DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ......

28
Ação Junho/Julho 2008 | 1 DESCANSO NECESSÁRIO Até que ponto o estresse e o excesso de trabalho prejudicam sua vida? Para alguns especialistas, dedicar um tempo para o ócio também é fundamental ANO XXII - N O 201 - JUNHO/JULHO 2008 PREVI Veja a proposta sobre utilização do superávit e mais informações sobre o Renda Certa ENTREVISTA Jornal Ação conversa com o senador Cristovam Buarque ODONTOANABB Saiba detalhes sobre o plano gratuito para associados da ANABB

Transcript of DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ......

Page 1: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

Ação Junho/Julho 2008 | 1

DESCANSO NECESSÁRIO

Até que ponto o estresse e o excesso de trabalho

prejudicam sua vida?Para alguns especialistas, dedicar um tempo para o

ócio também é fundamental

ANO XXII - NO 201 - juNhO/julhO 2008

PREVIVeja a propostasobre utilização dosuperávit e mais informações sobre o Renda Certa

ENTREVISTAJornal Ação conversa com o senadorCristovam Buarque

ODONTOANABBSaiba detalhes sobreo plano gratuitopara associados da ANABB

Page 2: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

2 | Ação Junho/Julho 2008

CARTAS

MOMeNTO de ReCIClARRecebi o Jornal Ação especial número 200 e, na hora, percebi que a impressão estava diferente. Pensei: oba, mais algumas árvores foram poupadas. Parabéns à ANABB pela iniciativa. A nossa gloriosa Previ já deve estar pensando nisso, pena que ainda não adotou a mesma postura. Continua fazendo a im-pressão da Revista Previ em papel brilhante, que as vezes vou lê-la à noite e tenho de ficar mudando a posição, pois o brilho causado pela luz até atrapalha a leitura (será que isto só acontece comigo?). Vou repassar a ação do Ação para a Previ.Dalva A. PassamaniMarília – SP

ATeNdIMeNTO bANCáRIOMuito oportuno o depoimento do “Jai-me - nome fictício” no especial nº 200, de maio/08. O atendimento nas agências do BB da minha região (Campinas-SP) e na de Valinhos é exatamente como diz o Bóris Ca-soy : “uma vergonha”. Eleito o pior banco en-tre os demais. Oportuna também foi aquela propaganda que ficou veiculada por vários meses na televisão, em que o slogan era “BB o tempo todo com você”. Nela, aparecia a mulher dando à luz dentro do Banco... todos deduziram que ela ficou tanto tempo na fila que teve o bebê no Banco... (risos). A maioria das agências é assim: três caixas de atendi-mento, um para preferencial, dois para os demais. Só que um fica processando docu-mentos internos de costas para o público... uma vergonha geral. Graças ao bom Deus que eu caí fora, e os meus antigos compa-nheiros também. Aos que ficaram só resta a sina de agüentar os xingamentos dos so-breviventes nas filas ridículas (entram como clientes e saem como sobreviventes). Renato Cieslak PintoValinhos - SP

FAzeR CARReIRA NO bb ISobre o Ação 199, na matéria “ Fazer carreira no Banco do Brasil”, destaco o seguinte: a) os critérios de nomeação nas agências não obe-decem às regras estabelecidas, optando-se por funcionários mais novos e, portanto, mais

“baratos”; b) raramente, pelo menos no meu caso, algum gestor se preocupou em utilizar o ARH de funcionários, com o intuito de bus-ca por talentos profissionais; c) a experiência ocorre com a investidura do cargo, portanto, quem não tem oportunidade, nunca terá ex-periência; d) as ações estruturantes não pre-vêem mais substituições, em que se “ganha-va” pela responsabilidade do cargo exercido; e) os cargos na DG e subsidiárias raramente ocor-rem por processo seletivo específico, ou seja, aberto para toda a rede, sendo preenchidos normalmente por pessoal do seu quadro. Luiz Cláudio da Silva BarbosaNiterói - Rj

FAzeR CARReIRA NO bb IIFiquei perplexa ao ler a matéria e constatar que a Oficina de Orientação Profissional não foi mencionada no texto “Fazer carreira no BB”. Sou instrutora e fã dessa oficina: dentre os conteúdos abordados, a unidade “Mundo do Trabalho” apresenta as opções de carreira no BB e é extremamente prazeroso observar a motivação dos participantes (independente-mente do tempo de Banco) ao conhecerem todas as oportunidades de encarreiramento. Então, a carreira no BB começa conhecendo todas as possibilidades e o que se faz é traçar objetivos e desenvolver atitudes para alcançá-los! O Banco do Brasil está a alguns anos-luz na frente do mercado em relação à orienta-ção profissional de seus funcionários. Ele pre-coniza que cada um é gestor da sua carreira e não necessitaria de um diretor executivo do Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”, principalmente quando temos tantas carreiras de sucesso, a começar pelo atual Presidente do BB, que foi menor aprendiz. Rosane CatharinaRio de janeiro - Rj

NR: o jornal Ação ouviu o banco do brasil para produzir a matéria “Fazer Carreira no bb” e em nenhum momento foi citada a Oficina de Orientação Profissional. Mas fica aqui o registro.

Ação

ANAbb - SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DFAtendimento ao associado: (61) 3442.9696 Geral: (61) 3442.9600Site: www.anabb.org.br e-mail: [email protected] Redação: Ana Cristina Padilha, Fabiana Castro, Priscila Mendese Tatiane Lopes Anúncio: Fabiana Castro e-mail: [email protected] edição: Marcos Agostinho de Sousa MTB 686708-29/DF Revisão: Juliana Rodrigues editoração: Raido Propaganda Foto da Capa: AbleStockPerio dicidade: mensal Tiragem: 160 milbanco de Imagem: AbleStockImpressão: Gráfica Positiva Fotolito: Photoimage

dIReTORIA-eXeCuTIVA

CONSelhO delIbeRATIVO

VAlMIR CAMIlOPresidente

WIllIAM jOSé AlVeS beNTODiretor Administrativo e Financeiro

NIlTON bRuNellIDiretor de Comunicação e Desenvolvimento

GRAçA MAChAdODiretora de Relações Funcionais, Aposentadoria e Previdência EMÍLIO S. RIBAS RODRIGUESDiretor de Relações Externas e Parlamentares

ANTONIO GONçAlVeS (Presidente)Ana Lúcia LandinAntilhon Saraiva dos SantosAugusto Silveira de CarvalhoCecília Mendes Garcez SiqueiraCláudio José ZuccoDenise Lopes ViannaDouglas José ScortegagnaÉlcio da Motta Silveira BuenoGenildo Ferreira dos ReisInácio da Silva MafraIsa Musa de NoronhaJosé Antônio Diniz de OliveiraJosé Bernardo de Medeiros NetoJosé BranissoJosé Sampaio de Lacerda JúniorLuiz Antonio CareliMércia Maria Nascimento PimentelRomildo Gouveia PintoTereza Cristina Godoy Moreira SantosVitor Paulo Camargo Gonçalves

CONSelhO FISCAl

huMbeRTO eudeS VIeIRA dINIz (Presidente)Armando César Ferreira dos SantosSaul Mário MatteiAntônia Lopes dos SantosDorilene Moreira da CostaElaine Michel

dIReTOReS eSTAduAIS

Paulo Crivano de Moraes (AC)Ivan Pita de Araújo (AL)Marlene Carvalho (AM)Franz Milhomem de Siqueira (AP)Olivan de Souza Faustino (BA)Francisco Henrique Ellery (CE)Elias Kury (DF)Pedro Vilaça Neto(ES)Saulo Sartre Ubaldino (GO)Solonel Drumond Júnior (MA)Francisco Alves e Silva - Xixico (MG)Edson Trombine Leite (MS)José Humberto Paes Carvalho (MT)José Marcos de Lima Araújo (PA)Maria Aurinete Alves de Oliveira (PB)Carolina Maria de Godoy Matos (PE)Benedito Dias Simeão da Silva (PI)Moacir Finardi (PR)Antonio Paulo Ruzzi Pedroso (RJ)Heriberto Gadê de Vasconcelos (RN)Valdenice de Souza Nunes Fernandes (RO)Robert Dagon da Silva (RR)Edmundo Velho Brandão (RS)Carlos Francisco Pamplona (SC)Emanuel Messias B. Moura Júnior (SE)Walcinyr Bragatto (SP)Saulo Antônio de Matos (TO)

Este espaço destina-se à opinião dos leitores. Por questão de espaço e estilo, as cartas podem ser resumidas e editadas. Serão publicadas apenas correspondências selecionadas pelo Conselho Editorial da ANABB. As cartas que se referem a outras entida-des, como Cassi e Previ, serão a elas encaminhadas. Se você quer fazer comentários, sugestões e reclamações envie um e-mail para [email protected] ou uma carta para o endereço SCRS 507, Bl. A, Lj.15 CEP: 70351-510 Brasília/DF

jornal

Page 3: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

Ação Junho/Julho 2008 | 3

No final da última reunião das entidades de aposenta-dos, um colega, destilando generosidade, fez alguns co-mentários sobre o meu comportamento. Em algum momen-to disse admirar a minha energia e disposição para discutir tantos assuntos. Chegou mesmo a afirmar que eu acredi-tava mais nas possibilidades das entidades de aposenta-dos participarem do processo de discussão do superávit da Previ, que os próprios representantes das associações.

Hoje, escrevo a carta do mês e penso naquelas palavras. Não resisti à tentação de passar os olhos no nos-so SGI, Sistema Geral de Informações da ANABB, e descobri que o velho companheiro já conta 75 anos de idade e com-pletará, no mês de agosto, 22 anos de aposentadoria. Pela disposição, energia e lucidez, ele é um daqueles colegas que a gente aposta e torce para que passe dos 100 anos.

Ele está sempre pronto para ficar horas e dias discutindo assuntos, pouco digestivos para a maioria, de-monstrando sempre bom humor. Acaba por chamar nossa atenção para este grupo, que é cada vez maior, e faz au-mentar a nossa responsabilidade na gestão dos recursos da nossa Caixa de Previdência. Aqueles que têm tido a possibi-lidade de me ouvir nos debates que tenho feito pelo país, os que têm participado dos debates sobre o tema, mesmo que pela internet, ou ainda os leitores dos meus artigos so-bre o assunto, sabem muito bem que eu tenho dito que a tarefa de discutir o superávit da Previ deve ser, daqui para frente, uma constante na vida dos participantes do Plano de Benefícios 1. O nosso desafio será combinar a melhoria da nossa qualidade de vida presente com a distribuição de benefícios mais justos e melhores, cuidando para manter a perenidade que o Fundo precisa ter para alcançar o último beneficiário, quem sabe perto do final do século.

É preciso que todos pensem na Previ como uma grande Caderneta de Poupança Coletiva, onde mais de uma cen-tena de milhares de colegas depositaram parte dos seus salários e dos seus benefícios de aposentadoria, durante quase uma vida inteira. Portanto, o saldo da caderneta é de todos indistintamente. Combinamos uma regra, quando fomos admitidos pelo Banco, para sacar esses rendimentos depois de aposentados, e assistimos, ao longo dos anos, as diversas mudanças de regulamento, algumas por decisões legais, outras por interesse da patrocinadora ou do gover-no e outras, ainda, de interesse dos participantes. Não dá

para deixar apenas uma parte dos depositantes decidirem sobre a utilização dos rendimentos que superaram a nossa expectativa. Na hora da distribuição do excedente é preciso lembrar um velho ditado: “quem parte e reparte e não fica com a maior parte, ou é estúpido ou não conhece a arte”. Cada um dos grupos deve acompanhar atentamente a utili-zação do superávit da Previ.

O papel da ANABB tem sido o de estimular o debate no mais amplo cenário de discussões possíveis. Somos abso-lutamente contrários à postura de alguns dirigentes de enti-dades que defendem o tratamento do assunto no regime de tutela. Aquelas do tipo “nós é que sabemos o que é melhor para todos”. Convidamos todas as entidades para discutir o tema, criamos um Grupo de Trabalho para sistematizar as centenas de sugestões que vieram de todo o Brasil, apu-ramos um eixo central de discussão com 10 propostas e vamos agora submetê-las aos mais de 100 mil participan-tes do Plano de Benefícios 1. Ajudar na identificação de prioridades para a distribuição do superávit é o mínimo que cada um deve fazer. Vamos participar do processo com a expectativa de que queremos longa vida para a Previ e para cada um de nós. O resto é ficar torcendo para ser o escolhi-do na hora de apagar a luz.

edITORIAlCARTA dO PReSIdeNTe

Valmir CamiloPresidente da ANABB

O últimO que ApAgue A luz

Alan

Mad

rilis

Page 4: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

ÓCIO: Para especialistas, dedicar um tempo ao lazer e ao descanso é fundamental.

