Defesa Com Facas - Uma Ferramenta Para Sua Sobrevivência

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    DEFESA COM FACAS

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    Fotos:Pedro Cavalcanti

    Ilustraes:Ricardo Nakayama

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    J.R.R.AbrahoPedro Cavalcanti

    Ricardo Nakayama

    DEFESA COM FACAS

    Editora

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    J.R.R.Abraho, Pedro Cavalcanti e Ricardo NakayamaTodos os direitos reservados

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    ndices para Catlogo Sistemtico:1. Esportes

    2. Artes Marciais3. Defesa Pessoal

    EditoraCaixa postal xxxx So Paulo SP CEP XXXXX-XXX

    Telefax: (11) xxxx-xxxx e xxxx-xxxxEditora: www.xxxxxxx.com.br - e-mail: [email protected]

    Cdigo de Barras do Livro

    Abraho, Jos Roberto Romeiro, 1962 -Cavalcanti, Pedro Gilioli, 1971 -Nakayama, Ricardo, 1966 So Paulo: Editora

    ISBN XX-XXXX-XXX-X

    1. Defesa com Facas. 2. Artes Marciais. 3. Esportes 4. Defesa PessoalI Nakayama, Ricardo. II Ttulo.

    Logo daEditora

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    DEDICATRIA

    Dedicamos esta obra s nossas famlias, que nos fazem ter certeza que, na vida, h motivos pelos quaisvale a pena lutar, e mesmo morrer se for necessrio.

    Os Autores.

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    AgradecimentosDesejamos agradecer a:

    Alexandre Chiavone de Arajo Cruz - por ter posado pacientemente para as fotos desta obra;

    Paintball Express Military & Police Supplies - por ter cedido as facas usadas;

    Centro de Formao e Aperfeioamento Profissional de Segurana Pires S/C Ltda - por ter gentilmentecedido o espao fsico para realizao da maior parte das fotos.

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    SUMRIO

    Aviso.......................................................................................................... 8Sobre os autores e Colaboradores.............................................................. 9

    Prefcio...................................................................................................... 11Introduo.................................................................................................. 13Usos da Faca.............................................................................................. 15Filosofia da Defesa com Facas.................................................................. 17Conceitos................................................................................................... 19Preparao Psquica para Defesa com Facas............................................. 25Tipos de Situao de Combate................................................................... 27Tipos de Ferimentos com Arma Branca.................................................... 29Caractersticas das Facas........................................................................... 31Ataques...................................................................................................... 37Empunhaduras........................................................................................... 41

    Posies de Combate.................................................................................. 47Porte e Saque da Faca................................................................................. 51Aquecimento.............................................................................................. 53Trabalho de Pernas...................................................................................... 57Movimentos Bsicos................................................................................... 6112 ngulos de Ataque................................................................................. 69Movimentos Bsicos Combinaes......................................................... 75Movimentos Bsicos Trabalho em Dupla................................................ 79Soltura da Faca............................................................................................ 8312 Erros Comuns........................................................................................ 85Defesa Contra Facas................................................................................... 91Aspectos Legais.......................................................................................... 95

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    Aviso

    Este livro destinado apenas a estudos acadmicos. As tcnicas, tticas e metodologias descritasneste volume so muito perigosas e no devem ser usadas ou praticadas sem extrema cautela. Os autorese editores no tm quaisquer responsabilidades, em que Esfera do Direito for, por ferimentos, danos ouprejuzos, sejam provocados por acidente ou intencionalmente, que possam ser atribudos aosensinamentos, tcnicas ou idias contidas nesta obra. Este livro no tem o objetivo de ser uma obra paraautodidatas, sendo importante e indispensvel a superviso e orientao de um instrutor capacitado emnosso mtodo. Ningum est autorizado a se intitular instrutor apenas por ter lido ou estudado este livro.

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    Sobre os AutoresJos Roberto Romeiro Abraho (1962 - ).

    Advogado criminalista militante, jornalista, sindicalista e escritor, J.R.R.Abraho, autor de 34 obras publicadas e inmeros

    artigos veiculados na imprensa nacional e internacional. Colecionador de Armas de todo tipo desde 1982, mas especialmentede Facas e outras Armas de Lmina, tem estudado sobre o assunto desde a adolescncia. Graduado em Karat e Jud (foi alunodo Sensei Shigueto Yamazaki), tem praticado diversas modalidades de Artes Marciais desde os quatro anos de idade, indo doKung-Fu e Tae-Kwon-do ao Boxe e Arnis. Seu esporte predileto, porm, o Tiro Esportivo, tendo inclusive sido Diretor deRelaes Pblicas da Federao Paulista de Tiro ao Alvo entre 1979 e 1981. Participa de competies de tiro esportivo desde1976, em diversas categorias. Membro de diversas Entidades de cunho regional, nacional e internacional, cabe destacar, entreelas, o SCI Safri Club International, organizao que congrega caadores esportivos em todo o mundo. Master e Instrutor de Tiro com as quatro armas: pistola, espingarda, submetralhadora e fuzil, ministrando cursosocasionalmente, em geral voltados a policiais e militares. Abraho , tambm, rdio-amador, detentor do indicativo PU2SCO.Diversas obras de sua autoria podem ser encontradas gratuitamente para download na Internet, no Site Supervirtual:http://www.supervirtual.com.br

    Pedro Carlos Gilioli Cavalcanti (1971 - ).

    Especializado em Jud, com graduao - 1 dan pela British Jud Association, comeou a prtica nas Artes Marciais aos seteanos de idade, tendo praticado os mtodos de treinamento do Kendo, do Boxe Ocidental e do Vale-Tudo. Formado emfotografia pela Lancaster Univercity (Reino Unido). Seu interesse no Combate com Facas comeou durante o Servio Militaronde se graduou como pra-quedista do Exrcito Brasileiro. Treinando diretamente sob a superviso do Mestre Nakayama,ministra instrues de Defesa com Facas. Atualmente exerce instrues em cursos de sobrevivncia na selva e primeirossocorros, alm de monitorar atividades de eco-turismo e esporte radicais.

    Ricardo Nakayama (1966 - ).

    O mestre Ricardo Nakayama o criador do sistema conhecido como Kombato de Defesa Pessoal, do sistema Sotai de Defesacom Facas e Diretor-Presidente da Associao Brasileira de Kombato. Iniciou aos cinco anos de idade nas Artes Marciais, soba superviso de seu pai - Mestre de Karat. Durante trinta anos aprendeu os mtodos de combate e o domnio de vrias Artes

    Marciais e Esportes de Contato: Arnis de Mano, Kick Boxing, Hapkido, Karat, Krav-Mag, Muay Thai, Jiu-Jitsu, Aikido,Jud e Kung Fu. Ministra aulas em academias e empresas de segurana desde 1982. Pesquisa o Combate com Armas desde1978, quando iniciou o treinamento com Basto Longo, Faco Chins e Nunchaku, ministrando aulas regularmente deCombate com Facas, Armas Improvisadas e Tonfa para diversos segmentos da Segurana Pblica e privada. Aos vinte e doisanos foi estudar Artes Marciais no Japo onde se graduou 2 dan de Karat, passando a conhecer diversos sistemas de ArtesMarciais internas e externas no Oriente. De volta ao Brasil, comeou a estudar novas possibilidades e mtodos de treinamentopara aprimorar e desenvolver seu estilo de luta, com nfase ao combate real. Graduou-se a seguir em Matemtica, deixando aprofisso para o exerccio da difuso e ensino da Defesa Pessoal, passando a se dedicar integralmente no desenvolvimento detcnicas para preservar a integridade fsica das pessoas. especialista em Defesa Pessoal com reconhecimento internacional, sendo constantemente chamado para prestar consultoriaaos mais destacados rgos de imprensa da Amrica Latina. Exerceu durante nove anos a coordenao tcnica na rea deDefesa Pessoal na maior empresa de segurana da Amrica Latina, onde ministrou aulas para mais de 30.000 alunos e formoua Primeira Turma de Agentes de Disciplina na primeira (e bem sucedida) Penitenciaria Privada do Brasil. Inovando e

    aperfeioando tcnicas de Combate Armado e Desarmado, elabora estudos e desenvolve cursos especiais para grupos desegurana de destacadas empresas do setor privado.Atualmente o Instrutor de Defesa Pessoal da equipe de segurana da Editora Abril e da disciplina de Tcnicas Policiais nocurso de Guarda-Parque do SENAC em So Paulo. Maiores informaes podem ser acessadas atravs do Site:http://www.sotai.com.br

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    ColaboradoresAlexandre Chiavone de Arajo Cruz (1972 - ).

    Formado em Educao Fsica pelas Faculdades Metropolitanas Unidas em 1996 e detentor de diversos Cursos de

    Especializao, o Mestre Alexandre Cruz especializado em Lutas de Contato e Defesa Pessoal. Foi Diretor de Eventos,Diretor de Arbitragem, Diretor Tcnico, Presidente do Conselho de Mestre e Vice-Presidente de grandes Confederaes noBrasil. Foi Campeo Sul-Americano em 1994, quando deixou os ringues para se dedicar ao Combate de Sobrevivncia Militar.Hoje Consultor de Segurana, palestrante e Instrutor de Treinamento, aplicando vrios cursos a Grupos de OperaesEspeciais militares e policiais, profissionais da rea de segurana e civis. tambm Instrutor de Tiro de Defesa.

    Edson Henry Takei (1972 - ).

    Formado em Medicina pela Universidade de So Paulo, com especializao em Psiquiatria. Colecionador de Armas dediversos tipos, Atirador Esportivo, praticante de Kombato e de Defesa com Facas desde 1999, sendo um dos mais dedicados enotrios alunos.

    Larcio Gazinhato (1951 - ).

    Publicitrio e jornalista, iniciou sua paixo por Cutelaria aos dezenove anos, logo aps iniciar seu interesse por Armas deFogo. No ano de 1986, ele e outros apaixonados por Armas lanaram a revista Magnum, publicao pioneira no tema naAmrica do Sul. Em paralelo a isso, Larcio j era o nico jornalista brasileiro a revelar - de forma constante, consistente etcnica - os principais nomes de nossa cutelaria artesanal e, ao me smo tempo, escrever sobre colecionismo de lminas. dele aobra Facas Bowie, que vendeu mais de 100.000 exemplares s no Brasil (essa obra considerada uma das mais completasdo mundo no tema).No ano de 1998, Larcio montou a Knife Company, a primeira empresa sul-americana de venda de Cutelaria Fina porcatlogo, como algumas que existem nos EUA e Europa.Foram muitos os cuteleiros brasileiros revelados por Larcio; enorme sua contribuio e influncia no atual panorama dacutelaria artesanal brasileira; na formao de novos e mais conscientes colecionadores e no que todos hoje sabemos sobre elas,principalmente as clssicas. Por tudo isto que Larcio Gazinhato hoje tem - e sempre ter - um lugar de extremo destaque no"hall da fama" da cutelaria b rasileira.

