DEFINIÇÃO -...

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Derivadas 1 DEFINIÇÃO A partir das noções de limite, é possível chegarmos a uma definição importantíssima para o Cálculo, esta é a derivada. Por definição: “A derivada é a inclinação da reta tangente a um ponto de uma determinada curva, essa reta é obtida a partir de um limite.” Temos duas notações usadas para ela, a derivada de uma função f(x) é representa como f’(x), mais usual, ou como , conhecida como notação de Leibniz e mais usada na Física. Se pegarmos dois pontos de uma curva, obteremos uma reta que passa por eles. A reta tangente a um determinado ponto é simplesmente a escolha de dois pontos infinitamente próximos, é como se chegássemos o ponto Q da figura abaixo, o mais próximo possível do ponto P. Assim, ΔXo tende a zero, obtendo, então, o limite que define a derivada.

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Derivadas

1 DEFINIÇÃO

A partir das noções de limite, é possível chegarmos a uma definição importantíssima para o

Cálculo, esta é a derivada. Por definição:

“A derivada é a inclinação da reta tangente a um ponto de uma determinada

curva, essa reta é obtida a partir de um limite.”

Temos duas notações usadas para ela, a derivada de uma função f(x) é representa como f’(x),

mais usual, ou como

, conhecida como notação de Leibniz e mais usada na Física.

Se pegarmos dois pontos de uma curva, obteremos uma reta que passa por eles. A reta

tangente a um determinado ponto é simplesmente a escolha de dois pontos infinitamente

próximos, é como se chegássemos o ponto Q da figura abaixo, o mais próximo possível do

ponto P. Assim, ΔXo tende a zero, obtendo, então, o limite que define a derivada.

Podemos definir derivada, também, como a taxa de variação de uma função em determinado

valor, essa definição perde um pouco o sentido geométrico e ganha um sentido mais usual.

Um exemplo maneiro disso é a velocidade. Pensemos que a velocidade é a taxa de variação da

distância em função do tempo, em outras palavras, a velocidade é a derivada da distância em

relação ao tempo, ou ainda...

2 DIFERENCIABILIDADE

“Dizemos que uma função é diferenciável (ou derivável) em um ponto ou intervalo,

se existir derivada nesse ponto ou em todos os pontos desse intervalo.”

A partir daí, podemos relacionar continuidade com diferenciabilidade. Se uma função é

diferenciável em um ponto, então ela é contínua nesse ponto, mas nem toda função contínua

é diferenciável!!

Se pensarmos no gráfico da função, essa definição fica mais fácil e intuitiva; ora, se uma função

tem reta tangente num ponto, podemos concluir que ela não tem bicos ou descontinuidades, e

sim que (pelo menos, dentro de um intervalo) ela “foi desenhada sem tirar o lápis do papel”

Outra forma que podemos dizer do teorema é que uma função descontínua num ponto, não é

diferenciável nesse ponto.

As funções ao lado exemplificam o

teorema, é tranquilo de ver que no

ponto a, elas não podem ter reta

tangente.

É importante ressaltar que o contrário não é válido;

Uma função contínua não implica uma função diferenciável.

Um exemplo é quando a função possui uma reta

tangente vertical; a função é contínua, porém não

possui derivada em “a”, pois, como a derivada é a

tangente do ângulo entre a reta vertical e a

horizontal, e o ângulo entre elas é 90°,

.

Indeterminação!

Obs: Derivadas de ordens superiores

Se um função derivada f’ também for derivável, significa que ela tem uma derivada, esta é

chamada de derivada segunda ( f’’ ou

).

Um bom exemplo é a aceleração, que é a derivada da velocidade; por sua vez, a velocidade é a

derivada da posição. Portanto, a aceleração é a derivada segunda da posição.

Além da derivada segunda, temos derivadas terceiras, quartas... e assim por diante, que

seguem a mesma ideia da derivada segunda e são denotadas por

.

3 REGRAS DE DERIVAÇÃO

3.1 SE F(X) É UMA CONSTANTE, SUA DERIVADA É ZERO. (O gráfico é uma constante, portanto, não há inclinação)

- Exemplo:

f(x) = 2

f’(x) = 0

3.2 REGRA DA POTÊNCIA (POLINÔMIOS): f(x) = , então f’(x) =

- Exemplo:

f(x) =

f’(x) = 2x

OBS: vale lembrar que em funções com raízes, usamos essa mesma regra, escrevendo a

raiz na forma de potência.