Alguns autores até acreditam que o ócio criativo faz bem

CAPA

descanso ou preguiça?

por Tatiane Lopes

4 | Ação Junho/Julho 2008

Page 5: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

Ação Junho/Julho 2008 | 5

O funcionário Júlio César Cadamu-ro trabalha no Banco do Brasil desde 1988. Solteiro e sem filhos, ele busca o eqüilíbrio entre vida pessoal e profis-sional. Além do trabalho, que consome grande parte do seu dia, o paulista se dedica a esportes, vai ao teatro, cinema, shows, integra uma organização não-governamental que cuida de animais abandonados, chamada “Vira Lata é Dez”, e ainda tenta utilizar o tempo que sobra de forma planejada.

“Já tive alguns problemas de saúde relacionados ao estresse, mas isso foi superado. Hoje, posso dizer com tran-qüilidade que os problemas do trabalho ficam no trabalho e não os levo para fora do Banco. Sou muito acelerado, mas prefiro assim, pois consigo conciliar trabalho, boa alimentação, lazer e ati-vismo em defesa dos animais de uma forma bem planejada. É claro que se ti-vesse mais tempo seria ótimo”, resume o funcionário.

Júlio é exemplo de pessoa que mes-mo diante do estresse consegue admi-nistrar os momentos fora do trabalho. No entanto, essa não é uma realidade para muitos funcionários. A maioria não consegue fugir da seqüência casa/trabalho, trabalho/casa e esquece de se dedicar às atividades prazerosas. É para aliviar esses momentos de tensão que muitos autores e especialistas de-fendem o ócio.

A palavra nem sempre é bem vista

e alguns torcem o nariz, já que o con-ceito carrega sentido negativo. Lem-bra o indivíduo que vive à toa, não se preocupa com nada. Segundo o dicio-nário Houaiss da Língua Portuguesa, ócio é definido como: 1) cessação de trabalho, folga, repouso, quietação; 2) espaço de tempo em que se descan-sa; 3) falta de ocupação.

Na busca por melhor qualidade de vida, a defesa do ócio se tornou uma bandeira. Uma das referências literárias sobre o assunto é o livro “O ócio criativo”, do escritor italiano Domenico De Masi. No livro-entrevista, o autor questiona o modelo social elaborado pelo Ocidente, centrado na idolatria do trabalho, do mercado e da competitividade. Entre as premissas, o escritor discute um mo-delo baseado na simultaneidade entre trabalho, estudo e lazer, em que os indi-víduos e a sociedade sejam educados a privilegiar o convívio, a amizade, o amor e as atividades lúdicas.

Para o autor italiano, a idéia negativa do ócio surgiu com a filosofia inculcada pela religião e pela indústria. “Em coe-rência com a concepção católica, tanto a educação familiar quanto a escola fo-ram destinadas à preparação do jovem para o trabalho. À isto se deve somar o fato de que o ritmo de trabalho é esta-belecido pelos empresários e gerentes. Todos esses privilegiados nunca procu-ram se colocar na condição psicológica dos seus empregados, condenados a

tarefas tediosas e mal pagas”, afirma De Masi em um trecho do livro.

Entre os lemas defendidos pelo es-critor está o de que o futuro pertence a quem souber libertar-se da idéia tra-dicional do trabalho como obrigação e for capaz de apostar numa mistura em que o trabalho se confundirá com o tempo livre, com o estudo, enfim com o ócio criativo. O escritor italiano faz apologia ao ócio, não se entenden-do o mesmo como preguiça. Ócio não significa não pensar. Para ele, “aos hu-manos, no trabalho ou no ócio, resta a interessante tarefa de serem criativos. E esse é um progresso que conquista-mos aos poucos, já que passamos por um período de transição entre o mun-do industrial e o pós-industrial”.

O livro analisa ainda uma série de questões sobre a rotina vivida pela so-ciedade contemporânea. Ao longo de um dia, por exemplo, trabalhamos oito horas, dormimos outras oito, nos diver-timos, instruímos e tratamos do nosso corpo nas oito restantes. Ao longo de um ano, onze meses são de trabalho e um é dedicado ao ócio. Ao longo de uma vida, se estuda 15 ou 20 anos, para de-pois trabalhar durante 30 anos e fazer bem pouco ou quase nada naquele tempo que nos resta antes de morrer. Segundo De Masi, o “ócio pode trans-formar-se em violência, neurose, vício e preguiça, mas pode também elevar-se para a arte, a criatividade e a liberdade.

ÓCIO: “Já tive alguns problemas de saúde relacionados

ao estresse, mas isso foi superado. Hoje, posso dizer com tranqüilidade que os problemas do trabalho ficam no trabalho e não os levo para

fora do Banco. Sou muito acelerado, mas prefiro assim, pois consigo conciliar trabalho,

boa alimentação, lazer e ativismo em defesa dos animais de uma forma bem planejada”

- Júlio César Cadamuro

ARQ.

PES

SOAL

Ação Junho/Julho 2008 | 5

Page 6: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

É no tempo livre que devemos concentrar nossas potencialidades”.

E quem paga o ócio criativo? Para o autor italiano são “os cidadãos que traba-lham sempre menos e as máquinas que trabalham sempre mais. O que não quer dizer que poderemos ficar de pernas para o ar, mas significa que não deveremos nos matar de trabalho”.

Pouco tempoAo contrário de Júlio César Cadamuro,

a bancária Gleice Assumpção precisa se dividir entre trabalho, família, estudos e a administração da casa. Para isso, abdica do tempo livre, da maior atenção aos filhos e da prática de um esporte. “Às vezes, sin-to falta de parar e simplesmente assistir à televisão ou ler um livro que não esteja relacionado aos estudos ou ao trabalho. Também me angustio por não estar tão presente para auxiliar as crianças com as suas tarefas no dia-a-dia. Talvez, se o dia fosse mais longo e o salário também, me dedicaria a algum esporte”, confessa.

O estresse e a correria no ambiente de trabalho também a acompanham: “a agitação do trabalho acaba me acompa-nhando para fora do Banco. Ocorre de resolver pendências por telefone quando estou em casa. Isso deixa os familiares meio chateados, parece que se sentem invadidos. Algumas questões de trabalho ficam orbitando na minha cabeça quan-do não são solucionadas dentro da em-presa”, relata.

Para a psicóloga, educadora e es-pecialista em gestão empresarial e de pessoas, Patrícia Moreira Gonçalves, à medida que nos acostumamos com a falta de espaço para descansar a men-te e fazer planos, estamos também nos acomodando com o que resta, ou seja, a sobra de um dia tenso e cheio de preocupações. “Deixamos de lado coi-sas simples como cuidar do jardim ou

passear com os filhos. Será que o tem-po que passamos sem fazer nada é per-da de tempo?”, questiona.

Se exercitar em descobrir quantas coi-sas podemos fazer com o tempo livre é um dos argumentos usados pelo escritor De Masi, no livro “O ócio criativo”. “Pas-sear sozinho ou com os amigos, admirar quadros, ir à praia, admirar a sábia bele-za de uma garrafa, em suma, dar sentido às coisas de todo dia. O trabalho perdeu o papel central que ocupou durante sécu-los. Portanto, a família, a escola e a mídia devem colocar ao lado da atual educação um outro tipo de educação com vistas às atividades lúdicas e culturais”.

A funcionária Gleice argumenta que a relação com a família e amigos é uma forma de fugir do estresse e buscar mo-mentos de lazer. “Esses vínculos me dão sustentação para recomeçar com ânimo

renovado. Abdicar dessa convivência (mesmo quando buscamos o ócio) impli-ca em comprometer nossa sobrevivência, nossos vínculos sociais e nossa qualida-de de vida”.

Trabalho produtivoPesquisas indicam que o estresse

influencia na fertilidade, na chegada an-tecipada da puberdade nas meninas, no risco de doenças cardíacas, entre outros. Um estudo realizado com servidores pú-blicos em Londres, publicado na revista científica European Heart Journal, confir-mou que empregados com idade abaixo de 50 anos que sofrem de estresse crô-nico têm 68% mais chances de desen-

volver doenças cardíacas do que aqueles que trabalham em um ambiente livre de estresse. A pesquisa também indicou que 32% do impacto do estresse se deve à má alimentação e falta de exercícios en-tre os empregados estressados, fatores que contribuem para o desenvolvimento de doenças cardíacas.

Muitos especialistas alertam sobre isso e garantem que quando os fun-cionários estão descansados são mais produtivos, trabalham com mais ânimo. Algumas empresas atentaram para o fato e até passaram a proporcionar es-paços de massagem, lazer, ginástica laboral etc, dentro da própria institui-ção. “O ócio na atualidade carrega uma imagem de quem não se dedica a fazer algo, ou seja, a pessoa que não quer tra-balhar e sim viver de lazer. Defendo que o ócio pode ser também um tempo para

se dedicar a pensamentos sem compromisso que podem ser de grande valia na resolução criati-va de problemas, como também de construção cognitiva”, resu-me a psicóloga.

Em outra famosa publicação, “O elogio ao ócio”, o escritor, ma-

temático e filósofo inglês Bertrand Rus-sell, ganhador do Nobel de Literatura de 1950, sugeriu que quatro horas diárias de trabalho eram suficientes e o restante deveria ser gasto no ócio, com finalidades de pensamento, criação e lazer. “Eu acho que neste mundo se trabalha demais e que incalculáveis males derivam da con-vicção de que o trabalho seja uma coisa santa e virtuosa... A técnica moderna per-mite que o tempo livre, dentro de alguns limites, possa ser distribuído de forma igual entre todos os membros de uma co-munidade”, escreveu Russell.

O pensamento de Russell seria de difícil aplicação na realidade de muitas instituições, como o Banco do Brasil (que

“É necessário aprender que o trabalho não é tudo na vida e que existem outros grandes valores”

- Domenico De Masi

6 | Ação Junho/Julho 2008

Page 7: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

Ação Junho/Julho 2008 | 7

segue regime trabalhista baseado em leis que determinam a quantidade de horas trabalhadas). No entanto, ainda assim, a psicóloga Patrícia Gonçalves defende os momentos de descanso para a criação de idéias. “Nesses períodos durante o tra-balho, as pessoas deveriam entrar numa sala, com uma estrutura agradável, sem papéis, mesas, computadores, para pen-sarem, criarem, acharem soluções que normalmente na rotina não lhes sobram tempo. É justamente nesse ‘descanso mental’ que podem surgir grandes idéias e que, quando compartilhadas, mostram maior eficiência no trabalho”.

Patrícia também recorre ao escritor De Masi para defender que os seres humanos precisam valorizar o tempo fora do trabalho. “É necessário apren-der que o trabalho não é tudo na vida e que existem outros grandes valores: o estudo para produzir saber; a diver-são para produzir alegria; o sexo para produzir prazer; a família para produzir solidariedade etc”, resume o autor ita-liano em um dos trechos de sua obra.

Sem fazer nadaÉ possível imaginar um momento para

se fazer nada? Para o designer gaúcho Mar-celo Bohrer sim. Tanto que há dois anos ele criou o Clube do Nadismo, uma oportunida-de em que as pessoas se dedicam a fazer absolutamente nada. Atualmente, o grupo tem cerca de 1.000 sócios e realiza encon-tros no mínimo uma vez por mês, sempre em belos e tranqüilos parques.

“Nadismo é uma idéia que busca va-lorizar os momentos para se fazer nada. Cria a consciência da importância do tem-po livre e do prazer de simplesmente des-frutar esse momento sem pressa, sem cobrança e sem estresse. Não é uma filo-sofia, é um conceito para ser utilizado na prática. Como hoje em dia ter tempo livre para fazer nada é algo muito raro, a pro-posta é que se escolha, às vezes, fazer nada de propósito, permitindo-se desfru-tar desse tempo sem culpa e numa boa”, enfatiza o criador do nadismo.

Por isso, se você se deparar com pes-soas deitadas no chão sem fazer nada e um cubo de seda branca por perto (o obje-

to é o símbolo do clube), saiba que estão na prática do nadismo. Já foram realiza-dos mais de 20 eventos do clube em ca-pitais brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Não há tempo determinado para o nadismo. Pode ser praticado no perío-do que se quiser e puder. “No nadismo você segue a sua vida, mas aprende a criar preciosas pausas. Momentos especialmente dedicados a fazer nada. Mesmo que sejam 10 minutos num dia inteiro, essa pausa produz uma diferen-ça significativa”, resume Marcelo.

Após experimentar um estilo de vida acelerado, Marcelo teve diversos sinais de estresse e esgotamento, o que o le-vou ao hospital e lhe fez rever seus con-ceitos. Em 2005 foi para Londres, onde decidiu colocar em prática o que seria a primeira experiência com o nadismo. Fez uma placa que de um lado dizia: Are you in a hurry, too busy, too stressed? (Você está apressado, muito ocupado e es-tressado?) E do outro: Do nothing! Take a lesson here and now. 10 pounds = 10

dIReTRIzeS dA PRáTICA dO NAdISMO1. STOP´N´JOY! Este tempo é totalmente seu para que você desfrute a fazer nada sem pressa. 2. ENTREGUE-SE!Abandone a intenção de fazer nada.Esqueça qualquer objetivo, o nadismo não tem nenhum propósito. 3. SOSSEGUE!Privilegie o silêncio e a imobilidade. 4. OBSERVE!Evite ocupar-se mentalmente.Deixe a mente vagar como as nuvens.

