DANIELA MARTINS CUST ÓDIO FELIX - Cloud Object Storage · amor e carinho, que estiveram ao meu...
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Londrina 2014
DANIELA MARTINS CUSTÓDIO FELIX
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO EM CIÊNCIAS DA REABILITAÇÃO
ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE DÉFICIT COGNITIVO, DESEPENHO FÍSICO FUNCIONAL E QUEDAS EM IDOSOS
Londrina 2014
ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE DÉFICIT COGNITIVO, DESEPENHO FÍSICO FUNCIONAL E QUEDAS EM IDOSOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina - UEL e Universidade Norte do Paraná - UNOPAR), como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação. Orientadora: Profª Drª Deise A. A. Pires Oliveira.
DANIELA MARTINS CUSTÓDIO FELIX
DANIELA MARTINS CUSTÓDIO FELIX
BANCA EXAMINADORA
___________________________________ Profa Dra Deise A. A. Pires Oliveira
(Orientadora) Universidade Norte do Paraná
____________________________________ Profa Dra Deise A. A. Pires Oliveira.
(Orientadora) Universidade Norte do Paraná
____________________________________ Profa Dra Karen B.Parron Fernandes
(Membro interno) Universidade Norte do Paraná
____________________________________ Prof. Dr. Denilson C. Teixeira
(Membro externo) Universidade Estadual de Londrina
Londrina, _____de ___________de _____.
ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE DÉFICIT COGNITIVO, DESEPENHO FÍSICO FUNCIONAL E QUEDAS EM IDOSOS
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação (Programa Associado entre Universidade Estadual de Londrina [UEL] e Universidade Norte do Paraná [UNOPAR]), como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Reabilitação.
Dedico este trabalho à minha família e todos
aqueles que me incentivaram e me apoiaram
até a concretização deste sonho.
AGRADECIMENTOS
“A TUDO DAI GLÓRIA AO SENHOR”. Obrigado meu Deus porque
nunca me abandonou e sempre esteve ao meu lado. Nos momentos em que não
suportei a correria, o stress, a falta da família, os trabalhos, provas foi o Senhor que
me sustentou. Obrigada meu Pai porque nas horas em que não estive com meus
filhos e minha família foi o Senhor quem cuidou deles por mim. Minha Nossa
Senhora obrigada por ter cuidado da minha família e dos meus filhos, a Senhora foi
meus olhos, meus braços, ouvidos e meu coração durante todo esse período para
meus filhos, meu marido e minha família.
Aos meus pais Elisa e Custódio só posso dizer mais uma vez que
vocês são o exemplo que sigo todos os dias da minha vida. Por ter vocês ao meu
lado que aprendi que o caminho do estudo, da dedicação, da honestidade é o
caminho do sucesso. Por vocês serem a minha fortaleza e meu porto seguro e que
realizo tudo que sonho para minha vida. Lembro-me do dia que sai de casa e fui
morar em Sidney e vocês me disseram que me criaram para voar, mas que eu
sempre teria para onde voltar. Até hoje faço isso! Vou atrás dos meus sonhos e fui
atrás desse sonho de mestrado mesmo muitos achando loucura, afinal dois filhos
pequenos, como eu faria isso? Sempre tive a certeza que daria certo porque olhava
para trás e via vocês e isso me bastava para ter certeza que eu conseguiria.
Portanto meu muito obrigada não só para terem me apoiado mas por serem exemplo
de homem e mulher por terem me dado uma família digna, honesta, companheira,
solidaria, generosa.
Aos meus irmãos Pat e Pancinha que cuidaram dos meus filhos com
amor e carinho, que estiveram ao meu lado entendendo minha ausência, vocês são
mais que tios, vocês foram pais dos meus filhos. Por isso e tudo que representam na
minha vida amo vocês demais
Ao meu lindo, atencioso, generoso, marido Marcello que nunca
deixou de me apoiar em nenhuma das minhas decisões. Você é o exemplo de
doação, um homem que jamais impediu que eu realizasse meus sonhos mesmo
muitos dizendo que seria loucura. Você foi minha certeza que eu poderia concluir o
mestrado, suportou minha ausência calado, cuidou dos nossos filhos, digitou, fez
tabelas, corrigiu, ouviu minhas apresentações. Só posso dizer que te amo muito e
que estou e sempre estrei ao seu lado e que agradeço a Deus pelo homem que ele
preparou para mim porque você é tudo que sempre desejei e pedi.
Pedro e Lucas vocês ainda são muito pequenos para entender a
minha ausência, meu stress, minhas horas de estudo. Como vocês sempre me
perguntam o que estou fazendo, e eu sempre respondo, estudando filhos e vocês
me perguntam porque eu estudo aqui está a resposta meus anjos: ‘ESSE É O
ÚNICO CAMINHO PARA A BUSCA DO SONHO DE VOCÊS”. Espero que tudo isso
mostre para vocês o quanto é importante estudar, que ser perseverante é um dos
caminhos do sucesso e tenham certeza que tudo isso é para vocês. Todos ás vezes
em que pensei em desistir porque não podia descer com vocês me lembrava que eu
precisava ser forte para um dia vocês olharem para mim de e poder sentir orgulho.
Espero de coração que vocês sintam isso. Perdão por não estar ao lado de vocês
fisicamente mas vocês jamais saíram dos meus pensamentos e coração.
A minha aluna Carolina Sarmiento que me incentivou e me fez
acreditar que era possível e que até me mostrou o caminho da matricula desse
mestrado. Aos alunos Felipe e Camila que jamais negaram a boa vontade nas
coletas e que estiveram ao meu lado me dizendo para ir em frente, pois eles
estariam ao meu lado me apoiando nas coletas. A vocês meus amores meu muito
obrigada e só posso desejar que o caminho de vocês seja um caminho abençoado e
de muito sucesso.
A minha amiga Natália que nos primeiros passos do meu projeto foi
quem me ajudou deixando a sua dissertação de lado para me ajudar na busca de
artigos, na metodologia adequada, e me mostrou que era difícil, mas não era
impossível. E como não lembrar de você Mayara...amiga que a todo momento me
acalmou, incentivou e agora terá todo meu apoio na sua jornada. Vocês são amigas
para a vida toda e se todas fossem iguais a vocês....ahh como seria bom esse
mundo
As minhas amigas e companheiras desta louca jornada, Helô e
Valeria. O que seria deste primeiro ano se vocês não estivessem ao meu lado. Todo
o stress teria virado uma verdadeira loucura, mas vocês transformaram as longas
horas de dedicação em momentos de prazer. Sim prazer porque estar ao lado de
vocês ouvindo palavras de conforto foi um alivio em muitos momentos. Quero deixar
escrito que vocês foram o presente que pedi a Deus neste mestrado. Amigas
solidárias, companheiras, generosas. Obrigada por tudo!
A minha orientadora Deise que teve a coragem de aceitar o que
muitos jamais aceitariam: uma mulher com dois filhos pequenos, que trabalha de
manhã, tarde e noite, mas que tinha um desejo enorme de fazer mestrado. Só posso
dizer que você é demais, somente quem convive com você sabe o quanto generosa,
amorosa, compreensiva você pode ser. Obrigada por entender as minhas limitações
e por ter me apoiado em todos os momentos. Desculpa por muitas vezes não ter
cumprido prazos, não ter entregue tudo da melhor maneira, mas saiba que você
sempre fará parte da minha vida, pois jamais poderei agradecer o que fez por mim.
Deus preparou esse mestrado assim como preparou você para mim. Ele sabia
exatamente o que eu precisava e me deu uma mulher guerreira, forte, mãe, esposa,
professora porque SOMENTE alguém como você poderia assumir uma aluna como
eu! Obrigada por ter me deixado realizar este sonho.
Obrigada por tudo !!!
“Todas as vitórias ocultam uma abdicação.”
Simone de Beauvoir
CUSTÓDIO, Daniela, Martins Felix. Analise do desempenho físico funcional em idosos e a relação com quedas. 2013. 65 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Reabilitação) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2013.
RESUMO
INTRODUÇÃO: O desempenho funcional de idosos com e sem déficit cognitivo em relação a testes físicos vem sendo investigados na literatura para estabelecer a predisposição desta população a sofrerem eventos de quedas. OBJETIVOS: analisar as influências do déficit cognitivo, do gênero e da idade sobre o desempenho físico funcional de idosos fisicamente independentes e, também, relacionando o mesmo com o histórico de quedas. MÉTODO: Participaram do estudo 253 idosos fisicamente independentes integrantes do projeto EELO (Estudo sobre o Envelhecimento e Longevidade). O déficit cognitivo foi avaliado utilizando o Mini Exame do Estado Mental (MEEM), tendo sido estabelecido o ponto de corte 19 pontos para estratificação dos grupos (sem déficit (G1) ou com déficit cognitivo (G2), segundo recomendações do Ministério da Saúde. Para análise do desempenho funcional, foram usados os testes: teste de habilidade manual, força lombar, força de membro superior, flexibilidade e equilíbrio estático. RESULTADOS: As mulheres apresentaram maior incidência de déficit cognitivo (p=0,002), entretanto, a idade não foi fator determinante (p> 0,337). Os idosos do grupo G2 apresentaram um pior desempenho funcional em todas as variáveis dependentes com exceção da flexibilidade. Tanto no grupo G1 e G2 os idosos com mais de 76 anos apresentaram pior desempenho no equilíbrio, agilidade e força de membro superior. No grupo G1 homens e mulheres apresentaram diferença no desempenho físico nas variáveis de força lombar (p=0,001) e membro superior (p=0,00), porém as mulheres nas variáveis de habilidade manual (p=0,02) e flexibilidade (p=0,005); não houve associação do déficit cognitivo e quedas prévias (p>0,33) e quedas no último ano (p>0,57).CONCLUSÃO: A idade avançada (maior que 76 anos) e o déficit cognitivo são fatores determinantes para o declínio da capacidade funcional em idosos de ambos os sexos predispondo esta população a quedas.
Palavras-chave: Déficit cognitivo. Idoso. Atividade física funcional. Queda. Equilíbrio. Atividade diária.
CUSTÓDIO, Daniela, Martins Felix. Analysis of physical functional performance in older adults and relationship to falls. 2013. 65 f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Reabilitação) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2013.
ABSTRACT
BACKGROUND: The functional performance in older adults with and without cognitive impairment in relation to physical tests has been investigated in the literature to establish the predisposition of this population to suffer falling events. OBJECTIVES: To assess the influence of cognitive impairment , gender and age on physical functional performance in elderly physically independent and also relating the same with history of falls.METHODS: The study included 253 physically independent elderly members of the project EELO ( Study on Ageing and Longevity ) Cognitive impairment was assessed using the Mini Mental State Examination ( MMSE), 19 the cutoff points for the stratification of groups (no deficit (G1) or cognitive impairment (G2) having been established in accordance with recommendations of the Ministry of Health. handicraft test , lumbar strength, upper limb strength , flexibility and static balance RESULTS: women showed a higher incidence of cognitive impairment (p = 0.002) , however, the age to analyze the functional performance tests were used was not a determining factor (p > 0.337) . Elderly group G2 showed a worse functional performance in all dependent variables except flexibility both the G1 and G2 with the elderly over 76 years old had worse performance in balance , agility , upper limb strength . G1 in men and women show differences in performance variables in lumbar strength (p = 0.001 ) and upper limb (p = 0.00) while women in the variables of manual dexterity (p = 0.02) and flexibility (p = 0.005), no association between cognitive impairment and previous falls ( p > 0.33 ) and falls in the last year (p > 0.57). CONCLUSION: advanced age (greater than 76 years) and cognitive deficits are decisive for the decline of functional ability in the elderly of both sexes factors predisposing elderly falls.