    Jorge A. Canale (1943 - ).

    Mdico, arquelogo, inventor, arteso, taxidermista, antiqurio, avaliador de antiguidades e escritor.Desde tenra idade, praticante de Arqueirismo Esportivo, colecionando trofus e medalhas por todo o mundo.Emissrio e assessor militar, veterano condecorado de guerra.Durante a dcada de 1960, exerceu inmeras vezes as funes de Caador Profissional e Guarda-Caa, sempre sob contratogovernamental (Qunia e Rodsia).Primeiro arteso brasileiro a produzir Facas e Espadas artesanais em Ao-Damasco e as famosas Bengalas-Estoque.Atualmente, dedica-se produo artesanal de Bestas (Balestras) e Arcos modernos, rplicas de Espadas medievais e antigas,alm de Armas Primitivas diversas (Atlatl, Funda, Estilingue-Havaino, Zarabatana, etc).

    Alfredo Alexander Raspa da Silva (1971 - ).

    Cirurgio-Dentista, Fisioterapeuta, Acupuntor e Professor Universitrio, Presidente da Associao Brasileira de FisioterapiaCientfica, Alex Raspa, que treina Artes Marciais desde os cinco anos de idade, participou de inmeras competies, tendovencido incontveis torneios. Graduado em Hapkido (Discpulo de Mestre Park), Kung-Fu, Tae-Kwon-Do e Jiu-Jitsu, instrutorde Tiro de Combate, especialista em Kobudo, em especial a Luta com Basto e Nunchaku. um dos pioneiros na fuso de Combate Desarmado com o uso defensivo de Armas Brancas, Armas de Impacto e Armas deFogo, que sintetizou no sistema "Combat Hapkido". Entre seus discpulos contam diversos atletas universitrios com destaqueem competies no universo estudantil secundarista e universitrio.

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    PREFCIO

    Em primeiro lugar, para mim um verdadeiro prazer prefaciar os amigos Ricardo Nakayama,Pedro Cavalcanti e J.R.R.Abraho neste seu primeiro trabalho como, devo frisar bem,

    promissores autores tcnicos.

    Como os Leitores vero, este no apenas mais outro livro sobre Defesa com Facas, como algunstrabalhos que existem por a. A obra , pela sua abordagem eminentemente tcnica, diferente e muitomais abrangente no que concerne aquilo que as pessoas realmente querem saber sobre o uso dessesinstrumentos em situaes reais de combate. A prpria experincia de muitos anos de Ricardo Nakayamacomo Instrutor de Artes Marciais determinou - e muito bem - a linha prtica desta sua obra.

    Outros pontos que me surpreenderam neste trabalho foram:a) a demonstrao clara do quanto uma Arma Branca pode ser eficiente em mos treinadas; b) a citaodos erros mais comuns e, por fim, c) os aspectos legais do uso de lminas em situaes de defesa.

    Alm disso, a obra apresentada em linguagem coloquial, sem desnecessrios rebuscamentos,tornando a absoro de seu contedo bem simples.

    Por todas essas razes, no tenho dvida em afirmar que estamos diante de mais um clssico darara literatura tcnica nacional e, mais importante que tudo, INOVADOR.

    So Paulo, outono de 2002.

    Larcio Gazinhato

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    Prefcio dos Autores

    Esse trabalho a sntese de anos de treinamento e pesquisa na utilizao prtica da faca comoinstrumento de defesa pessoal. Muitas das tcnicas so apenas para referncia, necessitando da supervisode um professor habilitado para tirar o mximo potencial das mesmas.

    A obra dividida em quatro partes:

    Volume um com os fundamentos para conhecer e ter intimidade com a ferramenta e seu aspectocomo arma de defesa pessoal;

    O volume dois com aspectos prticos, tcnicas intermedirias e avanadas e introduo aocombate com facas;

    O volume trs dedicado ao estudo das tticas e estratgias do combate com facas; O volume quatro a abordagem do uso da faca em tcnicas policiais e unidades de elite das foras

    armadas.

    O treinamento como ressaltando constantemente na obra, no deve se restringir apenas ao lado fsico, necessrio o treinamento da atitude correta perante o adversrio, fator imprescindvel, mas muitas vezesesquecido na maior parte dos treinamentos de defesa pessoal.

    Uma preocupao constante quando os autores elaboraram a obra foi a de mostrar as tcnicas quepoderiam ser usado por pessoas mal intencionadas. Os marginais tm suas prprias escolas e treinamvrias dessas tcnicas; ns trabalhamos no treinamento de pessoas que fazem a segurana em presdios econhecemos a cruel realidade desses locais. O conhecimento e o Direito defesa fator assegurado pelaLei em todas as culturas civilizadas e conhecer o perigo que representam as facas e quais tcnicas queteremos que enfrentar asseguram uma melhor capacidade defensiva, tanto fsica quanto psicologicamente.

    Desprovido de garras e dentes para enfrentar os outros animais, esse foi um dos primeirosinstrumentos utilizados para defesa. O caminho se inicia, podendo ser longo e difcil, mas gratificante esurpreendente. No combate com facas, temos todos os aspectos envolvidos na luta constante do homempela sobrevivncia. A arma de fogo no compete com a faca, apenas uma soluo mais rpida e simplesdo que estudar a grande arte.

    Ricardo Nakayama, Pedro Cavalcanti, J.R.R.Abraho

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    INTRODUO

    Facas: esse nome traz mente tantas idias conflitantes que se torna necessrio buscar na noite dostempos a origem dessa ferramenta to importante quanto til e controvertida.Quando o primeiro homem descobriu o que uma pedra afiada poderia fazer por ele (e com ele), estavadescoberta a primeira faca.Talvez essa primeira faca tenha sido usada para cortar a carne de animais abatidos, talvez tenha ferido seuprprio usurio pouco importa.Desse dia em diante, a faca passou a ser parceira inseparvel do homem em sua aventura por este planeta.Neste trabalho, devotamo-nos a explorar a quintessncia dessa primitiva e insubstituvel ferramenta: seuuso em combate, na proteo pessoal e nos confrontos que o ser humano tem com seus semelhantes.Embora a imensa maioria dos homens brasileiros tenha, em determinada fase de sua vida, treinado

    alguma forma de luta, pouco aprenderam sobre essa simples, porm formidvel forma de combate: a lutacom facas.Mesmo os mais avanados praticantes das artes marciais tem tido pouco acesso realidade do combatecom armas brancas, posto ser essa uma forma de luta to perigosa que sua prtica fica restrita a unspoucos movimentos coreografados, muito distantes da realidade encontrada no mundo violento que noscerca.Em um combate real com facas, o adversrio imprevisvel, violento, seu nico propsito no melhordos casos, agredi-lo, porm, devemos esperar que seu objetivo seja tirar a sua vida. O adversrio, nuncair facilitar a sua defesa, to pouco aqueles movimentos treinados nas academias sero fceis de seremrepetidos na rua. Devemos pensar em uma tcnica de defesa pessoal que possa ser utilizada por qualquerpessoa, independente de suas limitaes fsicas, preparando o indivduo para se moldar ao adversrioestudando a situao, empregando as tcnicas e tticas corretas para o momento. Ao mesmo tempoqualquer mtodo eficiente deve constantemente ser colocado em prtica para achar solues para novassituaes de violncia que afligem o dia-a-dia do homem contemporneo.Outro ponto o apego ao tradicionalismo que estrangula o desenvolvimento de muitos mtodos. Executarexerccios formais, cujo objetivo preservar a essncia do estilo, no capacita a pessoa a se defender deum marginal na rua. O dinamismo e versatilidade do seu mtodo podem ser a diferena que pode salvar asua vida!A faca tem um aspecto marginal, sendo usada por bandidos, psicopatas e at por terroristas, isso se deveprincipalmente por:Ser fcil de ser escondida;Ser silenciosa;No apresentar falhas de funcionamento mecnico como as armas de fogo;Exigir pouco treinamento;Ser fcil de ser encontrada e portada;Ter baixo custo;Ser de fcil manufatura (os agentes penitencirios encontram centenas delas nas revistas nos detentos).Se o marginal tem uma vantagem, o cidado comum deve equilibrar a situao. Na atualidade o porte daarma de fogo est sofrendo terrveis sanes, pessoas que lutam pelo politicamente correto e pelosdireitos humanos do bandido fazem uma campanha pelo desarmamento da populao, porm, se em umfuturo prximo no for possvel portar uma arma de fogo, muitos acabaro se voltando para outros meios

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    de defesa, inclusive com facas. Em situao de curta distncia, a faca sem dvida alguma sua melhorarma de defesa pessoal.Existem pessoas apaixonadas pela cutelaria, porm, na maioria das vezes, possuem a ferramenta sem ternoes de como utiliz-la. Esse o maior erro que podem cometer, no confie na arma em si, apenas otreinamento trar sua eficincia.

    A faca como instrumento de defesa o nosso foco principal nesse livro e deve ser estudado por vriasrazes, como:a) Por sua simplicidade, rpido aprendizado e memorizao;b) Conhecer os riscos que a arma apresenta, podendo executar uma melhor defesa;c) Maior poder de intimidao, podemos usar a faca para estabelecer nossa superioridade emocional

    sobre o adversrio, o que na maioria das vezes, no conseguiramos apenas com nossos atributosfsicos;

    d) Equilbrio de foras com uma arma podemos enfrentar um oponente mais forte, ou vriosoponentes simultaneamente;

    e) Para completar os conhecimentos de defesa pessoal;f) Como arma de reserva (backup).

    A faca no necessariamente um instrumento da violncia, mas pode ser uma ferramenta para conter aviolncia.Este livro comeou a ser esboado em 1988, quando realizamos uma srie de cursos patrocinados pelarevista Magnum.Intitulado Facas de Combate, o curso visava fornecer informaes suficientes ao interessado sobre aescolha da ferramenta ideal para situaes de combate.O curso tornou-se um rpido sucesso, mas mostrou uma sria lacuna que dificultaria a expanso de seusensinamentos em algo mais profundo e duradouro: a total ausncia de material didtico, em portugus,sobre as tcnicas de combate com facas.O encontro dos autores permitiu um grande avano nas possibilidades de criar um livro contendo todas asinformaes importantes necessrias a escrever um livro que reunisse a imensa prtica de um, a extensateoria de outro e a capacidade artstica para fundir e retratar essa fuso, de molde a criar um trabalhoautnomo, que permitisse a algum aprender essa disciplina sem ter de recorrer a um mestre pessoal.Embarque conosco nesta aventura do conhecimento, uma experincia to fascinante hoje quanto nostempos em que as espadas reinavam soberanas nos campos de batalha!

