Decisão de Financiamento e Estrutura de Capital...Objetivos do Tópico 11 –7,5h •Objetivo...

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Decisão de Financiamento e Estrutura de Capital Estrutura de Capital Tópico 11 Prof. Daniel J. Machado, Ph.D. 1

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Decisão de Financiamento e Estrutura de Capital

Estrutura de Capital

Tópico 11

Prof. Daniel J. Machado, Ph.D.1

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Objetivos da disciplina – 30h

• Objetivo• Decidir o mix ótimo entre Capital de Terceiros e Próprio, para

propiciar a melhor Estrutura e menor Custo de Capital e financiar Investimentos que propiciem maior retorno para a empresa.

• Objetivo de aprendizagem

• Depois de ler e discutir este tópico você será capaz entender:

1. Como se determinam os Fluxos de Caixa de um investimento;

2. Como se analisa um Investimento;

3. Como se determina a taxa de desconto para análise do Orçamento de Capital (Investimento); e

4. Qual a melhor relação entre a Dívida (Capital de Terceiros) e o Capital Próprio capaz de maximizar a riqueza dos sócios ou acionistas.

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Objetivos do Tópico 11 – 7,5h

• Objetivo

• Determinar a Estrutura de Capital ótima que maximiza a riqueza dos acionistas

• Objetivos de aprendizagem

• Depois de ler e discutir este tópico você será capaz entender:

1. Se o aumento do endividamento melhora ou piora o lucro (LPA);

2. Se o aumento do PL (diminuição das dívidas) melhora ou piora o valor da empresa;

3. O que custa mais caro, dívidas (CT) ou Capital Próprio (CP); e

4. O que é melhor: maior lucro (LPA) ou maior valor (P0).

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Teoria da Pizza

• Dois modelos de estrutura de capital com imposto de renda pessoa jurídica

• A empresa com dívidas paga menos impostos do que a empresa sem dívidas

• Portanto, a soma dos valores do capital de terceiros e do capital próprio é maior no caso da empresa com dívidas

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Impostos

Capital Próprio

Empresa sem dívidas

Impostos

Capital Próprio

Capital Terceiros

Valor da Empresa

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Estrutura ótima de Capital

• Modigliani & Miller (1958) Proposição I (Sem Impostos)• O valor da empresa é sempre o mesmo, qualquer que seja a

estrutura de capital

• O endividamento não afeta o valor da empresa

• Condições assumidas• O mercado de capital é perfeito

• Ausência de impostos

• Os indivíduos emprestam e fazem empréstimo à taxa livre de risco

• Expectativa homogênea dos investidores

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Modigliani e Miller

• Proposição II (Sem Impostos)

• O retorno esperado do capital próprio é diretamente associado ao endividamento, pois o risco do capital próprio se eleva com o endividamento

• Embora o retorno esperado aumente com o endividamento, o risco também se eleva

• O custo médio ponderado de capital de uma empresa é uma média ponderada entre os custos de capital de terceiros e capital próprio

• O peso aplicado aos capitais, é dado pela sua proporção na estrutura de capital

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Proposição II de MM (sem impostos)

• Custos de capital próprio, de terceiros e médio ponderado

• Há uma relação direta entre o custo de capital próprio, kS e o grau de endividamento da empresa

• O custo médio ponderado de capital da empresa, WACC é independente do grau de endividamento da empresa7

Cap. terceiros / Cap. próprio (CT/CP )

Custo

de

ca

pita

l (

$ )

Custo Capital Próprio (kS)

Custo Capital Terceiros (ki)

Custo Médio Capital (WACC)

k0

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Proposição II de MM (com imposto de renda)

• Esta equação nada mais é do que a Proposição I de MM com imposto de renda pessoa jurídica

• O endividamento reduz o pagamento de impostos

• Em consequência, o valor da empresa está diretamente relacionado ao montante de capital de terceiros utilizados

• Neste caso, o valor está positivamente associado ao grau de endividamento

• Este resultado indica que as empresas devem ter estruturas de capital compostas quase inteiramente de capital de terceiros

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Proposição II de MM (com imposto de renda)

• Efeito do grau de endividamento sobre o custo de capital de terceiros e o de

capital próprio

• O uso de capital de terceiros aumenta o risco do capital próprio de uma

empresa

• Em contrapartida, o custo de capital próprio se eleva com o risco da empresa9

Cap. terceiros / Cap. próprio ( CT/CP )Custo

de

ca

pita

l (

$ )

Custo Capital Próprio (ks)

Custo Capital Terceiros (ki)

Custo Médio Capital (WACC)

k0

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Estrutura ótima de capital

Alavancagem financeira

0 M = Estrutura ótima de capital CT/(CT+CP)

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Custo anual (%)

Valor ($)

0

1

k

TLAJIRVP

ks

ki

ka=WACC

VE máximo ($)

WACC mínimo (%)

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Alavancagem

• Alavancagem• É o uso de ativos ou recurso com um custo fixo, a fim de

aumentar os retornos dos proprietários da empresa.

• Princípio de Arquimedes

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Lucro

Capital

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Alavancagem

• Alavancagem Total• Uso potencial de custos fixos, tanto operacionais como financeiros, para

aumentar o efeito de variações nas vendas sobre os lucros por ação (LPA).

• O grau de alavancagem total (GAT) • É a medida numérica da alavancagem total da empresa.

