Desafios do bibliotecário frente às novas tecnologias da informação e comunicação

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1 DESAFIOS DO BIBLIOTECÁRIO FRENTE ÀS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 1 LAIS PEREIRA DE OLIVEIRA * CARLOS EDUARDO DA SILVEIRA ** Resumo O presente artigo trata dos desafios que se apresentam ao bibliotecário diante da emergência das novas tecnologias da informação e comunicação (TICs), as quais alteraram significativamente as formas de se produzir, processar e distribuir informações. Apresenta o contexto de mudanças que a chamada sociedade da informação vivencia, com enfoque no impacto causado pelas TICs nas atividades de profissionais diretamente voltados para o trato com a informação, como é o caso do bibliotecário. Discorre sobre os desafios cada vez mais intensos na atuação deste profissional, no que diz respeito a seus conhecimentos tradicionais quais sejam as atividades de catalogação, indexação e recuperação da informação bem como sobre a necessidade de atualização contínua e capacidade de acompanhar o que surge de novo em sua área. Cita o tradicional serviço de referência desenvolvido pelo bibliotecário com o intuito de auxiliar os usuários e orientá-los em suas buscas, demonstrando as tendências de mudança neste serviço principalmente em razão da introdução da internet. Ressalta as mudanças de perfil do bibliotecário, o qual precisa estar apto a lidar com informações tanto no tradicional suporte impresso quanto no digital, donde surgem novas demandas profissionais. Apresenta, por fim, as diferentes oportunidades de trabalho resultantes do novo paradigma da sociedade da i nformação e do conhecimento, que tem nas tecnologias um fator facilitador de seus processos de captura, registro e disseminação de conteúdos informacionais. Palavras-chave: Bibliotecário. Atuação profissional. Novas tecnologias. Sociedade da informação. ____________ 1 Comunicação oral apresentada ao eixo temático Tecnologias. *Acadêmica do 7º período de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), estagiária do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), e-mail: [email protected] ** Acadêmico do 7º período de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), estagiário do Museu Antropológico da UFG, e-mail: [email protected]

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O presente artigo trata dos desafios que se apresentam ao bibliotecário diante da emergência das novas tecnologias da informação e comunicação (TICs), as quais alteraram significativamente as formas de se produzir, processar e distribuir informações. Apresenta o contexto de mudanças que a chamada sociedade da informação vivencia, com enfoque no impacto causado pelas TICs nas atividades de profissionais diretamente voltados para o trato com a informação, como é o caso do bibliotecário. Discorre sobre os desafios cada vez mais intensos na atuação deste profissional, no que diz respeito a seus conhecimentos tradicionais – quais sejam as atividades de catalogação, indexação e recuperação da informação – bem como sobre a necessidade de atualização contínua e capacidade de acompanhar o que surge de novo em sua área. Cita o tradicional serviço de referência desenvolvido pelo bibliotecário com o intuito de auxiliar os usuários e orientá-los em suas buscas, demonstrando as tendências de mudança neste serviço principalmente em razão da introdução da internet. Ressalta as mudanças de perfil do bibliotecário, o qual precisa estar apto a lidar com informações tanto no tradicional suporte impresso quanto no digital, donde surgem novas demandas profissionais. Apresenta, por fim, as diferentes oportunidades de trabalho resultantes do novo paradigma da sociedade da informação e do conhecimento, que tem nas tecnologias um fator facilitador de seus processos de captura, registro e disseminação de conteúdos informacionais.

