DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ........

26
SIC CLÍNICA MÉDICA DERMATOLOGIA

Transcript of DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ........

Page 1: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

SIC

CLÍN

ICA

MÉD

ICA

DERM

ATOL

OGIA

Page 2: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

Apresentação

Os desafios da Medicina a serem vencidos por quem se decide pela área são tantos e tão diversos que é impossível tanto determiná-los quanto mensurá-los. O período de aulas práticas e de horas em plantões de vários blocos é apenas um dos antecedentes do que o estudante virá a enfrentar em pouco tempo, como a maratona da escolha por uma especialização e do ingresso em um programa de Residência Médica reconhecido, o que exigirá dele um preparo intenso, minucioso e objetivo.

Trata-se do contexto em que foi pensada e desenvolvida a Coleção SIC Principais Temas para Provas, cujo material didático, preparado por profis-sionais das mais diversas especialidades médicas, traz capítulos com inte-rações como vídeos e dicas sobre quadros clínicos, diagnósticos, tratamen-tos, temas frequentes em provas e outros destaques. As questões ao final, todas comen tadas, proporcionam a interpretação mais segura possível de cada resposta e reforçam o ideal de oferecer ao candidato uma preparação completa.

Um excelente estudo!

Page 3: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

Índice

Capítulo 1 - Dermatologia normal ................. 15

1. Da anatomia à fi siologia ..........................................16

2. Lesões elementares .................................................21

3. Cicatrização normal ................................................ 25

4. Queloides.....................................................................27

Resumo ............................................................................ 28

Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais .................................................................. 29

1. Introdução .................................................................. 30

2. Verrugas ..................................................................... 30

3. Herpes ..........................................................................32

4. Molusco contagioso ................................................ 38

5. Nódulo dos ordenhadores .................................... 39

6. Doenças exantemáticas .........................................40

7. Doença mão–pé–boca ............................................ 45

8. Manifestações cutâneas na dengue ...................47

9. Manifestações cutâneas na zika e na chikungunya ................................................................47

Resumo ............................................................................48

Capítulo 3 - Doenças infectocontagiosas bacterianas agudas ......................................... 49

1. Introdução .................................................................. 50

2. Impetigo e ectima .................................................... 50

3. Furúnculos, carbúnculos e abscessos................. 51

4. Erisipela ......................................................................53

5. Celulite ........................................................................ 54

6. Síndrome estafi locócica da pele escaldada ..... 56

Resumo .............................................................................57

Capítulo 4 - Doenças infectocontagiosas bacterianas crônicas ........................................59

1. Hanseníase .................................................................60

2. Sífi lis ............................................................................. 66

3. Sífi lis congênita .......................................................... 71

Resumo .............................................................................74

Capítulo 5 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses superfi ciais......................75

1. Introdução ...................................................................76

2. Dermatofi toses .........................................................76

3. Micoses por leveduras ........................................... 78

Resumo ............................................................................ 82

Capítulo 6 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas ....................... 83

1. Introdução ..................................................................84

2. Esporotricose ............................................................84

3. Cromomicose ............................................................ 85

4. Paracoccidioidomicose .......................................... 86

Resumo ........................................................................... 89

Capítulo 7 - Doenças infectocontagiosas – protozoárias e parasitárias ............................91

1. Introdução .................................................................. 92

2. Leishmaniose............................................................. 92

3. Escabiose .................................................................... 95

4. Pediculose ...................................................................97

5. Miíase ........................................................................... 99

6. Tungíase ....................................................................100

Resumo ......................................................................... 102

Capítulo 8 - Doenças eczematosas .............103

1. Introdução ................................................................104

2. Eczema de contato ................................................104

3. Eczema atópico ....................................................... 108

4. Eczema seborreico ..................................................111

5. Eczema numular ...................................................... 112

6. Eczema disidrótico ................................................. 113

7. Fotoeczemas ............................................................. 115

Resumo .......................................................................... 118

Capítulo 9 - Doenças eritematodescamativas................................. 119

1. Psoríase ..................................................................... 120

2. Pitiríase rósea de Gilbert ......................................125

Questões:Organizamos, por capítulo, questões de instituições de todo o Brasil.

Anote:O quadrinho ajuda na lembrança futura sobre o domínio do assunto e a possível necessidade de retorno ao tema.

QuestõesCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

2015 - FMUSP-RP1. Um homem de 22 anos, vítima de queda de moto em ro-dovia há 30 minutos, com trauma de crânio evidente, tra-zido pelo SAMU, chega à sala de trauma de um hospital terciário com intubação traqueal pelo rebaixamento do nível de consciência. A equipe de atendimento pré-hos-pitalar informou que o paciente apresentava sinais de choque hipovolêmico e infundiu 1L de solução cristaloide até a chegada ao hospital. Exame físico: SatO2 = 95%, FC = 140bpm, PA = 80x60mmHg e ECG = 3. Exames de imagem: raio x de tórax e bacia sem alterações. A ultrassonografia FAST revela grande quantidade de líquido abdominal. A melhor forma de tratar o choque desse paciente é:a) infundir mais 1L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e en-caminhar para laparotomiab) infundir mais 3L de cristaloide, aguardar exames labo-ratoriais para iniciar transfusão de papa de hemácias e encaminhar para laparotomiac) infundir mais 3L de cristaloide, realizar hipotensão permissiva, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encaminhar para laparotomiad) infundir mais 1L de cristaloide, iniciar transfusão de papa de hemácias e plasma fresco congelado e encami-nhar o paciente para laparotomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - SES-RJ2. Para avaliar inicialmente um paciente com traumatis-mo cranioencefálico, um residente utilizou a escala de Glasgow, que leva em conta:a) resposta verbal, reflexo cutâneo-plantar e resposta motorab) reflexos pupilares, resposta verbal e reflexos profundosc) abertura ocular, reflexos pupilares e reflexos profundosd) abertura ocular, resposta verbal e resposta motora

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFES3. A 1ª conduta a ser tomada em um paciente politrau-matizado inconsciente é:

a) verificar as pupilasb) verificar a pressão arterialc) puncionar veia calibrosad) assegurar boa via aéreae) realizar traqueostomia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFG4. Um homem de 56 anos é internado no serviço de emergência após sofrer queda de uma escada. Ele está inconsciente, apresenta fluido sanguinolento não coa-gulado no canal auditivo direito, além de retração e movimentos inespecíficos aos estímulos dolorosos, está com os olhos fechados, abrindo-os em resposta à dor, e produz sons ininteligíveis. As pupilas estão isocóricas e fotorreagentes. Sua pontuação na escala de coma de Glasgow é:a) 6b) 7c) 8d) 9

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2015 - UFCG 5. Um homem de 20 anos foi retirado do carro em cha-mas. Apresenta queimaduras de 3º grau no tórax e em toda a face. A 1ª medida a ser tomada pelo profissional de saúde que o atende deve ser:a) aplicar morfinab) promover uma boa hidrataçãoc) perguntar o nomed) lavar a facee) colocar colar cervical

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2014 - HSPE6. Um pediatra está de plantão no SAMU e é acionado para o atendimento de um acidente automobilístico. Ao chegar ao local do acidente, encontra uma criança de 5 anos próxima a uma bicicleta, sem capacete, dei-tada no asfalto e com ferimento cortocontuso extenso no crânio, após choque frontal com um carro. A criança está com respiração irregular e ECG (Escala de Coma de Glasgow) de 7. O pediatra decide estabilizar a via aérea

Ciru

rgia

do

Trau

ma

Que

stõe

s

Comentários:Além do gabarito o�cial divulgado pela instituição, nosso

corpo docente comenta cada questão. Não hesite em retornar ao conteúdo caso se sinta inseguro. Pelo

contrário: se achá-lo relevante, leia atentamente o capítulo e reforce o entendimento nas dicas e nos ícones.

ComentáriosCirurgia do Trauma

Atendimento inicial ao politraumatizado

Questão 1. Trata-se de paciente politraumatizado, ins-tável hemodinamicamente, com evidência de hemope-ritônio pelo FAST. Tem indicação de laparotomia explo-radora, sendo que a expansão hemodinâmica pode ser otimizada enquanto segue para o centro cirúrgico.Gabarito = D

Questão 2. A escala de coma de Glasgow leva em con-ta a melhor resposta do paciente diante da avaliação da resposta ocular, verbal e motora. Ainda que a avaliação do reflexo pupilar seja preconizada na avaliação inicial do politraumatizado, ela não faz parte da escala de Glasgow.Gabarito = D

Questão 3. A 1ª conduta no politraumatizado com rebai-xamento do nível de consciência é garantir uma via aérea definitiva, mantendo a proteção da coluna cervical.Gabarito = D

Questão 4. A pontuação pela escala de coma de Glasgow está resumida a seguir:

Abertura ocular (O)

Espontânea 4

Ao estímulo verbal 3

Ao estímulo doloroso 2

Sem resposta 1

Melhor resposta verbal (V)

Orientado 5

Confuso 4

Palavras inapropriadas 3

Sons incompreensíveis 2

Sem resposta 1

Melhor resposta motora (M)

Obediência a comandos 6

Localização da dor 5

Flexão normal (retirada) 4

Flexão anormal (decor-ticação) 3

Extensão (descerebração) 2

Sem resposta (flacidez) 1

Logo, o paciente apresenta ocular 2 + verbal 2 + motor 4 = 8.Gabarito = C

Questão 5. O paciente tem grande risco de lesão térmica de vias aéreas. A avaliação da perviedade, perguntando-se o nome, por exemplo, é a 1ª medida a ser tomada. Em caso de qualquer evidência de lesão, a intubação orotra-queal deve ser precoce.Gabarito = C

