos anos, sempre foi usada para

orientação em mapas.

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Normalmente as mais comuns são de lata ou plástico. Ainda para Beck, elas

possuem uma agulha imantada e de um mostrador com uma rosa dos ventos, a ser

alinhada com a direção apontada pela agulha, mas isso não constitui grande

orientação.

Hoje também são mais usados os GPS, mas lembrando que nem sempre

alguns deles funcionam em algum ponto.

1.3 Trilhas Pedagógico-Educativas em Espaços Histórico-Socio-Culturais e Ambientais.

Nosso caminhar nesta temática diferencia-se do ao trekking quanto aos

objetivos, mas semelhantes no cuidado com o trato nestes espaços.

O homem historicamente sempre caminhou, para buscar alimentos para

locomover-se, banhar-se, entre outras necessidades.

Os índios Carijós que vivam e circulavam na Serra da Graciosa no trecho que

liga a planície ao planalto paranaense eram seguidos por mineradores e caçadores

de índios que por sua vez fugiam de caçadores. (FAGNANI 2006, p30).

Buscavam alimentos de acordo com as épocas e lugares, desciam a serra

caminhando horas, trilhando para mariscar e subiam para comer pinhão o que fazia

parte de sua sobrevivência, e estio de vida, da época.

Um caminhar repleto de simbologia, mas traz consigo uma atividade com

significado corporal, com gasto calórico, afinal são horas caminhando, melhoria da

condição cardiovascular e respiratória, além de um caminhar por lugares que

marcaram espaços ambientais, culturais, históricos que em seu tempo traziam novas

descobertas e elementos de sobrevivência.

Com objetivos distintos caminhamos desde que a humanidade existe, Seja

por propósitos diferentes, como pela promoção da saúde, por objetivos em

manifestações políticas, ou pelo prazer de refrescar a mente,trabalhar e outras

inúmeras possibilidades, mas em comum são caminhares livres, sem escravidão

corporal, com significados, onde a expressão corporal se coloca presente.

As caminhadas nos espaços livres são gratuitas e fazem bem para saúde,

não requerem produtos, de alto custo, que o todo o momento são promovidos pela

mídia, além da distração das paisagens que vemos pelos trajetos. Caminhadas

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estas que tem o mérito de não excluir socialmente e sim incluir todos, e ampliar as

possibilidades corporais de cada indivíduo.

Estes caminhos historicamente deixados pelos índios, caçadores,

colonizadores do século XXVII, apresenta articulação das áreas do saberes

interligadas a partir da corporeidade e da esportividade, queima calorias, caminha

com liberdade do indivíduo não precisa de tênis de ultima geração para praticá-las,

basta um tênis confortável já usado que é o mais indicado traz benefício da mesma

forma.

O consumismo interessa ao poder do segmento em vigência e não a quem

pratica as caminhadas. Claro que um tênis de alta tecnologia melhora a qualidade

da atividade física, mas um tênis velho surrado também pode fazer o alunado sentir

o gosto e o prazer da pratica esportiva.

O que queremos nestas trilhas pedagógico-educativas é sentir o gosto pelos

espaços deixados por nossos antepassados, estabelecer a relação entre passado,

presente e futuro, estar em contato direto com o objeto de estudo.

Conhecer o espaço ambiental, ver como nossa fauna e flora se alteraram e se

constituíram na Região Metropolitana de Curitiba onde vivemos. Perceber-se no

objeto de estudo, e não caminhar competindo pensando em chegar primeiro, pois o

esporte competitivo não é nosso objetivo aqui.

Brincar, se divertir, rir, soltar-se são as possibilidades corporais de

movimento, oferecidas e propostas nestas trilhas pedagógico-educativas sem regras

corporais, diverte e ensina.

Mas pelas caminhadas pedagógicas podemos possibilitar que todos tenham

acesso à parte destes espaços, e quem sabe um dia tornar os trilheiros, de

competição ou não conscientes da importância da preservação e com a conduta

corretas nestes espaços.

Ainda nesta proposta que trata de trilhas distintas dentro da Região

Metropolitana de Curitiba e Serra do Mar, mas o cuidado de se tratar o ambiente e

preservar passa a fazer parte de caminhar pedagógico-educativo, sem recordes,

sem tempos, mas com condutas apropriadas, com respeito ao meio e cuidado

básico no trato das trilhas.

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UNIDADE 02: GUIA DE NOÇÕES BÁSICAS DE ROTAS E EXPEDIÇÕES.

FIGURA 1:Cachoeira do Salto dos Macacos FONTE:AUTORA

Expedição realizada em 2009, por um animado grupo de trilheiros do Colégio Estadual Ottília

Homero da Silva,município de Pinhais. A Trilha fica em Morretes-PR.

No Serra do Mar Paranaense e Região Metropolitana de Curitiba, buscar

rotas é um trabalho agradável, somos ricos em ambientes de trilhas, com os mais

diversos contextos, temos uma bela floresta úmida.

Em muitas das cidades temos imóveis tombados, ruínas, com um processo

de colonização que remonta o século XVII, com a presença de legados indígenas.

Floresta Estadual com plantas invasoras, espaços com espécies de grande

importância histórica no Paraná, com flora vinda a gosto de imperadores e

colonizadores.

No Paraná é comum o uso de guias especializados em trilhas pouco

exploradas, o que facilita a condução de amantes de trilhas, onde muitas vezes o

acesso e o nível de segurança exigem este atendimento especializado, para leigos

no assunto.

Outros lugares como de fácil acesso, parques de Unidade de Conservação,

onde são visitadas freqüentemente por populares, são demarcadas por instituições

locais e não oferecem grandes aos praticantes.