Key-words: Cognitive impairment. Elderly. Physical activity. Functional decline. Balance. Daily activity.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 12
2 OBJETIVOS ............................................................................................... 15
2.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 15
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 15
3 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 16
3.1 DEMOGRAFIA DO ENVELHECIMENTO E ENVELHECIMENTO ............. 16
3.2 EQUILÍBRIO ............................................................................................... 17
3.3 QUEDAS .................................................................................................... 18
3.3.1 Fatores de Riscos de Quedas .................................................................... 20
3.3.2 Fatores Intrínsecos ..................................................................................... 20
3.3.3 Fatores Extrínsecos .................................................................................... 21
3.4 DEMÊNCIA E FATORES DE RISCO COGNITIVO .................................... 21
3.5 TESTES FÍSICOS FUNCIONAIS ............................................................... 23
3.5.1 Força de Preensão Manual ........................................................................ 23
3.5.2 Sentar e Alcançar ....................................................................................... 24
3.5.3 Agilidade e Equilíbrio Dinâmico da AAHPERD ........................................... 24
3.5.4 Equilíbrio..................................................................................................... 25
3.5.5 Habilidades Manuais .................................................................................. 26
3.5.6 Teste de Levantar da Cadeira em 30 Segundos ........................................ 27
3.5.7 Teste de Tração de Força Lombar ............................................................. 28
4 ARTIGO...................................................................................................... 29
5 CONCLUSÃO GERAL ............................................................................... 48
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 49
ANEXOS .................................................................................................... 53
Anexo A - Termo de consentimento livre e esclarecido .............................. 54
Anexo B - Aspectos cognitivos - Mini-Exame do Estado Mental ................ 56
Anexo C - Questionário da OMS para o estudo das quedas ...................... 58
Anexo D – Parecer Consustanciado ........................................................... 63
Anexo E - Forma e apresentação do manuscrito da Revista Brasileira
de Fisioterapia ......................................................................... 64
1
12
1 INTRODUÇÃO
A mudança na estrutura da pirâmide populacional nas últimas
décadas tem demonstrado as características populacionais que se encontram
atualmente. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em
2001 a participação da população até 24 anos era de 48,2% passando para 40,2%
em 2011, e a população de 45 anos e mais de idade passou de 22,4% em 2001 para
29,1%, em 2011. Essa mudança etária ocorreu principalmente pela diminuição nas
taxas de fecundidade e mortalidade.1
Junto a essa transição demográfica houve a substituição de doenças
infectocontagiosas para as doenças crônicas2 desta forma os idosos tendem a
apresentar múltiplas comorbidades que potencializam grandes síndromes geriátricas
como quedas, iatrogenias, demência e imobilismo, que comprometem a
independência e a autonomia destes pacientes, gerando grandes incapacidades
físicas e fragilidade.3
O envelhecimento é um processo dinâmico, progressivo e fisiológico,
acompanhado por modificações morfológicas e funcionais, assim como modificações
bioquímicas e psicológicas, resultando na diminuição da reserva funcional dos
órgãos e sistemas.4
Entre as mudanças fisiológicas estão à lentidão das capacidades
motoras, diminuição da velocidade de VO2 máximo, redução da força muscular,
diminuição da flexibilidade, o que leva à ocorrência de quedas no idoso, em função
da perda da mobilidade do quadril, joelhos, tornozelos e coluna vertebral, gerando
alterações no padrão de marcha e dificuldade no desempenho das tarefas
cotidianas, como utilizar transportes públicos, transpor desníveis no solo (calçadas,
escadas, etc) e também dificultando a manutenção de um estilo de vida saudável.5,6
Além das alterações motoras as aptidões cognitivas também sofrem
declínio. A diminuição da comunicação, da habilidade de raciocínio, da memória, da
atenção e capacidade viso-espacial são alguns domínios que sofrem diminuição da
funcionalidade com o processo de envelhecimento.4
Diante destas alterações o idoso com déficit cognitivo apresenta
distúrbios de equilíbrio, pois o mesmo depende da integridade de funcionamento dos
domínios da cognição impedindo que qualquer distúrbio no equilíbrio leve o idoso a
eventos de quedas e suas consequências como as fraturas.6,7,8 Além das
13
consequências diretas da queda, os idosos restringem suas atividades devido a
dores, incapacidades, medo de cair, atitudes protetoras de familiares e cuidadores
ou até mesmo por aconselhamento de profissionais de saúde.8
Devido o processo de envelhecimento, a capacidade de manter o
equilíbrio torna-se diminuída; com isso, a queda pode ser o primeiro indicador de
falha dos sistemas nervoso e músculo-esquelético, o que pode representar processo
de deterioração física com instalação da fragilidade e predisposição a evento fatal, o
que pode ser resultado das mudanças inerentes ao processo.9
Dentro desse contexto as quedas aparecem como um desfecho
preocupante e limitador na vida do idoso10. A manutenção da função física em
idades mais avançadas é importante, para proporcionar ao idoso, independência,
autonomia, inserção social, melhores condições de saúde e melhor auto percepção
de bem-estar.11
A Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa afirma que
“envelhecer mantendo a capacidade funcional e a autonomia é reconhecidamente a
meta de toda ação de saúde”, e que o envelhecimento bem sucedido apresenta
componentes essenciais: menor probabilidade de doença; alta capacidade física e
mental; e engajamento social ativo com a vida.12
Segundo Franchi et al.13, Lyra et al.14 determinar o nível da
capacidade funcional é um instrumento imprescindível na avaliação do idoso pois
assim pode-se estabelecer melhor protocolo para manutenção da funcionalidade
proporcionando melhor qualidade de vida e diminuindo o risco de quedas no
individuo idoso.15
Entre os problemas que podem levar o idoso a perder a autonomia e
independência estão: instabilidade postural, uso inadequado de medicamentos,
incontinência dupla, imobilidade e insuficiência cognitiva. A queda para o idoso pode
levar à perda da autonomia e da independência e está relacionada com
essesfatores.16
Sabendo-se que o déficit cognitivo e a limitação da capacidade
funcional são fatores de risco para quedas, que homens e mulheres apresentam
diferentes desempenhos funcionais e que quanto maior a idade, pior a capacidade
funcional; entende-se que novos estudos sejam realizados na população brasileira
uma vez que a maioria dos estudos que evidenciam esta relação demonstram a
realidade europeia e americana.
14
O presente estudo diferencia-se dos estudos encontrados na
literatura, pois apresenta evidencias que afirmam a necessidade de estabelecer a
relação entre quedas, déficit cognitivo e perda funcional em idosos com alteração
cognitiva em uma população brasileira tendo em vista que os programas de
prevenção de quedas em sua maioria são destinados a população sem perda
cognitiva tornando os programas de prevenção inadequadas para a população
referido no trabalho. Outro ponto importante do estudo é que utilizou-se uma bateria
de testes funcionais que abrange não somente variáveis de equilíbrio e força mas
que também reproduzem atividades básicas da vida do idoso demonstrando
portanto a importância da relação da perda da funcionalidade com as quedas. O
presente estudo analisou diferentes instrumentos para determinar a capacidade
funcional em idosos com e sem alteração cognitiva e relacionar a capacidade
funcional com as quedas em uma população brasileira.
15
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Analisar a influência do déficit cognitivo sobre o desempenho físico
funcional em idosos fisicamente independentes e relacionar com o histórico de
quedas
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Analisar a relação do déficit cognitivo e desempenho funcional
com o gênero e idade.
- Verificar a correlação do déficit cognitivo com eventos de
quedas prévias e quedas do último ano.
16
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 ENVELHECIMENTO POPULACIONAL
Desde a metade do século XX tanto a população mundial quanto a
brasileira está envelhecendo. Este envelhecimento se deve graças aos avanços
tecnológicos na área da medicina, como a descoberta dos antibióticos e a criação do
Rx possibilitando o diagnóstico e o tratamento das patologias, a diminuição da
fecundidade e mortalidade.2,17
No caso do Brasil o envelhecimento populacional e as mudanças
ocorrem de forma acelerada e radical, o que acaba por configurar esse crescimento
como um dos grandes desafios da Saúde Pública contemporânea.18 O número de
idosos passou de três milhões em 1960, para sete milhões em 1975, e 20 milhões
em 2008 - um aumento de quase 700% em menos de 50 anos.19
Em 2050, o grupo etário de 65 anos e mais deverá responder por
cerca de 19% da população brasileira. Estes fatos levarão a uma drástica mudança
de padrão na pirâmide populacional brasileira.17
Porém no Brasil a transição demográfica está ocorrendo de forma
rápida, não sendo acompanhada por uma política favorável do sistema de saúde;
levando os idosos ao aumento das doenças crônicas e limitações funcionais.2
Entretanto Ciosak et al.20, relatam que os fatores de exposição como o estresse,
tabagismo, sexo e aptidões para vida (aptidão física e capacidade funcional)
determinam a qualidade do envelhecimento.
Segundo Garrido e Menezes21, o que iniciou essa transição, foram
os aspectos relacionados ao âmbito de vida dessa população; saíram de cena as
doenças infectocontagiosas, a ação médica sanitária passou a existir, o avanço na
medicina proporcionou outro ponto de grande mudança. No Brasil, os idosos são
portadores de, pelo menos, uma doença crônica e utilizam pelo menos um
medicamento regularmente.
O envelhecimento populacional e o aumento da ocorrência de
doenças crônico-degenerativas provocam a necessidade da preparação e
adequação dos serviços de saúde, incluindo a formação e capacitação de
profissionais para o atendimento desta nova demanda. Nesta perspectiva, o
17
aumento da farmacologia e as quedas de idosos são uma das preocupações, pela
frequência e pelas consequências em relação à qualidade de vida.19
O processo de envelhecimento é dinâmico e se deve principalmente
a redução do número de nascimentos (taxa de fecundidade) e diminuição das taxas
de mortalidade provocando assim um declínio da população adolescente e aumento
da proporção da população que atinge as idades mais avançadas.1
Segundo a OMS o envelhecer é um “processo sequencial, individual,
cumulativo, irreversível, universal, não patológico e próprio a todos os membros de
uma espécie, de maneira que o tempo o faz menos ativo fisicamente tornando-o
mais vulnerável frente ao estresse do meio ambiente e, portanto aumentando sua
possibilidade de morte”.22
O declínio das funções não ocorre somente no aspecto orgânico,
mas também no psicológico e social. Desta forma as alterações morfológicas estão
relacionadas à estética, as fisiológicas às funções orgânicas, as psicológicas a
adaptação às novas situações e por fim as sociais que estão relacionadas à
produtividade e aspecto econômico do idoso.23
O processo de envelhecimento é marcado por uma lentidão das
capacidades motoras, diminuição da velocidade de VO2 máximo, redução da força
muscular, diminuição da flexibilidade, o que leva à ocorrência de quedas no idoso,
em função da perda da mobilidade do quadril, joelhos, tornozelos e coluna vertebral,
gerando alterações no padrão de marcha e dificuldade no desempenho das tarefas
cotidianas, como utilizar transportes públicos, transpor desníveis no solo (calçadas,
escadas, etc) e também dificultando a manutenção de um estilo de vida
saudável.6,21.
A busca do envelhecer saudável deve ser uma prática utilizada por
todos os profissionais que estão relacionados a assistir o idoso. Capacitar o idoso no
aspecto funcional, social, psicológico e econômico é com certeza a maneira mais
digna, e econômica para toda a sociedade.8,20.
3.2 EQUILÍBRIO
Uma das alterações fisiológicas do processo natural de
envelhecimento é o equilíbrio no idoso que depende do relacionamento complexo e
dinâmico do sistema sensorial composto pelos sistemas visual, vestibular e
18
somatossensorial, dos comandos centrais e respostas neuromusculares, e forças
musculares.24
O principal fator que limita o idoso a realizar suas atividades de vida
diária é a instabilidade postural, que nestes casos há uma grande probabilidade de
ocorrer quedas em idosos na faixa etária entre 65 a 75 anos, onde o medo de cair,
dificuldade de locomoção e as fraturas são consequências comuns que faz com que
o idoso reduza sua autonomia social e suas atividades de vida diária.24
Instabilidade ou diminuição do equilíbrio ocorre por meio de uma
combinação variada de perdas nos componentes do mecanismo do controle
postural. A falta de equilíbrio pode resultar não só em quedas, mas também em
inatividade e consequentemente descondicionamento físico, medo de cair,
diminuição da autoconfiança e da dependência.3
Durante o processo de envelhecimento o indivíduo fica mais
suscetível ao desequilíbrio, pois vários são os sistemas alterados pela senescência.
A falha no sistema sensorial de fornecer informações ao Sistema Nervoso Central
(SNC), a diminuição na velocidade no tempo de resposta fornecida pelo SNC e uma
resposta motora deficitária são fatores que predispõem o idoso a perder o equilíbrio
e consequentemente levá-los à queda.6,24
Com todas as alterações somatossensoriais, motoras e visuais que
o idoso sofre ao longo do envelhecimento, situações naturais como andar em um
corredor cheio de obstáculos, subir em um ônibus lotado ou tentar andar mais rápido
para desviar de um carro são tarefas extremamente complexas que demandam
adaptações musculares, tempo de ação e reação e agilidade, tornando a
manutenção e recuperação do equilíbrio uma tarefa cada vez mais difícil.25
3.3 QUEDAS
As quedas consistem em, “um deslocamento não intencional do
corpo para um nível inferior à posição inicial com incapacidade de correção em
tempo hábil, determinado por circunstâncias multifatoriais comprometendo a
estabilidade”.26 Já Nicolussi et al.27 relatam que queda é um evento não intencional
cujo resultado é a mudança da posição do individuo para um nível mais baixo em
relação a sua posição inicial.
