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Desenvolvendo autonomia nos Elisângela Campos Rodrigues ESTUDOS A DISTÂNCIA 2009

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Desenvolvendo autonomia nos

Elisângela Campos Rodrigues

ESTUDOS A DISTÂNCIA

2009

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IESDE Brasil S.A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br

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Imagem da capa: IESDE Brasil S.A.

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

R612d

Rodrigues, Elisângela CamposDesenvolvendo autonomia nos estudos a distância. / Elisângela Campos Rodri-

gues. – Curitiba, PR: IESDE, 2009.76 p.

Inclui bibliografiaISBN 978-85-387-0423-2

1. Ensino à distância. 2. Autonomia. 3. Aprendizagem. 4. Estratégias de apre-dizagem. 5. Autodidatismo. 6. Método de estudo. 7. Autogerenciamento (Psicolo-gia). 8. Desempenho. I. Inteligência Educacional e Sistemas de Ensino. II. Título.

09-3280 CDD: 658.5CDU: 658.5

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Especialista em Comportamento Organizacional e Gestão de Pessoas pela Escola Superior Aberta do Brasil. Tecnóloga em Gestão de Pessoas pelo Centro Tecnoló-gico Faesa. Professora e consultora nas áreas de administração e gestão de pesso-as, design instrucional e tutora de cursos na modalidade EAD. Pesquisadora nas áreas de comportamento e gestão organizacional e educação a distância.

Elisângela Campos Rodrigues

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Sumário

A desafiante educação: contextualizando a educação a distância ....................... 13

A educação a distância ............................................................................................................ 13

Os desafios da educação a distância no Brasil ................................................................ 18

Modalidade a distância versus modelo presencial ........................................................ 20

A realidade do aprendiz .......................................................................................................... 21

Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender ....................................................... 29

O que é aprender ...................................................................................................................... 29

Como se aprende ...................................................................................................................... 30

A aprendizagem na EAD ......................................................................................................... 33

Estilos de aprendizagem......................................................................................................... 35

A autonomia............................................................................... 43

O aprendiz autônomo ............................................................................................................. 44

O comportamento do aprendiz ........................................................................................... 45

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Melhorando o desempenho nos estudos ....................... 49

Autoavaliação ............................................................................................................................. 50

Preferências de estudos e estratégias de aprendizagem ........................................... 58

Novo hábito ou novo aprendizado? ................................................................................... 68

Referências .................................................................................. 71

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Apresentação

O curso Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância é um projeto que acredita que por meio do autoconhecimento é possível desenvolver caracterís-ticas e habilidades importantes para o bom desempenho nos estudos. Na EAD, o aprendiz assume que é responsável por sua aprendizagem e seu desempenho nos estudos.

A autonomia é uma qualidade indispensável para os estudos a distância. Nossa proposta é apresentar a você a importância da autonomia nos estudos a distância e ajudá-lo a dar o primeiro passo nessa iniciativa.

A aprendizagem é o resultado do esforço e da dedicação do indivíduo!

E foi pensando na sua maneira de perceber, assimilar e interpretar as infor-mações, aplicando recursos simples e orientando sobre a necessidade de adotar uma nova atitude que criamos este material para que você, no final do curso, tenha reunido as competências necessárias para

identificar qualidades para o desenvolvimento da autonomia nos �estudos;

desenvolver competências que permitam gerenciar o aprendizado �autônomo;

definir estratégias que facilitem a aprendizagem autônoma; �

elaborar o seu plano de estudos personalizado. �

Na primeira unidade, vamos conhecer um pouco da história, do contexto e dos desafios da EAD. Nessa etapa, você será convidado a refletir sobre a realidade do aprendiz nos dois modelos de ensino: presencial e a distância. Vai entender a influência da cultura do ensino presencial e se preparar para conhecer algumas teorias e estilos de aprendizagem, tema da segunda unidade do curso.

Nessa segunda etapa, você vai compreender conceitos relacionados à dimen-são da aprendizagem e, mais especificamente, à aprendizagem a distância. Vai entender como se dá a aprendizagem, além de refletir sobre os estilos de apren-dizagem e o seu próprio estilo.

Na terceira unidade, vai saber sobre a autonomia, identificar qualidades para o desenvolvimento da autonomia nos estudos e discutir estratégias que facilitem a aprendizagem autônoma.

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E então já estará preparado para a mudança. Chegou o momento de colocar em prática tudo o que foi apresentado. Na última unidade, você é convidado a trabalhar com as suas competências para gerenciar o seu aprendizado pela cria-ção de um plano de estudos por você mesmo.

Desenvolver a autonomia tem sido um dos grandes desafios para a educação. Na Era da Informação e do Conhecimento, a aprendizagem e o bom desempenho nos estudos passaram a ser responsabilidade do próprio indivíduo.

E então?

Preparado para o desafio?

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O conhecimento deve permitir ao ser humano satisfazer suas necessidades, sejam

materiais, intelectuais ou espirituais.

Auguste Comte

Para criar o fio condutor do nosso curso, vamos destacar alguns fatores que marcaram a história e a evolução do ensino a distância. Além disso, vamos começar a entender como o aluno que estuda a distância está in-serido nesse contexto. No início, vamos apenas localizar e orientar a trilha a seguir.

Nosso curso tem uma estrutura baseada na colaboração, uma valiosa e essencial vantagem da educação a distância. Embora um plano de ação já tenha sido desenvolvido, não há como adotarmos uma receita pronta para desenvolver a autonomia nos estudos. Cada um encontra-se em uma dimensão muito particular para desenvolver essa habilidade. Daqui para frente, estaremos juntos para entender melhor como se dá esse processo. Então, vamos à proposta de hoje: o contexto da educação a distância.

A educação a distânciaNessa modalidade de ensino, a educação possui objetivos e preocu-

pações semelhantes à educação presencial. A educação a distância (EAD) tem como propósito promover o conhecimento, estimular o senso crítico, formar cidadãos, possibilitar o acesso à cultura – enfim, objetivos que se assemelham e percorrem as mesmas ideologias da educação presencial. No Brasil, além dos propósitos educacionais, a EAD é uma alternativa es-tratégica e eficaz que permite ultrapassar as barreiras geográficas e possi-bilita o acesso à educação.

Mas quando o assunto é educação a distância, diversas polêmicas são levantadas. Uma dessas questões é o fator distância. Há de se convir que distância é uma expressão um tanto relativa. Analisando o contraponto entre educação presencial e educação a distância, a única diferença está

A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

no ambiente em que se desenvolve o processo de aprendizagem e alguns dos recursos utilizados.

Para ficar mais claro, vamos limitar nossa reflexão ao caso do aprendiz. Nas circunstâncias que analisamos, a distância vai modificar o ambiente de estudo e o modelo de interação. E como isso vai mudar? No caso do aluno que estuda a distância, o ambiente se define a partir da sua preferência e da disponibilidade, e, claro, da metodologia e dos recursos utilizados no curso.

Preferência e disponibilidade: onde e quando se vai estudar?

Em casa ou na escola?

Qual o melhor horário para estudar hoje?

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es.

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

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Metodologia e recursos: o que é necessário?

Preciso de conexão com a internet ou apenas um computador?

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S.A

.

A primeira ideia, quando falamos de distância, é a de uma não presencialida-de. Porém, quantas vezes já estivemos longe enquanto o professor ministrava uma aula presencial? Entende agora o porquê de se considerar a expressão a distância um tanto relativa? Sabemos aproveitar uma aula presencial?

Mas, afinal, o que é presença? Ou melhor, que presença ideal seria essa?

As suposições contrárias à educação a distância alegam que o problema dessa modalidade é a falta de interação. Contudo, na prática da educação a distância, a necessidade de interação é uma constante. Diversas são as formas de interação.

Segundo Moore e Anderson (2003), os tipos de interação existentes na EAD são

aluno-professor – para esclarecer dúvidas, o aluno entra em contato com �o professor e o professor retorna os esclarecimentos ao aluno;

aluno-aluno – por meio de interações virtuais ( � e-mail, chat e fórum) ou mesmo em encontros presenciais;

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

aluno-conteúdo – o aluno toma conhecimento do conteúdo a ser estuda- �do por meio dos recursos midiáticos;

professor-conteúdo – o professor elabora o conteúdo, apresenta dicas de �estudo ou sugere bibliografia básica e complementar;

professor-professor – professores, inclusive de áreas de conhecimento �diferentes, discutem programas e planos de disciplina ou produzem um material didático em conjunto;

conteúdo-conteúdo – diante de uma proposta interdisciplinar, os conteú- �dos abordados se complementam (temos um exemplo de interdisciplina-ridade neste curso, pois o conteúdo que você vai estudar trabalha concei-tos relacionados à educação, à psicologia, à sociologia e à filosofia).

De acordo com a metodologia de cada instituição, podem ser utilizados todos os tipos de interação ou parte deles, sem que isso prejudique a aprendizagem do aluno. A opção por determinado tipo de interação leva em conta a realidade do público que se pretende alcançar.

Retornando à discussão sobre a presencialidade, vamos pensar no tradicional modelo de ensino, imaginemos uma aula presencial. Quais fatores podem com-prometer a qualidade dessa aula com relação à presencialidade?

Diversos fatores podem comprometer uma aula: o cansaço, a distração e o método do professor são alguns deles. Assim, podemos concluir que a distância serve apenas para identificar a separação geográfico-temporal.

Mais que isso, a distância define um cenário diferente do que ocorre no ensino presencial. Temos, como exemplo disso, a ausência física de um profes-sor, o estilo de comunicação e as formas de encontro. Essas são situações que, além de caracterizarem a EAD e – de certa maneira, causarem uma espécie de desconforto aos defensores do ensino presencial –, na verdade funcionam como estímulo à aprendizagem.

A metodologia da EAD estimula o aprendiz a lançar mão da sua autonomia para aprender, e aprender por conta própria, sem depender de alguém que lhe diga “agora estude isso, depois, faça aquilo”.

Outras características importantes no contexto da EAD são a flexibilidade, a portabilidade, a formação permanente e personalizada, o investimento finan-ceiro (que para o estudante é inferior quando comparado ao ensino presencial),

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

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o incentivo e a valorização da capacidade de autoaprendizagem, favorecendo a formação de bons hábitos como planejamento, autonomia, responsabilidade, gerenciamento do tempo e tantos outros.

Uma realidade diferente do ensino presencial, concorda? Mas onde, como e quando tudo começou?

Há divergências sobre qual foi a primeira experiência em educação a distân-cia e qual a primeira instituição a implementar um programa da modalidade, contudo os autores são unânimes em reconhecer que a mais relevante das expe-riências iniciais foi a Open University da Inglaterra, criada no ano de 1969. Uma open university, uma universidade aberta, é uma instituição de ensino superior a distância.

Linha do tempo

Para conferir a linha do tempo da história da educação a distância e co-nhecer outros registros históricos importantes (inclusive no Brasil), acesse: <www.dipity.com/user/liscamposr/timeline/Historico_da_EAD>.

Basicamente, são três os principais momentos1 que marcam a evolução da EAD no mundo:

escrita – entre os anos de 1850 e 1960, caracterizando-se pelos cursos por �correspondência;

teledifusão – a partir de 1970, quando surgiram as primeiras universidades �abertas e os recursos utilizados para comunicação foram diversificados;

tecnologia informática – a partir dos anos 1990, em uma fase bastante �conhecida por nós e caracterizada pelo uso de computadores pessoais e da internet.

Com os avanços da tecnologia, dos sistemas de comunicação e de infor-mação, incorpora-se o conceito de tecnologia da informação e comunicação (TIC), que se caracteriza principalmente pela desterritorialização, a fluidez e a flexibilidade. A partir disso, parece não haver limites para o uso das tecnolo-gias na educação.

