DEG 8 Enzimas

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1 1 Degustação de trechos de livros sugeridos Enzimas Fonte: Wilson & Walker. Principles and Techniques of Biochemistry and Molecular Biology, 7ed. Página 581- Quando uma enzima é misturada com um excesso de substrato há um período de tempo inicial curto (algumas centenas de microsegundos) em que os intermediários levando a formação do produto aumentam gradativamente (Figura 15.1 pág 585 do livro). Esta etapa chamada de estado pré-estacionário requer técnicas especiais para o estudo os quais serão discutidos na Seção 15.3.3. Após o estado pré-estacionário, a velocidade da reação e a concentração dos intermediários alteram-se relativamente de forma lenta com o tempo constituindo a chamada cinética do estado estacionário. Medidas do progresso da reação durante esta fase resultam na relação mostrada na Figura 15.2. As tangentes desenhadas a partir da origem das curvas de concentração de substrato (S) e de produto (P) versus o tempo permitem calcular a velocidade inicial ( o ). Esta é a velocidade máxima para uma determinada concentração de enzima e substrato sob as condições experimentais definidas. Medidas da velocidade inicial de uma reação catalisada enzimaticamente são essenciais para o completo entendimento do mecanismo de ação da enzima, bem como para a estimativa da atividade de uma enzima em uma amostra biológica. Seu valor numérico é influenciado por vários fatores, incluindo concentração de substrato e enzima, pH, temperatura e a presença de ativadores ou inibidores. Para várias enzimas, a velocidade inicial, o , varia hiperbolicamente com a concentração do substrato para uma concentração fixa de enzima (Figura 15.3). A equação matemática que expressa essa relação hiperbólica entre velocidade inicial e a concentração de substrato é conhecida como equação de Michaelis-Menten: o = V max [S] K m + [S] Onde V max é o valor máximo da velocidade inicial quando todos os sítios ativos estão ocupados, K m é a constante de Michaelis e [S] é a concentração do substrato. Em baixas concentrações do substrato a ocupação dos sítios ativos das enzimas é baixa e a velocidade da reação é diretamente relacionada ao número de sítios ocupados. Isto é, próxima da cinética de primeira-ordem em que a velocidade é proporcional à concentração do substrato. Em concentrações altas do substrato, todos os sítios ativos são ocupados e a reação torna-se independente da concentração do substrato, pois não há como formar mais complexos enzima-substrato (ES), observando-se assim uma cinética de ordem-zero ou de saturação em relação ao substrato. Sob estas condições a velocidade da reação é somente dependente da conversão do complexo enzima- substrato, ES, em produto (P) e da difusão dos produtos a partir da enzima. Pode ser observado a partir da equação 15.1 que quando o =0.5 V max , K m =[S]. Então, K m é numericamente igual à concentração do substrato quando a velocidade inicial é igual à metade da sua velocidade máxima (Figura 15.3) tendo como unidade a molaridade. Valores de K m estão na faixa de 10 -2 a 10 -5 M e são importantes pois permitem calcular a concentração do substrato necessária para saturar todos os sítios ativos da enzima. Quando a [S]>>Km, a equação 15.1 é reduzida a o V max , mas um simples cálculo revela que quando [S] = 10 Vmax, o é somente 90% V max e que quando

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    Degustao de trechos de livros sugeridos

    Enzimas Fonte: Wilson & Walker. Principles and Techniques of Biochemistry and Molecular

    Biology, 7ed. Pgina 581-

    Quando uma enzima misturada com um excesso de substrato h um perodo de tempo

    inicial curto (algumas centenas de microsegundos) em que os intermedirios levando a

    formao do produto aumentam gradativamente (Figura 15.1 pg 585 do livro). Esta

    etapa chamada de estado pr-estacionrio requer tcnicas especiais para o estudo os

    quais sero discutidos na Seo 15.3.3. Aps o estado pr-estacionrio, a velocidade da

    reao e a concentrao dos intermedirios alteram-se relativamente de forma lenta com

    o tempo constituindo a chamada cintica do estado estacionrio. Medidas do progresso

    da reao durante esta fase resultam na relao mostrada na Figura 15.2. As tangentes

    desenhadas a partir da origem das curvas de concentrao de substrato (S) e de produto

    (P) versus o tempo permitem calcular a velocidade inicial (o). Esta a velocidade mxima para uma determinada concentrao de enzima e substrato sob as condies

    experimentais definidas. Medidas da velocidade inicial de uma reao catalisada

    enzimaticamente so essenciais para o completo entendimento do mecanismo de ao

    da enzima, bem como para a estimativa da atividade de uma enzima em uma amostra

    biolgica. Seu valor numrico influenciado por vrios fatores, incluindo concentrao

    de substrato e enzima, pH, temperatura e a presena de ativadores ou inibidores.