A queda pode ser considerada um evento sentinela na vida de uma
19
pessoa idosa, um marcador potencial do inicio de um importante declínio da função
ou um sintoma de uma nova patologia, aumentando progressivamente com a idade
em ambos os sexos em todos os grupos étnico e racial.28
Uma das grandes consequências do envelhecimento populacional é
o aumento do número de quedas em idosos. Tendo em vista que os episódios de
queda podem acontecer a qualquer momento na vida, mas é na senescência o
período em que mais ocorre e os prejuízos relacionados às quedas, sendo as
mesmas de alto custo para o governo tornando esse um problema de saúde
pública.29,30
No idoso a capacidade de manter o controle postural está diminuída,
uma vez que o processo de envelhecimento afeta todos os sistemas que se inter
relacionam para manter o equilíbrio. A principal consequência pela perturbação do
equilíbrio nesta população são as quedas, que podem levar o idoso a inatividade e a
dependência; as quedas têm sido consideradas uma das principais causas de
morbimortalidade nesta população.29
As quedas no idoso podem estar relacionadas à diminuição da
capacidade de identificar as informações sensoriais, interpretar informações e
produzir ação motora adequada para manutenção do controle postural. O ambiente
em que se encontra e a tarefa na qual está envolvido, são fatores de perturbação
que o levam a tomar decisões que não são eficientes o suficiente para evitar a
queda.25
Devido estas alterações o idoso torna-se mais predisposto a quedas.
Para Novaes et al.31, o surgimento de doenças que ocasionem redução da
capacidade física pode acarretar efeitos sobre o controle postural do indivíduo ou ter
ação negativa sobre o equilíbrio.
O Ministério da Saúde32 informa que 30% dos idosos caem uma vez
por ano e segundo Nicolussi et al.27 relatam que esta estimativa aumenta para 50%
se comparado a idosos institucionalizados sendo que 5% dos idosos que caíram
precisarão de cuidados hospitalares, neste caso um em cada 3 idosos que cairam
virão a falecer no prazo de um ano.
O mecanismo de queda favorece o tipo de fratura. Sendo as fraturas
de punho mais comuns entre os idosos, por exercer reação de proteção quando em
virtude das quedas, já as fraturas de quadril afetam idades mais avançadas
possivelmente por terem retardo dos reflexos33.
20
A queda traz desfechos graves ao idoso tais como, declínio da
capacidade funcional e qualidade de vida, institucionalização, perda da autonomia,
morbidade, mortalidade, fraturas, medo de cair, depressão, isolamento social são as
complicações mais prevalentes. Além destas complicações há uma grande chance
dos familiares sofrerem mudanças na sua vida por serem obrigados a assistir esse
idoso no período pós queda.27,33,34
3.3.1 Fatores de Riscos de Quedas
Os fatores de risco de quedas tem sido um assunto abordado por
toda equipe que assiste o idoso na tentativa de estabelecer as principais causas e
assim identificar as melhores condutas de prevenção. Alguns fatores mais
prevalentes tanto intrínseco quanto extrínseco para a ocorrência de quedas são
decorrentes do uso de polimedicamentos, alterações visuais, riscos ambientais e
hipotensão postural33,34,35.
Segundo Santos et al.23 os riscos são divididos em ambientais,
cognitivos, riscos fisiológicos e riscos por medicamentos ou em intrínsecos e
extrínsecos onde estes estão relacionados com as alterações inerentes ao
envelhecimento e ao meio ambiente, respectivamente.27
3.3.2 Fatores Intrínsecos
Estão relacionados com o processo de envelhecimento: idade,
polimorbidades, polifarmácia, depressão, diminuição da cognição, redução da
capacidade funcional, diminuição de força muscular, hipotensão ortostática,
incontinência, dificuldades auditivas e visuais.36
Para Alvares et al.37, as doenças articulares são frequentes na
população idosa e contribuem para redução da capacidade física ocasionando dor,
influenciando no equilíbrio ou controle postural, favorecendo a ocorrência de quedas.
Os medicamentos são utilizados para tratar e reduzir a morbidade
associada a diversas doenças, o uso sistematizado destes medicamentos predispõe
o idoso aos riscos de seus efeitos colaterais38. Idosos que utilizam mais
medicamentos normalmente são aqueles que realmente mais necessitam e,
consequentemente, estão mais propensos a quedas.39
21
Para Diogo40, as medicações podem ser causadores de quedas por
trazerem algumas reações como, tontura, fraqueza, fadiga muscular, e hipotensão
postural, deixando os idosos muitos fragilidades e incapacitados.
3.3.3 Fatores Extrínsecos
Entre os fatores intrínsecos e extrínsecos, os fatores extrínsecos se
fazem mais presentes nas incidências das quedas, como barreiras arquitetônicas,
ausência de corrimãos e calçados inadequados entre outros. As alterações das
manobras de equilíbrio e marcha indicam limitações funcionais para estes idosos,
como sentar e levantar do vaso sanitário, tomar banho, sair da cama, alcançar
objetos em prateleiras altas, subir e descer escadas.41
Diogo40 cita também, lugares menos planejados, como falta de
iluminação, chão escorregadio, tapetes do banheiro, são fatores que aumentam o
risco de quedas. O uso de roupas inadequadas, de salto alto, objetos jogados,
crianças e animais de pequeno porte pode contribuir para que aconteçam acidentes.
Piso escorregadio proveniente de condições climáticas, pouca
iluminação e objetos e móveis espalhados pelo chão formam um conjunto de fatores
de risco comumente citados. Tais fatores não só dificultam a mobilidade do idoso
como também afeta a retomada do equilíbrio quando se depara com tais objetos.23
3.4 DEMÊNCIA E FATORES DE RISCO COGNITIVO
As alterações cognitivas e a demência apresentam um grande risco
para quedas. Devido ao declínio cognitivo levam a diminuição funcional e ao declínio
ou perda das habilidades cotidianas, gerando assim alterações posturais, déficits de
locomoção que aumentam significativamente os riscos de quedas e perda da
independência.35
As alterações no processo de envelhecimento são globais e afetam
todos os sistemas do corpo diminuindo a funcionalidade do idoso. A função cognitiva
na maioria das pessoas quando alterada não causa grandes transtornos, mas isso
não ocorre com idoso. Demência, dificuldades de memória são alguns dos sinais de
diminuição da função cognitiva que aumentam a predisposição do idoso à queda.23
Entende-se por cognição a capacidade dos idosos em entender e
22
solucionar problemas corriqueiros. As funções que estão relacionadas ao córtex
cerebral como memória, função executiva, linguagem, praxia e função visuoespacial
são domínios que devem ser avaliados para determinar a função cognitiva no
idoso.42,43
O declínio destas funções tem sido considerado a causa de duas
importantes síndromes geriátricas: déficit cognitivo e limitação de mobilidade que
resultam em demências e quedas respectivamente.44
As alterações e os déficits causados pelo declínio cognitivo levam ao
declínio funcional, com diminuição e/ou perdas das habilidades para o
desenvolvimento das atividades cotidianas, interferindo de forma significativa na
realização das atividades de vida diária. Com a progressão do caso pode ocorrer
dificuldade no seu autocuidado, comprometimento da linguagem, incapacidade de
orientar-se e reconhecer fisionomias, alterações no sono e déficits de locomoção.45
O risco de quedas em idosos é 65,5% maior quando apresentam
déficit cognitivo7. Idosos com diminuição da cognição sofrem consequências mais
graves dos que idosos saudáveis e o risco de admissão em instituição é de 5 vezes
maior para esta população. Fraturas, lesões na cabeça são algumas das
consequências que aumentam a mortalidade.46
Memória, função executiva e atenção são alguns dos domínios que
estão relacionados com a alteração da marcha em idosos com maior predisposição
à queda. As alterações nas funções cognitivas provocam diminuição na velocidade
da marcha tanto em situação habitual quanto em situações em que o idoso tenha
que desenvolver uma segunda tarefa.8,44
Uma outra hipótese que prejudica a marcha e consequentemente o
equilíbrio no idoso com déficit cognitivo é que ocorre uma alteração da resposta à
estímulos sensoriais provenientes do meio ambiente aumentando assim a exigência
de um maior controle postura.l8
Outros achados que levam o idoso com prejuízo cognitivo a cair são
a redução do tempo de reação em membros superiores, diminuição da força dos
extensores de joelho, propriocepção e oscilação postural.10 Fatores estes que estão
diretamente relacionados com a manutenção do bom equilibro no idoso.
23
3.5 TESTES FÍSICOS FUNCIONAIS
A capacidade funcional é considerada a habilidade do individuo em
realizar tanto as atividades de vida diária (AVD’S) quanto às atividades instrumentais
de vida diária (AIVD’S) de forma independente, de modo que o individuo melhore
sua qualidade de vida.13,45
Atividades instrumentais são consideradas atividades mais
complexas da vida cotidiana tais como, fazer compras, jardinagem, cozinhar e limpar
a casa, já tomar banho, vestir-se, sentar-se, caminhar, levantar-se são consideradas
atividades diárias que estão relacionadas com os cuidados básicos do indivíduo.13
Segundo Lyra, et al. 14 a autonomia funcional é classificada em 3
aspectos: autonomia de vontade, referindo-se a autoestima, achar que é capaz de
realizar; autonomia de pensamento, permitindo julgar e determinar o que fazer; e
autonomia de ação, onde realizará a tarefa ou o gesto proposto.14
Segundo Franchi et al.13 a avaliação da funcionalidade é um
instrumento imprescindível na avaliação do individuo idoso, pois mesmo que o idoso
apresente uma doença crônica se ele mantiver sua capacidade funcional o mesmo
não gera problemas para si ou para a sociedade.
Há uma variação de instrumentos e de testes físicos, com objetivos
diversos; podendo ser utilizados como parâmetros de saúde geral ou específica;
servindo como instrumentos de pesquisa, triagem ou avaliação clínica; medir graus
de dependência mais grave e até incapacidade para funções físicas e sociais.45,46
3.5.1 Força de Preensão Manual
A força muscular dos membros superiores é determinada
indiretamente utilizando o teste de preensão manual ou dinamometria manual
conforme a padronização citada por Soares e Sessa.47
O material utilizado foi o dinamômetro ajustável e calibrado com
escala de 0 a 100 quilogramas. O avaliado colocava-se na posição ortostática e
após o ajuste para o tamanho da mão e com os ponteiros na escala zero, o aparelho
era segurado confortavelmente na linha do antebraço, ficando paralelo ao eixo
longitudinal do corpo. A articulação inter-falangeana proximal da mão deve ser
ajustada sob a barra que é então apertada entre os dedos e a região tênar. Durante
24
a preensão manual, o braço permanece imóvel, havendo somente a flexão das
articulações inter-falangeanas e metacarpo-falangeano.
Anotar a mão dominante do avaliado; verificar se os ponteiros estão
no ponto zero da escala antes da execução; verificar se a pegada está de acordo
com a padronização e quando necessário ajustá-la, não permitindo movimentação
do cotovelo ou punho durante o ato de preensão; verificar se os ponteiros realizam
um movimento contínuo e observar a calibração do aparelho antes de iniciar as
medidas, foram algumas das precauções observadas durante o teste.
O resultado final do teste se deu através da realização de duas
medidas em cada mão, de forma alternada, considerando a melhor execução de
cada uma das mãos como resultado efetivo do teste.
3.5.2 Sentar e Alcançar
Este teste consiste em medir a flexibilidade geral utilizando um
banco de madeira de 48 cm com uma fita métrica de 55 cm fixado, iniciando em 0 na
parte mais próxima ao avaliado. O indivíduo deveria sentar-se no chão com as
pernas estendidas no banco de madeira e afastadas, seguindo a linha do quadril e
os braços estendidos um sobre o outro. Ao comando de “Atenção! Já!”, o avaliado foi
orientado a flexionar o tronco e ir lentamente para frente durante a expiração,
deslizando as suas mãos (uma sobre a outra) ao longo da fita métrica até atingir o
ponto mais distante, sem flexionar os joelhos mantendo esta posição por 2
segundos. O avaliador permaneceu próximo da fita métrica para impedir que os
joelhos flexionassem.
Foram realizadas três tentativas, considerando para cálculo o melhor
valor obtido. O valor foi anotado em centímetros considerando o ponto mais distante
atingido com o dedo.48
3.5.3 Agilidade e Equilíbrio Dinâmico da AAHPERD
Este teste é proposto quando a intenção e avaliar agilidade e
equilíbrio dinâmico. Utiliza-se uma cadeira, cones e cronômetros e o participante
inicia o teste sentado numa cadeira com os calcanhares apoiados no solo. Ao sinal
de “Pronto! Já!” move-se para a direita e circula o cone que está posicionado a
25
1,50m para trás e 1,80m para o lado da cadeira (Figura 1), retorna para a cadeira e
senta-se. Imediatamente, o participante se levanta, move-se para a esquerda e
circula o segundo cone, retornando para a cadeira e sentando-se novamente.