1 Em função das divergências entre os autores que tratam do assunto, é interessante saber que as datas utilizadas nesta anotação de leitura têm referência na dissertação de mestrado de Rosângela Schwarz Rodrigues (1998). Em suas pesquisas, você poderá encontrar variações que vão de dez a cinco anos para mais ou para menos.

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

A internet no Brasil

Para conferir como a Internet chegou ao Brasil, e continua a crescer e se fortalecer, acesse:

ComCiência: �

<http://www.rnp.br/noticias/imprensa/2001/not-imp-010310.html>.

<http://homepages.dcc.ufmg.br/~mlbc/cursos/internet/historia/Bra- �sil.html>.

Entrevista com Demi Getchko, o “pai da internet no Brasil”: �

<http://www.recordnewstv.com.br/linkbrasil/default.asp?p=9>.

Os números da EAD no Brasil

Evolução da educação a distância no Brasil em instituições oficialmente autorizadas

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)

Vagas Inscrições Concluintes

2000 6.430 8.002 460

2001 6.856 13.967 221

2002 24.389 29.702 1.712

2003 24.025 21.873 15.187

2004 187.828 53.930 6.797

2005 427.536 236.561 13.466

2006 814.635 431.633 26.457

Os desafios da educação a distância no BrasilApesar do crescimento, ainda há preconceitos e resistências acerca da moda-

lidade a distância. Se voltarmos à linha do tempo para consultar os registros da EAD no Brasil, veremos que diversas iniciativas não obtiveram sucesso. Imagine que uma dessas experiências registrou índice de não aprovação igual a 77% do total de inscritos.

Porém, não há como responsabilizar o passado e restringir esses insucessos à EAD. A oposição que recheia muitos debates sobre a modalidade de ensino é

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

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fundamentada não apenas na história da EAD mas também na história da edu-cação no país.

Segundo Nunes (apud RODRIGUES, 1998), alguns dos problemas mais sig-nificativos que impediram o progresso e a massificação da modalidade EAD no Brasil estavam relacionados à organização de projetos, à descontinuidade dos programas, a programas pouco vinculados às reais necessidades do país e outros de ordem operacional e administrativa.

E há ainda outros fatores que impediram o progresso da EAD no país. Vejamos!

Mesmo com o facilitado acesso às novas tecnologias, a introdução de proje-tos voltados à informação e à comunicação ainda representa altos investimentos de implantação e de manutenção.

Outro problema é de ordem didática, representada pela educação tradicional e o seu modelo de dependência, a necessidade de presença física e do professor como centro do saber. A educação tradicional configurou uma cultura de trans-ferência e não uma cultura autônoma, de pesquisa e questionamentos fundados em conversas inteligentes.

Outras reflexões sobre a EAD abordam as diferenças entre disponibilizar conhecimento e formar profissionais, o que vem norteando discussões sobre certificação e diplomação. Enfim, não faltam opiniões e debates. As discussões sobre os desafios da EAD parecem seguir a mesma velocidade da evolução da tecnologia.

Entre os problemas mais significativos que dificultaram o progresso e a mas-sificação da modalidade EAD no Brasil, identificamos aqueles de ordem cultural, tecnológica e operacional. Contudo, hoje a preocupação e os maiores desafios da EAD estão voltados às metodologias de ensino associadas às novas mídias, às avaliações de aprendizagem e às relações interpessoais.

Essa realidade influencia não apenas os modelos educacionais mas também a mudança de comportamento – mudança essa que vai desde a sua própria ade-quação às novas tecnologias, passando pelo método de ensino e chegando à formação autônoma do aluno, refletindo inclusive as novas exigências do mer-cado de trabalho, que passou a requerer profissionais mais dinâmicos, multidis-ciplinares e proativos.

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Desse modo, o professor passa a assumir na sociedade do conhecimento um papel diferente (facilitador da aprendizagem) e o aluno também se reveste de uma nova postura (aprendiz autônomo).

Modalidade a distância versus modelo presencial

A sociedade do conhecimento valoriza métodos de acesso e apropriação da informação, o aprendiz assume que é responsável por sua aprendizagem e seu desempenho no processo, desenvolve e valoriza a ação colaborativa, assume uma nova postura.

Neste curso, falaremos especialmente de uma qualidade indispensável para os estudos a distância – a autonomia:

[...] educar não é simplesmente fazer com que o aluno memorize uma sequência de informações; trata-se de fazer com que o aluno seja capaz de compreender conceitos a partir de vinculação dos mesmos com a realidade próxima e de reinterpretá-los. (TERESO apud SOUZA; SAITO, 2005)

Os autores não utilizaram a ideia citada com a intenção que pretendemos. Na situação, o que eles mencionam está associado à importância da qualidade e do direcionamento dado à produção didática. Mas vamos além dessa interpre-tação de modo quase atrevido: não apenas o material, os recursos audiovisuais e outras mídias – o aprendiz tem grande responsabilidade nisso também. Ele precisa compreender conceitos e reinterpretá-los segundo sua realidade mais próxima, lembrando que pode contar com a figura do facilitador por meio da interação com ele e com os demais sujeitos envolvidos.

Desenvolver a autonomia não é tarefa fácil, ainda mais quando fortalecida pelo caráter imediatista da sociedade moderna. Claro que outros fatores estão inseridos nesse contexto – por exemplo, a nossa cultura educacional, que in-fluencia diretamente alguns tipos de comportamento. Para alcançar a autono-mia nos estudos, precisa ter persistência.

O primeiro passo é buscar a resposta sobre o que necessita ser melhorado, conforme asseverou Joelma de Riz em grupo de discussão mantido pela Fun-dação de Assistência e Educação (Faesa), “Quando um estudante faz essa des-coberta, aprende com mais facilidade, porque sabe a razão pela qual é preciso aprender. [...] No final das contas, as nossas atitudes valem mais que nossas palavras!”

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

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É preciso

libertar a curiosidade, permitir que as pessoas assumam o encargo de seguir em novas direções ditadas por seus próprios interesses, desencadear o senso de pesquisa, abrir tudo à indagação e à análise, reconhecer que tudo se acha em um processo de mudança. [...] De tal contexto emergem verdadeiros estudantes, aprendizes reais, cientistas, eruditos e profissionais com capacidade criadora. (ROGERS, 1978, p. 111)

Assim, busque reconhecer suas reais e verdadeiras necessidades e explore as suas dúvidas, os seus questionamentos. Se procurarmos entender por que algum estudante destaca-se mais que outros, vamos descobrir que o “segredo” (que não é tão secreto assim) está em assumir uma postura de pesquisa, de exploração.

A educação a distância cresce, isso é fato, e a tendência é que as pessoas se ajustem ao processo, umas mais rapidamente que outras. Com a EAD vai acon-tecer o mesmo que aconteceu com o uso dos computadores, as pessoas tiveram de se adaptar e aprender a utilizar, em um processo em que estavam conscientes do seu papel – o de aprender.

O conteúdo de qualidade, o ambiente dinâmico e o tutor preparado são ele-mentos muitíssimo importantes, mas é o aprendiz autônomo que fará a diferen-ça, sendo capaz de desnudar os mitos que ainda resistem na EAD.

A realidade do aprendizEmbora a EAD já tenha alguma história com a utilização de recursos como

correspondência, rádio e TV, ela ainda é jovem com relação à utilização das TICs. Durante muitos anos, a educação tradicional foi a principal maneira de educar e com ela incorporamos a ideia de que sem um professor não se aprende, sem a rotina da escola não se estuda. É uma questão cultural, que pode ser transforma-da à medida que mudamos o nosso comportamento.

As TICs ganharam espaço e são utilizadas como recursos auxiliares para a educação, já que a infinidade de possibilidades e recursos que proporcionam causa nas pessoas uma enorme admiração, um frenesi diante daquela novi-dade e do que ela pode oferecer. Contudo, de uns tempos para cá, quando a questão da tecnologia já não é tão surpreendente, os desafios da educação a distância tomaram a vez e passaram a concentrar discursos sobre os aspectos psicossociais da autoaprendizagem e das condições para alcançá-la no am-biente virtual.

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Embora a tecnologia já esteja bastante inserida no cotidiano e não surpreenda tanto quanto antes, o aprendiz ocupa um espaço na realidade ainda transitório da educação a distância ainda transitória. Muitos ainda incorporam as práticas da educação tradicional e não se adaptam à realidade da EAD. Marc Prensky (2001) in-troduziu os conceitos de nativos e de imigrantes digitais. O primeiro refere-se àque-las pessoas que desde pequenas já mantêm contato com as novas tecnologias e o segundo refere-se àquelas que incorporaram ou ainda vivem esse processo no meio digital.

Prensky elaborou esses conceitos com base na inserção das novas tecnolo-gias e dos novos hábitos de sobrevivência no mundo digital. É possível aplicar os conceitos de Prensky à educação a distância, ou seja, definir aprendizes nativos e imigrantes, um que já desenvolveu habilidades e competências para estudar a distância e o outro que ainda está em adaptação.

Na EAD, a realidade do aprendiz exige reflexões para entender as maneiras de se promover e valorizar a capacidade de autoaprendizagem e disciplina, como se automotivar, como estabelecer relações entre aquilo que se aprende e aquilo que se vive, como aproveitar melhor o tempo, como trabalhar as resistências pessoais, superar preconceitos e tantas outras particularidades.

On-line

Em 1981, o Western Behavioral Sciences Institute (WBSI) criou a School of Management and Strategic Studies (SMSS) e essa escola empregou, pela primeira vez no mundo, um programa de educação a distância on-line.

Para pensarDurante dois anos, o programa on-line da WBSI reuniu executivos de 26 países.

A cada seis meses, uma reunião presencial era realizada.

A seguir, apresentamos algumas características do curso e da metodologia aplicada.

Discussões temáticas mensais por � e-mail.

Abordagem de assuntos como globalismo e interdependência; corpora- �ções e governo; tecnologia e gestão da mudança; meio ambiente, capital e produtividade; organização e recursos humanos; gestão, filosofia e ética.

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

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Comentários intercalados, modelo assíncrono (isto é, modelo sem sincro- �nia, sem intervalos regulares).

A participação dos membros acontecia em casa ou no escritório. �

Além disso, não havia relato de experiências anteriores; não se sabia em que periodicidade atender ao aluno, nem como atendê-lo; não havia previsão de posturas e comportamentos dos membros (desistência, desinteresse, silêncio ou insatisfação); não havia recursos como os que temos hoje (conexão rápida, ferramentas dinâmicas, imagens dinâmicas, MP4 etc.), a aprendizagem funda-mentava-se puramente nas discussões.

Conclusão: mesmo em uma experiência inédita, a escola não somente de-monstrou ter atingido os objetivos educacionais como também criou uma co-munidade, uma rede de comunicação. Conseguiu reunir resultados e impressões dos participantes em relatos de experiências de aprendizagem de alto nível, e também identificou alto nível de satisfação entre os membros, o que justifica o aumento no número de participantes: novas turmas tiveram de ser formadas e a procura foi tanta que por fim a experiência durou dez anos.

Conhecendo parte da experiência da WBSI e um pouco mais da história da educação a distância, o que você, aprendiz, considera necessário para o seu aproveitamento nos estudos? Existe algo que precisa ser melhorado? No seu ambiente de curso a distância, existe algo que você considera um desafio a su-perar? Qual é o seu desafio na EAD?