    Para vrias enzimas, a velocidade inicial, o, varia hiperbolicamente com a concentrao do substrato para uma concentrao fixa de enzima (Figura 15.3). A

    equao matemtica que expressa essa relao hiperblica entre velocidade inicial e a

    concentrao de substrato conhecida como equao de Michaelis-Menten:

    o = Vmax[S] Km + [S]

    Onde Vmax o valor mximo da velocidade inicial quando todos os stios ativos esto

    ocupados, Km a constante de Michaelis e [S] a concentrao do substrato. Em baixas

    concentraes do substrato a ocupao dos stios ativos das enzimas baixa e a

    velocidade da reao diretamente relacionada ao nmero de stios ocupados. Isto ,

    prxima da cintica de primeira-ordem em que a velocidade proporcional

    concentrao do substrato. Em concentraes altas do substrato, todos os stios ativos

    so ocupados e a reao torna-se independente da concentrao do substrato, pois no

    h como formar mais complexos enzima-substrato (ES), observando-se assim uma

    cintica de ordem-zero ou de saturao em relao ao substrato. Sob estas condies a

    velocidade da reao somente dependente da converso do complexo enzima-

    substrato, ES, em produto (P) e da difuso dos produtos a partir da enzima.

    Pode ser observado a partir da equao 15.1 que quando o =0.5 Vmax, Km=[S]. Ento, Km numericamente igual concentrao do substrato quando a velocidade inicial

    igual metade da sua velocidade mxima (Figura 15.3) tendo como unidade a

    molaridade. Valores de Km esto na faixa de 10-2

    a 10-5

    M e so importantes pois

    permitem calcular a concentrao do substrato necessria para saturar todos os stios

    ativos da enzima. Quando a [S]>>Km, a equao 15.1 reduzida a o Vmax, mas um

    simples clculo revela que quando [S] = 10 Vmax, o somente 90% Vmax e que quando

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    2

    [S] = 100 Km, o =99 % Vmax. Apreciaes deste tipo so importantes para os ensaios enzimticos.

    Como mencionado anteriormente, reaes catalisadas enzimaticamente ocorrem por

    meio da formao de um complexo enzima-substrato em que o substrato (S) liga-se no-

    covalentemente ao stio ativo da enzima (E). A formao deste complexo para a maioria

    das enzimas rpido e reversvel e caracterizado por uma constante de dissociao, Ks

    do complexo:

    Onde k1 e k-1 so as constantes de velocidade para as reaes de formao e dissociao

    do complexo ES, respectivamente. No equilbrio, as velocidades de formao e

    dissociao so iguais e a lei de ao das massas pode ser aplicada para a reao

    reversvel:

    k1[E][S] = k-1[ES]

    Portanto,

    Ks = [E][S] = k-1 = 1

    [ES] k1 Ka

    Onde Ka a constante de associao (ou afinidade).

    Pode ser observado que quando o Ks numericamente grande, o equilbrio est a favor

    das formas E e S livres. Por outro lado, quando o Ks numericamente pequeno, o

    equilbrio est a favor da formao do complexo ES. Portanto, Ks inversamente

    proporcional afinidade da enzima pelo substrato.

    A converso de ES em produto (P) pode ser representada pela equao:

    Onde k2 uma constante de primeira ordem para a reao.

    Em alguns casos a converso de ES em E e P pode envolver vrios estgios e pode no

    ser essencialmente irreversvel. A constante de velocidade k2 geralmente menor que

    k1 e k-1, e em alguns casos muito menor. Em geral, portanto, a converso e ES em

    produtos a etapa limitante tal que a concentrao de ES essencialmente constante,

    mas no necessariamente a concentrao de equilbrio. Nestas condies a constante de

    Michaelis, Km, dada por:

    Km = k2 + k-1 = Ks + k2

    k1 k1

    evidente, que nestas circunstncias, Km deve ser numericamente maior que Ks e

    somente quando k2 muito pequeno o Km se aproxima do valor de Ks. A relao entre

  • 3

    3

    estas duas constantes torna-se mais complicada pelo fato de que para algumas reaes

    enzimticas dois produtos (P1 e P2) so gerados sequencialmente, cada um deles

    controlado por constantes de velocidade diferentes. Portanto, cuidados devem ser

    tomados na interpretao do significado de Km em relao ao Ks. A relao matemtica

    entre Km e Ks e Km e afinidade da enzima pelo substrato s pode ser apreciada

    totalmente somente quando o mecanismo completo da reao conhecido.