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DESAFIOS DO BIBLIOTECÁRIO FRENTE ÀS NOVAS TECNOLOGIAS DA

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO1

LAIS PEREIRA DE OLIVEIRA*

CARLOS EDUARDO DA SILVEIRA**

Resumo O presente artigo trata dos desafios que se apresentam ao bibliotecário diante da emergência das novas tecnologias da informação e comunicação (TICs), as quais alteraram

significativamente as formas de se produzir, processar e distribuir informações. Apresenta o contexto de mudanças que a chamada sociedade da informação vivencia, com enfoque no impacto causado pelas TICs nas atividades de profissionais diretamente voltados para o trato com a informação, como

é o caso do bibliotecário. Discorre sobre os desafios cada vez mais intensos na atuação deste profissional, no que diz respeito a seus conhecimentos tradicionais – quais sejam as atividades de catalogação, indexação e recuperação da informação – bem como sobre a necessidade de

atualização contínua e capacidade de acompanhar o que surge de novo em sua área. Cita o tradicional serviço de referência desenvolvido pelo bibliotecário com o intuito de auxiliar os usuários e orientá-los em suas buscas, demonstrando as tendências de mudança neste serviço principalmente

em razão da int rodução da internet. Ressalta as mudanças de perfil do bibliotecário, o qual precisa estar apto a lidar com informações tanto no t radicional suporte impresso quanto no digital, donde surgem novas demandas profissionais. Apresenta, por fim, as diferentes oportunidades de trabalho

resultantes do novo paradigma da sociedade da i nformação e do conhecimento, que tem nas tecnologias um fator facilitador de seus processos de captura, registro e disseminação de conteúdos informacionais.

Palavras-chave: Bibliotecário. Atuação profissional. Novas tecnologias. Sociedade da informação.

____________

1 Comunicação oral apresentada ao eixo temático Tecnologias. *Acadêmica do 7º período de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), estagiária do

Instituto do Patrimônio Histórico e Art ístico Nacional (IPHAN), e-mail: [email protected] ** Acadêmico do 7º período de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás (UFG), estagiário

do Museu Antropológico da UFG, e-mail: [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

O mundo atual vivencia intensas mudanças em termos sociais, econômicos,

políticos e culturais. Num curto espaço de tempo assistiu-se ao advento de novas

tecnologias da informação e comunicação – tais como microcomputadores, internet,

microchips, softwares e hardwares em geral, entre outros –, à ampliação do

processo de globalização, e como não poderia deixar de ser, ao aparecimento da

sociedade da informação1, pautada pela produção, disseminação e uso de

conteúdos informacionais.

A sociedade da informação nada mais é que o resultado da revolução

tecnológica iniciada em meados do século XX, relacionada aos novos meios de

comunicação e de transmissão de informação. De modo geral, portanto, essa

sociedade consiste

num modo de desenvolvimento social e econômico, em que a aquisição,

armazenamento, processamento, valorização, t ransmissão, distribuição e disseminação de informação desempenham um papel central na atividade econômica, na geração de novos conhecimentos, na criação de riqueza, na

definição da qualidade de vida e satisfação das necessidades dos cidadãos e das suas práticas culturais. (LEGEY; ALBAGLI, 2000)

Toda essa dinâmica de mudanças trouxe consigo uma série de

questionamentos, cobranças e desafios à atuação de diversos profissionais, e com o

bibliotecário não foi diferente. Este, que lida diretamente com a informação – mais

precisamente com o ciclo informacional – passou a ser indagado em seu fazer e até

mesmo desafiado quanto à sua capacidade de adaptação ao novo conte xto

tecnológico e à verdadeira utilidade de sua profissão para a sociedade.

Nota-se assim, uma tendência de mudança tanto no perfil quanto na atuação

do bibliotecário, de modo que este se adapte às novas tecnologias, ao ideal da

sociedade atual – qual seja acessar de forma rápida e precisa os conteúdos de que

necessita – e à nova dinâmica que envolve as atividades tradicionais deste

profissional, relacionadas à catalogação, à indexação, à recuperação, enfim, ao

tratamento da informação com intuito de suprir as necessidades dos usuários.

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2 O IMPACTO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E

COMUNICAÇÃO

As novas tecnologias da informação e comunicação (TICs) “compreendem

uma grande variedade de bens e serviços associados ao tratamento, processamento

e armazenamento de informações” (LEGEY; ALBAGLI, 2000). São consideradas

como “um tipo especial de tecnologia que, na atualidade, disponibiliza grande parte

das informações que consumimos enquanto usuários [...]” (GARCIA, 2008).

