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    RBCEH - Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, Passo Fundo, 64-71 - jan./jun. 2006

    O significado da dança na terceira idade

    The meaning of the dance in the third age

     Indara Jubin Leal*

     Aline Nogueira Haas** 

    Este artigo busca um aprofunda-mento teórico-prático das questões rela-tivas ao perfil das pessoas que buscama dança na terceira idade. O objetivogeral é analisar o significado da dançana terceira idade. A pesquisa caracte-riza-se como descritiva, de campo e deanálise qualitativa. A amostra é com-posta por 13 idosas do sexo femininocom idade acima de 65 anos, partici-pantes do projeto “Dança na TerceiraIdade”, vinculado à Pró-Reitoria de As-suntos Comunitários e à Faculdade deEducação Física e Ciências do Despor-to da Pontifícia Universidade Católicado Rio Grande do Sul. As idosas daamostra praticavam dança uma vez porsemana durante uma hora e meia.  Nodecorrer da pesquisa efetuaram-se en-trevistas semi-estruturadas com pergun-tas abertas, com o intuito de verificar osignificado da dança na vida do idoso.Após a realização das entrevistas, as in-formações colhidas foram sintetizadas,procedendo-se à análise dos conteúdos,

     Recebido em fev. 2005 e avaliado em jul. 2005

    *  Acadêmica da Faculdade de Educação Física e Ciênciasdo Desporto da Pontifícia Universidade Católica do RioGrande do Sul.

    **  Professora Doutora da Faculdade de Educação Física e

    Ciências do Desporto da Pontifícia Universidade Católicado Rio Grande do Sul. 

     Resumo

    classificando, categorizando e interpre-tando os dados obtidos, com o que sechegou às considerações finais do es-tudo. A dança é importante para todasas entrevistadas, pois proporciona-lhesbem-estar físico, social e psicológico; ébenéfica para a saúde e é uma ativida-

    de que traz satisfação pessoal.

     Palavras-chave: dança, terceira idade,significado da dança.

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    O significado da dança na terceira idade

    Introdução

    Sem qualquer sombra de dúvida, re-pousa no desenvolvimento científico enos avanços tecnológicos a longevidadeda existência humana, os quais prolon-gam bastante a idade média de vida dapopulação. Na maior parte dos países domundo, sejam desenvolvidos, sejam emdesenvolvimento, a tendência é a existên-cia de cada vez mais pessoas idosas, o quese deve ao controle da natalidade e à am-pliação dos programas de saúde pública,reduzindo consideravelmente as taxas demortalidade tanto na infância quanto na

    velhice. Atualmente, nesses países existeuma preocupação constante com os ido-sos, isto é, com a chamada “terceira idade”ou “idade boa”, aos quais é proporcionadouma gama enorme de atividades, tais comopacotes turísticos, programas de atividadesfísicas, recreação etc. Existem múltiplasinstituições públicas e privadas que pro-movem essas atividades com o objetivo demanter o idoso ativo mental e fisicamente,

    retardando, muitas vezes, o ritmo de perdade algumas de suas funções vitais.A terceira idade é mais uma etapa do

    ciclo de vida do ser humano. Dados daOrganização Mundial da Saúde da décadade 1990 informam que em 1950 havia nomundo cerca de 204 milhões de indivíduoscom idade superior a sessenta anos; em1998, esse contingente alcançava 579 mi-lhões. As projeções indicam que, em 2050,

    a população idosa será de 1 900 milhões depessoas. No Brasil, a população de terceiraidade vem aumentando com o passar dosanos. Atualmente, a expectativa de vida éde 67 anos e, em 2025, poderá chegar aos74 anos. Neste mesmo ano estima-se que se-remos a sexta nação do mundo em número

    de idosos (32 milhões). A nossa média devida não é melhor porque a nossa taxa denatalidade ainda é muito alta se comparadaà dos países europeus, como Alemanha,Inglaterra, Itália etc.