    O COMBATE COM FACAS NA ATUALIDADE

    Por muito tempo, a faca foi considerada uma ferramenta marginal, a arma da traio, sempre relegada aum segundo plano como instrumento de defesa e combate.Foi Michael D. Echanis, militar e artista marcial norte-americano, o responsvel pelo renascer dadisciplina do combate com facas.Echanis convenceu seus superiores a introduzir o combate com facas como disciplina para os integrantesdas Foras Especiais do Exrcito dos Estados Unidos.Deixou uma trilogia de obras sobre combate pessoal, hoje rara, mas tendo influenciado todo uma geraosobre a importncia do combate com facas para a defesa pessoal do militar.Seguindo seus passos, muitos outros autores publicaram obras que variam do bsico ao extremamentecomplexo, sempre versando sobre o mesmo tema: combate com facas.Hoje, o combate com facas estudado em praticamente todas as foras armadas do mundo, com muitavariao na qualidade desses cursos.

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    USOS DA FACA

    A faca um instrumento usado pelo homem desde a pr-histria. Podemos encontrar objetos feitos deossos, pedras ou madeiras que serviam para furar ou cortar.A faca utilizada principalmente para:Uso Urbano usamos a faca como utenslio nas cozinhas para cortar ou picar os alimentos em suaelaborao, podemos encontrar estiletes para cortar papis ou abrir cartas nos escritrios, nas mesasservem para facilitar o consumo de alimentos e pode ser um instrumento de defesa pessoal contra aviolncia.Uso no Campo para sobrevivncia, em um acidente areo ou naval, a pessoa pode estar sozinha, semcondies de comunicao ou de sair da rea que se encontra. Uma faca pode ser usada para cortarmadeiras e cips a fim de construir um abrigo, amarrada a um pedao de madeira, pode servir como lanapara defesa contra animais ou pescaria. Um canivete suo pode ter dezenas de pequenas ferramentas

    abridor de latas, chave de parafusos, alicate, tesoura, serra, cinzel, palito, saca-rolhas, lixa de unhas,cortador de unhas, pina, lamina grande, lmina dentada, porta-chaves, rgua, lupa, gancho de limparpeixe, etc.Uso Militar existem facas nesse meio utilizadas para sobrevivncia, bem como modelos visandoexclusivamente situaes de combate:Baionetas essa faca pode ter o corte de um ou dos dois lados, so utilizadas para transpassar ouapunhalar o corpo do inimigo, existe normalmente um orifcio para ser acoplado no cano do fuzil.Punhais tticos usados por unidades especiais para eliminao de sentinelas em misses de infiltrao.Faca de combate para ser usada em combates de curta distncia. Facas de arremesso para eliminaode alvos distncia.

    A FACA E AS MULHERESQuando comparamos o bitipo entre os dois sexos podemos constatar que o homem tem maior massamuscular que as mulheres e, portanto uma fora fsica superior; graas a isso, muitos criminososconseguem subjugar suas presas sem a necessidade de armas. Podemos citar recentemente o caso domanaco do parque (o Motoboy Francisco de Assis Pereira que em 1998, confessou ter matado 10mulheres convencia as moas a acompanh-lo ao Parque do Estado, oferecendo emprego como modeloou manequim fotogrfico de uma empresa de cosmticos, espancava, mordia, violentava sexualmente ematava por asfixia), que no se utilizava facas ou armas de fogo para consumar sua violncia. Um dosprincpios bsicos de criminosos escolher sempre o mais fcil normalmente representado pelafragilidade e desateno da vtima. As mulheres desacompanhadas so vtimas preferenciais por suafragilidade.

    Digamos agora que uma mulher tente se defender dando socos ou chutes no oponente, este se defendercom relativa facilidade e pior, o agressor passar a atacar com maior fora, no difcil encontrar casoscom mulheres que foram desfiguradas ou tiveram ossos quebrados.Imagine agora, essa mulher tirando uma faca, o marginal ao ver aquele instrumento que ele utilizou a vidainteira para cortar seus alimentos, agora servindo para cortar a sua carne. O olhar da vtima se transforma,seu instinto de sobrevivncia fala mais alto, existe uma nica opo, se sujeitar violncia fsica e moral,ou fazer o que for necessrio para escapar viva. Em um movimento rpido o agressor avana, semhesitao a mulher desfere um rpido movimento de corte em direo ao pescoo, seguido por outro em

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    direo aos olhos do marginal. A suposta vtima sai viva do confronto, volta para sua famlia preservandosua integridade e dignidade.Na sociedade moderna, a ao criminosa nunca esteve to violenta; estupros, seqestros, atentados, brigase inmeras outras ocorrncias so notcias constantes nos jornais. Vivemos uma banalizao da violncia.As leis que servem para proteger a sociedade, no inibem totalmente a ao criminosa. O cidado que

    cumpre com suas obrigaes agredido, moral, mental e fisicamente, alm de ser espoliado de seus bens.A violncia existe, no podemos negar o fato. Nos confrontos reais, a mulher nesse momento acaba sesubmetendo ao agressor com medo de ser morta, porm, no reagir no garante sua vida, comodemonstrado no exemplo do manaco do parque. No confronto hipottico, o mais importante no aferramenta, mais o preparo tcnico - atravs de um sistemtico treinamento fsico, tcnico e psicolgico(com a atitude correta, cuja preocupao fundamental pensar em sobreviver situao).Nesse contexto, devemos desenvolver mtodos preventivos que antecipem e evitem uma agresso emtodos de reao que sejam baseados na simplicidade dos movimentos, com respostas rpidas,instintivas e efetivas.A faca a curta distncia a melhor forma de defesa pessoal. Com pouqussimo tempo (em mdia seismeses), podemos derrotar a maioria dos adversrios, mesmo os maiores e mais fortes.

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    FILOSOFIA DA DEFESA COM FACAS

    A filosofia aqui apresentada a sntese pessoal de um mtodo de defesa com facas, resultado de 30 anosde treinamento nas mais diversas artes marciais, em experincias reais de combate, no estudo, pesquisa etroca de informaes com vrios estudiosos no assunto. Uma outra fonte importante 18 anos de ensinoem renomadas instituies ligadas a segurana e unidades militares de elite as quais constantementefornecem um vasto material para aprimoramento tcnico, a partir do retorno do uso do mtodo aquiapresentado em situaes operacionais tticas e diversos eventos que fazem parte do dia-a-dia de umprofissional de segurana.As artes marciais orientais trabalham a disciplina, a repetio dos movimentos condicionados (memriamuscular) com o objetivo de diminuir o tempo entre pensar e agir. O foco na mente do lutador no aracionalizao, mas a abstrao. Um dos requisitos bsicos de muitos mestres admitirem seus discpulos a total confiana em seus mtodos, sendo que a primeira dificuldade a vencer no duvidar de suametodologia.As tcnicas ocidentais do nfase no questionamento, para realmente provar a eficincia de suas tcnicas.

    Utiliza-se de campeonatos entre diferentes sistemas ou estilos para saber qual o melhor mtodo detreinamento. Nota-se, porm, que esses campeonatos esto sempre limitados por regras.Poucas artes marciais ou lutas contemporneas levam em considerao a realidade do combate real, essasartes no costumam em treinamento se utilizar tcnicas sujas, to comuns entre lutadores de rua.Podemos levar mordidas, guspe na cara, golpes no olho ou em regies genitais que na regra da maiorparte desses sistemas so proibidos. A faca nas mos de um lutador com poucos meses de treinamentoequipara-o a um especialista com muitos anos de treinamento.Uma das melhores e mais completa metodologia de combate de facas so originarias das Filipinas, umarquiplago formado por mais de 7.000 ilhas no Oceano Pacfico. O uso das armas, principalmente asfacas, espadas e bastes so largamente disseminados sendo uma das primeiras coisas a serem ensinadasaos habitantes. Diferente dos mtodos tradicionais que primeiro treinam as tcnicas corporais para

    somente em nveis mais avanados se comear a estudar o uso de armas. Tcnicas nativas, combinadas atcnicas da esgrima trazida pelos conquistadores espanhis formaram uma das mais ricas formas decombate com armas da humanidade, alm de ser a legtima representao da bravura e coragem de umpovo sintetizadas na forma de um sistema nico que combina aspectos fsicos, religiosos, culturais esociais. Muitos dos maiores mestres no combate de facas pelo menos estudaram um pouco do sistemafilipino a fim de enriquecer seus conhecimentos e melhorar suas tcnicas.A defesa com facas exige o melhor dos dois hemisfrios, onde o lutador prepara seu corpo a reagir demaneira intuitiva ao mesmo tempo em que elabora um intrincado jogo de estratgia para dominar oadversrio, s vezes, sacrificando alguns pees para tomar a rainha do adversrio.Outra fonte de estudo e aprimoramento da defesa com facas o meio militar que tambm procurapadronizar, registrar e treinar seus mtodos para serem usados no campo de batalha. O estudo das tticas e

    estratgias, o aprimoramento fsico e preparao mental para o combate tambm enriquecem muito paramelhor compreender os fundamentos do combate de faca, arma imprescindvel para o soldado, garantindosua vida em situaes de sobrevivncia ou de combate.A mente aberta a mudanas e novos conceitos deve ser uma premissa para qualquer praticante docombate de facas. A busca do estudo, do treinamento e at da comprovao do mtodo de combate outro ponto a ser abordado. O estudo a nica forma de garantir contnua reciclagem dos conhecimentose das habilidades tcnicas e humanas do combatente. O treinamento constante molda o corpo e prepara amente, finalmente a comprovao da tcnica em situaes simuladas de luta, preservando a integridadefsica dos praticantes, evidencia possveis falhas no mtodo de combate.

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    Alguns mtodos trabalham a tcnica do aluno, outros desenvolvem tticas e at mesmo estratgias para ocombate, porm, muito mais importante trabalhar o ser humano. Deve haver uma mudana interna nocombatente, desenvolvendo o esprito inabalvel ante a morte, destino final de todo ser humano, porm,poucos realmente esto preparados para aceitar esse fato.

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    CONCEITOS

    Trabalhar a mente o combatente deve treinar, controlar e at manipular sua mente e do adversrio parater domnio do corpo, de suas emoes e de sua habilidade tcnica. As principais dificuldades sovencidas o medo, hesitao e a surpresa. Os movimentos so simples e fluidos, o adversrio um merocoadjuvante onde se enxerga o vazio em sua guarda, atacando rpida e mortalmente, alm de seusmovimentos serem interceptados com facilidade.