Caminhadas no famoso Caminho do Itupava, que recebe em média 300

caminhantes por fim de semana, são opções conhecidas popularmente. Destacamos

38

ainda que em Caminhos como o Itupava, Conjunto Montanhoso do Marumbi tem

uma demarcação feita pelo IAP do Paraná (Instituto ambiental do Paraná) que

classifica as trilhas em média, médio-pesada e pesada, elas são classificadas

respectivamente por fitas brancas, amarelas e vermelhas.

Outra dica nos fins de semana é o Morro do Canal, no Município de

Piraquara, um morro íngreme que tem um tempo estimado de 1hora de subida. O

Município de Pinhais através a sua Secretaria de Turismo, tem elaborado rotas

expedições, uma delas é o Morro do Canal de fácil acesso próximo pra quem mora

no município. O Caminho dos Ambrósios remonta parte da história do caminho que

segue ao Paraguai, tem um tempo estimado de subida de 3 a 4 horas, mas ao seu

cume contemplamos a bela cidade de São Francisco do Sul-Sc.

A Serra da Papanduva localiza-se no município de Tijucas do Sul é logo no

início da cidade, entrando próxima a prefeitura tem placa indicando o caminho, e

ainda para quem gosta de pernoitar tem uma casa construída no meio do Caminho

da Serra, tem umas panelas e talheres em quem passam por lá, deixa sempre como

pegou. Na Prefeitura Municipal de Turismo de Tijucas do Sul tem informações sobre

o caminho, a simpática pessoa do Marcio e a Jane. A Cidade da Lapa, também tem

suas trilhas de contextualização histórico-sócio-cultural e preserva a memória, vale a

pena conferir.

Figura 2: Caminho do Itupava FONTE: AUTORA.

Expedição realizada pelos trilheiros do Ottília, com saída da Borda do Campo em Quatro Barras e chegada ao Portode Cima em Morretes, em 2007.

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2.1 Como Escolher uma Rota e elaborar a Expedição

Lugares com significados histórico-sócio-culturais são abundantes, mas é

preciso cuidados em suas escolhas, ter critérios e adequar as rotas ao numero de

pessoas, capacidade de suporte de trilha além de respeitar faixa etária e condição

física de cada um do grupo.

Procurar em sites e guias as rotas desejadas e depoimentos de

pessoas que já fizeram o percurso. Colher informações com grupos de

amigos, que já tenham feito.

Buscar informações sobre o local com moradores antigos, ouvi-los

conhecer o que o lugar representa historicamente e socialmente em

suas vivências, nos museus e saberes da sua história.

Procurar saber o máximo de informações gerais sobre o local, fauna,

flora, fotos tempo de percurso grau de dificuldade, referencial

geográfica.

No contexto ambiental, verificar espécies centenárias, como se dá à

conduta consciente pelos moradores e visitantes da região, afinal você

ira elaborar uma rota com significado multidisciplinar.

Devemos lembrar que ser atleta, bater recordes e chegar primeiro que

os outros são as únicas coisas que não nos interessa, o importante é

chegar ao fim da trilha respeitando a condição física de cada um.

Somos diferentes biologicamente, e psicologicamente a o aprendizado

corporal se dá de maneiras diversas para cada individuo, além de

respeitar a faixa etária e adequar a atividade para cada uma delas.

Caso o seu colega chegue primeiro, não se preocupe, apenas chegue

no seu tempo.

Fazer um check-in list das coisas a serem levadas e organizadas, não

é tão simples organizar, condutas, mochilas, vestimentas, primeiros

socorros, fogareiros, alimentos, aquecimento e alongamento além de

outras dicas para compor uma expedição.

40

2.2 Conduta Consciente em espaços Históricos Sócio-Culturais

FIGURA: 3 FONTE AUTORA FIGURA 4: FONTE AUTORA

As figura 3 e 4 respectivamente são referentes a expedição ao Morro do Canal em Piraquara,em 2008. Figura 03 refere-se a subida e a 04 a contemplação do visual na chegada ao Cume do Morro,com o grupo:Nas trilhas do ottília

Segue aqui algumas dicas básicas na organização de uma caminhada com

intuito pedagógico:

Deixe um aviso em casa sobre a atividade que irá realizar, indicando sempre

local do percurso tempo estimado entre ida e volta;

Importante ter conhecimento prévio das condições climáticas, e característica

do local a ser percorrido;

O grupo deve ser pequeno de no máximo 10 a 15 pessoas no máximo;

Espírito de companheirismo em grupo é essencial e marca esportiva para

estas práticas;

Mantenha-se nas trilhas abertas, não use atalhos ou crie novas trilhas, elas

aumentam a erosão;

Acampamentos devem ser feitos a 60 metros de qualquer cachoeira ou de

água corrente, não mexa na vegetação local, nem faça escavações, ou

buracos;

Não construam cabanas, bancos, pontes;

Animais, ferros antigos, plantas, sementes fazem parte do ambiente e não

devem ser levadas embora;

Leve sua alimentação em uma sacola e a traga de volta com as embalagens

vazias, iluminações devem ser feitas com lanternas ou lampião e não com

fogueiras;

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Observe os animais à distância, aproximar-se deles pode ser vista como uma

ameaça e provocar um ataque, além de transmissão de doenças graves;

Caminhe ou acampe em silêncio, preservando a tranqüilidade local, rádios e

outros efeitos sonoros devem ficar em casa, podem alterar o ambiente local;

O Salvamento em ambientes naturais é complexo e demorado não se

arrisque sem necessidade;

Utilizar mapa, GPS, bússola e noções de primeiros socorros são condutas

básicas de segurança;

A capacidade de suporte de trilha deve ser respeitada.