    Com os dados expostos, podemos verque o Brasil também não é mais um paísde jovens. Dados do Instituto Brasileirode Geografia e Estatística indicam que, de1950 a 2000, a população de idosos do paístriplicou, fenômeno que deverá ocasionarsérias modificações na nossa sociedade. Oenvelhecimento da população do Brasilna atualidade é um fator que preocupaespecialmente pela problemática social

    e econômica que comporta. No estadodo Rio Grande do Sul, a população deterceira idade também vem aumentando:no ano de 1996, 8,9% (9 679 299 habitan-tes) da população total do estado tinhammais de sessenta anos e a expectativa devida dos gaúchos era de 70,5 anos (dadosde 1993 a 1995); as mulheres apresentammaior expectativa de vida (74,6 anos) queos homens (66,7 anos). Sem dúvida, oenvelhecimento é um processo decorren-te do desenvolvimento da sociedade, e onosso estado também está passando poresse processo.

    Hoje se dá mais atenção para esse im-portante tema, por meio de medidas e pro-gramas social-educativos direcionados aessa faixa etária. Em nosso país já existeminstituições preocupadas com a populaçãode terceira idade, que procuram ajudá-laa envelhecer com qualidade de vida. Naverdade, são muitos os programas exis-tentes, entretanto a não-adequação dasatividades propostas pode prejudicar bas-tante e não atender às necessidades dessapopulação. Estudos na área da atividade

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    física para a terceira idade (Frontera etal., 1988; Faro, Lourenço e B. Neto, 1996;Silva, Rodrigues e Prado, 2000; Antoniazzie Dias, 2000) têm sido realizados demons-trando a importância dessa prática para a

    melhora da qualidade de vida do idoso.Outros pesquisadores vêm estudando aimportância da prática da dança como for-ma de atividade física para o idoso. Pradoet al. (2000), num estudo realizado na áreada dança para a terceira idade, apontam queessa atividade tem grande aceitação por par-te dos idosos que a praticam e, também, quea idade não se constitui em obstáculo parasua prática. Severo e Dias (2000) indicam

    que a dança tem o poder de modificar a vidados idosos, possibilitando-lhes viver numamelhor dimensão existencial. 

    Robatto (1994) cita que a dança podeter seis funções: auto-expressão, comuni-cação, diversão e prazer, espiritualidade,identificação cultural, ruptura e revita-lização da sociedade. A dança tem fortecaráter sociabilizador e motivador; sejaem par ou sozinho, seja velho ou criança,seja homem ou mulher, dançando todosnos sentimos bem. É uma prática paratoda a vida, que nos desperta sentimentose desenvolve capacidades anteriormenteinimagináveis.

    Dessa forma, este estudo teve comoobjetivo analisar o significado da dança naterceira idade e, especificamente, identifi-car o seu significado antes e durante a suaprática, além de compreender a importân-cia da dança para essa faixa etária.

    Materiais e métodos

    A pesquisa caracteriza-se como descri-tiva, de campo e de análise qualitativa. Aamostra do estudo foi composta de oito

    idosas participantes do projeto “Dança naTerceira Idade”, vinculado à Pró-Reitoria deAssuntos Comunitários da Pontifícia Uni-versidade Católica do Rio Grande do Sul. Asidosas participantes do projeto praticaram

    dança uma vez por semana, com duraçãode uma hora cada aula. Nessas aulas foramministrados vários estilos de dança, entreos quais a dança de salão e a dança livre,que se identificam mais com esse tipo depopulação. O local das aulas foi o prédio 80da Faculdade de Educação Física e Ciênciasdo Desporto da Pontifícia UniversidadeCatólica do Rio Grande do Sul.

    Convidadas as participantes do pro-

    jeto “Dança na Terceira Idade” para apesquisa, elas assinaram um termo deconsentimento livre e de esclarecimento ereceberam explicações claras e completassobre o estudo, ficando cientes das suascaracterísticas. A amostra de estudo foi in-tencional e teve como critério de inclusãoa inexistência de problemas de saúde napopulação; por isso, deveriam apresentaratestado médico autorizando-as a realizar

    as aulas de dança. A participação deveriaser totalmente voluntária.

