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DESENVOLVIMENTO DE COMPÓSITOS E/OU NANOCOMPÓSITOS DE POLIETILENO DE ALTA DENSIDADE COM ARGILA ORGANOFÍLICA VIA EXTRUSÃO Danielle de Mattos Mariano Rio de Janeiro 2012

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DESENVOLVIMENTO DE COMPÓSITOS E/OU

NANOCOMPÓSITOS DE POLIETILENO DE ALTA

DENSIDADE COM ARGILA ORGANOFÍLICA VIA

EXTRUSÃO

Danielle de Mattos Mariano

Rio de Janeiro

2012

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Danielle de Mattos Mariano

Aluno do Curso de Tecnologia em Polímeros

Matrícula:1011347280

DESENVOLVIMENTO DE COMPÓSITOS E/OU

NANOCOMPÓSITOS DE POLIETILENO DE ALTA

DENSIDADE COM ARGILA ORGANOFÍLICA VIA

EXTRUSÃO

Trabalho de Conclusão de Curso, TCC,

apresentado ao Curso de Graduação de

Tecnologia em Polímeros da UEZO como parte

dos requisitos para a obtenção do grau de

Tecnólogo em Polímeros, sob a orientação da

Profª Elaine Vidal Dias Gomes Libano, D.Sc. e

coorientação do professor Florêncio Gomes de

Ramos Filho, D.Sc.

Rio de Janeiro

2012

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DESENVOLVIMENTO DE COMPÓSITOS E/OU

NANOCOMPÓSITOS DE POLIETILENO DE ALTA

DENSIDADE COM ARGILA ORGANOFÍLICA VIA

EXTRUSÃO

Elaborado por Danielle de Mattos Mariano

Aluna do Curso de Tecnologia em Polímeros da UEZO

Este trabalho de graduação foi analisado e aprovado com

Grau:......................

Rio de Janeiro, 14 de Dezembro de 2012

______________________________________________

Daniele Cruz Bastos, D.Sc.

______________________________________________

Shirleny Fontes Santos, D.Sc.

______________________________________________

Florêncio Gomes de Ramos Filho, D.Sc.

(Coorientador)

Elaine Vidal Dias Gomes Libano, D.Sc.

(Orientadora)

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL

DEZEMBRO DE 2012

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, aos

meus pais, a todos da minha família, professores e

amigos que tanto me ajudaram durante essa jornada.

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RESUMO

Vermiculita (VMT) e bentonita (BENT) in natura nacionais foram tratadas

quimicamente com o cloreto de sódio e posteriormente com os sais orgânicos, brometo

de cetiltrimetilamônio e cloreto de alquildimetilbenzilamônio com a finalidade de se

obter argilas organofílicas. A VMT tratada com o sal cloreto de

alquildimetilbenzilamônio foi misturada com o polietileno de alta densidade (PEAD)

em extrusora monorosca através do processo de intercalação por fusão. As

concentrações de argila nos compósitos e/ou nanocompósitos foram de 2, 5 e 8% em

peso. As argilas modificadas foram caracterizadas pela técnica de espectroscopia de

absorção na região do infravermelho (FTIR). Os compósitos e/ou nanocompósitos

obtidos foram caracterizados pela técnica de calorimetria diferencial de varredura

(DSC). Os resultados de FTIR mostraram a presença de grupos específicos dos sais de

amônio na VMT tratada com os dois sais e na BENT tratada apenas com o sal brometo

de cetiltrimetilamônio. Os resultados de DSC indicaram que a formação dos cristais do

PEAD foi afetada pela presença da argila nos compósitos e/ou nanocompósitos.

