DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · 2013-06-14 · o poder da mídia na construção da imagem...

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

MATERIAL DIDÁTICOOAC  OBJETO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA

Autor: Edilene Teresinha da SilvaEstabelecimento: Colégio Estadual CataratasEnsino: Ensino MédioDisciplina: Língua PortuguesaConteúdo estruturante:  A  Influência  iconográfica de Che Guevara para o público adolescenteConteúdo específico: Breve descrição da história de Che Guevara enquanto ícone potencializado pela mídia.

APRESENTAÇÃO DO CONTEÚDO.

A militancia social de Che Guevara tem o itinerário de luta prática e é preciso 

revelar âmbitos da figura dele utilizando o processo de comunicação tendo em vista 

o   poder   da  mídia  na   construção  da   imagem  iconográfica  deste  personagem.   É 

necessária  a  utilização de alguns componentes  da  comunicação  para  mostrar  o 

envolvimento de imagens, áudio e vídeo na construção iconográfica e influência na 

juventude. 

A análise de discurso francesa,  enquanto corrente teórica  indica caminhos 

para a construção da iconografia através da relação língua, sujeito e história onde o 

discurso mostra a relação entre língua e ideologia. Consideração sobre o contexto 

histórico ajuda o  jovem compreender a estrutura que  forma o desejo ou não de 

analisar a imagem de Che Guevara e superar a língua portuguesa genuinamente 

gramatical para uma análise crítica e consciente da formação do ícone na conjuntura 

estruturalista e perceber transparência do sentido. 

Ao longo da história de vida de Guevara e sobretudo após sua morte o jovem 

vitimouse   a   utilização   indiscriminada   de   impressões   que   anuncia   práticas 

PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional

Professora PDE: Edilene Teresinha da SilvaÁrea: Língua PortuguesaProfessor orientador: Alexandre Sebastião  Ferrrari SoaresIES: UnioesteEstabelecimento: Colégio Estadual Cataratas

discursivas   publicitárias,   sem   reflexão   do   impacto   comercial   da   imagem   da 

construção da iconografia.

É fundamentalmente importante compreender que o trabalho não faz resgates 

da   imagem   heróica   de   Che   Guevara,   o   trabalho   se   funda   na   construção   da 

iconografia de Che sob a influência da comunicação e a construção iconográfica de 

Che   para   o   público   adolescente.   A   critério   científico   a   descrição   utiliza   a 

interpretação do imaginário iconográfico construído e a propagação midiática. 

Do ponto de vista metodológico, neste trabalho a ideologia do sujeito não é 

potencializada, é descrita como fator principal da análise que serve de apoio para 

explicar a conjuntura teórica da análise do discurso francesa. 

Aos professores ficará a proposta de reflexão sobre a mídia e o processo de 

comunicação na construção do ícone e na construção dos efeitos de sentidos da 

imagem de Che para os adolescentes.

Este   OAC   destinase   a   questão   midiática   no   processo   de   comunicação, 

linguagem,  intelecção  juvenil  e  o  poder  do  discurso  em  relação ao  jovem,  seus 

efeitos de sentido. Aos professores que atuam no Ensino Médio. 

1. RECURSO DE EXPRESSÃO.

 Chamada para recurso de expressão.

A mídia é veículo que propõe o processo de comunicação e construção de ícones e 

o discurso como atividade comunicativa. 

 Título:

A mídia utilizando o processo de comunicação

PROBLEMATIZAÇÃO.

A duração do mito de Che Guevara, sua amplitude midiática, ideológica, imaginária 

e   de   consumo   que   nutri   o   universo   de   Che   Guevara.   A   mídia   cria   suporte   e 

potencializa o consumo de Che enquanto ícone.

DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

A mídia e o processo de comunicação:

Che Guevara aparece na mídia com bastante freqüência. As manchetes falam 

de sua morte, comemorações, documentos e fotos. O que reforça o ícone Guevara 

são jornais, revistas, livros e filmes.