2.3 Fogueira e Fogareiros

São aconselháveis os fogareiros em caso de acampamento em trilhas, cumes

e caminhos históricos, mas ainda percebemos que em caminhos como o do Itupava

(caminho da Serra Paranaense) usa-se a tradicional fogueira, neste caso recomenda

que elas sejam feitas em caso de ultimo recurso e extrema necessidade.

Atualmente existem fogareiros e são muito mais utilizados não agridem, não

causam impactos e são muito mais práticos.

As fogueiras causam a morte do solo onde são feitas, e ainda afugentam os

animais.

Lembrem-se fogueiras não são aconselháveis, causam impacto ao meio e os

modifica, não utilize as fogueiras.

2.4 Capacidade de Suporte de Trilhas

A proposta e objetivo da capacidade de suporte de trilhas são manter a

preservação do espaço visitado objetivando preservar o impacto negativo das

atividades, através do controle no limite de pessoas em sua exploração, visitação,

recreação onde as mesmas são utilizadas como instrumentos de formas

diversificadas.

Propomos que na preparação e escolha da rotas expedições sejam

pesquisadas previamente a capacidade de suporte das rotas escolhidas, muitas

delas são de preservação sócio-histórico-cultural e mantém um posto de

conservação em sua entrada onde o visitante deverá ter em mãos documento de

42

identidade e numero de acompanhantes que não ultrapassem o limite exigido pela

instituição de preservação destas unidades.

Conseqüentemente, em trajetos com numero significativo de participantes, é

sempre aconselhável agendar as visitas com órgãos responsáveis, e ver o

regulamento de cada unidade.

2.5 Noções Básicas de Primeiros Socorros para Expedições de Rotas Históricas, Ambientais.

FIGURA 5 FONTE: AUTORA

Foto referente a um estojo com materiais E medicamentos de primeiros socorros.

Acidentes em trilhas são comuns, até porque os terrenos são irregulares, o

desgaste físico, e o despreparo para este tipo de atividade fazem com que o alunado

fique mais vulnerável ao os acidentes.

Elementos básicos para urgência: Gases, anti-séptico, esparadrapo, atadura

para fraturas, remédios antiinflamatórios, analgésicos, tesoura, alfinetes.

Principais lesões em caminhadas e como preveni-las, e socorrê-las.

Pernas: Dores é comum achar que resiste a uma caminhada de longa

duração e no meio dela descobrir umas dores musculares, faltas de

condicionamento físico faz isso, mas a melhor forma de recuperar é fazer

alongamento e massagem local, ajudam a eliminar as dores mais rapidamente.

Falta de Ar: É comum para quem não tem preparo aeróbio correto, melhor é

dar uma pausa na caminhada e quando retomar a caminhada respirar pelo nariz

utilizando o diafragma e não falar durante a caminhada.

Pele: A queimadura é comum nestes casos, prevenir com o uso de chapéu,

bonés, e protetores solar.

43

Pés: Bolhas são comuns ainda mais quando o calçado não esta amaciado

antes da caminhada, neste caso proteja as bolhas com curativos tipo band-aids,

caso precise estourá-las faça o seguinte procedimento: Limpe a área ao redor da

bolha com anti-séptico, depois esterilize uma agulha queimando-a até ficar em

brasa, depois fure a pele sã e delicadamente pressione o local para fazer sair o

fluido à área e coloque band-aids para protegê-la.

Corpo Todo: Desidratação, enjôos, dor de cabeça, câimbras, palidez e

dificuldade respiratória, o procedimento deve ser a ingestão de muito líquida.

Tomar cuidados com lesões é fundamental, pois muitas vezes o socorro é

dificultoso e caminhar depois da machucadura passa a ser um sufoco, ler as normas

de conduta e tomar as devidas providencias antes seria o mais prudente.

2.6 A Vestimenta Adequada

FIGURA 6: FONTE: AUTORA

Figura referente à expedição do Caminho do Itupava, do grupo os trilheiros do Ottília ,Março 2007.

As vestimentas são muitas vezes específicas para cada tipo de clima e

expedição, mas nas rotas da serra do mar Paranaense devem ser leves, algodão ou

outro tipo de material que absorva o suor, de preferência calças (agasalhos) que

evita as picadas de insetos, arranhões de galhos e vegetação, à calça jeans limita os

movimentos articulares, mas bem soltas em locais pouco íngremes são razoáveis,

44

um tênis ou bota confortáveis preferencialmente já usadas anteriormente para evitar

bolhas e machucados.

Uma capa de chuva é importante, garoas e chuvas são comuns nestes

caminhos e espaços.

Não é necessária roupa de lojas especializadas que oferecem, muitas vezes

um custo alto por estarem na moda, ou por sugerirem qualidades nem tanto

completas como se propõe.

As cores fortes causam um grande impacto visual, afugentam os animais e

outros excursionistas. Dê preferência para as cores neutras ou suaves.As roupas

dentro da mochila devem ser embaladas em sacos plásticos.

Boné, chapéus. Protege o rosto e os olhos da luz excessiva. Nas caminhadas, um gorro é

importante para manter a temperatura do corpo.

Agasalhos Os impermeáveis são os melhores, devem ser leves. Nas matas fechadas

calças compridas evitam arranhões e picada de inseto. Em trilhas abertas e com

temperatura agradável, as bermudas são mais ideais.

2.7 Como Montar uma Mochila

FIGURA 7 FONTE AUTORA

Mochila para expedição em trilhas. Existem vários tipos de mochila, mas no nosso caso uma que caiba as coisas

que o caminhante irá levar.