O desenvolvimento tecnológico que é presenciado atualmente – provocado

pela evolução da microeletrônica e das telecomunicações e acelerado a partir da

Segunda Guerra Mundial – ocasionou sérias mudanças sociais e institucionais,

afetando diretamente certas áreas do conhecimento, e exigindo, por conseguinte, a

adequação de seus profissionais a um novo universo de atuação.

De fato, vivencia-se um momento de transição, de quebra de paradigmas2 e

de ascensão de novos modelos científicos, econômicos e sócio-culturais. Cubillo

(1997 apud PONJUÁN DANTE, 2000, p. 98, tradução nossa) considera que

Vivemos uma mudança de paradigma na gestão dos fluxos e estoques informativos. De um mundo caracterizado por estruturas lineares de organização da informação (catálogos), operação mono-medial onde as

coleções e fluxos de dados eram de tipo homogêneos (só texto, só dado, só imagem ou som ou animação) e de atores comunicados por via convencional (reuniões cara a cara, serviços de correios) passou -se a um

mundo cujo paradigma é a WWW (hipertextualidade, multimidialidade, conexão de atores políticos, geradores de conhecimento, informadores, tecnólogos da informação, via redes de computadores).

As áreas que atuam diretamente com a informação e seu processamento,

como é o caso da Biblioteconomia, têm sentido intensamente as instabilidades deste

novo século, ao mesmo tempo rico em novidades tecnológicas e também desafiador

no que concerne à capacidade de lidar com tantos aparatos que, segundo consta,

vieram para facilitar nossas vidas. Conseqüentemente, os profissionais da área, ou

seja, os bibliotecários – também denominados profissionais da informação3 – são

desafiados a mudar seu perfil e sua forma de atuação, bem como atualizar-se

constantemente para acompanhar as mudanças vigentes.

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3 BIBLIOTECÁRIOS SOB INFLUÊNCIA DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA

INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO

As novas TICs têm provocado intensas mudanças na atuação dos

bibliotecários4, exigindo destes uma reformulação e uma constante atualização de

suas tradicionais atividades de tratamento da informação, bem como sua adequação

às novas ferramentas de processamento de informações. Como afirma Santos

(2000, p. 107)

O desenvolvimento das tecnologias da informação, “eliminando” as paredes das bibliotecas e disponibilizando informações abrigadas em sistemas

distantes, de modo quase instantâneo, foi o grande argumento utilizado para exigir do profissional, além de um corpo de conhecimentos especializados na área do tratamento da documentação, outros

conhecimentos e habilidades para a gerência de informações em suportes e locais diversificados.

Diante do atual contexto, o bibliotecário deve necessariamente possuir os

conhecimentos técnicos para tratar e disponibilizar informações – estejam elas em

qualquer tipo de suporte – “mas também conhecimentos e habilidades no uso das

tecnologias para organizar, processar, recuperar e disseminar informações.” (MOTA;

OLIVEIRA, 2005, p. 99).

Nessa nova configuração da sociedade, mediada pelas novas tecnologias da

informação e comunicação, o bibliotecário precisa – além de adquirir novos

conhecimentos e habilidades – atualizar constantemente seus conhecimentos

habituais referentes ao tratamento da informação, seja no tradicional suporte

impresso, seja em meio digital. Ele deve possuir “conhecimento básico de hardware

e troubleshooting5, compreensão de programas de software e a habilidade para

buscar, exibir e recuperar dados efetivamente em uma variedade de sistemas de

recuperação de informação” (MORRIS, 1999 apud RAO; BABU, 2001, p. 30,

tradução nossa).

Isso porque o bibliotecário lida cada vez mais com conteúdos informacionais

existentes apenas no formato digital, o que, por sua vez, exige capacidade real de

trabalhar com sofisticados softwares para processar dados e disponibilizá-los aos

usuários, de modos que também fogem ao tradicionalismo das cópias impressas.