Questão 6. O tiopental é uma opção interessante, pois é um tiobarbitúrico de ação ultracurta. Deprime o sistema nervoso central e leva a hipnose, mas não a analgesia. É usado para proteção cerebral, pois diminui o fluxo sanguí-neo cerebral, o ritmo metabólico cerebral e a pressão in-tracraniana, o que é benéfico para o paciente nesse caso.Gabarito = A

Questão 7. Seguindo as condutas preconizadas pelo ATLS®, a melhor sequência seria:A: via aérea definitiva com intubação orotraqueal, man-tendo proteção à coluna cervical.B: suporte de O2 e raio x de tórax na sala de emergência.C: garantir 2 acessos venosos periféricos, continuar a infusão de cristaloides aquecidos e solicitar hemoderi-vados. FAST ou lavado peritoneal caso o raio x de tórax esteja normal.D: garantir via aérea adequada e manter a oxigenação e a pressão arterial.E: manter o paciente aquecido.Logo, a melhor alternativa é a “c”. Gabarito = C

Questão 8. O chamado damage control resuscitation, que deve ser incorporado na próxima atualização do ATLS®, está descrito na alternativa “a”. Consiste na contenção precoce do sangramento, em uma reposição menos agressiva de cristaloide, mantendo certo grau de hipo-tensão (desde que não haja trauma cranioencefálico as-sociado), e no uso de medicações como o ácido tranexâ-mico ou o aminocaproico.Gabarito = A

Questão 9. O tratamento inicial de todo paciente poli-traumatizado deve sempre seguir a ordem de priorida-des proposta pelo ATLS®. A 1ª medida deve ser sempre garantir uma via aérea pérvia com proteção da coluna cervical. Nesse caso, a fratura de face provavelmente in-viabiliza uma via aérea não cirúrgica, e o paciente é can-didato a cricotireoidostomia. Após essa medida, e garan-

Ciru

rgia

do

Trau

ma

Com

entá

rios

Page 4: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

3. Pitiríase rubra pilar ............................................... 128

4. Parapsoríases ......................................................... 130

5. Eritrodermias ...........................................................132

6. Eritemas figurados ................................................ 134

Resumo ...........................................................................136

Capítulo 10 - Doenças inflamatórias ........... 137

1. Doenças papulopruriginosas .............................. 138

2. Doenças bolhosas .................................................. 144

3. Doenças de vasos e lesões ulceradas ...............153

Resumo ......................................................................... 168

Capítulo 11 - Reações alérgicas e farmacodermias – lato sensu .......................169

1. Introdução ................................................................ 170

2. Farmacodermias .................................................... 170

3. Eritema multiforme................................................173

4. Síndrome de Stevens-Johnson/necrólise epidérmica tóxica ...................................................175

5. Urticárias ...................................................................177Resumo .......................................................................... 180

Capítulo 12 - Medicina interna ..................... 181

1. Introdução ................................................................ 1822. Sarcoidose ................................................................ 1823. Amiloidoses ............................................................. 1844. Porfirias .................................................................... 1895. Pelagra .......................................................................1936. Colagenoses ..............................................................195Resumo .......................................................................... 210

Capítulo 13 - Tumores malignos ................... 211

1. Pré-malignos .............................................................2122. Carcinoma basocelular ......................................... 2163. Carcinoma espinocelular ......................................2194. Melanoma cutâneo ...............................................2225. Linfomas e leucemias ........................................... 227Resumo ..........................................................................231

Page 5: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

Dermatologia normal

Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues

Este capítulo aborda temas básicos da Dermatologia: anatomia, fi siologia, lesões elementares e cicatriza-ção. Quanto à anatomia e fi siologia, a pele apresenta 3 camadas distintas, denominadas epiderme, derme e hipoderme. A primeira, formada pelos queratinócitos, é a camada superfi cial em contato com o ambiente, sendo subdividida em basal (mais profunda), espinhosa ou de Malpighi, granulosa e córnea (a mais externa/superfi -cial). A derme é um tecido conectivo denso, composto de colágeno, elastina e glicosaminoglicanos, sendo a porção mais superfi cial a derme papilar, e a profunda, a reticu-lar. Já a hipoderme é composta por grupos de adipócitos, formando ácinos lobulados separados por septos fi bro-sos que contêm o maior plexo vascular que nutre a pele. As lesões elementares, por sua vez, foram aqui didati-camente divididas em lesões planas, elevadas, coleções líquidas, deprimidas e lineares. Já a cicatrização com-preende um processo dinâmico de reparação tecidual e possui fases infl amatória, proliferativa e de remodela-ção. Havendo distúrbios em alguma dessas fases, temos as cicatrizes hipertrófi cas e os queloides.

1

Page 6: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

sic dermatologia16

1. Da anatomia à fisiologia

A - IntroduçãoLonge de ser um tratado para esses temas, neste capítulo são conside-radas informações relevantes que aparecem com maior frequência em questões de concursos médicos.

B - Histologia e fisiologiaA pele divide-se em 3 camadas distintas, sendo a epiderme de ori-gem embrionária ectodérmica, e a derme e o subcutâneo de origem mesodérmica.

Figura 1 - Principais estruturas da pele

a) EpidermeA epiderme é um epitélio escamoso pluriestratificado, formado basica-mente por queratinócitos que vão se maturando e diferenciando, ge-rando, assim, as 4 camadas que a compõem.

Tabela 1 - Camadas que compõem a epiderme

- Basal (mais profunda);

- Espinhosa ou de Malpighi (logo acima da basal);

- Granulosa (penúltima);

- Córnea (a mais externa/superficial).

- Camada basal: composta por células colunares ancoradas à mem-brana basal. A maturação das células epidérmicas consiste na trans-formação das células colunares da camada basal em células achatadas e queratinizadas na córnea. O tempo que uma célula leva a partir da formação na camada basal, por meio de divisões mitóticas, até chegar ao desprendimento final na camada córnea, é de 52 a 75 dias (em mé-dia, 63 dias), sendo chamado turnover celular epidérmico. Em algumas doenças, como a psoríase, esse turnover fica reduzido para 4 a 5 dias (doença hiperproliferativa). As células da camada basal ficam aderi-das à derme por hemidesmossomos (Figura 2), que se encontram na zona da membrana basal (na lâmina lúcida);

Page 7: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

dermatologia normal 17

- Camada espinhosa (ou de Malpighi): recebe esse nome porque é nela que ficam mais evidentes as pontes intercelulares (como se fossem espinhos), responsáveis pela adesão entre os queratinócitos, chama-das desmossomos (Figura 2). Integrinas é o nome geral que se dá às moléculas de adesão entre os queratinócitos que compõem os des-mossomos; eles são compostos por moléculas intraplacas, trans-membrânicas e os tonofilamentos. Estes, por sua vez, ancoram os filamentos intermediários, que são estruturas proteicas (queratinas). Quando essas aderências são quebradas, ocorrem bolhas, como no pênfigo e na epidermólise bolhosa; na epiderme, diferentes pares de queratina são produzidos conforme as células se diferenciam em di-reção à superfície: queratinas 5 e 14 são expressas na camada basal, e 1 e 10, na camada espinhos a. E existe entre as células o “cimento ce-lular”, composto de glicolipídios e glicoproteínas chamado glicocálice;

Figura 2 - Mecanismos de adesão dos ceratinócitos

Dica Os desmossomos são as estruturas que formam as pontes intercelulares, também conhecidas como gap junctions.

Figura 3 - Visão microscópica da camada espinhosa da epiderme – coloração hematoxilina-eosina

- Camada granulosa: é denominada dessa forma porque nela são mais visíveis os grânulos de cerato-hialina que serão liberados envolvendo as células epidérmicas e gerando, assim, a corneificação. Também se encontram no citoplasma dessas células os grânulos lamelares, res-ponsáveis por parte do manto lipídico da pele (Figura 4);

Page 8: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

sic dermatologia18

Figura 4 - Padrão estrutural “em tijolos e cimento” da epiderme

Figura 5 - Visão microscópica da camada granulosa da epiderme – coloração hematoxilina-eosina

- Camada córnea: nesta, as células ficam fortemente ligadas por pon-tes de sulfeto e cerato-hialina; além disso, grânulos lipídicos cobrem as membranas celulares, e tudo isso confere uma capacidade de 98% de retenção de água, uma importante função cutânea. Outra desta-cada função que acontece na epiderme é a conversão da luz solar em vitamina D. Principalmente na pele espessa, há camada lúcida (aten-ção: camada lúcida é diferente de lâmina lúcida), vista entre a camada granulosa e a córnea, que possui células claras (assim chamadas pela digestão das organelas e do núcleo sofrida por enzimas lisossômicas) e grande quantidade de filamentos de queratina. Além das camadas celulares principais, existem algumas figuras celulares isoladas, con-forme a Tabela 2.