Para Juan Domingues:

Reportagens de jornais e revistas, documentários para a TV, livros e filmes no cinema são os  fios condutores midiáticos que reforçam o mito de Che junto ao imaginário social.  Com a aura de uma estrela hollywoodiana, Che Guevara se mantém como um produto midiático sempre em voga. Na edição do último dia de 1995, por exemplo, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma reportagem sobre Che, sob o título Guevara, o símbolo da utopia dos anos 60. (DOMINGUES, 2008, p. 89)

A imagem de Che Guevara se sustenta feito produto midiático. Che Guevara 

é ressuscitado no Brasil através do filme Diário de Motocicleta do cineasta Walter 

Salles. Diário de Motocicleta foi desenvolvido em 2004. É baseado nos relatos de 

Che, o filme descreve a viagem de Che pela América do Sul.

Dentre  tantas  imagens consumidas mundo a  fora existe  uma onde Che é 

expressado como símbolo do capitalismo através das orelhas do Mickey de Walt 

Disney. 

FIGURA 1: Marcas e símbolos do capitalismoDisponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf

Camisetas femininas e masculinas são vendias em alta escala, realizadas em 

linhas de produção.

FIGURA 2: Roupas e acessórios com a famosa imagem de Che dividem espaço com astros da música pop nacional e internacional. Foto: Juan Domingues, Praça da

Alfândega, Porto Alegre, outubro de 2007. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf

O   advento   da   internet   corroborou   para   o   comercio   virtual.   Sites   vendem 

camisetas, bonés, botons, CDs, estatuetas, etc em alta escala. É comum a venda da 

imagem de Che, vendedores ambulantes, camelôs, feira livre, industrial têxtil todos 

estes segmentos de mercado abarcam este comércio guevariano. 

Neste   contexto   ocorrem   inúmeras   críticas   às   pessoas   que   idolatram   Che 

como homem bom que nunca participou de derramamentos de sangue ou como 

personagem caracterizado pelo poder justificando sua crueldade Leninista. Leituras 

diferentes   são   apregoadas   mundo   afora   a   respeito   da   construção   da   imagem 

iconográfica de Che. 

Che foi alvo de edição da revista Veja em comemoração aos 40 anos de sua 

morte. A manchete dizia o seguinte: Che, a farsa do herói: verdades inconvenientes  

sobre o mito guerrilheiro altruísta,  quarenta anos depois de sua morte.  A revista 

Caros   Amigos   atribuiu   o   seguinte   significado:  O   Che:   combatente   e   intelectual. 

Opiniões diferentes são expressas.

FIGURA 3: Che violento e autoritárioDisponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf

A Revista Veja mostra o mito violento e sanguinolento,  já  a Caros Amigos 

coloca Che como homem de coragem, luzente, inteligente e dadivoso. A mídia ao 

falar   de  Che   reforça  o  mito,   a   ideologia   e   o   consumo   da   sua   imagem,  e   isso 

independe do conceito editorial.

A respeito da matéria da Revista Veja Juan Domingues descreve que:

Em uma única página, Veja reforçou o mito ao falar da ideologia, do consumo e do imaginário social em relação ao líder revolucionário. Ao concluir  a   reportagem,  a   revista  acredita   ter  compreendido  como o mito de Che foi construído. (DOMINGUES, 2008, p. 97)

A Revista Caros Amigos exalta o homem revolucionário, de  ideais sólidas, 

combatente   do   imperialismo   e   intelectual,   mostra   a   sua   doutrina   ideológica 

esquerdista. 

FIGURA4: foto 7 Revista trata Che como intelectualDisponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf

O fato  essencial  no   trabalho  é  perceber  a  construção no mito  através  da 

mídia, afinal seu rosto está estampado mundo afora. 

FIGURA 5: Camisetas em oposição ao revolucionário argentino também são vendidasDisponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf

A famosa fotografia  tirada por Alberto Korda,  fotógrafo cubano em 1960 é 

produzida no mundo. 

FIGURA 6: A imagem original de Alberto Korda, obtida em 5 de março de 1960.Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf

A mídia utiliza o processo de comunicação para a formação do mito através 

da foto da morte de Che, no entanto é  preciso  lembrar que ele  já  não era mais 

adolescente quando foi capturado aos 39 anos.

A construção iconográfica de Che se dá através de alguns fatores tais como: 

primeiro em ser guerrilheiro, segundo ter posto de comandante, e terceiro pela foto 

se aproximar à pinturas barrocas representando a morte de Cristo e contemplativo.