    Mantenha o foco da luta Todo combate violento, sangrento, muitas vezes se utiliza tcnicas sujaspara venc-lo. O foco cortar ou ser cortado, pense realmente se ter coragem de utilizar a faca, ela no feita para intimidar.Onipresena Existem muitas restries quanto ao uso da arma de fogo falhas ou incidentes de tiro,disponibilidade em todos os locais que freqentamos, limitaes legais ao porte, etc. Nos dias atuais,muitos optam pela faca at como instrumento de defesa pessoal pela facilidade de ser encontrada ouadaptar suas tcnicas a vrios tipos de objetos.

    Todas as armas so iguais - so apenas ferramentas e um lutador que sabe como utilizar uma faca demaneira eficiente pode adaptar a tcnica para outros objetos que esto a mo.Com objetos simples como uma chave, guarda-chuvas, cartes de crdito, garrafas, copos, chaves defenda ou uma caneta possvel efetuar os doze ngulos de ataque.Conhea anatomia - A faca permite escolher fugir, negociar, ferir ou acabar definitivamente com oadversrio. A arma de fogo muitas vezes no oferece esses recursos. Somente com conhecimentos deanatomia podemos ser seletivos em nossos ataques e em suas conseqncias.Equilbrio - O equilbrio em uma luta fundamental para o lutador conseguir atacar e se defender demaneira eficiente, principalmente pelo fato de um erro ser fatal em um combate. Uma base deve serconfortvel para o lutador ao mesmo tempo em que mantenha a mobilidade.

    Essa base desequilibrada, pea para algum empurr-lo.

    J tentou andar na corda bamba?

    Ps afastados na largura do ombro, joelhos flexionados aumentam a estabilidade.

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    O Triangulo o combate de forma linear permite uma continuidade de ataques do oponente, atriangulao se divide em 2 tringulos Macho ou defensivo para aes evasivas e Fmea ou ofensivopara aes de ataque e contra-ataque. Nessas condies conseguimos surpreender o adversrio com umcontra ataque em suas costas ou quebrar com mais facilidade sua seqncia de ataque. O Posicionamento o local do lutador (ou do defensor) em relao a seu oponente, para se ter vantagem na luta, um

    princpio vital sair da linha de ataque do adversrio.

    Lado Morto/Vivo Nos movimentos em triangulao interessante escolher o lado morto do oponente,ou seja, o lado das costas para dificultar um possvel contra-ataque. O lado vivo representado pelo ladointerno do corpo do oponente onde a mo viva permite aes efetivas e contnuas que possibilitamdefesas e ataques do adversrio.A Mo Viva - A mo viva a mo que no contm a faca. Nos combates para golpear, empurrar,imobilizar a arma do oponente, bloquear ou desviar seus ataques de maneira fluda e contnua.Inrcia - a tendncia de um corpo em movimento continuar na direo do movimento a menos que algoo impea, como por exemplo, um bloqueio com o brao para impedir a faca de alcanar o corpo doadversrio. Quanto maior a massa do corpo ou velocidade do movimento, maior a inrcia. Um lutadorpode usar esse efeito para aplicar em sua vantagem.

    1 2 3

    Tringulo Ofensivo

    Fig.01 - O adversrio avana, o defensor avana em diagonal e contra -ataca no meio de sua guarda.

    Tringulo Defensivo

    Fig. 02 - O adversrio avana, o defensor recua em diagonal e contra-ataca.

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    O lutador pode usar a inrcia do oponente contra ele mesmo, deixando-o vulnervel:1. Desequilibrando o Oponente2. Desviando a fora de ataque do Oponente3. Somando as foras do Oponente e do defensor.

    A B Duas foras iguais em sentidos opostos se anulam.

    F=A-B

    A B Duas foras iguais no mesmo sentido se somam.

    F=A+B

    O lutador nunca deveria opor-se ao adversrio em um confronto direto de foras.

    Distncias o clculo correto da distncia do oponente evita desperdiar golpes no ar expondo a guardapara contra-ataques e permite elaborar uma melhor estratgia no combate. Existem basicamente trs reasde combate.a) rea de Risco onde o adversrio e o combatente no podem desferir ataques, porm, pelaproximidade permite encurtar a distncia em pouqussimo tempo. A rea varia de acordo com o nmerode atacantes.b) rea de Combate Primrio onde possvel desferir ataques, porm evita-se a luta corpo-a-corpo;c) rea de Combate Corpo-a-Corpo onde se utiliza agarres, projees, imobilizaes, cotoveladas, etc.em lutas de faca contra faca, essa distncia deve ser evitada (maior possibilidade de cortes).

    Fig.03 - Quando dois combatentes se encontram existem apenas trs reas a serem consideradas. importante manter oadversrio sempre a sua frente, se o adversrio tentar triangular, compense acompanhando-o em movimento giratrio.

    rea de Risco

    rea Corpo a Corpo

    rreeaa ddee CCoommbbaattee PPrriimmrriioo

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    Posicionamento: - a noo das distncias permite um posicionamento mais adequado, podemos alteraruma situao difcil de ser defendida para uma situao mais confortvel.

    Fig.04 - Contra vrios oponentes, amplia-se rea de risco de modo considervel, ficando exposto a vrias frentes de combate.

    Fig.05 - O posicionamento inteligente permite diminuir consideravelmente a rea de risco e a possibilidade de ser cortado.

    rea Corpo a Corpo

    rreeaa ddee CCoommbbaattee PPrriimmrriioo

    rea de Risco

    rea de Risco

    rea de Risco

    rea Corpo a Corpo

    rreeaa ddee CCoommbbaattee PPrriimmrriioo

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    Exploso esse o conceito primrio para um combate de faca. Exploso a capacidade de executarmosum ataque de maneira surpreendente, sem telegrafar o movimento, usando o mximo de velocidade deataque. Muitos combatentes permanecem em bases que podem ser exploradas por um lutador que temexploso.

    Fig.06 O lutador que tem sua mo frente ou na mesma linha da faca pode ter seu brao cortado por um combatente que temexploso no ataque. Cortado, este ficar abalado psicologicamente podendo lanar um ataque desesperado ou ficar paralisadopelo terror da situao.

    Tempo Certo (Timing). - Esse conceito significa atacar no momento certo, defender no momentocerto. Um lutador experiente antecipa os possveis ataques do oponente, conseguindo neutraliz-los se

    souber aproveitar o momento adequado, ao mesmo tempo pode observar se o adversrio est expondosuas fraquezas e nesse momento aplicar um ataque que o imobilizar.De uma parte para pegar o todo um conceito importante em um combate de faca estar preparadopara ser cortado, no se abalando se o fato acontecer. Existem situaes que podemos cortar um braopara cortar a garganta o adversrio.Conhea a Ferramenta, saiba suas caractersticas, tcnicas e estude o adversrio Conhecer a facapermite distinguir o grau de risco que ela oferece uma adaga cortar dos dois lados da lmina, umpunhal ser usado para estocar. O estudo das tcnicas permite conhecer os possveis ngulos de ataque, amovimentao que poder ser usada e quais as possveis vantagens ou desvantagens no combate. Estudaro adversrio compreende ver as motivaes que levaram ao combate, a disposio para usar a ferramentae o nvel de conhecimento do mesmo no uso da faca.

    Nunca subestime seu adversrio um dos erros mais comuns subestimar o adversrio, um combatenteexperiente pode aps muitos combates entrar impulsivamente, achando que sua tcnica infinitamentesuperior far dele um lutador invencvel que nunca ser cortado, o engano fatal, podemos acreditar nasorte, ou confiar em nosso treinamento. A mente preparada evita a surpresa.Tenha mais de uma faca importante portar mais de uma faca, podemos perder a faca no combate,tornando-nos vulnerveis, outra faca mantm a capacidade de ataque e defesa e garante melhorescondies para manter equilibrado o combate.

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    reas de Ataque O corpo pode ser dividido cinco reas principais de ataque:I Quadrante: lateral superior direita artrias, radial, braquial, subclvia, jugular, cartida, costelasflutuantes.Obs.: Com a faca frente, se torna o ponto mais prximo de ser atingido.II Quadrante: lateral superior esquerda artrias, radial, braquial, subclvia, jugular, cartida, costelas

    flutuantes.III Quadrante: Femoral, tendes e ligamentos.IV Quadrante: Femoral, tendes e ligamentos.Obs.: Ponto mais difcil de ser atingido em combate.V Linha Central do Corpo Olhos, nariz, traquia, plexo solar, abdmen, testculos.

    Fig.07

    A Faca iguala o fraco ao forte Com a faca uma pessoa fraca, uma mulher, por exemplo, pode senivelar a um atacante muito maior, ou mais forte. A faca deixa de ser uma arma marginal, utilizada porcriminosos e se torna uma ferramenta de defesa pessoal para a pessoa sobreviver a uma situao de risco.A Faca complementa as artes marciais tradicionais em princpio as armas em geral bastes,espadas, a prpria faca complementa os recursos que podem ser usados em um combate.Simetria a capacidade de utilizar a faca com as duas mos, esse conceito importante se pensarmosque o brao forte pode ser incapacitado, sendo necessrio usar a mo fraca para continuar o combate.Preciso significa o clculo correto do ataque, considerando o ngulo e a distncia do alvo. Nodesperdiamos os golpes no ar, evitando expor partes do corpo para o contra-ataque do adversrio,alcanando o objetivo escolhido para acabar rapidamente com o combate.

    I II

    III IV

    V

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    PREPARAO PSQUICA PARA A DEFESA COMFACAS

    Preparando-se para o Combate RealImagine-se frente a frente com um indivduo armado com uma faca disposto, no a intimid-lo, mas amat-lo. Imagine o brilho da lmina percorrendo rapidamente o espao que o separa deste oponente.Muitos de ns apresentamos uma reao natural de certo cuidado quando estamos lidando com objetoscortantes. De maneira geral, em nossas ocupaes dirias, um corte que provoque sangramento umacontecimento normalmente acidental e raro. Quando acontece, normalmente desviamos nossa ateno enossos cuidados ao ferimento. No combate com facas os ferimentos so reais, muitas vezes srios epodem demandar grandes cuidados mdicos posteriores. Alm disto, mesmo pequenos ferimentos podemlevar a incapacitao para o combate. fato que um simples corte na mo pode afetar nossaconcentrao, nossa confiana e nosso esprito de luta, alm de incapacitar certos movimentos. Muitaspessoas chegam a apresentar hipotenso ao verem sangue. Algumas chegam at a desmaiar ou vomitar.