Page 9: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

Doenças infec-tocontagiosas fúngicas – micoses profundas

Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues

Neste capítulo, serão abordadas as infecções subagu-das e crônicas mais cobradas em questões de provas no que se refere à Dermatologia. São doenças causa-das por fungos invasivos: esporotricose, cromomicose e paracoccidioidomicose. A esporotricose é causada por fungo dimórfi co da espécie Sporothrix schenckii, com associação a ferimentos por plantas (espinhos de rosas) e contaminação por animais domésticos, sendo que a lesão inicial se dá no local da inoculação, formando-se placa eritematoverrucosa que pode evoluir para ulce-ração associada a acometimento linfático, típico dessa afecção. O diagnóstico é confi rmado pela cultura, e para o tratamento se emprega iodeto de potássio. A cromo-micose é uma infecção fúngica crônica da pele causada por agentes demáceos (fungos negros) encontrados em solos e vegetais. A transmissão se dá por inocula-ção traumática, surgindo pápula verrucosa com pontos enegrecidos, eritematosos e acastanhados, sobretudo nos membros inferiores. O exame micológico direto esclarece casos duvidosos, e para o tratamento são necessários métodos combinados, como criocirurgia com nitrogênio líquido juntamente com antifúngicos sistêmicos (o itraconazol é o de escolha), com pouca resposta, somente controle do quadro. E a paracocci-dioidomicose, ou blastomicose sul-americana, é uma infecção causada pelo fungo dimórfi co Paracoccidioi-des brasiliensis, sendo doença de zona rural, endêmica em alguns países da América do Sul e mais comum em jovens e adultos entre 20 e 40 anos, afetando sobre-tudo homens. A transmissão ocorre por via inalatória, iniciando-se um foco pulmonar, e, a partir daí, se mul-tiplica e se dissemina para os linfonodos regionais e, posteriormente, por via hematogênica, para os demais órgãos, inclusive a pele. Esse 1º contato com o fungo caracteriza a paracoccidioidomicose-infecção; ao evo-luir para a doença, há 2 possíveis quadros: Pb-micoses juvenil (aguda/subaguda) e adulta (crônica). Deve-se pensar em paracoccidioidomicose sempre que há um quadro pulmonar associado a lesões de mucosa e pele. O diagnóstico é confi rmado por exame micológico direto (estruturas ovaladas leveduriformes com brotamento simples ou múltiplo, conferindo o aspecto característico de “roda de leme”), cultura, sorologia (mais usada para acompanhamento da resposta ao tratamento) e biologia molecular (pesquisa da proteína de superfície do fungo, GP43). O tratamento deve ser mantido até a cura clínica, sorológica e radiológica, o que pode levar de meses a anos, sendo empregados sulfametoxazol-trimetoprima, itraconazol ou anfotericina B.

6

Page 10: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

sic dermatologia84

1. IntroduçãoNeste capítulo, serão abordadas as infecções subagudas e crônicas causadas por fungos invasivos, que, além do acometimento cutâneo, a depender da resposta imunológica do hospedeiro, podem levar a infec-ções sistêmicas de outros órgãos.

2. EsporotricoseDoença subaguda, universal, relativamente comum, causada por fungo dimórfico da espécie Sporothrix schenckii.

A - EpidemiologiaRelativamente frequente em nosso meio, sendo universal, porém mais comum em países de clima tropical. Qualquer idade é acometida, e não há predileção por sexo. Dois pontos merecem destaque, como a asso-ciação a ferimentos por plantas (como os clássicos acidentes com espi-nhos de rosas) e a contaminação por animais domésticos, já havendo relatos de surtos no Rio de Janeiro provocados por gatos contaminados.

Figura 1 - Gato com lesões de esporotricose

B - FisiopatologiaO trauma serve como porta de entrada para a inoculação do fungo, e nesse ponto surge a 1ª lesão. A resposta imune celular Th1 é respon-sável por tentar conter a doença, o que se pode evidenciar pela po-sitividade do teste da esporotriquina. Contaminação por ingestão ou inalação é rara.

C - Quadro clínicoNo local do acidente perfurocortante surge a lesão inicial, normal-mente uma placa eritematoescamosa verrucosa ou uma úlcera. Em se-guida, surgem linfonodos regionais em cordão, caracterizando a forma mais comum da doença, a cutâneo-linfática; podem ou não fistulizar. Formas cutâneas disseminadas e/ou infecções sistêmicas são raras e normalmente vistas em imunossuprimidos. As extremidades, por esta-rem mais expostas aos traumas, são sempre mais acometidas.

Quadro clínico Lesão cutânea acom-

panhada de linfangite ascendente é a principal

característica da esporo-tricose clássica.

Se evoluírem para a cura espontânea com a ação do sistema imunoló-gico, restarão cicatrizes discrômicas como sequelas.

Figura 2 - Esporotricose: placas verrucosas eritematosas com evolução apresentan-do linfangite ascendente

Page 11: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas 85

D - Métodos diagnósticosA forma clássica cutâneo-linfática é de fácil diagnóstico clínico; só em casos de lesões únicas, caracterizando forma cutânea localizada, são necessários exames.

A cultura é o padrão-ouro, sendo um fungo de rápido crescimento (re-sultado em 3 dias) e que cresce em temperatura ambiente de 25°C ou temperatura corpórea de 37°C (fungo dimórfico). É um dos poucos fun-gos em que o exame micológico direto com hidróxido de potássio (KOH) não ajuda. O exame anatomopatológico também leva ao diagnóstico, por visualização dos fungos nos tecidos corados pela prata ou ácido pe-riódico de Schiff (PAS), sendo apresentados em formas afiladas seme-lhantes a charutos.

A diagnose diferencial é feita com lesões ulceradas isoladas, como pa-racoccidioidomicose, histoplasmose, leishmaniose e tuberculose. Essas mesmas doenças entram no diferencial se a lesão é verrucosa, no en-tanto nenhuma delas evolui com o cordão linfático adjacente. Nos casos de lesões isoladas, somente por intermédio dos métodos diagnósticos citados se conclui o caso.

Diagnóstico A cultura é o exame pa-drão-ouro para a confir-mação da esporotricose.

E - TratamentoÉ uma das poucas doenças em que há boa resposta com medicação simples e barata – o iodeto de potássio, que deve ser administrado até a cura completa da lesão, o que pode levar entre 4 e 6 semanas. Outros imidazólicos, como itraconazol e fluconazol, podem ser empregados.

3. CromomicoseInfecção fúngica crônica da pele causada por agentes demáceos (fun-gos negros) encontrados em solos e vegetais.

A - EpidemiologiaA doença é endêmica em algumas áreas tropicais, como na região Norte do Brasil, e em algumas áreas desérticas. Trabalhadores rurais estão mais expostos aos organismos encontrados no solo e em plantas contaminadas (por exemplo, trabalhadores do babaçu na Amazônia). Os membros inferiores são mais acometidos, levando a quadros dra-máticos semelhantes aos da elefantíase.

Dica A grande maioria dos casos de cromomicose acontece nos membros inferiores, devido a expo-sição do trabalho rural.

B - FisiopatologiaO fungo é inoculado após trauma da pele e se propaga até o subcutâ-neo, com raros relatos de disseminação linfática e/ou hematogênica. São 4 espécies envolvidas, a primeira bem mais comum no Brasil: - Fonsecaea sp.; - Cladosporium sp.; - Rhinocladiella sp.; - Phialophora sp.

C - Quadro clínico Após o trauma, surge na pele uma pápula que evolui para nódulo e, posteriormente, para placa verrucosa, que em anos pode assumir no-

Page 12: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

sic dermatologia86

táveis proporções, comprometendo todo o membro afetado. Nessas placas, aparecem pequenos pontos negros (black dots), que represen-tam um aglomerado de fungos demáceos. Não há sinais e sintomas sis-têmicos. Lesões em placas psoriasiformes já foram descritas.

Figura 3 - Placa verrucosa ex-tensa na perna, com pequenos pontos enegrecidos caracteri-zando a cromomicose

D - Métodos diagnósticosO exame micológico direto em KOH 10% (de raspado da lesão) é o meio mais simples de chegar ao diagnóstico. A cultura permite determinar a espécie envolvida para fins acadêmicos, já que não influencia o tra-tamento. Em casos duvidosos, só se conclui a etiologia após a biópsia para exame anatomopatológico.

O diagnóstico diferencial se faz com o carcinoma espinocelular e a sín-drome verrucosa PLECT (regra mnemônica):

Tabela 1 - Regra mnemônica de lesões verrucosas e/ou úlceras

P Paracoccidioidomicose

L Leishmaniose

E Esporotricose

C Cromomicose

T Tuberculose

Importante“PLECTs” são as doenças

em que podem ocorrer úlceras ou lesões ver-

rucosas, o que facilita o diagnóstico diferencial

da cromomicose.

E - TratamentoTrata-se de uma das dermatoses de resolução mais difícil, e muitos pa-cientes são ditos incuráveis, aspecto comparável a quadro neoplásico infiltrativo. Deve-se tentar em casos iniciais, quando ainda é possível a remoção completa da lesão por meio de cirurgia dermatológica. Nos casos em que já há disseminação extensa, são necessários métodos combinados, como criocirurgia com nitrogênio líquido juntamente com antifúngicos sistêmicos (o itraconazol é o de escolha). Esse esquema acaba sendo usado por anos, e os pacientes dificilmente têm alta, ha-vendo somente um controle do quadro.

4. ParacoccidioidomicoseSinonímia: blastomicose sul-americana.

Infecção sistêmica com várias facetas, podendo atingir a pele e outros órgãos internos e tendo como agente causador o fungo dimórfico do gênero Paracoccidioides, sendo reconhecidas 2 espécies causadoras da doença: Paracoccidioides brasiliensis e Paracoccidioides lutzii.

A - EpidemiologiaÉ uma doença de zona rural endêmica de alguns países da América do Sul, incluindo o Brasil, que apresenta a maior parte dos casos. A doença não é descrita em regiões como o Chile, Suriname, Guiana, Nicarágua, Belize e ilhas do Caribe. O fungo pode ser isolado a partir da matéria orgânica dos solos contaminados. A infecção é mais comum em jovens e adultos na faixa etária de 20 a 40 anos. Há grande predominância no sexo masculino, pois se acredita que os hormônios estrogênicos confi-ram proteção às mulheres, impedindo o desenvolvimento do fungo; a proporção encontrada em inquéritos epidemiológicos é de 9 homens para cada mulher.

