DE NOSSA SENHORA DA OLIVEIRA -...

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DA OLIVEIRA Deputado Francisco Appio - Agosto 2008 - VACARIA DE NOSSA SENHORA Obra de Carlos Rigotti - Foto: O Retrato

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DA OLIVEIRA

Deputado Francisco Appio- Agosto 2008 -

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O deputado Francisco Appio provocou ardorosos debates sobre opovoamento de Vacaria, ao abrir 2008 como comemorativo aos “

Opropósito do parlamentar, que ocupa com freqüência a Tribuna doParlamento Gaúcho, para dar publicidade a autores que se dedicam àspesquisas de nossa antropologia, genealogia e origem das etnias queformam o nosso povo, promove o concurso literário sobre o tema. Aosvencedores, prêmios de bom valor, conforme regulamento publicado nosite , onde estão obras de grande valor histórico, comlivros, pesquisas, reportagens e o Link para Vacaria de Nossa Senhora deOliveira. Neste mês de agosto, comemorando a posse do Bispo DomIrineu Gassen, Appio foi à tribuna para registrar nos anais da AssembléiaLegislativa a importância da Diocese.

243 anosda chegada dos Açorianos aos Campos de Cima da Serra”.

www.appio.com.br

SERÁ VACARIA AÇORIANA?

“Nesta reportagem resgata-se mais uma vez, pelas obras deManoel Duarte (No Planalto), José Fernandes de Oliveira (Rainhado Planalto) e Fidélis Dalcin Barbosa (Vacaria dos Pinhais eDiocese), a história de Vacaria e da Região, com seus numerososmunicípios, todos oriundos de Santo Antônio da Patrulha. Noencarte central, os cinco Bispos de Vacaria, entre os quais o 1ºBispo Prelado Dom Cláudio Bampi e o 1º Bispo Diocesano DomAugusto Petró, que goza de boa saúde aos 90 anos e reside no Lardas Irmãs de Santa Catarina, na cidade de Ivoti. Procuramosapresentar o novo Bispo Dom Irineu à comunidade de NossaSenhora da Oliveira, ao mesmo tempo em que revelamos ao novoBispo o resumo do histórico da região e sua Diocese, bem como desua padroeira. Sem pretensão de escritor, mas como repórter eparlamentar, fazemos da distribuição gratuita desta reportagem, aseqüência de um trabalho que permitiu que mais de 400 milexemplares de separatas chegassem à população, nos últimosquinze anos. Sem apologias políticas, partidárias ou ideológicas,este trabalho compõe o Projeto Esperança, que promove a InclusãoDigital, treinamento de jovens, projeção de filmes culturais e troca-

troca de livros. Reconhecemos e registramosque sob inspiração do saudoso Dom PedroSbalchiero Neto, na foto ao lado na aulainaugural do Projeto Esperança na CasaVerde em 2005, procuramos ampliar aatuação parlamentar, para a qual acomunidade nos indicou”.

(Francisco Appio, 05 de agosto de 2008)

Na obra “Vacaria dos Pinhais”, de Fidélis DalcinBarbosa, lemos: Vacaria, em castelhano , eranome dado a grandes extensões de campos naturais,onde os missionários Jesuítas das Reduções e dosSete Povos das Missões colocavam seus rebanhos,para se criarem soltos, alçados, formando reservaspara as suas estâncias. A Vacaria do Mar, situadaentre a Lagoa dos Patos e os rios Jacuí e Negro, haviasido pilhada por espanhóis e portugueses. Para fugirdos conquistadores, o Provincial dos Jesuítas, Pe.

Lauro Nunes, em 1702, fundou a Vacaria dos Pinhais – Baqueria de losPiñales – em região que parecia inacessível a espanhóis e portugueses.Era uma vasta área, cercada por fronteiras naturais: a gigantescamuralha dos Aparados; o caudaloso rio Pelotas; ao Sul o profundo rio dasAntas; a imensa floresta do Mato Português e Mato Castelhano.

baqueria

Osjesuítas conheciam a região há cerca de meio século, quando dacatequese entre os índios. O Pe. Cristovão de Mendonza, mais tardeassassinado pelos próprios indígenas, na localidade hoje conhecida porÁgua Azul, em Santa Lúcia do Piaí, município de Caxias do Sul, percorreua região em 1635. Em 1692, os Jesuítas deixaram marcos de pedra com alegenda: “S.J. 1692”. Um desses marcos está exposto no museuMunicipal de Vacaria(foto acima).

BAQUERIA DE LOS PIÑALESO COMEÇO DE TUDO

Em 1709, os índios das Missões abriam picadas através do MatoCastelhano e Mato Português, penetrando na região do PlanaltoNordestino com 80 mil cabeças de gado vacum, com que iniciaram seusdomínios pastoris. Em 1718 danosa incursão portuguesa aniquilou osrebanhos, provocando violenta reação missionária. A 10.7.1729, pelomesmo caminho, tiraram milhares de cabeças de gado, cavalo e mulas.Em 1633 o Pe. Francisco Ximenes fundou aRedução de Santa Teresa, junto ao MatoCastelhano, no atual Passo Fundo,confiando-a aos cuidados do Pe. Pedro Mola.No dia 21 de março de 1761, foi construída aprimeira capela de Nossa Senhora daOliveira, conforme pintura ao lado.

Os Padres das Missões construíram alguma casa ou capela, nosCampos de Cima da Serra ?Emiliano Silveira de Azevedo, neto de Manuel da Silveira de Azevedo,fundador de Bom Jesus, declarou ao escritor Fidélis Dalcin Barbosa,que, num capão das proximidades desta cidade, podem ser observadasainda hoje as ruínas de uma capela e de uma casa. Para o escritorManuel Duarte, os mangueirões da região do Silveira – São José dosAusentes - são de autoria dos padres das Missões. Antigos moradoresde Três Pinheiros – Ibiaçá - garantem que existiu ali uma ReduçãoJesuítica, cujas ruínas podem ser vistas ainda hoje, nas proximidades dopasso velho do rio Forquilha. O nome dessa Redução era Conceição,nome da Capela dos Três Pinheiros. A Redução era de índios Guaianás,ou Caingangues. Entre o rio Forquilha e o rio Passo Ruim existe uma belae vasta região de campos nativos, cercada de matas, algo parecido como Campo do Meio, que era o Potreiro Grande da Redução de SantaTeresa. Esta redução é reconhecida pela historiadora Irene BasileBecker em “O Índio Kaingáng no RS . A autora cita Francisco Schadenem “Índios, caboclos e colonos, páginas de etnologia, sociologia efolclore” – Faculdade de Filosofia, Ciência e Letras, da USP. “No tocanteà pacificação dos Índios Kaingáng do RS, na época colonial, cumpresalientar, como um dos fatos mais importantes, o estabelecimento dumaredução jesuíta no alto curso do Uruguai. Ficava no território dosGuandanás e tinha o nome de Conceição! Diz-se existirem ainda, pertodo Forquilha, as ruínas desse estabelecimento fundado em 1630, noqual, segundo os cronistas, se teria aldeado um total de 3.000 índios.Não tivemos possibilidade de verificar a data em que deixou de existiressa grande redução”. Segundo declarações do Pe. OlímpioPagnoncelli, os antigos moradores de Três Pinheiros tinham exatoconhecimento desta redução jesuítica, atendida por mais de um padre.Além dos Jesuítas, fizeram-se presentes em Vacaria de outrora,Jesuítas a serviço de Portugal. Em dezembro de 1637, o Pe. FranciscoFernandes de Oliveira, filho do bandeirante André Fernandes, passoupor aqui, procedente de São Paulo. Quando seu pai expulsou osJesuítas espanhóis da Redução de Santa Teresa (25.12.1637), o Pe.Francisco tomou conta da aldeia dos índios, permanecendo nela cercade 40 anos, vindo, provavelmente, a morrer aqui. Esta povoação,chamada Igaí, foi a primeira de origem portuguesa no Rio Grande do Sul.Outro Jesuíta, o Matemático Domingos Capassi, a serviço do Rei dePortugal penetrou no atual município de Bom Jesus, em fins de 1731,junto com Cristóvão Pereira de Abreu, deixou o nome de Matemático aoPasso do rio dasAntas. Nome que se estendeu ao povoado.