Em 1968 jovens de diferentes países rebelavam contra o panorama político 

no mundo. Che Guevara como idealista deixou marcas de seu comportamento sócio 

político,  mas sua morte  representava naquele momento  seu poder  autoritário  de 

homem revolucionário. O movimento da contracultura pregava a paz e liberdade de 

expressão. Os esquerdistas contribuíram na construção midiática de Che porque 

sua morte sucedeu um grande protesto em defesa dos direitos civis. 

É   fato   que  a   imagem  iconográfica  atribuída  a  Che  Guevara  ao   longo  da 

história   marcou   a   idéia   velada   de   imaginário   guevarista.   No   entanto   o   mito   se 

construiu .

FIGURA 7: Mostra de Artes Beco com Saídas, realizada no arquivo Público e Municipal de Rio Claro – SP em abril de 2010. Artista Plástica Aparecida Maria Alves da Cunha

Disponível em: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=12210859153876168420

O imaginário produzido pela mídia formaliza posições de representação de 

realidades resultando em consumidores de produtos mercadológicos fortalecendo a 

idéia de mítica. 

PROPOSTA DE ATIVIDADE  REFLEXÃO E DISCUSSÃO

I Após a leitura e análise da matéria realizada pela Revista Veja, edição 2008 de 03 

de outubro de 2007, levantar questionamentos a respeito da construção iconográfica 

de Che Guevara. 

II  Após a leitura e análise da matéria O Che: combatente e intelectual da Revista 

Caros Amigos, número 35 de outubro de 2007 realizar um paralelo entre a matéria 

da Veja sob o aspecto da análise do discurso francesa.

III – Analisar a construção iconográfica de Che Guevara através do filme Diário de 

Motociclista do cineasta Walter Salles.

 Referências

http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf

Revista Veja, edição 2.28, 3 de outubro de 2007.

Revista Caros Amigos, nº 35, outubro de 2007.

NOZOK  Michael.   TENENBAUM  Edgard  &  e  TENKHOFFDOS  Karen  Diários  de Motocicleta. Direção de Walter Salles. Local, Southfork Pictures / FilmFour / Tu Vais Voir  Productions   /  Senator  Film Produktion  GmbH,  2004.  [FilmeDVD],  128  min. Português: Dolby Surround 2.0. 

2. RECURSOS DE LEITURA DA IMAGEM ICONOGRÁFICA DE CHE GUEVARA

 Título:

O advento tecnológico e a iconografia guevariana

DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

O advento da internet e da tecnologia de ponta garante a aproximação e o 

conhecimento   dos   vultos   históricos,   revolucionários   e   reacionários.   A   partir   do 

desenvolvimento   e   avanços,   percepções   e   estudos   são   caracterizados   numa 

metodologia detalhada sobre as personalidades.

Ao longo do tempo e utilizando a rapidez do advento de comunicação como a 

internet,   Che   Guevara   mistificado   em   uma   determinada   região   passa   a   ser 

conhecido,   admirado   e   tem   suas   práticas   e   posições   políticas   amplamente 

divulgadas. 

Idéias   sobre   Che   Guevara   foi   desenvolvida,   relatos   são   elucidativos   na 

formação   da   imagem   de   herói.   Sem   as   fronteiras   o   ideologismo   do   homem 

ultrapassa  as  barreiras  com uma notável   força  de  ação,   imagens   influenciam e 

marcam para  uma parcela  das sociedades que se   formam acreditando no herói 

definido, com causas das mais simples e mais complexas. 

Na era da informação a comunicação é  mais rápida da mesma forma que 

alcança inúmeros usuários. Novos formatos de interação são inseridos no contexto 

escolar como lançar mão de vídeos documentários que serve como ferramenta de 

pesquisa.

O contexto histórico de Ernesto Che Guevara é objeto de expressão presente 

na rede mundial de computadores  Internet – e serve como base de conhecimento 

para a pesquisa trabalhando não somente contexto histórico se dotando de som, 

mídia   e   áudio   tornando   importante   na   influencia   iconográfica   de   Che   ou   como 

componente esclarecedor e ilustrativo.

PROPOSTA DE ATIVIDADE  REFLEXÃO E DISCUSSÃO

I Realizar uma pesquisa a respeito da trajetória política e revolucionária, do 

comandante Che Guevara, acessando o sitio http://www.guevara.com.br .