Texto complementar

A sociedade da aprendizagem e o desafio de converter informação em conhecimento

(POZO, 2009)

Nossa sociedade vive momentos paradoxais do ponto de vista da aprendi-zagem. Por um lado, há cada vez mais pessoas com dificuldades para apren-der aquilo que a sociedade exige delas, o que, em termos educacionais, cos-tuma ser interpretado como um crescente fracasso escolar. [...] Quem nunca se deparou com estatísticas preocupantes sobre os baixos índices de leitura

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e de aprendizagem dos alunos? Contudo, [...] o tempo dedicado a aprender estende-se [...] na história pessoal e social, ampliando a educação obrigató-ria, impondo uma aprendizagem ao longo de toda a vida [...].

Nunca houve tantas pessoas aprendendo tantas coisas ao mesmo tempo como em nossa sociedade atual. De fato, podemos concebê-la como uma sociedade da aprendizagem, uma sociedade na qual aprender constitui não apenas uma exigência social crescente [...]. Além disso, essas demandas cres-centes de aprendizagem produzem-se no contexto de uma suposta socie-dade do conhecimento, que não apenas exige que mais pessoas aprendam cada vez mais coisas, mas que as aprendam de outra maneira, no âmbito de uma nova cultura da aprendizagem, de uma nova forma de conceber e gerir o conhecimento, seja da perspectiva cognitiva ou social.

A nova cultura da aprendizagem: da informação ao conhecimento[...] conhecer as características que definem essas novas formas de apren-

der é não apenas um requisito para podermos adaptar-nos a elas, crian-do novos espaços instrucionais que respondam a essas demandas, como também uma exigência para podermos desenvolvê-las, aprofundá-las e, em última análise, através delas, ajudar a transformar essa sociedade do conhe-cimento, da qual supostamente fazemos parte. Se realmente acreditamos que é possível um outro mundo – e temos de acreditar nisso para desejá-lo – é preciso investir no conhecimento e, seguramente, na aprendizagem.

Enquanto a imprensa tornou possíveis novas formas de ler, as quais, sem dúvida, mudaram a cultura da aprendizagem, as tecnologias da informação estão criando novas formas de distribuir socialmente o conhecimento, que estamos apenas começando a vislumbrar, mas que, seguramente, tornam necessárias novas formas de alfabetização (literária, gráfica, informática, científica etc.). Elas estão criando uma nova cultura da aprendizagem [...] Hoje, qualquer pessoa informaticamente alfabetizada pode criar sua própria página web e divulgar suas ideias [...].

No entanto, para desvendar esse conhecimento, [...] exigem-se maiores capacidades ou competências cognitivas dos leitores dessas novas fontes de informação, cujo principal veículo continua sendo a palavra escrita, embora

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

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não seja mais impressa. Mas – aviso aos navegantes! – não se trata apenas de aprender a navegar pela internet para não “naufragar” de vez; é preciso considerar também que a construção do próprio olhar ou da leitura crítica de uma informação tão desorganizada e difusa requer do leitor ou do nave-gante novas competências cognitivas.

Graças a essas novas tecnologias da informação, a escola, em nossa socie-dade, já não é a primeira fonte de conhecimento para os alunos e, às vezes, nem mesmo a principal, em muitos âmbitos. [...] a escola já não pode propor-cionar toda a informação relevante, porque esta é muito mais volátil e flexível [...], o que se pode fazer é formar os alunos para terem acesso e darem sen-tido à informação, proporcionando-lhes capacidades de aprendizagem que lhes permitam uma assimilação crítica da informação. Formar cidadãos para uma sociedade aberta e democrática, [...] e, mais ainda, formá-los para abrir e democratizar a sociedade requer dotá-los de capacidades de aprendizagem, de modos de pensamento que lhes permitam utilizar estrategicamente a in-formação que recebem, para que possam converter essa informação – que flui de maneira caótica em muitos espaços sociais – em conhecimento ver-dadeiro, em um saber ordenado. [...]

Como consequência dessa multiplicação informativa, [...] experimenta-mos uma crescente incerteza intelectual e pessoal. [...] Vivemos na era da incerteza, na qual, mais do que aprender verdades estabelecidas e indiscu-tíveis, é necessário aprender a conviver com a diversidade de perspectivas, [...] com a existência de múltiplas interpretações de toda informação, para construir, a partir delas, o próprio juízo ou ponto de vista. [...] Não cabe mais à educação proporcionar aos alunos conhecimentos como se fossem verda-des acabadas; ao contrário, ela deve ajudá-los a construir seu próprio ponto de vista, sua verdade particular a partir de tantas verdades parciais. [...]

[...] No ritmo da mudança tecnológica e científica em que vivemos, nin-guém pode prever quais os conhecimentos específicos que os cidadãos pre-cisarão dominar dentro de 10 ou 15 anos para poder enfrentar as demandas sociais que lhes sejam colocadas. O sistema educacional não pode formar especificamente para cada uma dessas necessidades; porém, pode formar os futuros cidadãos para que sejam aprendizes mais flexíveis, eficazes e au-tônomos, dotando-os de estratégias de aprendizagem adequadas, fazen-do deles pessoas capazes de enfrentar novas e imprevisíveis demandas de aprendizagem.

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

O ensino de novas competências para a gestão do conhecimentoUma das metas essenciais da educação, [...] seria, portanto, fomentar nos

alunos capacidades de gestão do conhecimento ou [...] gestão metacogniti-va [...], esse é o único meio de ajudá-los a enfrentar as tarefas e os desafios que os aguardam na sociedade do conhecimento. Além de muitas outras competências interpessoais, afetivas e sociais [...] a nova cultura da aprendi-zagem requer [...]

competências para a aquisição de informação; �

competências para a interpretação da informação; �

competências para a análise da informação; �

competências para a compreensão da informação; �

competências para a comunicação da informação. �

[...] Por isso, a nova cultura da aprendizagem exige um novo perfil de aluno e de professor, exige novas funções discentes e docentes, as quais só se tornarão possíveis se houver uma mudança de mentalidade, uma mudan-ça nas concepções profundamente arraigadas de uns e de outros sobre a aprendizagem e o ensino para encarar essa nova cultura da aprendizagem.

[...] Nesse sentido, o valor crescente do conhecimento, assim como sua gestão social em nossa sociedade, deveria revalorizar a importância dos processos de aprendizagem ou de aquisição de conhecimento, já que cons-tituem uma das ferramentas mais poderosas para essas novas formas de gestão social do conhecimento. [...] Em suma, na sociedade da aprendiza-gem, converter esses sistemas culturais de representação em instrumentos de conhecimento – fazer um uso epistêmico deles – requer apropriar-se de novas formas de aprender e de relacionar-se com o conhecimento. Esse é um dos maiores desafios a ser enfrentados por nossos sistemas educacionais nas próximas décadas.

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A desafiante educação: contextualizando a educação a distância

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Dicas de estudoNova edição do Anuário revela crescimento da EAD: Anuário de Educação �a Distância revela crescimento da EAD no Brasil.

Texto informativo do lançamento da terceira edição do Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (Abraead/2007), realizado pela As-sociação Brasileira de Educação a Distância (Abed) em parceria com o Instituto Monitor e com o apoio da Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação (Seed/MEC).

Disponível em: <http://www2.abed.org.br/noticia.asp?Noticia_ID=275>.

SALA DE LEITURA Escola Net Educação Continuada. �

Sala virtual de leitura com diversos textos sobre educação a distância.

Disponível em: <http://www.escolanet.com.br/sala_leitura/leitura_abert.html>.

Histórico da EAD. �

Linha do tempo sobre a história da EAD reunindo abordagens do marco ini-nial, principais experiências no Brasil e no mundo.

Disponível em: <http://www.dipity.com/user/liscamposr/timeline/Historico_da_EAD>.

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Aprender a aprender é fundamental para que se conquiste a autonomia.

Grosbaum

O que você aprendeu hoje? – se lhe fizessem essa pergunta, como você reagiria? Certamente faria uma pausa para pensar. Razão disso? Intuitivamente, sabemos o que é aprender e na maturidade, quando os processos mais complexos já foram apreendidos, o processo torna-se tão diluído nas práticas diárias que sequer nos damos conta de que aprende-mos a todo instante.

O que é aprenderCom o passar do tempo e a adoção de uma rotina e de um estilo de

vida agitado, a aprendizagem se torna quase que automatizada e despro-vida de “fortes emoções”. Muitas tarefas são realizadas automaticamente. Com o avanço das tecnologias e a velocidade com que a informação e a comunicação se processam atualmente, o reconhecimento da aprendiza-gem está diluído no cotidiano. E todo esse contexto impulsiona o homem à mudança, ou seja, a uma nova postura no que se refere à aquisição de conhecimento.

Aprender significa adquirir conhecimento, instruir-se, adquirir habilida-de prática e compreensão: “aprender é um processo que se dá no decorrer da vida, permitindo-nos adquirir algo novo em qualquer idade” (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2003, p. 115). Sendo assim, o homem vive em cons-tante aprendizagem, aprende com as descobertas, com o resultado de experiências (erros e acertos) e também aprende pelo ensino, pela obser-vação, pela utilização de recursos tecnológicos etc.

Para Gibson, Ivancevivh e Donnelly,

a aprendizagem acontece quando provocamos uma mudança de comportamento relativamente estável, resultante da prática. A expressão relativamente estável quer dizer mudança comportamental mais ou menos permanente. O termo prática pretende significar o treinamento formal e as experiências que escapam ao controle.

Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

[...] O processo da aprendizagem não pode ser observado diretamente, deve ser inferido a partir das mudanças comportamentais. (GIBSON; IVANCEVIVH; DONNELLY, 1998, p. 115)

Essas mudanças comportamentais são conduzidas a partir das predisposi-ções biológicas e psicológicas que influenciam a aprendizagem e, além desses fatores, temos ainda o contexto no qual está inserido o sujeito.

Para que você estuda?

PARA TIRAR BOAS NOTAS

Não adquire valores

Não aprende a questionar

Não constrói

Torna-se passivo

Torna-se objeto

ALIENAÇÃO

PARA APRENDER

Adquire valores

Questionamento crítico e criativo

Capacidade de construir

Torna-se criativo

Torna-se sujeito

TRANSFORMAÇÃO

Como se aprendeA aprendizagem ocorre na dimensão individual do sujeito, processa-se a

partir da classificação que damos aos objetos, às situações, às experiências. Ela ocorre como resultado da interação de processos internos com o mundo exte-rior por meio de estímulos visuais ou auditivos. Embora a aprendizagem ocorra em uma dimensão particular, ela é produto de uma interação.

Inúmeras foram as experiências desenvolvidas com o intuito de decifrar o modo como se processa a aprendizagem e diversos são os princípios que ex-

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

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plicam o processo da aprendizagem. Esses princípios têm a sua importância, porém eles não são nosso propósito no curso. Nessa etapa, principalmente, o importante é identificar e reconhecer que existem diferenças no aprendizado. De modo a simplificar os estudos experimentais e suas leis, dentre tantas experi-ências relevantes, são utilizadas duas orientações para explicar a aprendizagem, uma reunião de ideias que facilitam a compreensão desse processo: a teoria do condicionamento e a teoria cognitiva.

Teorias da aprendizagem: condicionamento e teoria cognitiva

A teoria do condicionamento considera que a aprendizagem é consequência do comportamento. Os behavioristas ou comportamentalistas, como são chama-dos os teóricos dessa linha de pensamento, argumentam que aprendemos pra-ticando, aprendemos quando criamos o hábito.

Já a teoria cognitiva define que a aprendizagem é resultado da interação do sujeito com o mundo exterior. Os cognitivistas, como são chamados, defendem que o aprendizado é resultado da abstração de nossas vivências: aprende-se re-lacionando ideias e conceitos.