    Para a coleta de dados, foram rea-lizadas entrevistas semi-estruturadascom perguntas abertas, gravadas e pos-teriormente transcritas com fidelidade,sem alterações dos vocábulos utilizados,evitando a distorção das informações ebuscando anotar os fatos como realmen-te ocorreram. A entrevista foi elaborada

    com base seguinte tópico: o significadoda dança na vida do idoso antes e depoisda prática desse tipo de atividade. Asentrevistas eram realizadas numa sala,onde permaneciam o entrevistador e oentrevistado. Por meio de uma conversainformal iniciávamos a entrevista e, a

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    seguir, faziamos as perguntas específicas.Em todos os momentos mantivemos ocaráter de informalidade, pois a natura-lidade e a descontração nas respostas sãofundamentais para a pesquisa na busca

    das diferentes representações sobre oassunto em questão e na exploração dediferentes opiniões. Desse modo, levandoem consideração a questão das possíveislimitações do estudo, optamos por nãodelimitar totalmente as variáveis a seremanalisadas no estudo, pois poderiam surgiroutros aspectos no decorrer das entrevistasque, em princípio, não eram consideradosimportantes, mas, durante o transcurso da

    atividade, passariam a sê-lo.Após a realização das entrevistas, as

    informações recolhidas foram sintetizadaspara a realização da análise dos conteúdosnelas contidos, classificando-se, categori-zando-se e interpretando-se os dados obti-dos. Com esse procedimento foram feitasconstatações e a análise de conteúdos coma elaboração de categorias preestabeleci-das (significado da dança antes e durantea prática dessa atividade e importânciada dança para a população estudada).  Asanálises obtidas nas entrevistas realizadasforam discutidas, chegando-se às conside-rações finais do trabalho.

    Discussão dos resultados

    Indiscutivelmente, não podemos negarque a atividade física é fundamental, quan-

    do não primordial, na vida e na melhora daqualidade de vida do idoso. Não são poucosos autores que afirmam isso e corroboramcom essa idéia. Crescentes estudos têm-se voltado para a terceira idade. A dançacomo atividade física para os idosos é umdos exercícios mais procurados, e vários

    fatores podem ser os responsáveis por essaafinidade, mas, sem dúvida, a aceitação porparte dos idosos é determinante.

    As oito idosas observadas e entrevista-das foram identificadas com números. Ob-

    servamos que, no geral, as dificuldades quealgumas alunas possuíam inicialmente fo-ram superadas após alguns meses de aulas.As melhoras na coordenação, no equilíbrio,no ritmo, na lateralidade, na consciênciacorporal, na resistência e na memorizaçãoforam visíveis. Assim observamos que adança tem uma influência positiva nosaspectos físicos das idosas estudadas.Também observamos sua influência de

    forma evidente nos aspectos sociais, poisa integração entre as alunas e a professoramelhorou no decorrer das aulas.

    As entrevistas foram divididas em per-guntas que versavam sobre a importânciada dança, o significado da dança na vidado idoso, mudanças que ocorreram na suavida antes, durante e após essa prática e asinfluências ocasionadas pela dança em seusaspectos físicos e sociais.

    Segundo diferentes autores (RIBEIRO,1993; NANNI, 1995; MARQUES, 1999;CARLI, 2000), a dança, quando praticadaregularmente, possibilita a aquisição dehabilidades e auxilia na melhora de aspec-tos físicos, psíquicos e sociais. Tambémtem influência na prevenção de doençasdegenerativas. Obtivemos neste estudoexpressivos resultados que concordamplenamente com os desses estudiosos.

    Dançar faz com que qualquer um sesinta bem, nos dá prazer e produz alegria.Em relação à importância da dança navida das idosas, podemos observar quemuitas que ditaram que faz bem aos as-pectos físicos, sociais, psicológicos e paraa saúde:

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    [...] a dança é boa pro corpo e pro espírito[...]. (Idosa 1)

    [...] os movimentos me fazem muito bem àsaúde [...]. (Idosa 6)

    [...] uma pessoa mais fechada, até carran-

    cuda. E agora me soltei mais, estou maisalegre, me sinto bem [...]. (Idosa 5)

    Outras idosas falaram sobre o gostode dançar:

    [...] tem muita importância porque eusempre gostei de dança desde pequena [...].(Idosa 3)

    [...] pra mim é muito bom, eu gosto [...].(Idosa 4)

    [...] eu gosto mesmo de música e dança [...].(Idosa 7)

    [...] bem é porque eu gosto de dançar [...].(Idosa 8)