II  Buscar no You tube o vídeo “Che Guevara em la ONU.Discurso Marxista 

Leninista.”

III – Trabalhar o álbum com fotos representando a trajetória de Che Guevara.

 Referências

http://www.guevara.com.br

http://www.youtube.com/watch?v=0jy2sHwakLY&feature=related

3. CONTEXTUALIZAÇÃO E TEMA CENTRAL

 Título

Influencia da comunicação no processo de intelecção juvenil

PROBLEMATIZAÇÃO

A   influência   iconográfica   de   Che   Guevara   no   contexto   juvenil   e   seu   poder   de 

produções de sentido da língua, do discurso e da ideologia.

DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

A iconografia de Che Guevara se configura entre as imagens produzidas sob 

fatos   explorados   pela   historiografia     textos,   artigos   científicos,   documentários, 

filmes, música, etc. O processo midiático realizado pelas formas de comunicação 

pode contemplar na visão da análise do discurso novas leituras e interpretação a 

respeito da produção de sentido.

É possível observar que um ícone atravessa uma trajetória intelectiva e ao 

longo   da   sua   história   ocorrem   as   construções   de   sentido   por   meio   de   fatos   e 

acontecimentos   modelando   personagens   históricos.   Neste   sentido   Orlandi 

argumenta que:

         o sentido não existe em si mais é  determinado pelas posições ideológicas colocadas em jogo no processo sociohistórico em que as palavras são produzidas. As palavras mudam de sentido segundo as posições daqueles que as empregam.Elas “tiram” seu sentido dessas posições, isto é, em relação às formações ideológicas nas quais essas posições se inscrevem.(ORLANDI,2007, p.4243)

Já  a  intercessão entre homem e meio  inerente a  linguagem é  descrita por 

Orlandi   (2007,   p.6)   como  um  processo  de  produção  de   sentidos  entre   homem, 

mundo e língua. 

É possível observar que para os jovens a construção do imaginário, deixa um 

vago o discurso. O interesse histórico pode postular relações de seus anseios de 

releitura ou leitura revolucionária do terceiro milênio

A   linguagem   esclarecedora   da   iconografia   de   Che   Guevara   reflete   nos 

adolescentes   posições   quando   interagem   a   um   contexto   cultural   de   leituras   e 

reconhecimento dos fatos históricos como a postura do Che.

No processo de intelecção juvenil, o adolescente não percebe a seriedade de 

carregar na estampa de uma camisa um ícone. 

Che   Guevara   é   apontado   como   ícone   que   pode   ser   explorado   na 

comercialização sem nenhuma referência a uma ideologia revolucionária comunista 

leninista. Por esclarecimento citamos Orlandi, (2007, pg. 1920):

a. a língua tem sua ordem própria mas só é relativamente autônoma ( distinguindose da Linguística, ela reintroduz a noção de sujeito e de situação na análise da linguagem);b. a história tem seu real afetado pelo simbólico ( os fatos reclamam sentidos);c. o sujeito de linguagem é descentrado pois é afetado pelo real da língua  também pelo   real  da  história,  não   tendo o  controle  sobre  o modo como elas o afetam. Isso redunda em dizer.

O adolescente sem conhecimento do discurso utiliza a mensagem comum da 

criação iconográfica de Ernesto Che Guevara. É mais tendencioso usar objetos com 

estampas do homem mais conhecido desde metade do Século passado, sem no 

entanto traduzir o conceito de modismos, consumo e ideologia.

A análise do discurso observa os dispositivos e procedimentos que anuncia e 

confere a intelecção do conteúdo em seu contexto:

Os   procedimentos   da   Análise   de   Discurso   têm   a   noção   de funcionamento   como   central,   levando   o   analista   a   compreendêlos pela   observação   dos   processos   e   mecanismos   de   constituição   de sentidos e de sujeitos [...] (ORLANDI, 2007, p. 77).

A   iconografia   sobre   Che   exerce   influência   sobre   os   jovens   por   conta  da 

massificação   das   imagens.   A   proposta   de   releitura   do   discurso   apresenta   uma 

referência histórica de atuação revolucionária de Guevara. 

Os  jovens em questionamentos aleatórios em seus  locais  de  lazer  muitas 

vezes esclareceram um parco conhecimento e assumiram o modismo rebelde sem a 

menor contextualização entre mito, ícone, herói, guerrilheiro e homem. A influência 

iconográfica   refletese   mais   pelo   desfile   das   marcas   do   que   uma   perspectiva 

pedagógica.

