"Das que fazem sombra, das que dão frutos, das que enfeitam ou das que curam: as plantas no quintal

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Antônia Matias Alves e Ivam Vieira da Silva, agricultor e agricultora da comunidade de Pinga, Zona Rural do município de Carnaubal, na Serra da Ibiapaba colhem o que plantam; tudo fresquinho, no quintal de casa. Hoje, o casal já tem água em casa para beber e plantar, uma realidade que há alguns anos era difícil de imaginar. “As cisternas mudaram muito nossa vida aqui, a de placa e a calçadão, antes nós vivíamos andando atrás de água”, conta Antônia. Do casamento vieram dois filhos, Gabriel e Erick, que hoje tem 12 e 14 anos. O casal trabalhou a vida inteira na agricultura. Mesmo com a dificuldade no acesso à água, a agricultora Antônia conta que sempre gostou de plantar e, por isso, cultivava um canteirinho no quintal de casa. A realidade de dificuldades no acesso a água começou a ser transformada quando a comunidade foi beneficiada com o Programa de Formação e Mobilização Social Para Convivência com o Semiárido da Articulação no Semi-Árido Brasileiro (ASA). Primeiro chegou o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), com a construção de uma cisterna que acumula água para consumo humano. Algum tempo depois, seis famílias da comunidade também foram beneficiadas com a cisterna-calçadão, do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), cuja água é utilizada na produção de alimentos e criação animal Hoje no arredor de casa da família encontra-se uma diversidade imensa de plantas: das que fazem sombra, das que dão frutos, das que enfeitam ou das que curam. O quintal tem gliricídia, goiaba, eucalipto, acerola, siriguela, limão, algodão, tangerina, laranjas, além de bonitos canteiros. “Aqui a gente tem o maior cuidado com as plantas. Pra gente não comprar, planta tudo aqui no arredor”, conta Antônia. Ceará Ano 6 | nº 919 | outubro | 2012 Carnaubal - Ceará Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas “Das que fazem sombra, das que dão frutos, das que enfeitam ou das que curam: as plantas no quintal de Antônia e Ivam” 1 Antônia e Ivam mostram as plantas no quintal Ivam mostra a área próxima ao quintal

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Antônia Matias Alves e Ivam Vieira da Silva,

agricultor e agricultora da comunidade de Pinga, Zona

Rural do município de Carnaubal, na Serra da Ibiapaba

colhem o que plantam; tudo fresquinho, no quintal de

casa. Hoje, o casal já tem água em casa para beber e

plantar, uma realidade que há alguns anos era difícil de

imaginar. “As cisternas mudaram muito nossa vida

aqui, a de placa e a calçadão, antes nós vivíamos

andando atrás de água”, conta Antônia. Do

casamento vieram dois filhos, Gabriel e Erick, que

hoje tem 12 e 14 anos. O casal trabalhou a vida inteira

na agricultura. Mesmo com a dificuldade no acesso à

água, a agricultora Antônia conta que sempre gostou

de plantar e, por isso, cultivava um canteirinho no

quintal de casa.

A realidade de dificuldades no acesso a água começou a ser transformada quando a comunidade foi

beneficiada com o Programa de Formação e Mobilização Social Para Convivência com o Semiárido da Articulação

no Semi-Árido Brasileiro (ASA). Primeiro chegou o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), com a construção

de uma cisterna que acumula água para consumo humano. Algum tempo depois, seis famílias da comunidade

também foram beneficiadas com a cisterna-calçadão,

do Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), cuja

água é utilizada na produção de alimentos e criação

animal

Hoje no arredor de casa da família encontra-se

uma diversidade imensa de plantas: das que fazem

sombra, das que dão frutos, das que enfeitam ou das que

curam. O quintal tem gliricídia, goiaba, eucalipto,

acerola, siriguela, limão, algodão, tangerina, laranjas,

além de bonitos canteiros. “Aqui a gente tem o maior

cuidado com as plantas. Pra gente não comprar, planta

tudo aqui no arredor”, conta Antônia.

Ceará

Ano 6 | nº 919 | outubro | 2012Carnaubal - Ceará

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

“Das que fazem sombra, das que dão frutos, das que

enfeitam ou das que curam:

as plantas no quintal de Antônia e Ivam”

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Antônia e Ivam mostram as plantas no quintal

Ivam mostra a área próxima ao quintal

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Acerola e tomate são as frutas que possuem

uma colheita maior e como diz a agricultora as que se

estragam mais rapidinho, por isso é preciso

criatividade nas receitas e na conservação desses

alimentos. A aguação de todas as plantas que possuem

ficou bastante prejudicada este ano devido à estiagem

que vivemos, “a gente tem muita vontade que nossas

plantinhas escapem até o inverno, por isso mesmo com

sacrifício não deixamos de regar”, conta Antônia que

por conta da seca só está regando as plantas de dois em

dois dias, em anos de chuva normal as plantas ganham

água duas vezes por dia no início da manhã e no final

da tarde. Além de aguar a agricultora usa esterco de

caprinos e o nim como adubos orgânicos. “Nunca

faltou água em nossa cisterna, mas esse ano estamos com muito medo de faltar, só tem um restinho lá”, conclui

Ivam.

Além do arredor o casal cultiva também uma outra área próxima da casa, é lá que a família escolheu para que

fosse implementada sua cisterna calçadão. A cisterna calçadão armazena 52 mil litros de água e é formada por uma

área de captação, um reservatório de água e um sistema de irrigação. Com ela, a família consegue aguar as duas

áreas, graças a um sistema de irrigação que leva a água da cisterna também até o quintal da casa. O trabalho nas duas

áreas fica divido como diz Ivam “aqui perto da cisterna eu é quem mais cuido e no arredor de casa quem cuida

mais é ela e os meninos também já ajudam muito, cuidam direitinho quando nós temos que sair, até cozinhar eles já

estão aprendendo”.

Outro cuidado da família é com as sementes, “a gente guarda para não faltar e assim que aparece chuva

plantamos sem esperar pelo governo”, afirma Ivam. E é sem esperar para semear que os agricultores fazem

florescer milho, feijão e esperança.

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o casal também cultiva alimento para os animais

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