Montar uma mochila é fundamental o excesso de bagagem pode causar

lesões lombares, levar o essencial é importante e adequá-lo para evitar um desgaste

desnecessário.

45

As trilhas citadas neste trabalho são de curta e média duração, por tanto não

há necessidade de montar uma mochila para acampamento, mas equipamentos

para um dia de caminhada ou pouco menos.

Faça opção por mochilas que tenham cinturões de amarre na linha da cintura

ou peito, facilite a transpiração, e a caminhada.

No fundo da mochila coloque roupas reservas enroladas em sacos plásticos

para evitar que molhem, equipamentos de resgate como espelho para sinalização

durante o dia, lanterna, fósforo, soro fisiológico para reposição do sal perdido nas

caminhadas.

Após a primeira camada, materiais de primeiros socorros, água, lanche leve

como barra de cereal, frutas e sucos, nos compartimentos externos e sempre levar

bússola, GPS, máquinas fotográficas, e utilidades de mais utilização durante a

caminhada.

2.8 Elementos da Prática Esportiva Pedagógica

2.8.1 A Importância do Alongamento nas Atividades.

A importância do aquecimento antes de qualquer atividade física, é uma rotina

saudável, este processo em geral é a de que o exercício físico preliminar tem

benefícios como a preparação fisiológica e psicológica, contribuindo para a

diminuição de lesões, aumenta a temperatura corporal que ativa a taxa metabólica,

fluxo sanguíneo local, melhorando a capacidade das articulações a suportar carga.

O aumento da flexibilidade, que é a maior amplitude de movimento possível

de uma determinada articulação, vem do trabalho de alongamento, que é o mesmo

processo de exercício, mas que vai até limite da tensão Quanto mais alongado um

músculo, maior será a amplitude articular seguidamente você será mais flexível e

menos exposto a lesões e com maior amplitude e agilidade.

46

Figura 8 FONTE: : http://www.alongamentos.com

FIGURA 9 FONTE: http://www.alongamentos.com

FIGURA 10 FONTE: : http://www.alongamentos.com

47

FIGURA 11 FONTE: : http://www.alongamentos.com

2.8.2 Aeróbio

As práticas esportivas aeróbias são aquelas que tem como combustíveis

gorduras de reserva causa benefícios diretos ao sistema cardiovascular e

respiratório normalmente é de longa e média duração e baixa intensidade, aqui

podemos citar caminhadas, corridas, andar de bicicletas e natação, ou simplesmente

nadar com um tempo acima de 30’ minutos, a freqüência cardíaca não deve

ultrapassar 75% da capacidade cardíaca.

2.8.3 Anaeróbio

Anaeróbias são as atividades classificadas com a freqüência cardíaca acima

de 75% da sua capacidade para exemplificar aqui como subidas íngremes no caso

das trilhas, corridas de 100 m rasos, musculação, atividades de grande explosão

muscular e respiratória.

2.8.4 Como medir e Avaliar a freqüência cardíaca, nestas atividades.

Verificar o pulso ou região do pescoço com o dedo indicador, e achá-lo.

Avaliar os batimentos por minuto

Com se faz isso de maneira mais simples.

1ª) Depois de achar o pulso (pescoço ou punho),que são os batimentos

encontrados em veias por estes membros.

48

Em 10 segundos, contar o numero de batimentos cardíacos.

Numero de batimentos encontrados em 10 segundos X seis: resultado

O Resultado deve ficar 120 a 180 batimentos indica o estágio é aeróbio,

motivando a queima de gordura, e um trabalho cardiovascular e cardiorespiratório

correto. Caso a freqüência detectada como resultado estiver abaixo de 120 acelerar

a caminhada, caso esteja acima, em locais declives ou retas abaixe o ritmo dos

passos pode ser que falte energia par o fim da expedição.

Nos trechos íngremes a tendência à freqüência cardíaca ficar acima de 140 e

às vezes ultrapassar de 180, é importante tomar cuidado e não elevar muito a

freqüência cardíaca par evitar futuros problemas.

As medidas cardíacas aqui postadas, não têm a intenção de treinamento de

competição e sim de controle da freqüência cardíaca, para que o aluno possa ter

noção de tempo de descanso e aceleração, como indicador de trabalho aeróbio e

anaeróbio.

2.8.5 As Passadas

Os cuidados com as passadas são fundamentais em parte destes caminhos

onde se tem declive. Nos trechos íngremes dar um passo a frente, pode ser motivo

para um escorregão. Antes de tirar o pé estabilizado e apoiar o outro, verifique se o

pé a ser colocado para apoio está firme e não há perigo de se deslocar, em seguida

tirar o pé estabilizado, portanto não tenha pressa, tenha consciência, assim você

motivará sua consciência corporal, distribuindo seu peso, por exemplo, entre pés,

mãos, pernas tronco e conseguindo a melhor maneira para você de se sentir

confortável, e equilibrado.

49

UNIDADE 03: A CASA DE PEDRA

FIGURA 12: FONTE: AUTORA

Foto da Casa dos Garbers Em 2010, No Início da Serra da Graciosa A 5.600m a partir do Posto Policial do Início da Serra da Graciosa.

3.1Como Chegar a Casa de Pedra.

Seguindo a estrada que vai até a Serra da Graciosa, ao chegar no posto da

Polícia Rodoviária, temos duas opções a primeira e deixar o carro por ali no posto e

fazer o seguinte trajeto chegando no posto da polícia no início da descida da

graciosa, são exatos 4.900m saindo do posto da polícia rodoviária direita entrar e

seguir a estradinha, e são mais 700 m até casa de pedra.