    Para criar parâmetros, elas foram ques-tionadas a respeito de a dança ser maisimportante hoje do que antes, ao que trêsidosas responderam que não, pois sempregostaram muito de dançar:

    [...] Não, mas para mim foi sempre muitoimportante [...]. (Idosa 3)

    [...] Não (enfática). Para mim foi sempremuito importante [...]. (Idosa 6)

    [...] Não... Eu sempre gostei muito [...]. (idosa 8)

    Cinco idosas responderam positi-vamente, alegando diferentes motivos,principalmente sociais:

    [...] Pra mim agora a dança é bem impor-

    tante, porque inclusive eu conheci outraspessoas e estou me relacionando bem [...].(Idosa 1)

    [...] É importante... quando eu entrei progrupo eu gostei muito e estou me sentindomuito bem [...]. (Idosa 2)

    [...] pra mim é mais importante... Tu fazamizades, conhece outras pessoas [...].(Idosa 4)[...] Muito mais [...]. (Idosa 5)

    [...] Eu acho que é... A gente tem mais

    tempo para fazer o que a gente quer [...].(Idosa 7)

    Em relação ao significado da dança navida do idoso, em todas as falas das entrevis-tas se evidencia algum significado, que variade uma resposta para a outra, muitas vezesassociado a uma atividade prazerosa:

    [...] Agora ela significa muito para mim...É uma coisa que eu tô fazendo pra mim.Satisfação [...]. (Idosa 1)

    [...] a dança é... feliz de quem pode praticar[...]. (Idosa 2)[...] eu acho bonito poder dançar (risos). Édiversão [...]. (Idosa 4)[...] Eu me sinto muito bem e penso quenada faria com que eu faltasse essas aulas[...]. (Idosa 6)

    [...] Ai... Ela é tudo pra mim... Ela é muitoimportante pra mim, porque eu me sintoviva [...]. (Idosa 7)

    Na pergunta sobre o que a dança signi-ficava antes de a idosa freqüentar as aulas,podemos observar as diferentes vivênciasde cada uma, remetendo à constante evo-lução pessoal, artística e social por quepassamos, mas não nos apercebemos:

    [...] Ah! Uma coisa que eu achava impos-sível. Pra mim era impossível eu dar umpasso sequer de dança [...]. (Idosa 1)

    [...] Eu adorava! Quer dizer é uma coisa quetava em mim. Eu gosto, eu gosto da dança,mas tava assim sufocado, não botava prafora [...]. (Idosa 2)

    [...] Ah! Eu sempre achei importante tudoque via assim que era arte [...]. (Idosa 3)

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    [...] Eu pensava que eu podia. Eu pensavaque todo mundo querendo fazer pode fazerporque é bom [...]. (Idosa 4)[...] Eu admirava os outros quando iam embailes ou iam dançar. Eu sempre gostei, né

    [...]. (Idosa 5)[...] Uma coisa que foi assim roubada deminha vida. Não me deixaram. Então eusentia muita falta. Agora eu acho, ou me-lhor, eu fico muito feliz de poder dançar,ouvir música, alegria. Pra mim é muitoimportante a dança e a música. Ali está aalegria toda [...]. (Idosa 6)

    [...] É como eu te disse... Eu venho nas au-las e observo. Eu vejo o ciclo da vida. Tudo

    é bacana para mim. Se fosse eu sozinha euia me apavorar [...]. (Idosa 7)

    [...] Eu dancei já bastante e antes ela melembrava e eu sempre pensava em diverti-mento [...]. (Idosa 8)

    Nas perguntas que envolviam o aspectopsicológico das alunas podemos constataras diferenças de auto-estima e auto-ima-gem. Encontramos no grupo o despertar

    de uma nova vida a partir da dança, alémdo apoio que essa atividade fornece paramelhorar seus cotidianos:

    [...] Com certeza, me sinto melhor paraenfrentar a vida, antes eu pensava que tudoera horrível. Nem parece que eu tenho 74anos. Eu não quero saber se estou sozinha,eu sou feliz. Me sinto linda [...]. (Idosa 2)

    [...] depois da dança tudo parece melhor.Me sinto bem, me sinto leve com mais dis-

    posição... Eu me sinto mais solta. Eu nãosou tão tímida como eu era [...]. (Idosa 3)