No caso das atividades de catalogação, indexação e recuperação da

informação, estas vêm sofrendo intensas modificações diante da emergência das

TICs. A catalogação, antes restrita às fichas manuais, conta agora com poderosos

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softwares de automação, nos quais se torna possível – através do uso de formatos

como o MARC6 – representar as características físicas de um determinado

documento e compartilhar tais registros entre diferentes unidades de informação –

processo denominado intercâmbio bibliográfico – o que agiliza o processo de

catalogação e possibilita ao bibliotecário maior dedicação no desenvolvimento de

atividades mais complexas.

A atividade de indexação, que consiste na atribuição de termos para

representar tematicamente o documento, já não parte exclusivamente do indexador,

nem é um processo exclusivamente manual. Atualmente o próprio usuário, ao

navegar por uma página na internet, pode, por exemplo, atribuir palavras-chave

específicas com relação ao assunto tratado na mesma7, caracterizando-a conforme

sua própria interpretação. E não é somente o usuário de uma dada informação que

pode realizar a indexação de conteúdos; o processo passou a ser feito também

automaticamente, pela própria máquina – atividade denominada indexação

automática.8

Outra grande evolução diz respeito aos ISAs – Inteligent Software Agents

(Agentes Inteligentes de Software)9 – que prometem revolucionar a recuperação da

informação em ambientes digitais, possibilitando ao usuário especificar suas

necessidades para que ele encontre a informação de forma exata e precisa.

Conforme descrição de Meek (1995 apud RAO; BABU, 2001, p. 28, tradução nossa),

e de Roesler e Hawjins (1994 apud RAO; BABU, 2001, p. 28, tradução nossa) os

ISAs são

programas de computador autônomos e adaptativos, operando dentro de

ambientes de software, como sistemas operacionais, banco de dados ou rede de computadores. A tecnologia do agente combina inteligência arti ficial [...], e sistema de desenvolvimento de técnicas [...] para produzir uma nova

geração de software que pode, com base nas preferências do usuário, realizar tarefas de rotina para usuários. Apesar de estarem ainda em sua infância, os agentes inteligentes de amanhã tem a promessa de aliviar os

usuários de demoradas e tediosas buscas através de uma massiva, intrigada e globalmente dispersa web de informação eletrônica. Esses agentes encontrarão, reunirão e analisarão informação que os usuários

precisam para resolver problemas, tornarem-se melhor informados e tomar decisões inteligentes.

Há uma grande discussão em torno da necessidade de dar mais sentido à

web e possibilitar maior precisão nas buscas, que é o objetivo da chamada web

semântica10. Tendo em vista a grande dificuldade de se recuperar informação

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precisa e confiável, ela surge como alternativa para organizar logicamente e

padronizar a forma de apresentação dos conteúdos, possibilitando maior interação

entre o usuário e a máquina.11

Além dessas atividades, outro serviço desenvolvido pelo bibliotecário que vem

sofrendo enorme impacto é o de referência. Até pouco tempo o bibliotecário de

referência ficava literalmente atrás do balcão, aguardando os usuários, com suas

indagações e necessidades a serem supridas. Era ele, portanto, quem fazia a

intermediação entre a informação e o usuário, sendo o responsável por suprir as

necessidades deste último. Com o advento da internet esse retrato mudou, mesmo

porque a nova ferramenta deu mais autonomia às pessoas para procurarem elas

mesmas a informação que necessitam.

Como afirmam Alves e Faquetti (p. 11)

A introdução da internet e das bases de dados online motivou o usuário a

fazer as buscas sozinho. Essas mudanças afetaram a mediação entre o usuário e o bibliotecário. A busca, antes local e assistida, agora com a internet passa a ser remota e sem mediação.