50

Figura 13 Frente da Casa de Pedra dos Garbers FOTO: AUTORA

Figura que mostra as grades que populares dizem ter sido um porão de escravos.

3.2 Curiosidades

Conhecemos populares que circulam pelas imediações da casa de pedra, ou

que passam por ela para ir até o Morro do Sete (após a casa de Pedra, encontra-se

o morro do Sete), que insistem que estas ruínas foi refugio de primeira guerra

mundial, e que alemães ali se instalaram para se proteger da guerra, inclusive sites

de aventura relatam esta versão.

Outros por sua vez acreditam que um subsolo existente esconderia escravos,

trazidos por mineradores na época da construção da estrada da graciosa, que os

mesmos se alojavam ali pra seguirem viajem.

Ainda um local cercado de lendas de fantasmas.

Destacamos a importância da entrevista com o Sr Hans, neste trabalho para

esclarecimento dos fatos, destacados como mitos e lendas.

3.3 Relato do Sr Hans Garbers

No dia 23/06/10 (vinte e três de junho de dois e dez) o Senhor Garbes relatou

que na Casa de Pedra passavam às épocas de férias e aos sábados sua família se

51

dirigia ao local. Durante sua infância e juventude maneira é fácil de descrever a

maneira que tinham para chegar ao local da casa. Inicialmente usavam um

automóvel conhecido como fordinho 29, que na época levava 2 horas e meia

durante para fazer o percurso de 48,5km.

Nas férias a família se hospedava lá o seu pai supria os mantimentos, com

estoque, caseiro da época fazia a refeição. Segundo ele no período da guerra em

1940 e 1945, como a gasolina e o gasogênio eram escassos para o carro, os

percursos de Curitiba onde morava a Família Garbers passou a ser feito de bicicleta

mais um meio de locomoção. Lembranças das férias em família e suas caminhadas

e pedaladas pela região.

De acordo com Sr. Hans, saía de Curitiba por volta do meio dia e chegava

com 04 horas de percurso até a propriedade, que era seu lugar de lazer. A bicicleta

era de contra-pedal e devido ao número de subidas e descidas, utilizava-se da

prática esportiva com locomoção da seguinte forma: aproveitava-se o máximo a

descida e na subida desmontava-se a bicicleta e fazia-se o percurso a pé.

A casa foi construída pelo seu pai em 1919 seu pai Sr João Hans, vindo da

Alemanha em 1901. Chegando ao Brasil pelo Porto de Paranaguá.

Desmente a lenda de que as grades subterrâneas eram espaços

considerados porões de senzala e refugio de primeira Guerra Mundial. Esclarece

que eram utilizadas para o armazenamento de mantimentos e materiais como

ferramentas e outros objetos. E o banheiro tinha grades, que eram unicamente de

proteção.

A obra da casa inicialmente foi construída por madeiras vindas de Canoinhas-

SC, provavelmente de trem, e as pedras foram tiradas do próprio terreno, além do

restante do material vinha em carroções de Curitiba. O ponto de entrada da estrada

da Graciosa que leva até a propriedade da Família Hans foi aberto durante a

construção da Casa de Pedra pela própria família, na época não existia o caminho

que ligava a Graciosa até a casa, este caminho tem aproximadamente 700 m.

3.4 Características das Ruínas da Casa de Pedra.

A casa dentro do sítio da família Garbers, é de uma exuberante beleza, flora

de arvores centenárias e bem preservadas conta com um caminho de riacho raso

que aos poucos vai se tornando íngrime.

52

FIGURA 14: Riacho Raso FOTO: AUTORA.

Localizado na propriedade da Família dos Garbers e dá acesso a uma bela cachoeira.

A propriedade dos Garbers fica não trecho que chega ao Morro do Sete, que

quando o tempo está aberto ensolarado, podemos vê-lo da estrada da Graciosa. O

morro tem o número sete esculpido em seu paredão, o tempo de subida em média

para os bem preparados é de 3h00 a 4:00 horas , um tanto íngreme até a chegada

ao cume, onde se vê um espetáculo inimaginável.

Na propriedade dos Garbers, ainda temos como presente logo à frente do

Morro Mãe Catira.

Dentro da propriedade cruza-se um riacho raso, depois tem uma subida, após

um tempo de caminhada é possível, curtir uma bela cachoeira e avistar Curitiba e

região. Após leve trecho de mata, enfim a Mãe Catira. O retorno é um pouco mais

suave, com declives e seu ponto final passa pela Casa de Pedra.

3.5 Características Esportivas Pedagógicas nesta Expedição.

Aquecimento e alongamento, antes da atividade de 10 minutos.

Saída: Posto policial da entrada da estrada da graciosa até a propriedade a

Casa de Pedra.

Percurso: 5.600 m, somente ida.

Tempo estimado do percurso: 45 Minutos

Musculatura mais exigida: membros inferiores (pernas, pés), e condição

aeróbia.

Faixa etária: 10 a 16 anos

53

Classificação do percurso: leve

Alongamento de 10 minutos de relaxamento após a trilha.

3.6 Como Chegar a Casa de Pedra, da Família Garbers.

Partindo do posto policial da entrada da Graciosa, ao percorrer exatos

4.900m, descendo a agradável e belíssima Serra da Graciosa. Entrando pela

estradinha são mais 700 m até a propriedade. O acesso não é negado, mas procure

deixá-la exatamente como você entrou. As articulações multidisciplinares da

propriedade imensa. Tais como: fauna, flora, rochas, riachos, arquitetura, solo.