Observe o quadro comparativo das duas teorias.

AprendizagemTeorias da Aprendizagem

Condicionamento Cognitiva

Como a aprendizagem se processa?

Aprender é um hábito, aprende-se praticando.

Aprender é resultado de uma relação entre ideias e concei-tos. Aprende-se abstraindo o que já foi experimentado.

Como a aprendizagem se conserva?

Pela repetição. Pelos processos cerebrais centrais, como atenção e memória.

Como ela é aplicada às novas situações?

Pela percepção de seme-lhanças e aplicação dos hábitos passados.

Por meio de uma compreen-são interna, pela reflexão, pela abstração.

Apesar das experiências de comprovação científica e dos confrontos dedu-tivos e ideológicos entre os defensores de cada modelo, não há como assumir uma única teoria como verdadeira.

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

A partir desses dois eixos principais (comportamentalismo e cognitivismo), novas abordagens foram estruturadas com pequenas adaptações.

Entre os principais representantes no grupo dos comportamentalistas estão Ivan Pavlov (1849-1936), Edward.L. Thorndike (1874-1949), John B. Watson (1878-1958) e B. F. Skinner (1904-1990).

Entre os cognitivistas, William James (1842-1910), Jean Piaget (1896-1980), David Ausubel (1918-) e L. S. Vygotsky (1896-1934).

Na proposta dos cognitivistas, o processo de organização das informações e da interação pode ser definido de duas maneiras: aprendizagem mecânica e aprendizagem significativa (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2003).

A aprendizagem mecânica é arbitrária e a partir de uma interação não ocor-rem associações com conceitos já existentes. É o que acontece quando se decora um texto: embora seja possível reproduzir o conteúdo, não é possível compre-endê-lo nem fixá-lo por muito tempo.

Na aprendizagem significativa, acontece o contrário, pois recebida uma in-formação há uma tendência para reunir e relacionar conceitos já existentes em busca da compreensão e assimilação de um conteúdo. A proposta do nosso curso é um exemplo de aprendizagem significativa – partindo do reconheci-mento de suas habilidades, você poderá relacioná-las e transformá-las em um modelo de estudo que atenda às suas necessidades.

Uma visão bastante interessante e que vem sendo bastante discutida no âmbito da EAD é a abordagem humanista. Para os humanistas, o indivíduo é con-siderado em sua totalidade. Os pesquisadores dessa tendência não buscam ex-plicações segundo leis universais e absolutas. Antes, consideram aspectos como percepção, motivação, objetivos de vida, criatividade, solidão e autorrealização, defendendo que o aluno é capaz de se autoconduzir diante de um ambiente propício e de um acompanhamento que valorize os aspectos citados anterior-mente. E ainda, valorizando o processo de interação, eles “enfatizam o individual, o excepcional, o diferente e as diferenças e o imprevisível” (PINEL, 2007 p.50).

Entre os representantes desse humanismo estão John Dewey (1859-1952), Maria Montessori (1870-1952), Abraham Maslow (1908-1970) e Carl Rogers (1902-1987).

Depois conhecer um pouco os dois principais eixos que orientam as teorias da aprendizagem, vamos conhecer como esses conceitos funcionam na EAD.

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

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A aprendizagem na EADO novo perfil da sociedade do conhecimento influenciou inclusive a maneira

pela qual percebemos e aprendemos. Em uma sociedade em que a informação e as tecnologias estão diretamente relacionadas ao estilo de vida, o trabalho e as re-lações entre as pessoas, a aprendizagem também é afetada. Entender como esses processos ocorrem e como os recursos tecnológicos são utilizados individualmen-te pode contribuir para identificar os estilos de aprendizagem de cada um.

Reconhecer diferenças e estilos particulares, potencializando esses estilos e identificando necessidades específicas, pode contribuir para o aproveitamento da aprendizagem em EAD. O modo de reconhecer a informação delineia o pro-cesso pelo qual identificamos os estilos de aprendizagem, reconhecendo aspec-tos que definem as formas de aprender.

Em EAD, o aprendiz está imerso em uma realidade muito diferente daquela do modelo presencial. Essa realidade inclui referenciais do processo de informa-ção e comunicação, das tecnologias, do ambiente virtual e suas nuances. Outro fator são os estímulos visuais e auditivos, que influenciam a aprendizagem. É desse conjunto que se formam as condições para aprendermos em EAD.

Nesse contexto, localizam-se fatores como a valorização, a identificação de interesses e afinidades na aprendizagem. Ou seja, a maneira como você, aluno, sente-se estimulado, motivado e interessado. Nem sempre estabelecemos essa relação de afinidade em todas as disciplinas, porém somos capazes de defi-nir a melhor maneira de se aprender e aproveitar o conteúdo, bastando inter- -relacioná-lo.

À medida que você reconhece os aspectos que permeiam a sua forma de aprender, fica mais fácil e mais prático reconhecer os recursos que melhor se adaptam ao seu perfil – um texto, uma imagem estática ou animada, um som, ou mesmo esse conjunto todo. Os recursos são diversos e esses fatores funcionarão de acordo com a sua maneira de perceber, assimilar e interpretar.

Mais uma vez estamos em constante adaptação, porque todo o aparato tec-nológico e a infinidade de recursos nos fazem pensar de maneira diferente. A cada momento experimentamos uma nova tecnologia, recebemos informações, percebemos... Se os estímulos do modelo presencial vinham de livros, apostilas e longos discursos do professor, a educação a distância amplia as possibilidades. E isso se relaciona com o fator cultural, com novos hábitos e novos comporta-mentos que vão se adaptando e se transformando.

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

A cada ano, os veículos de comunicação informam sobre o crescente uso da rede de computadores. Em 2009, o Brasil ocupou o primeiro lugar no ranking dos países em que as pessoas passam mais tempo navegando na internet, na frente de países como Reino Unido, Japão e França. Resta saber se a internet é bem utilizada e se todo esse tempo de navegação não representa, na verdade, um barco à deriva. Mesmo que a internet tenha se incorporado às necessidades diárias, é preciso desenvolver competências para saber utilizá-la.

A partir dos elementos tecnológicos no âmbito educativo, a educação sofre alterações e as pessoas tentam de alguma forma se adaptar ao processo. Há ainda outros aspectos inseridos nesse contexto, fatores que integram as condições de se aprender pela modalidade EAD e que ajudam a compreender como tudo isso pode nos afetar, seja contribuindo para identificar fraquezas que precisam ser transformadas ou mesmo potencializar habilidades e competências.

Aspectos psicossociais da aprendizagemAlém das teorias, da nova postura e do novo comportamento diante as novas

tecnologias, os aspectos psicossociais também exercem influência na aprendi-zagem. Na educação a distância, esses aspectos são, basicamente, variantes do modelo presencial, porém, claro, discutidas na qualidade distintiva fundamental da EAD, ou seja, a distância. Vejamos algumas delas!

As relações interpessoais – muitíssimo discutidas, são de considerável �importância para a EAD. Essa representatividade é explicada partindo-se do pressuposto de que o homem, em sua natureza gregária, utiliza-se de estímulos (um sorriso, um “sim”, movimentos físicos, intervenções como “hum hum”, “entendo” etc.) para transmitir informação ou expressar a sua opinião. E temos também os efeitos da relação entre facilitador e aprendi-zes e entre os próprios aprendizes no sentido de promover a coerência e a manutenção do grupo como unidade, assim proporcionando a aprendi-zagem independente e colaborativa.

A distância greográfico-temporal – dentre as abordagens que explicam o �processo de aprendizagem, a presença física é considerada primordial e funciona como estímulo, independentemente das diferenças individuais. No processo de ensino presencial, esses estímulos tornam-se precisos, uma vez que o contato físico é muito mais frequente e próximo. Em EAD, o es-paço greográfico-temporal ainda representa um desafio por significar uma mudança e com ela a necessidade de adaptação.

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

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A resistência à mudança – é natural ao homem a tendência de aceitar o �que lhe parece menos penoso. Transformar um padrão existente pode significar uma ameaça. Mesmo o homem sendo adaptável, o processo de mudança precisa ser ministrado com cautela, considerando-o como um conjunto e respeitando as suas etapas: “É preciso desenvolver uma capa-cidade contínua de adaptação e mudança.” (ROBBINS, 1999, p. 407)

Seja como for, partindo das diferenças entre os indivíduos seria incoerente assumir que as contradições entre as modalidades de ensino possam influenciar negativamente o processo de aprendizagem. Eis uma situação interessante!

Em um experimento realizado por W. P. Colquhoun e D. W. J. Corcoran em 1967 (conforme relatado em Reuchlin, 1979), um grupo de jovens foi submetido a uma mesma atividade: localizar todos os eles de um texto. Em determinado momento, essa atividade foi realizada individualmente e depois, em grupo. Ao final, observou-se que o trabalho isolado favoreceu os introvertidos e desfavore-ceu os extrovertidos. O inverso ocorreu no trabalho em grupo.

A partir desse exemplo, fica fácil entender que cada um tem um modo de aprender, um processo individual e interno, por vezes desconhecido, e isso in-fluencia a formação de habilidades e competências pessoais.

Estilos de aprendizagemOs diferentes estilos de aprendizagem partem da premissa de que cada indi-

víduo tem um ritmo próprio e um modo específico para aprender. O processo de aprendizagem está associado, portanto, às características individuais e às influ-ências recebidas. Entre as diferenças individuais estão o temperamento, o modo de percepção ou a maneira de aprender que cada um utiliza. Entre os fatores de influência, podemos citar uma situação momentânea vivenciada pelo indivíduo ou um recurso tecnológico.

Reconhecer o seu estilo de aprendizagem é fundamental para definir uma estratégia eficaz de aprendizagem, considerando competências e habilidades individuais, tendências que influenciem a maneira de aprender. Diversos autores teorizaram a questão dos estilos de aprendizagem. É importante destacar que há distintos ramos de abordagem. Alguns estudos se aprofundaram no objeto que define a maneira como cada pessoa pensa e responde às informações que recebe. Outros estudos reuniram informações que explicam os recursos que uma pessoa utiliza para aprender.

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

Focalizando a maneira ou os recursos, os estudos deram ênfase à distinção de três aspectos na aprendizagem: estilo, habilidade e estratégia.

Entende-se por estilo um modo particular de realizar ou executar, tendências, maneiras de se exprimir, gostos, modos de comportamento.

Habilidade quer dizer qualidade, aptidão, capacidade inata para algo.

E por estratégia se entende a aplicação eficaz dos recursos de aprendizagem.

Como descrevem Okada, Barros e Santos, “estilos de aprendizagem não são a mesma coisa que estilos cognitivos e nem tampouco o mesmo que inteligên-cias múltiplas. São teorias e conceitos diferentes que se relacionam” (OKADA; BARROS; SANTOS, 2009). Contudo, vale destacar pelo menos uma teoria de cada um dos eixos importantes que alimentaram as pesquisas sobre estilos de aprendizagem.

Felder (2008) define cinco oposições em estilos de aprendizagem baseadas em habilidades e preferências individuais: ativo/reflexivo, sensorial/intuitivo, visual/verbal, sequencial/global e intuitivo/dedutivo.

Ativo e reflexivo – diz respeito à maneira como algumas pessoas proces- �sam as informações. No caso dos ativos, a informação é processada à me-dida que se realiza a tarefa, os ativos aprendem fazendo. Já os reflexivos processam a informação conduzida pela reflexão e pela observação inten-sa, evitando a precipitação de juízos e a imprudência. Os reflexivos apren-dem reservando um tempo para pensar antes de executar. Normalmente, os ativos utilizam recursos como fichas digitais e escritas, anotações, re-sumos, realização de baterias de exercícios, repetições, mapas mentais e esquemas gráficos, por exemplo. Os reflexivos preferem a leitura e a refle-xão, são do tipo que quase nunca toma nota e preferem prestar atenção e estabelecer conexões com outras informações.