, escrevemos como e derivamos usando a regra da potência, o que

nos trará como resposta

3.3 REGRA DA CONSTANTE MULTIPLICATIVA: (c é uma constante); [c . f(x)] ’ = c . f‘(x)

- Exemplo:

f(x) = 2

f’(x) = 2 . 3

f’(x) = 6

3.4 REGRA DA SOMA: [ f(x) ± g(x) ] ’ = f’(x) ± g’(x)

- Exemplo:

f(x) =

f’(x) =

3.5 REGRA DO PRODUTO: É! Infelizmente (rs) a derivada do produto não é o produto das derivadas. Aqui a gente vai utilizar a

Regra do Produto, que é simples! Cuidado pra não se confundir. O produto das derivadas nada mais é

que (a derivada da primeira função * a segunda função + a derivada da segunda função * a primeira

função), como mostrado abaixo.

- Exemplo:

3.6 REGRA DO QUOCIENTE: Essa regrinha vem da regra anterior e ambas vêm do conceito de derivada!!

- Exemplo:

3.7 NÚMERO NATURAL E: A derivada da função é sempre ela mesma, ou seja,

Bora Exercitar?

1.

Resposta:

Pela regra potência...

2.

Resposta:

Podemos escrever f(x) como e depois usar a regra da potência...

3.

Resposta:

Pela regra da constante multiplicativa...

Aplicamos a regra da soma também...

Usando a regra da constante e a da potência, obtemos o resultado final...

4.

Resposta:

Pela regra do produto...

Aplicando a regra da soma e potência nas derivadas...

Fazendo as distributivas e organizando, temos...

5.

Resposta:

Pela regra do quociente...

Aplicando a regra da soma e a da potência...

6.

Resposta:

Pela regra do produto...

Usando a regra do número natural e escrevendo como ...

4 DERIVADAS DAS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS

Apesar de serem muito importantes, as funções trigonométricas têm derivadas com

demonstrações e provas não muito práticas na hora de se calcular. Então, fica mais fácil

“decorá-las”, porém é importante dizer que simplesmente decorar não é o aconselhado, afinal,

ao fazer exercícios, naturalmente acaba se “decorando” cada derivada.

As derivadas de funções trigonométricas mais importantes são, naturalmente, as funções seno

e cosseno.

Além destas duas, podemos destacar outras duas muito usadas em provas e mais pra frente,

em integrais; as funções tangente e secante.

Pra provar é só utilizar a regra do quociente:

Tente fazer o mesmo para a secante.

As outras funções são menos utilizadas, porém são relativamente análogas às outras funções:

5 DERIVADAS DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS INVERSAS

É importante, antes de tudo, a gente definir que se uma função f(x) é diferenciável num ponto

“a” e f’(a)≠0, sua função inversa g(x) também será diferenciável no “b”, tal que b = f(a). Além

disso, a derivada da inversa será definida como

. A partir dessa definição,

conseguimos encontrar as derivadas de funções trigonométricas inversas.

É importante lembrar que

; . Isso é

confusão feita por alguns alunos, então fique atento na hora de usá-las.

Tá, sabendo disso, vamos tentar demonstrar as duas principais derivadas de arcos

trigonométricos.

Pela definição,

...

Cara, não saquei a última igualdade!

O Arco seno de x é qual o ângulo em que o seno é x. Por exemplo:

, que dá

na mesma que eu escrever . Daí, dá no mesmo fazer aquela última

igualdade!!

Paro o arco tangente, a gente tem:

Porém, as três principais, aquelas que são necessárias saber e que se perderia muito tempo

numa prova se derivássemos implicitamente, são arco seno, arco cosseno e arco tangente.

6 REGRA DA CADEIA

A regra da cadeia é umas das regras mais importantes da derivação; trata-se da derivação de

funções compostas.

Ao pegarmos uma função composta (fog (x) do ensino médio), não só derivamos essa função,

pois, como seu nome já diz, ela é composta por outra função. Assim, precisamos derivar a

função (f(x)) e “a função dentro da função” (aquela compõe, g(x)).