GAFGAOVENDAS

LPAGAT

%

%

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Alavancagem Financeira

• Alavancagem financeira• Resulta da presença de encargos financeiros fixos no fluxo de lucros da

empresa.

• Pode-se definir a alavancagem financeira como o a capacidade da empresa para usar encargos financeiros fixos afim de maximizar os efeitos de variações no lucro antes dos juros e impostos (LAJIR) sobre os lucros por ação (LPA) da empresa.

• O grau de alavancagem financeira (GAF) • É a medida numérica da alavancagem financeira da empresa.

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LAJIR

LPAGAF

%

%

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Alavancagem Financeira

• Investimento da Cia. Extrat

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Capital Próprio 100% Terceiros (50%) - Próprio (50%)

Investimento (AT) 1.000 1.000

Custo do financiamento 0% 5% 15%

Receita 800 800 800

(–) Custo operacional (600) (600) (600)

(=) LAJIR 200 200 200

(–) Custo financeiro 0 (25) (75)

(=) LAIR 200 175 125

(–) IR + CS (34%) (68) (60) (43)

(=) LL 132 116 83

ROI = LL / AT 13,2% 11,6% 8,3%

ROE = LL / PL 13,2% 23,1% 16,5%

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Alavancagem Operacional

• Alavancagem Operacional• A alavancagem operacional resulta da existência de custos operacionais

fixos no fluxo de lucros da empresa. Pode-se definir a alavancagem operacional como o uso potencial de custos operacionais fixos para aumentar os efeitos das mudanças nas vendas sobre os lucros da empresa antes dos juros e dos impostos (LAJIR).

• O grau de alavancagem operacional (GAO) • É a medida numérica da alavancagem operacional da empresa. Pode ser

calculado através da utilização da seguinte equação:

VENDAS

LAJIRGAO

%

%

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Análise do Ponto de Equilíbrio

• O ponto de equilíbrio operacional (PEOp)• É o nível de vendas necessário para cobrir todos os custos operacionais. No

ponto de equilíbrio, os lucros antes dos juros e impostos, ou LAJIR, são iguais a zero.

• Os custos fixos• São uma função do tempo, e não do volume de vendas, sendo tipicamente

contratuais; aluguel, por exemplo, é um custo fixo.

• Os custos variáveis• Variam de acordo com as vendas e são um função do volume, e não do tempo;

custos de remessa, por exemplo, são custos variáveis.

• Ás vezes chamada de análise custo-volume-lucro• É usada pela empresa para determinar o nível de operações necessárias para

cobrir todos os custos operacionais e para avaliar a lucratividade associada a vários níveis de vendas.

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Análise do Ponto de Equilíbrio

• Abordagem algébrica

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ItemRepresentação

Algébrica

Receita de vendas (p x Q)

Alavancagem (–) Custo operacionais fixos F

Operacional (–) Custo operacionais variáveis (v x Q)

(=) Lucro Antes dos Juros e do IR LAJIR

P = preço de venda por unidadeQ = quantidade de vendas por unidadesF = custo operacional fixo por períodov = custo operacional variável por unidade

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Análise do Ponto de Equilíbrio

• Reescrevendo os cálculos algébricos do Quadro anterior como uma fórmula do lucro

antes dos juros e do imposto de renda, obtém-se a equação:

• Conforme se pode notar, o ponto de equilíbrio da empresa é definido como o nível

de vendas onde todos os custos operacionais fixos e variáveis são cobertos; isto é, o

nível em que o LAJIR iguala-se a zero. Colocando o LAJIR igual ao zero e

solucionando a Equação acima para Q, obtém-se:

• Q é o ponto de equilíbrio quantitativo da empresa.18

FvpQLAJIR

ou

QvFqpLAJIR

vp

FQ

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Análise do Ponto de Equilíbrio

• Exemplo

• Suponha que o Banana’s, um pequeno produtor de bananas, tenha custos operacionais fixos de $2.500, seu preço de venda por unidade (quilo) seja de $1,50, e seus custos operacionais variáveis sejam de $1,00 por quilo:

• Com a venda de 5.000 kg, o LAJIR da empresa deve igualar-se a zero.

• No exemplo, a empresa terá um LAJIR positivo para vendas superiores a 5.000 kg e LAJIR negativo, ou prejuízo, para vendas inferiores a 5.000 kg.

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000.10$2000.5

000.500,150,1

500.2

Q

kgvp

FQ

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$ - valor monetário

Q - quantidade

Ponto de equilíbrio

• No Ponto de Equilíbrio: Receitas = Custos

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PE

VENDAS

CUSTOS

VARIÁVEIS

CUSTOS

FIXOS

10.000

5.000kg

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Referências

• ASSAF NETO, Alexandre e LIMA, Fabiano G. Curso de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 2009.

• CAVALCANTE, Francisco; MISUMI, Jorge Y. Mercado de Capitais. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2011.

• COPELAND, Tom; JOLLER, Tim; MURRIN, Jack. Avaliação de empresas –Valuation: Calculando e gerenciando o valor das empresas. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2002.

• DAMODARAN, Aswath. Avaliação de Investimentos: Ferramentas e técnicas para determinação do valor de qualquer ativo. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997.

• GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2011.

• KASSAI, José R. Retorno de Investimento. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

• MACHADO, Daniel J. Matemática Financeira. 7. ed. São Paulo: SEDUCON, 2011.

• OLIVEIRA, Gilson; PACHECO, Marcelo. Mercado Financeiro. São Paulo: Fundamento Educacional, 2011.

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