    Embora a equao de Michaelis e Mentem possa ser usada para o clculo de Vmax e Km,

    seu uso sujeito a dificuldades na determinao experimental de o em altas concentraes de substrato, em outras palavras, na extrapolao da curva hiperblica

    para obteno de um valor exato de Vmax. Transformaes lineares da equao de

    Michaelis e Mentem so alternativas comumente utilizadas. O mais popular destes a

    equao de Lineweaver-Burk obtida tomando-se o recproco da equao de Michaelis

    e Mentem.

    1 = Km 1 + 1

    o Vmax [S] Vmax

    O grfico de 1/o (y) versus 1/[S] (x) resulta em uma reta, onde a inclinao Km/Vmax,

    o intercepto no eixo 1/o igual a 1/Vmax e o intercepto no eixo 1/[S] igual a -1/Km. Grficos alternativos so baseados na equao de Hanes e na de Eadie-Hofstee.

    Tambm existem softwares de regresso no linear como o DynaFit (www.biokin.com)

    e BRENDA (www.brenda-enzymes.info), os quais so utilizados preferencialmente em

    casos onde se requer dados precisos de cintica.

    importante notar que enquanto o Km uma caracterstica da enzima e de seu substrato

    e o seu valor independente da quantidade da enzima utilizada para a sua determinao

    experimental, o mesmo no verdade para o Vmax. No existe um valor absoluto de Vmax

    e o seu valor depende da quantidade de enzima usada. Essa caracterstica ilustrada na

    Figura 15.3 (pgina 586) e adicionalmente discutida no Exemplo 1 (pgina 589).

    Alm de Km e Vmax, uma outra constante cataltica de importncia kcat, ou nmero de

    renovao (turnover number), definido como:

    kcat = Vmax

    [Et]

    Onde [Et] a concentrao total de enzima. O nmero de renovao o nmero

    mximo de mols de substrato que podem ser convertidos em produto por mol de enzima

    em uma unidade de tempo. Sua unidade dada pelo recproco do tempo em segundos (s-

    1). Seus valores variam de 1 a 10

    7 s

    -1. Catalase possui um nmero de renovao de 4

    107 s

    -1 e uma das enzimas mais eficientes conhecidas. O potencial cataltico de um alto

    valor de nmero de renovao s pode ser atingido em altas concentraes de substrato

    (concentraes saturantes) e isso raramente atingida em condies celulares. Uma

    constante alternativa, chamada de constante de especificidade, definida como kcat/Km,

    uma medida de quo eficientemente uma enzima converte substrato em produto em

    baixas concentraes de substrato. Sua unidade dada por M-1

    s-1

    .

    Para um substrato ser convertido em produto, molculas de substrato e da enzima

    precisam primeiramente colidir por difuso randmica e ento combinar-se e uma

    orientao correta. Difuso e coliso possuem constantes de velocidades tericas

  • 4

    4

    limitantes em torno de 109 M

    -1s

    -1 e vrias enzimas, incluindo acetilcolina esterase,

    anidrase carbnica, catalase, -lactamase e triosefosfato isomerase, possuem constantes de especificidade prximas deste valor indicando que elas esto prximas ao mximo de

    eficincia cataltica. Como a constante de especificidade uma razo entre duas outras

    constantes, enzimas com constantes de especificidade similares possuem valores

    bastante diferentes de Km. Como exemplo, catalase possui constante de especificidade

    de 4 107 M-1s-1 com um Km de 1.1 M (bastante alto), por outro lado, fumerase possui

    uma constante de especificidade de 3.6 107 M-1s-1com um Km de 2.5 10-5

    M (bem

    baixo). Complexos multienzimticos conseguem superar limitaes decorrentes de

    difuso e coliso. Neste caso, o produto de uma reao passada diretamente por um

    processo de direcionamento (channelling) para o stio ativo da prxima enzima na via

    como consequncia da justaposio no complexo, portanto eliminando limitaes

    referentes difuso.