Se você ainda não entendeu, pense no conceito de taxa de variação. Uma função composta

possui sua taxa de variação total (sua derivada); porém, para se chegar nessa taxa de variação,

precisamos calcular como a função que compõe (g(x)) varia e como a função (f(x)) varia para ter

a taxa de variação, como um todo, da função.

Fórmula

Se g é diferenciável em x e f diferenciável em g(x), temos que a derivada de é:

Na notação de Leibniz, podemos escrever na forma:

Um exemplo é:

Primeiro derivamos o que ta fora:

Depois derivamos o que ta dentro.

Daí é só multiplicar:

:}

[UFRJ-2014.2] Derive

Aqui, é essencial verificar quem está composto em quem.

Nesse caso Temos três funções atreladas entre si, são:

.

Ou seja, vamos ter aqui a função composta . Sua derivada, pela regra da cadeia, é

dada por:

Logo:

Agora multiplicando tudo...

7 DERIVAÇÃO ÍMPLICITA

A princípio, esse método pode parecer bastante complicado e “assustador”; porém, veremos

que ele não é esse monstro.

O método da derivação implícita é usado para funções que não estão explicitamente em função

de uma variável, por exemplo: ou . Em funções como essas, fica

muito difícil explicitar uma variável em função da outra (“separar o x do y”) e depois derivar.

Exemplo 1

Para derivarmos essa função, precisaríamos considerar os dois possíveis sinais e depois derivar

cada um deles. Não é errado, porém, muito mais trabalhoso e perderíamos muito tempo, o que

é precioso numa prova.

Exemplo 2

Quando pegamos esta função já não conseguimos nem separar as variáveis, sendo assim mais

trabalhoso ainda derivar.

A partir de exemplos como esses que surge o método da derivação implícita. O Método

consiste em derivarmos, em relação a x, ambos os lados da igualdade de uma função e depois

explicitarmos y’. (Lembre-se que y é uma função de x, portanto devemos usar a regra da cadeia).

Exemplo 1 - Resposta

Mas como

Exemplo 2 - Resposta

(Aqui não tem como isolar o y, então fica assim mesmo)

Assim, conseguimos obter a derivada dessas funções em qualquer ponto. Além disso, uma

vantagem do método é podermos analisar possíveis pontos críticos para as derivadas, como,

por exemplo, o denominador ou numerador darem zero.

8 DERIVADAS DE FUNÇÕES LOGARÍTMICAS

Para encontrarmos e provarmos as derivadas de funções logarítmicas, usaremos a definição de

derivada da inversa. Vejamos um caso genérico:

Com isso, provamos um tipo de derivada que será muito útil para chegarmos a derivada do

logaritmo;

. Esse resultado explica a derivada da função ser ela mesma,

afinal .

A partir desses resultados, podemos prosseguir. A inversa da função exponencial apresentada

no exemplo acima é a função logarítmica, aplicando a definição de derivada da inversa, temos:

Nas funções com logaritmo na base natural (ln), que são a maioria nas provas e exercícios, a

fórmula se torna:

9 DIFERENCIAÇÃO LOGARÍTMICA

Essa técnica é uma aplicação do que acabamos de aprender, ela é usada quando lidamos com

funções envolvendo muitos produtos, quocientes, potências. Nesses casos, é útil “passar o log”

e depois derivar, pois podemos usar a propriedades de logaritmos. Se você ainda não entendeu,

fique calmo, vamos ver um exemplo:

-Passando o log dos dois lados...

-Aplicando a propriedades de logaritmo...

-Derivando...

Cara! Já aprendemos tudo sobre como derivar! Basta agora saber como aplicá-las! Isso será tema da

nossa próxima apostila. Mas antes disso, vamos exercitar um pouco!!

Exercícios Recomendados:

1- [UFRJ-2013.2]Calcule

2- [UFRJ-2012.2] Calcule a derivada f’(x) se

3- [Rumo ao ITA] Encontre a equação da reta tangente à elipse x² + 2y² = 2 no ponto (0,1)

pertencente à curva.

4- Derive:

a. b. c.

d. e. f.

g.

h.

.

,

Gabarito: 1)

|2)

|3) y’=0

4) a.

b.

c.

d.

e.

f. g.

h.