O escritor Fidélis Barbosa reconhece que a contribuição dos Jesuítascom a introdução do gado fez com que os Campos de Vacaria fossemcobiçados. Antes mesmo que Silva Paes firmasse o marco de ocupaçãooficial em nome da coroa de Portugal, Vacaria era a porteira do RioGrande. Em 1637 passavam pelos Campos de Vacaria os bandeirantesFrancisco Bueno eAndré Fernandes.Em 1638 era a vez de Fernão Dias Pais, o “Caçador de Esmeraldas”.Mamelucos, predadores de índios, por esse tempo, andavam por aquiescravizando o gentio para levá-lo a São Paulo e ao centro do Brasil. Aseguir, foram os caçadores de gado, que dele só aproveitavam o couro e osebo. Coube ao lagunense Francisco de Sousa e Faria, em 1729, abrir aprimeira estrada da serra. Além de abrir a segunda estrada das tropas,Cristóvão Pereira de Abreu, o rei dos tropeiros, abriu também a estradadas tropas para as Missões, atravessando o Mato Português, o MatoCastelhano e os Campos do Passo Fundo.A ocupação definitiva do território da Diocese teve início após a aberturadas estradas das tropas. Estes caminhos, procedentes de Laguna eViamão e das Missões, cruzavam os campos de Bom Jesus, Vacaria eLagoa Vermelha, atravessando o rio Pelotas no Passo de Santa Vitória edaí para São Paulo.

OS PIONEIROS DA REGIÃO

Na década de 1730, devia haver algum morador ao longo dessescaminhos, sobretudo junto ao passo de Santa Vitória. Na década de1740 fixavam-se aqui os primeiros povoadores, já no ciclo dotropeirismo. Foram os tropeiros paulistas que fundaram Vacaria, LagoaVermelha, Passo Fundo, Cruz Alta, Palmeira das Missões. Em 1752foram concedidas sesmarias para Cristóvão Pereira de Abreu,Francisco de Sousa e Faria e Pedro da Silva Chaves. Os pioneirossofreram terrível hostilidade por parte dos índios Guaianás, maisconhecidos por Coroados. Foi tão agressiva a perseguição aosprimeiros colonizadores, que estes viram-se obrigados a abandonarseus campos, migrando para Lages e para a região das Missões. Emconseqüência desta hostilidade indígena, Vacaria ficou despovoada poralguns anos, até que em 1780, nova leva de migrantes, provavelmenteaçorianos, decididos e bem armados, conseguiu fixar-se, fundando osprimeiros estabelecimentos pecuários. Antes disso, há registros dachegada de povoadores de Laguna, entre os quais a família de TeresaRodrigues de Jesus, seu marido Antonio Borges Vieira, seus irmãos,sobrinhos e sobrinhas.

Primeiro Bispo Diocesano tomou posse em17/08/1958. Permaneceu por seis anos na Diocese,transferindo-se para Uruguaiana, após a nomeaçãode Dom Henrique Gelain em 1964. Aos 90 anos deidade, reside no Lar das Irmãs de Santa Catarina,

em Ivoti, graças ao empenho do Bispo Emérito, Dom Angelo Salvador,que o sucedeu em Uruguaiana. No mesmo dia da ordenação de DomIrineu Gassen em Santa Cruz, o Bispo Emérito Dom Augusto Petrófestejou 50 anos da sua ordenação, em 1958.No dia seguinte (28/07) foi celebrada missafestiva, comemorativa ao cinqüentenário deseu Episcopado . No próximo dia17/08 comemoraremos os 50 anos de suaposse na Diocese de Vacaria. Na foto adireita, Dom Augusto na Celebração damissa em Ivoti entre o Deputado FranciscoAppio e o Bispo DomAngelo Salvador.

(foto acima)

Em 1750 foi encontrada a imagem de Nossa Senhora da Oliveira, quevenerada numa ermida e depois numa capela, fez com que fossemconstruídas as primeiras moradias, dando início à formação do povoado. Umdos primeiros moradores, donatário da sesmaria de Nossa Senhora doPerpétuo Socorro, foi José de Campos Bandemburgo, como vem detalhadono livro “Rainha do Planalto” do historiador José Fernandes de Oliveira. Suafilha única, Clara Jorge da Silva, casou com o lagunense Manuel Rodriguesde Jesus. Outros pioneiros de numerosa descendência foram: InácioFernandes dos Reis, Antônio Manuel Velho, Antônio Borges Vieira e Manuelde Sousa Duarte. Em 1785 havia 24 ocupantes de terras com títulos legais emais 64 sem nenhum título. Até 1900 o atual território da Diocese erapovoado na campanha, ficando inteiramente desabitada a região da matadas serras dos rios das Antas e Pelotas. Muitos fazendeiros, entretanto,tinham suas posses com invernadas na serra, onde, além de abrigar o gadodos rigores do inverno, cultivavam cereais, que transportavam para asfazendas. Embora antes de 1900 já houvesse moradores de origem alemã eitalianas nos municípios de Vacaria, Lagoa Vermelha e Bom Jesus, foi sódepois desse ano que teve início a migração interna sistemática das velhascolônias italianas para as grandes zonas da mata, sobretudo da serra dosrios Forquilha,Antas e do Pelotas.

50º DO EPISCOPADODom Augusto Petró

VACARIA AÇORIANAEm ),destinada a abrir as comemorações do AnoAçoriano, selecionamos para ilustrar a Capa dosuplemento a foto da pintura em óleo de CarlosRigotti, que retrata a Pinha e o Pinhão, cenárioinconfundível na chegada dos pioneiros aosCampos de Cima da Serra, há 243 anos.