DIVU

LGAç

ãO

Marcelo Bohrer, criador do Clube do Nadismo. O cubo de seda brancoé o símbolo do clube

Ação Junho/Julho 2008 | 7

Page 8: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

8 | Ação Junho/Julho 2008

minutes (Faça nada! Tenha uma lição aqui e agora. 10 libras = 10 minutos).

“O nadismo é 100% nada. Ver tevê, fazer palavras-cruzadas ou dormir não contam. É importante não confundir distração, lazer, esporte ou qualquer coisa que se faça com o nadismo que é não fazer. Basta se dar de presente esse tempo vago e não se ocupar com coisa alguma, só deixar acontecer”, finaliza Marcelo Bohrer.

RelaxamentoO médico psiquiatra e psicoterapeuta

Geraldo Possendoro, mestre em Neuro-ciências e Comportamento pela USP, acredita que o ócio pode fazer referência à preguiça ou ao lazer. “Se falarmos do ócio como atividade prazerosa, mais ou menos prolongada e que não depende de compul-sões para levar ao estado de humor, como

álcool, drogas, comidas em excesso, fica óbvio que ele é necessário para a vida sau-dável, principalmente nos dias de hoje”.

Possendoro acredita que para esses momentos, a melhor palavra é o lazer autêntico. Ele também avalia que as pessoas estão carentes de momentos de relaxamento. Para ele vivemos a era da ansiedade, em que somos predado-res de nós mesmos. “Nós vivemos níveis crônicos e intensos de estresse”.

Em altos níveis, o estresse pode ser prejudicial. “O estresse libera cortisol, que funciona como combustível. Por isso, em níveis baixos, o estresse é benéfico. Mas se isso acontece repetidamente, começa a fazer mal para a pessoa. Em excesso, o cortisol prejudica o sistema imunológico e pode causar infecções, alergia e suspei-ta-se que até câncer”.

Para o psiquiatra, sentir prazer não

significa não fazer nada. “Quando rela-xamos ou meditamos estamos sim fa-zendo alguma coisa. Devemos nos per-guntar: ‘eu tenho espaço para relaxar; o que me faz relaxar’?”. O médico alerta sobre as compulsões que são momen-tos que as pessoas utilizam para obter alívio transitório. “Comer em excesso, usar álcool, cigarro e outras drogas são as formas mais freqüentes de compul-são, mas tem gente que até trabalha em excesso. A sociedade está contami-nada do lazer como compulsão. Esse tipo de lazer não interessa”.

Segundo a psicóloga Patrícia Morei-ra Gonçalves, lazer e descanso impulsio-nam o trabalho individual e estimulam o trabalho em equipe. “O ócio, que seja de preferência criativo, faz com que apren-damos o que podemos realizar depois que a mente volta de uma parada.”

Page 9: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

Ação Junho/Julho 2008 | 9

NOTAS

CASSI AMPlIA CObeRTuRAO Conselho Deliberativo da Cassi aprovou, em

reunião ordinária do dia 26 de junho, novo rol de procedimentos médicos. Com a decisão, são mais 197 procedimentos com cobertura para o Plano de Associados. Acesse www.cassi.com.br para ver a nova lista de serviços.

jeFeRSON PéReS SeMPRe APOIOu A ANAbb No dia 23 de maio, morreu, aos 76 anos, o líder da

bancada do PDT no Senado, senador Jefferson Péres (AM). O parlamentar sempre foi apoiador da ANABB. Na foto, ele aparece ao lado do presidente da Asso-ciação, Valmir Camilo, e do conselheiro deliberativo Douglas Scortegagna.

bICeNTeNáRIO dO bb é COMeMORAdO NA CÂMARAEm sessão solene na Câmara dos Deputados, no dia 25 de

junho, parlamentares de vários partidos prestaram homena-gem ao Banco do Brasil, em comemoração aos 200 anos.

Durante a solenidade, políticos lembraram da importância que o Banco do Brasil tem para o desenvolvimento do país.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo China-glia (PT/SP), lembrou do tempo em que fez o concurso para o BB, falou sobre a trajetória dos 200 anos da ins-tituição, sobre o patrimônio constituído pelo Banco e a importância que os funcionários têm na consolidação do Banco do Brasil como o maior banco público do país, da América Latina e um dos maiores do mundo.

A sessão solene em comemoração ao bicentenário do BB foi um pedido de deputados que defendem o Banco do Brasi-

laav como bem público, rechaçando a idéia de transformar a instituição em banco privado.

Participaram da mesa o presidente da Câmara, o presidente do Banco do Brasil – Antônio Francisco de Lima Neto e o coor-denador nacional da Comissão de Empresa do BB da Contraf-CUT – Marcel Barros, além dos funcionários do BB que ocupam cargos políticos: o ministro da Previdência – José Pimentel e o presidente do PT deputado Ricardo Berzoini (SP).

Os diretores da ANABB Nilton Brunelli (Comunicação e Desenvolvimento) e Emílio Rodrigues (Relações Externas e Parlamentares) representaram a Associação no evento. Estiveram presentes também vice-presidentes do BB e fun-cionários do Banco.

dIReTORIA de COMuNICAçÃO TeM NOVO dIReTORNilton Brunelli é o novo diretor de Comunicação e Desen-

volvimento da ANABB. A ex-diretora Denise Lopes Vianna assumiu a Diretoria de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi, cargo para o qual foi eleita.

O novo diretor ocupava uma vaga no Conselho Deliberativo da ANABB. Formado em medicina veterinária pela USP, tomou posse no Banco do Brasil em 1975 e foi veterinário do ATNC. Entre os cargos ocupados nas entidades do funcionalismo do Banco estão o de vice-presidente da Fenabb, delegado e mem-bro do Conselho de Administração da Cooperforte, presidente da AABB São José dos Campos (SP), delegado da APABB no interior de São Paulo (eleito diretor da entidade por duas vezes) e gerente de divisão na Diretoria de Produtos da Cassi.

ARQU

IVO

ANAB

B

TICO

FON

SECA

Page 10: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

10 | Ação Junho/Julho 2008

Com a criação do Grupo de Traba-lho (GT), o debate sobre a utilização do superávit da Previ ganhou ainda mais força. Formado em junho, du-rante o Encontro de Associações de Aposentados, o GT se reuniu nos dias 8, 9 e 10 de julho, na sede da ANABB em Brasília, para discutir propostas sobre o assunto.

O GT, a Diretoria Executiva da ANABB e o grupo assessor de Previ-dência e Aposentadoria da Associação (formada por conselheiros) elaboraram um importante documento com suges-tões para a utilização do superávit da Previ. As propostas foram encaminha-das para análises técnicas e jurídicas quanto à viabilidade dos itens. Após a avaliação do documento, a ANABB dará prosseguimento às discussões, promovendo um novo encontro e con-sultando os associados.

O GT, formado pelo consenso dos participantes do encontro, contou com lideranças que integram enti-dades como ANABB, Contec, FAABB, AAFBB, AAPBB e AFABBs. Associados de todo o país também participaram, através do e-mail [email protected]. Eles enviaram sugestões para a formulação das propostas e num se-gundo momento críticas e perguntas sobre o documento elaborado pelo Grupo de Trabalho.

diretrizesO Grupo de Trabalho se baseou nas

seguintes diretrizes para discussão do superávit da Previ:

a) Reduzir desigualdades entre di-ferentes grupos de participantes do Plano 1;b) Contemplar, na medida do possí-

vel, as sugestões/contribuições en-viadas ao GT ANABB/Entidades de Aposentados/Contec;c) Distribuir a Reserva Especial para a Revisão do Plano de Benefícios 1, tendo em vista a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro e atuarial, bem como a preservação de sua liqϋidez e solvência;d) Contemplar todos os participan-tes do Plano de Benefícios 1;e) Ter como foco a distribuição da Reserva Especial para a Revisão do Plano de Benefícios 1;f) Formular propostas, observada a legislação vigente.

leIA AS PROPOSTAS elAbORAdAS PelO GRuPO de TRAbAlhO:

PROPOSTA eSPeCIAlAssegurar participação proporcional

SAIbA quAIS FORAM AS queSTõeS SuGeRIdAS POR lIdeRANçAS de APOSeNTAdOS de TOdO O bRASIl

SUPERÁVIT PREVI: GRUPO DE TRABALHOFORMULA PROPOSTAS

por Tatiane Lopes

10 | Ação Junho/Julho 2008

PReVI

Page 11: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

Ação Junho/Julho 2008 | 11

do grupamento de aposentados (assis-tidos), que recebem benefícios da Previ, nas Comissões de Negociação relativas ao Plano de Benefícios 1, mediante in-dicação da FAABB (Federacão das Asso-ciações de Aposentados e Pensionistas) e da ANABB (Associacão Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil).

PROPOSTAS de NATuRezA FINANCeIRA

1) Elevar em 10% (dez por cento) os valores dos benefícios, a partir de 01/01/2008, sem prejuízo do reajus-te dos benefícios com base no INPC, concedido em 01/06/2008, devendo os reajustes incidirem sobre a soma do benefício pago pela Previ, mais o bene-fício pago pelo INSS;2) Implantar aumento da base de contribuição e teto de benefícios para 100% dos rendimentos brutos, aí incluídas todas as verbas remune-ratórias, com cálculos retroativos a 24/12/1997;3) Elevar o valor das pensões em 20%, passando de 60% para 80% do valor do benefício do aposentado ou aposentada;4) Elevar o benefício mínimo da Pre-vi, para valor correspondente a 10% do teto de benefício da Previ;5) Permitir a antecipação de recebi-mento de benefícios para as mulheres que se desligarem da patrocinadora a partir de 45 anos de idade;6) Recalcular os benefícios concedi-dos a partir de 24/12/1997 mediante readequacão da parcela Previ, conforme a média de benefícios do INSS repassa-dos pela Previ, e pagar a diferença, apu-rada mês a mês, devidamente atualiza-da e corrigida monetariamente;7) Destinar até 10% da Reserva Especial, na forma de Contribuição Definida Individualizada, aos parti-cipantes do Plano de Benefícios 1 ainda em atividade, mediante rateio proporcional à reserva matemática de cada participante existente em

01/01/2008;8) O Plano de Benefícios 1 da Caixa de Previdência dos Funcionários do Ban-co do Brasil foi concebido com a pre-missa de que todos os participantes, que completem 360 meses de contri-buições, têm direito à integralidade do Teto do Benefício Calculado (360/360). Assim, aqueles que se aposentam an-tes de completar 360 meses recebem benefícios proporcionais. Exemplo, 300 meses de contribuição dão direito ao benefício proporcional de 300/360 do teto do benefício.

Dentro do Plano de Benefícios 1 encontramos os seguintes grupamen-tos funcionais:

a) Funcionários com 360 meses de contribuição na ativa e mais um tempo de contribuição como aposentado;b) Funcionários com menos de 360 meses de contribuição na ativa e mais um tempo como aposentado;c) Funcionários com mais de 360 meses de contribuição na ativa e mais um tempo como aposentado;d) Funcionários com menos de 360 meses de contribuição na ativa e nenhum tempo como aposentado; ee) Funcionários com mais de 360 meses de contribuição na ativa e nenhum tempo como aposentado.

Considerando a atual situação do Plano de Benefícios 1, em que todos os participantes, independentemente do tempo de contribuição, deixaram de contribuir para o plano, juntamente com a patrocinadora, mediante a utilização do superávit, observamos um brutal de-sequilíbrio na concessão do benefício de isenção das contribuições, a saber:

a) Início das contribuições para a Previ: abril de 1967;b) Fim das contribuições para a Pre-vi: janeiro de 2007;c) Participantes admitidos em abril de 1967, ou data anterior, com mais

de 480 meses de contribuições;d) Participantes admitidos antes de dezembro de 1997, com pouco mais de 144 meses de contribuições; ee) Participantes com mais ou menos 360 meses de contribuições, depen-dendo da data de admissão, entre outras possibilidades.

Assim, como forma de equilibrar as relações entre os diversos grupos de participantes, apresentamos as seguintes propostas:

I - Equiparar o tempo de contribui-ção na ativa, com o tempo de contri-buição como aposentado;

Consideramos tempo de contri-buição o período compreendido entre ABRIL de 1967 e DEZEMBRO de 2008. Uma vez que as contribuições efetivas começaram em abril de 1967, não po-dendo ser confundida com tempo de trabalho. O período é estendido até dezembro de 2008, pois as contribui-ções continuam sendo vertidas para o Plano com recursos do superávit.

II - Benefício Integral para todos que contribuíram por mais de 360 me-ses para o Plano de Benefícios 1.