Completando o circuito. O avaliado deve concluir dois circuitos completos. Deve-se
ter como precaução durante o teste que no momento que o indivíduo retornar da
primeira volta do cone o avaliado deve retirar ambos os pés do solo.47
O resultado do teste é anotado após 2 tentativas e o menos tempo
foi o considerado final do teste.
Figura 1 – Ilustração do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico
Fonte: Adaptada de Osness et al.16
3.5.4 Equilíbrio
No teste de equilíbrio estático o avaliado fica em pé com as mãos na
cintura e ao ouvir as palavras de “Atenção! Já!” é orientado a olhar a um ponto fixo
(a uma distância de aproximadamente 2 m da parede) e a flexionar na altura do
joelho uma das pernas, escolhida a vontade pelo próprio avaliado, sendo que o
mesmo deve tentar manter-se nessa posição por pelo menos trinta segundos. O
avaliador permanece ao lado do avaliado, acionando o cronômetro no momento das
palavras de comando e parando no primeiro contato com o pé no chão mesmo que
seja antes do término de 30 segundos. Se o avaliado conseguir manter a posição
por 30 segundos, o cronômetro é parado ao término deste e é permitido o descanso
do avaliado. Se o individuo não conseguir manter a posição inicial no inicio do teste
e permitido que sejam feitas tentativas até o avaliado ser capaz de manter a posição
estabelecida.48
26
São realizadas três tentativas e calculada a média em segundos.
3.5.5 Habilidades Manuais
Medir a precisão com que o idoso realiza atividades de coordenação
motora fina do cotidiano é o objetivo deste teste. O idoso deve realizar as tarefas
dispostas em um painel retangular (60 cm de comprimento e 15 cm de altura), com 5
cm de bordas inferior e laterais, contendo uma fechadura, uma tomada, um soquete
para encaixar a lâmpada e um disco de telefone, dispostos horizontalmente, com
uma distância de 10cm entre cada objeto possuindo uma base perpendicular
medindo 10cm de largura: cronômetro, chave, plug e lâmpada.
O avaliado foi instruído a ficar em pé painel deve ser pendurado em
uma parede de superfície plana, a uma altura de 1,5m do solo (considerar a altura a
partir da borda inferior do painel). Em pé, com os membros superiores ao longo do
corpo, e posicionando-se ao centro do painel, ao sinal “Atenção! Já!”, o indivíduo
deve realizar as seguintes tarefas: encaixar a chave na fechadura, encaixar o plug
na tomada, desencaixar a lâmpada do soquete e discar o número 9 do telefone. Os
objetos a serem encaixados no painel devem ficar na base do instrumento
(localizada perpendicularmente a parede). O cronômetro deve ser parado quando o
indivíduo terminar de discar o número 9 do telefone.50
O avaliado deve ser instruído a realizar o teste com a mão
dominante; e se necessário pode fazer uso de lentes corretivas para os olhos.
Durante o teste, o avaliador deve dar instruções verbais para a discagem dos
números de telefone.
O resultado final do teste se dá após duas tentativas seguidas,
sendo o menos tempo de realização considerado.
27
Figura 2 – Ilustração do painel
3.5.6 Teste de Levantar da Cadeira em 30 Segundos
Este teste tem sido recomendado como uma alternativa prática para
medir indiretamente a força de membros inferiores devido a correlação
moderadamente alta com o teste de 1 RM no “leg press” em homens (0,78) e
mulheres (0,71).
Utiliza-se um cronômetro, cadeira com encosto reto ou de
dobradiças (sem braços) com altura de aproximadamente 43 cm. Por razões de
segurança, a cadeira deverá ser colocada apoiada à parede ou estabiliza-la de
alguma forma para impedir que se mova durante o teste. Durante o teste o avaliado
começa sentado no meio da cadeira, com as costas retas e os pés apoiados no
chão. Os braços ficam cruzados contra o tórax. Ao sinal “Atenção! Já!” o avaliado se
levanta ficando totalmente em pé e então retorna a uma posição completamente
sentada. O avaliado é encorajado a sentar-se completamente o maior número
possível de vezes em 30 segundos.51
Recomenda-se antes de iniciar o teste que seja realizada uma
tentativa com três repetições para verificar a maneira de execução do teste e
somente após a tentativa é efetuada a tentativa final do teste em 30 segundos.
O resultado consiste no maior numero de repetições realizadas no
intervalo de tempo de 30 segundos. Se o avaliado estiver perto de finalizar os 30
segundos e estiver na metade da execução do movimento, conta-se como um
movimento completo.
28
3.5.7 Teste de Tração de Força Lombar
Este teste tem sido utilizado para avaliar a ação muscular de tração
lombar. O idoso posiciona-se sobre a plataforma do dinamômetro com os pés
afastados na largura dos ombros, com joelhos fletidos a aproximadamente 135º, o
tronco levemente inclinado à frente e a cabeça acompanhando o prolongamento do
tronco. O cabo do dinamômetro foi ajustado próximo à altura dos joelhos do idoso
onde deviam segurá-lo com ambas as mãos exercendo força para cima durante
cinco segundos. Durante o teste o idoso não pode inclinar-se para trás ou qualquer
movimento adicional com as pernas e os braços, como flexão de joelhos e/ou dos
cotovelos, durante a realização das ações musculares de tração lombar.52
Foram realizadas três tentativas, utilizando a melhor medida como
resultado do teste.
Os testes funcionais utilizados demonstram tanto a força, agilidade,
equilíbrio e coordenação como atividades que reproduzem ações executadas pelos
idosos em sua rotina de vida. Estas diferentes variáveis são importantes na
determinação da relação do desempenho físico funcional com as quedas.
29
4 ARTIGO FOI FORMATADO NAS NORMAS DA REVISTA BRASILEIRA DE
FISIOTERAPIA
ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE DÉFICIT COGNITIVO,
DESEPENHO FÍSICO FUNCIONAL E QUEDAS EM IDOSOS.
Custódio, Daniela M* 1,2; Pires-Oliveira, Deise A.A2,3,4 ; Fernandes,Karen B.P2,3,
Bispo, NNC2; Teixeira, Denilson C.2,4
ABSTRACT
BACKGROUND: The functional performance in older adults with and without cognitive impairment in relation to physical tests has been investigated in the literature to establish the predisposition of this population to suffer falling events. OBJECTIVES: To assess the influence of cognitive impairment, gender and age on physical functional performance in elderly physically independent and also relating the same with history of falls. METHODS: The study included 253 physically independent elderly members of the project EELO ( Study on Ageing and Longevity ) Cognitive impairment was assessed using the Mini Mental State Examination ( MMSE ), 19 the cutoff points for the stratification of groups (no deficit ( G1 ) or cognitive impairment ( G2 ) having been established in accordance with recommendations of the Ministry of Health . handicraft test , lumbar strength, upper limb strength , flexibility and static balance RESULTS: Women showed a higher incidence of cognitive impairment ( p = 0.002 ) , however, the age to analyze the functional performance tests were used was not a determining factor ( p > 0.337 ). Elderly group G2 showed a worse functional performance in all dependent variables except flexibility. both the G1 and G2 with the elderly over 76 years old had worse performance in balance , agility , upper limb strength . G1 in men and women show differences in performance variables in lumbar strength (p = 0.001 ) and upper limb ( p = 0.00 ) while women in the variables of manual dexterity ( p = 0.02 ) and flexibility ( p = 0.005), no association between cognitive impairment and previous falls ( p > 0.33 ) and falls in the last year ( p > 0.57 ) CONCLUSION : advanced age ( greater than 76 years) and . cognitive deficits are decisive for the decline of functional ability in the elderly of both sexes factors predisposing elderly falls.
Key-words: Cognitive impairment. Elderly. Physical activity. Functional decline. Balance. Daily activity.
1. Student, Associate Master in Rehabilitation Sciences, State University of
Londrina/University of Northern Paraná (UEL/UNOPAR), Londrina, PR,
Brazil
30
2. Center for Research in Health Sciences, University of Northern Paraná,
UNOPAR, Londrina, PR, Brazil
3. Full professor, Associate Master in Rehabilitation Sciences, UEL/UNOPAR,
Londrina, PR, Brazil
4. Full professor, Professional Master in Physical Exercise in Health
Promotion, UNOPAR, Londrina, PR, Brazil
Study location
Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde, Laboratório de Avaliação Funcional e
Desempenho Motor Humano, Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), Av. Paris
675, Londrina-PR, Brazil, CEP 86041-120.
*Autor para Correspondência: Daniela Martins Custódio, Rua Ernani Lacerda de Athayde, 188 apt 504, Londrina-Paraná, Brasil ; telefone: 55-43 3351-0177.
E-mail: [email protected]
31
RESUMO
INTRODUÇÃO: O desempenho funcional de idosos com e sem déficit cognitivo em relação a testes físicos vem sendo investigados na literatura para estabelecer a predisposição desta população a sofrer eventos de quedas. OBJETIVOS: analisar a influência do déficit cognitivo, do gênero e da idade sobre o desempenho físico funcional de idosos fisicamente independentes e relacionar com o histórico de quedas. MÉTODO: Participaram do estudo, 253 idosos fisicamente independentes integrantes do projeto EELO (Estudo sobre o Envelhecimento e Longevidade). O déficit cognitivo foi avaliado por meio do Mini Exame do Estado Mental (MEEM), tendo sido estabelecido o ponto de corte 19 pontos para estratificação dos grupos (sem déficit (G1) ou com déficit cognitivo (G2), segundo recomendações do Ministério da Saude. Para análise do desempenho funcional, foram usados os testes: teste de habilidade manual, força lombar, força de membro superior, flexibilidade e equilíbrio estático. RESULTADOS: As mulheres apresentaram maior incidência de déficit cognitivo (p=0,002), entretanto, a idade não foi fator determinante (p> 0,337). Os idosos do grupo G2 apresentaram um pior desempenho funcional em todas as variáveis dependentes com exceção da flexibilidade. Tanto no grupo G1 e G2 os idosos com mais de 76 anos apresentaram pior desempenho no equilíbrio, agilidade, força de membro superior. No grupo G1 homens e mulheres apresentaram diferença no desempenho nas variáveis de força lombar (p=0,001) e membro superior (p=0,00) já as mulheres nas variáveis de habilidade manual (p=0,02) e flexibilidade (p=0,005); não há associação do déficit cognitivo e quedas prévias (p>0,33) e quedas no último ano (p>0,57).CONCLUSÃO: A idade avançada ( maior que 76 anos) e o déficit cognitivo são fatores determinantes para o declínio da capacidade funcional em idosos de ambos os sexos predispondo a população a quedas.
Palavras-Chave: déficit cognitivo idoso; atividade física funcional; queda, equilíbrio; atividade diária.
32
Introdução
A consequência da transição demográfica é o envelhecimento populacional
mundial, no caso do Brasil esta alteração populacional tem provocado
principlamente mudanças não só econômicas e sociais bem como a transição
epidemiologica.1O envelhecimento populacional tem ganhado reconhecimento
universal, e espera-se que, em 2025 o Brasil ocupe a sexta colocação mundial em
número de idosos com isso importantes estudos têm sido desenvolvidos a fim de
compreender melhor essa população e garantir uma melhor qualidade de vida,
reduzindo os impactos deletérios do envelhecimento.2
Segundo Santos et al, 20113 uma das características do envelhecimento
populacional é o acúmulo de incapacidades progressivas nas atividades funcionais
onde o risco de mortalidade é substituído por comorbidades e a manutenção da
capacidade funcional torna-se um importante instrumento para a avaliação da saúde
e qualidade de vida desta população.