    Neste contexto o controle da dor essencial, assim como a frieza para lidar com sangue e ferimentos,tanto prprios como do adversrio (pois ao contrrio do que ocorre nos filmes, um oponente ferido nodesfalece pacificamente ao receber um golpe certeiro de faca). preciso estar preparado psiquicamente,pois as cenas e os sons em um contexto de luta real diferem muito daqueles presenciados nos treinos.Alm disto, quantos de ns est de fato preparado para receber um corte (praticamente inevitvel numcombate entre duas pessoas treinadas)? Pense: ser que sua tcnica se manteria se voc estivesse com dorou sangramento?Nos treinos, quando recebemos um golpe fatal ou quando estamos acuados ou se nos ferimos, damos umapausa e depois continuamos. Este um hbito que pode criar condicionamentos desfavorveis, fatais numcombate real (no qual, mesmo com grande desvantagem ou feridos, no podemos simplesmente jogar atoalha). O comedimento e o respeito frente ao nosso colega de treinamento tambm podem limitar nosso

    condicionamento, pois molda nossa atitude. Numa luta real podemos desviar a ateno do adversrio comatitudes, gestos ou palavras por tempo necessrio para que se desfira um golpe fatal. Deve-se lembrar quepara sobreviver no h regras. O domnio do emocional do oponente pode estar em nossas palavras, assimcomo sua forma de lutar (com mais ou menos precauo). Intimid-lo, induzi-lo a erros, engan-lo podeser uma forma de venc-lo.Treinar em contextos prximos dos reais o ideal, obviamente tomando-se as devidas precaues paraque acidentes mais graves no ocorram.

    O Adversrio Temido

    Algo que se pode ver em filmes e que na vida real pode ser bastante amedrontador o adversrio

    mostrando, atravs de automutilao, que est pronto para morrer no combate, sendo a dor algosecundrio. Lembre-se, no subestime um indivduo que est acuado, desesperado ou no tem nada aperder. Mesmo um indivduo drogado, em fuga, ou defendendo algo que lhe muito importante poderealizar verdadeiras faanhas e nos surpreender mesmo gravemente ferido. Antes de sair atacando estudea atitude, a segurana e a habilidade de seu adversrio. Se voc perceber que suas chances de venc-lo somnimas, fuja. Lembre-se dos ditos de Sun Tsu:

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    Se voc no conhece a si mesmo e nem a seu inimigo, perder todas as batalhas. Se voc conhece a simesmo, mas no conhece seu inimigo perder metade de suas batalhas. Se voc conhece o inimigo e a simesmo no precisa temer o resultado de cem batalhas.

    Lidando com Seus Sentimentos

    Da mesma forma que voc pode induzir seu adversrio a respostas emocionais atravs de provocaes,atitudes ou gestos, ele tambm pode faz-lo com voc. Controle emocional essencial para quem estlidando com a vida de pelo menos duas pessoas. Deve-se saber quando prudente atacar e quando sbiofugir. Alm disto, o orgulho e o af da luta no podem ceg-lo a ponto de induzir que voc pratique umexcesso do qual se arrependa amargamente depois. A luta de faca no para vingana, para defesa desua prpria vida.

    Agindo com DiscrioOs ataques mais fulminantes so aqueles que pegam o adversrio de surpresa. Mostrar para todos comovoc preparado pode simplesmente revelar quais so suas armas e seus pontos fracos. Alm disto, sevoc estiver acertando algum num combate real, as pessoas ao seu redor tendero a v-lo como vtima,

    independente do que ele tiver feito. Neste contexto voc pode acabar sendo atacado por pessoas que notem nada a ver com o conflito.

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    TIPOS DE SITUAO DE COMBATE:

    Faca versus Faca uma situao rara nos dias atuais, os duelos com facas ao contrrio do duelo com espada nunca fizeramparte da cultura ocidental, porm, com a restrio do uso da arma de fogo no ser difcil em um futuroprximo esse quadro mudar. O combate terminar em poucos segundos se houver grande diferena nahabilidade dos combatentes ou ambos podero morrer se houver equilbrio. Para entrar em combate nessasituao o lutador deve estar preparado para a morte. Podemos confiar na sorte, ou podemos confiar natcnica um lutador preparado confia apenas na tcnica, a sorte acaba um dia.Nessa situao podemos tambm prever a possibilidade de enfrentarmos mais de um lutador armado comfaca, nesse caso, adversrios experientes tentaro atacar simultaneamente em vrias frentes, aumentandoo risco de ser cortado. Podemos com a tcnica correta, diminuir o risco, fazendo o combate se tornarlinear com um posicionamento inteligente, conforme demonstrado nos captulo de conceitos, itemposicionamento.

    Faca Versus Lutador DesarmadoNo e raro no mundo inteiro ouvir esse tipo de agresso, a faca extremamente fcil de ser encontrada.Ataques traioeiros, por motivos fteis so muito comuns. O problema no a faca, mas quem a utiliza.Nessa situao a vantagem de quem porta a faca por ter o elemento surpresa e maior poder de ataque.Existe uma exceo, se o lutador for fisicamente muito inferior ao adversrio arma equilibra o combate.

    Faca Versus Vrios Lutadores DesarmadosUsar a faca contra algum desarmado como dito anteriormente visto como uma atitude covarde, porm,se tiver que lidar com vrios oponentes, a arma tambm serve para equilibrar o combate. Existe um ditadoque diz: melhor ter cinco lees do que quinhentas ovelhas, nada mais verdadeiro, mostrar os dentespara as ovelhas aterroriza seus coraes.

    Faca Versus Arma de FogoNessa situao a vantagem depende da distncia entre os lutadores. A curta distncia a vantagem dapessoa com a faca, a longa distncia a vantagem da arma de fogo. Uma das melhores maneiras de sedefender contra algum armado com uma faca usar uma arma de fogo. O ideal que a distncia sejasuperior a 6 metros de distncia.

    Faca Versus BastoUm basto quando usado com habilidade uma arma superior a faca devido margem de segurana(distncia para ataques que separa os lutadores) superior a da faca, porm, deve-se ressaltar que isso estarelacionado s habilidades dos lutadores em suas respectivas armas.

    Lutador Desarmado Versus FacaTudo depender das habilidades de quem porta a faca em oposio habilidade, dos recursos e dacapacidade de fuga do lutador desarmado. Esse tipo de situao a pior possvel, devemos ter conscinciade nossa inferioridade nessa situao, correr deixa de ser uma atitude covarde e sim uma necessidade parasobreviver.

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    Foto 1 - Alunos treinando a defesa de facas

    Foto 2 - Alunos treinando a defesa de facas

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    TIPOS DE FERIMENTOS COM ARMAS BRANCAS

    Os ferimentos bsicos podem ser cortantes, perfurantes, contusos ou esfoliativos.

    1) Ferimentos cortantes: o ferimento cortante causa dor (e distrao), sangramento (e quebra doesprito de luta do adversrio) e, muitas vezes, restrio de movimentos. Nos braos e pernas,cortes transversais que atinjam a musculatura ou os tendes do adversrio podem impedir amovimentao do mesmo dando fim ao combate. Em regies de ligao entre os seguimentoscorpreos (virilhas, axilas, pescoo) grandes vasos esto superficializados. As regies onde sepalpam pulsos, por exemplo, apresentam artrias, em cujo trajeto, o sangue trafega sob presso.Deve-se lembrar, no entanto, que em alguns destes trajetos vasculares os vasos esto protegidossob tendes, msculos e at ossos. O que fazemos nos treinamentos, muitas vezes no correspondeao que podemos fazer na prtica com um nico golpe.

    2) Ferimentos perfurantes: no to fcil causar ferimentos perfurantes em regies vitais quanto seimagina. Uma costela ou mesmo a roupa de um oponente pode ser obstculo intransponvel para

    uma faca. Experimente perfurar um pedao de isopor vrias vezes e verifique se sua facarealmente capaz de perfur-lo. Alm disto, ferimentos em locais aparentemente letais podem sermais inofensivos do que um corte na axila de um oponente. As regies do pescoo e do trax soas mais fatais, embora obviamente uma leso em fgado, rins ou grandes vasos tambm possams-lo. Excetuando-se regies de rgo vitais, muitas vezes uma estocada pode ser inofensiva,ficando inclusive colabada (fechamento do espao virtual criado pelo ataque da faca, onde osprprios tecidos se sobrepe, evitando a hemorragia no local atingido). Para compreender oconceito, basta perfurar um colcho.

    3) Ferimentos contusos: podem vir a ser letais se dados com um objeto pesado em regies comocabea, pescoo, trax. No podemos, assim, subestima-los.

    4) Ferimentos esfoliativos: causam dor importante e no so geralmente de risco imediato.

    Como lidar com alguns ferimentos causados por armas brancas que requerem cuidados mdicos deurgncia

    Amputao: colocar a parte amputada em um saco plstico imerso em gua gelada. Proteger o coto deamputao.Ferimento perfurante em tronco: falta de ar pode evidenciar perfurao de um dos pulmes. Dorabdominal difusa pode evidenciar presena de sangue ou fezes na cavidade abdominal. Levarimediatamente ao pronto-socorro.Ferimento superficial: importante lavar o local com gua corrente, no passar produtos como cremes,anti-spticos, lcool, etc. e encaminhar o ferido a um pronto socorro para a devida sutura, com posterior

    prescrio de soro antitetnico e antibitico. Caso haja sangramento contnuo, no lave e comprima oferimento at que se consiga atendimento mdico.Ferimento em tendes, msculos, nervos ou vasos: imobilize o membro, protegendo as reas feridas ecomprimindo locais de sangramento. A resoluo normalmente cirrgica e precisa ser feita em ambientehospitalar.Ferimento com reas de descolamento: proteger a rea descolada mantendo-a em sua posio originalse possvel. Se houver sujeira ou outros elementos na leso, mantenha-a aberta.Fratura exposta: imobilizar e proteger o membro na posio em que ele estiver e levar

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    Batida na cabea com perda de conscincia: o paciente precisa de avaliao neurocirrgica mesmo querecobre a conscincia.Dor em pescoo ou coluna importantes aps leso traumtica: o indivduo deve se manter imvel paraque no ocorra possvel leso medular. Deve ser removido por equipe treinada em cuidados pr-hospitalares de pacientes acidentados.

    Hemorragias: o sangramento de uma artria pode levar a choque hipovolmico (diminuio daquantidade de sangue) em poucos minutos. Desta forma, essencial se comprimir o local do sangramentorapidamente. O sangue arterial vermelho vivo e sai do ferimento sob presso. O sangue venoso maisescuro e extravasa progressivamente. Uma veia totalmente secionada transversalmente se retrai e suasextremidades colabam, estancando naturalmente o sangramento. No entanto, uma veia cortada emdiagonal no se colaba e extravasa sangue sem interrupo. Caso o sangramento seja em um membro prudente mant-lo elevado e no garrote-lo. Quando o indivduo est perdendo grande volume de sanguefica plido e comea a sentir sede. Neste momento, a administrao de lquidos por via oral no auxilia oquadro geral do indivduo.Perfurao de olho: Proteger a rea lesionada e levar a pronto-socorro com oftalmologista.Manuteno de objeto intra cavitrio: mant-lo no local at que se faa o socorro mdico adequado.