Sensorial e intuitivo – aqui se caracteriza a maneira como algumas pessoas �percebem a informação. Os sensoriais captam a informação principalmen-te por sentidos como a visão, a audição e o tato. Os sensoriais operam com habilidades como memória, reflexão e imaginação para adquirir a infor-mação e formar ideia a respeito de algo. Os sensoriais utilizam a estratégia da observação e da atenção, procuram sentir e capturar a informação, nor-malmente estabelecendo uma relação entre a característica do que sentiu e a informação recebida. Os sensoriais visuais observam as expressões de quem passa a informação, já os auditivos observam a entonação da voz e

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

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os sensoriais que utilizam o tato observam características como textura, sensações de frio e calor no momento em que recebem a informação. Os intuitivos se parecem com aqueles do tipo reflexivo, preferem a leitura e o pensamento, preferem usar a sensibilidade para entender: primeiro sen-tem o espaço e o tempo, a realidade subjetiva, e então utilizam os senti-dos como fazem os sensoriais.

Visual e verbal – representam o modo de captar a informação. Para o visu- �al, isso se dá preferencialmente a partir de imagens como figuras, gráficos e esquemas, enquanto para os verbais a informação é obtida por meio das palavras escritas ou faladas. O visual utiliza recursos semelhantes ao estilo ativo, precisa ver e realizar a tarefa. Os verbais captam a informação quando alguém fala, mas também podem aprender lendo em voz alta.

Sequencial e global – modo como alguns indivíduos compreendem a in- �formação. Os sequenciais preferem a linearidade, com início, meio e fim. Esse estilo compreende melhor quando reúne dados que explicam a ori-gem, as influências recebidas e a situação atual. Os globais compreendem melhor quando têm a noção do todo que constitui a informação, precisam reunir muitos dados e diferentes pontos de vista. Ambos utilizam os mais variados recursos – a escrita, a visualização, a repetição, a voz etc.

Indutivo e dedutivo – representam a maneira como algumas pessoas �preferem organizar a informação. Os indutivos preferem iniciar com situ-ações específicas e estabelecer relações com casos reconhecidos como verdadeiros e só depois chegar às conclusões. Os dedutivos preferem co-meçar com princípios e regras gerais e então deduzir as consequências e as aplicações. Alguns indutivos utilizam a reflexão, outros utilizam recur-sos da escrita ou esquemas. Os dedutivos organizam a informação pela análise e o pensamento.

Outro conceito sobre estilos de aprendizagem é dado por Alonso e Gallego (2002), que definiram quatro estilos de aprendizagem baseados em experiências passadas e vivências atuais de um sujeito: ativo, reflexivo, teórico e pragmático.

O ativo aprende a partir da própria experiência. �

O reflexivo aprende analisando dados, números ou fatos, estudando, re- �fletindo e analisando.

O teórico aprende considerando a fundamentação teórica, estruturando �todas as informações e concluindo a sua reflexão.

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

O pragmático aprendende testando, experimentando para ter certeza. �

Agora já sabemos que estímulos e emoções influenciam a aprendizagem. Com base nesses estímulos e emoções, especialistas em programação neurolin-guística (PNL) trabalham com formas de percepção para definir estilos de apren-dizagem. Para esses estudiosos, os sentidos auxiliam a maneira de aprender e assim se classificam três formas de percepção das informações: visual, auditiva e sinestésica. Podemos também lançar mão desses recursos para identificar a maneira com melhor aprendemos. Acompanhe a seguir a apresentação das ca-racterísticas de cada um dos estilos de aprendizagem, segundo a PNL.

Qual é seu estilo de aprendizagemApesar de o ser humano ter habilidade para aprender pelos sistemas auditivo, visual e cines-tésico de maneira combinada, há pessoas que utilizam um deles de forma predominante.

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VISUAL AUDITIVO CINESTÉSICO

Como você

aprende

Vendo, sendo capaz de fa-zer uma imagem imediata do que está recebendo como informação.

Ouvindo, sendo capaz de montar uma história com a informação que está rece-bendo.

Fazendo ou executando, sendo capaz de guiar-se pela experiência motora.

O que distrai sua

atenção

Estímulos visuais em de-masia ou conflitantes.

Grande número de infor-mações recebidas.

Ruídos de fundo. Estímulos auditivos dados rapidamen-te para serem convertidos em informações auditivas.

Estímulos conflitantes vi-suais e/ou auditivos. Ser impedido de mover-se ou de fazer algo.

Processamento da informação

Tende a devanear quando está pensando. Pensa em ritmo rápido.

Os olhos tendem a ficar fixos quando estão pensando. Seus pensamentos ocorrem em uma velocidade mode-rada.

Pessoas que tendem a olhar para baixo quando estão pensando. Seus pen-samentos ocorrem em rit-mo mais lento.

Como você interage com o

ambiente

Verifica sempre o que está acontecendo ao seu redor.

Ouve o que está sendo dito a sua volta e não parece consciente de modificações no plano visual.

Mais focalizado em si, bas-tante consciente do clima que o circunda. Não pare-ce consciente de atividade visual.

Estilos de organização

A percepção é global; per-cebe o todo e, se necessá-rio, decompõe em partes a percepção inicial.

Organizado, depende de in-formações detalhadas e de instruções passo a passo.

É orientado pela linguagem.

Repete para si o que deve memorizar.

Organização gradual, criativa e divergente. Não há modelos definidos e estatísticos para aprendi-zagem.

Chega a conclusões dife-rentes da maioria.

E mesmo com as diversas abordagens, é importante que o aluno entenda e reúna essas informações e não as assuma como verdades absolutas, mas apenas como indicadores para a identificação e a compreensão do seu próprio perfil de aprendizagem. A EAD possibilita a oferta de inúmeros recursos didáticos que contribuem para que o aluno amplie a sua gama de possibilidades de aprendi-zado, sendo importante reconhecer suas particularidades e procurar a melhor maneira de se aproveitar o conteúdo.

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

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Texto complementar

Saiba como aproveitar melhor seu estilo de aprendizagem

(FOLHA DE S. PAULO, 2009)1

Apesar de o ser humano ter habilidade de aprender pelos sistemas auditivo, visual e cinestésico (usa os sentidos relacionados ao movimento) de maneira combinada, há pessoas que utilizam um deles de forma predominante.

Saiba reconhecer o seu estilo de aprendizagem e veja algumas dicas para aproveitar melhor o estudo.

VisualComo você aprende: vendo, sendo capaz de fazer uma imagem ime- �diata do que está havendo como informação.

O que distrai a sua atenção: estímulos visuais em demasia ou confli- �tantes; grande número de informações recebidas.

Processamento de informação: tende a devanear quando está pen- �sando; pensa em ritmo rápido.

Como você interage com o ambiente: verifica sempre o que está ao �seu redor.

Estilos de organização: a percepção é global; percebe o todo e, se ne- �cessário, decompõe em partes a percepção inicial.

Dicas: �

procure recursos visuais sobre as matérias estudadas; �

tente construir imagens mentais sobre o que estiver estudando; �

faça anotações, esquemas e desenhos; �

dê importância às leituras. �1 Com base no livro Processamento Auditivo: fundamentos e terapias, de Ana Maria Alvarez, Editora Lovise.

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

AuditivoComo você aprende: ouvindo, sendo capaz de montar uma história �com a informação que está recebendo.

O que distrai a sua atenção: ruídos de fundo; estímulos auditivos da- �dos rapidamente para serem convertidos em informações auditivas.

Processamento de informação: os olhos tendem a ficar fixos quan- �do está pensando; seus pensamentos ocorrem em uma velocidade moderada.

Como você interage com o ambiente: ouve o que está sendo dito a sua �volta e não parece consciente das modificações no plano visual.

Estilos de organização: �

organizado, depende de informações detalhadas e de instruções �passo a passo;

é orientado pela linguagem; �

repete para si o que devem memorizar. �

Dicas: �

leia os textos em voz alta; �

fique atento a tudo o que é falado em aula; �

converse com os amigos sobre os conteúdos. �

CinestésicoComo você aprende: fazendo ou executando, sendo capaz de guiar-se �pela experiência motora.

O que distrai a sua atenção: estímulos conflitantes visuais e/ou auditi- �vos; ser impedido de mover-se ou de fazer algo.

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Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identificando maneiras de se aprender

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Processamento de informação: pessoas que tendem a olhar para baixo �quando estão pensando; seus pensamentos ocorrem em ritmo mais lento.

Como você interage com o ambiente: mais focalizado em si, bastante �consciente do clima que o circunda; não parece consciente da ativida-de visual.

Estilos de organização: �

organização gradual, criativa e divergente; �

não há modelos definidos e estatísticos para a aprendizagem; �

chega a conclusões diferentes da maioria. �

Dicas: �

procure estudar mudando de posição de vez em quando; �

faça os exercícios e atividades de laboratório; �

escreva, fale, leia e faça gestos que achar que representem melhor �as informações estudadas.

Dicas de estudoSobre estilos de aprendizagem, há um site específico, em espanhol, por- �tuguês e inglês:

<www.estilosdeaprendizaje.es>

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Os indivíduos possuem dentro de si mesmos amplos recursos para

a autocompreensão e para modificação de seus autoconceitos,

de suas atitudes e de seu comportamento autônomo.

Carl Rogers

O conceito de autonomia é analisado em diversos sentidos e aspectos. Você já deve ter ouvido sobre autonomia relacionada a assuntos da polí-tica, da filosofia, da pedagogia e até mesmo na psicologia e na economia. A autonomia de que iremos tratar é a autonomia na aprendizagem apli-cada à educação a distância, a autonomia como capacidade de se auto-governar, como habilidade para estabelecer limites e definir critérios que auxiliem no processo de aprendizagem em EAD.

A autonomia é concebida pelo pensamento filosófico, que fornece a base de sua aplicação na educação. Na modernidade, Immanuel Kant (1724–1804) foi o pensador que tratou da autonomia. Baseado nas ideias de Jean-Jacques Rosseau (1712-1778) sobre educação e o homem, Kant tratou da questão da autonomia como possibilidade de o homem se li-bertar das verdades e leis absolutas. Aplicada à educação, essa temática introduziu a ideia do aluno como responsável pelo planejamento, pela autodireção e pelo controle da sua própria aprendizagem.

O mesmo princípio foi seguido por Jean Piaget (1896-1980), que de-fendia dois aspectos da autonomia na educação. O primeiro deles é rela-cionado à autonomia moral baseada na importância de interpretar aspec-tos e possibilidades que indiquem o caminho mais adequado, inclusive na aprendizagem. E o segundo aspecto se relaciona com a autonomia inte-lectual, como capacidade para desenvolver opiniões próprias.

Em educação, autonomia “significa a capacidade que o sujeito tem de ‘tomar para si’ sua própria formação, seus objetivos e fins; isto é, tor-nar-se sujeito e objeto de formação para si mesmo” (PINEAU apud PRETI,

A autonomia

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

2000, p. 6). Essa capacidade de o sujeito “tomar para si” amplia o seu poder como estudante e o conduz a uma inquietação do saber, à necessidade de inter-relacionar conceitos, de experimentar, de buscar a compreensão e de compartilhar o saber.