Assim, todos os participantes que contribuíram por mais de 360 meses, considerando a proposta número 1, ou seja, tempo de contribuição na ativa e/ou aposentado, passariam a receber a integralidade do teto do benefício. Por exemplo, um participante com 300 meses de contribuição na ativa tem hoje um benefício proporcional calcu-lado como 300/360 meses do teto de benefício. Com a mudança, desde que tenha mais de 360 meses de contri-buição, receberá 360/360 meses do teto do benefício.

Os participantes aposentados com menos de 360 meses de contribuição terão os benefícios recalculados até o

Ação Junho/Julho 2008 | 11

Page 12: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

12 | Ação Junho/Julho 2008 12 | Ação Junho/Julho 2008

limite do tempo de contribuição. Por exemplo, um participante com 300 meses de contribuição na ativa tem hoje um benefício proporcional calcu-lado como 300/360 meses do teto do benefício. Com a mudança, se contri-buiu por 336 meses, ou seja, mais 36 meses como aposentado, receberá 336/360 do teto do benefício.

III - Benefício Adicional de Renda Cer-ta, para todos os participantes que con-tribuíram por mais de 360 meses para o Plano de Benefícios.

Sempre considerando como tempo de contribuição o período de abril de 1967 a dezembro de 2008. Neste caso, três considerações devem ser feitas:

a) A primeira: o benefício da Renda Certa deve ser pago mediante a forma-ção de um fundo, calculado com base na reserva matemática de cada um dos participantes, considerando 1/360 da reserva para cada mês de contribuição posterior ao 360° mês. Exemplo: parti-cipante com 396 meses de contribuição terá um fundo pessoal correspondente a 36/360 da reserva matemática;

b) A segunda: todos aqueles que já estão recebendo o Benefício Especial de Renda Certa, pagos mediante a uti-lização do superávit de 2006, calcula-dos considerando tempo de trabalho como tempo de contribuição, terão descontado dos valores apurados por esta proposta a parcela já recebida

por ocasião da utilização do superá-vit de 2006, recebendo apenas o que restar. No caso de haver recebido par-cela superior, nada receberão pela uti-lização do superávit de 2007 e terão seus cálculos revistos como forma de identificar possíveis irregularidades;

c) A terceira: o pagamento do Benefício Especial de Renda Certa será pago em até 120 meses, podendo ser reduzido consi-derando o valor mínimo da parcela de um salário mínimo ou a idade do beneficiário.

IV - Constituição de fundo para ga-rantir as contribuições, pessoais e pa-tronais, dos participantes da ativa que ainda não completaram 360 meses de contribuição.

Será formado um fundo com recur-sos do superávit para garantir as con-tribuições pessoais e patronais futuras, dos participantes da ativa, com menos de 360 meses de contribuição.

Caso o participante utilize o recur-so de receber benefícios por aposen-tadoria ou benefício antecipado aos 50 anos de idade, antes de completar os 360 meses de contribuição, o be-nefício será proporcional ao tempo de trabalho e os recursos excedentes do fundo de contribuição voltará para o Plano de Benefícios 1.

No entanto, este grupamento, por estar sendo beneficiado com a isen-ção de contribuição no período ante-rior a 360 meses, ficará com o chama-

do risco do plano.V - Suspensão definitiva das contri-

buições a partir do 3600 mês.Os participantes e a patrocinadora

só serão chamados a contribuir caso o Plano de Benefícios 1 entre em de-sequilíbrio. Neste caso, serão chama-dos à contribuição, primeiramente os participantes que não haviam comple-tado o período mínimo de 360 meses de contribuição e foram beneficiados pela criação do fundo com o superávit de 2007. A contribuição de cada um será proporcional ao tempo que res-tava para completar o período de 360 meses de contribuição.

Caso estas contribuições não se-jam suficientes, e somente neste caso, serão retomadas as contribuições dos participantes com mais de 360 meses de contribuição.

9) Viabilizar aos participantes que deixaram o Plano de Benefícios 1 o resgate da totalidade das contribui-ções vertidas ao plano pelo participan-te e pela patrocinadora, descontadas as parcelas do custeio administrativo, na forma regulamentada, bem como os valores de contribuições eventual-mente já recebidas pelo participante;

10) Distribuir o saldo remanescen-te da reserva especial para revisão do Plano de Benefícios 1, de forma dire-tamente proporcional aos benefícios individuais pagos pela Previ, após aten-didas as propostas de 1 a 9.

O GT, formado pelo consenso dosparticipantes do encontro, contou com lideranças que integram entidades como ANABB, Contec, FAABB, AAFBB, AAPBB e AFABBs

Page 13: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

Ação Junho/Julho 2008 | 13

O Banco do Brasil deverá incorporar quatro bancos estaduais: o Banco do Es-tado de Santa Catarina (Besc), o Banco do Estado do Piauí (Bep), a Nossa Cai-xa (de São Paulo) e o Banco de Brasília (BRB). A negociação para a incorporação do Besc é a mais avançada e a do BRB ainda está em fase de estudos.

Um processo de incorporação inicia-se pela avaliação das empresas – incor-poradora e incorporada – elaboração de protocolo e justificativa da incorporação, que deverão ser aprovados em assem-bléias gerais das duas instituições.

O Banco do Estado de Santa Catarina saiu do Programa Nacional de Desestatiza-ção (PND) em fevereiro desse ano, e as ava-liações, tanto do BB quanto do Besc, estão em andamento. “A nossa previsão é que no mês de agosto ocorra a assembléia de acio-nistas que deve decidir pela incorporação”, avalia Guilherme André Frantz, gerente de projetos do BB, responsável pelos processos de aquisição dos bancos Besc, Bep e BRB.

A negociação para a incorporação do Banco do Estado do Piauí levará um pou-co mais de tempo. O Bep também saiu

do PND. “O caminho para incorporação passa agora pela contratação de uma em-presa para fazer uma avaliação do banco, e depois também vai redundar numa as-sembléia de acionistas”, explica Frantz.

Quanto ao processo do banco de São Paulo, os presidentes do Banco do Brasil e da Nossa Caixa, Antonio Francisco de Lima Neto e Milton Luiz de Melo Santos, assinaram uma carta informando aos funcionários da instituição a ser extinta que “comunicaram ao mercado o início de procedimentos, sem efeito vinculante, com vista à incorporação do banco Nossa Caixa pelo BB, observadas a regulamen-tação vigente e as condições inerentes às operações dessa natureza.”

O documento aborda ainda que as obrigações da Nossa Caixa com os fun-cionários e clientes serão absorvidas pelo Banco do Brasil. “Pelo lado do BB, caso a operação venha a ser efetivada, há o compromisso e a obrigatoriedade legal de suceder a Nossa Caixa em todos os direi-tos e obrigações [...] Tanto o BB quanto a Nossa Caixa continuarão dando atenção especial aos funcionários que fizeram

e fazem da Nossa Caixa uma empresa vencedora e importante para o Estado de São Paulo. Portanto, se concretizada a incorporação, os funcionários da Nossa Caixa passarão a fazer parte do quadro de pessoal do Banco do Brasil, com o res-peito e a responsabilidade que sempre pautaram as ações dos dois bancos.”

Guilherme Frantz garante que os be-nefícios da incorporação serão diversos. “O BB aumentará a capilaridade, volume de ativos, bases de clientes. E ainda am-pliará as possibilidades de negócios com o setor público, garantindo as folhas de pa-gamento ao concretizar as incorporações do Besc e do Bep, por exemplo.”

O processo de incorporação, após acordado em todas as instâncias, passa por um período de implementação, que é feito gradativamente, a exemplo da inte-gração de sistemas, enquadramento do funcionalismo da instituição extinta pela empresa incorporadora, realinhamento de produtos e serviços, entre outros. Por isso, levará algum tempo, depois de tudo acertado, para que os bancos incorpora-dos se transformem em Banco do Brasil.

O bb TRAbAlhA PARA INCORPORAR O beSC (de SANTA CATARINA), O beP (dO PIAuí), A NOSSA CAIXA (de SÃO PAulO) e O bRb (de bRASílIA)

BANCO DO BRASIL NA INCORPORAÇÃO DE BANCOS ESTADUAIS

bANCO dO bRASIl

por Priscila Mendes

Page 14: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

14 | Ação Junho/Julho 2008

O assunto “Renda Certa” tem ge-rado polêmica entre os participantes do Plano de Benefícios 1 da Previ. Ele foi aprovado ao longo de 2007 pelos diversos órgãos de direção da Caixa de Previdência, do Banco do Brasil e do Go-verno Federal e, em dezembro de 2007, pela SPC, juntamente com o pacote de medidas para utilização do superávit de 2006. O pagamento começou a ser fei-to em janeiro de 2008, no entanto, em maio, os benefícios foram suspensos e novamente retomados. A discussão entre pagar ou não pagar o Renda Cer-ta tem um motivo: alguns associados receberam valores superiores a R$ 1 milhão, sem a comprovação de que es-ses valores estavam necessariamente corretos. A suspensão do pagamento na época foi aprovada pelos conselheiros por unanimidade. A ANABB, inclusive, se manifestou sobre o assunto no jornal Ação 199. Entenda o que aconteceu:

Como foi tomada a decisãoAs propostas de utilização do supe-

rávit de 2006 incluíam vários benefí-cios para os associados. Entre eles es-tava o aumento do teto de contribuição de 75% para 90%, por exemplo. Segun-do o presidente da ANABB, Valmir Ca-

milo, conselheiro deliberativo da Previ na época, as propostas foram apresen-tadas ao Conselho e à Diretoria como assuntos extra-pauta, ou seja, havia um tempo muito curto para tomada de decisão, uma vez que o funcionalismo cobrava a implantação das medidas e a aprovação deveria ocorrer até 31 de dezembro de 2007, para que os benefí-cios pudessem ser implantados retroa-gindo a 1o de janeiro de 2007. Todos

os conselheiros e a Diretoria da Previ estavam de acordo com a aprovação. O processo foi finalizado em dezembro de 2007, mas o pagamento só foi iniciado em janeiro de 2008.

Os efeitos do pagamento do adicional de Renda Certa começaram a repercutir entre os associados da Previ, durante o mês de fevereiro de 2008. “Recebi mui-tos telefonemas de colegas questionando o porquê de uns terem recebido um valor e outros um valor tão superior. Então, na

reunião do Conselho Deliberativo de mar-ço, apresentei uma proposta ao Conselho para que a Diretoria mostrasse a lista das pessoas e os valores que cada uma tinha recebido”, explica Valmir. Após algumas resistências, os números foram apre-sentados em uma tela, nada em papel. “A idéia não era sair procurando nomes, querendo saber quanto foi pago ao fula-no ou ao beltrano. Precisávamos ter uma idéia de valores”, completa. Foram iden-

tificados colegas que iriam receber cerca de R$ 1,7 milhão, outros R$ 1 milhão, R$ 800 mil, R$ 700 mil... Após verificar os números, o Conselho definiu, também por una-nimidade, suspender os pagamen-tos até que se verificasse a razão de valores tão expressivos.

O cenário não era nada favorável para tal decisão: a Previ estava em pleno processo eleitoral. A Diretoria da Previ decidiu que a questão deveria ser resolvida o mais rápido possível, pois muitos associados já estavam contan-do com o pagamento da Renda Certa em seus planejamentos financeiros. Assim, o Conselho Deliberativo reuniu-se algumas vezes no mesmo mês. Aconteceu uma reunião numa sexta-feira, onde aprovaram a contratação

AlGuNS CálCulOS ReAlMeNTe eSTAVAM equIVOCAdOS? eNTeNdA O que ACONTeCeu e SAIbA O que VAI IMPACTAR NO Seu beNeFíCIO

RENDA CERTA

“A idéia não era sair procurando nomes, querendo saber quanto foi pago ao fulano ou ao beltrano. Precisávamos ter uma idéia de valores”- Valmir Camilo

PReVI

14 | Ação Junho/Julho 2008

Page 15: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

Ação Junho/Julho 2008 | 15

de um parecer jurídico e, na segunda-feira, o parecer já estava pronto. “O parecer jurídico não tratou da questão dos valores pagos, nem dos mecanis-mos utilizados, não examinou o crité-rio adotado e não fez qualquer refe-rência à legalidade dos valores pagos. Tratou especificamente do fato de que a Previ tinha que manter o pagamento sob pena de punições da Secretaria de Previdência, uma vez que já havia iniciado o pagamento”, afirma Valmir. Com esse parecer, cinco conselheiros (dois eleitos e três do Banco) votaram favoravelmente pela manutenção do pagamento. Valmir Camilo foi o único voto contrário. “Fui voto contrário por-que, embora reconheça que a maioria das pessoas talvez estivesse receben-do a quantia correta, o pagamento de altos valores merecia destaque para uma análise mais ajustada, como for-ma de evitar dados irreparáveis para a Previ”. Além do mais, “eu previa, na-quele momento, que se a gente não tomasse a decisão, o caso cairia no esquecimento, como caiu”, explica.