Lipow (1999, tradução nossa) traz a visão de algumas pessoas acerca das

possibilidades da internet

As tendências que estão conduzindo esta instabilidade estão tornando-se mais fáceis de marcar:

1) Como o uso da internet em uma comunidade aumenta, sua biblioteca percebe um declínio no uso do balcão de referência.

2) Muitos clientes dizem que encontram o que procuram na internet, então

eles não precisam de um bibliotecário. 3) Bibliotecários de referência não se mantêm a par dos novos recursos

que aparecem diariamente na internet.

4) Serviços comerciais estão fazendo um trabalho agressivo para atrair quem procura informação no seu ponto de necessidade e prover-lhes serviços de informação satisfatória.

Entretanto, a máquina não supera a capacidade humana de fazer inferências

e assimilações durante as buscas, donde a própria autora conclui que “a

necessidade pelo serviço de referência humano é maior agora que antes por causa

dos computadores, que apesar de “espertos”, nunca serão perfeitos. Desse modo o

bibliotecário de referência sempre servirá como importante filtro para informação de

qualidade (Ibid.).

A internet nada mais é que um grande desafio, porque não contém todas as

informações – como muitos pensam – além de recuperar muito “lixo” que não

necessariamente é o que se busca. Isso sem falar nos problemas de confiabilidade e

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segurança da informação; daí a importância – considerando-se é claro sua

adequação diante das TICs – do bibliotecário de referência e sua intermediação nas

atividades de busca.

Percebe-se assim, que as mudanças nas atividades de catalogação,

indexação, recuperação da informação e no serviço de referência são visíveis,

principalmente em decorrência do advento da internet e das novas TICs como um

todo; entretanto, não se deve diminuir a importância do bibliotecário, o qual,

trabalhando em ambientes digitais, agrega valor à informação, em sua organização,

seleção e refinamento para seus usuários, atuando como um fi ltro onde existe o

caos.

Como bibliotecário de referência, pode oferecer cursos de treinamento para

buscas na web, em catálogos on-line de bibliotecas e bases de dados específicas,

bem como disponibilizar listas de sites e portais confiáveis na web de acordo com

interesses de sua clientela, agindo como um intermediário entre a ferramenta de

busca e o usuário. Quanto às atividades de catalogação, indexação e de

recuperação da informação, importante se faz notar que estas não deixaram nem

deixarão de existir. O que ocorreu foi uma mudança na sua execução, impulsionada

pela emersão das novas tecnologias da informação e comunicação.

As novas TICs possibilitam ao bibliotecário de referência prestar serviços aos

usuários remotamente, sem que o usuário esteja presente na unidade de informação

fisicamente, através do serviço de referência virtual que “é o mecanismo pelo qual

as pessoas podem enviar perguntas e obter respostas através de e-mail, chat ou

formato web” (SAUNDERS, 2001 apud MÁRDERO ARELLANO, 2001, p. 8). O

atendimento remoto ao usuário vem sendo utilizado por algumas bibliotecas – mais

precisamente nos Estados Unidos. São exemplos: Ask a Librarian (Pergunte a um

bibliotecário), Live Help (Serviços de envio de mensagens de e-mail instantâneos),

atendimento via telefone, videoteleconferência, softwares interativos para os

chamados chats (bate-papo) e os Instant Messaging (mensagem instantânea).

Nesse ambiente de mudanças e de surgimento de novas TICs, Rao e Babu

(2001, p. 30-31, tradução nossa) apontam as forças, fraquezas, ameaças e

oportunidades para os bibliotecários na web. Como forças eles são orientados para

serviço, capazes de identificar, avaliar e organizar recursos informacionais tanto

impressos como eletrônicos; entendem o que os usuários querem e são mais

familiares às suas necessidades de informação que outros profissionais da área,

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sendo capazes de treiná-los para pesquisar e recuperar informação; acreditam no

compartilhamento e no estabelecimento de rede de contatos de valor da informação

e são experientes em conceitos de gestão do conhecimento. Como fraquezas os

bibliotecários têm o sentimento geral de que se sentem ameaçados pela mudança

tecnológica; carecem do mesmo nível de conhecimento técnico para lidar com

hardware, software, etc. como os profissionais de computação; não estão agindo

como controladores da informação especialmente durante o uso da internet; estão

se empenhando na falsa percepção do usuário de que a internet supre todas as

necessidades de informação e necessitam interagir com usuários inteligentes e

profissionais de tecnologia da informação para entender suas necessidades

específicas e acrescentar valor a seus produtos.