Apesar da ação devastadora do homem, o pinheiro sobrevive comosímbolo insubstituível da região. A gralha azul, ao armazenar o pinhãono solo, para seu sustento, faz o plantio natural da araucária e suapreservação, o que explica os milhares de pinheiros espalhados peloscampos, porém ausentes nas lavouras e pomares implantados nosúltimos trinta anos. Confinados aos pequenos capões, sobrevivem eservem de apoio para pessoas que incorporam à renda familiar, acolheita no solo ou derrubada das pinhas e ao comércio na estrada.

VACARIA AÇORIANA (dezembro/2007

Em Muitos Capões, no Entorno de Vacaria, está amaior concentração de araucárias, destacando-se aReserva Nacional de Aracurí, um verdadeiro cofreforte do Pinheiro. Naquele município, a cata-colheitacomeça em abril e a Festa do Pinhão, em maio.Neste ano, a Festa do Pinhão em Muitos Capõesdestacou ações que objetivam preservar o meioambiente e a valorização do pinheiro, soberanoentre as árvores de grande porte.

Com o crescimento da floresta comercial renovável,surgem estudos como os da Embrapa-Colombo PR,

que aprofunda as pesquisas do genoma da araucária, para introduzir asprincipais características do pinheiro, no outro membro da família, oPinnus, de crescimento rápido, porém sem a envergadura e resistênciado primeiro.

PINHEIRO, PINHA E PINHÃO

No suplemento , inserimos noencarte a magnifica pesquisa do professor José Fernandes de Oliveira,publicada em seu livro Rainha do Planalto, 1957, com a árvoregenealógica do tronco Borges Vieira, um dos pioneiros. Em

), publicamos fotos de algumas antigasFazendas, berço dos primeiros povoadores. Na capa, Carlos Rigottiretrata a óleo antiga fazenda de Benício Borges da Silva, atual sede daAABB, nas cercanias da cidade. Na contra-capa, a atual fachada daFazenda do Socorro, a primeira das grandes estâncias da região, fundadahá mais de 250 anos, por José Campos de Bademburgo, reconhecidocomo o Pai Adão de Vacaria.

VACARIA AÇORIANA (dezembro 2007)

VACARIADOS BORGES (abril/2008

Para dar suporte ao concursoliterário dos "

", digitalizamos emnosso site www.appio.com.br oslivros "

243 anos da chegadados Açorianos aos Campos deCima da Serra

NO PLANALTO, ManuelDuarte, 1930" - "RAINHA DOPLANALTO, José Fernandes deOliveira, Editora São Miguel,1959" - "VACARIA DOS PINHAIS,Fidélis Dalcin Barbosa, 1985 ."

Em se tratando de concurso literário que mergulhará na história de nossaregião, submetemos nosso suplemento "VACARIA AÇORIANA(DEZEMBRO/2007)" ao exame e revisão de uma das mais importantesautoridades no mundo acadêmico. O Prof.Dr. Artur Henrique FrancoBarcelos, do Departamento de História e Geografia do Centro deCiências Humanas e Comunicação da Universidade de Caxias do Sul,revisou nossas publicações sobre "Os 243 anos da chegada dosaçorianos aos Campos de Cima da Serra" e fez importantesobservações, críticas, correções, para evitar equívocos históricos, sobrefatos já estabelecidos na historiagrafia gaúcha. No seu parecer, naspróximas paginas, aponta caminhos e fontes aos que pretendemparticipar do concurso.

RENOMADO PROFESSOR DE HISTÓRIA FAZ IMPORTANTEREVISÃO, COM ALERTAS E OBSERVAÇÕES

VACARIA ESPANHOLA - "Segundo algumas fontes, os jesuítasintroduziram o gado bovino nos Campos de Cima da Serra, no final doséculo XVII, retirando rebanhos das estâncias das reduções de guaranis.Tudo indica que os indígenas, que tradicionalmente ocupavam esta região,não foram catequizados pelos jesuítas e nem inseridos no sistema colonialespanhol, permanecendo em seus territórios e enfrentando tanto apresença eventual de guaranis das reduções, como dos luso-brasileirosque passavam a retirar cabeças de gado de Vacaria dos Pinhais.Sendo assim, não é correto afirmar que "coroados ou caigangues eramliderados pelos espanhóis". Sugere a leitura de: DE MASY, RafaelCarbonmell de. (La Génesis de las vaquerias de los pueblos tapes yguaranies de la banda poriental del Uruguay a la luz de documentacióninédita, apenas conocida. Anais do VIII Simpósio Nacional de EstudosMissioneiros.Santa Rosa. fac. Dom Bosco, 1989). BARCELOS, Artur H.F.(Espaço e Arqueologia nas Missões Jesuíticas: o caso de São JoãoBatista. P.Alegre, EDPUCRS, 2000)

INTRODUÇÃO DO GADO - Não há certeza que o Padre Cristóvão deMendonza realmente introduziu os rebanhos de gado, trazidos dasmargens ocidentais do rio Uruguai, na região dos Campos de Cima daSerra ou no vales dos rios das Antas e Caí.O gado trazido para o atualterritório do Rio Grande do Sul, por volta de 1634, não tem relação algumacom os "7 povos". Estes rebanhos foram trazidos para abastecer asprimeiras reduções de guaranis, fundadas entre 1626 e 1634. Em 1640, osjesuítas acossados pelas investidas dos Bandeirantres e pela resistênciaoferecida por lideranças indígenas, decidem retirar-se para as margensocidentais do rio Uruguai. Em 1682, os missionários reiniciam asfundações na chamada "Banda Oriental", ou seja, em atual território do RioGrande do Sul. Deste retorno, resultaram as Sete Reduções (São Nicolau,São Borja, São Luiz Gonzaga, São Miguel, São João, São Lourenço eSanto Ângelo), as quais se somaram às outras 23 existentes em territóriosdos atuais Paraguai e Argentina, formando um conjunto de 30 reduções deíndios guaranis, os ¨30 Povos¨.

"É importante destacarmos o que foi a Colônia de Sacramento, fortificaçãoportuguesa, instalada na margem norte do Rio de Prata, em 1680 e queFrancisco de Sousa e Faria, não era bandeirante, era Sargento Mor decavalaria, em Laguna, que em 1728 foi enviado para abrir caminhodestinado a desviar a rota litorânea do velho "caminho da Praia", buscandouma rota pelo interior. Sua ação não está relacionada com as investidasdos bandeirantes no Rio Grande do Sul, ocorridas no século XVII, entre1630 e 1640".

RETIRADA DOS INDÍGENAS -

PASSO DE SANTA VITÓRIA -

COLONIZAÇÃO AÇORIANA -

Nosso revisor enfatiza a necessidade dedeixar claro que "os indígenas, que foram obrigados a se retirar da BandaOriental para as terras espanholas da margem oposta do rio Uruguai, eramos guaranis das reduções jesuíticas. Recomenda ainda, detalhamento dosmotivos que levaram Sepé Tiarajú e seus companheiros a se oporem aoTratado, causando o conflito conhecido como "Guerra Guaranítica". Indicaa leitura de: GOLIN, Tao. Guerra Guaranítica: como os exércitos dePortugal e Espanha, destruiram os 7 povos dos jesuítas e índios guaranisno RS, P. Fundo, EDUPF, 1998.