Diante deste fato, as modificações mais presente no processo de
envelhecimento estão sobre a capacidade funcional e aptidão fisica, associados ou
separadas estas alterações podem levar o idoso à queda.3,4
No idoso a capacidade de manter o controle postural encontra-se diminuído,
neste caso, o processo de envelhecimento afeta todos os sistemas que se interagem
para manter o equilíbrio, consequentemente a este fato, as quedas nesta população
podem levá-los a dependência, inatividade física, institucionalização e a morte,
sendo as quedas consideradas uma das principais causas de morbimortalidade em
idosos.4-6
Outros fatores que podem aumentar o risco de quedas nesta população é a
perda da capacidade funcional e o declínio cognitivo sendo ambos considerados
preditores de dependência e consequentemente risco de quedas em idosos. O risco
de quedas em idosos com déficit cognitivo é de 65,5% maior quando comparados a
idosos saudáveis7. Além disso, as consequências como fraturas, lesões cranianos, e
admissão em instituição de longa permanência aumentam a o risco de mortalidade.8
O declínio cognitivo e a funcionalidade se inter-relacionam. Idosos que
perdem as funções cognitivas como memória, praxia, gnosia, função executiva e
visuoespacial apresentam maior dependência, diminuição do convívio social, da
habilidade de realizar as atividades básicas e instrumentais de vida diária
33
(capacidade funcional). Assim sendo, o déficit cognitivo pode influenciar
negativamente na funcionalidade do individuo, aumentando consequentemente o
risco de quedas.5,7
A avaliação da perda das funções cognitivas são imprescindíveis para se
determinar o quanto a perda de tais funções influenciam na vida do idoso. O teste do
Mini Exame do Estado Mental é um teste clinico adaptada para a população
brasileira que avalia os domínios da função espacial e temporal, memória, cálculo,
praxia, linguagem e função visuespacial sendo este teste suficiente para se rastrear
a perda cognitiva mas não para diagnosticar a demência.9
Os instrumentos que avaliam a capacidade funcional apresentam objetivos
diversos podendo ser utilizados como parâmetros de saúde geral ou específica;
servir como instrumentos de pesquisa, triagem ou avaliação clínica; medir graus de
dependência mais grave e até incapacidade para funções físicas e sociais.6,10
A relação entre déficit cognitivo, capacidade funcional e quedas tem sido
relatado na literatura, mas poucos são os estudos de caráter nacional. Estudos como
os de Nunes et al, 200911 e Fiedler et al, 200812, que apresentaram amostra
populacional brasileira avaliaram a relação da capacidade funcional e quedas em
idosos sem alteração cognitiva.
Sendo assim surge a necessidade de que estudos com características
populacionais brasileiras sejam realizados para melhor estabelecer a relação entre
importantes preditores de quedas tais como; capacidade funcional e alteração
cognitiva. Entende-se que idosos com déficit cognitivo apresentam maior risco de
quedas e piores consequências a estes eventos fazendo-se necessário
compreender esta relação para então determinar programas efetivos de prevenção
de quedas em idosos brasileiros com alteração cognitiva.
O presente estudo utilizou diferentes instrumentos para avaliação da
capacidade funcional que não só determinam a relação de força, equilíbrio e
agilidade mas também reproduzem atividades diárias importantes para a vida do
idosos. O presente estudo teve como objetivo demonstrar a relação da perda da
capacidade funcional em idosos fisicamente independentes com déficit cognitivo e
relacionar com as quedas.
Materiais e Métodos
34
Estudo de caráter descritivo observacional o qual, idosos foram recrutados
aleatoriamente dos cadastros do programa Saúde da Família das Unidades Básicas
de Saúde de todas as regiões do município de Londrina- PR. Os idosos
representavam uma amostra do Projeto EELO (Estudo sobre o Envelhecimento e
Longevidade), desenvolvido pela Universidade Norte do Paraná.
Com exceção da avaliação da AFH, avaliada pelo pedômetro, os dados foram
coletados às segundas-feiras, no período da tarde na clínica de fi sioterapia do
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Norte do Paraná na
seguinte ordem: massa e estatura corporal, força de membros inferiores (FMI),
equilibrio unipodal, sentar e alcançar, habilidades manuais, força de membros
superiores (FMS), força de membros inferiores (sentar e levantar), agilidade e
Tração Lombar (TRL). Todas as avaliações foram realizadas pelos pesquisadores
deste estudo com os testes realizados sempre pelo mesmo avaliador. Todos os
participantes, após serem informados sobre as características do estudo e dos
procedimentos aos quais seriam submetidos, assinaram termo de consentimento
livre e esclarecido. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com
Seres Humanos da Universidade Norte do Paraná, parecer nº PP 070/09.
Amostra
Foram selecionados 253 idosos participantes do projeto EELO de ambos os
sexos (68 homens e 185 mulheres) que apresentassem escore de 19 pontos no Mini
Exame do Estado Mental, escore este sugerido pelo Ministério da Saúde onde
aponta alteração cognitiva destes idosos. Todos os idosos preencheram ao critério
de inclusão que deveriam ter idade igual ou superior a 60 anos e serem fisicamente
independentes.
Os idosos foram estratificados por grupos etários comparáveis (60-74 e 75 ou
mais anos), segundo o estado mental (sem déficit cognitivo - G1 com déficit cognitivo
- G2) e presença de evento de quedas (quedas prévias e quedas no último ano.
Instrumentação e Procedimentos
Para a avaliação da capacidade física funcional foram utilizados os seguintes
testes:
35
Para determinar a habilidade manual utilizou-se o teste proposto por
Andreotti,199913: Utilizou-se um painel que foi fixado em uma parede de superfície
plana, a uma altura de 1,5m do solo, em pé, com os membros superiores ao longo
do corpo, e posicionado ao centro do painel; ao sinal, o idoso realizou as seguintes
tarefas: encaixar a chave na fechadura, encaixar o plug na tomada, desencaixar a
lâmpada do soquete e discar o número 9 do telefone. O cronômetro foi parado
quando o idoso terminou de discar o número 9 do telefone. O idoso realizou duas
tentativas seguidas, sendo o menor tempo de realização da tarefa considerado.
No teste de sentar e alcançar o objetivo foi verificar a flexibilidade. Foi
solicitado ao idoso sentar-se no chão com as pernas estendidas no banco de
madeira a frente e afastados, seguindo a linha do quadril e os braços estendidos um
sobre o outro. O idoso foi orientado a flexionar o tronco e ir lentamente para frente
durante a expiração, deslizando as suas mãos (uma sobre a outra) ao longo da fita
métrica até atingir o ponto mais distante, sem flexionar os joelhos mantendo essa
posição por pelo menos 2 segundos. Eram realizadas três tentativas, considerando a
maior distância em centímetros.14
O Teste de equilíbrio estático e agilidade e equilíbrio dinâmico da
AAHPERD15,16 , foi realizado com o idoso inicialmente sentado numa cadeira com os
calcanhares apoiados no solo. Ao sinal deveria mover-se para a direita e circundar o
cone que estava posicionado a 1,50m para trás e 1,80m para o lado da cadeira,
retornar para a cadeira e sentar-se. Imediatamente, o idoso deveria levantar-e e
repetir o circuito para o lado esquerdo. O idoso deveria concluir dois circuitos
completos e considerado o menor tempo após as duas tentativas, sendo anotado em
segundos como resultado final.
O equilíbrio estático foi medido através do teste de apoio unipodal. Foi medido
em segundos com idoso em apoio unipodal permanecendo nesta posição por no
máximo 30 segundos. O tempo que o idoso permaneceu nesta posição sem tocar o
chão foi registrado, foi utilizado a média de 3 tentativas em segundos.15 Determinou
a força de membro inferior através do teste de “Sentar e Levantar em 30
segundos”.17 O teste consiste em sentar e levantar de uma cadeira o mais rápido
possível durante 30 segundos, com as mãos cruzadas sobre o tórax. Teste para
determinar força de membro superior seguido a proposta feita por Soares e Sessa.
Foi avaliada por dinamometria manual (Takei, Kiki, Kogyo, Japão) utilizando-se o
teste de preensão palmar com o protocolo proposto por Soares e Sessa (1995).16
36
Após ajustar o aparelho o idoso realizou o teste na posição ortostática, com o braço
estendido e o aparelho posicionado na linha do antebraço, foi requisitado que
“apertasse” o aparelho somente com as articulações interfalageanas. Foram
realizadas duas tentativas alternadamente em cada mão sendo a melhor execução
considerada como resultado final do teste.
A força de tração lombar pelo dinamômetro analógico marca Takei, modelo
Back Strenght Dynamometer T.K.K. 5002 18 e o dinamômetro marca Takei, Kiki,
Kogyo, Japão. Foi medida através do dinamômetro lombar. O idoso posicionou-se
sobre a plataforma do dinamômetro com os pés afastados na largura dos ombros,
com joelhos fletidos a aproximadamente 135º, o tronco levemente inclinado à frente
e a cabeça acompanhando o prolongamento do tronco. O cabo do dinamômetro foi
ajustado próximo a altura dos joelhos do idoso onde deviam segurá-lo com ambas
as mãos exercendo força para cima durante cinco segundos. Três tentativas foram
realizadas, utilizando a melhor medida como resultado do teste.
Foi utilizado o questionário da OMS proposto por Vidán et al.19 para
determinar eventos de quedas em idosos. Para a realização dos testes físicos
funcionais foi requisitado que o idoso viesse com roupas confortáveis e sapatos não
escorregadios.
Análise estatística
A análise dos dados foi realizada através do programa Statistical Package for
the Social Science (SPSS), versão IBM20. Para verificar a normalidade dos dados,
utilizou-se o teste Shapiro-Wilk. Como o pressuposto de normalidade não foi
atendido (p<0,05), os dados estão descritos em valores de medianas e quartis.
Para a comparação do desempenho físico funcional entre os grupos,
estratificados segundo o estado cognitivo, o gênero e a idade, foi utilizado o teste
não paramétrico de Mann Whitney. E, por fim, utilizou-se o teste de correlação de
Spearman para verificar a existência de correlação entre idade e número de quedas
prévias no último ano, e o teste de Qui quadrado para verificar se houve associação
entre o estado cognitivo e o número de quedas prévias no último ano.
Adotou-se o nível de significância de 5% (p<0,05).
37
Resultados
A tabela 1 apresenta as características dos participantes.
Tabela 1 Características antropométricas do grupo sem déficit cognitivo ( G1)
e com déficit cognitivo (G2)
Tabela 1 - Características antropométricas do grupo sem déficit cognitivo (G1) e com déficit (G2)
IDADE (anos) PESO (kg) ESTATURA (m) IMC (kg/m2)
G1 HOMEM (64) MULHER (143)
69 ( 65;74)
67,40 (58,32;77,12)
1,56 (1,50;1,64)
26,80( 24,20; 30,40)
G2 HOMEM (4) MULHER (42)
70(66;78) 66,55 (58,40;74,40) 1,53 (1,48; 1,57) 28,95 (26,10;31,80)
Nota: valores mostrados em mediana [1º quartil; 3º quartil].
Tabela 2 - Apresenta a relação ao desempenho físico funcional entre os
grupos G1 e G2, permitindo observar diferença estatística entre os grupos; porém o
G2 demonstra pior desempenho funcional quando comparado com o grupo G1 para
as variáveis de equilíbrio, agilidade, habilidade manual e força de membro inferior.
38
Tabela 2 - Comparação do desempenho funcional entre o grupo sem déficit cognitivo (G1) e o com
déficit cognitivo (G2)
G1 (n=207)
G2 (n=46)
Mediana
25% 75% Mediana 25% 75% P
EQUI
13,65
5,53
25,37
5,62
2,24
11,75
0,001
AGI
25,41 22,39 29,11 29,94 24,38 34,58 0,005
FLOMBAR
60,00 48,00 78,00 49,50 35,75 57,25 0,001
HABMAN
11,06 9,51 13,72 14,66 11,17 18,60 0,001
FMI
11,00 9,00 13,00 10,00 9,00 11,00 0,001
FMS
25,00 21,60 31,50 22,20 18,57 26,45 0,151
FLEX
21,00 13,10 28,30 21,95 13,65 28,75 0,801
Nota: valores mostrados em mediana [1º quartil; 3º quartil]. Grau de significância < 0,05
Tabela 3: Observa-se a diferença do desempenho físico nos testes funcionais
entre os gêneros, tanto para o G1 quanto para o G2. Verifica-se que somente no
grupo G1 houve diferença estatística para o teste de habilidade manual (p<0,021) e
flexibilidade (p<0,005). As mulheres apresentaram melhor desempenho quando
comparado aos homens. Já para as variáveis de força de tração lombar (p<0,001) e
força de membro superior ( p<0,001) os homens obtiveram melhor desempenho.