    [...] Me acho mais faceira, mais bonita. Eudanço e me olho no espelho para dar umarevisada no “corpitcho”. Pareço mais nova[...]. (Idosa 4)

    [...] Melhorou muito. Bem eu vou fazer 70anos e não me sinto com essa idade. Eu mesinto bem mais nova, pelo jeito que eu memovimento que eu tenho disposição [...].(Idosa 5)

    Questionadas sobre suas infâncias e senessa dançavam, as idosas deram depoi-mentos interessantes em relação às pos-turas diferentes de seus pais com relaçãoà expressão e à arte da dança:

    [...] Gostava de olhar, quando eu ia nos ani-versários das minhas amigas, mas nuncadancei. Eu tive uma educação em casa muitorígida [...]. (Idosa 1)

    [...] Não dançava. Era filha de pais muitorígidos [...]. (Idosa 2)

    [...] Eu sempre fui muito tímida, então eutinha vergonha de fazer alguma coisa assime ser criticada. Então eu só ficava olhandoe dançando em pensamento. Na adolescên-cia o meu pai não deixava a gente ir a baile[...]. (Idosa 3)

    [...] Quando eu era criança... meu pai eminha mãe eram muito bailarinos. Bah!

    Gostavam de dançar [...]. (Idosa 4)[...] Quando eu era bem pequena minhamãe me fantasiava para o Carnaval. Melevava pro baile infantil [...]. (Idosa 5)

    [...] Ballet, mas aí chegou na ponta e come-çou a sangrar meus pés. Aí a mãe comprouaquilo, aquela coisinha, como é?! Ponteira.É... Eu usei umas duas ou três vezes e de-sisti [...]. (Idosa 7)

    [...] Não, mais na adolescência [...]. (Idosa 8)

    Conclusão

    Aprofundar mais os estudos nas áreasda dança e terceira idade e a compreensãona área da pesquisa é necessário. Nas per-

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    guntas abertas realizadas às entrevistadassobre a importância da dança, o significadodessa prática antes e durante a atividade épercebido na medida em que por meio delapodem-se resgatar lembranças, sensações e

    sentimentos que os acompanham desde suainfância. Além disso, proporciona prazer,felicidade, satisfação, diversão, enfim, sen-sações prazerosas.

    A dança é importante para todas as en-trevistadas, por proporcionar-lhes bem-estarfísico, social e psicológico; é benéfica para asaúde e é uma atividade que traz satisfaçãopessoal – todas gostam dessa atividade, porisso estão fazendo as aulas.

    Verificamos que ainda existem poucosestudos na área, destacando-se a relevânciadessa prática. Assim, pretendemos dar con-tinuidade à pesquisa buscando um maioraprofundamento do tema.

    Abstract

    This article searches a theoretician-prac-tical deepening for the relative questionsto the profile of the people who search thedance in the third age. The general objec-tive of exactly is to analyze the meaning ofthe dance in the third age. The research ifcharacterizes for being descriptive, of fieldand qualitative analysis. The sample iscomposed for 13 aged ones of the femininesex with age above of 65 years, participantsof the “Projeto Dança na Terceira Idade”

    bonded to the “Pró-Reitoria de AssuntosComunitários” and ”Faculdade de Edu-cação Física e Ciências do Desporto daPontifícia Universidade Católica do RioGrande do Sul”. The sample practiceddance one time per week during one hourand stocking. In elapsing of the research

    interviews half-structuralized with openedquestions had been effected, with intentionto verify the meaning of the dance in the lifeof the aged one. After the accomplishmentof the interviews, the collected informa-

    tion had been synthesized, happening theanalysis of the contents contained in thesame ones, classifying, categorizing andinterpreting the gotten data, arriving it thefinal consideration of the study. The danceis important for all the interviewed ones,therefore it provides physical well-being,social and psychological, she is beneficialfor the health and it is an activity that bringspersonal satisfaction.

     Key words: dance, third age, meaning ofthe dance.

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    Endereço

    Indara Jubin LealRua Dr. Vargas Neto, 280/316

    Porto Alegre - RSCEP: 91250-000E-mail: [email protected]

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