Onde está o erroUm dos equívocos apontados no

cálculo do Benefício Especial Renda Certa foi que a regra baseou-se no tempo de trabalho e não no de contri-buição e foi estendida a quem se apo-sentou até 1980. Para Valmir Camilo, isso foi uma injustiça. “Se uma pessoa se aposentou em 1985, por exemplo, significa que ela contribuiu para a Pre-vi durante 18 anos (1967 a 1985), an-tes da aposentadoria, e ainda recebeu de volta cinco anos de contribuição, corrigida pelos índices de reajustes, incluindo a parte patronal”.

Segundo Valmir Camilo, não se teve a intenção de prejudicar ou bene-ficiar ninguém. A responsabilidade dos cálculos, no entanto, foi jogada para o “sistema com alguns parâmetros téc-

nicos” que não foram avaliados antes da tomada de decisão pelo pagamen-to. “Alguém decidiu que o sistema iria resolver e quando este mesmo siste-ma decidiu que alguém teria mais de R$ 1 milhão para receber, nada foi feito. Impessoal demais, quando es-távamos tratando da distribuição de recursos que pertencem a todos os participantes do Plano de Benefícios 1. O que deveria ser feito era ver o re-sultado e fazer uma reavaliação, para evitar possíveis absurdos”.

Próximos passosUma das propostas para utilização

do superávit de 2007 inclui formas de reverter ou, pelo menos, minimizar os efeitos dos cálculos equivocados do Be-nefício de Renda Certa. A ANABB, atra-vés do seu presidente Valmir Camilo, apresentou ao grupo formado por repre-sentantes de entidades de aposentados uma proposta. Os detalhes poderão ser vistos neste jornal Ação, na matéria da página 10. O item 8, III propõe “bene-fício Adicional de Renda Certa para to-dos os participantes que contribuíram por mais de 360 meses para o Plano de Benefícios. Sempre considerando como tempo de contribuição o período de abril de 1967 a dezembro de 2008”. A proposta ainda considera que “todos aqueles que já estão recebendo o Be-nefício Especial de Renda Certa, pagos mediante a utilização do superávit de 2006, calculados considerando tempo de trabalho como tempo de contribui-ção, terão descontada, dos valores apu-rados por esta proposta, a parcela já recebida por ocasião da utilização do superávit de 2006, recebendo apenas o que restar. No caso de haver recebido parcela superior, nada receberão pela utilização do superávit de 2007”.

Apesar de deixar claro que os cál-culos equivocados devem ser revistos, Valmir Camilo enaltece que o Grupo de

Trabalho que está analisando o assunto não pensa na hipótese de devolução do dinheiro, nem mesmo de paralisação do pagamento do benefício de Renda Certa. Apenas sugere que se identifique eventual equívoco e se faça uma com-pensação nas próximas vantagens que forem distribuídas.

Sobre o benefício especialRenda CertaO Benefício Especial Renda Certa foi criado em 2007 e incluído no pa-cote de propostas de utilização do superávit do Plano de Benefícios 1 da Previ. É calculado com base nas contribuições – pessoais e patro-nais – dos participantes que, na ati-va entre 4 de março de 1980 e 31 de dezembro de 2006 (período de capitalização do Plano 1), tenham trabalhado no BB por mais de 30 anos. A Previ passou então a fazer esse cálculo e devolver o dinheiro para os associados.

VAlOR PAGO de ReNdA CeRTA(1O lOTe lIbeRAdO)

Ação Junho/Julho 2008 | 15

Faixa de saldo dosaposentados em31/12/2006 (em Reais) quantidade de beneficiados

de 0,01 a 3.407 1.387de 3.407 a 9.999 2.129de 10.000 a 19.999 1.660de 20.000 a 29.999 807de 30.000 a 39.999 502de 40.000 a 49.999 392de 50.000 a 59.999 282de 60.000 a 69.999 225de 70.000 a 79.999 230de 80.000 a 89.999 116de 90.000 a 99.999 112de 100.000 a 149.999 502de 150.000 a 199.999 236de 200.000 a 249.999 154de 250.000 a 299.999 69de 300.000 a 1.075.000 73 Total 8.876

Page 16: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

16 | Ação Junho/Julho 2008

v

O jornal Ação entrevistou o senador Cristovam Buarque (PDT/DF), autor do projeto de lei que estabeleceu o piso salarial nacional para os profissionais do magistério público da educação bási-ca, aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado pelo Presidente da Repúbli-ca. Na entrevista, o senador ressaltou a importância de um ensino de qualidade e ainda defendeu o ensino básico e pro-fissionalizante em unidades prisionais, aprovando a atuação da ANABB quanto às iniciativas nessa área.

jornal Ação: Foi uma vitória para a edu-cação brasileira a aprovação do piso sa-larial dos professores para R$ 950,00?Cristovam Buarque: Foi uma vitória da edu-cação brasileira e uma vitória do Brasil. Não tem mais futuro um país que não invista em

educação e que não trata a educação como o principal vetor do seu progresso. Não tem como ter um vetor do progresso na educa-ção sem pagar bem os professores. Mas o mais importante do piso não é o valor, é o fato de ser nacional. Por exemplo, o Banco do Brasil tem piso nacional, uma carreira nacional, e professor não tinha. Agora o professor vai ter um piso nacional. Essa é a parte mais importante.

Ação: Mais recursos para a educação sempre foram uma bandeira levanta-da pelo senhor. A proposta da Emenda Constitucional para acabar com a dRu foi aprovada no Senado e agora segue para a Câmara. Qual a importância dessa aprovação para a educação?Cristovam Buarque: R$1,5 bilhão já no primeiro ano, e depois crescendo até che-

gar a R$ 7 bilhões a mais. Um valor que permitirá, sem dúvida alguma, dar saltos. Sobretudo se o governo aceitar a minha sugestão que é concentrar recursos por cidade. Fazer a revolução da educação em cidades.

Ação: Cada cidade tem uma necessi-dade diferente?Cristovam Buarque: Realmente cada cidade tem sua diferença. Mas o objetivo que queremos para a educação do Brasil ser igual a da França, por exemplo, não va-mos atingir de uma só vez no país inteiro, a não ser em 20 ou 30 anos. Como vamos fazer? Melhorando aos pouquinhos em cada cidade. Acho que assim a gente che-ga lá. A minha idéia é chegar numa cidade e revolucionar. Em dois anos, essa cidade vai ter escola em horário integral, professor

CRISTOVAM BUARqUEUM AVANÇO PARA O SISTEMA EDUCACIONAL

eNTReVISTA

por Priscila Mendes

foto

s: T

ico

Fons

eca

16 | Ação Junho/Julho 2008

Page 17: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

Ação Junho/Julho 2008 | 17

v

vai ganhar R$ 4 mil por mês, os equipa-mentos serão todos modernos. Aí a gente faz mil cidades em quatro anos. Depois em mais quatro anos dá para fazer mais duas mil, pela experiência. E mais quatro, mais quatro, a gente chega ao Brasil inteiro. A minha idéia é que esses recursos sejam investidos na federalização da educação de base por cidade.

Ação: Senador, há um projeto de sua autoria que prevê a construção de salas de aula em presídios. Falta a aprovação em algumas comissões. Ele já foi aprovado pela CCJ. Qual será o benefício para a sociedade com a aprovação desse projeto?Cristovam Buarque: Primeiro a recu-peração do preso. O preso que estu-da, quando ele sai, tem mais chance na vida sem cair outra vez no crime. Segundo, o Brasil vai ganhar, porque para cada pessoa que é mais educada, o Brasil está ganhando. O Brasil é um país que tem uma pobreza educacional muito grande nas suas massas e isso se transfere para cima. Nossos grandes intelectuais são fraquinhos, porque não disputaram com muitos. Nossos jogado-res de futebol, por exemplo, estão entre os melhores do mundo, nossos filósofos

não. Por quê? Não é genético. É porque para ser bom jogador de futebol, você tem que disputar com todos, e para ser bom filósofo, você tem que disputar com poucos. Aí a gente chega lá, mas não é grande coisa internacionalmente. A outra razão é porque a bola é redonda para todos. Na educação, tem escola quadrada e redonda.

Ação: e levar o ensino para dentro dos presídios facilita o retorno dos ex-presidiários para a sociedade?Cristovam Buarque: Sem dúvida. Essa é a maneira de reinserção. E ao mesmo tempo é uma maneira de aumentar o ní-vel da educação geral do povo brasileiro.

Ação: Recentemente, a ANAbb pre-miou alguns comitês de cidadania dos funcionários com projetos de ressocia-lização e ensino profissionalizante em presídios. Como o senhor avalia inicia-tivas como essas?Cristovam Buarque: Positivamente. Eu sempre fui defensor, desde quando tra-balhava com Betinho e os funcionários do Banco do Brasil adotaram a cidada-nia. Sempre fui favorável e fico muito contente com o gesto de solidariedade dos funcionários do Banco.

Ação: Para finalizar, sabemos da impor-tância do papel do legislativo para elabo-rar leis e fiscalizar o Executivo. Como a so-ciedade pode colaborar nesse processo?Cristovam Buarque: Pressionando o Congresso. Um projeto como esse do piso salarial não poderia ter demorado quatro anos. Quando um grupo de pres-são entra aqui, ele consegue aprovar a lei rapidamente. Mas o povo não faz pressão para o povo. Quem faz pressão são as corporações.

Ação: Seria por falta de conhecimento?Não. Por excesso de egoísmo. Esse é um país em que cada um quer resolver o seu. Como não é possível resolver o pro-blema de cada indivíduo, as pessoas se juntam num sindicato. E aquele sindica-to luta pelo sindicato, pela sua categoria, e não pelo Brasil todo. Eu dou o exemplo das cotas para negros, que eu sou favo-rável. Mas é uma coisa para beneficiar só quem vai entrar na universidade. Eu nunca vi o movimento negro lutar para que melhore a escola de base. Eles estão lutando para que aqueles que já termina-ram tenham vagas na universidade. Ou seja, é uma luta positiva do ponto de vista racial, mas é uma luta elitista do ponto de vista social.

“Um projeto como esse do piso salarial não poderia ter demorado quatro anos. Quando um grupo de pressão entra aqui, ele consegue aprovar a lei rapidamente. Mas o povo não faz pressão para o povo. Quem faz pressão são as corporações”

Ação Junho/Julho 2008 | 17

Page 18: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

18 | Ação Junho/Julho 2008

A dois meses do início das Eleições da ANABB, a associação se prepara com a criação de instrumentos que podem facili-tar a vida dos associados. O objetivo é que o pleito deste ano se destaque mais uma vez pela transparência e credibilidade em todas as fases do processo eleitoral.

Por decisão do Conselho Deliberativo, a ANABB oferecerá a alternativa de vo-tação pela internet. Essa é uma reivindi-cação de muitos associados e pretende dar mais comodidade àqueles que têm acesso à internet, e rapidez tanto na hora da votação quanto na apuração. Essa modalidade vai complementar a forma já existente, que é a de votação pela via postal (envelopes).

O associado que quiser utilizar o meio eletrônico para votar deverá fazer a op-ção pelo site da ANABB (www.anabb.org.br). Ao impedir o processamento de en-velopes para os eleitores que preferirem votar pela internet, será preservada a lisura do processo eleitoral, além de evi-tar gastos desnecessários.

Caso o associado não se manifeste no prazo estipulado sobre a votação pela internet, ele automaticamente votará por via postal. Nesse tipo de votação, se o

associado tiver mudado de endereço, é importante que providencie a atualização do cadastro junto à ANABB, pois a cédula eleitoral será enviada para a residência do associado. A atualização de cadastro pode ser feita pelo site na opção “auto-atendimento”, pelo telefone (61-3442-9696) ou por correspondência (Associa-ção Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil – SCRS 507, Bloco A, loja 15, Brasília –DF – Cep: 70351-510).

Comissão eleitoralOs integrantes da Comissão Eleitoral

para as eleições da ANABB também já foram escolhidos. O Conselho Deliberativo aprovou os cinco nomes que iniciarão os trabalhos preparatórios para o processo eleitoral. Os membros são: Laize Helena Araújo Coutinho (coordenadora da comis-são); Márcia Politi Gobato; Raul Rochadel Lima; Luiz Carlos Romero Menon e Vicente de Paulo Barros Pegoraro. De acordo com o Estatuto da ANABB, o período do proces-so eleitoral para a escolha dos membros dos Conselhos Deliberativo e Fiscal, Dire-tores Estaduais e dos Representantes das Dependências se inicia em setembro com a publicação do Edital de Convocação.

De acordo com o presidente do Conse-lho Deliberativo, Antonio Gonçalves, o pro-cesso eleitoral será transparente e eficaz. “Os associados podem ficar tranqüilos quanto à seriedade dessas eleições em todas as suas fases. É tradição da ANABB manter a eficácia do processo eleitoral”.