39 Tabela 3 - Comparação entre os gêneros em relação ao desempenho físico funcional no G1 (sem
alteração) e G2 (com alteração)
G1
MULHERES n= 143
HOMENS
n= 64 P
EQUILÍBRIO 13,03 [5,12; 25,30] 14,38 [6,16; 27,29] 0,844 AGILIDADE 26,02 [ 22,91;29,49] 24,40 [21,45; 28,08] 0,191 FORÇA LOMBAR 48,50 [43,00; 65.00] 75,50 [71,50; 106,75] 0,001
HABILIDADE MANUAL 10,62 [9,51; 13,61] 11,52 [ 9,56;14,18] 0,021
FMI 11,00 [9,00; 11,00] 11,50 [8,00; 12,75] 0,718 FMS 23,00 [20,40; 25,40] 34,35 [30,42; 39’67] 0,001
FLEXIBILIDADE 23,20 [14,50; 30,00] 17,00 [9,55; 23,45] 0,005
G2
MULHERES
n=42
HOMENS
n=4
P
EQUILÍBRIO 5,57 [2,21; 9,68] 8,87 [2,76; 19,31] 0,601 AGILIDADE 30,78 [24,90; 35,14] 25,23 [22,64; 29,08] 0,116 FORÇA LOMBAR 48,50 [34,75; 56,00] 75,50 [62,25; 88,00] 0,501 HABILIDADE MANUAL 14,27 [11,17; 18,98] 16,58 [11,32; 18,33] 0,116 FMI 10,00 [9,00; 11; 00] 11,50 [8,00; 12,75] 0,479 FMS 21,35 [18,42; 26,02] 29,55 [26,10; 37,20] 0,116 FLEXIBILIDADE 22,75 [14,82; 29,15] 15,70 [11,89; 26,42] 0,601
Nota: valores mostrados em mediana [1º quartil; 3º quartil]. Grau de significância < 0,05
Em relação ao déficit cognitivo e comparação entre faixas etárias na tabela
4,observa-se que idosos com idade maior que ou 76 anos e mais apresentam pior
desempenho nas variáveis equilíbrio, agilidade, habilidade manual e força de
membro inferior em ambos os grupos ( p< 0,001).
40 Tabela 4: Comparação entre a idade em relação ao desempenho físico funcional no G1 (sem alteração) e G2 (com alteração)
G1
60-75 anos
76 anos e mais
P
EQUILÍBRIO
8,60 [8,60; 27,97] 6,59 [3,71; 14,55] 0,001
AGILIDADE
23,88 [21,71; 26,76] 28,16 [24,48; 36,42] 0,001
FORÇA LOMBAR 64,00 [50,00; 81,00] 60,00 [44,50; 77,50] 0,493
HABILIDADE MANUAL
10,59 [9,90; 12,05] 13,00 [10,44; 13,00] 0,001
FMI
12,00 [10,00; 13,00] 11,50 [8,00; 12,00] 0,001
FMS
24,70 [21,70; 31,90] 25,25 [20,75; 31,10] 0,630
FLEXIBILIDADE
14,45 [14,40; 29,50] 19,00 [11,55; 27,50] 0,520
G2
60-75 anos
Maiores de 76 anos
P
EQUILÍBRIO 8,92 [5,60; 18,56] 2,90 [1,67; 5,60] 0,001 AGILIDADE 26,53 [23,66; 30,92] 33,40 [29,93; 38,41] 0,001 FORÇA LOMBAR 50,00 [45,00; 65,00] 41,00 [32,00; 54,00] 0,493 HABILIDADE MANUAL 12,86 [10,65; 17,67] 15,79 [2,85; 19,18] 0,001 FMI 11,00 [9,00; 12,50] 9,50 [7,00; 11,00] 0,001 FMS 25,10 [20,75; 30,45] 19,95 [16,90; 23,00] 0,630 FLEXIBILIDADE 23,90 [14,45; 31,00] 21,45 [13,50; 24,90] 0,520 Nota: valores mostrados em mediana [1º quartil; 3º quartil]. Grau de significância < 0,05
Na tabela 5 observa-se que não há relação do déficit cognitivo com eventos
de quedas prévias e no último ano.
41 Tabela 5 - Relação do estado cognitivo com quedas
Mini Mental
P
G1
G2
VARIÁVEIS
N %
N %
QUEDAS PRÉVIAS
NÃO
49 (77,8) 14 (22,2)
0,337
SIM
158 (83,2) 32 (16,8)
QUEDAS
ÚLTIMO ANO
NÃO
46 (79,3) 12 (20,7)
0,573
SIM
161 (82,6) 34 (17,4)
Discussão
Este estudo objetivou analisar a influência do déficit cognitivo em relação ao
desempenho físico funcional na predisposição das quedas em idosos. Essas
variáveis merecem destaque na clínica desta população, contribuindo para a
elaboração de medidas preventivas em idosos com alteração cognitiva.
O presente estudo comparou idosos de ambos os sexos com e sem alteração
cognitiva utilizando vários instrumentos para determinar o desempenho funcional nos
idosos, observou que idosos de ambos os sexos com alteração cognitiva
apresentaram pior desempenho nas variáveis de equilíbrio, força muscular lombar,
força de membro inferior, agilidade e habilidade manual, sendo estas importantes
indicadores para analisar o risco de queda da população envolvida no estudo.
O déficit cognitivo é um dos fatores de risco de quedas mais citados pela
literatura.8,9 Estes autores8,9 relatam que durante o processo de envelhecimento, o
idoso apresenta alteração no equilíbrio devido o declínio no sistema sensório motor
predispondo o idoso à quedas. Este fato se agrava em pacientes com déficit
cognitivo devido ao comprometimento da função executiva, visuoespacial, praxia e
gnosia o que dificulta ainda mais a capacidade do idoso em recuperar o equilíbrio
quando o mesmo se depara com uma situação de risco.
As quedas em consequência da alteração cognitiva tem se tornado um fator
de risco elucidado pela literatura.7,8Em contrário a literatura7,8 no estudo apresentado
não houve relação das quedas e déficit cognitivo. Atribui-se este resultado a
42
característica da amostra que foi composta de idosos independentes. Segundo
Alvares et al, 201019 idosos com alteração cognitiva são mais sedentários e
dependente devido a restrição cognitiva e os respectivos cuidadores limitam os
idosos a cadeiras ou camas diminuindo a capacidade funcional e assim diminuindo o
risco de quedas nesta população.
Apesar de idosos com alteração cognitiva do presente estudo terem
demonstrado pior desempenho funcional o déficit cognitivo não apresentou-se como
fator determinante quando comparou grupos de idosos na faixa etária de 60-75
anos) e idosos mais velhos ( acima de 76 anos). Nos resultados apresentados neste
estudo verificou-se que idosos com idades acima de 76 anos apresentaram pior
desempenho físico em ambas as condições cognitivas.
Os resultados colaboram com os estudo de Martin et al.21, no qual avaliaram 386
idosos com idade entre 60-86 anos a fim de verificar se o estado cognitivo modificaria a
função fisiológica na tentativa de explicar o risco de eventos únicos e múltiplos de quedas.
O desfecho observado por esses autores demonstrou que o déficit cognitivo não determina
o risco de quedas, sugerindo que a interação da idade com o déficit cognitivo altera as
funções fisiológicas e que são essas alterações fisiológicas que levam o idoso a sofrer
eventos múltiplos de quedas.
O presente estudo diferencia-se dos trabalhos realizados por Smee et al.22 e Daly et
al.23 pois os resultados apresentados neste estudo demonstram a diferença entre idosos
com diferentes condições cognitivas (com e sem alteração) enquanto nos estudos de Smee
et al22 e Daly et al23 somente idosos sem alteração cognitiva foram avaliados. O desfecho
apresentado por tais autores demonstra que a perda da funcionalidade, força muscular de
membro superior e inferior, endurance e velocidade de marcha encontrada em idosos
acima de 75 anos é o que determina o maior risco de quedas em idosos quando
comparados a idosos mais jovens, entretanto com o presente estudo é possível inferir que
a idade é determinante na piora do desempenho funcional em ambas as condições
cognitivas e que o déficit cognitivo é fator agravante na piora do estado funcional em idosos
predispondo esta população a quedas..
Dessa forma estes resultados são confirmados por outros autores24,25, os
quais apontam para um aumento na expectativa de vida, possivelmente influenciado
por um melhor controle dos fatores intrínsecos específicos dessa faixa etária que
levam os idosos a viverem mais, porém, apresentando como consequência uma
maior exposição a este tipo de agravo.
43
O estado cognitivo não apresenta influencia quando comparam homens e mulheres
em relação ao desempenho funcional. Portanto, observou-se que idosos homens com
estado cognitivo preservados apresentaram melhor desempenho nos testes de preensão
manual e força de tração lombar enquanto as mulheres apresentaram melhor desempenho
nos testes de habilidade manual e flexibilidade.
Esta diferença no desempenho funcional entre os gêneros se explica através
da presença de diferentes hormônios nos homens e nas mulheres Desta forma,. nos
homens a presença do hormônio testosterona é responsável em realizar o turnover
proteico determinando a maior massa e força muscular.26,27 Hipótese essa para a
diferença no desempenho funcional entre os gêneros, em algumas variáveis.
Em contrapartida a partir da 3º e 4º década de vida da mulher principalmente
período pós menopausa, ocorre a queda do estrógeno, no qual provoca maior
reabsorção progressiva com consequente perda de massa óssea favorecendo o
aparecimento da osteoporose diminuindo consequentemente não só a massa
muscular e óssea mas também a força muscular; além disso as mulheres
apresentam menos tecido denso favorecendo maior flexibilidade.28
Alexandre et al.26 2008, Oliveira et al.27 2001 confirmam os resultados do
presente estudo onde homens idosos apresentam maior força de preensão manual
que mulheres idosas. Os autores avaliaram e compararam homens e mulheres
idosas independentes e dependentes nas atividades básicas de vida diária
verificando que homens idosos apresentavam maior força de preensão palmar
quando comparado a mulheres tanto do grupo independente quanto no dependente.
De acordo com Mazo et al.29 os mesmos relatam que existe diferença entre
homens e mulheres em relação ao estilo de vida, os autores analisaram e
compararam o nível de atividade física em idosos em ambos os sexos e verificaram
que mulheres idosas apresentam menor adesão a prática esportiva e dedicam mais
horas as atividades domésticas; enquanto os homens iniciam mais cedo a atividade
física e a duração na atividade laboral é maior que as mulheres. Os autores sugerem
que o estilo de vida e a intensidade da atividade física determinam esta diferença na
capacidade funcional em idosos.
Uma outra hipótese sugerida para esta diferença entre os gêneros se da pela
alteração na composição corporal em idosos, que apresentam uma diminuição do
gasto calórico predispondo a obesidade. No estudo realizado por Tavares e
Anjos,199930 demonstrou a prevalência de obesidade de 30,4% em homens e 50,2%
44
em mulheres na população brasileira. A combinação da obesidade com a perda de
massa muscular são fatores de piora do desempenho funcional em idosos.29
Vale ressaltar que algumas limitações foram encontradas ao longo do estudo,
como a não determinação do grau de escolaridade para categorizar o déficit
cognitivo segundo o MEEM, não se determinou o grau de comprometimento da
amostra, e a amostra foi composta somente por idosos independentes da
comunidade.
A importância deste trabalho apresenta evidências que afirmam a
necessidade de estabelecer a relação entre quedas, déficit cognitivo e perda
funcional em idosos com alteração cognitiva em uma população brasileira, tendo em
vista que os programas de prevenção de quedas em sua maioria não são destinados
a população com perda cognitiva tornando os programas de prevenção inadequados
para a população referida no trabalho. O estudo utilizou diferentes instrumentos para
determinar tanto o equilíbrio, agilidade mas também testes que reproduzem as
atividades diárias de idosos demonstrando portanto a importância da perda funcional
de idosos predispondo esta população a quedas.
Conclusão
Este estudo não apresentou relação do déficit cognitivo com histórico de
quedas prévias e no último ano podendo inferir com os resultados apresentados que
o déficit cognitivo é fator agravante na piora do desempenho funcional e que as
alterações fisiológicas que afetam a força lombar e de membro inferior, agilidade,
equilíbrio e habilidade manual são determinantes para predispor idosos com
alteração cognitiva às quedas.
45
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48
5 CONCLUSÃO GERAL
O estudo demonstrou que idosos com alteração cognitiva
apresentam pior desempenho funcional nas variáveis de força muscular de membro
inferior e lombar, agilidade, equilíbrio, habilidade manual quando comparados a
idosos sem alteração da cognição e que idosos com idades acima de 76 anos
apresentam pior desempenho funcional nas mesmas variáveis com exceção da força
lombar. Pode-se determinar que homens e mulheres idosas com preservação do
estado cognitivo apresentam diferença em relação à capacidade funcional nas
variáveis de força, habilidade manual e flexibilidade, respectivamente.
A diferença deste estudo com os anteriores é que pode-se verificar a
relação do desempenho funcional, déficit cognitivo e histórico de quedas em dois
grupos com diferentes condições cognitivas ( com e sem alteração ) de uma
população brasileira e assim inferir que a perda da funcionalidade determina a
predisposição de quedas sendo déficit cognitivo fator agravante na piora do
desempenho funcional em ambos os sexos aumentando o risco de quedas em
idosos.