Ainda segundo os autores (Ibid., p. 30-31) as ameaças (desafios) aos

bibliotecários para que eles continuem sendo provedores de informação nessa nova

realidade tem que refletir sobre seu conteúdo, constituição e trabalho, e toda ação

de orçamento e fundos das bibliotecas, considerando-se que a web seja vista como

uma oportunidade e não como algo indesejável. As oportunidades convergem para

prestação de novos serviços de informação ao usuário através da web, tais como:

acessibilidade universal de material; padrão iniciado de serviço inter-bibliotecário;

listas de livros e leitura online; catálogos online; base de dados local; balcão de

referência virtual; passeio virtual; formulários web; catalogação cooperativa e apoio a

educação à distância.

Percebe-se, a partir da análise SWOT desenvolvida pelos autores, que o

bibliotecário tem enormes desafios pela frente, mesmo porque precisa lidar com

informação no novo suporte – o digital – com a mesma competência demonstrada

no trabalho com o suporte impresso, sempre tendo em mente a necessidade de

atender devidamente as novas demandas de seu usuário e da sociedade, além é

claro, de desenvolver novos serviços – impulsionados pelas TICs – como é o caso

do serviço de referência remoto, citado acima.

Desse modo, o bibliotecário deve sempre se informar a respeito de novidades

tecnológicas buscando aprendizagem e inovação em seu campo profissional,

através de educação e atualização contínuas, para atender as novas necessidades

informacionais que surgem, não ficando preso a uma rotina isolada dos

acontecimentos, buscando justificativas para tal situação no passado ou acreditando

que sempre será solicitado e que suas atividades tradicionais nunca desaparecerão

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ou se alterarão, independentemente das novas tecnologias. Sobre tal reflexão,

quanto ao futuro do bibliotecário, Alam, Naqvi e Qureshi (2000, tradução nossa)

afirmam que

A sobrevivência do bibliotecário do milênio depende do quão rápido ele poderia adotar a tecnologia para responder as complexas questões da clientela de modo efetivo e rápido. Esse propósito poderia apenas ser alcançado pelo uso da internet ou outras fontes para trazer as mais

apropriadas e valiosas informações aos leitores [...]. É alto o tempo em que os bibliotecários devem erguer e manter o campo dos negócios, eles devem mover-se rapidamente para agarrar as oportunidades com sua visão,

capacidade inovativa e flexibilidade em encontrar os muitos desafios e questões.

4 NOVOS PERFIS E NOVAS OPORTUNIDADES DE TRABALHO

Como visto até aqui, as novas tecnologias da informação e comunicação

impactaram diretamente o fazer bibliotecário, principalmente no que diz respeito às

suas tradicionais funções de seleção, descrição, inte rpretação, disseminação e

preservação da informação. Obviamente estas funções não desaparecerão, mas

como explica Tarapanoff (1999, p. 32) “no mundo virtual ou digital, elas terão outras

aplicações além da tradicional atividade dentro de uma biblioteca, centro de

documentação ou informação.”

Ainda Tarapanoff (Ibid., p. 35) afirma que no atual contexto

[...] o profissional da informação deve buscar a sua identidade no novo mercado, sem perder de vista a sua característica mais intrínseca de

responsável pelo ciclo documentário e informacional. Deve apossar -se de novos perfis, novas descrições de emprego, que sejam baseados nesta sua característica única.