O registro de Santa Vitória não recebeuesta denominação durante a Revolução Farroupilha. Na realidade, esteposto de arrecadação de tributos foi instalado ainda no século XVIII, emtorno de 1772. E não foi transferido para Barracão, onde foi instalado umsegundo posto, que uma vez aberto, substitutiu parte das funções do santaVitória, até a desativação deste. Para melhor entendimento do registro deSanta Vitória, recomenda a leitura de: SILVA, Adriana da. ESTRATÉGIASMATERIAIS E ESPACIALIDADE: UMA ARQUEOLOGIA DA PAISAGEMDO TROPEIRISMO nos Campos de Cima da Serra, em Disssertação deMestrado, PUCRS, PPGH, 2006, onde a autora faz um estudopormenorizado da instalação e funcionamento deste posto de tributos.BARROSO, Vera L. Maciel. O Tropeirismo na formação do Brasil. In:BOEIRA, Nelson & GOLIN, Tao (Coords.) História Geral do Rio Grande doSul. Volume 1, Colônia, Passo Fundo, Ed. Méritos, 2006. PP.171-188.

Para dar suporte ao concurso literárioproposto, o historiador recomenda a Professora Vera Maciel Barroso, dasFaculdades Porto Alegrenses - FAPA, reconhecida como especialista napresença açoriana no Rio Grande do Sul. Sugere igualmente a leitura doartigo : GRAEBIN, Cleusa Maria G. VIDA COTIDIANA DOS AÇORIANOSPELAS FREGUESIAS E CAMINHOS. IN: BOEIRA, Nelson & GOLIN, Tao(Coords.) História Geral do Rio Grande do Sul. Volume 1, Colônia, P.Fundo, ed. Méritos, 2006. PP.203-224.

Sobre os caminhos de tropas e a ação de Francisco de Souza Faria, sugere:GOULARTE, José A. Tropas e tropeiros na formação do Brasil, RJConquista, 1961. HAMEISTER, Martha D. O Continente do Rio Grande deSão Pedro: os homens, suas relações e suas mercadorias semoventes(1727-1763). Dissertação de Mestrado, RJ: UFF, IFCS, PPGH, 2002. SILVA,Adriana Fraga da. Estratégias materiais e espacialidade: uma arqueologiada paisagem do Tropeirismo nos Campos de Cima da Serra/RS. Dissertaçãode Mestrado, PortoAlegre, PUCRS, PPGH, 2006. O roteiro de Souza eFaria está em http/www.liphis.com/bibliovirtual/souzaefaria.pdf

PATRIARCA -

IMPORTANTES OBSERVAÇÕES -

Recomenda pesquisas que vinculem a família pioneirade Antonio Borges Vieira e Teresa Rodrigues de Jesus, às famíliasaçorianas de Laguna, onde boa parte delas eram procedentes dosAçores. Outra parte era procedente de São Paulo e outras regiões doBrasil. Assim, recomenda-se pesquisarmos o vínculo entre osprimeiros moradores da região e famílias açorianas. É fato que AntonioBorges Vieira nasceu em Lisboa. Seu primogênito de igual nome,nasceu em Laguna, do casamento com Teresa Rodrigues de Jesus,cuja ascendência deve-se comprovar, dos Açores. Quanto ao paulistaJosé Campos de Bademburgo, está claro que nasceu em S.Paulo,estabeleceu-se na região, bem antes do Tratado de Madri (1750).Bademburgo é um dos pioneiros da ocupação luso-brasileira nosCampos de Cima da Serra, não resta a menor dúvida.

Cristóvão Pereira de Abreu nãoteve nenhuma relação com o Caminho das Missões. Este caminho jáera conhecido desde o tempo em que os jesuítas introduziram o gadona região. Em 1750, os jesuítas não tinham o controle da região, apesarda Banda Oriental possuir vastas extensões de terras. A região deVacaria permanecia como área não assinalada, a nenhuma reduçãoem particular. O historiador adverte que é necessário compreendermoso processo de distribuição das sesmarias pela Coroa Portuguesa,como uma estratégia de ocupação do território por parte dasautoridades coloniais portuguesas. As atividades de Bandeirantes eTropeiros foram, em momentos distintos, separados por quase umséculo. Também não houve o completo extermínio dos índios. Não éverdade que nada restou dos indígenas dos Campos de Cima da Serrae das antigas missões jesuíticas. O professor Artur chama a atençãopara a importância destas publicações, que naturalmente chegam aoseducadores das escolas. Portanto, a revisão se impõe, para evitarmosequívocos históricos. Para ele, estas "apostilas" orientam osparticipantes do concurso literário, e portanto devem ter boa nota, asobservações, alterações e revisões que trouxe ao conhecimento geral.

Trata-se de uma reportagem, sujeita a equívocos, baseada em fontes jápublicadas, que também registraram a necessidade doaperfeiçoamento e revisão. Existem poucas leituras, exceto asreferidas "Rainha do Planalto, José Fernandes de Oliveira, 1959 -Vacaria dos Pinhais , Fidélis Dalcin Barbosa, 1985 - Rainha do

Planalto , Manuel Duarte, 1930 e RELATÓRIOS, Sátiro Dorneles,1940. Ao estimular estas revisões, o professor Artur Barcelos dáextraordinária contribuição para o debate e a pesquisa sobre osprimeiros povoadores, indicando fontes importantes para os quepretendem participar de nosso concurso literário "243 anos da chegadados primeiros açorianos".

O autor, angustiado pela falta de informações e literatura de distribuiçãoabrangente e animado com a perspectiva de que possamos abrir asjanelas do conhecimento do passado de nossos ancestrais,principalmente os pioneiros da região estimula esse debate através doconcurso literário. Açorianos, lusos ou brasileiros deixaram um legadode coragem, heroísmo, perseverança e resistência. Dia virá, que aexpressão "Pêlo Duro" deixará de ser pejorativa, para qualificar aimagem do bravo homem de nossa terra, como ocorreu com os"gringos", italianos orgulhosos da saga imigrante e de suas origens.

O Parlamentar agradece as revisões, acréscimos e aperfeiçoamentosque ampliam o campo de debate sobre os Pioneiros de Vacaria eRegião. O concurso está prorrogado até 10 de outubro, por força dalegislação eleitoral, que impede a distribuição de prêmios nesteperíodo. O melhor trabalho/dissertação, indicado por uma Comissãoda UCS - Campus Vacaria, será premiado uma viagem, comacompanhante, aosAçores e Portugal.