49
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23. Santos SSC. Concepções teórico-filosóficas sobre envelhecimento, velhice, idoso e enfermagem gerontogeriátrica. Rev Bras Enf. 2010 dez;63(6):1035-9
24. Ruwer SL, Rossi AG, Simon LF. Equilíbrio no idoso. Rev Bras. Otorrinolaringol. 2005 ;71(3): 298-303
25.Huxham EF, GoldieP, Patla EA. Theoretical considerations in balance assessment Aust. J. Physiother 2001;47:89-100.
26.Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (Brasil), Projeto Diretrizes. Quedas em Idosos: prevenção. 2008 out 26 [citado em 2013 Out 28]. Disponível em
27. Nicolussi AC, Fhon JRS, Santos CAV, Kusumota L, Marques S, Rodrigues RAP. Qualidade de vida em idosos que sofreram quedas: revisão integrativa da literatura. Ci Saúde Coletiva. 2012 mar;17(3):723-30.
28. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (Brasil), Projeto Diretrizes. Associacao Medica Brasileira,e Conselho Federal de Medicina. Quedas em idosos:prevenção.. Sociedade de Geriatria e Gerontologia; 2001
29. Cavalcante ALP, Aguair JB, Gurgel LA. Fatores associados a quedas em idosos residentes em um bairro de Fortaleza. Rev Bras Geriatr Gerontol. 2012; 14(1):137-
51
30. Cruz DT, Ribeiro LC, Vieira MT, Teixeira MTB, Basto RR, Leite ICG. Prevalência de quedas e fatores associados em idosos. Rev Saúde Pública. 2012 fev;46(1):138-4
31. Novaes RD et al. Causas e consequências de quedas em idosos como indicadores para implementação de programas de exercício físico. Rev Dig EFDesportes. 2009;14 (131
32. Ministério da Saúde (Brasil), Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Atenção à saúde da pessoa idosa e envelhecimento. Brasília: Ministério da Saúde, 2012.
33. Rubenstein LZ. Falls in older people: epidemiology, risk factors and strategies for prevention.Age Ageing [periódico na internet]. 2006 Sep [acesso em 2 jul. 2013];35 (2 suppl):ii37-ii41
34. Hamra A., Ribeiro MB, Miguel OF. Correlação entre fratura por queda em idosos e uso prévio de medicamentos. Acta ortop. ras. [periódico na internet]2007[acesso em 2 jul. 2013];15(3): 143-45.
35. Chang JT, Morton SC, Rubenstein LZ, Mojica WA, Maglione M, Suttorp MJ et al. Interventions for the prevention of falls in older adults: systematic review and meta-analysis of randomised clinical trials. BMJ [periodico na internet] 2004 Mar.[acesso em 2 jul. 2013];328:680-3
36. Johana KO, Diogo MJD. Quedas em idosos: principais causas e consequências. Saúde Coletiva. 2007;4(17):148-53
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38. Nobrega O, Melo GF, Karnikowski MGO. Padrão de medicamentos prescritos para indivíduos de meia-idade e idosos de uma comunidade residente na periferia de Brasília. Rev. Bras. Cienc. Farm. 2005; 41(2):271-738.
39. Siqueira F V, Facchini LA,Piccini RX, Tomasi E, Thumé E, Silveira DS, Vieira V, HallalPC.,et al . Prevalência de quedas em idosos e fatores associados. Rev. Saúde Pública. 2007 out; 41(5):749-56
40. Diogo MJD, Neri AL,Cachioni M. (org). Saúde e qualidade de vida na velhice. Campinas:Alínea;2009
41. Menezes RL, Bachion MM. Estudo da presença de fatores de riscos intrínsecos para quedas, em idosos institucionalizados. Ciênc. saúde coletiva, 2008 ago;13(4):1209-18
42. Moraes EN, Marino MCA, Santos RR. Principais síndromes geriátricas. RevMed MinasGerais .2010; 20(1):54-66.
52
43. Coelho CLM, Bastos CL, Landeira-Fernandez J. A influência do gênero e da escolaridade no diagnóstico de demência. Estud. Psicol, 2010 out./dez; 27(4): 448-456.
44. Montero-Odasso M, Wells J, Borrie M, Speechley M. Can cognitive enhancers reduce the risk of falls in older people with Mild Cognitive Impairment? A protocol for a randomised controlled double blind trial.BMC Neurology.2009;9(1):1-12
45. Garber CE, Greaney ML, Riebe D, Nigg CR, Burbank PA, Clark PG. Physical and mental health-related correlates of physical function in community dwelling older adults: a cross sectional study. BMC Geriatr,2010;10(6):1-10.
46. Paixão Jr CM, Reichenhei ME. Uma revisão sobre instrumentos de avaliação do estado funcional do idoso Cad. Saúde Pública. 2005 jan/fev;21(1):7-19.
47. Osness WH.; AdrianM.; Clark B, Hoeger W.; Raab D, Wiswell R. Functional fitness assessment for adults over 60 years. Reston: American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance, 1990.
48. Lemmink KA, Kemper HC, Greef MH, Rispens P, Stevens M. The validity of the sit-and-reach test and the modified sit-and-reach test in middle-aged to older men and women.Res Q Exerc Sport. 2003;74(3):331-6 J Aging Health May 1993 5: 163-178
49. Greene LS, Williams HG, MaceraCA.,Carter J.S. Identifying dimensions of physical (motor) capacity in healthy older adults. J Aging Health May.1993;5:163-78.
50. Andreotti RA, Okuma SS. Validação de uma bateria de testes de atividades da vida diária para idosos fisicamente independentes. Rev Paul Educ Fís. 1999 jan/jun; 13(1):46-66.
51. Jones CJ, Rikli RE, Beam WC. A 30-s chair-stand test as a measure of lower body strength in community-residing older adults. Res Q Exerc Sport. 1999 Jun;70(2):113-7.
52. Friedman SM, Munoz B, West SK, Rubin G, Fried LP: Falls and fear of falling: which comes first? A longitudinal prediction model suggests strategies for primary and secondary prevention. J Am Geriatr Soc. 2002,50(8):1329-35.
53
ANEXOS
54
Anexo A - Termo de consentimento livre e esclarecido
Termo de consentimento livre e esclarecido para participação na pesquisa intitulada “PROJETO ELLO: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS FATORES SÓCIO-DEMOGRÁFICOS E
INDICADORES DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DE IDOSOS DO MUNICÍPIO DE LONDRINA-PR” (de acordo com a Resolução 196 de 10/10/1996 do Conselho Nacional de Saúde). Eu,_______________________________________________________________________, RG nº __________________________ livremente, consinto em participar da pesquisa “PROJETO ELLO: ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DOS FATORES SÓCIO-DEMOGRÁFICOS E INDICADORES DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DE IDOSOS DO MUNICÍPIO DE
LONDRINA-PR” sob responsabilidade da professora Audrey Marquez de Souza, diretora do Centro de Pesquisa em Saúde da Universidade do Paraná, localizada à Av. Paris, 675, Jardim Piza, Londrina/PR. Objetivo da pesquisa: Este estudo pretende avaliar os fatores sócio-demográficos e os indicadores das condições de saúde de idosos independentes do munícipio de Londrina/PR,. Procedimentos que serão necessários: A pesquisa será conduzida da seguinte maneira: a) inicialmente será realizada uma entrevista estruturada com o objetivo de obter
informações sobre perfil sociodemográfico, capacidade cognitiva, uso de medicamentos, consumo alimentar entre outros;
b) será necessário coletar uma pequena quantidade de sangue em jejum para realizar exames de sangue e extração de DNA; Esclarecemos que o risco decorrente da sua participação é o mesmo de procedimentos rotineiros de coleta de sangue, ou seja, não haverá nenhum risco porque será utilizado material descartável e as pessoas são totalmente treinadas para realizar esta tarefa.
c) será realizado um exame físico, denominado de bioimpedância, que tem por objetivo medir a massa gorda e magra. Será necessário estar de jejum por pelo menos 5 horas. E também não há nenhum risco a sua saúde.
d) será necessário coletar urina de 24 horas. O recipiente será fornecido pelos pesquisadores e esses orientarão o procedimento de coleta que será realizado em sua residência. Não há nenhum risco a sua saúde durante a coleta.
e) serão necessários aferir o peso, a altura, circunferências do braço, panturrilha, cintura. Estes procedimentos não causam nenhum dano físico e nem mental.
f) Será necessário submeter-se a alguns testes físicos para avaliar a capacidade funcional, de exercício e atividade físcia diária. Estes procedimentos não causam nenhum dano físico e nem mental.
g) será necessário fazer um bochecho durante um minuto para a coleta da saliva. Obs. Serão solicitadas duas autorizações aos doadores de sangue. A primeira é uma autorização específica para o estudo discutido acima, a segunda é uma permissão para usar o DNA, extraído das células do sangue, e as alíquotas de soro que serão guardadas para o uso em outros estudos que porventura a UNOPAR venha a desenvolver no futuro, sempre com a aprovação das comissões de ética da instituição. O DNA e o soro estocados poderão ser guardados por mais de 10 anos desde que em condições ideais de preservação. Caso o doador concorde em participar somente do primeiro estudo, ao final deste todo o material colhido do participante será descartado e não mais será usado em outras pesquisas.
55
____________________________ Autorização para participar somente no primeiro estudo _____________________________ Autorização para usar a doação em futuros estudos da UNOPAR.
Privacidade: Os dados individualizados serão confidenciais. Os resultados coletivos serão divulgados apenas em eventos e revistas meios científicos e não é possível a sua identificação. Benefícios: As informações obtidas nesta pesquisa poderão ser úteis cientificamente e de ajuda para todos, porém não receberei nenhuma compensação financeira por participar deste estudo. Riscos: Não haverá nenhum risco para a minha integridade física, mental ou moral por participar desta pesquisa. Desistência: Poderei desistir a qualquer momento deste estudo, sem qualquer conseqüência para mim. O(a) senhor(a) tem o direito de pedir outros esclarecimentos sobre a pesquisa que considerar necessário e de se recusar a participar ou interromper a sua participação a qualquer momento, sem que isso lhe traga qualquer prejuízo. Contato com os pesquisadores: Caso haja necessidade de esclarecimento de dúvidas ou reclamações ligue para o Centro de Pesquisa em Saúde da UNOPAR, (43) 3371-7990, nos seguintes horários: 8h:00min. às 12h:00min. e das 14h:00min às 17h:00min. Declaro estar ciente das informações deste termo de consentimento livre e esclarecido e concordo em participar desta pesquisa.
________________________________ Assinatura do entrevistado
_______________________________
Assinatura do(a) Pesquisador(a)
56
Anexo B - Aspectos cognitivos - Mini-Exame do Estado Mental
(Folstein and Folstein, 1975)
Anos de escolaridade________________________
ORIENTAÇÃO
Em qual dia estamos?
( ) Ano ( ) Semestre ( ) Mês ( ) Dia ( ) Dia da Semana
Onde nós estamos?
( ) Estado ( ) Cidade ( ) Bairro ( ) Hospital ( ) Andar
MEMÓRIA IMEDIATA
Repita as palavras: (um segundo para dizer cada uma, depois pergunte ao idoso as
três)
( ) Caneca ( ) Tijolo ( ) Tapete
ATENÇÃO E CÁLCULO
O Sr.(a). faz cálculos? ( ) Sim ( ) Não
Se a resposta for positiva, pergunte: se de 100 reais foram tirados 7, quanto resta? E
se tirarmos mais 7 reais, quanto resta? (total de 5 subtrações).
( ) 93 ( ) 86 ( ) 79 ( ) 72 ( ) 65
Se a resposta for não, peça lhe para soletrar a palavra “mundo” de trás para diante:
( ) O ( ) D ( ) N ( ) U ( ) M
MEMÓRIA DE EVOCAÇÃO
Repita as palavras que disse há pouco:
( ) Caneca ( ) Tijolo ( ) Tapete
LINGUAGEM
Mostre um relógio de pulso e pergunte-lhe: o que é isto? Repita com uma
caneca.
( ) Relógio ( ) Caneca
Repita o seguinte: “NEM AQUI, NEM ALI, NEM LÁ”. ( )
Siga uma ordem de três estágios:
“Tome um papel com sua mão direita” ( )
“Dobre-o ao meio” ( )
“Ponha-o no chão” ( )
Leia e execute o seguinte: (cartão) FECHE OS OLHOS ( )
Escreva uma frase ( ) ______________________________________
OBSERVAÇÃO * Não pode ser o nome
57
Copie este desenho ( )
Total:______Pontos
CLASSIFICAÇÃO DE ACORDO COM A ESCOLARIDADE:
Analfabetos: 19 pontos
1 a 3 anos de escolaridade: 23 pontos
4 a 7 anos de escolaridade: 24 pontos
Acima de 7 anos de escolaridade: 28 pontos
Valores abaixo dessa pontuação sugerem investigação tanto clinica quanto cognitiva.