Desse modo, já não basta um bibliotecário preparado para lidar apenas com

conteúdos informacionais em suporte impresso, dispostos nas tradicionais

bibliotecas. Este deve ter um perfil dinâmico, uma postura interdisciplinar, ser

criativo, flexível e voltado para o aprendizado contínuo. Além disso, precisa

atualizar-se constantemente e estar apto a fazer usos das

atuais tecnologias de comunicação, computação e informação, que

permitem novos processos de análise, organização, armazenamento, recuperação e disseminação da informação, favorecendo o armazenamento e a manipulação simultânea em vários locais, sem limitação de tempo.

(LEVY, 1993 apud SANTOS, 2000)

Cunha (2000, p. 186) vai além, e alerta que

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Precisamos saber transitar neste novo cenário informativo, aceitar as mudanças impostas pelo desenvolvimento tecnológico e ocupar um papel

de destaque pela experiência acumulada que temos no uso e no trato com a informação. Temos a obrigação e a necessidade de nos prepararmos para este momento. Necessitamos entender os novos papéis que surgem, as

necessidades informacionais e as novas formas de responder a estas necessidades utilizando novos métodos de trabalho.

O que vem ocorrendo, de fato, é uma reconfiguração da profissão

“bibliotecário” e, em decorrência disto, surgem novos espaços e novas formas de

atuação até então não explorados. A grande novidade é o espaço que se abre para

atuar na organização, gerenciamento e disseminação de informação em meio digital.

O bibliotecário que atua em meio digital ou virtual – que pode ser denominado

cibertecário12, bibliotecário digital, entre outros – deve estar capacitado a

desempenhar as novas atividades que surgem nesse meio, tais como: administração

de bibliotecas e sistemas de informação digitais; organização de informação e

conhecimento digitais; prover serviços de referência digital e serviços de informação

eletrônica; manejar as tarefas massivas de digitalização, os processos de

armazenamento e preservação digital; prover acesso de conhecimento digital, etc.

(SREENIVASULU, 2000, p. 13)

Além do trabalho em ambientes digitais, as novas tecnologias da informação

e comunicação proporcionam ao bibliotecário atuar como consultor de informação,

gerenciador de informação, analista de informação da web, indexador de conteúdos

da web, avaliador de fontes de informação digitais, especialista em tecnologia de

informação (TI), gerente de bases e bancos de dados, pesquisador, facilitador e

intermediário de buscas, treinador e educador de usuário final, construtor e

publicador de websites, entre outras funções que surgem como novas oportunidades

profissionais, para as quais o bibliotecário deve estar habilitado e qualificado para

desempenhá-las com sucesso.

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5 CONCLUSÃO

O profissional de Biblioteconomia vem sofrendo intensas transformações em

suas atividades no trato com a informação, em decorrência do surgimento das novas

tecnologias da informação e comunicação e da mudança de um paradigma centrado

na produção econômica para outro com foco na produção de conteúdos

informacionais, que ocasionou na emergência de uma sociedade pautada pela

informação, na qual a riqueza é medida através do grau de conhecimento e

capacidade de aprendizagem.

O bibliotecário vê, assim, suas atividades tradicionais reconfiguradas, bem

como novas demandas de seus usuários e da sociedade de conteúdos

informacionais, devendo ele encará-las como novas oportunidades, qualificando-se

e atualizando constantemente seus conhecimentos para demonstrar sua importância

diante desse novo contexto.

O momento, portanto, é de instabilidade, mas ainda assim esse profissional

será bem sucedido, caso saiba acompanhar as mudanças e perceba a urgência de

modificar seu perfil, adequando-o às novas exigências da sociedade

contemporânea.