    Golpes com a Faca

    Existem dois movimentos bsicos com a faca o corte e a estocada.

    Corte - o fio da lmina percorre o alvo, quanto maior a superfcie e o tempo na rea em contato, maiorser o corte, quanto mais fina a lmina, mais profundo ser o corte.

    Estocada a ponta penetra no alvo, podendo penetrar em profundidade, picar, furar, ser girada dentro docorpo ou aps a estocada causar um rasgo no oponente.

    Outros ataques:

    Golpes para amputar armas pesadas usadas com fora podem amputar partes do corpo do adversrio.

    Golpe com o pomo como objeto contundente podemos utilizar o pomo para atacar o adversrio comgolpes contundentes, visando imobiliz-lo.

    Golpe enganchando com a ponta para puxar e controlar com a faca possvel fazer o controle dooponente, visando imobiliz-lo.

    Golpe raspando com o gume para esfolar possvel retirar a pele do adversrio provocandosangramento abundante e superficial para abalo psicolgico.

    Golpe de arremesso possvel arremessar a faca para alcanar o adversrio quando esse se encontrafora do seu raio de ao.

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    CARACTERSTICAS DAS FACASPositivasDois gumes Com a possibilidade de cortar de ambos os lados, aumentamos a possibilidade de ataques e

    facilitamos a soltura da arma em caso de tentativa de segur-la.Contra-corte parcial eleva a possibilidade de corte, porm, no compromete a resistncia da arma comoem uma adaga.Espiga Longa em lminas fixas evita a possibilidade de quebra da arma.Lmina de comprimento de sete polegadas (17,5 cm) em situaes de combate (uso militar) lminascurtas diminuem a margem de segurana do combate, potencializam (pelo prprio peso da arma) o golpee seus efeitos.Lmina Espessa maior resistncia;Lmina Larga maior efeitos principalmente em golpes de penetrao com giro de pulso;Possibilidade de diversas empunhaduras;Facas com lminas dobrveis em ambientes urbanos - mais fceis de serem dissimuladas.

    Facas dobrveis com abertura rpida;Tmpera de dureza entre 55 e 59 Rockwell para evitar que a lmina dobre ou se quebre com facilidade.

    NegativasDois gumes possibilidade de se cortar em empunhadura reversa.Cabo do tipo anatmico ou soco ingls impossibilita diversas empunhaduras.Cabo muito espesso - aumenta o peso, diminuindo a velocidade da lmina.Cabo muito liso facilita para perder a lmina;Cabo cilndrico facilita perder a lmina;Lmina espessa cortes mais superficiais devido resistncia do corpo, maior peso dificultando amovimentao (velocidade).

    Entalhes na lmina diminui a resistncia da lmina.Espiga curta quebra da ferramenta.Lmina estreita menor rea de corte.Lmina muito fina menor resistncia da ferramenta.Ponta muito afilada - fcil de quebrar;Tempera de dureza inferior a 50 Rockwell.Tempera de dureza superior a 70 Rockwell.

    Nomenclatura (fig.08)

    Fig.08

    Ponta

    Lmina

    Gume ou CorteCabo

    GuardaContra-corte

    Pomo

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    Tipos de Lminas

    Existem vrias tipos de Lminas que podem ser utilizadas para defesa pessoal, conforme o seu desenho,uso, material ou porte. A escolha da lmina complementa as habilidades da pessoa, porm, como todaferramenta no deve ser superestimada como o nico fator preponderante para vencer uma luta. Existem

    diferentes tipos de lminas ao redor do globo, caracterizando at mesmo como expresso cultural de umpovo. Uma das mais antigas ferramentas da humanidade, sendo usada desde a idade da pedra.

    Fig.09

    Faca:Caracterstica a lmina que tem apenas um gume, embora possa ter um meio gume no outro lado,geralmente os lados so assimtricos.Tipos de golpesPrincipal: CortantesSecundrios: Perfurantes, contusos e espoliativos.

    Fig.10Adaga:Caracterstica a lmina que tem gume duplo, com os lados simtricos.Tipos de golpesPrincipal: Perfurar.Secundrios: Cortar, contundir, esfoliar.

    Fig.11

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    Balisong:Caracterstica Arma filipina compacta e dobrvel podendo ter o gume de um ou ambos os lados comvrios tipos de desenho.Tipos de golpesPrincipal: Cortar.

    Secundrios: Perfurar, contundir e esfoliar.

    Fig.12Punhal:Caracterstica Lmina com duas extremidades cortantes e uma ponta, a ponta est alinhada com o eixolateral da lmina.Tipos de golpesPrincipal: Perfurar.

    Secundrios: Contundir.

    Fig.13Stilleto:Caracterstica Arma com ponta perfurante com lmina longa e afilada, normalmente sem corte, comlmina com seo triangular ou quadrada.Tipos de golpesPrincipal: Perfurar.

    Secundrios: Contundir.

    Fig.14Tanto:Caracterstica Arma japonesa, com gume penetrante na ponta e cortante apenas em um dos lados.Tipos de golpesPrincipal: Perfurar e cortar.

    Secundrios: Contundir, esfoliar, amputar e decapitar.

    Fig.15Navalha:Caracterstica lmina dobrvel de tamanho reduzido, geralmente sem ponta, com gume em apenas umdos lados.Tipos de golpes

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    Principal: Cortar e esfoliar.Secundrios: Contundir

    Fig.16Utilitrias:Caracterstica ferramenta com mltiplas aplicaes com vrias ferramentas embutidas - abridor de latas,chave de parafusos, alicate, tesoura, serra, cinzel, palito, saca-rolhas, dentada, porta-chaves, etc.Tipos de golpesPrincipal: Cortar e esfoliar.Secundrios: Perfurar, contundir.

    Fig.17

    Canivetes Dobrveis ou Retrteis

    Caracterstica lmina dobrvel ou retrtil de vrios tamanhos e desenhos, com mecanismo comacionamento manual ou automtico.Tipos de golpesPrincipal: Cortar e estocar.Secundrios: Contundir e esfolar.

    Fig.18 - Canivete Dobrvel

    Fig.19 - Canivete automtico ou retrtil

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    KrisCaracterstica lmina da Malsia com vrias curvas assimtricas no formato flamejante, feita de ferro,com numerosos adornos e emblemas. Era smbolo de status no passado. Havia uma crena antiga quedizia que a Kris protegia o proprietrio e sua casa. Em pocas antigas os guerreiros mergulhavam suaponta em veneno.

    Tipos de golpesPrincipal: Cortar e estocar.Secundrios: Contundir e esfolar.

    Fig.20

    KukriCaracterstica lmina do Nepal pesada e com tamanho aproximado de uma pequena espada. a armasmbolo dos Gurkhas, soldados nepaleses respeitos e temidos, que atuam para o Imprio Britnico.Tipos de golpesPrincipal: Decapitar e amputar.Secundrios: Cortar e contundir.

    Fig.21

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    Armas Improvisadas

    Objetos do dia-a-dia podem substituir uma faca, a tcnica pode ser adaptada facilmente, esse conceito interessante em vrias situaes de defesa pessoal. Em qualquer local observe tudo que est a sua voltaque pode ser utilizado como arma.

    Fig. 25 Faca de Cozinha Fig. 26 Canetas Fig. 27 Tesouras

    Fig.22 - Garrafa quebrada Fig.23 - Chaves Fig.24 - Chave-de-fenda

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    ATAQUES

    Arma branca, como demonstrado no captulo anterior, todo objeto capaz de cortar, furar, esfolar oucontundir, a marginalidade atualmente utiliza os mais variados meios para perpetrar sua violncia.

    Os ataques podem ser divididos em:

    Imobilizadores:Caracterstica o objetivo incapacitar, porm, preservando a vida do oponente.Objetivos: Ligamentos e tendes, evita-se grandes artrias.

    Fig.28

    Ombro, enganchando no msculo.

    Brao bceps e trceps

    Antebrao - tendes

    Mos - tendes

    Joelhos Tendes eligamentos

    Tendo de Aquiles

    Olhos evitar estocar, corte

    superficial

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    Cartida

    Subclvia

    Braquial

    Radial

    Femoral

    Estomago

    Arteriais:Caracterstica perda rpida da conscincia, morte.Objetivos: Artrias.

    Fig.29

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    Letais:Caracterstica perda rpida da conscincia, morte.Objetivos: rgos essenciais.

    Fig.30

    Tmpora estocada Lateral

    Nuca estocada na

    Corao estocadaascendente pelo

    estmago ou costasRins -

    estocadacomgiro

    Olhos estocadafrontal

    OuvidosEstocada lateral

    Traquia corteou estocada

    Base do queixoestocada

    ascendente emdireo do crebro

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    EMPUNHADURAS

    A primeira tarefa para um combatente empunhar a faca. A maneira como uma pessoa empunha a faca jdemonstra pequenas particularidades que permitem observar at a estratgia que o oponente usar nocombate. Uma boa empunhadura mostra a efetividade, os tipos de ngulos de ataque principais que seroempregados e a fora colocada no golpe.

    Sabre:

    Foto 3

    Caracterstica A faca est posicionada com a ponta frente da mo com fio principal virado para baixo,polegar frente estacionado na guarda da faca, os dedos envolvem firmemente o cabo da facaacomodando na almofada da mo, o pulso permanece flexvel (foto 3).A empunhadura permite melhor direcionamento do ataque, flexibilidade na mudana da empunhadura(fotos 4, 5 e 6), maior alcance e variedade de tipos de ataque (corte, rasgo, estocada e decepar), porm, ha possibilidade de machucar o polegar atingindo estruturas duras no corpo do adversrio (ossos, adornos,etc.);Distncia ideal para uso: rea segura e rea de combate primrio.

    Foto 4 Foto 5 Foto 6

    Fig.31

    USMC

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    Invertida:

    Foto 7 Foto 8

    Caracterstica A faca segura pelo cabo com a ponta voltada para o baixo ou para o cotovelo(dissimulada) com o fio principal voltado para o lado oposto do brao. O polegar pode estar estacionadono pomo da faca (foto 7) ou envolvendo o cabo (foto 8). A empunhadura invertida da nfase ao cortecomo ataque primrio, podendo ser seguida de uma estocada como ataque secundrio. Restringe oalcance da arma, porm dificulta que uma pessoa desarmada consiga efetuar o controle da mesma. Opolegar no pomo permite maior fora nos golpes e evita que a arma deslize em caso de encontrar umobstculo no corpo do adversrio. Permite o uso da faca para imobilizar ou puxar e controlar o oponente.