ASSOCIAdOS POdeM eSCOlheR eNTRe VOTAR PelA INTeRNeT Ou PelO CORReIO

Eleições ANABBpor Tatiane Lopes

Se você mudou de endereço, providencie a atualização do seu cadastro pelo telefo-ne (61) 3442-9696, pelo site da ANAbb, pelo e-mail [email protected] ou por correspondência (Associação Nacio-nal dos Funcionários do banco do brasil – SCRS 507, bloco A, loja 15, brasília –dF – CEP: 70351-510).

O associado que preferir utilizar o meio eletrônico para votar deverá seguir os seguintes passos: 1. Acessar o site www.anabb.org.br;2. Clicar na área “auto-atendimento” utilizando sua matrícula e senha;3. Acessar a área “opção de votação”;4. Ler, concordar e clicar no botão enviar.Caso você não tenha senha de auto-atendimento, entre em contato com a ANABB pelo telefone: (61) 3442-9696

eleIçõeS

Page 19: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

Ação Junho/Julho 2008 | 19

A largada para as eleições munici-pais 2008 foi dada em 6 de julho e a busca para conquistar votos ficou mais acirrada. Mas para atender aos requi-sitos do pleito, os candidatos precisam estar conscientes de todas as regras exi-gidas pelo processo.

Para colaborar com a boa conduta de funcionários do BB e demais polí-ticos que se candidataram, a ANABB lançou mais uma edição do Manual do Candidato ANABB – Eleições Muni-cipais 2008, em 18 de junho. A apre-sentação do material foi no Senado Federal, onde dirigentes da ANABB receberam deputados, senadores e assessores de parlamentares que prestigiaram o lançamento.

O Manual do Candidato ANABB fun-ciona como um guia para aqueles que pleiteiam um cargo eletivo. No caso da próxima eleição, o de prefeito ou vereador. A publicação traz informações sobre providências, financiamento de cam-panha, prestação de contas e regras para o marketing e propaganda elei-toral. Além da produção da cartilha, o jornal Ação fará uma edição especial com candidatos funcionários do Ban-co do Brasil que comunicarem a candi-datura à entidade.

De acordo com o presidente da Asso-ciação, Valmir Camilo, a iniciativa de pu-blicar o manual surgiu para orientar fun-cionários do Banco do Brasil que eram candidatos. Mas já na primeira edição, o material ganhou visibilidade e pôde

ser utilizado por quem não tinha liga-ção com o BB. “A publicação presta um grande serviço à sociedade ao orientar candidatos. E ainda pode ser utilizada por todos, pois não tem viés partidário. Essa foi a forma que a ANABB encon-trou para colaborar com a democracia, na formação de políticos conscientes e comprometidos”, ressaltou.

Conselheiro deliberativo da ANABB, o deputado federal Augusto Carvalho (PPS-DF) reforçou o coro para um pro-cesso eleitoral mais justo. “Independen-temente da decisão do TSE que permitiu a candidatura de políticos que respon-dem a processos judiciais, há um clamor da opinião pública para melhorar a qua-lidade dos representantes do povo”.

Outro participante do lançamento, o senador Leomar Quintanilha (PMDB/TO), que também é bancário do BB, avalia a atitude da Associação como pertinente

para o processo eleitoral democrático. “Esse manual vai ao cerne da questão, elucida dúvidas que o candidato pode ter principalmente a respeito da legislação eleitoral. Veio em boa hora e será bastan-te útil, principalmente para políticos de regiões mais remotas”, disse o senador.

O senador Gim Argelo (PTB/DF) foi outro parlamentar que aprovou a iniciati-va da ANABB. “Se pelo menos 20% dos candidatos tiverem acesso a essas infor-mações, com certeza terão mais facili-dade em obedecer às regras eleitorais. Só tenho a parabenizar a ANABB, pois esse material é didático, de fácil leitura e presta um grande serviço ao cidadão”.

Uma das características positivas da cartilha ressaltada pelos participantes do evento foi o caráter educacional pre-sente no material. “Como educador, sou um entusiasta dessas iniciativas, pois esse manual, além de pedagógico, é ex-

MANuAl dO CANdIdATO TRAz INFORMAçõeS SObRe AS eTAPAS dO PROCeSSO eleITORAl

ANABB INCENTIVA FUNCIONÁRIOS DO BB NAS ELEIÇÕES 2008

POlíTICA

Além da produção da carti-lha, o jornal Ação fará uma

edição especial com candidatos funcionários do

Banco do Brasil que comunicarem a

candidatura à entidade

por Priscila Mendes

Page 20: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

20 | Ação Junho/Julho 2008

tremamente útil. Tenho percebido um de-sestímulo das pessoas sérias, honestas e politizadas a se candidatarem ou a se filiarem a partidos políticos. O próprio sis-tema torna o mundo da política um mun-do individualizado. Democratizar informa-ções sobre o processo eleitoral é legítimo e atinge a todos que têm interesse em participar desse processo”, disse o depu-tado federal Chico Alencar (PSOL/RJ).

Já a deputada federal Sandra Ro-sado (PSB/RN) reforçou a importân-

cia em disseminar as informações contempladas pela publicação da ANABB. “Esse trabalho é extrema-mente importante porque a forma-ção política do brasileiro tem que ser trabalhada em todos os segmentos”, afirmou a parlamentar.

Estiveram presentes também no lançamento do Manual do Candidato ANABB os deputados federais William Woo (PSDB/SP) e Antonio Bulhões (PMDB/SP). Foram representados no

evento por assessores os seguintes parlamentares: senador Cristovam Buarque (PDT/DF); senadora Lúcia Vânia (PSDB/GO); senadora Roseana Sarney (PMDB/MA); senadora Serys Slhessarenko (PT/MT); deputada fede-ral Ângela Amin (PP/SC); deputada fede-ral Lucenira Pimentel (PR/AP); deputado federal Sandro Matos (PR/RJ) e deputa-do federal Wladimir Costa (PMDB/PA).

20 | Ação Junho/Julho 2008

PReFeITOSeSTAdO CIdAde NOMe PARTIdO

AC MARECHAL THAUMATURGO ITAMAR PEREIRA DE SÁ PTBA ABAÍRA EDVAL LUZ SILVA PPBA MUTUÍPE LUIS CARLOS CARDOSO DA SILVA PTBA TUCANO RUBINHO – JOSÉ RUBENS DE SANTANA ARRUDA PSBGO BURITI ALEGRE ANIVALDO SANTANA SILVA PPBGO PALMEIRAS DE GOIÁS ERNANI LOPES PSDBMG JENIPAPO DE MINAS EDSON HONORATO FIGUEIRÓ PSDBMG MATO VERDE JOSÉ GILVANDRO LEÃO NOVATO PSDBMG MANTENA CLÁUDIO DO BANCO - CLÁUDIO DE PAULA BATISTA PTBMG ITANHANDU MAURÍCIO ORDINE PTBMT ROSÁRIO OESTE ZENO JOSÉ DE ANDRADE GONÇALVES PPSMT POXORÉO ANTONIO RODRIGUES DA SILVA - TONHO DO MENINO VELHO PMDBPB SOLÂNEA SEBASTIÃO ALBERTO CANDIDO DA CRUZ PSDBPE IGUARACI DESSOLES - FRANCISCO DESSOLES MONTEIRO PFLPI VÁRZEA BRANCA JOSÉ CARLOS DA SILVA PLPR MOREIRA SALLES HUGO BERTI PDTRN CAMPO GRANDE JOSÉ EDILBERTO DE ALMEIDA PMDBRS COLINAS EDELBERT JASPER PMDBRS SALVADOR DO SUL VOLNEI GARCIA DE LIMA PPRS CATUÍPE BARONINHO - JOELSON ANTONIO BARONI PDTRS ALECRIM LEONEL - LEONEL EGIDIO COLOSSI PMDBRS FAXINAL DO SOTURNO CLÓVIS MONTAGNER - CLOVIS ALBERTO MONTAGNER PPRS TENENTE PORTELA IBE FURINI - RUBENS ANTONIO MARRONI FURINI PPRS FREDERICO WESTPHALEN LUIZ CARLOS STEFANELLO PPRS FAGUNDES VARELA LUIZINHO ZARDO PPSP JACAREÍ MARCO AURÉLIO DE SOUZA PT

Funcionários do bb no poder municipalPara que o funcionalismo do BB tenha conhecimento sobre os atuaisrepresentantes no Executivo e Legislativo municipal, a ANABB relacionouos prefeitos, vice-prefeitos e vereadores funcionários do BB:

Page 21: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

Ação Junho/Julho 2008 | 21

VeReAdOReS

eSTAdO CIdAde NOMe PARTIdO

BA ITABUNA LUIS SENA - LUIS CARLOS SENA RIBEIRO PC DO B BA PRADO AUGUSTO JOSÉ BARRETO RODRIGUES PPBA LENÇÓIS PAULINHO DO BANCO - PAULO SERGIO LESSA FELIPPI PP BA MUNDO NOVO LUZINAR - LUZINAR GOMES MEDEIROS PL BA PRESIDENTE DUTRA JOSÉ ALVES PORTO PL BA SENHOR DO BONFIM HELSON DE CARVALHO PL BA SENHOR DO BONFIM ZÉ ANTÔNIO - JOSÉ ANTONIO SOUZA DE OLIVEIRA PTBA TUCANO SEIXAS - JORGE COSTA SEIXAS PFL MA SãO JOãO DOS PATOS JOãO LUIZ PSC MA ZÉ DOCA ALCOBAÇA - ANTÔNIO MARQUES DE ALCOBAÇA PSB MG CENTRALINA CESINHA - CESAR PEREIRA ALVES PL MS BONITO TEREZINHA BRAGA - TEREZINHA DELLA PACE BRAGA PSDBMS ITAPORÃ SÉRGIO DO PT - SERGIO ROBERTO BARCELLOS PT PA SOURE CECIM - LUIZ JOSÉ MONTEIRO CECIM PT PE JUPI ZÉ MAMÃO - JOSE RODRIGUES DE LIMA PMN PR UMUARAMA OSNI SANTANA - OSNI MIGUEL SANTANA PT RN SANTO ANTÔNIO ANA VALÉRIA BARBALHO CAVALCANTI PDTRS ALTO FELIZ MÁRIO WINTER - MÁRIO FRANCISCO WINTER PDT SC NOVA TRENTO CARLÃO - CARLOS TARCISIO BATTISTI PSDB SE NEOPOLIS TERTO - EDVALDO DA SILVA TERTO PT DO B SE NEÓPOLIS JOAQUIM - JOÃO JOAQUIM NETO PV SP BARIRI JOÃO MODESTO - JOÃO MODESTO DE ABREU JUNIOR PSB SP PEREIRA BARRETO VALTER PINHEIRO RIBEIRO PSDB

VICe-PReFeITOSeSTAdO CIdAde NOMe PARTIdO

MS PEDRO GOMES WILLIAM - WILLIAM LUIZ FONTOURA PPS PE BONITO LUIZ OLEGÁRIO - LUIZ GONZAGA FERREIRA PT PR PARANACITY JÉS CARLETE PT RS CHAPADA JOÃO CARLOS WERLE PMDB RS TENENTE PORTELA CARBONI - CLAIRTON CARBONI PDT RS NOVA PRATA VALDIR FOCHESATTO PSDB SP ITARARÉ MANDURI - ADILSON ANTONIO MENEGUELA PSDBSC ARAQUARI PAULINO - PAULINO SERGIO TRAVASSO PSDB

Ação Junho/Julho 2008 | 21

Page 22: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

22 | Ação Junho/Julho 2008

Após seis meses de implantação do OdontoANABB, um balanço indica que o plano odontológico atendeu aos desejos dos associados. “Estávamos sentindo falta de um plano odonto-lógico com menor preço”, afirma o funcionário Carlos Eduardo, do BB de Brasília. Desde 1o de janeiro de 2008, todo associado da ANABB passou a ter direito a plano odontológico sem custo adicional. A parceria entre a Associação e a OdontoPrev beneficiou os funcioná-rios e aposentados do Banco do Brasil com diversas opções de atendimento dentário em todo o país.

A última novidade é que os associa-dos podem incluir, como dependentes, filhos solteiros de qualquer idade pelo menor preço do mercado. Além disso, há uma lista de vantagens que confere credibilidade ao plano odontológico. Uma rede de mais de 14 mil profissionais cre-denciados em todo o território nacional, ampla cobertura em diversas especiali-dades, o Plano Integral que inclui consul-tas, diagnóstico, emergência, dentística, endodontia (tratamento de canal), perio-dontia (tratamento de gengiva), cirurgias (realizadas em consultório), prevenção, radiologia (exceto tomografia e radiologia com finalidade ortodôntica), além de be-

nefícios adicionais. Por cada dependente coberto, o associado paga R$ 9,90. É importante especificar que são conside-rados dependentes, os filhos solteiros, cônjuges e companheiros.