Palavras-chave: compósitos e/ou nanocompósitos, polietileno de alta densidade e

vermiculita

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SUMÁRIO

Lista de Figuras

Lista de Tabelas

Resumo

1. Introdução....................................................................................................................1

2. Objetivos......................................................................................................................2

3. Revisão Bibliográfica...................................................................................................3

3.1. Polietileno..................................................................................................................3

3.2. Argilo Silicatos Lamelares........................................................................................6

3.2.1. Bentonita................................................................................................................7

3.2.2. Vermiculita.............................................................................................................8

3.2.3. Argila organofílica..................................................................................................9

3.3. Formação de Materiais Compósitos.........................................................................10

3.4. Nanocompósitos Poliméricos...................................................................................11

3.4.1. Métodos de preparo de nanocompósitos...............................................................13

3.4.1.1. Intercalação no estado fundido..........................................................................14

3.4.1.2. Polimerização in situ..........................................................................................15

3.4.1.3. Intercalação via solução.....................................................................................16

3.5. Propriedades Físicas dos Nanocompósitos..............................................................16

4. Metodologia................................................................................................................25

4.1. Materiais...................................................................................................................25

4.2. Equipamentos...........................................................................................................25

4.3. Métodos....................................................................................................................26

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4.3.1. Tratamento com cloreto de sódio..........................................................................26

4.3.2.Tratamento para a obtenção da argila organofílica................................................27

4.3.3.Caracterização da vermiculita e da bentonitain natura e modificadas com NaCl e

com os sais de amônio quaternários................................................................................28

4.3.3.1.Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR).......................28

4.3.4. Processamento dos compósitos e/ou nanocompósitos..........................................29

4.3.5. Caracterização dos compósitos e/ou nanocompósitos..........................................29

4.3.5.1. Calorimetria diferencial de varredura (DSC).....................................................29

5. Resultados e Discussão................................................................................................30

5.1. Caracterização das argilas in natura e modificadas com os sais quaternários de

amônio.............................................................................................................................30

5.1.1. Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR)..........................30

5.2. Caracterização dos compósitos e/ou nanocompósitos..............................................32

5.2.1. Calorimetria diferencial de varredura (DSC)........................................................32

6. Conclusão....................................................................................................................34

7. Referências..................................................................................................................34

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Diferentes tipos de estruturas para o polietileno...............................................3

Figura 2. Representações esquemáticas da estrutura do PEAD.......................................5

Figura 3. Esquema da estrutura do LLDPE e do LDPE ..................................................6

Figura 4. Estrutura dos filossilicatos 2:1 mostrando duas camadas de silicato de

alumínio com cátions sódio nas galerias...........................................................................7

Figura 5. Estrutura laminar da bentonita..........................................................................8

Figura 6. Estrutura cristalina da vermiculita, representando cátions hidratados e

moléculas de água presentes na região interlamelar..........................................................9

Figura 7. Processo de troca catiônica entre íons alquilamônio e os cátions inicialmente

intercalados nas camadas da argila..................................................................................10

Figura 8. Compósito convencional.................................................................................11

Figura 9 (a). Estruturas obtidas com a incorporação de argila em uma matriz polimérica

.........................................................................................................................................12

Figura 9 (b). Imagens de microscopia eletrônica de transmissão de estruturas obtidas

com a incorporação de argila em uma matriz polimérica: (a) compósito convencional;

(b) nanocompósito intercalado e (c) nanocompósito esfoliado.......................................13

Figura 9 (c). Análise de difratometria de raios X de estruturas obtidas com a

incorporação de argila em uma matriz polimérica..........................................................13

Figura 10. Inserção da cadeia polimérica entre as lamelas da argila.............................14

Figura 11. Representação esquemática de preparação de nanocompósitos polímero-

argila por fusão...............................................................................................................15

Figura 12. Esquema da preparação de nanocompósito através da intercalação no estado

fundido ...........................................................................................................................15

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Figura 13. Representação esquemática de preparação de nanocompósitos polímero-

argila por polimerização in situ.......................................................................................16

Figura 14. Figura esquemática da técnica de intercalação via solução..........................16

Figura 15. Velocidade de queima (mm/min) do PE puro, do PE-g-MA puro e seus

nanocompósitos...............................................................................................................17

Figura 16. Caracterização reológica do PE puro e seus nanocompóstios com argila

organofílica (ACT)..........................................................................................................20