Como por exemplo, sugerira às demais áreas do saber o estudo das ruínas da Casa

de Pedra , pelo tanto de pessoas que visitam a propriedade dos Garbers do S Hans

que já a consideram um espaço de cultura,lazer e turismo Paranaense.

54

UNIDADE 04: CAMINHO DO ITUPAVA

FIGURA 15 FOTO AUTORA

Placa indicativa do caminho do Itupava dividido em trechos, localizada na Borda do Campo, posto do IAP.

4.1 Como Chegar até o Caminho do Itupava

Para chegar ao Caminho do Itupava saído de Curitiba de carro, pegar a

estrada sentida graciosa, entrar no contorno que vai para o município de Quatro

Barras, seguir em frente mais ou menos uns 2 km e logo na entrada do município

tem uma placa indicando Caminho do Itupava, Morro do Anhangava e outros locais

de visitação, lazer e pratica esportiva, é tudo bem sinalizado basta seguir as placas.

Chegando ao posto do IAP, na Borda do Campo que se encontra na entrada do

Caminho do Itupava.

Levar documento de identidade, antes de seguir o caminho, será obrigatório o

preenchimento de um cadastro, norma do IAP na unidade de conservação para

própria segurança dos caminhantes e praticantes do trekking, preencha o cadastro

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siga as normas de conduta consciente propostas nestes guias e aproveite o trajeto

que é riquíssimo em suas facetas sócio-histórico-ambiental.

4.2 A História

Muitas são os registros da história do caminho do Itupava. Ainda credita-se a

este caminho os caçadores de índios, mineradores calçamento foi feito pelos índios

a pedido dos jesuítas, e restaurado ao longo do tempo.

A tradição atribui sua descoberta a caçadores que perseguiam uma anta, que

então teve o nascimento deste caminho em 1625 a 1654.

Para LARA(2006): A erva mate colhida no planalto era embalada em sacos de couro e enviada por tortuosas picadas no lombo de mulas a Porto de Cima e Morretes, em estado de pré-beneficiamento trilhas tão rústicas e íngremes,eram comuns os acidentes com as tropas carregadas(arriadas) perdas de mercadorias. Em Morretes, Porto de Cima e São João da Graciosa,os rios eram abundantes e utilizados como energia hidráulica para movimentar o mate(p17)

O uso comercial do Itupava nos registros se dá sobre varias formas. O mate

foi uma das formas de comércio, registrados no Itupava, com cargas trazidas do

Planalto Paranaense.

Foi o primeiro caminho aberto no Paraná que ligava a planície ao planalto.

Atualmente o caminho do Itupava não tem mais função econômica ou

comercial, mas é utilizado nas práticas das caminhadas e do trekking, com riqueza

arqueológica, ambiental de fauna e flora com bromélias lindíssimas, vales verdes,

calçamento em estado de conservação, belas cachoeiras além da pitoresca estrada

de ferro, Véu da noiva e Santuário da Nossa Senhora do Cadeado, hoje o percurso

tem aproximado 16,32km de extensão com uma classificação médio-pesado e

tempo aproximado de caminhada entre 07 a 08 horas.

Com riquezas arqueológicas, ambientais de fauna e flora como bromélias,

vales verdes, calçamento em estado de conservação, este caminho traz

pedagogicamente riquezas multidisciplinares, capazes de fazer o alunado entrar em

contato direto com os objetos de estudo, pegando, olhando, sentindo e percebendo

sua história, espaço ambiental e desenvolvendo sua consciência corporal.

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Ainda curiosamente temos as bromélias, Hortência e beijinhos, além de

inúmeras observadas na sua passagem. Essas plantas instaladas, consideradas

invasoras e outras exóticas em nossa serra foram trazidas e plantadas a pedido de

Dom Pedro II para agradá-lo em sua chegada para a inauguração da estrada de

ferro Curitiba-Paranaguá, onde o mesmo acabou não comparecendo.

4.3 Curiosidades

Tabela de cobranças de fretes que indica que nossa exploração quanto aos

impostos não é uma novidade do século XXI.

FIGURA: 16 Tabela de preços dos fretes vigentes por volta de 1770

1 bruaca de farinha, com 2 alqueires. 400 réis

1 bruaca de sal 520 réis

1 bruaca de chumbo perdigoto ou bala 320 réis

1 carga de ferramenta 320 réis

1 barril de pólvora 320 réis

1 fardo de aniagem 640 réis

1 caixa 200 réis

1 marmita 160 réis

1 frasqueira 640 réis

1 arma de fogo 80 réis

1 padiola conduzida por quatro homens 3200 réis

1 canastra 640 réis

1 besta selada, aluguel. 640 réis

FONTE:www.altamontanha.com

4.4 Primeira Divisão do Caminho em Quartéis (Trechos) para manutenção conforme estabelecido pelo Ouvidor Rafael Pires Pardinho em 1721

Primeiro: Da Borda do Campo até encruzilhada.

Segundo: Desta até passar os dois córregos da Campina.

57

Terceiro: Desta até o primeiro córrego.

Quarto: Deste córrego até a Pedra do Descanso.

Quinto: Desta até Rio Ipiramirim.

Sexto: Deste até o Ribeirão das Pederneiras.

Sétimo: Deste até o Ipiranguçu.

Oitavo: Deste até o primeiro aterrado.

Nono: Deste até onde sai à picada.

Décimo: Daí até o meio dos dois Itororões.

Undécimo: Daí até o Pico da Serra.

FONTE: www.Altamontanha.Com

4.5 A Taxação de Imposto no Paraná, uma novidade nem tão recente assim.

A tentativa de se colocar impostos e suas cobranças no Paraná não é coisa

tão recente assim. Em 1844, os movimentos e tentativas de cobranças de taxas, a

implantação das praças de pedágio e que corriqueiramente eram desviadas pela

abertura de picadas clandestinas.