    Efeito da concentrao do substrato

    Pode ser observado para reaes enzimticas monosubstrato que eles obedecem a

    cintica de Michaelis e Mentem:

    o = k2[E][S] Km + [S]

    E, portanto,

    o = k2 [E] (Km/[S]) + 1

    Ento, quando a concentrao do substrato grande, a equao anterior reduz-se a

    o = k2 [E]

    Onde a velocidade proporcional concentrao do susbstrato. Esta a base para

    determinao experimental da atividade enzimtica de uma amostra biolgica.

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    5

    Inibio de reaes enzimticas

    - Inibio reversvel competitiva

    Inibidores reversveis combinam-se no covalentemente com as enzimas e, portanto

    podem ser removidas facilmente por dilise. Inibidores reversveis competitivos

    combinam-se no mesmo stio que o substrato e deve ser, portanto ser relacionado

    estruturalmente com o substrato. Como exemplo pode-se citar a inibio da succinato

    desidrogenase por malonato:

    CH2COOH CH2COOH

    CH2COOH COOH cido succnico (Substrato) cido malnico (Inibidor)

    Succinato desidrogenase Succinato desidrogenase

    CHCOOH Nenhuma reao

    CHCOOH cido fumrico (Produto)

    Todos os inibidores reversveis so caracterizados por uma constante de dissociao, Ki,

    chamada de constante de inibio, que pode estar relacionada com a constante de

    dissociao de EI (KEI) ou de ESI (KESI). Para inibidores competitivos as duas equaes

    seguintes pode ser escritas como:

    Como a ligao do substrato e do inibidor ocorrem no mesmo stio, o efeito do inibidor

    pode ser desfeito aumentando-se a concentrao do substrato. O resultado que o Vmax

    no se altera, mas a concentrao necessria para atingir o Vmax aumentada de forma

    que quando o = 0.5 Vmax:

    Onde a [I] a concentrao do inibidor.

    Pode ser observado pela equao acima que Ki igual concentrao do inibidor que

    aparentemente dobra o valor de Km. Com este tipo de inibidor, Ki igual a KEI, enquanto

    KESI infinito pois ESI no formado. Na presena de inibidor competitivo, a equao

    de Lineaweaver-Burk torna-se:

    Aplicao desta equao permite o diagnstico de inibio competitiva (Figura 15.5a,

    pgina 593). O valor numrico de Ki pode ser calculado a partir do grfico de

    Lineaweaver-Burk para a reao sem o inibidor e com o inibidor. Na prtica, no

    E + S ES E + P

    E + I EI sem reao

    [S] = Km 1 +[I]

    Ki

    Km1 +

    [I]

    Ki

    1

    0=

    Vmax

    1

    [S]+

    1

    Vmax

  • 6

    6

    entanto, valore mais preciso obtido atravs de um segundo grfico (Figura 15.6,

    pgina 593). A reao conduzida para vrias concentraes do substrato na presena

    de algumas concentraes de inibidor, e em seguida constri-se um grfico de

    Lineawever-Burk para cada concentrao do inibidor. Um segundo grfico construdo

    plotando-se os diferentes valores de inclinao ou de Km aparente [Km, que igual a Km (1+ [I]/Ki) e que pode ser determinado atravs do intercepto no eixo 1/[S] ] versus

    concentrao do inibidor. Em ambos os grficos o intercepto no eixo de [I] d o valor de

    Ki.

    -Inibidor reversvel no-competitivo

    Um inibidor reversvel no-competitivo combina-se com a enzima em um stio diferente

    do stio ativo do substrato. Por mais que o substrato ainda possa se ligar ao complexo EI

    formando um complexo ternrio ESI, este complexo no capaz de converter substrato

    em produto e chamado de complexo final suicida. Como a inibio envolve um stio distinto do stio cataltico, a inibio no pode ser revertida pelo aumento da

    concentrao do substrato. A consequncia que Vmax e no o Km reduzido, pois o

    inibidor no afeta a ligao do substrato enzima, mas afeta a quantidade de ES que

    pode prosseguir em direo formao do produto. Neste tipo de inibio KEI e KESI so

    idnticos e Ki numericamente igual a ambos. Neste caso a equao de Lineaweaver-

    Burk torna-se:

    Uma vez que inibidores no-competitivos tenham sido diagnosticados, o valor de Ki

    melhor determinado atravs de um segundo grfico obtido plotando-se os diferentes

    valores de inclinao ou de 1/Vmax (intercepto no eixo 1/o) versus concentrao de inibidor ([I]). Em ambos os grficos o intercepto no eixo de [I] d o valor de Ki.