Page 13: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

Medicina interna

Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues

Neste capítulo, serão abordados temas de medicina interna, porém com manifestações dermatológicas, como a sarcoidose, a amiloidose, porfirias, pelagra e colagenoses. A sarcoidose é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela formação de granulomas em qualquer tecido orgânico, entretanto com prefe-rência por 3 acometimentos distintos: cutâneo, ocular e pulmonar (incluindo a linfadenopatia hilar). O acome-timento cutâneo pode ser inespecífico, representado pelo eritema nodoso ou específico, por meio do lúpus pérnio, da sarcoidose papulosa, da sarcoidose cicatri-cial e da sarcoidose do couro cabeludo. A biópsia da pele ou do tecido pulmonar é o exame padrão-ouro, apre-sentando 2 características importantes: a presença de granulomas de células epitelioides com poucos linfó-citos e células gigantes multinucleadas (chamados de “granulomas nus”) e os corpos asteroides (figuras eosi-nofílicas nos histiócitos). O melhor tratamento é feito com corticosteroides, sendo sistêmicos nos casos com comprometimentos mais graves. As amiloidoses são doenças em que ocorre depósito de substância pro-teica; acometem qualquer tecido, gerando disfunções dos órgãos afetados. Existem formas localizadas (macu-lar, líquen amiloidótico e nodular) e sistêmicas nas suas formas primárias e secundárias (associadas a mieloma múltiplo). Na forma sistêmica, a biópsia da lesão de pele deve ser corada com o vermelho-congo. Na colo-ração de rotina com hematoxilina-eosina, em alguns casos, podem-se ver concentrações homogêneas de material eosinofílico amorfo. No tratamento, são utili-zados esquemas imunossupressores e quimioterápicos em combinação. A associação a melhores resultados foi de prednisona e melfalana. Já as porfirias formam um grupo de doenças de origem metabólica associadas a várias deficiências enzimáticas no metabolismo do grupo heme, o que resulta em superprodução/acúmulo de pro-dutos tóxicos. Basicamente, podemos classificá-las em porfirias agudas e crônicas (predomínio das manifes-tações dermatológicas). Entre as alterações cutâneas, estão fotodano, lesões bolhosas principalmente em áreas fotoexpostas e de trauma (fragilidade cutânea), lesões esclerodermiformes (cicatriciais) e hipertricose. Para o diagnóstico, devem-se pesquisar porfirinas na

12

urina de 24 horas, e a histopatologia das bolhas mostra a clivagem subepidérmica e poucas células inflamatórias. O tratamento visa à redução dos níveis do heme, o que é obtido por meio das flebotomias, cujo objetivo é manter a hemoglobina por volta de 12g/dL. Dentre as colagenoses, destacam-se lúpus eritematoso sistêmico, dermatomio-site e esclerodermia. O lúpus eritematoso sistêmico é uma doença reumatológica com espectro variando por meio das 3 formas clínicas principais: lúpus cutâneo crônico, lúpus subagudo e lúpus sistêmico, este último a forma principal da doença. O lúpus sistêmico é a forma que acomete vários órgãos; dentre as suas lesões mais características, o rash malar “em asa de borboleta” se destaca. São placas erite-matosas, pouco infiltradas, mas edemaciadas, distribuídas como uma máscara no centro facial. Outras lesões possí-veis são de urticária, vasculite, púrpuras palpáveis, lesões bolhosas, além das lesões de lúpus crônico e subagudo. As lesões mucosas se manifestam como ulcerações no palato ou na mucosa jugal. As lesões do couro cabeludo, por sua vez, podem ser discoides cicatriciais ou na forma de alopecia difusa não cicatricial. O diagnóstico se baseia em critérios clínicos e laboratoriais, e o tratamento, em imunossupresso-res como a prednisona, o metotrexato e a azatioprina.

Page 14: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

sic dermatologia182

1. IntroduçãoEste capítulo aborda algumas síndromes clínicas que levam a compro-metimento sistêmico, causando, também, manifestações cutâneas; são doenças diversas entre si, mas igualmente importantes, pois, muitas vezes, a pele dá as pistas para chegar ao diagnóstico final e tratar o paciente a tempo.

2. Sarcoidose

A - IntroduçãoDoença inflamatória crônica caracterizada pela formação de granulo-mas em qualquer tecido orgânico, entretanto com preferência por 3 acometimentos distintos: cutâneo, ocular e pulmonar (incluindo a lin-fadenopatia hilar).

B - EpidemiologiaTrata-se de uma doença universal, no entanto com grandes diferenças quanto à incidência, podendo variar de 64 casos/100.000 habitantes, em países escandinavos, a 3 casos/100.000 habitantes, em países do Leste Europeu; em nosso país, assim como nos Estados Unidos, a inci-dência gira em torno de 15 casos/100.000 habitantes. Em nosso meio, também é mais prevalente em afrodescendentes. Acomete ambos os sexos, com maior frequência no sexo feminino.

Quanto à idade, pode surgir em qualquer período, mas tem 2 picos de distribuição bem definidos: 30 e 60 anos.

C - FisiopatologiaÉ desconhecida, mas acredita-se que possa existir um antígeno (infec-cioso ou ambiental) que tenha baixa virulência, porém que leve a in-flamação crônica granulomatosa por meio da resposta Th1. Entre os antígenos implicados, estão micobactérias, Borrelia, fungos e vírus da hepatite; do lado ambiental já houve correlação com exposição ao alu-mínio, ao zircônio e a talcos. Há, também, participação genética, pois é fortemente associada ao HLA-B8.

D - Quadro clínico Como o processo granulomatoso pode ocorrer em qualquer órgão, as manifestações sistêmicas são muito variáveis: quadro mimetizando tuberculose pulmonar, uveítes, artrites, arritmias por infiltração do miocárdio etc. O acometimento cutâneo pela sarcoidose tem 2 grupos distintos, com o lado não específico, representado pelo eritema no-doso, e o específico, com diversas variantes clínicas (Tabela 1).

O eritema nodoso é uma forma de paniculite crônica recidivante que se manifesta por nódulos dolorosos nos membros inferiores e que, além da sarcoidose, pode estar relacionado a outras etiologias (infecções como por Yersinia, anticoncepcionais, doenças inflamatórias intestinais etc.). É muito mais comum entre mulheres jovens. As lesões são pro-fundas e surgem como pontos indurados de cor equimótica (como uma contusão) doloridos à palpação. O número de lesões é variável (de pou-cas a várias). Pode vir acompanhado de sintomas gerais de inflamação

Quadro clínico O eritema nodoso é a ma-

nifestação mais comum da sarcoidose na pele.

Page 15: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

medicina interna 183

(febre, indisposição e artralgias). A remissão é espontânea em questão de semanas, mas pode ser abreviada com o uso de anti-inflamatórios e corticosteroides sistêmicos.

Importante A tríade composta por artrite, eritema nodoso e linfadenopatia hilar é conhecida como síndrome de Löfgren (sarcoidose mus-culoesquelética aguda).

Figura 1 - Sarcoidose e a síndrome de Löfgren

Figura 2 - Eritema nodoso: lesões eritematosas e equimóticas sobrelevadas na re-gião anterior da tíbia de aspecto contusiforme

Tabela 1 - Manifestações específicas da sarcoidose

Lúpus pérnio

Caracteriza-se por placas infiltradas, eritemato-violáceas, de superfície levemente descamativa, que surgem na face (nariz, bochecha e orelhas) lembrando a “asa de borboleta” do lúpus eritema-toso sistêmico. Quando comprimidos, as placas e os nódulos assumem coloração que lembra “geleia de maçã”.

Sarcoidose papulosa

Contém pápulas e pequenos nódulos de coloração eritematoviolácea, com predomínio na face e nas extremidades; são idênticas às placas do lúpus pér-nio, porém com menor tamanho.

Sarcoidose cica-tricial

Os nódulos são semelhantes aos da forma papulosa, mas surgem sobre cicatriz antiga.

Sarcoidose do couro cabeludo

Pode levar a áreas de alopecia cicatricial com aspecto atrófico e irreversível.

Figura 3 - Exemplo de lúpus pérnio

Page 16: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

SIC

QUE

STÕ

ES E

CO

MEN

TÁRI

OS

DERM

ATOL

OGIA

R 3

Page 17: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

Provas

- ALBERT EINSTEIN - Hospital Albert Einstein

- AMP - Associação Médica do Paraná

- AMRIGS - Associação Médica do Rio Grande do Sul

- CERMAM - Comissão Estadual de Residência Médica do Amazonas

- CREMESP - Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo

- EMESCAM - Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória

- FESP-RJ - Fundação Escola de Serviço Público

- FHEMIG - Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais

- FMJ - Faculdade de Medicina de Jundiaí

- FMUSP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

- FMUSP-RP - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto

- FURB - Universidade Regional de Blumenau

- HC-ICC - Hospital do Câncer - Instituto do Câncer do Ceará

- HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre

- HCV-PR - Hospital da Cruz Vermelha Brasileira - Filial do Paraná

- HECI - Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim

- HFA - Hospital das Forças Armadas - DF

- HFAG - Hospital da Força Aérea do Galeão

- HFMO-SP - Hospital Francisco Morato de Oliveira

- HIVS - Hospital Infantil Varela Santiago

- HMOB - Hospital Municipal Odilon Behrens

- HMRN - Hospital Militar do Rio Grande do Norte

- HMSJ - Hospital Municipal São José

- HNMD - Hospital Naval Marcílio Dias

- HPM-MG - Hospital da Polícia Militar de Minas Gerais

- HSPE-SP* - Hospital do Servidor Público Estadual

- HSPM-SP - Hospital do Servidor Público Municipal

- HUEC - Hospital Universitário Evangélico de Curitiba

- IAMSPE - Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual

- IASERJ - Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro

- IFF - FIOCRUZ - Instituto Fernandes Figueira

- IMPARH - Instituto Municipal de Pesquisas, Administração e Recursos Humanos de Fortaleza