Agradecemos ao professor Artur pela contribuição e pelacompreensão de que se trata de uma reportagem, destinada aestimular o debate e a pesquisa. A premiação estimulará a participaçãogeral, sem restrições de etnia. Retiramos do artigo do Regulamento(Veja em nosso site www.appio.com.br) a vinculação genealógica comos pioneiros, para dar participação universal e democrática a todos osinteressados em nossa história. Obrigado, ProfessorArtur Barcelos.

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ESCLARECIMENTO DO AUTOR

Agosto de 2008Deputado Francisco Appio

DOM AUGUSTO PETRÓ, natural de Santo Antônio daPatrulha, onde nasceu em 3/5/1918, foi o primeiroBispo Diocesano de Vacaria e tomou posse em17/08/1958. Dirigiu a Diocese por seis anos, até 1964,quando foi nomeado bispo de Uruguaiana.

DOM CÂNDIDO BAMPI, natural de São Vigílio daSegunda Légua (localidade de Caxias do Sul), nascidoem 25/01/1889, faleceu em 07/07/1978 com 89 anos.Foi o primeiro bispo prelado de Vacaria, nomeado em03/07/1936. Dirigiu a prelazia de Vacaria por 22 anosaté 1958. Criou o Seminário Nossa Senhora daOliveira, o Asilo Divina Providência e o CongressoEucarístico Diocesano (1947).

PADRE ÉFREM, de Bellevaux chegou em Vacariaem 1912. Foi o arquiteto que apresentou o projetoda Catedral, em estilo gótico, à semelhança dacélebre Catedral de Notre Dame de Paris. Ele foinomeado Vigário de Vacaria no dia 28.11.1920,permanecendo até 1928.

PADRE PACÍFICO, nasceu no dia 31/01/1873, na França.Chegou a Porto Alegre em 02/1899 e em 01/11/1900 foiordenado sacerdote. Em 1910 foi transferido para Vacaria,assumindo a responsabilidade de pároco e oencaminhamento da instalação da Prelazia. Em 1920 étransferido para a residência dos Capuchinhos em PortoAlegre, foi novamente transferido para Vacaria em 1929,permanecendo lá até 1937. Com sua habilidade ajudou aerguer a Catedral Nossa Senhora da Oliveira. Faleceu no

dia 24 de fevereiro de 1957, em PortoAlegre.

DOM HENRIQUE GELAIN, natural de Nova Pádua,nasceu em 12/06/1910. Tomou posse como segundoBispo de Vacaria em 12/07/64. Depois de 19 anos àfrente da Diocese, foi sucedido pelo Dom OrlandoDotti, seu bispoAuxiliar.

DOM ORLANDO DOTTI nasceu em AntônioPrado em 22/06/1930. Tomou posse em Vacariapermanecendo até sua aposentadoria, quando foisucedido por Dom Pedro Sbalchiero Neto. DomOrlando voltou à direção da Diocese com ainesperada morte de Dom Pedro.

DOM PEDRO nasceu em Sananduva, no dia14/12/1953. Tomou posse em Vacaria, como 4ºBispo de Vacaria, Diocese que conduziu por curtoespaço de tempo, pois uma doença incurável olevou à Curitiba para cirurgias e tratamento, atésua morte.

DOM IRINEU GASSEN, nascido em Santa Cruz doSul, foi sagrado bispo no domingo (27/08) em suacidade. Tomará posse dia 24 de agosto em Vacaria.Será o quinto bispo da Diocese, consagrada aNossa Senhora da Oliveira, cuja imagem de origemportuguesa foi descoberta a 258 anos, em08/09/1750, no mesmo ano que o domínio daregião passou da Espanha para Portugal, peloTratado de Madrid.

O início de Vacaria

No dia 8 de setembro de 1750

deve ser demarcado,segundo alguns historiadores, pela data de 8de setembro de 1750, quando foi descoberta aimagem de Nossa Senhora da Oliveira (foto aolado), em meio aos pastos nativos, onde hojeestá localizado o Centro de Vacaria. Naquelaépoca, como ainda hoje, ao findar do invernoprocede-se à queima do capim estorricadopelas geadas, para que brote com mais vigorna primavera. O professor José Fernandes deOliveira, que nos legou a preciosa “Rainha doPlanalto, 1959”, relata o que descobriu emsuas pesquisas.

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, um fazendeiro, de posse do campoda sesmaria mais tarde cedida a Manuel Rodrigues de Jesus, nolugar compreendido entre os arroios Uruguaizinho e Carazinho,ateou fogo ao campo. O fogo se alastrou, deixando de queimar, numpequeno local, junto a uma pedra. O posseiro, vendo aquelastouceiras de capim por queimar, prende-lhe fogo outra vez. Era aocair da tarde, à hora do Ângelus. O camponês vê, então, por entre aslabaredas, uma imagem sobre uma pedra. Uma imagem pequena, demadeira, que trazia a inscrição N. S. da Oliveira. Surpreendido e felizcom o maravilhoso achado, convidou os familiares para admirar alinda imagem. A família caiu de joelhos e invocou Nossa Senhora daOliveira. A seguir, devotamente transportou a imagem para o interiorde sua casa, entronizando-a na pequena sala de visita. Depois dajanta, a família rezou de joelhos diante da imagem o terço do rosáriode Nossa Senhora, pedindo, pela primeira vez, que abençoasseaquele lar e aqueles campos. Já em seguida, a família ergueu umacapelinha ao lado de sua casa, no alto da coxilha, uma ermida debarro, coberta de capim. A notícia da aparição daquela imagemespalhou-se. Os vizinhos começaram a visitar a capelinha, empiedosas romarias, que foram aumentando. Orando, os devotosobtinham graça. Cumpriam-se promessas. Sem demora,começaram a construir ranchos de barro ao lado da ermida. Váriosranchos deram inicio ao povoado de Vacaria

NOSSA SENHORA DA OLIVEIRA258 ANOS

No livro da Diocese de Vacaria

Na Catedral de Oliveira

Vários autores

(Fidélis Dalcin Barbosa, 1988) são citadasas pesquisas do Frei Melchior em 1935, Coadjutor de Vacaria. “Emprincípios do século IX, o Conde Hermenegildo Mendes mandou edificarum grande mosteiro para a imagem, que foi enriquecida pelos reis de Leãoe Castela. Ao redor deste mosteiro, foi surgindo a cidade de Guimarães. D.João I, de Portugal, costumava visitar o Santuário de Nossa Senhora emGuimarães. Em vésperas da célebre batalha deAljubarrota (14.08.1385), orei pedira a Santíssima Virgem a sua proteção, solicitando ainda um sinalda vitória. Este sinal foi o milagroso florescimento de uma oliveira secaexistente ao lado do mosteiro. Dai por diante, a imagem da Virgem deGuimarães passou a ser invocada como Nossa Senhora da Oliveira .