Caso o associado prefira uma co-bertura odontológica mais ampla po-derá optar pelo Plano Master. Neste plano, o associado terá direito às es-pecialidades do Plano Integral, com acréscimo das especialidades de or-

todontia, ortopedia funcional dos maxilares e prótese. Para o Plano Master, os asso-ciados, além da mensalidade da ANABB, investem R$ 65,00 por mês, podendo in-cluir dependentes pagando o mesmo valor.

A indicação de dentistas é outra vantagem do OdontoANABB. Por meio de um formulário de indicação (disponível no site www.odontoprev.com.br/implantacao/odontoanabb), é possível sugerir a inclusão de um cirurgião-dentista, que poderá tornar-

se credenciado, desde que atenda aos critérios técnicos de seleção e a quantidade de profissionais credenciados esteja abaixo dos indicadores estipulados pelo OdontoANABB na região solicitada.

Para comprovar as vantagens do OdontoANABB, a equipe do Jornal Ação pesquisou na tabela da Associação Brasi-leira de Odontologia (ABO) sobre os prin-cipais serviços utilizados pelos pacientes. Para se ter uma idéia, se o cliente não

for conveniado do OdontoANABB e quiser fazer uma limpeza simples, pagará R$ 260,00 (preço médio). Se o procedimento for mais com-plexo, o valor chega a R$ 400,00. Já para o serviço de canal, o preço médio do mercado é R$ 360,00 e para cirurgia de extração de ciso,

R$ 180 por dente. Caso o paciente tenha o convênio

OdontoANABB, os dentistas oferecem o aparelho ortodôntico gratuitamente e os pacientes só pagam a manutenção men-sal. Para ser sócio da ANABB, o funcio-nário do BB investe R$ 19,50 por mês. Uma simples limpeza bucal cobre o in-vestimento das mensalidades da ANA-BB durante um ano.

Se não fosse pelo OdontoANABB, a dor de dente que afligiu o funcioná-

A PARTIR de AGORA, OS FuNCIONáRIOS POdeM INCluIR, COMO dePeNdeNTeS, FIlhOS SOlTeIROS de quAlqueR IdAde, PelO

MeNOR PReçO d0 MeRCAdO

ODONTOANABB:SEIS MESES DECREDIBILIDADE

SAÚde

Para ser sócio da ANABB, o funcioná-rio do BB investe R$ 19,50 por mês.Uma simples limpeza bucal cobre o investimento das mensalidades da ANABB durante um ano

por Tatiane Lopes

22 | Ação Junho/Julho 2008

Page 23: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

Ação Junho/Julho 2008 | 23

rio Carlos Eduardo, de Brasília, sairia bem mais cara. Beneficiado pelo Odonto-ANABB, Carlos conseguiu solucionar o problema em poucos dias e até aderiu ao Plano Master. “Nunca tinha feito tratamento dentário, porque o preço de mercado é alto. Tive que fazer um tratamento de canal que foi totalmen-te coberto pelo Plano Integral. Se não fosse pelo plano, não saberia como pagar. Terei que fazer um bloco e o Plano Integral cobre metade. Por isso aderi ao Plano Master”.

O OdontoANABB criou alternativas para que o associado obtenha informa-ções sobre o atendimento na rede creden-

ciada. Pelo portal www.odontoprev.com.br, com o número e senha pessoal, é possível acessar a cidade, o bairro e a especialida-de desejada. Pelo Disque OdontoANABB (0800 771 3455 - ligação gratuita), o associado recebe indicações com nome, endereço e telefone dos dentistas e es-pecialistas mais adequados para cada caso, seja em tratamento de rotina ou numa emergência. Depois, é só ligar para o dentista ou especialista e marcar o dia e a hora da consulta.

A criação do OdontoANABB foi uma novidade que presenteou os associados da ANABB e atendeu uma reivindicação de milhares de pessoas. Desde o início

do ano, todos os associados titulares, em dia com a sua contribuição, foram incluídos automaticamente no Plano Integral sem qualquer custo adicional. Para os novos associados da ANABB, haverá carência de 60 dias para utili-zação do Plano.

Para estender esse benefício para seus dependentes ou fazer alteração de plano, preencha e assine o “Termo de Adesão ao Plano de Assistência à Saúde”, anexo a este jornal, e envie-o para o endereço da ANABB (SCRS 507, Bloco A Loja 15 - Asa Sul - Brasília - DF - 70351-510). O selo será pago pela Associação.

VAlOReS dOS PlANOS: Plano Titular dependenteIntegral R$ 0,00 R$ 9,90Master R$ 65,00 R$ 65,00

SeRViÇOS pReÇO De meRCADO pReÇO pARA ASSOCiADO ANABB*

limpezA BuCAl (recomendável de

seis em seis meses)

VARiA De R$ 260,00 a R$ 430,00

(Preço médio)

R$ 0,00

CANAl R$ 360,00 (Preço médio) R$ 0,00

eXtRAÇÃO De CiSO R$ 180,00 por dente (Preço médio) R$ 0,00

* Associado da ANABB paga mensalidade de R$ 19,50 por mês e tem direito a plano odontológico gratuito.

Ação Junho/Julho 2008 | 23

Page 24: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

24 | Ação Junho/Julho 2008

Nossos funcionários estão esgotados. As metas se sobrepõem num ritmo que adoece as pessoas. Se fossem atingíveis de forma sustentável, nos orgulharíamos de cumpri-las

Em gravação automática de espera, pode-se ouvir que o Banco do Brasil tem 200 anos de histórico em práticas de sustentabilidade. O BB tem até um Fórum para discutir idéias de sustentabilidade. E isso é ótimo, desde que o dis-curso oficial da empresa seja minimamente coerente com as práticas adotadas pelos executivos que a dirigem.

Veja o clamor que vem das agências de varejo: nossos funcionários estão esgotados. As metas se sobrepõem num ritmo que adoece as pessoas. Se fossem atingíveis de for-ma sustentável, nos orgulharíamos de cumpri-las, mas não é isso que ocorre.

Primeiro, o assédio moral – cobranças humilhantes, em horários inadequados, numa insistência que beira o de-sequilíbrio. Depois, o estresse ocupacional, que em nada lembra uma empresa sólida, capaz de bater sucessivos re-cordes de lucratividade. O funcionalismo está sem poder de interlocução. Não temos a quem relatar as dificuldades que enfrentamos no dia-a-dia: equipamentos obsoletos, espa-ços físicos que já não comportam os níveis de crescimento, o descaso com a clientela.

Em contrapartida, sob o engodo da versão oficial de va-lorização da gerência média, implementa-se a lateralidade. Onde está a sustentabilidade dessa medida? É ético um funcionário exercer a função de outro, sem acesso aos apli-cativos, sem remuneração, sem pontuação no TAO, sem reconhecimento e sem motivação? É justo que um colega tenha de socorrer outro, com sua assinatura eletrônica, sem ao menos saber do que se trata a demanda? É óbvio que não, mas é o que sucede todos os dias nas agências.

E os clientes? Vamos abrir 2 milhões de novas contas para restar 1 milhão, depois que outro 1 milhão de pessoas percam sua paciência e resolvam buscar atenção na con-corrência, quando seria mais racional despender os recur-sos para mantê-las satisfeitas no Banco. Além disso, nossas vendas, que deveriam ser eticamente responsáveis, se de-terioram, resultando no cumprimento a qualquer custo do

acordo de trabalho, mesmo que isso implique em vendas casadas, compulsórias ou não negociadas.

É pouco provável que nossos Gerentes Regionais de Va-rejo e Superintendentes Estaduais desconheçam essa reali-dade. E se a conhecem, por que não se encorajam a relatá-la ao Conselho Diretor? Sob o argumento de que é “decisão da Diretoria”, alguma miopia de gestão vem se perpetuando na empresa. Um exemplo disso é a obsessão pelo lucro ime-diato, semelhante ao da iniciativa privada, sem ponderar, no presente, o desgaste sofrido por clientes e funcionários, segmentos que, na teoria, por serem os maiores patrimô-nios da instituição, garantirão o seu futuro.

Otávio (nome fictício)Funcionário de Maringá (PR)

O bb dA SuSTeNTAbIlIdAde

bANCO dO bANCáRIO

Page 25: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

Ação Junho/Julho 2008 | 25

São fatos, momentos de 1974. Eu era ainda um “pratican-te de escritório”, quando fui transferido para uma agência de porte, “supridora de numerário”, obtendo a comissão de Auxiliar de Tesouraria, aquele que tinha a incumbência de arrumar o dilacerado.

Apesar do volume de dilacerado para arrumar, muito ser-viço portanto, tive o privilégio de ser designado para fazer o reforço/alívio de numerário na região, por meio de transporte aéreo, ensejo de boas diárias e viagens.

Acompanhava-me um “contínuo”, sujeito bonachão, tran-qüilo, que mais parecia o “bobão de Reck Zal” dos filmes americanos, com o 38 na cintura, arma inseparável para pro-teção dos grandes malotes daquela época. Às vezes, as ar-mas enferrujadas eram até perigosas pela falta de uso. Que tranqüilidade! Tempos que jamais veremos!

Ao deixarmos a agência para mais uma viagem, o nosso chefe de tesouraria ligava para o aeroporto requisitando um avião e vejam: o danado, muito “caxias”, parecia até que a despesa com viagem saía do bolso dele, então solicitava um teco-teco, por ser mais barato. Mas como não era ele quem viajava, ficamos espertos.

Após algumas viagens, ficamos mais experientes. Depois

de sentir o coração sair pela boca por causa dos vácuos e tro-vões em dias de chuva, combinamos com o agente do aero-porto o seguinte: “quando pedirem um avião para o BB, você reserve um bimotor, é mais seguro e poderemos voar mais alto, sem influência dos vácuos e nuvens carregadas”.

Na chegada, o chefe sempre questionava: “que avião caro...” e nós dizíamos: “não tinha teco-teco à disposição”. A mentira era usada por uma boa causa e por isso Deus per-doava. Foram tantas viagens que poderíamos tirar um brevê, se necessário.

Hoje, aposentado, pedevista, carrego as lembranças das boas diárias, salário farto e a saudade de um Banco que, apesar dos pesares, abriu um leque de oportunidades em minha vida. Não sou soberbo, ao contrário, sou agradecido por ainda fazer parte desta família por intermédio da Previ.

Joaquim (nome fictício)AposentadoIngressou em 1971 em São Francisco (MG)

bOAS dIáRIAS Hoje, aposentado, carrego as lembranças de um Banco que, apesar dos pesares, abriu um leque de oportunidades em minha vida

PARTICIPE!Envie seu depoimento sobre sua relação com o BB. Mande um e-mail para [email protected] ou uma carta para SCRS 507, bl. A, lj. 15 CEP: 70351-510 Brasília/DF. O assunto deve ser Banco do Bancário.

Page 26: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

26 | Ação Junho/Julho 2008

CONGReSSO

Paulo Roberto Soares é mais um cida-dão e pai de família que teve a vida arrui-nada pela ação desastrosa de agentes do Estado. Na noite do dia 6 de julho, num bairro de classe média do Rio de Janeiro, policiais militares abriram fogo contra o carro em que estavam a mulher e os dois filhos dele: um bebê de nove meses e o garoto João Roberto Amorim, de três anos, que foi atingido na cabe-ça. Tudo começou numa perseguição policial. Uma patrulha recebeu a infor-mação de que bandidos armados com fuzis estavam em fuga e cruzavam uma das principais ruas da Tijuca num carro preto. A mãe Alessandra ficou ferida por estilhaços. O bebê de nove meses não foi atingido. João Roberto Amorim foi baleado duas vezes. Exames médicos indicaram que ele teve morte cerebral. Jornal Nacional com adaptações (07/07/08)

PARAbÓlICA

zeRO e dezAçãO DESASTROSADA POlíCIA

BRASIl SE TORNA REFERêNCIA MUNDIAl EM lEITE MATERNO

Os bancos de leite no Brasil são refe-rência mundial. E o melhor: estão ao alcance de mulheres de todo país. O Brasil tem hoje 190 bancos de leite. O leite materno funciona como uma vacina, protegendo a criança de muitas doenças. A maior rede de bancos de leite humano do mundo está no Brasil. Só no ano passado, 107 mil bebês foram beneficiados, quase todos prematuros que não conseguem ainda mamar no pei-to da mãe. Estima-se que sete mil crianças deixariam de morrer todo ano no Brasil se fossem amamenta-das corretamente.Bom Dia Brasil com adaptações (29/07/08)