- INCA-RJ - Instituto Nacional do Câncer

- IOG - Instituto de Olhos de Goiânia

- IPSEMG - Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais

- PM-MG - Polícia Militar de Minas Gerais

- PUC-PR - Pontifícia Universidade Católica do Paraná

- PUC-RS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

- SANTA CASA-BH - Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte

- SANTA CASA-SP - Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo

- SES-DF - Secretaria de Estado da Saúde do Distrito Federal

- SES-GO - Secretaria de Estado da Saúde de Goiás

- SES-PE - Secretaria de Estado da Saúde do Pernambuco

- SES-RJ - Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro

- SES-SC - Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina

- SÍRIO-LIBANÊS - Hospital Sírio-Libanês

- SURCE - Seleção Unificada para Residência Médica do Estado do Ceará

- SUS-BA - Sistema Único de Saúde da Bahia

- SUS-CE - Sistema Único de Saúde do Ceará

- SUS-SP - Sistema Único de Saúde de São Paulo

- UCPEL - Universidade Católica de Pelotas

- UEL - Universidade Estadual de Londrina

- UERJ - Universidade Estadual do Rio de Janeiro

- UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

- UFAL - Universidade Federal do Alagoas

- UFAM - Universidade Federal do Amazonas

- UFC - Universidade Federal do Ceará

- UFCG - Universidade Federal de Campina Grande

- UFES - Universidade Federal do Espírito Santo

- UFF - Universidade Federal Fluminense

- UFG - Universidade Federal de Goiás

- UFJF - Universidade Federal de Juiz de Fora

- UFMS - Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

- UFPE - Universidade Federal de Pernambuco

- UFPR - Universidade Federal do Paraná

- UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro

- UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte

- UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

- UMC - Universidade de Mogi das Cruzes

- UNAERP - Universidade de Ribeirão Preto

- UNCISAL - Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas

- UNESP - Universidade Estadual Paulista

- UNIAMRIGS - Universidade Corporativa AMRIGS

- UNICAMP - Universidade de Campinas

- UNIFESO - Centro Universitário Serra dos Órgãos

- UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo

- UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

- UNITAU - Universidade de Taubaté

* Em 2010, 2011 e 2013, a instituição não divulgou seu caderno de provas. As questões destes anos são baseadas nos temas e nos casos abordados nas provas.

Page 18: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

QUESTÕES

Cap. 1 - Dermatologia normal .......................................... 5

Cap. 2 - Doenças infectocontagiosas virais ................. 5

Cap. 3 - Doenças infectocontagiosas bacterianas agudas ............................................. 6

Cap. 4 - Doenças infectocontagiosas bacterianas crônicas ...........................................8

Cap. 5 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses superfi ciais ............................................ 9

Cap. 6 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas............................................. 10

Cap. 7 - Doenças infectocontagiosas – protozoárias e parasitárias .............................. 11

Cap. 8 - Doenças eczematosas .......................................12

Cap. 9 - Doenças eritematodescamativas ..................15

Cap. 10 - Doenças infl amatórias.....................................17

Cap. 11 - Reações alérgicas e farmacodermias – lato sensu .............................................................. 19

Cap. 12 - Medicina interna ...............................................22

Cap. 13 - Tumores malignos ............................................23

Outros temas .......................................................................26

COMENTÁRIOS

Cap. 1 - Dermatologia normal ........................................27

Cap. 2 - Doenças infectocontagiosas virais ...............27

Cap. 3 - Doenças infectocontagiosas bacterianas agudas ...........................................28

Cap. 4 - Doenças infectocontagiosas bacterianas crônicas .........................................29

Cap. 5 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses superfi ciais ..........................................29

Cap. 6 - Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas.............................................30

Cap. 7 - Doenças infectocontagiosas – protozoárias e parasitárias .............................30

Cap. 8 - Doenças eczematosas ...................................... 31

Cap. 9 - Doenças eritematodescamativas .................32

Cap. 10 - Doenças infl amatórias....................................33

Cap. 11 - Reações alérgicas e farmacodermias – lato sensu ..............................................................34

Cap. 12 - Medicina interna ...............................................36

Cap. 13 - Tumores malignos ............................................ 37

Outros temas .......................................................................38

Índice

Page 19: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

De

rmat

olog

ia -

Ques

tões

R 3

QuestõesDermatologia

Dermatologia normal

2016 - UFS1. Com relação aos queloides, é correto afi rmar que: a) são mais prevalentes em pacientes de pele escurab) são mais comuns nos membros inferiores do que nos

superioresc) ocorrem mais frequentemente em brancos caucasia-

nos do que em hispânicos d) podem ser evitados por técnica cirúrgica adequada

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2014 - UNIRIO2. Na descrição de um exame dermatológico, um interno relata área cutânea puntiforme, avermelhada, que não desaparece à digitopressão, e outra lesão, com 0,4cm de diâmetro, contendo líquido de aspecto límpido no seu interior. Você melhor caracterizaria essas descrições, respectivamente, como: a) petéquia e bolha b) petéquia e vesícula c) equimose e vesícula d) rash e pústula e) pápula e bolha

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2013 - AMP - ACESSO DIRETO/CLÍNICA MÉDICA3. Com relação à terminologia descritiva da morfologia de lesões cutâneas individuais, considere as alternati-vas a seguir e assinale a correta:a) erosão é a perda circunscrita da epiderme e da der-

me, podendo acometer a hipoderme e tecidos subja-centes

b) dermatite de contato se manifesta a lesão tipo bolhac) vesícula é uma lesão elevada e circunscrita, com fl ui-

do seroso claro ou hemorrágico de menos de 1cm de diâmetro

d) nódulo é a elevação fi rme, circunscrita e achatada da pele, com margens palpáveis e bem demarcadas

e) ictiose se manifesta com lesão tipo placa e urtica

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

Doenças infectocontagiosas virais

2016 - AMP - CLÍNICA MÉDICA4. Um paciente de 64 anos apresenta 2 dias de evolução de dor torácica à direita, evoluindo com erupção maculo-papular eritematosa e vesículas no local da dor. Conside-rando o diagnóstico mais provável, pode-se afi rmar que:a) compressas com acetato de alumínio podem auxiliar

no alívio sintomático e limpeza da lesãob) a ocorrência de dor é mais comum em indivíduos mais

jovensc) dos fatores de mau prognóstico, os pacientes em uso

de corticosteroides têm o maior risco de evolução com doença disseminada

d) a efi cácia dos diferentes antivirais é semelhante na resolução da doença

e) o uso de corticosteroides não demonstrou nenhum benefício no manejo da doença

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2016 - UFSC - CLÍNICA MÉDICA 5. Um paciente de 68 anos, diabético, é atendido no Hos-pital Universitário com dor na região dorsal, irradiando--se para o fl anco esquerdo, seguida do aparecimento de lesões pruriginosas, há 5 dias. Mora com o fi lho, trans-plantado de fígado há 6 meses. Ao exame, apresenta lesões eritematovesiculares agrupadas, sendo que al-gumas estão rompidas e com secreção hialina. Com re-lação ao caso clínico exposto e ao diagnóstico, assinale a alternativa correta:a) a precaução respiratória é importante, pela alta trans-

missão do vírus varicela-zóster para soronegativos b) o início precoce do corticoide é indicado, pois encurta

o tempo da doença e sua transmissibilidade c) à semelhança de outras hepatites virais, a hepatite

em imunossuprimidos por herpes-zóster é branda, transitória e com tratamento apenas sintomático

d) o fi lho do paciente deve ser encaminhado para início precoce de aciclovir profi lático

e) a encefalite é uma complicação da infecção por her-pes-zóster e pode anteceder as manifestações sistê-micas, difi cultando o diagnóstico

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

Page 20: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

sic dermatologia6 R3

Dermatologia - Questões

R3

2014 - UFPR - CLÍNICA MÉDICA6. Um adolescente de 16 anos é trazido para consulta com queixa de febre de 38°C, mal-estar, coriza e tosse há 1 semana. Há 2 dias notou vermelhidão na pele, que começou na face e no pescoço, com disseminação poste-rior para tronco, abdome e membros. Ao exame, nota-se rash róseo-avermelhado na pele, disseminado, morbili-forme, e, no palato, são vistas pequenas manchas bran-cas (1 a 2mm de tamanho), com halo eritematoso ao re-dor (sinal de Köplik). Qual é o principal diagnóstico? a) escarlatinab) rubéolac) varicelad) doença de Reede) sarampo

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2014 - AMP - CLÍNICA MÉDICA7. Uma mulher de 60 anos, mãe de 7 filhos, foi internada devido a hemorragia digestiva alta secundária a úlcera gástrica. Tem história pregressa de neoplasia de colo do útero com metástase na coluna lombar, que comprime a medula e é inoperável. Devido a essa compressão, apre-sentou redução da mobilidade e incontinência urinária com necessidade de fralda geriátrica. No momento em que você está fazendo a prescrição dos pacientes, a téc-nica de enfermagem solicita sua presença no quarto, pois, durante o banho, notaram lesão de pele, ausentes no dia anterior. Você atende imediatamente ao pedido, e verifica ser uma lesão eritematosa, com vesículas se-guindo um dermátomo compatível com herpes-zóster. Qual é a conduta mais adequada?a) aciclovir pomada b) betametasona creme c) aciclovir comprimido d) cuidados locais e) nistatina creme

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2014 - SES-PE - CLÍNICA MÉDICA8. Com relação ao herpes-zóster, assinale a alternativa incorreta: a) o intercostal é o nervo mais frequentemente acometido b) a dor é o sintoma predominante em todas as fases c) a principal complicação é a neuralgia pós-herpética

que ocorre, principalmente, em adultos jovens, che-gando a taxa de cerca de 20% dos casos

d) os anticonvulsivantes podem ser usados no trata-mento da neuralgia pós-herpética

e) a melhor resposta terapêutica ocorre se o tratamen-to antirretroviral for iniciado nas primeiras 72 horas da doença