- Minas Gerais - venera-se aimagem de Nossa Senhora da Oliveira como a que seencontra na Catedral de Vacaria, sobre o belíssimo altar demármore, isto é, Nossa Senhora com o Menino Jesus no colo(foto ao lado), tendo na mão um raminho de oliveira. Estalinda e grande imagem foi doação de D. Virginia Rodrigues,filha do CeI. Libório Antônio Rodrigues. Ela reproduz Nossa

Senhora da Oliveira de origem palestina, como outra imagem que sevenera na França. Como se observa, a pequena imagem, cerca de 50centímetros de altura, encontrada em Vacaria, no local onde está a rua Dr.Flores, é autêntica reprodução da Imagem de Nossa Senhora da Oliveirade Guimarães, portanto de origem portuguesa. Neste local, ergueu-se oSantuário de Nossa Senhora da Oliveira, iniciativa da comunidade,liderada pelo Padre Olívio Dembogurski, no ano de 2002, inaugurado em 8de setembro daquele ano, onde desponta a Via Sacra, de Carlos Rigotti.

especulam sobre de que maneira esta imagem veio pararnos Campos da Vacaria. A imagem certamente foi deixada por inspiraçãodivina ou providencial esquecimento por alguma caravana debandeirantes, que ingressavam através do Passo de Santa Vitória eseguiam para as Missões passando por onde está a cidade de Vacaria. Em1637 passou a Bandeira do capitão André Fernandes, com o filho Pe.Francisco Fernandes de Oliveira, que, após a exclusão dos jesuítasespanhóis da Redução de Santa Teresa, ocupou o lugar. Outra caravanaportuguesa que poderia ter deixado a imagem, poderia ter sido a deCristóvão Pereira de Abreu, que em 1738 abriu a estrada das tropas para aregião das Missões. Esta hipótese é a mais provável, por referir-se a fatomais próximo da época em que a imagem foi encontrada, por volta de 1750.

INVOCAÇÃO DE NOSSA SENHORA DA OLIVEIRA

É do escritor vacariano ManuelDuarte, a publicação de antiga lendasobre a imagem de Nossa Senhora daOliveira, que merece ser registrada.

A linda imagem, aparecida no campoonde surgiu a cidade de Vacaria, depoisde entronizada numa modesta ermida,foi levada por um sacerdote, talvez deViamão, o qual desejava guardá-Ia em

lugar mais digno, até que aqui fosse construída uma capela melhor.Surdo aos protestos dos familiares e dos vizinhos do posseiro docampo onde se erguia a ermida, o sacerdote agarra a imagem e a vailevando, a cavalo rumo ao litoral, serra abaixo. Na manhã seguinte, osdevotos de Nossa Senhora, ao abrirem a ermida, tiveram umaagradável surpresa. A milagrosa imagem, que o padre havia levado,encontrava-se ali, no humilde trono, na ermida.De tarde, o sacerdote retorna e queixa-se que no primeiro pouso docaminho lhe haviam furtado a imagem. E, sem respeitar asreclamações dos moradores, resgata a imagem, para levá-Ia de novo,agora bem guardada dentro de uma canastra, fechada à chave. Vaisenão quando, ao transpor a mesma serra do rio dasAntas, roda o seucavalo e o cavaleiro, na queda, fratura uma perna. Ao mesmo tempo,nota que a imagem desaparecera outra vez.Mais tarde, já restabelecido, aquele sacerdote retoma à aldeia daserra, onde, como esperava, encontra a imagem da Virgem em seuhumilde trono dentro da pequena ermida. Então, convencido de que arepetida e milagrosa ocorrência representava a vontade do Senhor,exigindo que a imagem lá permanecesse para sempre, a proteger opovo vacariano, o ministro de Deus intercede junto à autoridadeeclesiástica em favor da ereção de uma capela curada .

LENDA PARA SER CONTADAAOS NOSSOS FILHOS

A pedido do deputado Francisco Appio, a renomada professora e

pesquisadora da UCS Campus de Vacaria, Maria Neli Ferreira Borges,

nos apresenta sua visão sobre a Catedral Nossa Senhora da Oliveira,

sobre Vacaria, sobre a lenda e a realidade. Maria Neli

possui dois livros publicados sobre História de Vacaria e

região, com participação em diversos congressos

nacionais e internacionais, entre eles em Sevilha, na

Espanha. Atualmente com trabalho sobre o tropeirismo

aprovado para ser apresentado em Santiago, Chile.

PROF. MS. MARIA NELI FERREIRA BORGES

VACARIA ENTRE A LENDA E A HISTÓRIAÉ comum os povos transformarem lendas em base para sua história,poderíamos ficar aqui discutindo sobre diversos mitos e lendas em nívelmundial, que na linguagem popular transformaram-se em história dascomunidades. Quando pensamos na questão religiosa, esse assuntoaprofunda-se mais e torna-se polêmico, pois estamos lidando com a fédas pessoas. É inquestionável hoje e sempre, que a padroeira da cidadede Vacaria é Nossa Senhora da Oliveira, motivo de orgulho para osvacarianos e a população regional, já que a Catedral de Nossa Senhorada Oliveira de Vacaria, em estilo neogótico, só possui uma similar noBrasil, que é a Catedral da cidade de Cuiabá.

Apesar de tudo, Vacaria debate-se entre a lenda e a história real, poissegundo alguns historiadores, entre eles José Fernandes de Oliveira, areferência ao encontro da Imagem que originou a Catedral e o culto aNossa Senhora da Oliveira é assim explicado: diz a lenda que em anoimpreciso, no dia 8 de setembro, após uma queima de campo realizadadentro do atual sítio urbano de Vacaria, foi encontrado a imagem da Santaque se tornou a padroeira de Vacaria. Lenda não é história, pois não hácomprovação científica da mesma.

O mais interessante é que fazendo parte do quadrante missioneiro comoreserva de gado através da Baqueria de Los Piñales, a região de Vacariafoi freqüentemente visitada por índios missioneiros.

E quem visita São Miguel das Missões, ou qualquer outra igreja ou museuoriginário das missões espanholas, encontra imagens de Nossa Senhorada Conceição, talhada em madeira pelos índios missioneiros, queseguiam a orientação dos jesuítas espanhóis. A imagem encontrada pelosesmeiro em Vacaria nos leva as imagens talhadas pelos índios dos SetePovos das Missões. Aqui é que surge a polêmica em relação à imagem, oculto a Nossa Senhora da Oliveira tinha como centro em Portugal, a regiãodo Minho ao norte, que durante muito tempo ficou em litígio entre odomínio espanhol e português.

Portanto, a padroeira da cidade de Vacaria, que emoldura o altar principalda Catedral, tem assim seu culto originado na cidade de Guimarães, nortede Portugal. Esta cidade é considerada o berço da nação portuguesa, poisAfonso Henriques, primeiro rei de Portugal, a escolheu como capital. Em1383, a linha descendente direta masculina de Portugal terminou com amorte de Fernando I. Dom João, filho ilegítimo de Fernando, foiproclamado rei, mas ele se deparou com João de Castela, que queriadominar a região. A 14 de agosto de 1385 ambos vão lutar na batalha deAlijubarrota.Avitória portuguesa foi atribuída à promessa que D. João I feza Nossa Senhora da Oliveira, que era homenageada em Guimarãesatravés do Largo da Oliveira, localizado em frente a um antigo mosteiro, nocentro da cidade. O mosteiro foi fundado por Dom Afonso Henriques erestaurado por D. João I, em homenagem a Nossa Senhora da Oliveirapela vitória. Hoje continua sendo o símbolo da soberania portuguesa e dopoder da casa deAvis.