A autonomia rompe com o paradigma das respostas prontas, dos méto-dos convencionais e da postura passiva. Aprende-se produzindo. Juan Igna-cio Pozo afirma que “vivemos em uma sociedade da aprendizagem, na qual aprender constitui uma exigência social crescente que conduz a um paradoxo: cada vez se aprende mais e cada vez se fracassa mais na tentativa de aprender” (POZO, 2009).

Por sua vez, Paulo Freire (1997) aborda o conceito de autonomia como uma capacidade do aprendiz para transformar o que lhe foi ensinado, construir e re-construir. Sendo assim, tornar-se consciente do sentido da autonomia é o pri-meiro passo para construí-la.

O aprendiz autônomoNa aprendizagem, a autonomia começa em um processo de construção indi-

vidual, associando as dimensões cognitivas e afetivas do indivíduo, sendo que a partir das relações e das interações ela produz seus efeitos para o social, para o grupo. Esse efeito social inclui ainda o espaço virtual.

O aprendiz autônomo participa, colabora e interage com o grupo, permite construir novos saberes, reconhece que precisa desenvolver e aprimorar ha-bilidades e tomar decisões. O processo de interação no grupo torna-se muito importante enquanto estratégia de aprendizagem porque aprendemos com o outro, aprendemos com as interações no grupo. Por isso, conversas interativas estimulam, motivam e facilitam o desenvolvimento da autonomia.

O aprendiz autônomo busca estabelecer a ligação e a sintonia com o grupo e com os recursos midiáticos, reconhece que para aprender precisa exercitar, criar hábitos e adotar comportamentos que o ajudem a alcançar os seus propósitos. O aprendiz autônomo demonstra um forte interesse em ser aprendiz e por si só é capaz de motivar-se.

O processo de motivação interna nasce do desejo de ser capaz, um desejo de superar-se, de sentir prazer em descobrir o novo. Nesse processo estão pre-

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A autonomia

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sentes sentimentos como apreço, aceitação e confiança em si e por aquele que compartilha o mesmo espaço de interação.

Os níveis de autonomia variam de uma pessoa para outra. Há um vasto con-junto de comportamentos possíveis no contexto da aprendizagem e do uso de estratégias para desenvolver a autonomia. O aprendiz autônomo cria as suas próprias estratégias e avalia seus comportamentos.

O comportamento do aprendizNa visão humanista, as pessoas são capazes de modificar atitudes e compor-

tamentos. Utilizando os seus próprios recursos, elas são capazes de criar, trans-formar, direcionar, traçar metas, reconhecer desejos e expectativas. Esses recur-sos formam um conjunto de atitudes que auxiliam a construção da autonomia na aprendizagem.

Reconhecendo seus próprios estilos de aprendizagem, o aprendiz autônomo consegue definir as melhores estratégias para aproveitar a transmissão e o pro-cesso de aprendizagem. O aprendiz autônomo reconhece o prazer de aprender e a sua liberdade para aprender e, sendo assim, adota uma postura que o leva a alcançar tal objetivo. A memorização, a inferência, o planejamento, o controle e a autoavaliação são estratégias essenciais e definem o comportamento para a autonomia de qualquer aprendiz.

Oreste Pretti (2000) explora algumas dimensões que dão sentido ao processo de autonomia.

Uma é a � dimensão ontológica, do sujeito em sua realidade, que precisa impor a si a conquista da autonomia.

A segunda é definida como � dimensão política, que dá direção e sentido à autonomia, define o que se pretende alcançar e onde se pretende chegar desenvolvendo a autonomia.

A terceira é a � dimensão afetiva, que representa o envolvimento, a entrega, a busca por transformar a aprendizagem em algo prazeroso por meio da autonomia.

Outras dimensões dizem respeito à metodologia, nos aspectos tecnoinstru-mental e operacional, apontando a identificação de ferramentas para perceber, processar e organizar recursos de aprendizagem.

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

Para Preti,

A construção da sua autonomia, enquanto estudante, deve se tornar um projeto seu pessoal de vida e de trabalho. Tem que aprender por você mesmo! [...] Temos que romper com a submissão, a dependência e trilhar seu próprio caminho da aprendizagem. A autonomia não é discurso. É uma prática fundamentada num projeto de vida e de trabalho. (PRETI, 2002, p. 36-37)

Procure entender o motivo pela qual você estuda. Seja qual for a sua respos-ta, tenha consciência de que o conhecimento tem um inestimável valor para a vida. Procure aprender: somente assim você vai descobrir o prazer de aprender. O aprendiz autônomo reconhece o prazer de aprender e a sua liberdade para aprender e, sendo assim, adota uma postura que o leva a alcançar tal objetivo.

Dicas de estudoSILVA, Antonio Carlos Ribeiro da. � Educação a Distância e o seu Grande Desejo: O aluno como sujeito de sua própria aprendizagem.

Disponível em: <www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/012-TC-A2.htm>.

MORAIS FILHO, Luiz Augusto de. � O que Significa a Autonomia do Aluno de EAD Fundamentada na Flexibilidade do Tempo e do Espaço?

Disponível em: <www.seednet.mec.gov.br/artigos.php?codmateria=3327>.

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A beleza de ser um eterno aprendiz.

Gonzaguinha

Chegou a hora de praticar. Antes, porém, lembre-se de que o impor-tante é que cada pessoa identifique em quais situações o seu desempe-nho é melhor e quais recursos podem ser utilizados como ferramentas de apoio à aprendizagem.

Para isso, é importante se observar!

Sugerimos algumas reflexões antes de se organizar para a nova fase que se pretende iniciar nos estudos:

Daqui para frente, como você gostaria de se comportar nos estudos? �

De que você precisa para atingir o resultado esperado? �

Quais recursos podem ser aproveitados? �

O que precisa ser modificado? �

“A verdadeira aprendizagem só ocorre quando o indivíduo dominou in-teiramente o assunto objeto do aprendizado, esse domínio leva-o a novas atitudes e habilidades.” (CARVALHO, 1999, p.19-20). O que dá sentido à aprendizagem completa é a aquisição e a inter-relação de ideias. Segun-do Piaget, “o professor não ensina; ajuda o aluno a aprender” (apud LIMA, 2009). Desse modo, a aprendizagem passa a ser resultado do esforço do indivíduo, os métodos e as técnicas de ensino sendo ferramentas para a criação de um ambiente propício cujo resultado é a aprendizagem.

Esqueça o pouco tempo disponível, dedique-se a reconhecer os seus pontos fortes, que precisam ser preservados, e os pontos fracos, que pre-cisam ser transformados. É muito importante que você esteja consciente do seu estilo de aprender, da maneira como você se sente mais à vontade para aprender e de que recursos lhe chamam mais a atenção. Lembre-se de que cada um tem um ritmo próprio.

Melhorando o desempenho nos estudos

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

AutoavaliaçãoJá que estamos falando de ritmo, que tal montar um esquema e identificar

como você distribui as suas atividades diárias. Para cada dia da semana, como você distribui as suas tarefas durante os três períodos do dia? Como você ocupa o período da manhã? E a tarde? E a noite, o que você costuma fazer? Usando esse recurso, você vai identificar os períodos livres ou aqueles que podem ser modificados para que você aproveite melhor o tempo. Reflita sobre como você utiliza seu tempo.

E o seu tempo de estudo? Como ele é aproveitado na sua rotina? No esquema que acabou de montar, quantas vezes você registrou a tarefa estudo?

Talvez seja o momento de começar a entender como você estuda. Já parou para pensar sobre os seus hábitos de estudo e os recursos que você utiliza?

Inventário de hábitos1

Algumas situações que o levarão a refletir sobre os seus hábitos de estudo.

Motivação para o estudoA propaganda na internet o distrai e você não consegue se concentrar. �

Enquanto estuda, você permanece conectado, acompanhando seus �amigos on-line.

Você começa a estudar e facilmente se concentra no assunto. �

Enquanto estuda, você precisa se manter conectado para realizar pes- �quisas na internet.

Você gosta de ler os resumos ou anotações que faz, independente- �mente da data da prova.

Você não troca o horário de estudo se surgir uma oportunidade de �se divertir.

Quando começa a estudar, você esquece a hora. �

Todo momento é uma oportunidade para você aprender. �1 Baseado em Inventário de hábitos de estudo, 2009.

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Melhorando o desempenho nos estudos

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Você acompanha se outros alunos estão � on-line no ambiente virtual de aprendizagem.

A hora passa rapidamente enquanto você estuda e assim não conse- �gue concluir as tarefas.

Enquanto faz pesquisas, um assunto diferente desperta a sua curiosi- �dade e você acaba fazendo pesquisas sobre pesquisas e perde o foco principal.

Quando recebe um material novo, você fica empolgado e curioso, pro- �curando conhecer o conteúdo ou pelo menos folhear esse material.

Ambiente de estudoVocê gosta de estudar em local silencioso, de preferência reservado, �não gosta de ser interrompido.

Você estuda deitado, faz leituras, ouve ou assiste vídeos sempre dei- �tado.

Você prefere estudar bem acomodado, sentado, próximo de todo o �material, fazendo anotações enquanto lê/ouve/assiste.

Pessoas circulando ou conversando perto não atrapalham quando �você estuda.

Quando ouve uma música, você presta atenção na letra. �

Você consegue se concentrar no assunto enquanto alguém faz a nar- �ração.

Você precisa estudar em local movimentado, sabendo quem chega e �quem sai, e isso não distrai sua atenção.

Você sempre tem à mão papel, lápis ou caneta, procurando anotar as- �suntos que o interessam e sempre pesquisa sobre eles.

Você consegue se perder na própria mesa de estudos. �

Seus arquivos no computador não estão bem organizados e às vezes �você leva um tempo para encontrar o material.

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

Organização do tempoAntes de iniciar os estudos, você organiza seu tempo, faz uma lista de �atividades a cumprir.

Você costuma montar um plano diário. �

Você monta um plano semanal e revisa no fim de semana, avaliando �se cumpriu todas as tarefas.

Você cumpre com rigor as suas horas de estudo. �

Todo dia você estuda um pouco. �

Você deixa para estudar somente nos fins de semanas. �

Você estuda apenas quando é possível, quando não tem nada progra- �mado, resolve na hora.

Embora programe os estudos, defina dias e horários, você não conse- �gue cumprir sua programação.

Você não tem muita ideia do que terá que fazer durante o dia quando �se levanta, resolve na hora, dependendo do que aparece.

No ambiente virtual de aprendizagem (AVA)Você não toma nota, nem arquiva falas importantes do professor-tutor �ou de outros participantes.

Você não participa das discussões no AVA. �

Você não presta atenção aos convites e recados que o professor-tutor �manda pelo AVA.

Você não consegue direcionar a conversa para o assunto da aula, pre- �fere conversar sobre outros assuntos.

Você gosta de compartilhar informações, textos, vídeos, recursos tec- �nológicos etc. com as pessoas do AVA, mas tem o cuidado de enviar apenas conteúdo relacionado com o curso.

Antes de buscar a informação, você consulta o professor-tutor. �

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Melhorando o desempenho nos estudos

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Antes de consultar o professor-tutor, você pesquisa. �

Você costuma encontrar as respostas de que precisa fazendo pesqui- �sas e só recorre ao professor-tutor para confirmar se o caminho que seguiu é correto.

Você acessa o � AVA apenas quando a atividade é obrigatória.

Organização pessoalÀs vezes você não lembra onde anotou ou não consegue entender o �que escreveu.

Você tem um caderno especial para as anotações. �

No seu computador, há uma lista das informações importantes que �funciona como um caderno virtual.

Você sempre busca as anotações para revisar o conteúdo ou esclare- �cer uma dúvida.

Embora faça anotações, você nunca consegue tempo para revisar ou �consultar.