    - Inibidor reversvel acompetitivo

    Um inibidor reversvel acompetitivo pode-se ligar somente ao complexo ES e no

    enzima livre e, portanto o inibidor se liga a um sitio que criado durante a alterao

    conformacional da enzima promovida pela ligao ao substrato. O complexo ternrio,

    ESI, resultante chamado de complexo final suicida. Assim como com o inibidor no-competitivo, o efeito do inibidor no pode ser revertido

    pelo aumento da concentrao do substrato, mas neste caso ambos Km e Vmax so

    reduzidos por um fator de (1+ [I]/Ki). Uma concentrao de inibidor igual ao Ki,

    portanto ir diminuir o valor de Km e Vmax pela metade. Com este tipo de inibidor, KEI

    infinito, pois o inibidor no pode se ligar enzima livre e, portanto Ki igual a KESI.

    Neste caso a equao de Lineaweaver-Burk torna-se:

    O valor de Ki mais precisamente determinado a partir de um segundo grfico de

    1/Vmax ou I/Km versus a concentrao do inibidor. Em ambos os grficos o intercepto no eixo de [I] d o valor de Ki.

    Km1 +

    [I]

    Ki

    1

    0=

    Vmax

    1

    [S]+

    1

    Vmax

    Km1 +

    [I]

    Ki

    1

    0=

    Vmax

    1

    [S]+

    1

    Vmax

  • 7

    7

    - Inibidor reversvel misto

    Para alguns inibidores o complexo ESI possui alguma atividade cataltica ou o KEI e

    KESI no so iguais e nem infinitos. Nestes casos so obtidas cinticas de inibio do

    tipo misto. Na inibio mista as retas obtidas nas reaes sem inibidor e com inibidor

    sofrem interseco acima ou abaixo do eixo 1/[S]. O valor de Ki pode ser determinado

    atravs de um segundo grfico de inclinao ou de 1/Vmax versus a concentrao do inibidor. Em ambos os grficos o intercepto no eixo de [I] d o valor de Ki. A inibio no-competitiva pode ser classificada como um tipo especial de inibio mista.

    Inibio irreversvel

    Inibidores irreversveis, tais como compostos organofosforados e organomercricos,

    cianeto, monxido de carbono, sulfito de hidrognio, combinam com enzima para

    formar ligao covalente estvel. A extenso da inibio de uma enzima dependente

    da constante de velocidade (e, portanto do tempo) para a formao da ligao covalente

    e tambm da concentrao do inibidor presente. O efeito de inibidores irreversveis, que

    no podem ser removidos por tcnicas fsicas como a dilise, reduzir a quantidade de

    enzima disponvel para a reao. A inibio envolve reaes com grupos funcionais,

    como hidroxilas e sulfidrilas, ou com tomos de metais no stio ativo ou alostrico.

    Assim, compostos organofosforados, diisopropil-fofofluoridato, reage com a serina do

    stio ativo de esterases tais como a acetilcolinesterase, enquanto compostos

    organomercricos como o p-hidroximeriobenzoato reage com cistenas, em ambos os

    casos resultando na formao de ligaes covalentes e inibio enzimtica. Tais

    inibidores so valiosos n estudo de stio ativo de enzimas.

    Aplicaes da inibio enzimtica

    O estudo da classificao e dos mecanismos de inibio enzimtica de importncia em

    diversos aspectos:

    - fornece informaes sobre o mecanismo pelo qual a enzima promove a atividade

    cataltica (mais detalhes na seo 15.4.1 pgina 611);

    - fornece informaes de possveis mecanismos de regulao de atividades metablicas

    in vivo;

    -permite a sntese de inibidores especficos para serem utilizadas como agentes

    teraputicos bloqueando vias metablicas chaves envolvidas em condies clnicas

    (mais detalhes na seo 18.1.2, pgina 709).

    Link para as figuras http://www.cambridge.org/gb/knowledge/isbn/resources/item2713153/?site_locale=en_GB#

    Chapter 15 GR01: Fig.15.1 Figura do estado pr-estacionrio

    GR02: Fig.15.2 Clculo de o

    GR03: Fig.15.3 Efeito da [S] na o e efeito de diferenes concentraes de inibidores GR04: Fig.15.4 Grficos Lineaweaver-Burk, Hanes e Eadie-Hofstee

    GR05: Fig.15.5 Grficos Lineaweaver-Burk mostrando o efeito de 3 tipos de inibidores (a)

    GR06: Fig.15.6 Grfico Lineawever-Burk (a) e Grfico para determinao de Ki determination (b)