A Nossa Senhora da Oliveira de Guimarães também está rodeada poroutra lenda, pois uma oliveira teria sido trazida para o local, para fornecer oóleo às luminárias do altar do mosteiro, mas não resistiu. Em 1342, PedroEsteves, um comerciante do local, colocou uma cruz sobre a árvore, e elafloresceu. Assim, Portugal para garantir a posse da região de Vacaria teriatransformado a antiga imagem de Nossa Senhora da Conceiçãoencontrada, em Nossa Senhora da Oliveira. Isto é apenas uma teoriasobre a diferença das duas imagens que se encontram na Catedral NossaSenhora da Oliveira de Vacaria, olhando-se as mesmas, lendo-se sobre aslendas e sobre a história de Portugal e da Companhia de Jesus.

Volto a ressaltar que é incontestável hoje considerar Nossa Senhora daOliveira padroeira de Vacaria, mas sempre é bom fazer diferença entre oque é lenda e o que é história.

Professora Maria Neli Ferreira Borges

A Diocese, com sede em Vacaria possui 28

Paróquias, abrangendo 25 municípios,

num total de 196.807 habitantes. Os

municípios são os seguintes: André da Rocha

(1.206), Barracão (5.306), Bom Jesus

(11.843), Cacique Doble (4.824), Campestre

da Serra (3.205), Capão Bonito do Sul (1.837),

Caseiros (2.989), Esmeralda (3.234), Ibiaçá

(4.681), Ibiraiaras (7.094), Ipê (5.875), Lagoa

Vermelha (27.434), Machadinho (5.503),

Maximiliano de Almeida (5.059), Monte Alegre dos Campos (3.122),

Muitos Capões (2.969), Paim Filho (4.480), Pinhal da Serra (2.058),

Sananduva (14.714), Santo Expedito do Sul (2.614), São João da Urtiga

(4.946), São José do Ouro (6.973), São José dos Ausentes (3.180),

Tupanci do Sul (1.723) e Vacaria (59.938).Atualmente estão na Diocese

de Vacaria 33 padres Diocesanos e 14 Freis Religiosos que trabalham

nas paróquias, além dos 12 Missionários Capuchinhos que trabalham

nas Missões em todo o Brasil. Além deles, há

139 Irmãs Religiosas em diversas

Congregações, sendo que dessas 42

trabalham nas pastorais da Diocese.(FONTE DE Nº

DE HABITANTES: www.ibge.gov.br)

A DIOCESE DE NOSSASENHORA DA OLIVEIRA

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O memorial da Diocese está sendoelaborado com documentos históricos entreos quais um dos diários (foto ao lado) doProfessor Zezinho, do acervo da EscolaEstadual José Fernandes de Oliveira.

PARÓQUIAS DA DIOCESE

* Os municípios de Capão Bonito do Sul, Monte Alegre dos Campos e Pinhal da Serra não possuem paróquias.Fonte: Mitra Diocesana - Agosto de 2008.

Nascimento: 25/01/1889 – São Vigílio da SegundaLégua (localidade de Caxias do Sul)Falecimento: 07/07/1978 – Caxias do SulPai: Maximino BampiMãe: Giácoma Cemin Bampi

Primeiros Estudos: Escola de São Vigílio; Seminário daOrdem em Conde d'Eu – Garibaldi (1900); Alfredo Chaves –Veranópolis (1904); Noviciado – Nova Trento.Estudos Secundários: Nova Trento – Flores da CunhaFilosofia: Nova Trento – Flores da Cunha - Teologia: Garibaldi (1914)Direito Canônico: Universidade Gregoriana – Roma

Dioceses de Ivrea eAosta - Roma (1918-1919); Professor de Teologia Dogmática e de Direito Canônico noConvento S. Francisco de Garibaldi; Carlos Barbosa; Diretor dosEstudantes, superior da comunidade e capelão das Irmãs de São José;Superior da Ordem dos Capuchinhos no Rio Grande do Sul (1927-1932); Bispo Titular de Tlos, antiga Diocese da Ásia Menor, destruídapelos muçulmanos.

Bispo Prelado de Vacaria (1936-1958) - fundador do Seminário Nossa Senhora da Oliveira, o AsiloDivina Providência e o Congresso Eucarístico Diocesano (1947); BispoAuxiliar de Caxias do Sul,

Nomeação Presbítero: 10/08/1914 – RomaNomeação Prelado de Vacaria: 03/07/1936Bispo-Auxiliar de Caxias do Sul: 27/04/1957

* BISPO PRELADO DE VACARIA(1936-1958)

ESTUDOS:

ATIVIDADES ANTERIORES:

ATIVIDADES DE BISPO PRELADO:

DOM CÂNDIDO BAMPI

* Primeiro Bispo - Prelado de Vacaria

Nascimento: 03/05/1918SantoAntônio da PatrulhaPai: José PetróMãe: Maria Monticelli Petró

Profissão Religiosa:16/04/1944Ordenação Sacerdotal: 30/11/1944 - P.AlegreOrdenação Episcopal: 27/07/1958 - P.AlegreNomeação: 16/05/1958Posse: 17/08/1958 em Vacaria

1º Grau: Santo Antônio da Patrulha, (1925-1931) - 2º Grau:Seminário Imaculada Conceição, São Leopoldo, (1932-1937).Filosofia: Seminário em São Leopoldo-RS (1938-1940).Teologia: Seminário em São Leopoldo-RS (1941-1944).Pós-Graduação em Direito Canônico pela PUC de PortoAlegre-RS.

Cooperador Paróquia da SagradraFamília; Pároco em N. Sra. Medianeira; Pároco na Sagrada Família,todas em PortoAlgre-RS; Diretor do Novo Lar de Menores, em Viamão-RS; Pró-Vigário Geral e Vice-Ecônomo da Arquidiocese e AssistentedosAspirantes e Benjaminas daAção Católica, em PortoAlegre, RS.

Bispo de Vacaria-RS (1958-1964); Membroda CEP do Regional Sul 3; Bispo de Uruguaiana-RS (1964-1995).

*BISPO DE VACARIA (1958-1964)

ESTUDOS:

ATIVIDADES ANTERIORES:

ATIVIDADES DE BISPO:

DOM AUGUSTO PETRÓ

* Primeiro Bispo Diocesano de Vacaria

Nascimento: 12/06/1910 – Nova PáduaFalecimento: 31/12/1993Pai: Luís GelainMãe: Rosa Pilatti Gelain

Ordenação Sacerdotal: 28/10/1935 - PortoAlegreOrdenação Episcopal:10/12/1944Nomeação: 29/07//44(Cajazeiras – Paraíba do Norte)Posse: 12/07/1964 em Vacaria

Ginasial, filosófico, teológico de Direito Canônico:Seminário Central de São Leopoldo.