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2013 - UFSC - CLÍNICA MÉDICA9. Um paciente de 60 anos, com história de dor inten-sa no hemitórax esquerdo, com início súbito há 7 dias, procurou o pronto atendimento, e doença pulmonar ou cardíaca foi afastada por avaliações clínica, laboratorial e radiológica. Há 24 horas, relata erupção vesicobolhosa linear, respeitando a linha média, do lado esquerdo do tórax. Assinale o diagnóstico mais provável:a) lúpus eritematosob) penfigoide bolhosoc) eritrasmad) dermatite de contatoe) herpes-zóster

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2011 - UFC - ACESSO DIRETO/CLÍNICA MÉDICA10. Uma mulher de 56 anos procura atendimento por le-sões cutâneas dolorosas no tórax. Há 72 horas passou a apresentar dor em queimação na região torácica inferior esquerda. Desde então vem fazendo uso regular de com-primidos de cetoprofeno com melhora parcial. Há cerca de 24 horas, passou a apresentar lesões na zona infra-mamária esquerda, impedindo-a de usar sutiã. Ao exame físico, apresenta vesículas tensas e agrupadas em região inferior à aréola esquerda e superior ao rebordo costal esquerdo, desde o esterno até a região dorsal posterior esquerda; sem outros achados. Qual é o tratamento iso-ladamente mais apropriado para este caso?a) aciclovir 200mg VO 8/8hb) prednisona 20mg VO 1x/dc) hidrocortisona creme tópico 2x/dd) valaciclovir 1g VO 3x/de) suspender uso de cetoprofeno

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

Doenças infectocontagiosas bacterianas agudas

2016 - UNESP - CLÍNICA MÉDICA11. Em geral, a sensibilidade que se perde em 1º lugar em uma lesão de hanseníase indeterminada é:a) a térmicab) a dolorosac) a tátild) as 3 ao mesmo tempo

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2016 - SANTA CASA-SP - CLÍNICA MÉDICA12. Um homem de 54 anos, viúvo há 3 anos, apresenta-se no ambulatório com história de manchas avermelhadas indolores no abdome, pescoço e dorso há 2 semanas.

Page 21: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

De

rmat

olog

ia -

Ques

tões

dermatologia 7

R 3

Nega febre, perda do apetite e problemas urinários ou intestinais. O exame físico evidencia lesões cutâneas com bordas elevadas de cor rósea, nas regiões do ab-dome, pescoço, tórax, pernas, pés e palma das mãos. É incorreto afi rmar que:a) trata-se de quadro de sífi lis secundária, em fase de

contaminação em que a notifi cação obrigatória se faz necessária

b) esses sintomas surgem cerca de 2 meses após o apa-recimento do cancro

c) o quadro clínico é causado pela bactéria Treponema pallidum

d) as reações treponêmicas são as únicas empregadas para seguimento terapêutico

e) se alérgico à penicilina, pode ser tratado com doxici-clina 100mg 2x/d, por 14 dias

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2016 - UNAERP - CLÍNICA MÉDICA13. A unha esverdeada é característica de infecção por:a) Candidab) dermatófi toc) Pseudomonasd) Aspergilluse) Streptococcus viridans

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2016 - AMP - CLÍNICA MÉDICA14. Sobre a hanseníase, assinale a alternativa correta:a) a presença de lesão cutânea com perda de sensibili-

dade não é critério epidemiológico para a doençab) os contatos de um paciente com hanseníase devem

receber vacina BCG caso tenham apenas 1 cicatriz pela BCG

c) a baciloscopia positiva na linfa defi ne a doença como multibacilar, e o paciente deve receber o esquema de dapsona com rifampicina por 6 meses

d) no caso de reação hansênica tipo 2, a droga de 1ª es-colha é o corticoide, sendo contraindicada a talidomi-da atualmente

e) a hanseníase é uma doença endêmica no Brasil, e a incidência vem aumentando nos últimos 10 anos

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2016 - UFRN - CLÍNICA MÉDICA15. Um homem de 38 anos, casado, trabalhador da cons-trução civil, vai à Unidade Básica de Saúde com queixas de furunculose há 2 meses. Em casa, os 2 fi lhos menores também têm problemas de pele. O paciente nega doen-ças de base e admite uso social de bebida alcoólica. O anti-HIV resultou não reagente. Com base nesses dados, a opção que representa a recomendação mais adequada para o caso é:

a) penicilina benzatina 1.200.000UI, por ser de baixo custo e em dose única

b) cefalexina 500mg VO a cada 6 horas, pois cobre S. au-reus, agente provável da infecção em questão

c) linezolida 600mg VO 1x/d, porque cobre cepas sensí-veis e resistentes de S. aureus

d) cefalotina 1g VO a cada 12 horas, por ser uma cefa-losporina de 1ª geração com bom espectro para Gram positivos

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2015 - UFPR - CLÍNICA MÉDICA16. Considerando as formas clínicas da acne, relacione as colunas a seguir:( ) Acne comedoniana ( ) Síndrome SAHA ( ) Acne conglobata ( ) Acne fulminans ( ) Acne nodulocística A - Acne não infl amatóriaB - Associação a ovários policísticos e obesidadeC - Abscessos e bridas cicatriciaisD - Sinais e sintomas sistêmicos agudosE - Cicatrizes pequenas e deprimidasAssinale a sequência correta: a) E, D, C, A, B b) E, C, D, B, A c) C, E, D, B, A d) D, C, E, A, Be) C, D, E, B, A

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2015 - UFSC - CLÍNICA MÉDICA17. Um paciente chega ao pronto atendimento com quadro de celulite extensa de membro inferior direito adquirido na comunidade. Tem 42 anos e apresenta-se com dor no local comprometido, náuseas e febre. Ao exame físico, regular estado geral, fácies de dor, PA = 130x80mmHg, FC = 92bpm, FR = 20irpm, saturação de O2 = 97% e temperatura = 37,4°C. Sem alterações aos exames de tórax e abdome. Assinale a alternativa corre-ta, que apresenta o antibiótico de escolha para iniciar o tratamento, após a coleta de hemoculturas: a) rifampicinab) oxacilinac) meropenémd) vancomicinae) penicilina G

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2014 - UFF - CLÍNICA MÉDICA18. Indique o agente etiológico mais frequente da erisi-pela: a) estreptococo beta-hemolítico do grupo A

Page 22: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

sic dermatologia8 R3

Dermatologia - Questões

R3

b) Bacteroides fragilisc) Staphylococcus aureusd) enterococose) estreptococos anaeróbicos

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2012 - SANTA CASA-GO - CLÍNICA MÉDICA19. São infecções causadas, principalmente, por estrep-tococos e eventualmente por estafilococos: a) impetigo e fasciite necrosanteb) síndrome do choque tóxico e erisipelac) fasciite necrosante e erisipelad) impetigo e síndrome do choque tóxicoe) síndrome do choque tóxico e fasciite necrosante

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2012 - HC-ICC - CLÍNICA MÉDICA20. Um paciente de 63 anos, portador de diabetes melli-tus e dificuldade de retorno venoso nos membros infe-riores, procedente do domicílio, procurou assistência médica porque no dia anterior passou a sentir febre e dor no membro inferior esquerdo, onde apresenta calor, rubor, edema e eritema não muito bem definidos. Nesse caso, está indicado o tratamento prioritariamente com:a) penicilina cristalinab) oxacilinac) vancomicinad) ceftriaxonae) azitromicina

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2011 - UERJ - CLÍNICA CIRÚRGICA 21. Um pescador de 43 anos procura um posto de saúde em Saquarema devido a quadro de febre alta (39°C), ca-lafrios, além de edema com sinais flogísticos exuberan-tes e inúmeras lesões bolhosas no membro superior di-reito. Há histórico de acompanhamento psiquiátrico por alcoolismo. Foi iniciado esquema antibiótico visando à cobertura do seguinte agente infeccioso: a) Vibrio vulnificusb) Pasteurella multocidac) Staphylococcus aureusd) Streptococcus pyogenes

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2011 - HFA - CLÍNICA MÉDICA 22. Um paciente foi internado com pé diabético de gra-vidade moderada (clínica e metabolicamente estável, com celulite de mais de 2cm de diâmetro e envolvimento de partes moles subjacentes). Com base nessa situação, assinale a alternativa que apresenta o esquema antibió-tico venoso recomendado para esse caso:

a) colistinab) doxiciclinac) penicilina Gd) ampicilina + gentamicinae) ciprofloxacino + clindamicina

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2011 - UFRN - CLÍNICA MÉDICA23. A mãe de um recém-nascido relata que, após quadro de conjuntivite, notou aparecimento de eritema na pele da criança, inicialmente nas dobras, com posterior dis-seminação e formação de bolhas flácidas, que rompiam e deixavam áreas erodidas na superfície cutânea. Não havia lesões mucosas. O exame anatomopatológico evi-denciava clivagem epidérmica alta, ao nível da camada granulosa. O diagnóstico mais provável é:a) síndrome de Stevens-Johnsonb) síndrome da pele escaldada estafilocócicac) necrose epidérmica tóxicad) impetigo bolhoso neonatal