Abstract This article discusses the challenges facing the librarian before the emergence of new

information and communication technologies (ICTs), which significantly altered the ways to produce,

process and distribute information. Displays the context of changes that the so-called information

society experiences, focusing on the impacts of the ICTs in the professional activities directly targeted

to deal with information, such as the librarian. Discusses the intense challenges increasingly in the

performance of this professional, concerning to their traditional knowledge - which are the activities of

cataloging, indexing and retrieval of information - as well as the need for continuous updating and the

ability to monitor what arises in his area. It mentions the traditional reference service development of

the librarian in order to assist users and guide them in their searches, showing the trends of change in

this service mainly due to the introduction of the Internet. It underscores the changing profile of the

librarian, who must be able to deal with information in the traditional print support as in the digital,

where there are new demands of work. It shows finally, the different job opportunities resulting from

the new paradigm of the information and knowledge society, which has in the technologies a facilitator

factor of its processes of capturing, registrating and disseminating informat ion contents.

Key-words: Librarian. Professional performance. New technologies. Information society.

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NOTAS 1 Há divergências quanto à denominação mais apropriada para caracterizar a sociedade atual. Alguns autores consideram que já vivemos numa sociedade do conhecimento. Outros, a denominam de pós-capitalista ou pós-industrial. Castells (2000, p. 17 apud MORIGI; PAVAN, 2004, p. 117)

considera que estamos imersos numa sociedade em rede, originada da revolução da tecnologia da informação e da reestruturação do capitalismo.

2 Para isso, ver Tarapanoff (2001).

3 Targino (2000, p. 64) considera como sendo profissional da informação quem adquire informação registrada, não importa em que tipo de suporte, organiza, descreve, indexa, armazena, recupera e distribui essa informação, tanto em sua forma original, como em produtos elaborados a partir dela [...].

Donde se depreende que todos os bibliotecários são ou deveriam ser profissionais da informação, mas nem todos os profissionais da informação são bibliotecários.

4 Silva (2005, p. 10) considera que a profissão de bibliotecário é uma das carreiras que mais tem sofrido transformações, devido às influências da informática através da aplicação de novas tecnologias para a automatização do acervo e de recursos advindos do uso da internet no seu

trabalho. 5 Troubleshooting (solução de problemas) diz respeito à habilidade de resolver problemas, muitas

vezes usados na reparação de produtos ou processos falhados. É aplicado em diversos campos, tais como: Engenharia, Administração de Sistemas, diagnóstico de doenças e etc.

6 Além do formato MARC (Machine Readable Cataloging),outros padrões de metadados utilizados ou que interessam às bibliotecas, dentre os mais importantes estão: TEI (Text Enconding Initiative); EAD (Encoded Archive Descripition); ONIX (Online Information Exchange); DC (Dublin Core Metadata);

MODS (Metadata Object and Descripition Schema); METS (Metadata Enconding and Transmission Standard).

7 Esse processo diz respeito à atribuição de tags de conteúdo, ou seja, de etiquetas ou identificadores de uma dada informação pelo usuário da mesma.

8 A indexação automática é a formalização e/ou mecanização do processo de indexação, em parte ou no todo, com o objetivo de reduzir a subjetividade do processo (GUEDES, 1994, p. 318). Dentre os principais tipos de indexação automática podem-se citar: a estatística, a probabilística, a indexação

automática utilizando-se de data mining, de ontologia, entre outros. 9 Para isso, ver Roesler e Hawjins (1994), Meek (1995), Library Association (1997), Stanley (1997) e

Rao e Babu (2001). 10 A Web Semântica “pretende embutir inteligência e contexto nos códigos XML utilizados para

confecção de páginas Web, de modo a melhorar a forma com que programas podem interagir com estas páginas e também possibilitar um uso mais intuitivo por parte dos usuários.” (DECKER et.al., 2000 & BERNERS-LEE et al., 1999 apud SOUZA; ALVARENGA, 2004, p. 133)

11 Souza e Alvarenga (2004, p. 139) citam algumas atividades que serão melhoradas a partir da nova web, tais como: projetos de novos e melhorados motores de busca; construção de novas interfaces

com o usuário para sistemas de informação; construção automática de tesauros e vocabulários controlados; indexação automática de documentos; gestão do conhecimento organizacional e gestão da informação estratégica e da inteligência competitiva.

12 Para isso, ver Sreenivasulu (2000) e Ansari (2007).

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