Iniciou seu ministério pastoral em BentoGonçalves e, a seguir, em Vista Alegre, município de Nova Prata. FoiPároco deAntônio Prado (1938-1944).

Bispo de Cajazeiras (1944-1948); Bispo deLins (1948-1964); Criou mais de 20 paróquias, promoveu a criação daDiocese de Marília; Participou do Concílio Vaticano II, Bispo de Vacaria(1964-1986).

BISPO DE VACARIA(1964-1986)

ESTUDOS:

ATIVIDADES ANTERIORES:

ATIVIDADES DE BISPO:

DOM HENRIQUE GELAIN

Nascimento: 22/06/1930 - Antônio PradoPai: José Domingos DottiMãe: Mathilde Miotto Dotti

Profissão Religiosa: 06/01/1950Ordenação Sacerdotal: 08/04/1956 - P.AlegreOrdenação Episcopal: 25/05/1969 – IjuíNomeação: 12/03/1969Renúncia: 12/11/2003

1º Grau: Seminário Seráfico, Veranópolis, RS (1938-1945)2º Grau: Seminário dos Capuchinhos, Ipê, RS (1946-1949).Filosofia: Seminário Maior, Marau-RS (1950-1952).Teologia: Seminário Maior, Garibaldi e PortoAlegre-RS (1953-1956).Especialização: Revalidação de Filosofia e Orientação Educacional,UNIJUÍ, Ijuí-RS e Especialização em Educação, Universidade Católicade Washington, DC / USA.

Professor do Seminário dosCapuchinhos, em Ipê, RJ (1957-1961); Diretor do 2º Grau do Semináriodos Capuchinhos, em Marau, RJ (1962-1964); Professor de Filosofia eEducação, em Ijuí, RJ (1964-1966); Diretor e Superior do Seminário deFilosofia, em Ijuí, RJ (1967-1969).

Bispo de Caçador-SC (1969-1976); Bispo deBarra-BA (1976-1983); Fundador e Diretor dos Cursos Superiores daFEARPE, em Caçador; Membro do Conselho Estadual de Educação-SC; Membro da CEP da CNBB (1979-1983); Membro do Departamentode Ação Social do CELAM (1979-1983); Presidente da CPT (1993-1997); Membro da Pax Christi Internacional (1997-1999); Membro doConselho de Justiça e Segurança-RS (2001); Bispo de Vacaria-RS(1986-2003);AdministradorApostólico de Vacaria (2007 e 2008).

BISPO DE VACARIA(1986-2003)

ESTUDOS:

ATIVIDADES ANTERIORES:

ATIVIDADES DE BISPO:

DOM ORLANDO DOTTI

Nascimento: 14/12/1953 - SananduvaFalecimento: 03 de julho de 2007Pai: Valentim SbalchieroMãe: Maria Miola Sbalchiero

Ordenação sacerdotal: 04/02/1984Marcelino RamosOrdenação Episcopal: 05/04/2003Nomeação Episcopal: 08/01/2003Posse Episcopal: 18/04/2003

Seminário Nossa Senhora da Salette – Marcelino Ramos.2º Grau: Curitiba.

Filosofia: Faculdade de Filosofia na PUC – Curitiba.

Teologia: Faculdade de Teologia Nsa. Sra. daAssunção – São Paulo

Vigário paroquial de Nossa Senhora daGlória, Diocese de Palmas-Francisco Beltrão-PR (1984-1986);Encarregado da divulgação da Revista Salette (1987);Promotorvocacional em Marcelino Ramos (1988-1989);Pároco da paróquiaNossa Senhora da Salette, em Curitiba-PR (1990-1992); Pároco daparóquia Nossa Senhora da Salette, em São Paulo-SP (1992-2002);Pároco da paróquia Nossa Senhora da Salette, em Catumbi-RJ (2002);Eleito Coordenador Provincial dos Saletinos no Brasil (2002).

Bispo de Vacaria (2003-2007)

BISPO DE VACARIA(2003-2007)

ESTUDOS:

ATIVIDADES ANTERIORES:

ATIVIDADES DE BISPO:

DOM PEDRO SBALCHIERO

Nascimento: 24/11/42 – Formosa (Santa Cruz)Pai:Arnoldo GassenMãe: Erna Maria Finkler Gassen

Ordenação Sacerdotal: 27/07/1968Em Santa Cruz do Sul

Ordenação Episcopal: 27/07/08Em Santa Cruz do Sul

2º Grau: Seminário Seráfico S. Francisco deAssis, Taquari.Filosofia: Seminário Seráfico S. Francisco de Assis,Taquari (1963-1964).Teologia: Convento SantoAntônio em Divinópolis-MG (1965);Seminário N. Sra. da Imaculada Conceição em Viamão (1966-1968).Especialização: Espiritualidade Franciscana, no Ateneo Antoniano, emRoma (1976-1978).

Professor e Formador no SeminárioMenor, em Taquari-RS; Mestre dos frades, estudantes de Filosofia, emPorto Alegre-RS (1972); Vice-Mestre dos Noviços, Professor eFormador no Seminário Menor, em Daltro Filho, Imigrante-RS (1973-1976; 1978-1980); Pároco na Paróquia S. Francisco de Assis, em PortoAlegre-RS (1981); Secretário da Família Franciscana do Brasil, no Riode Janeiro (1982); Superior da Comunidade e Reitor do Seminário deCurso Médio, em Taquari-RS (1983); Vice-Mestre de Noviços e Reitordos Seminário Menor, em Daltro Filho, Imigrante-RS (1984-1987);Superior Regional e Reitor do Seminário Menor de Nível Médio, emAgudos-RS (1988-1991); Vice-Mestre de noviços e Pároco da ParóquiaS. João Batista, em Daltro Filho, Imigrante-RS (1992-1994); SuperiorRegional e Pároco da Paróquia Cristo Rei, em Não-Me-Toque-RS(1995-1999); Superior Regional e Pároco na Paróquia S. Bonifácio, emAgudo-RS (2000-2001); Superior Provincial dos Franciscanos em PortoAlegre-RS (2001-2007); Pároco da Paróquia S. João Batista, em DaltroFilho, Imigrante-RS (2008).

Nomeação: 28/05/08 pelo Papa Bento XVI

POSSE: 24/08/08 EM VACARIA

ESTUDOS:

ATIVIDADES ANTERIORES:

DOM IRINEU GASSEN

258 ANOS DA FUNDAÇÃO DE VACARIA

Nossa Senhora da Oliveira08/09/1750 - 08/09/2008

Homenagem na Assembléia Legislativa do Rio Grande do SulDiscurso do Deputado Francisco Appio em 05/08/2008