A   imagem   de   Che   é   usada   midiaticamente   como   manobra   do   capital 

divulgando e banalizando no peito do jovem um rosto cheio de expressão por uma 

situação de modismo. No entanto há jovens que incorporam a imagem de Che a um 

discurso pragmático, o menino nascido em solo argentino, o homem determinado a 

vitória   do   povo   pela   força.   No   século   XXI   quando   o   mundo   suplica   paz   e   o 

desarmamento, jovens utiliza da foto do herói em guerrilha armado tentando levar a 

salvação comunista. 

A  tendência do modismo  juvenil  serve de veículo  informativo orientando e 

apresentando seriamente o fato, momento e personagem histórico sobre o fato.

Para elucidar esta  idéia  Orlandi   (2007, p.  18) argumenta:   “a materialidade 

específica da ideologia é o discurso e a materialidade específica do discurso é a  

língua, trabalha a relação de língua – discurso – ideologia”.

No entanto, o caminho do discurso mostra as contradições que necessitam de 

superação,   pois   com   naturalidade,   jovens   consomem   utensílios   como   botons, 

estamparia arrojada ou qualquer intenção de designer visual somando a iconografia, 

sem perceber as leituras e releituras sobre quem foi Che Guevara.

A   releitura   iconoclasta   da   imagem   midiática   de   Che   Guevara   influencia 

adolescentes sem a consistência dos fatos, confirmando que a estampa do ícone 

comunista   pode   fazer   a   incompreensão   histórica   e   de   idéias   revolucionárias. 

Contudo a concepção iconoclasta confere a prerrogativa do poder de exaltar Che 

Guevara como um ícone da juventude comunista leninista dos anos sessenta e um 

passado de lutas e ideais.

 Referências

BRANDÃO,   Maria   Helena   Nagamine.   Introdução   a   análise   do   discurso.   ed.   2ª. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1993.ORLANDI, Eni.P. Análise do Discurso. ed. 7.ª. Campinas, SP: Pontes, 2007.

ORLANDI,   Eni.P.   As   formas   do   silêncio:   No   movimento   dos   sentidos.   ed.   4.ª. UNICAMP, SP: Editora da Unicamp, 1997.

ORLANDI, Eni.P. Discurso & Leitura. São Paulo, SP: Cortez, 1988.

PROPOSTA DE ATIVIDADE  REFLEXÃO E DISCUSSÃO

I Trabalhar o roteiro do livro Che Guevara – Uma Bibliografia de Jon Lee Anderson, 

esclarecendo fatos, diários e memórias. 

II  Trabalhar músicas que retomam o contexto social  político que contribuiu para 

história de Che Guevara. 

4. O PODER MIDIÁTICO E SUA RELAÇÃO COM O JOVEM

 Título  Análise crítica do poder do discurso em relação ao jovem

                Dentro da perspectiva do discurso segundo Foucault é possível notar a relação  entre  o  discurso  e  o  poder  bem como as  várias  maneiras  de  observar, investigar e elaborar as palavras ditas, escritas ou  faladas. É  notável  o discurso mantém   a   simbologia   do   sim   e   do   não   e   o   poder   de   influenciar   e   dirigir   o pensamento humano para uma realidade madura ou superficial. É essa forma que a produção midiática acolhe o discurso sobre a questão mitológica do Che Guevara, levando   o   adolescente   a   perceber   um   ídolo   que   pode   influenciar   em   seu comportamento de acordo com o discurso utilizado e pelo mesmo discurso em que o jovem acredita como verdadeiro.