Em 1844 a "Barreira" saiu do Sítio do Barro Vermelho (na foz do Ipiranga)

para instalar-se perto do Rodeio, as margens do Rio Itupava onde se edificou uma

grande casa de pedra com forro assoalho e caixilharia de madeira, coberta com

telhas cerâmicas e várias outras menores para abrigo do pelotão de guarda, além

dos depósitos e moinhos de soque para erva-mate movida à água.

As cargas eram levadas até o Nhundiaquara em Morretes por canoas carijós,

conhecidas como pirogas, que deixavam as cargas para serem remetidas e levadas

até Paranaguá.

Curiosamente ouve uma tentativa de privatização da estrada em 1743.

O Calçamento foi feito pelos índios a pedido dos jesuítas da época, com

pedras escorregadias e irregulares, no início a manutenção foi feita pelas pessoas

comuns que utilizavam o trecho.

Que se utilizavam delas, mas depois era uma obrigação militar e os que se

recusassem a participar, era considerado um dos piores do Brasil.

58

4.6 Fauna e Flora

FIGURA 17 FONTE: AUTORA.

Vista Serra da Baitaca, no Caminho do Itupava

A floresta é úmida e são aproximadamente 500 espécies ombrófilas densa.

Orquídeas, bromélias são abundantes nestes espaços, são consideradas plantas

invasoras em nossa mata atlântica. A fauna é diversificada em mamíferos, pássaros,

répteis e anfíbios, insetos, aranhas, peixes e crustáceos. Em alguns trechos do

caminho chove, portanto é importante a capa de chuva. Vale a pena conferir a

diversidade de fauna e flora.

As Florestas Atlânticas, que predomina no Caminho do Itupava, a estimavam

um catálogo de aproximadamente 20.000 espécies. Podemos ver com abundância

no trecho sugerido, belas araucárias, Ipê-amarelo, pinheiro-cravo, além de belas

orquídeas e bromélias. São 1810 espécies, em mamíferos, répteis, aves e anfíbios

que compõe a biodiversidade dentro do caminho do Itupava e ainda considerada a

maior Floresta tropical úmida do mundo. (BLUM, 2006, p28).

Pequenas aves como gaviões, beija-flores, periquito, papagaio, nos

presenteiam nas trilhas do percurso do Caminho do Itupava.

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4.7 A Casa do Ipiranga

FIGURA 18: CASA DO IPIRANGA

Foto Tirada em Expedição dos Professores do Ottília, um descanso,uma água e uma foto da casa do Ipiranga.

Ainda Blum, construída alguns anos depois da ferrovia previamente ocupados

por operários, foi edificada para residência dos Engenheiros da rede. Tinha três

quartos, salão de jogos, piscina até a privatização da linha, e ainda nela viveu o

artista Alfredo Andersen, foi destruída por vândalos. A ferrovia que passa ao lado da

Casa do Ipiranga foi execução da obra de engenharia dos irmãos Rebouças, que

mais tarde fora reconhecida nacionalmente.

Aproximadamente a 300 m antes de chegar à Casa do Ipiranga contamos

com um riacho, onde o banho é seguro e saudável ajudando a baixar a temperatura

corporal principalmente no verão.

4.8 Percurso Pedagógico Proposto para esta Rota do Itupava.

Centro de informações da borda do campo, até a Casa do Ipiranga.

Faixa etária: de 10 a 16 anos

Tempo aproximado de caminhada: 03h40min horas

Distância: 7,13 km

Classificação do percurso: médio

Capacidade de suporte de trilha: não existe um dado exato, mas em média são

300 a 400 pessoas por fim de semana.

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Musculatura mais exigida: panturrilha, pernas, costas.

Característica cardio-respiratória e vascular: aeróbia.

Percurso com declive, e trechos íngremes em alguns pontos impondo

irregularidade na trilha dificuldade durante o percurso.

Aquecimento e alongamento antes do início das caminhadas

Fim do percurso alongamento de relaxamento.

61

UNIDADE 05: REPRESA DO CARVALHO

Figura: 19 Fonte: Autora

Foto que mostra o Reservatório do Carvalho, em Piraquara.

5.1 O Primeiro Encanamento de Água

Marco inicial do saneamento e abastecimento de água da cidade de Curitiba

na represa do Carvalho no Município de Piraquara foi idealizada e construída em

1904 e inaugurada em 1908.

Para SCHUSTER (1994) “O custo era praticamente se limitava aos canos de cobres, que teriam de percorrer subterraneamente à distância entre o olho d'água e o largo da ponte. (p43)”.

O percurso era da Represa do Carvalho em Piraquara até o alto São

Francisco e trajetória era de 38 km, onde se transportava objetos como:

mantimentos, ferramentas, armas, a cavalos, mulas e outros transportes da época.

Na Serra em meio à vegetação selvagem, fazia-se o trabalho de roçada para

a estrada e o serviço preliminar para a construção dos tanques de captação. Mais

exatamente das represas locais. Desta maneira a história do primeiro encanamento

de água do Paraná, não de ferro, mas de cobre, nasceu como uma vultosa e

aplaudida obra de Engenharia da época.

A estação do Carvalho com capacidade de 800 m3 abastecia a cidade de

Curitiba, por um sistema de gravidade em tubulações de cobre, distribuídas

aproximadamente em16 caixas coletoras.

62

Em 1924 a estação precisou acelerar para o abastecimento em virtude do

aumento populacional da época, e a água passou a ser bombeada por uma máquina

locomotiva que fazia o bombeamento da água com mais força e velocidade até a

estação São Francisco.