    Distncia ideal para uso: rea de combate primrio e rea de combate corpo-a-corpo.

    Martelo:

    Foto 9

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    Caracterstica Os dedos envolvem o cabo da arma, com a ponta voltada frente com o fio principalvoltado para baixo (foto 9). A empunhadura de Martelo a mais bsica, sendo utilizada por combatentesinexperientes ou no. Permite o uso do pulso para mudanas de empunhadura, porm, sem tanta maestriaquanto a empunhadura do sabre tem maior alcance que a empunhadura invertida.Distncia ideal para uso: rea segura e rea de combate primrio

    Florete:

    Foto 10

    Caracterstica Os dedos envolvem o cabo da arma, com a ponta voltada frente com o fio principalvoltado para baixo (foto 10), o polegar est na lateral do cabo da faca. A empunhadura de florete muito

    verstil, permitindo cortes, estocadas ou golpes contundentes, alm de ter um timo alcance. utilizadapor combatentes inexperientes ou no. Permite o uso do pulso para mudanas de empunhadura.Distncia ideal para uso: rea segura e rea de combate primrio

    Folha ou Foil:

    Foto 11

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    Caracterstica A mo segura a faca como se fosse uma folha de papel, o polegar pode estar antes oudepois da guarda (foto 11). A empunhadura de folha permite um bom alcance, porm, difcil de serutilizada com facas com o cabo cilndrico, o polegar pode manter um bom controle da lmina ou podeescapar com facilidade dependendo do tipo de faca usada, existem tambm variaes nessa empunhadura.Distncia ideal para uso: rea segura e rea de combate primrio.

    Caneta ou Peek a Boo.

    Foto 12

    Caracterstica os dedos envolvem quase toda a lmina limitando o uso da arma (foto12). umaempunhadura para ataques limitados, tanto no alcance como na profundidade do golpe (cortes e estocadas

    mais superficiais), porm, a faca fica bem escondida sendo usada para ataques dissimulados.Distncia ideal para uso: rea de combate corpo-a-corpo.

    Espeto ou Palm Job.

    Foto 13

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    Caracterstica A faca se esconde na palma da mo ( fundamental o uso de uma faca de tamanhoreduzido) o polegar faz o apoio da faca (foto 13). uma empunhadura que tambm limita os ataques,dando nfase s estocadas e a dissimulao da arma.Distncia ideal para uso: rea de combate corpo-a-corpo.

    Picador de Gelo (Ice Pick)

    Foto 14 Foto 15

    Caracterstica A faca segura pelo cabo com a ponta voltada para o baixo com o fio principal voltadona direo do brao (foto 14 e 15). uma empunhadura com nfase a estocadas e no ao corte, atendncia tambm o ataque em linha reta, que permite uma defesa mais fcil, permite colocar mais forano golpe, porm, seu alcance mais limitado.Distncia ideal para uso: rea de combate corpo-a-corpo.

    Empunhadura de Anel

    Fig.32

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    Caracterstica A faca se aloja no meio da palma da mo e fechamos os dedos firmemente paraestabilizar a arma na mo (fig. 32), esse tipo de empunhadura requer uma arma prpria para estocadas,principalmente em reas mais vulnerveis.Distncia ideal para uso: rea de combate corpo-a-corpo.

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    POSIES DE COMBATE

    Existem vrias posies de combate que podem ser utilizadas, conforme o treinamento, tipo de artemarcial que serviu de base para o combatente e at mesmo de gosto pessoal.Conforme a posio o combatente pode ter maior ou menor mobilidade, estabilidade, vulnerabilidade ouefetividade. As artes marciais embora tenham inmeras posies, apresentam o inconveniente de seremmuito estticas tirando a mobilidade em combate, especificamente no combate de facas a possibilidadeentrar, sair, esquivar ou contra-atacar com muita rapidez fundamental para vencer o adversrio.

    Foto 16

    Posio de Combate com a Arma a Frente Posio Bsica

    Foto 17 Foto 18

    Posio clssica utilizada porartes marciais tradicionais, olutador fica muito plantado nosolo, perdendo a mobilidade erapidez necessrias em umcombate (foto16).

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    Caracterstica A faca est frente do corpo, os joelhos de ambas as pernas permanecem flexionados. Otronco est rotacionado, ficando a silhueta exibindo apenas metade do corpo (fotos 17 e 18). A mofraca se posiciona protegendo o pescoo (guarda alta), o antebrao e o cotovelo protegem o corao,pulmo e linha da cintura.Essa posio ideal para o combate de faca contra faca. A arma a frente temmaior alcance e pode ser usada para defesa (cortar o golpe do adversrio).

    Os ombros devem estar relaxados, o peso do corpo est ligeiramente no joelho da frente, o calcanhar dop de trs est levemente erguido podendo lanar um ataque explosivo e inesperado (efeito mola). importante notar que o peso a frente evita que o ataque seja desferido na parte inferior do corpo dodefensor, sendo que se for tentado o atacante corre o risco de se expor a um contra-ataque mais efetivo.A mo fraca deve a qualquer momento segurar ou contra-atacar se necessrio ou aproveitando asoportunidades. Devemos movimentar sempre a faca para evitar perd-la ao mesmo tempo em quedificulta a preciso de qualquer ataque desferido em direo a sua mo forte, como iremos ver noprximo livro, esse um exerccio fundamental.

    Posio de Combate com a Arma Atrs

    Foto 19 Foto 20

    Caracterstica A mo viva se encontra frente, a faca permanece atrs, os joelhos de ambas as pernaspermanecem flexionados. O tronco tambm est rotacionado, ficando a silhueta exibindo apenas metadedo corpo. Algumas correntes dizem que a mo fraca a frente evita o desarme da faca com tantafacilidade, podendo controlar melhor distncia do oponente para estabelecer um ataque mais efetivo,porm, em um combate faca contra faca uma posio que deve ser evitada, pois, permite cortar comextrema facilidade a mo viva, desestabilizando emocionalmente o adversrio. H 2 excees, quando oadversrio est desarmado e quando existe alguma proteo na mo que est frente podendo atrair oataque do adversrio para abrir a sua guarda.Essa posio similar a posio de combate militar, porm, o brao no se encontra na posio horizontale a perna de trs est menos plantada no solo.

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    Posio de Combate Militar

    Foto 21

    Caracterstica a mo viva se encontra frente em posio paralela ao corpo, a mo forte se encontrarecuada e o tronco est voltado frente com os joelhos flexionados. A faca recuada aumenta a amplitudedo movimento tornando mais fcil antecipar qualquer ataque, a mo viva pode ser cortada facilmente porum lutador rpido desequilibrando emocionalmente o adversrio.

    Posio Dissimulada

    Foto 22 Foto 23

    A empunhadura que comumente usadanessa situao ainvertida. A faca

    colocada de modo aobrao esconde-la.

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    Caracterstica A arma fica fora do campo visual do adversrio podendo o brao estar estendido (foto 22e 23), com a mo atrs ou com os braos cruzados (foto 24 e 25). A faca por ser silenciosa e fcil de serocultada a arma ideal para ser usada em situaes de emboscada ou em ataques surpresa. O adversriomuitas vezes nem ver o que o atingiu. importante estar sempre atento, buscando evitar sersurpreendido, isso conseguido com uma atitude preventiva ante ao perigo, mudando pequenos hbitos e

    traando normas de segurana pessoais.

    Foto 24 Foto 25

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    O PORTE E O SAQUE DA FACA

    PORTE:Para saber onde portar a faca (fig.33) necessrio estabelecer alguns pontos:a) Finalidade da faca para o combate militar a faca pode ser ostensiva com a bainha exposta na perna ouno tronco do combatente. O uso urbano da faca restringe o uso ostensivo, devendo a faca estardissimulada ou ocultada.b) Desenho da lmina o peso, o tamanho, o mecanismo e o tipo da lmina. Uma faca pesada pode serincomoda de ser carregada, uma faca grande difcil de ser dissimulada uma faca retrtil pode sercarregada em qualquer bolso, etc. Facas com uma presilha ou clip podem ser usadas enganchadas nacala.c) O posicionamento do combatente Uma faca no bolso, quando se est sentado dificulta seu saque.Uma faca nas costas difcil de ser sacada se a pessoa est prensada contra uma parede. Uma faca na botapode ser til se estamos ajoelhados no recuperando de um golpe.d) Tipo de vestimenta um coldre axilar pode ser dissimulado com um termo ou bluso. Um cinto pode

    esconder uma faca, existem fivelas com facas escondidas, como dito anteriormente, uma faca pode serescondida em uma bota, na manga ou em bolsos podemos esconder facas pequenas ou canivetes decombate.e) Necessidade em situaes onde eminente o perigo, o melhor ter a faca mo (quando se entra emlugares perigosos ou percebe-se a aproximao de pessoas que podem colocar em risco a sua vida).

    Fig.33

    Faca dobrvel com presilha presa na cala

    Faca dobrvel no bolso do paletBainha por dentro do palet

    Faca dobrvel no bolso da cala Faca dobrvel em bolso oculto na manga

    Bainha na nuca por dentro do palet

    Faca dobrvel no bolso da cala

    Faca dobrvel com presilha nas costas

    Faca dobrvel escondido na bota

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    SAQUE:Efetuar o saque da faca exige um estudo de alguns fatores:Distncia se o adversrio estiver muito prximo pode entrar em luta corporal com o combatente a fimde evitar o saque. interessante em situaes de curta distncia empurrar o oponente para diminuir esserisco.

    Foto 26 Foto 27 Foto28

    Posio de porte da faca a faca deve ser portada da maneira mais natural possvel, um porte em localdifcil de ser sacada levanta suspeitas e prepara o adversrio, evitando o elemento surpresa.

    Foto 29 Foto 30

    Combinaes de ataques (fotos 29 e 30) um nico ataque dificilmente ter condies de incapacitar definitivamente ooponente. A seqncia de ataques uma garantia que esse objetivo ser alcanado.

    Fases do Saque da Faca: Defesa do Ataque do Adversrio (foto 26); Controle do Adversrio (foto 27); Contra-ataquee Imobilizao (foto 28).

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    AQUECIMENTO

    O ideal que o combatente seja um lutador completo, ou seja, trabalhe tanto a tcnica quanto ocondicionamento fsico para em uma situao de emergncia tenha condio de manter o combate pelotempo e esforo que este exige.Esses exerccios no tm como objetivo dar um condicionamento fsico global, mas sim, trabalharespecificamente o pulso, parte fundamental de uma boa empunhadura, velocidade, flexibilidade e forapara o uso da faca, para isso so necessrios 2 bastes que podem ser conseguidos ou feitos com relativafacilidade. O tamanho dos mesmos deve ter entre 60 e 70 cm de comprimento.