Figura 17. Difratogramas de raios X da org-MMT, do PIC e dos LDCN.....................22

Figura 18. Micrografias de TEM dos nanocompósitos com 2,5 (a) e 5% em massa de

org-MMT (b)...................................................................................................................23

Figura 19. Curvas de DSC no resfriamento para o PE e seus nanocompósitos ............24

Figura 20. Estrutura química do brometo de cetiltrimetilamônio (A) e do cloreto de

alquildimetilbenzilamônio (B) empregados na modificação das argilas.........................27

Figura 21: Espectro de infravermelho das argilas VMT, VMTB e VMTC...................30

Figura 22: Espectro de infravermelho das argilas BENT, BENT-B e BENT-C............31

Figura 23. Curvas de DSC para o PEAD e compósitos e/ou nanocompósitos

PEAD/VMTC..................................................................................................................33

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Composições utilizadas nos sistemas.............................................................17

Tabela 2. Propriedades mecânicas do PE puro, PE-g-MA puro e seus

nanocompósitos...............................................................................................................18

Tabela 3. Composições dos nanocompósitos.................................................................21

Tabela 4. Dados de DRX para a org-MMT, o PIC e para os LDCN..............................21

Tabela 5. Propriedades térmicas do PE puro e dos nanocompósitos..............................24

Tabela 6. Características dos materiais cedidas pelos fornecedores...............................25

Tabela 7. Valores de Tm, ∆H e % Xc para o PEAD e para os compósitos e/ou

nanocompósitos PEAD/VMTC.......................................................................................33

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1. INTRODUÇÃO

O avanço tecnológico está associado ao aperfeiçoamento das propriedades dos

materiais existentes, como o desenvolvimento de novos materiais que possuam melhores

desempenhos estruturais e funcionais. Dessa forma muitas tecnologias do nosso dia-dia

não seriam viáveis sem a participação dos novos materiais. Uma das melhores

manifestações deste processo de desenvolvimento são os materiais compósitos

(PERALTA, 2009).

Os compósitos poliméricos têm demonstrado características individuais que

satisfaçam às crescentes exigências de melhor desempenho, segurança, economia e

durabilidade, sendo utilizado cada vez mais em substituição aos materiais monolíticos. Os

compósitos poliméricos são usados numa ampla variedade de aplicações variando de

eletrodomésticos a aeronáutica. A utilização de cargas e reforços que melhoram as

propriedades da resina são os motivos deste desempenho. O aumento da busca e rigorosas

exigências de desempenho pelo mercado consumido têm obrigado a reconhecer novos

materiais para serem utilizados como cargas ou reforços em compósitos poliméricos.

Como resultado a esta tendência, vários estudos procuram apontar que o desempenho de

produtos naturais ou resíduos industriais (fibras naturais, serragem, casca de arroz ou de

coco fibra de cana, etc) são comparáveis com cargas comerciais tais como o carbonato de

cálcio, negro de fumo, sílica precipitada ou talco (OTHMAN et al., 2006; PERALTA,

2009).

Nanocompósitos poliméricos são materiais híbridos em que cargas inorgânicas

nanométricas de reforço são dispersas em uma matriz polimérica. Um dos sistemas mais

promissores é o híbrido baseado em polímeros orgânicos e argilominerais inorgânicos

constituídos de silicatos em camadas. Este tipo de nanocompósitos em camadas são

semelhantes aos compósitos poliméricos convencionais, pois este utiliza carga minerais

para melhorar as propriedades não disponíveis nos polímeros puros. Entretanto, as

propriedades dos nanocompósitos são únicas quando comparadas aos polímeros, pois

apresentam elevadas propriedades mecânicas, térmicas, de barreira, retardância de chama e

estabilidade dimensional em baixos níveis de carregamento, tipicamente 1-5 % em massa

(LEITE et al., 2006; PICARD et al., 2008; RODRIGUES et al., 2007; SÁNCHEZ-

VALDES et al., 2010).

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2. OBJETIVOS

- Estudar a intercalação/esfoliação da vermiculita e da bentonita com os sais de

amônio quaternários brometo de cetiltrimetilamônio e cloreto de

alquildimetilbenzilamônio.