FIGURA: 20

FIGURA: Máquina Que Bombeava A Água Para Curitiba, A Partir De 1925 Até 1945.Foto Extraída Do Documento, Sanepar Ano 30: Resgate Da Memória Do Saneamento Básico Do Paraná.

Curitiba: Imprensa Oficial, 1994.

5.2 O Chafariz

A primeira torneira pública veio da Europa, foi inaugurada em Curitiba em

1871, além de permitir o barateamento dos aguadeiros, pipeiros, somente por mais

alguns anos, as epidemias de doenças de veiculação hídrica, como febres,

infecções paratíficas. Quintais imundos, viveiros de moscas, eram fontes de

propagação das doenças hídricas.

A torneira publica ainda encontra-se na Praça Zacarias de Curitiba e pode ser

apreciada pelos que passam por lá.

Para quem mora em Piraquara e Pinhais pode ver em frente ao mercado

Carrefour os canos que faziam esta trajetória, hoje substituídos por canos de ferro e

hoje ela não tem mais função de abastecimento no alto São Francisco. A obra da

63

primeira torneira pública, Antônio Rebouças Filho foi autorizado a elaborar e

começar as obras.

Com experiência com vários chafarizes no Rio de Janeiro, somente aí Antonio

Rebouças Filho foi autorizado a elaborar e começar as obras.

O engenheiro Antonio Rebouças Filho, um negro que ganhou vulto respeitável pela operosidade e competência engenharia da ferrovia Curitiba-Paranaguá o projeto de um chafariz e torneira publica, que iriam percorrer a distância entre o campo do olho d’água e o largo da Ponte.(p43)

Aqui propomos mais uma articulação multidisciplinar, na época os

engenheiros Rebouças foram conhecidos com suas obras de engenharia e seus

projetos ousados, mas o preconceito e discriminação ficam explicito na citação

acima.

O documento acima deixa a evidência do quanto era importante destacar que

antes de um homem brilhante era um negro, documento este onde se pode verificar

a descriminação e o preconceito durante o período que apontamos aqui neste

trabalho.

5.3 As Trilhas da Unidade de Conservação da Represa do Carvalho.

A Represa do carvalho hoje conta com trilhas interpretativas e de

conservação, onde podemos aqui citar a trilha da chaminé, trilha do Cayuguava,

trilha do Salto, entre outras. Cada trilha dessas chega até uma caixa coletora.

5.4 A Trilha da Chaminé

Os aspectos ambientais contam com briófitas, pteridófitos, orquídeas.O

calçamento foi restaurado feito com pedriscos, e antes era solo compacto com valas

de erosão.Esta trilha sai na chaminé, e tem 1600 m de extensão, a conservação é

de excelente estado.Ao alto verificamos uma torre grande de 30 m de altura bem no

meio da Barragem de Piraquara.Onde muitos se enganam e as confundem com uma

olaria, mas na verdade é a chaminé da máquina que bombeava água de 1925 a

1945.

64

FIGURA 21 FONTE: AUTORA

Figura da placa indicando o início da trilha da chaminé

5.5 Trilha do Salto

O início da trilha fica na Casa Amarela construída em 1905, onde ficava o

escritório da Companhia Paulista de Melhoramentos de São Paulo, empresa

responsável pela obra do Saneamento. É a única caixa que não vai para o

Reservatório do Carvalho, mas que por sua vez se interligavam as outras e que

abasteciam o Carvalho. Esta trilha tem 800 m.

FIGURA 22: Casa Amarela FONTE: AUTORA

Figura: A casa amarela fica dentro do centro ambiental e encontra-se em ótimo estado de conservação.

O início da trilha fica na Casa Amarela construída em 1905, onde ficava o

escritório da Companhia Paulista de Melhoramentos de São Paulo, empresa

responsável pela obra do Saneamento, que saia de Piraquara e percorria 38 km até

o alto São Francisco.

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É a única caixa que não vai para o Reservatório do Carvalho, mas que por

sua vez se interligavam as outras e abasteciam o Carvalho. Esta trilha tem 800m.

5.6 Particularidades da Unidade de Conservação do Carvalho

A unidade localizada no Município de Piraquara tem como Gestora a Bióloga

Ana Cristina Rego de Barros, que contribuiu na elaboração desta unidade temática

nos relatou a preocupação com cuidados com a capacidade suporte das trilhas para

mantê-las conservadas, que, aliás, e muito bem organizada.

FIGURA 23: Ruínas dos operários da obra de 1905 FONTE: AUTORA

Figura das ruínas dos operários da Companhia de Saneamento, em 1905.

5.7 O Museu: Fotos e Objetos da Unidade.

A unidade ainda conta com um museu de peças e instrumentos de caças,

apreendidas, um museu que tem espécies da flora local entre outras curiosidades.

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FIGURA24: FONTE: AUTORA

Figura 24 referente a objetos de caçadores apreendidos e em exposição no Centro de

Educação Ambiental.

5.8 Percurso Trilha Pedagógico-Educativa proposta do Carvalho.

Faixa etária: de 10 a 16 anos

Classificação do percurso: Levíssimo

Percurso 1: trilha da chaminé ida e volta: 3200m

Percurso 2: trilha do Salto ida e volta: 1600 m.

Capacidade de suporte de trilha: no máximo 40 pessoas por visitação

Musculatura mais exigida: panturrilha, pernas, costas.

Característica cardio-respiratória e vascular: aeróbia

Percurso com declives leves, e com muitas retas bem conservadas.

Aquecimento e alongamento antes do início das caminhadas

Fim do percurso alongamento de relaxamento

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