A Associação dos Magistrados Brasilei-ros (AMB) divulgou a relação dos candi-datos para as próximas eleições muni-cipais que respondem a ações penais públicas e improbidade administrativa. De acordo com a instituição, o depu-tado Paulo Maluf (PP-SP), candidato à prefeitura de São Paulo, é o que mais responde a ações: são quatro penais e três por improbidade administrativa. A candidata a vice na chapa de Maluf, a também deputada federal Aline Corrêa (PP-SP), responde a uma ação penal

por formação de quadrilha, entre ou-tras acusações. A ex-prefeita paulistana e ex-ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), que também concorre à prefeitura de São Paulo, foi citada na lista divulga-da pelos magistrados. Ficam de fora da lista ações penais privadas e os inqué-ritos policiais. Dessa forma, dentre 350 candidatos, apenas 15 apresentam “ficha suja”. Desses 15, nove são can-didatos a prefeito e seis a vice. A AMB divulgará a relação completa sobre os candidatos a vereador nas capitais até o final de agosto. A associação ressalta que o banco de dados “será periodica-mente alimentado, tão logo os juízes eleitorais de todo o Brasil encaminhem as informações referentes às suas zo-nas/municípios”.Congresso em Foco (22/07/08)

AMB DIVUlGA lISTA DE CANDIDATOS COM “FICHA SUJA”

CONTRAN PUBlICA lEI QUE OBRI-GARá USO DE CADEIRINHAS PARA CRIANçASO Conselho Nacional de Trânsito (Con-tran) aprovou a Resolução 277 que regulamenta o transporte de crianças de até dez anos de idade em veículos. Segundo a norma, publicada no Diário Oficial, crianças de até sete anos e meio deverão ser transportadas obri-gatoriamente no banco traseiro e em dispositivos de retenção (cadeirinhas). Acima dessa idade, deverão utilizar o cinto de segurança do veículo. Bebês até um ano devem ser transportados no bebê conforto com a cabeça volta-da para os fundos do veículo. Crianças de um a quatro anos de idade devem ser transportadas no dispositivo de re-tenção, as chamadas cadeirinhas. De quatro a sete anos e meio, a criança deverá utilizar o assento de elevação. Especialistas em segurança no trans-

porte, no entanto, indicam que cada tipo de assento deve ser relativo ao tamanho e ao peso da criança.O Contran vai determinar um prazo de dois anos para a adequação das novas regras. Só após estes 24 meses os motoris-tas que infringirem a lei serãomultados. Site G1 09/06/08

26 | Ação Junho/Julho 2008

Page 27: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

Ação Junho/Julho 2008 | 27

A ex-primeira-dama Ruth Cardoso, que morreu na noite do dia 24 de junho, vítima de infarto, deu contribuições importantes ao trabalho da ANABB. Em 1995, Ruth Cardoso participou da entrega dos prêmios aos 15 comitês classificados no Concurso Cidadania. Na época, a primeira dama ocupava o cargo de presidente do Conselho da Comunidade Solidária e valorizou o esforço dos comitês espalhados pelo país. “O Brasil está mudando e o Prê-mio Cidadania é um exemplo disso. Principalmente quando esse prêmio é concedido aos funcionários do Banco do Brasil, que sempre demonstraram competência. Esses mesmos funcio-nários estão atuando para a socieda-de, realizando ações da maior impor-tância para o Brasil. Eu parabenizo os funcionários e também a ANABB que teve essa oportuna iniciativa”, disse a mulher do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

MEMÓRIA

mil), Mercantil (R$ 180 mil), Nossa Caixa (R$ 160 mil) e HSBC (R$ 5,5 mil).Folha de São Paulo (25/07/08)

ADVOCACIA GERAlDEFENDE lEI SECA A Advocacia Geral da União entregou ao STF um parecer pela constitucionalidade da “lei seca”. De acordo com o documen-to, a lei tem o objetivo de “garantir mais se-gurança no trânsito”. A AGU juridicamente defende a proposta com a justificativa de que ela foi produzida pelo Congresso, sen-do assim, sua discussão passou pelo de-bate com a sociedade antes de sua apro-vação. O documento é referente a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) enviada pela Associação Brasileira de Res-taurantes e Empresas de Entretenimento (Abrasel) que deve ser julgada pelo STF no segundo semestre de 2008.Site Cláudio Humberto 24/07/2008

ESTRATÉGIA E PAUTA DEREIVINDICAçõES DACAMPANHA SAlARIAlA 10a Conferência Nacional dos Ban-cários foi encerrada no dia 27 de julho, com a aprovação da estratégia da cam-panha e da pauta de reivindicações da campanha salarial de 2008, que tem como eixos aumento real de salário, elevação e simplificação da PLR, fim do assédio moral e das metas abusivas, valorização dos pisos, PCS para todos, mais segurança nas agências e criação de planos de previdência complemen-tar para toda a categoria. Para o item piso salarial, a principal reivindicação é o aumento progressivo, em três anos, até atingir o piso do Dieese, atualmente estimado em R$ 2.074, sendo incor-porado 50% da diferença entre o piso da categoria (R$ 921,49) e o piso do Dieese neste ano, 25% em 2009 e ou-tros 25% em 2010. Desta forma, nes-te ano, o piso da categoria passaria a valer R$ 1.497,75 para escriturários, R$ 1.947,07 para caixas e tesoureiros, R$ 2.321,50 para primeiro comissio-nado, e R$ 3.369,93 para gerente.Contraf-Cut

FAlHAS NA SEGURANçA DãO MUlTA DE R$ 2,2 MI A BANCOS Oito bancos foram multados em mais de R$ 2,2 milhões devido a falhas no siste-ma de segurança de agências e postos bancários em todo o país. As multas fo-ram aplicadas pela CCASP (Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada), formada por órgãos do governo federal (PF, Exército e Instituto de Resse-guros do Brasil, o IRB) e por entidades patronais (como a Federação Brasileira de Bancos, a Febraban) e laborais (caso da Contraf, ligada à CUT, a Central Única dos Trabalhadores).Os bancos multados pela comissão fo-ram: Itaú (R$ 460 mil), Santander (R$ 430 mil), Real (R$ 391 mil), Banco do Brasil (R$ 300 mil), Bradesco (R$ 280

BRASIlEIRO PAGA R$ 1,8 BI DE IMPOSTO POR DIA Mesmo sem a CPMF, extinta no ano passado, a arrecadação federal bateu recorde no primeiro semestre deste ano. Se comparada com os seis pri-meiros meses do ano passado, a re-ceita de impostos e tributos federais cresceu 10,43%, já descontada a in-flação. O brasileiro pagou por dia, nes-te ano, R$ 1,820 bilhão em impostos. O secretário da Receita, Jorge Rachid, disse que o crescimento econômico e as ações administrativas e judiciais contra a sonegação foram os princi-pais responsáveis pela arrecadação de R$ 333,2 bilhões no semestre. Em junho, o governo arrecadou R$ 55,7 bi-lhões, 7% a mais que no mesmo mês de 2007, descontada a inflação. Folha de São Paulo (22/07/08)

BRASIlCAP TEM lUCRORECORDE A Brasilcap, empresa de títulos de capi-talização do Banco do Brasil, anunciou faturamento de R$ 1,1 bilhão no primei-ro semestre, crescimento de 19% em relação a igual período de 2007. O lucro líquido foi R$ 167 milhões, um recorde, influenciado pela venda de ações que a empresa tinha da Telemar, que rende-ram R$ 117 milhões.De janeiro a junho foram vendidos mais de 710 mil títulos de capitalização pela Brasilcap. As vendas foram puxadas pelos títulos comemorativos dos 200 anos do Banco do Brasil, que tiveram séries esgotadas e vão sortear em ou-tubro dois prêmios de R$ 5 milhões.Valor Econômico (25/07/08)

bRASIl

Ação Junho/Julho 2008 | 27

Page 28: DESCANSO NECESSÁRIO - ANABB · 2008-08-15 · pressão da Revista Previ em papel brilhante, ... Grupo Catho para “dar algumas dicas para os que desejam fazer carreira em uma em-presa”,

28 | Ação Junho/Julho 2008

OPINIÃO

ReSpONSABiliDADe AmpliADA

Assumo mais uma grande responsabilidade ao tomar pos-se como conselheiro deliberativo eleito da Previ, junto com os demais companheiros da Chapa 3, e não poderia deixar de re-gistrar, neste espaço, os princípios e compromissos que devo seguir para bem cumprir as novas atribuições que me foram confiadas pelo corpo social.

A Previ vivenciou inúmeras transformações em diferentes gover-nos e regimes. No momento, a entidade vive situação particularmen-te especial ao acumular, pelo 3º ano consecutivo, superávit em seu balanço. Por outro lado, a demora em dar início às negociações entre patrocinador e participantes vem causando desnecessária inquieta-ção no seio dos associados. Junte-se a isso, a expectativa em torno de mudanças anunciadas pela Secretaria de Previdência Comple-mentar (SPC) nas regras relacionadas à destinação de superávits dos fundos de pensão. E mais: as incertezas quanto ao rumo da eco-nomia mundial e seus eventuais reflexos na economia do país.

Este, portanto, será o quadro macro em que se dará o debate so-bre a destinação do superávit de 2007 da Previ. No plano interno da entidade, não faltarão polêmicas nem divergências. Mas ao final das discussões é sempre esperado que haja a saudável convergência de entendimento entre as partes interessadas.

No Plano de Benefícios 1 é possível identificar vários grupos: pré-67, pré-80, pré-97, pensionistas, pedevistas, contribuintes externos etc. Daí porque é fácil deduzir que dentro de um mesmo plano exis-tem interesses que não convergem naturalmente. Os desafios estão colocados sobre a mesa.

É nesse contexto que os eleitos assumem papel de destaque para levar a bom termo negociação que contemple, a um só tem-po, expectativas dos associados e o equilíbrio dos planos, para que estes sigam gerando, sempre, bons e melhores resultados. Acima de tudo, este momento bem define um dos pilares da democracia e a fortalece, pois consolida o mecanismo da representação. Nos caminhos que percorremos em campanha, é desejo dos associados de que os eleitos pautem suas ações pelos princípios da ética, da probidade, da competência, da isenção e do equilíbrio.

Os associados exigiram o compromisso de seguirmos construin-do um patrimônio que reverta em melhorias não só para esta gera-ção, mas também para os futuros associados da Previ. Nos diálogos que tivemos foi enfatizado que essa é uma tarefa conjunta de diri-gentes e participantes.

Os colegas foram movidos por sólidos sentimentos de solidarie-dade, desprendimento, generosidade e por uma cristalina visão de futuro. Os idealizadores da Previ buscaram, na prática do homem

do campo, as lições de paciência, perseverança e dedicação para preparar a terra e semear, visando colher, no futuro, os frutos que alimentam a vida. Assim, permitam-me aqui prestar a mais justa ho-menagem aos 54 funcionários que, no início do século passado, lan-çaram as sementes que produziriam um elevado e consistente grau de bem-estar, prosperidade e segurança aos associados.

Comprometidos com esses ideais e com as expectativas de que, a cada ciclo da vida, é nosso dever usar as energias para marchar-mos juntos, num único sentido, acolhendo, com o mais profundo sentimento de unidade, a novas e futuras gerações de funcionários, na construção de uma vida digna e feliz.

Em 1997, conquistamos a gestão paritária: patrocinadora e as-sociados passaram a dividir a responsabilidade da gestão. E esse fato trouxe equilíbrio nas ações e nas intenções de uma instituição que é o maior fundo de pensão da América Latina e está entre os 30 maiores do mundo. Ao Conselho Deliberativo, cabe a atribuição e a responsabilidade de indicar o rumo para onde a Previ deve seguir. Sua atuação exige que os titulares do mandato tenham a atenção voltada tanto para os justos interesses dos associados, como para a busca de eficácia nos investimentos.

Nosso compromisso é atuar nessa linha divisória, preservando o equilíbrio do fundo de pensão e buscando melhorias para os as-sociados. A existência da Previ se justifica pela existência de seus associados.

Reafirmo, por isso, o compromisso de manter sempre fir-mes os ideais e os valores que nortearam a criação da Previ. Vamos buscar a justiça e a eqüidade em nossas deliberações, que afetarão o futuro de milhares de famílias. Temos consciên-cia dessa alta responsabilidade.

Não poderia deixar de registrar a importância das entidades que abdicaram de vaidades e uniram forças conosco num pro-jeto para defender a Previ. É mais que imperioso impedir que interesses individuais prevaleçam sobre os coletivos. A parte não pode se sobrepor ao todo. Certamente, não será razoável e adequado que uma parte esteja bem se o todo estiver mal. A todos que nos apoiaram, parceiros e amigos, registro minha gra-tidão e meu agradecimento sinceros. Neste ponto, faço ressalva pessoal, para agradecer à ANABB, na pessoa de seu presiden-te, Valmir Camilo, pois essa entidade é a minha escola, é meu aprendizado e deu-me a oportunidade de representá-la.

O Brasil e o Banco do Brasil precisam de trabalhadores eficazes, porém felizes e satisfeitos. É o que desejamos para todos os envolvi-dos com a Previ, e para isso trabalharemos com afinco.

WIllIAM jOSé AlVeS beNTO é diretor Administrativo Financeiro da ANABB – [email protected]

28 | Ação Junho/Julho 2008