- Caracterizar as argilas modificadas organicamente através da técnica de

espectroscopia de absorção na região do infravermelho para verificar a eficiência da

intercalação das moléculas dos sais nas suas camadas.

- Preparar compósitos de polietileno de alta densidade (PEAD) com a vermiculita

modificada com o sal cloreto de alquildimetilbenzilamônio através do processamento dos

materiais por meio de extrusão.

- Caracterizar os compósitos e/ou nanocompósitos obtidos através da técnica de

calorimetria diferencial de varredura (DSC).

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. POLIETILENO

O polietileno (PE) é um material termoplástico formado a partir da polimerização

do etileno. Quimicamente, a resina de polietileno é constituída de alcanos com a fórmula

C2nH4n+2, onde n é o grau de polimerização (MARINI, 2008). Em geral, os tipos de

polietilenos se distinguem entre si pelo tipo de ramificação exibida, podendo apresentar

diferentes tipos de estruturas dependendo do método de polimerização pelo qual tenha sido

obtido. A Figura 1 ilustra os diferentes tipos de estruturas para o polietileno. Essas

diferenças na estrutura acarretam diferentes propriedades mecânicas e de processamento

para cada tipo de material (RODRIGUES, 2008).

Figura 1. Diferentes tipos de estruturas para o polietileno (RODRIGUES, 2008)

O polietileno de alta densidade (PEAD) apresenta uma estrutura preferencialmente

linear, produzindo alta cristalinidade (65-90%) e alta densidade (0,940-0,970 g/cm3). O

polietileno de baixa densidade (LDPE) tem uma estrutura ramificada, parcialmente

cristalina (40-60%) e consequentemente menor densidade (0,910-0,940g/cm3). O

polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) é um polímero linear, que apresenta muitas

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ramificações curtas com densidade variando na faixa 0,916 – 0,940 g/cm3(RODRIGUES,

2008).

O LDPE foi introduzido pela primeira vez em 1933 pelos laboratórios da Indústria

Imperial Chemical (ICI), quando o gás etileno foi comprimido à alta pressão e elevada

temperatura. O PEAD foi disponibilizado comercialmente, no final da década de 50, por

meio da polimerização catalítica do etileno (RODRIGUES, 2008).

- Polietileno de alta densidade (PEAD ou HDPE)

O PEAD é considerado quimicamente inerte e apresenta excelentes propriedades

para variadas aplicações, como potes plásticos, sacolas de supermercado, garrafas de

bebidas não carbonatadas, utensílios domésticos, brinquedos, ferramentas para limpeza de

casas e jardins, e inúmeros outros desígnios. Por ser altamente linear apresenta uma alta

densidade, fazendo com que seja eficiente a orientação e o empacotamento das cadeias

(CARVALHO et al., 2009).

A resistência à tração do PEAD chaga a ser quatro vezes maior que a do PEBD, e

tem maior resistência à compressão (CARVALHO et al., 2009). Possui uma resistência ao

impacto extraordinária, atualmente é um dos termoplásticos mais resistentes ao impacto

disponíveis, além de ter boa processabilidade e ser auto-lubrificante. Suas propriedades são

mantidas mesmo para temperaturas extremamente baixas (VASILE, PASCU, 2005).

O PEAD apresenta algumas desvantagens como sua disposição a fadiga, baixa

rigidez quando comparado ao polipropileno (PP), baixa estabilidade térmica para

modelagem e baixa resistência a raios UV, além de ser inflamável e liberar fumaça densa

durante a queima, podendo irritar os olhos, pele e sistema respiratório (VASILE, PASCU,

2005).

O polietileno de alta densidade é preferencialmente linear e altamente cristalino,

pois apresenta um baixo teor de ramificações. Esse polímero contém menos que uma

cadeia lateral por 200 átomos de carbono da cadeia principal (Figura 2), sua temperatura de

fusão é aproximadamente 132 °C e sua densidade está entre 0,95 e 0,97g/cm³. O peso

molecular numérico médio fica na faixa de 50.000 a 250.000 (ROSA, 2008; CARVALHO,

2010; SILVA et al., 2011).