Provas o preocupam, você fica pensando que deveria ter estudado an- �tes, preparado um plano de estudo, aproveitado melhor o tempo.

Quando começa a estudar um assunto, você vai até o fim, procura dei- �xar tudo muito claro.

Hábitos de leituraVocê lê com facilidade na tela do computador. �

Sua leitura é mais prazerosa e completa quando tem o texto em mãos, �preferindo livros ou qualquer outro impresso.

Em qualquer tipo de leitura, quando não entende determinada abor- �dagem, você salta partes do texto, não acompanhando a sequência de início, meio e fim.

Quando a leitura está chata ou não entende o conteúdo, você aban- �dona o material.

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

Quando a leitura está chata ou não entende o conteúdo, você procura �compreender o motivo disso e costuma pensar em alguma estratégia que ajude a concluir a leitura e tirar proveito dela.

Você não consegue se concentrar em leituras de conteúdo didático. �

Você faz leituras rápidas, passa os olhos rapidamente nos conteúdos a �serem trabalhados, lê rapidamente alguns parágrafos.

Atenção e memóriaVocê acompanha seu calendário de estudos, sabe exatamente quais �os assuntos previstos para a prova presencial.

Você fica desesperado, nunca sabe por onde começar os seus estudos. �

Você faz marcas inteligentes no texto como forma de estabelecer vín- �culo com o conteúdo.

Quando lê um arquivo digital, você utiliza recursos como realce, muda �a cor da fonte, sublinha, registra comentários etc. para que a leitura não se seja cansativa e para compreender melhor.

Você faz desenhos e esquemas durante a leitura, montando um tipo �de resumo que ajuda a lembrar.

Você procura resumir o capítulo em itens ou palavras-chave, faz anota- �ções nas margens do texto ou faz um resumo por capítulo.

Enquanto lê, você articula, faz perguntas a si mesmo, para, reflete so- �bre algumas palavras, anota e continua a leitura.

Você precisa estudar, mas anda cansado e mesmo assim procura ler �alguma coisa porque às vezes uma pequena insistência o ajuda a se motivar.

Você estuda com o rádio ou a TV ligada e percebe que isso distrai �porque interrompe a leitura para prestar atenção ao que acontece do lado.

Mesmo com horário marcado para algum compromisso, você con- �segue aproveitar o tempo e estudar, nem que seja apenas parte do conteúdo.

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Melhorando o desempenho nos estudos

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Se tiver alguma outra coisa para fazer, você não consegue se concen- �trar nos estudos.

Qualquer barulho o distrai. �

Quando termina a leitura ou estudo, você continua refletindo sobre o �conteúdo.

Quando não entende o conteúdo, você recomeça a leitura sem desâ- �nimo, prestando mais atenção.

Você não presta atenção em detalhes do texto. �

Enquanto estuda, você interrompe várias vezes, sai para comer, dá �uma volta, mas está atento ao tempo: as pausas o ajudam a pensar melhor.

Enquanto estuda, você interrompe várias vezes e por fim sente que �aproveita muito mal o tempo.

Independentemente do resultado, se positivo ou negativo, observe a intera-ção dos princípios de aprendizagem aplicados ao treinamento. É isso que preci-sa acontecer para que um novo hábito seja formado e consequentemente acon-teça mudança de comportamento.

Aprendizagem efetiva

Frequência Adequação ContinuidadeIntensidade

Mudança de comportamento

Formação de hábitos

Note que, em um treinamento, a formação do hábito depende da frequência que você adota nos estudos. Essa prática, aliada à intensidade, à adequação e à continuidade, resulta na aprendizagem e esta, por sua vez, na mudança de com-

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

portamento. A aprendizagem de que falamos aqui é a aprendizagem do novo hábito, da nova postura que você pretende adotar nos estudos a distância.

De acordo com a avaliação dos seus hábitos de estudos, observe aquelas ca-racterísticas que representam fraquezas que precisam ser modificadas e obser-ve também os seus pontos fortes, os quais devem ser preservados como fonte motivadora no seu processo de aprendizagem. Pretti (2001) sugere ao aluno uma autoavaliação a respeito da existência de aspectos internos e externos que podem ser controláveis de maneira a apoiar e facilitar o seu aprendizado.

Qualquer pessoa aprende melhor quando percebe o sentido daquilo que se estuda, quando os objetivos de estudo lhe são claros e bem definidos, quando se sente encorajada e animada a descobrir, quando consegue estabelecer asso-ciações com a realidade em que vive e principalmente, por meio do autoconhe-cimento, quando há compreensão da própria maneira de aprender.

Não guarde a sua reflexão mentalmente: registre tudo no papel ou em um arquivo eletrônico, estabeleça um propósito, faça um contrato consigo mesmo.

A seguir, apresentamos algumas perguntas que podem ajudá-lo na auto- avaliação.

AutoavaliaçãoPara estudar, dependo que outra pessoa me motive? Por que ainda �não descobri formas de me automotivar?

Estudar para mim é uma obrigação? Estudo para quê? Onde quero �chegar? O que preciso mudar para fazer do estudo uma atividade pra-zerosa?

Enquanto estudo, como reajo diante da descoberta? Quando descu- �bro, entendo determinado assunto ou consigo solucionar um proble-ma confuso, vibro, sinto-me feliz, sorrio, manifesto alguma emoção?

Sinto dificuldade para me concentrar e iniciar meus estudos? �

Enquanto navego na internet, que tipo de site eu costumo visitar? O �que procuro com esses acessos? O que aprendo com eles?

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Melhorando o desempenho nos estudos

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Como me organizo para verificar o meu e-mail? E quanto tempo reser- �vo para responder os meus e-mails?

Aprendo melhor com atividades práticas? Preciso praticar para �aprender?

Costumo reservar um tempo para refletir sobre a disciplina que estou �aprendendo? Prefiro a teoria?

Memorizo melhor quando vejo e escrevo ou quando ouço e quando �leio em voz alta?

Meu rendimento é melhor durante o dia ou à noite? O silêncio da ma- �drugada me ajuda a estudar?

Preciso de silêncio absoluto para estudar ou consigo prestar atenção �independentemente do local em que estou?

Só consigo estudar quando tenho muitas horas livres para me dedicar �ou consigo utilizar partes menores do tempo e depois reúno o conjun-to de informações e as conecto sem prejuízo?

Reservo diariamente um momento para o estudo, mesmo que seja um �período curto?

Quando tenho uma ideia, preciso tomar nota para não esquecer? �

As respostas a essas perguntas vão ajudá-lo a compreender o seu atual nível de disciplina nos estudos. Com as respostas, você pode identificar hábitos positivos e também aqueles hábitos que precisam ser modificados para que você oriente a qualidade de desempenho que pretende para seus estudos a distância.

Lembre-se: a disciplina será uma importante aliada na sua trajetória de aprendiz.

Segundo Herraiz (apud SENAI, 2002, p. 35), nossos sentidos recebem informa-ções distribuídas, em média, da seguinte forma:

83% pela visão; �

11% pela audição; �

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

3,5% pelo olfato; �

1,5% pelo tato; e �

1% pelo paladar. �

Em média, retemos 10% da informação pela leitura, 50% pelo que vemos e ouvimos e 90% praticando.

Considerando alguma variação de pessoa para pessoa, entender como esses processos de captação e retenção acontecem com você vai ajudá-lo a definir os instrumentos e as estratégias mais adequadas para o seu estudo.

Preferências de estudos e estratégias de aprendizagem

O importante é que cada pessoa identifique em quais situações o seu desem-penho é melhor. Para isso, é importante observar!

Então, mãos à obra: faça uma experiência!

Durante uma semana, procure identificar as suas preferências de estudo e as estratégias que costuma usar. Pode começar refletindo sobre as preferências e estratégias usadas no ensino presencial. Depois, procure refletir sobre a sua pos-tura em EAD. Em seguida, faça uma comparação entre os recursos que utiliza nas duas metodologias de ensino. Essa comparação pode apresentar um resultado bastante interessante e valioso para o novo conceito de aprendizagem que você vai adotar daqui para frente.

Minhas preferências de estudoNo inventário de hábitos, você reservou um momento para refletir sobre

as suas atitudes na rotina de estudos. É provável que você tenha se reconhe-cido em algumas daquelas situações. Para ajudá-lo a filtrar as suas preferên-cias de estudo, anote as suas observações.

Observo que o meu rendimento é melhor quando estudo _____________

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Melhorando o desempenho nos estudos

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Observo que meu rendimento é menor e parece que não me adaptei a estudar com ________________________________________________________

Ainda não experimentei estudar desse jeito: __________________________

Em algumas situações, durante o dia, deixamos de utilizar o nosso tempo de maneira eficiente. Assim, passe a observar como você aproveita o seu tempo.

Note que em cada situação, cada momento do seu dia, você pode estudar de uma maneira diferente. O importante é estudar com qualidade e isso você pode alcançar combinando recursos, baseado nas suas preferências. Depois, é só colocar em prática!

Veja como você pode aproveitar o tempo e identificar o melhor recurso a ser utilizado.

Observe alguns exemplos.

Situação Ambiente RecursosPela manhã, no trajeto de casa para o trabalho, gasto 40 minu-tos. Como posso ocupar esse tempo?

Carro (se você utiliza esse meio de transporte)

Arquivos de áudio po-dem tocar no aparelho de som do carro.

Ônibus (se você utiliza esse meio de transporte)

MP4 ou livros.

No trabalho, tenho duas horas de intervalo para o almoço. Com a refeição, gasto apenas 30 mi-nutos desse tempo, e preciso de 30 minutos para um breve des-canso. Ainda tenho uma hora.

Trabalho Leituras ou organização e revisão de conteúdos.

Arquivos de MP4.

Se for possível, acesso a internet, uma visita rápi-da ao AVA para saber o que tem de novo.

Depois de um dia de trabalho, estou cansado. Será que consigo fazer alguma coisa relacionada a estudo?

Noite Filme que o professor in-dicou e tem relação com aquilo que você estuda.

MP4 com o livro em mãos também pode ser uma alternativa.

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

Agora é a sua vez! Você pode preencher o quadro aos poucos: sempre que observar uma situação que poderia ser mais bem aproveitada, recor-ra ao quadro e registre a sua observação.

Esqueça o pouco tempo disponível: apenas procure identificar a maneira como utiliza seu tempo, que recursos prefere, como os utilizou recentemente. Entenda como você está estudando hoje.

Para ajudar a identificar as suas preferências e definir as suas estratégias de aprendizagem na educação a distância, vale analisar as questões a seguir.

Onde prefere estudar? �

O que anda desviando a sua atenção? �

Como aproveita o seu tempo? �

Como usa o ambiente virtual? �

Prefere leitura, áudio ou vídeo? �

Participa do fórum de discussão e procura realizar atividades propostas, �entregando-as no tempo certo?

Revisa a correção da sua atividade? �

Solicita apoio e procura esclarecer as dúvidas com o professor? �

Sente alguma dificuldade em expressar a sua dúvida ou compreender o �retorno do professor?

Procura solucionar todas as dúvidas? Não deixa nada pendente? �

Respeita o cronograma proposto pelo curso? �

Costuma definir o que vai fazer antes de iniciar uma tarefa? �

Você pode preferir estudar

escrevendo, mesmo que seja copiando tudo (desde que esteja atento ao �assunto);

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Melhorando o desempenho nos estudos

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fazendo resumos; �

marcando o texto digital ou impresso; �

lendo na tela do computador; �

ouvindo; �

brincando ou jogando. �

Agora que já definiu algumas de suas preferências, para desenhar um bom plano de estudos você deve incluir estratégias de aprendizagem. Como não existe apenas uma estratégia a ser adotada, vai reunir características da sua preferência, avaliar o tempo disponível e como é a sua rotina (aquilo que você já faz), vai considerar a maneira como pretende aproveitar o seu tempo, defi-nir o percurso que pretende seguir e a forma como pretende adquirir o novo comportamento.