    2 bastes em movimentos circulares a frente 2 bastes em movimentos circulares para trs

    2 bastes em movimentos circulares alternados 2 bastes em movimentos simultneos na vertical

    Foto 33 Foto 34

    Foto 31 Foto 32

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    2 bastes em movimentos alternados na vertical

    Foto 35 Foto 36

    2 bastes em movimentos alternados na horizontal:

    Foto 37 Foto 38

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    2 bastes em movimentos diagonais em forma de um oito deitado (smbolo do infinito )

    Foto 39 oito normal Foto 40 oito invertido

    Abanico movimento com mudanas bruscas do pulso, visando dificultar o clculo da trajetria deataque.

    Foto 41 Abanico normal Foto 42 Abanico invertido

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    TRABALHO DE PERNAS

    O trabalho principalmente de pernas evidencia um bom lutador, pois demonstra sua mobilidade,capacidade de ataque e defesa, alm encerrar o combate no menor tempo possvel com o mnimo deprejuzo.

    Meio Avano

    Fig.34

    Caracterstica Na posio de combate bsica, o atacante deixa o peso da perna da frente deslizar em ummovimento amplo e rpido avanando, visando diminuir a distncia entre este e o oponente, logo apstrazendo a perna de trs voltando a posio de combate inicial. a movimentao prioritria em nossocurso bsico de combate de faca, sua capacidade de executar ataques rpidos e inesperados dificulta apossibilidade de defesa do oponente. Normalmente a mo forte deve sincronizar-se com as pernas em

    cada ataque, porm em alguns casos pode-se lanar primeiramente a mo para depois lanar as pernas(vide Livro 3- 64 Estratgias do Combate de Facas).

    Meio Recuo

    Foto 43 A perna de trs recua Foto 44 A perna da frente recua Foto 45 Volta a posio inicial

    Caracterstica Na posio de combate bsica, o combatente recua primeiramente a perna de trs em ummovimento rpido e amplo, em seguida puxa a perna da frente voltando posio inicial. O objetivobsico e efetuar uma retirada defensiva, ganhando espao para efetuar um contra-ataque, sendo que estemuitas vezes ocorre simultaneamente movimentao, ou estudar o adversrio percebendo suasfraquezas.

    D ED ED E

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    Avano Total

    Fig.35

    Caracterstica Na posio de combate bsica, o combatente da um passo completo a frente. O objetivo encurtar a distncia com o oponente at alcanar a rea de combate primrio. uma movimentao bemmais lenta que o meio avano, mostrando ao oponente a inteno de atacar, portanto, deve-se evitar seuuso para um ataque direto.

    Recuo Total

    Caracterstica Na posio de combate bsica, o combatente da um passo completo para trs invertendo aguarda, o ideal executar pelo menos dois passos para voltar mo forte (com a faca) frente. O objetivo estabelecer a maior distncia possvel a fim de evitar o ataque do adversrio. Essa movimentaoestabelece uma estratgia defensiva para o combate. Evite dar as costas e fugir, o adversrio escolher,

    onde e como ir ataca-lo.

    Inverso de Posio de Combate (Step)

    Fig.36

    A B

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    Caractersticas Na posio de combate, h uma troca rpida da guarda, mudando da mo forte para fracae vice-versa. O objetivo distrair o oponente, ou mudar o foco de ataque e defesa. A movimentao deinverso permite grande nmero de variaes.

    Triangulao

    Fig.37

    Caractersticas Na posio de combate bsica, possvel executar movimentos defensivos ou ofensivos,mudando a estrutura do combate linear para diagonal. A perna pode executar movimentos na diagonal a45 para direita ou para esquerda. O movimento em triangulao pode ser executado tambm commudana de ambos os ps. A nfase do movimento deve ser para o lado morto (as costas) do oponente.

    Foto 46 Posio inicial

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    Foto 47 Tringulo fmea ou ofensivo Foto 48 Triangulao com avano

    Foto 49 Tringulo macho ou defensivo Foto 50 Triangulao com recuo

    Movimento Lateral:

    Fig.38

    Caractersticas Na posio de combate bsica, a perna de trs se movimenta em um ngulo de 90usando com eixo a perna da frente. O movimento quebra tambm a estrutura do combate linear,possibilitando atingir o adversrio em contra-ataques, tambm com nfase ao lado morto do oponente.

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    MOVIMENTOS BSICOS TRABALHO SOLOOs exerccios fazem parte importante do aprendizado, desenvolvem fluidez, as habilidades e o domniosobre a ferramenta tornam-se muito mais naturais e instintivas. O manejo freqente da faca faz a mentedominar o medo natural que temos da arma e desenvolve-se disposio para o uso da mesma em situaes

    reais de combate.

    Movimentos de Corte

    Exerccio 1 - Oito deitado ou smbolo do infinito:Caracterstica 2 cortes em diagonal nas direes da direita para esquerda e em seguida da esquerda paraa direita com sentido de cima para baixo. Esse exerccio o primeiro que efetivamente ir trabalhar afluidez dos movimentos. Empunhadura de sabre, martelo ou florete.Forma de praticar: Comece o movimento lentamente, aos poucos, acelere os movimentos at que eles setornem contnuos e naturais.

    Fig.39

    Foto 51 Foto 52

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    Exerccio 2 - Oito deitado reverso ou smbolo do infinito reverso:

    Caracterstica 2 cortes em diagonal nas direes da direita para esquerda e em seguida da esquerda paraa direita com sentido de baixo para cima. A inverso do sentido nesse movimento amplia aspossibilidades defensivas e ofensivas. Empunhadura de sabre, martelo ou florete.

    Forma de praticar: Idem ao movimento um.

    Fig.40

    Exerccio 3 Crucifixo

    Foto 53 Foto 54

    Fig.41

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    Foto 55 Foto 56

    Caracterstica 4 cortes 2 na horizontal (Fotos 53 e 54) seguidos de 2 na vertical (Fotos 55 e 56). Oscortes na horizontal comearo da direita para esquerda e em seguida da esquerda da direita. Os cortes navertical comearo de cima para baixo e aps de baixo para cima. Empunhadura de sabre, martelo ouflorete.Forma de praticar: Idem ao movimento 1.

    Exerccio 4 - Asterisco

    Caracterstica 6 cortes, juno do oito com o crucifixo. importante trabalhar o pulso e no apenas obrao, uma idia interessante fazer um desenho em um espelho para treinar olhando os erros e procuraraperfeioar a fluidez do movimento. Inicie lentamente e aos poucos aumente v aumentando a velocidadedos cortes. Empunhadura de sabre, martelo ou florete.Forma de praticar: Idem ao exerccio 1.

    Fig.42

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    Alterando a direo do corte

    Exerccio 5 - Movimento C

    Caracterstica 2 cortes em seqncia com mudana rpida de sentido, aumentando o fator de

    imprevisibilidade. A defesa da faca muito dificultada alterando a trajetria de ataque, a maioria das artesmarciais ou de defesa pessoal treinam apenas para ataques em linha reta ou ataque linear. Empunhadurade sabre, martelo ou florete.Forma de praticar: Idem ao exerccio 1, porm observe que esse movimento pode ser praticado emngulos diferentes como demonstrado nos diagramas abaixo.

    Fig.43

    Foto 57 Foto58

    Exerccio 6 - O Movimento de Leque ou Abanico:

    Caracterstica - A faca alterada rapidamente de sua trajetria pelo pulso em um movimento semelhanteao que fazemos com um leque ou abanador. Esse outro movimento que trabalha a imprevisibilidade,dificultando sua defesa, aumentando a chance do ataque ser bem sucedido. Outro uso com movimentode defesa seguido por rpido contra-ataque.Forma de praticar: Utilize 3 alturas para fazer o movimento (1) altura dos olhos (2) altura dos braos (3) altura das pernas.

    O ataque comea no emdireo da cabea erapidamente muda para o a

    direo da perna, ou vice-versa.

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    Foto 59 Foto 60

    Exerccio 7 Tapa

    Caracterstica - tapa no pulso ou no cotovelo para alterar violentamente a direo do corpo ou aumentar apotncia dos golpes de corte e de estocada. Empunhadura: Sabre, martelo, florete, invertida e picador degelo.Forma de praticar: Utilize 3 alturas para fazer o movimento (1) altura dos olhos (2) altura dos braos (3) altura das pernas.

    Foto 61 Foto 62

    Exerccio 8 - Movimento Cruzado ou Crossada:

    Caracterstica - movimento que defensivo e ofensivo, enquanto um brao executa a defesa o outro cortasimultaneamente o ataque do adversrio. A mo viva pode abrir a guarda do adversrio ar o brao queest executando o ataque para um corte mais violento.

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    Forma de praticar: Execute o movimento continuamente em 2 alturas diferentes (1) protegendo contrauma facada por cima, abrindo os braos (2) protegendo contra uma facada por baixo, fechando osbraos.

    Foto 63

    Foto 64 Foto 65 Foto 66

    Exerccio 9 - Nove ngulos de estocada

    Caracterstica 9 estocadas, quatro nas diagonais, duas na vertical, duas na horizontal e uma estocada afrente do corpo com empunhadura de sabre ou martelo.Forma de praticar: Idem ao exerccio 1, porm, interessante fazer o movimento andando para frente ou

    em crculos contnuos.

    Foto 67 - Diagonal superior direita Foto 68 Diagonal superior esquerda Foto 69 Lateral direita

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    Foto 70 - Lateral esquerda Foto 71 - Diagonal inferior Direita Foto 72 Diagonal inferior esquerda

    Foto 73 Inferior linha central Foto 74 Superior linha central Foto 75 Estocada no plexo solar

    Exerccio 10 - Estocada com Giro

    Caracterstica a estocada deve ser seguida de um giro rpido do pulso. Esse movimento aumenta aeficincia do golpe ao mesmo tempo em que facilita a retirada da faca do corpo do adversrio.Forma de praticar: Utilizando o exerccio 9, acrescente o giro a cada estocada.

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    Foto 76 Foto 77

    Exerccio 11- Estocada com Corte

    Caracterstica a estocada deve ser seguida de por um corte rpido. O movimento potencializa o ataque ese for feito instintivamente prepara o combatente para mudar rapidamente a tcnica. Isso aumenta muita aversatilidade do lutador. Esse movimento tambm deve ser treinado em vrias direes diferentes.Forma de praticar: Utilizando o exerccio 9, acrescente o corte a cada estocada.

    Exerccio 12 - Movimentao Livre

    Caracterstica: A prtica dos exerccios trabalha a fluidez dos movimentos, tornando cada vez mais fcil econfortvel execut-los, com o tempo possvel sair dos movimentos bsic