Referencia da norte de corte: Caderno de Atenção Básica nº19, pg 144, 2007.
Ministério da Saude. Envelhecimento e Saude da Pessoa Idosa, Brasília, DF.
58
Anexo C - Questionário da OMS para o estudo das quedas
Vidán MT, Vellas B, Montemayor T, Romer C, Garry PJ, Ribera JM, et al. Cuestionario de la
OMS para el estudio de las caídas en el anciano. Revista Española Geriatría y
Gerontología;28(1):41-48.1993.
NOME:_________________________________________ Nº:______________
DATA:__/__/_____ EXAMINADOR_____________________
A) MEDO DE CAIR
1. O Sr./Sra tem medo de cair? ( ) Sempre ( ) Às vezes ( ) Nunca
Para respostas "sempre" e "às vezes", qual o motivo?
____________________________________________
2. Usa algum instrumento para ajudar na deambulação? ( ) Sim ( ) Não
( ) Bengala/muleta ( ) Andador ( ) Cadeira de rodas
3. Necessita apoiar em alguma coisa (parede, corrimão, barra de apoio) ou em alguém para
caminhar?
( ) Sim ( ) Não ( ) Paciente é acamado ou cadeirante
B) ATIVIDADE FÍSICA
Se "sim": qual(is):
(1) Caminhada (2) hidroginástica (3) ginástica/alongamento (4) musculação (5) bicicleta
(6) natação (7) yoga (8) Outra: qual? __________________________________
2. Quantas vezes por semana?
(1) Eventualmente, sem constância (2) 1-2 vezes/nos finais de semana
(3) 3-4 vezes/semana (4) 5 ou mais vezes/diariamente
Por quanto tempo se exercita quando inicia a atividade?
__________________________________
Há quanto tempo você faz exercícios físicos? _________________________________
C) ANÁLISE FUNCIONAL
Apresenta dificuldade para…
- -se ou levantar-se de uma cadeira
- -
59
D) A QUEDA
2. Quando?
Quantas vezes caiu nesse período?
3. Tem mudado seu modo de vida devido à queda?
1. Sim
_____________________________________________________________
4. Tem medo de voltar a cair?
5. Informação sobre as características da queda:
5.1. Lugar da queda:
Especificar:___________________________________________________________
Em lugar não frequentado habitualmente
5.2. Iluminação do lugar da queda
5.3. Momento da queda
Precisar dia e mês: ____/____
Momento do dia:
Especificar a hora:_________________
5.4. Condições metereológicas
60 5.5. Condições do piso
5.6. Tipo de calçado
5.7. Havia algum objeto que favoreceu a queda?
. Sim
5.7.1 Natureza do objeto:________________________________________________
5.7.2 Havia sido colocado recentemente?
5.8. Tipo de queda
alguém
empurrou,...)
5.9. Atividade da pessoa no momento da queda:
Especificar:_____________________________________________________
5.10 Mecânica da queda
5.11 Presenciou alguém cair?
5.12 Caiu de sua própria altura?
No caso de não, especificar:_____________________________________________
5. 13 Tropeçou em algo?
No caso de sim, especificar:______________________________________________
61 5. 14 Como era o piso?
especificar:_____________________________
5.15. Quanto tempo permaneceu no piso?
□ 1. Levantou-se imediatamente □ 2. Uns minutos □ 3. Menos de uma hora
□ 4. Mais de uma hora □ 5. Mais de 12 horas □ 6. Não lembra
5.16. Conseguiu levantar-se?
□ 0. Não □ 1. Sim com ajuda □ 2. Sim, sozinho
5.17. Consequências imediatas da queda
□ 1. Nenhuma □ 2. Lesão superficial ou contusão
□ 3. Fratura e outras consequências graves, especificar:_______________________
□ 4. Traumatismo craneano □ 5. Outro, especificar:____________________________
E) O CONTATO COM O SISTEMA DE SAÚDE
1. O alarme
a) Por quem foi dado?
□ 0. Telealarme ou televigilância □ 1. Pela própria pessoa □ 2. Por um familiar (precisar
quem)
□ 3. Por um vizinho □ 4. Por outra pessoa
b) A quem?
□ 1. Posto de saúde □ 2. Serviço de urgências (Hospital) □ 3. Bombeiros (Siate)
□ 4. Ambulância privada □ 5. Consultório médico
2. Acontecimentos imediatos
a) Recebeu algum tipo de cuidado médico? □ 0. Não □ 1. Sim
Em caso afirmativo:
□ 1. Em consulta externa □ 2. No domicílio □ 3. No hospital
No domicílio ou em consulta:
□ 1. Pelo médico do posto □ 2. Pelo clínico geral de plantão □ 3. Por um especialista
□ 4. Por uma enfermeira □ 5. Por outra pessoa (especificar)
Foi hospitalizado: □ 1. De forma urgente □ 2. Posteriormente □ Não foi hospitalizado
Em que serviços foi hospitalizado, especifique:_______________________________
62 b) Destino da pessoa após a queda:
□ 1. Domicílio sem apoio □ 2. Domicílio com algum tipo de apoio,
especificar:______________ □ 3. Ao cuidado dos familiares □ 4. Hospital
□ 5. Instituição de Longa Permanência para Idosos (Asilo) □ 6. Centro de reabilitação
□ 7. Residência com assistência
63
Anexo D – Parecer Consustanciado
64
Anexo E - Forma e apresentação do manuscrito da Revista Brasileira de Fisioterapia
O BJPT (Jornal Brasileiro de Fisioterapia) considera a submissão de manuscritos com até
3.500 palavras (excluindo-se página de título, resumo, referências, tabelas, figuras e
legendas). Informações contidas em anexo(s) serão computadas no número de palavras
permitidas.
O manuscrito deve ser escrito preferencialmente em inglês. Quando a qualidade da redação
em inglês comprometer a análise e avaliação do conteúdo do manuscrito, os autores serão
informados.
Recomenda-se que os manuscritos submetidos em inglês venham acompanhados de
certificação de revisão por serviço profissional de editing and proofreading. Tal certificação
deverá ser anexada à submissão. Sugerimos os seguintes serviços abaixo, não excluindo
outros:
American Journal Experts (http://www.journalexperts.com);
Scribendi (www.scribendi.com);
Nature Publishing Groups Language Editing (https://languageediting.nature.com/login).
Antes do corpo do texto do manuscrito deve-se incluir uma página de título e identificação,
palavras-chave e o abstract/resumo. No final do manuscrito inserir as referências, tabelas,
figuras e anexos.
Título e identificação
O título do manuscrito não deve ultrapassar 25 palavras e deve apresentar o máximo de
informações sobre o trabalho. Preferencialmente, os termos utilizados no título não devem
constar na lista de palavras-chave.
A página de identificação do manuscrito deve conter os seguintes dados:
Título completo e título resumido com até 45 caracteres, para fins de legenda nas páginas
impressas;
Autores: nome e sobrenome de cada autor em letras maiúsculas, sem titulação, seguidos
por número sobrescrito (expoente), identificando a afiliação institucional/vínculo
65 (unidade/instituição/cidade/estado/país). Para mais de um autor, separar por vírgula;
Autor de correspondência: indicar o nome, endereço completo, e-mail e telefone do autor de
correspondência, o qual está autorizado a aprovar as revisões editoriais e complementar
demais informações necessárias ao processo;
Palavras-chaves: termos de indexação ou palavras-chave (máximo seis) em português e em
inglês.
Abstract/Resumo
Uma exposição concisa, que não exceda 250 palavras em um único parágrafo, em
português (Resumo) e em inglês (Abstract), deve ser escrita e colocada logo após a página
de título. Referências, notas de rodapé e abreviações não definidas não devem ser usadas
no Resumo/Abstract. O Resumo e o Abstract devem ser apresentados em formato
estruturado.
Introdução
Deve-se informar sobre o objeto investigado devidamente problematizado, explicitar as
relações com outros estudos da área e apresentar justificativa que sustente a necessidade
do desenvolvimento do estudo, além de especificar o(s) objetivo(s) do estudo e hipótese(s),
caso se aplique.
Método
Descrição clara e detalhada dos participantes do estudo, dos procedimentos de coleta,
transformação/redução e análise dos dados de forma a possibilitar reprodutibilidade do
estudo. O processo de seleção e alocação dos participantes do estudo deverá estar
organizado em fluxograma, contendo o número de participantes em cada etapa, bem como
as características principais (ver modelo fluxograma CONSORT).
Quando pertinente ao tipo de estudo deve-se apresentar cálculo que justifique
adequadamente o tamanho do grupo amostral utilizado no estudo para investigação do(s)
efeito(s). Todas as informações necessárias para estimativa e justificativa do tamanho
amostral utilizado no estudo devem constar no texto de forma clara.
66
Resultados
Devem ser apresentados de forma breve e concisa. Resultados pertinentes devem ser
reportados utilizando texto e/ou tabelas e/ou figuras. Não se devem duplicar os dados
constantes em tabelas e figuras no texto do manuscrito.
Discussão
O objetivo da discussão é interpretar os resultados e relacioná-los aos conhecimentos já
existentes e disponíveis na literatura, principalmente àqueles que foram indicados na
Introdução. Novas descobertas devem ser enfatizadas com a devida cautela. Os dados
apresentados nos métodos e/ou nos resultados não devem ser repetidos. Limitações do
estudo, implicações e aplicação clínica para as áreas de Fisioterapia e Reabilitação deverão
ser explicitadas.
Referências
O número recomendado é de 30 referências, exceto para estudos de revisão da literatura.
Deve-se evitar que sejam utilizadas referências que não sejam acessíveis
internacionalmente, como teses e monografias, resultados e trabalhos não publicados e
comunicação pessoal. As referências devem ser organizadas em sequência numérica de
acordo com a ordem em que forem mencionadas pela primeira vez no texto, seguindo os
Requisitos Uniformizados para Manuscritos Submetidos a Jornais Biomédicos, elaborados
pelo Comitê Internacional de Editores de Revistas Médicas – ICMJE.
Os títulos de periódicos devem ser escritos de forma abreviada, de acordo com a List of
Journals do Index Medicus. As citações das referências devem ser mencionadas no texto
em números sobrescritos (expoente), sem datas. A exatidão das informações das
referências constantes no manuscrito e sua correta citação no texto são de responsabilidade
do(s) autor(es).
Exemplos: http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html.
Tabelas, Figuras e Anexos.
As tabelas e figuras são limitadas a cinco (5) no total. Os anexos serão computados no
67 número de palavras permitidas no manuscrito. Em caso de tabelas, figuras e anexos já
publicados, os autores deverão apresentar documento de permissão assinado pelo autor ou
editores no momento da submissão.
Para artigos submetidos em língua portuguesa, a(s) versão (ões) em inglês da(s) tabela(s),
figura(s) e anexo(s) e suas respectivas legendas deverão ser anexados no sistema como
documento suplementar.
-Tabelas: devem incluir apenas os dados imprescindíveis, evitando-se tabelas muito longas
(máximo permitido: uma página, tamanho A4, em espaçamento duplo), devem ser
numeradas, consecutivamente, com algarismos arábicos e apresentadas no final do texto.
Não se recomendam tabelas pequenas que possam ser descritas no texto. Alguns
resultados simples são mais bem apresentados em uma frase e não em uma tabela.
-Figuras: devem ser citadas e numeradas, consecutivamente, em arábico, na ordem em que
aparecem no texto. Informações constantes nas figuras não devem repetir dados descritos
em tabela(s) ou no texto do manuscrito. O título e a(s) legenda(s) devem tornar as tabelas e
figuras compreensíveis, sem necessidade de consulta ao texto. Todas as legendas devem
ser digitadas em espaço duplo, e todos os símbolos e abreviações devem ser explicados.
Letras em caixa-alta (A, B, C, etc.) devem ser usadas para identificar as partes individuais
de figuras múltiplas.
Se possível, todos os símbolos devem aparecer nas legendas; entretanto, símbolos para
identificação de curvas em um gráfico podem ser incluídos no corpo de uma figura, desde
que não dificulte a análise dos dados. As figuras coloridas serão publicadas apenas na
versão online. Em relação à arte final, todas as figuras devem estar em alta resolução ou em
sua versão original. Figuras de baixa qualidade não serão aceitas e podem resultar em
atrasos no processo de revisão e publicação.
Agradecimentos: devem incluir declarações de contribuições importantes, especificando sua
natureza. Os autores são responsáveis pela obtenção da autorização das
pessoas/instituições nomeadas nos agradecimentos.