As estratégias de aprendizagem representam ações que irão direcionar o seu plano de estudos. Estratégia é uma maneira de explorar as condições favoráveis visando à realização de uma meta ou objetivo, são recursos conscientes que o aprendiz utiliza como forma de melhorar o seu desempenho. As estratégias de aprendizagem podem envolver recursos que ampliam os canais de percepção, as formas de compreensão e o processamento do conteúdo estudado, ajudan-do, inclusive, a organizar o seu tempo e o seu programa de estudos.

Você pode utilizar estratégias como

criar legendas e indicativos de atenção, dúvida, discordância, curiosidade; �

fazer perguntas a si mesmo e se comprometer em descobrir a resposta �explorando os recursos de que dispõe;

usar fichas, controles de avanço e assimilação de conteúdo. �

Ultimamente, temos usado muito mais os recursos tecnológicos na educa-ção, na aprendizagem e nos estudos. Por exemplo, guardamos no computador uma série de arquivos com textos, imagens, áudio e vídeo.

Na estante, escrivaninha ou prateleira, organizamos nossos livros, cadernos e papéis em pastas e separadores.

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

Quando precisamos de alguma fonte ou referência, ou quando precisamos estudar, recorremos ao computador para acessar nossos arquivos ou conectar a internet, recorremos às nossas estantes de livros ou buscamos outras maneiras, como a visita a uma biblioteca.

O que nos faz lembrar que temos esses recursos é a nossa memória. Aprende-mos que no computador ou nos livros estão as informações de que precisamos para aquele momento. A memória guarda, por exemplo, que determinado autor trabalhou o assunto da mudança de comportamento nos estudos e então você se lembra de que tem um texto daquele autor e procura algum tipo de contato para estudar o assunto ou até mesmo revisá-lo.

E em outras situações? Como você utiliza a sua memória? Como armaze-na as novas informações? Quando você aprende, como estabelece conexões com experiências que já viveu ou ouviu de alguém? Como você busca essas informações?

As respostas a cada uma dessas perguntas podem indicar métodos estratégi-cos de estudo que você já utiliza, mas nunca parou para pensar neles.

Retendo informaçõesGuardo as informações quando utilizo recursos como _________________

Algumas pessoas preferem o uso de anotações – escrevem as suas ideias, fazem resumos, utilizam fichas, anotam palavras-chave, desenvolvem códigos, frases ou novas palavras que permitem fazer associações.

Algumas pessoas criam imagens mentais.

Outras, preferem repetir em voz alta ou escrevendo.

Há pessoas que aprendem assistindo a filmes, lendo jornais, revistas.

Outras, utilizam recursos como a leitura dinâmica, que é um método de leitu-ra rápida em que se garante o entedimento apesar da velocidade.

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Melhorando o desempenho nos estudos

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Há pessoas que só conseguem ler materiais impressos e utilizam recursos como canetas coloridas, fazem grifos, minianotações.

Outras, já desenvolveram o hábito de ler na tela do computador.

Há pessoas que observam os gestos de quem fala e criam associações para aprender.

Há quem aprenda por meio de recursos virtuais como a participação em grupos de discussão on-line, debatendo ideias e conhecendo opinioes em chats, utilizando as ferramentas da internet, os livros digitais, as audioaulas e as videoaulas.

Há pessoas que aprendem apenas prestando atenção.

Há quem utilize recursos como recompensa quando concluem um programa de estudos e atinge os resultados que definiu.

Estratégias de organizaçãoVocê busca outras fontes, lê notícias, pesquisa sobre aquilo que está estudando?

Identifique as estratégias que melhor se adaptam à sua rotina e ao seu estilo de aprendizagem, aplique essas estratégias ou crie suas próprias estratégias. Ex-perimente a combinação de vários recursos estratégicos e avalie, busque reco-nhecer aqueles aos quais você melhor se adaptou.

O que funciona para uma pessoa pode não funcionar tão bem para outra, cada um tem o seu estilo e o seu ritmo próprio de aprendizagem. Mesmo assim, procure compartilhar as suas experiências.

E é muito importante que você esteja consciente do seu estilo de aprender, da maneira como se sente mais à vontade para aprender e de quais recursos mais lhe chamam a atenção. Lembre-se de que cada um tem um ritmo próprio. Aproveite aquele dia em que acordou inspirado e com a atenção redobrada.

Também é bom estar consciente de que nenhum estilo é absoluto. Os estilos que apresentamos servem para indicar características e qualidades individuais – a partir daí é possível reunir aquelas que mais parecem com você. Mais que os nomes das teorias e as suas classificações, nessa fase o importante é identificar as características para definir a melhor estratégia.

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

Identificando-se com a característica do estilo de aprendizagem

Teoria EstilosEnquanto estudo, percebo

características desses estilos quando utilizo os seguintes recursos

Richard Felder

Ativo

Reflexivo

Sensorial

Intuitivo

Indutivo

Dedutivo

Visual

Verbal

Sequencial

Global

Alonso e Gallego

Ativo

Reflexivo

Teórico

Pragmático

PNL

Visual

Auditivo

Cinestésico

Se você é do tipo que aprende fazendo, precisa de estímulo visual e �adapta-se melhor quando são fornecidos esquemas e gráficos, tenha em mãos papel e caneta, crie seu próprio esquema – um texto complicado pode se transformar em um esquema de fácil compreensão. Esse recurso pode facilitar bastante na hora de revisar o conteúdo. Risque, rabisque,

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Melhorando o desempenho nos estudos

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marque, seja no papel ou em arquivos virtuais. Prepare seus próprios resu-mos. Acompanhe e controle o que está fazendo, organize fichas, controles de avanço e de assimilação de conteúdo. Sinta-se à vontade para fazer os ajustes necessários até que o novo comportamento seja apreendido.

Se você tem um perfil ativo, participe dos fóruns e motive as pessoas a �participar, faça pesquisas na internet, compartilhe, troque informações. Enquanto estuda ou pesquisa, converse com você mesmo, faça perguntas como “Não entendi isso, o que quer dizer?” Registre suas novas ideias.

Se você é do tipo que prefere analisar dados e gosta de refletir, mantenha- �-se informado, faça pesquisas na internet, colete informações, organize, escreva sobre elas.

Se você aprende melhor enquanto ouve alguém falar, não dispense um �arquivo de áudio, pesquise – na internet, você tem notícias, entrevistas e debates em podcast (arquivo digital em geral com gravação em áudio com pouco mais de um minuto). Aproveite para ouvir seus podcasts nos momentos de folga.

E vale repetir: as características descritas nos estilos de aprendizagem servem como indicadores para auxiliar na identificação da maneira como você recebe, processa e retém a informação. Existem muitas combinações possíveis para de-finir o seu perfil – nos exemplos anteriores, foram misturadas características de diferentes estilos, percepções e habilidades.

Hoje você pode querer utilizar um recurso visual, logo mais pode optar pelo auditivo. Ninguém é só visual ou só auditivo. Aproveite: a EAD permite que você utilize diversos recursos, já que o importante é aprender!

Distribuição do tempoReunidas todas as suas qualidades e reconhecidas as características do seu

estilo de aprendizagem, é hora de organizar o tempo.

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

A organização do tempo é uma estratégia de que todo mundo precisa (todo mundo sabe que precisa) e que de alguma maneira todo mundo usa. Antes de sair de casa, costumamos calcular o tempo para se arrumar, o tempo necessário para chegar à escola ou ao trabalho, já temos no início do dia a previsão do ho-rário do almoço, a necessidade de ir ao banco, ao médico ou ao supermercado e tantas outras atividades. Mas essa organização, normalmente, precisa de ajustes. No estudo acontece a mesma coisa, é preciso organizar o processo de estudar.

Mesmo que uma sugestão de cronograma seja oferecida, uma estratégia para o bom desempenho nos estudos é adaptar o modelo em uma organização particular. Isso é importante porque respeita o seu ritmo, as suas necessidades, o seu estilo de aprendizagem – enfim, a sua rotina diária. Isso contribui para que você defina a maneira como vai aplicar as suas estratégias de aprendizagem e a utilização dos recursos midiáticos disponíveis.

Uma dica para se organizar é adotar a representação visual. Pode ser um es-quema, um gráfico desenhado por você, uma lista de atividades com os tempos determinados para cada tarefa, agendas, lembretes.

Controle o seu avanço no conteúdo estudado, compare com o seu plano de estudos e observe se é necessário algum ajuste para concluir no tempo sugerido por você mesmo. Aproveite para analisar se o seu planejamento adotou objeti-vos e metas claras e realizáveis: não adianta nada se programar para estudar todo o conteúdo de um curso em três dias ou às vésperas de uma prova presencial.

E não deixe de executar o ciclo de controle: planejar, desenvolver, controlar e avaliar. Como você pode observar, para desenvolver um plano de estudos eficaz é preciso conscientizar-se do seu papel de aprendiz, é necessário desenvolver o autocontrole, pôr em prática a disciplina, procurar concentrar-se, monitorar os hábitos que influenciam negativamente o seu processo de aprendizagem. É ne-cessário desenvolver recursos próprios e estratégias de aprendizagem, reconhe-cer estilos e preferências de estudo. Para desenvolver seu programa de estudos, é preciso aprender a estudar, adotando uma postura autônoma.

Plano personalizado de estudosA seguir, vai uma sugestão para o seu plano, um calendário do mês com

três linhas para cada dia, para se programar para cada período do dia (manhã, tarde e noite).

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Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância

Novo hábito ou novo aprendizado?Depois de adequar os recursos pessoais e tecnológicos, experimentar, manter

a frequência regular para formar o hábito e adquirir a disciplina, você está prepa-rado para a mudança, pronto para gerenciar o seu aprendizado autônomo.

Inicialmente, o resultado desse processo será a presença de um novo hábito, uma mudança de comportamento. Quando você mantiver o verdadeiro domí-nio sobre os seus hábitos, sobre as suas novas atitudes e habilidades adquiridas, aí sim, você atingiu a verdadeira aprendizagem e desenvolveu a sua autonomia nos estudos.

A aprendizagem é o resultado do esforço e da dedicação do indivíduo!

Estimule a sua nova atitude, crie o novo hábito, adote o novo comportamen-to e adquira o novo aprendizado como mérito do seu esforço e dedicação.

Dicas de estudoBAUERLEIN, Mark. � “Distrações Digitais” Emburrecem a Juventude.

Professor da Universidade Emory, em Atlanta, realizou uma série de pesqui-sas com jovens americanos e concluiu que mensagens instantâneas, sites de relacionamento e mensagens de texto pelo celular estão emburrecendo a ju-ventude. Embora as pesquisas tenham sido realizadas nos Estados Unidos, vale a pena conferir o artigo e refletir sobre a sua atitude na utilização das novas tecnologias.

Disponível em: <http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20080602/not_imp182306,0.php>.

BEVILACQUA, Mariana. � Aprender a Distância Requer Disciplina.

Acompanhe a opinião de especialistas e experiências de estudantes da mo-dalidade EAD.

Disponível em: <http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?materia= 17709>.

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Melhorando o desempenho nos estudos

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FIELD, Marie. � 10 Principais Dicas para se Obter um Ensino a Distância de Sucesso.

Dicas da QS Top Universities para garantir que você obtenha sucesso no seu curso de ensino a distância.

Disponível em: <http://www.aec.edu.br/blog/?p=44>.

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