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

Doenças infectocontagiosas bacterianas crônicas

2014 - UNICAMP - CLÍNICA MÉDICA24. Um homem de 32 anos, branco, queixa-se de “gros-seiro” no corpo. Ao exame físico, apresenta exantema maculopapular morbiliforme e descamativo no tronco, nos membros, na palma das mãos e nos pés, além de lin-fonodomegalia de várias cadeias. Os exames laborato-riais revelaram VDRL = 1/32. O que deve ser feito?a) solicitar sorologia de HIV, coletar o liquor e adminis-

trar penicilina benzatina 4,8 milhões de unidadesb) coletar o liquor e administrar penicilina benzatina 7,2

milhões de unidades caso haja hipoacusia, neurite óp-tica ou meningite

c) solicitar sorologia de hepatite B e HIV e administrar penicilina benzatina 4,8 milhões de unidades

d) realizar sorologia de hepatite B e HIV e administrar penicilina benzatina 7,2 milhões de unidades

Tenho domínio do assunto Refazer essa questãoReler o comentário Encontrei dificuldade para responder

2012 - FMUSP-RP - CLÍNICA MÉDICA 25. Uma mulher de 36 anos relatava surgimento, há cerca de 6 meses, de lesões lenticulares eritematosas, assintomáticas e recorrentes, dispersas no tegumento, incluída a região palmoplantar (Figura). Relatava tam-bém queda de cabelo e irritação persistente da orofa-ringe. Ao exame clínico-dermatológico, foram palpados

Page 23: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

Der

mat

olog

ia -

Com

entá

rios

R 3

ComentáriosDermatologia

Dermatologia normal

Questão 1. Analisando as alternativas:a) Correta. Sabidamente há maior incidência de queloi-des em pacientes afrodescendentes. b) Incorreta. A porção superior do corpo sempre é mais afetada pelos queloides. O ombro é um dos locais mais frequentes, assim como a região esternal e o pavilhão auricular.c) Incorreta. Os brancos caucasianos formam a popula-ção com menor incidência de queloides.d) Incorreta. A técnica não infl uencia o desenvolvimento do quadro de queloides, pois depende de fatores genéti-cos e imunológicos do paciente.Gabarito = A

Questão 2. Trata-se das clássicas descrições de petéquia e vesícula. Bolha seria maior que 1cm, e equimoses não são puntiformes; rash é macula eritematosa; e pústula não tem conteúdo límpido.Gabarito = B

Questão 3. Analisando as alternativas:a) Incorreta. Erosão é uma perda superfi cial, podendo che-gar, no máximo, à derme superfi cial e não à hipoderme.b) Incorreta. Pode ter bolhas, mas não é o típico (placas, eritema e descamação, sim).c) Correta. A bolha é maior que 1cm.d) Incorreta. Se o nódulo é elevado, não pode ser acha-tado.e) Incorreta. Manifesta-se com descamação ictiosiforme (tipo escamas de peixe).Gabarito = C

Doenças infectocontagiosas virais

Questão 4. O enunciado aponta para um caso de herpes--zóster típico. Dor da neuralgia é mais comum nos idosos. Os corticoides ajudam na prevenção da neuralgia e mos-tram benefícios, portanto não são fatores de pior prognós-tico. Não há diferença estatística no uso dos 3 antivirais utilizados – aciclovir, fanciclovir e valaciclovir (todos orais).Gabarito = A

Questão 5. Não é necessário isolamento respiratório, pois apenas o contato direto na lesão é que pode ser transmissivo. Caso se tratasse de um zóster acometendo mais de 3 dermátomos ou disseminado, a precaução res-piratória estaria indicada juntamente com a precaução de contato. O uso dos corticoides só auxilia na prevenção da neuralgia pós-herpética, hepatite não é complicação do herpes-vírus, e não é necessário o uso de medicamen-tos profi láticos em nenhuma situação. Gabarito = E

Questão 6. Como se trata de doença exantemática e com sinal de Köplik, sarampo é a única possibilidade. Escarla-tina e rubéola são bem semelhantes, mas não apresen-tam o sinal. A varicela não é uma doença exantemática. A síndrome de Reed também não é exantemática – é um quadro genético complexo.Gabarito = E

Questão 7. Como o enunciado já apresenta o diagnóstico, sabemos que o herpes-zóster só pode ser tratado com antivirais sistêmicos; a forma em pomada não é efi cien-te. Não há nenhuma contraindicação absoluta ao uso da medicação pelos antecedentes da paciente. O fato de as lesões se iniciarem a menos de 48 horas da consulta também é favorável ao tratamento com aciclovir com-primido.Gabarito = C

Questão 8. Todas estão corretas, exceto a “c”, pois a neu-ralgia é realmente a complicação mais frequente, porém ela é muito mais comum em idosos.Gabarito = C

Questão 9. Quadro típico de herpes-zóster (varicela--zóster), iniciando-se com dor prodrômica (neuralgia) seguida do acometimento em dermátomo com lesões vesiculosas agrupadas. Nessa fase, é muito comum a confusão, e os pacientes procuram o pronto-socorro diagnosticados como dor torácica aguda e/ou abdome agudo; somente após o surgimento das vesículas é que o diagnóstico se torna mais evidente.Gabarito = E

Questão 10. O caso clínico representa um episódio de herpes-zóster. O tratamento deve ser feito com aciclovir 400mg VO 5x/d. Alternativamente, pode-se usar valaci-

Page 24: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

sic dermatologia28 R3

Dermatologia - Com

entáriosR3

clovir (um derivado do aciclovir) 1g VO 3x/d, com melhor posologia. Os corticoides em questão (hidrocortisona e prednisona) podem ser utilizados adjuntos com efeito anti-inflamatório e de melhora na neurite, muitas vezes associada a este tipo de infecção. No entanto, não são o tratamento específico para a afecção descrita. Cetopro-feno alivia as dores, mas também não realiza tratamento do herpes-zóster. Gabarito = D

Doenças infectocontagiosas bacterianas agudas

Questão 11. O teste de sensibilidade térmica com éter é o mais útil e pode ser facilmente executado logo na 1ª consulta, já que essa é a 1ª função perdida pela lesão de ramúsculos nervosos. Posteriormente, perdem-se as sensibilidades tátil e dolorosa, nessa ordem.Gabarito = A

Questão 12. Todas as alternativas estão corretas e po-dem ser assimiladas na preparação. Apenas a alternativa “d” é incorreta, pois o seguimento do tratamento se faz com controle seriado de reações não treponêmicas, mais precisamente com o VDRL, sendo necessário haver a di-minuição significativa dos títulos para comprovar a efi-cácia do tratamento. As treponêmicas (como FTA-ABS) não necessariamente abaixam mesmo com o tratamen-to. Na verdade, o FTA-ABS nunca se negativa, dado que é um teste sorológico indicador do contato com o agente.Gabarito = D

Questão 13. Por algum pigmento que pertence à colo-nização por Pseudomonas, não se encontra explicação fisiopatológica. Candida e dermatófitos são mais amare-lados ou brancos. Aspergillus costuma ser escuro/acin-zentado. E S. viridans não causa infecção na unha.Gabarito = C

Questão 14. Somente a hanseníase cursa com lesões com perda da sensibilidade. Se o paciente é multibacilar, o tratamento ocorre por 2 anos. Talidomida não é con-traindicada no tratamento da reação hansênica, sendo uma das poucas condições em que seu uso é liberado. E, apesar de ser endêmica, sua incidência vem diminuindo nos últimos anos, mas a doença continua longe de ser erradicada. Gabarito = B

Questão 15. Como se trata de um problema recidivante há 2 meses e o paciente não tem indícios de imunossu-pressão, deve-se pensar em bactérias mais resistentes, e, nesse caso, o S. aureus é o agente mais provável. De-vido à sua resistência a penicilinas, a melhor escolha se-

ria uma cefalosporina de 1ª geração com cobertura para Gram positivos.Gabarito = B

Questão 16. Merece destaque a síndrome dos ovários policísticos, que costuma apresentar acne da mulher adulta, além de hirsutismo e irregularidade menstrual. A síndrome SAHA também tem sinais de androgenismo, com acne grave, hirsutismo e alopecia. Acne fulminans é um quadro eruptivo de acne grau 4 e sintomas sistê-micos que pode até evoluir com sepse. As que não têm manifestações sistêmicas são a acne comedoniana (grau 1) e a nodulocística (grau 3).Gabarito = B

Questão 17. Como o quadro é de celulite adquirida na co-munidade, o principal agente é o Gram positivo estrep-tococo. Pelo fato de o estado geral estar preservado, podemos iniciar o tratamento com penicilina, pois tais bactérias raramente são resistentes. Estafilococo seria o 2º mais frequente, porém é mais agressivo e normal-mente na história haveria bolhas. Nesse caso, trocaría-mos a penicilina por oxacilina.Gabarito = E

Questão 18. Os agentes mais frequentes das erisipelas são cocos Gram positivos e, entre eles, os Streptococcus são os mais frequentes; em 2º lugar vêm os Staphylococcus. Os Gram negativos e anaeróbios raramente são causadores.Gabarito = A

Questão 19. A fasciite necrosante é comumente causada por Pseudomonas e eventualmente pelo S. aureus. A sín-drome do choque tóxico é sempre por S. aureus e nunca por Streptococcus. O agente mais frequente da erisipela é o Streptococcus beta-hemolítico do grupo A.Gabarito = C

Questão 20. O paciente apresenta quadro clínico compa-tível com infecção de tecido celular subcutâneo em mem-bro inferior esquerdo. A insuficiência venosa de MMII e o diabetes são fatores de risco para este tipo de infecção. O tratamento deve ser feito com antibioticoterapia sistêmi-ca com ação contra Staphylococcus, sendo a melhor opção (em infecções oriundas da comunidade) a oxacilina.Gabarito = B

Questão 21. O quadro descrito é característico de eri-sipela bolhosa e os agentes das alternativas “c” e “d” seriam os mais prováveis se não fossem os dados epi-demiológicos colocados em questão: pescador (contato com meio aquático) e etilismo (imunossupressão), o que nos leva a escolher a alternativa “a”, lembrando que se trata de organismo Gram negativo, sendo as cefalospo-rinas uma boa opção. Gabarito = A