“ ...gostaria de mostrar que o discurso não é uma estreita superfície de contato,   ou   de   confronto,   entre   uma   realidade   e   uma   língua,   o intrincamento entre um léxico e uma experiência; gostaria de mostrar, por meio de exemplos precisos, que, analisando os próprios discursos, vemos   se   desfazerem   os   laços   aparentemente   tão   fortes   entre   as palavras e as coisas, e destacarse um conjunto de regras, próprias da prática discursiva. (...) não mais tratar os discursos como conjunto de signos   (elementos   significantes   que   remetem   a   conteúdos   ou   a representações), mas como práticas que formam sistematicamente os objetos de que falam. Certamente os discursos são feitos de signos; mas   o   que   fazem  é   mais   que   utilizar   esses   signos   para   designar coisas. É esse mais que os torna irredutíveis à língua e ao ato da fala. É esse .mais. que é preciso fazer aparecer e que é preciso descrever.” (Foucault, 1986, p.56 )

Para   Foucault   a elaboração do discurso deve estar apoiada na formação 

discursiva ou seja para que serve e para que finalidade, assim sendo podese ter  o 

apoio das temáticas para a influência nas escolas, nas ruas ou mesmo em relação 

ao jovem revolucionário sem uma causa expressa, mas que conserva no seu ídolo o 

discurso   de   herói   humanitário   buscando   a   consciência   de   evitar   o   caos. 

“Chamaremos de discurso  um conjunto  de  enunciados que se  apóie  na  mesma 

formação discursiva” (Foucault, 1986, p.135).

                O conceito  do discurso segundo Foucault  envolve o ser ao seu objetivo 

sucinto de fala ou de ação, aonde toda a liberdade é individual mas a finalidade do 

contexto é a formação e estruturação grupal . alguém escreve ou fala para outrem e 

assim se  faz a movimentação dessas  releituras  provando que a   influência  pode 

ocasionar toda a prática de correlação entre o objeto de estudo e o sujeito autor da 

elaboração do discurso.

”.um   feixe   complexo   de   relações   que   funcionam   como   regra:   ele prescreve o que deve ser correlacionado em uma prática discursiva, 

para que esta se refira a tal ou qual objeto, para que empregue tal ou qual enunciação, para que utilize tal conceito,para que organize tal ou qual estratégia. Definir em sua individualidade singular um sistema de formação é, assim, caracterizar um discurso ou um grupo de enunciadospela regularidade de uma prática”. (Idem, p.82)

                É possível acompanhar as diretrizes do discurso de Foucault, e as  suas 

condições provando o enunciado dentro de 4 parâmetros básicos de informação.

1. a referência a algo que identificamos (o referente, no caso, a figura de

mestre associada a doação e amor);

2. o fato de ter um sujeito, alguém que pode efetivamente afirmar aquilo

(muitos professores e professoras ocupam o lugar de sujeito desse enunciado,

e o interessante neste caso seria, por exemplo, descrever quem

são os indivíduos que ainda estão nessa condição; mesmo pessoas que

não são professores, os “voluntários da educação”, também se reconhecem

nesse discurso, como tantas vezes vemos em reportagens de jornais

e na televisão);

3. o fato de o enunciado não existir isolado, mas sempre em associação e

correlação com outros enunciados, do mesmo discurso (no caso, o discurso

pedagógico) ou de outros discursos (por exemplo, o discurso religioso,

missionário, ou mesmo o discurso sobre a mulher, a maternidade,

e assim por diante);

4. finalmente, a materialidade do enunciado, as formas muito concretas

com que ele aparece, nas enunciações que aparecem em textos pedag

ógicos, em falas de professores, nas mais diferentes situações, em diferentes

épocas (vejase como a mídia se apropria desse discurso e o

multiplica em inúmeras reportagens sobre pessoas que voluntariamente

passam a dedicarse ao trabalho de “educadores”).

DESENVOLVIMENTO TEÓRICO   PROPOSTA DE ATIVIDADE   REFLEXÃO E 

DISCUSSÃO

I    Simular uma entrevista hipotética com Che Guevara com fatos da atualidade, 

verificando as respostas que os participantes do grupo de estudo atribuiriam  como 

se fossem Che Guevara.

II     Propor um júri simulado entre os participantes do grupo de estudo onde a figura 

histórica de Ernesto Che Guevara seja julgada.

 Referências

http://www.scielo.br/pdf/cp/n114/a09n114.pdf

FOUCAULT, M. A Arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense, 1986

5 RECURSOS DIDÁTICOS

5.1 Sítios

http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf

http://veja.abril.com.br/031007/p_082.shtml

5.2 SONS E VÍDEOS

Sons

Disponíveis em http://letras.terra.com.br/

Hasta siempre comandante Che GuevaraComposição: Carlos Puebla

Aprendimos a quererteDesde la histórica alturaDonde el sol de tu bravuraLe puso un cerco a la muerte.

Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara.Tu mano gloriosa y fuerteSobre la historia disparaCuando todo santa clara

Se despierta para verte.

Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara.

Vienes quemando la brisaCon soles de primaveraPara plantar la banderaCon la luz de tu sonrisa.Aquí se queda la clara,

La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara.

Tu amor revolucionarioTe conduce a nueva empresaDonde esperan la firmezaDe tu brazo libertario.

Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presencia

Comandante Che Guevara.

Seguiremos adelanteComo junto a ti seguimosY con Fidel te decimos:Hasta siempre comandante.

Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara

Zamba al CheComposição: Victor Jara 

Vengo cantando esta zambacon redoble libertario,mataron al guerrilleroChe comandante Guevara.Selvas, pampas y montañaspatria o muerte su destino.

Que los derechos humanoslos violan en tantas partes,en América Latinadomingo, lunes y martes.Nos imponen militarespara sojuzgar los pueblos,dictadores, asesinos,gorilas y generales.Explotan al campesino

al minero y al obrero,cuanto dolor su destino,hambre miseria y dolor.Bolívar le dió el caminoy Guevara lo siguió:liberar a nuestro pueblo del dominio explotador.

A Cuba le dió la gloriade la nación liberada.Bolivia también le llorasu vida sacrificada.San Ernesto de La Higuerale llaman los campesinos,selvas, pampas y montañas,patria o muerte su destino.

Canción para mi soldadoComposição: Silvio Rodriguez

Si caigo en el caminohagan cantar mi fusily ensánchenle su destinoporque no debe morir.Si caigo en el camino,como puede suceder,que siga el canto mi amigocumpliendo con su deber. 

La muerte pone un silbido en los oídos del hombre,canto que no tiene nombre,canción que busca su trino,cumple en la selva destino simple de hombre militante,el turno de los instantes

de su verdadera suertecomo me manda la muerte,con su palabra quemante.

Si caigo en el caminohagan cantar mi fusily ensánchenle su destinoporque no debe morir.Si caigo en el camino,como puede suceder,que siga el canto mi amigocumpliendo con su deber.

Canción para mi soldadoes la que quiero cantary con ella confesar 

que es un canto enamoradoporque la canta el de al lado,el de ayer, el de después.Canción que nació una vezque se navegaba el mundocuando elegimos el rumbobajo la estrella del Che.

Si caigo en el caminohagan cantar mi fusily ensánchenle su destinoporque no debe morir.Si caigo en el camino,como puede suceder,que sigo el canto mi amigocumpliendo con su deber.

Fusil contra fusilComposição: Silvio Rodriguez

El silencio del monte vapreparando su adiósla palabra que se diráin memoriam será la explosión. Se perdió el nombre de este siglo allísu nombre y su apellido son:fusil contra fusil.

Se quebró la cáscara del viento al sury sobre la primera cruzdespierta la verdad.

Todo el mundo tercero vaa enterrar su dolor

con granizo de plomo haránsu agujero de honor, su canción. 

Dejarán el cuerpo de la vida allísu nombre y su apellido son:fusil contra fusilcantaran su luto de hombre y de animaly en vez de lágrimas echarcon plomo lloraranAlzará al hombre de la tumba al soly el nombre se repartiránfusil contra fusilfusil contra fusil

Hasta siempre comandante Che GuevaraComposição: Carlos Puebla

Composição: Carlos Puebla Aprendimos a quererteDesde la histórica alturaDonde el sol de tu bravura

Le puso un cerco a la muerte.

Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,

De tu querida presenciaComandante Che Guevara.Tu mano gloriosa y fuerteSobre la historia disparaCuando todo santa claraSe despierta para verte.

Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara.

Vienes quemando la brisaCon soles de primaveraPara plantar la banderaCon la luz de tu sonrisa.

Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara.

Tu amor revolucionarioTe conduce a nueva empresaDonde esperan la firmezaDe tu brazo libertario.

Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara.

Seguiremos adelanteComo junto a ti seguimosY con Fidel te decimos:Hasta siempre comandante.

Aquí se queda la clara,La entrañable transparencia,De tu querida presenciaComandante Che Guevara.