Page 25: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

Der

mat

olog

ia -

Com

entá

rios

dermatologia 29

R 3

Questão 22. Trata-se de uma infecção de extensão razoá-vel e que, no contexto do pé diabético, aumenta o risco de infecção generalizada e de amputação do pé. Portanto, há indicação de tratamento com antibióticos via intraveno-sa e com cobertura ampla para bactérias Gram positivas, Gram negativas e anaeróbios, além de estar associado a limitada nefrotoxicidade. Das alternativas oferecidas, a que mais se aproxima disso no contexto ambulatorial é a associação entre ciprofl oxacino e clindamicina. Gabarito = E

Questão 23. Como não havia lesões mucosas, já descar-tamos as doenças mais graves (Stevens-Johnson e ne-crólise epidérmica tóxica). O impetigo seria uma boa hi-pótese, porém não existem relatos de lesões com crostas melicéricas. A alternativa “b” é a correta e normalmente são recém-nascidos com quadros de bolhas superfi ciais (intraepidérmicas na histopatologia) que surgem após quadro infeccioso (nesse caso, conjuntivite) sendo pro-vocado pela ação de toxinas bacterianas que levam à clivagem da epiderme.Gabarito = B

Doenças infectocontagiosas bacterianas crônicas

Questão 24. Como se trata de sífi lis na fase secundária, a dose de penicilina é dobrada, e devem-se colher outras sorologias de doenças transmitidas sexualmente; liquor somente diante de achados neurológicos ou HIV positivo.Gabarito = C

Questão 25. Paciente apresenta indícios de sífi lis secun-dária: lesões de pele tipo roséola, mucosite, alopecia e adenomegalia generalizada. O acometimento palmo-plantar é altamente sugestivo. Diante disso devemos fa-zer o screening com VDRL e por ser DST, investigar HIV. Não há critérios sufi cientes que falem a favor de lúpus sistêmico para pedir FAN. IgE seria pertinente em um quadro alérgico, porém as lesões não são pruriginosas. A dosagem de PGL1 seria para hanseníase e as lesões da foto não são típicas dessa doença.Gabarito = A

Questão 26. O cancro mole não é dolorido e seu fundo é limpo. O T. pallidum deve ser pesquisado com raspado e microscopia em campo escuro (não cultura). As asser-tivas corretas indicam que o período de incubação é de no máximo 30 dias, e que após 2 meses ele involui. Os pacientes desenvolvem lesões de sífi lis secundária.Gabarito = A

Questão 27. Nem a gravidez nem a soropositividade do HIV alteram as possibilidades de tratamento da hanse-

níase; devemos manter o uso da dapsona, clofazimina e rifampicina, no caso da forma virchowiana, por, no míni-mo, 2 anos.Gabarito = A

Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses superfi ciais

Questão 28. A descrição clínica aponta claramente para grandes placas causadas por Candida sp., inclusive as clássicas lesões-satélite. Todo paciente diabético está mais propenso aos quadros de micoses superfi ciais, daí a escolha da alternativa “d”, que descreve a técnica em-pregada para o exame micológico direto.Gabarito = D

Questão 29. O quadro é comum em imunossuprimidos e diabéticos, e normalmente o paciente deve ser inter-nado em UTI e tratado com anfotericina. Analisando as alternativas:a) Incorreta. O exame direto não é capaz de visualizar o fungo (as espécies mais comumente envolvidas são Mucor, Rhizomucor e Absynia). b) Incorreta. PCR não está disponível na maioria dos cen-tros brasileiros, o que o exclui como 1º método de escolha. c) Incorreta. Ao ser levada em conta a gravidade do quadro, a cultura é muito demorada para ser o método diagnóstico de escolha. d) Correta. Realmente, o histopatológico após a biópsia é capaz de visualizar as hifas invadindo os tecidos.Gabarito = D

Questão 30. Todos os indícios apontam para tinha de unha, tinha interdigital e tinha plantar. Logo, o exame micológico é bem indicado (esteroide não). O tratamento sistêmico só seria indicado após a confi rmação do quadro, principalmente se há tinha ungueal. O patch test seria in-dicado na dermatite de contato alérgica, e não nas tinhas.Gabarito = A

Questão 31. Além do diabetes, outros fatores imunos-supressores e também a antibioticoterapia levam à can-didíase. A candidíase oral é a mais frequente forma de apresentação, principalmente em crianças (“sapinho”). O diagnóstico é clínico e o exame micológico direto pode auxiliar. De todas as formas, responde ao fl uconazol, e, como tratamento tópico, podem ser usados os demais imidazólicos e a nistatina.Gabarito = D

Questão 32. Uma área única de alopecia e pelos tonsu-rados é característica da tinha do couro cabeludo e os agentes mais comuns são o Trichophyton tonsurans e o Microsporum canis; raramente ela pode evoluir com cica-

Page 26: DERMATOLOGIA - s3.sa-east-1.amazonaws.com · Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais ..... 29 1. Introdução ... Doenças exantemáticas ...

sic dermatologia30 R3

Dermatologia - Com

entáriosR3

triz atrófica e alopecia permanente; essa é mais comum na tinha favosa, cuja lesão característica é o Godet fávi-co. A dermatite seborreica é descamativa, mas não leva à alopecia.Gabarito = C

Questão 33. O termo incógnito (incognito) refere-se a uma forma modificada/mascarada, e isso é frequente em pacientes que usam corticosteroides, pois acham que estão com lesões alérgicas em vez de micose.Gabarito = A

Doenças infectocontagiosas fúngicas – micoses profundas

Questão 34. A paracoccidioidomicose não é frequen-temente encontrada na região Norte. Há grande pre-dominância no sexo masculino, pois se acredita que os hormônios estrogênicos confiram proteção às mulheres, impedindo o desenvolvimento do fungo. A proporção é de 9 homens para cada mulher. A infecção é mais comum em jovens e adultos entre 20 e 40 anos. E a doença não faz parte das doenças de notificação compulsória.Gabarito = E

Questão 35. Realmente, diante de uma lesão ulcerada, as possibilidades enumeradas na alternativa “d” são boas; basta lembrar a regra mnemônica PLECT (Paracocci-dioidomicose, Leishmaniose, Esporotricose, Cromicose, Tuberculose). Das incorretas, temos que a reação de Montenegro é apenas prognóstica, e os testes sorológi-cos nesse caso podem ser negativos, já que é uma forma cutânea e a coloração de Gram não tem utilidade, pois pode ser positiva para agentes contaminantes.Gabarito = D

Questão 36. Analisando as afirmativas:I - Incorreta. A C. gattii normalmente está associada ao ambiente, sendo isolada em Eucalyptus camaldulensis e em outras árvores.II, III e IV - Corretas.V - Incorreta. Ambas podem ser tratadas da mesma for-ma, e o fluconazol é a melhor opção, pois penetra bem a barreira hematoencefálica.Gabarito = C

Questão 37. A esporotricose tem como manifestação mais frequente a forma cutâneo-linfática (descrita na questão) e o agente fúngico é o Sporothrix schenckii (por isso a posi-tividade na cultura com ágar Sabouraud e a não resposta aos antibióticos). Os felinos também são frequentemente atingidos por essa doença e podem transmiti-la aos seres humanos; acidentes com plantas e espinhos também são importantes para a epidemiologia.Gabarito = D

Doenças infectocontagiosas – protozoárias e parasitárias

Questão 38. A escabiose acomete mais áreas flexoras de dobras. Não há cura espontânea e tem risco de dissemi-nação. Não é possível desenvolver uma resposta imuno-lógica permanente, e a sensibilização é responsável pelo prurido, podendo levar até 4 semanas.Gabarito = B

Questão 39. Todos os tratamentos são indicados após a confirmação do caso (não tratar ainda); o quadro é bem típico de leishmaniose (úlcera de Bauru), por isso o Montenegro seria o melhor exame para confirmação. Pbmicose seria uma boa hipótese, mas a confirmação pela sorologia não seria a melhor opção (ao contrário do encontro de fungos no exame histológico).Gabarito = B

Questão 40. É necessário saber que se trata de um hel-minto (descartando as alternativas “c” e “e”). Apesar de ser relacionada com exposição às fezes de gatos e cães, não existe acometimento cutâneo em humanos por A. caninum (apenas a infecção intestinal nos animais). O mesmo vale para a Uncinaria.Gabarito = A

Questão 41. Todas as alternativas incorretas são qua-dros disseminados e simétricos. Apenas a larva migrans tem quadros mais localizados, e a epidemiologia com contato com atividades externas (pode haver larvas no solo por dejetos de animais) também é favorável. Gabarito = A

Questão 42. O prurido noturno é uma característica marcante, pois é nessa fase que as fêmeas botam os ovos e aumentam a atividade. Devemos tratar todos os familiares e contactantes íntimos. O tratamento tópico é efetivo e as roupas também devem ser lavadas dia-riamente. A alternativa “e” está incorreta, pois devemos deixar a permetrina em contato por 8 a 12 horas, porque é efetiva e diminui a chance de irritação.Gabarito = E

Questão 43. A ivermectina não pode ser usada em grávi-das e lactentes; a escolha é o enxofre tópico. O isolamen-to de contato deve ser feito até que se inicie o tratamen-to. No caso de reinfestação, o período para início dos sintomas é menor devido à formação prévia da resposta imune. A dermatoscopia trouxe auxílio no diagnóstico, mas podemos observar achados típicos também com lu-pas ou microscopia convencional, porém o diagnóstico é essencialmente clínico. Apenas “e” pode ser considerada correta.Gabarito = E