Video

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5.3 PROPOSTA DE ATIVIDADE

PROPOSTA DE DISCUSSÃO DE ATIVIDADE PEDAGÓGICA

TEMA: A Influência iconográfica de Che Guevara para o público adolescente

1ª. UNIDADE: Envolvimento com o tema

2ª. UNIDADE: Explicação

3ª. UNIDADE: Aprofundamento

4ª. UNIDADE: Avaliação Temática

UNIDADE 1: Envolvimento com o tema

Objetivo: Promover o envolvimento, participação e discussão dos professores sobre o tema: A Influência iconográfica de Che Guevara para o público adolescente.Será apresentado o tema. A seguir serão fomentadas as discussões a partir de três elementos: análise do discurso da Revista Veja, da Revista Caros Amigos e através do filme Diário de Motocicleta..

UNIDADE 2: Exploração

Objetivo:  Possibilitar   à   leitura   de   Che   Guevara   através   de   mostra   de   vídeos procurando   correlacionar   linguagem,   discurso   e   ideologia   sob   o   aspecto   da construção midiática iconoclasta.

UNIDADE 3: Explicação

Objetivo:  Ampliar   os   conhecimentos   através   da   teoria   de   análise   do   discurso francesa a respeito da construção iconográfica de Che Guevara. Chamar atenção para  a  construção  de   influencias  que  podem gerar   a   intelecção   juvenil   sobre  a temática abordada. 

UNIDADE 4: Avaliação Temática

Objetivo:  Construir critérios avaliativos correspondentes a análise crítica do poder do discurso em relação ao jovem. 

6. RECURSO DE INFORMAÇÃO

6.1 SUGESTÕES DE LEITURA

Livros

BRANDÃO, Maria Helena Nagamine.  Introdução a análise do discurso.  ed. 2ª. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1993.

FOUCAULT, Michel.  A Ordem do Discurso. ed. 5°. São Paulo: Loyola, 1996. A arqueologia do Saber. ed.7°. Tradução Luiz Felipe Neves. Rio de janeiro: Forense Universitária, 2005. 

SASSURE, Ferdinand. Curso de Lingüística Geral. São Paulo: Cultrix, 1995.

ORLANDI, Eni.P. Análise do Discurso. ed. 7.ª. Campinas, SP: Pontes, 2007.

ORLANDI, Eni.P.  As formas do silêncio: No movimento dos sentidos. ed. 4.ª. UNICAMP, SP: Editora da Unicamp, 1997.

ORLANDI, Eni.P. Discurso & Leitura. São Paulo, SP: Cortez, 1988.

MAFFESOLI, M. A comunicação sem fim (teoria pósmoderna da comunicação). In Revista Famecos, mídia, cultura e tecnologia. Porto Alegre: Edipucrs, nº 20, 2003.

MAFFESOLi,   M.  Mediações   simbólicas:   A   imagem   como   vínculo   social.  In Revista Famecus, mídia, cultura e tecnologia. Porto Alegre: Edipucrs, n. 8,1998.SILVA, Juremir M. As tecnologias do imaginário. Porto Alegre: Sulina, 2003.

SADER, Emir.  Cartas a Che Guevara: O mundo, trinta anos depois. São Paulo: Paz e Terra, 2003

BALDISSERA, Rudimar. Imagemconceito: Anterior à comunicação, um lugar de significação.Porto Alegre: Tese de doutorado, PUCRS, 2004

CASTAÑEDA, Jorge G. Che Guevara: a vida em vermelho. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

LÖWY, Michael. O pensamento de Che Guevara. São Paulo: Expressão Popular, 2003.

PINTO, Milton J.  Comunicação e discurso: Introdução à análise de discursos. São Paulo: Hacker,2002.

ROSA MARIA BUENO FISCHERFaculdade de Educação e Programa de Pós-Graduação em Educaçãoda Universidade Federal do Rio Grande do [email protected].

6.2 TEXTOS NA INTERNET

6.3. NOTÍCIAS

http://www.blythe.org/korda/  

http://www.patriagrande.net/cuba/alberto.korda/fotos.htm

6.4. DESTAQUES

http://www.starstore.com./

http://www.thechestore.com./

http://www.patriagrande.net/cuba/alberto.korda/fotos.htm

http://disidente.franticblog.com

http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/cp081494.pdf

http://meua4.blogspot.com/2010/03/revistan2.html

www.sintaatez.blogspot.com