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Figura 2. Representações esquemáticas da estrutura do PEAD (ROSA, 2008)

- Polietileno de baixa densidade (PEBD ou LDPE)

O LDPE apresenta boas propriedades químicas e de barreira, flexibilidade, baixo

custo, além de ser altamente resistente a muitos solventes. No entanto, em temperaturas

acima de 60°C é atacado por hidrocarbonetos aromáticos. Pode ser aplicado em filmes e

frascos para embalagens de produtos alimentícios, farmacêuticos e químicos, utensílios

domésticos e brinquedos (RODRIGUES, 2008).

- Polietileno linear de baixa densidade (PELBD ou LLDPE)

O polietileno linear de baixa densidade (LLDPE) apresenta uma arquitetura

molecular intermediária, entre a do polietileno de alta densidade (PEAD) e a do polietileno

de baixa densidade (LDPE). O LLDPE é um polímero linear com teores variados de

ramificações de comprimento constante (QUENTAL et al., 2005).

LLDPE é um copolímero linear de etileno com uma α-olefina (propeno, 1-buteno,

1-hexeno ou 1-octeno). Apresenta estrutura molecular de cadeias lineares com

ramificações pequenas e distribuição de massa molecular estreita, quando comparada com

a do polietileno de baixa densidade (LDPE) (Figura 3) (MARTINS, 2011;

BITTENCOURT, 2010).

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Figura 3. Esquema da estrutura do LLDPE e do LDPE (MARTINS, 2011)

Em comparação com LDPE, o LLDPE apresenta maior propriedade de tensão e

alongamento na ruptura que o LDPE, porém o LDPE apresenta maior brilho e

transparência. Para a modificação de algumas propriedades ambos os polímeros são

misturados, obtendo assim benefícios para o produto final, como por exemplo, na

confecção do filme termocontrátil (shrink) (RODRIGUES, 2008).

A microestrutura da cadeia dos copolímeros de etileno/α-olefinas depende do tipo e

da distribuição do teor de ramificações, da massa molecular dos polímeros e do

comonômero usado. Tais parâmetros têm grande influência nas propriedades físicas do

produto final, pois atuam diretamente na cristalinidade e na morfologia (OLIVEIRA,

2007).

3.2. ARGILO SILICATOS LAMELARES

O termo genérico “silicatos lamelares” refere-se a argilas naturais. Define-se como

argila uma rocha finamente dividida, constituída principalmente por minerais argilosos

cristalinos, mas podendo conter também outros minerais, como calcita, dolomita e quartzo,

além de impurezas e matéria orgânica (CAVALCANTE, 2009).

Os minerais argilosos são silicatos de alumínio/magnésio hidratados (podendo

conter outros elementos como cálcio, sódio, ferro, potássio entre outros) de estrutura

cristalina laminar ou fibrosa (CAVALCANTE, 2009).

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Esses silicatos lamelares pertencem à mesma família dos silicatos 2:1 (Figura 4),

também chamados de filossilicatos. Sua estrutura cristalina consiste de duas camadas

tetraédricas de sílica (SiO2) e uma camada octaédrica de óxido de alumínio (Al2O3) ou

magnésio (MgO) (BARBOSA et al., 2007; CAVALCANTE, 2009).

Figura 4. Estrutura dos filossilicatos 2:1 mostrando duas camadas de silicato de alumínio

com cátions sódio nas galerias (PAIVA, MORALES, 2006)

3.2.1. Bentonita

Dentre os vários silicatos em camadas, as bentonitas têm sido uma das mais

empregadas nos últimos anos como cargas para a preparação de nanocompósitos

poliméricos por apresentar como argilomineral predominante a montmorilonita que, por

sua vez, pertence ao grupo das esmectitas dioctaédricas e tem uma estrutura em camadas

2:1(2 tetraedros de silício: 1 octaedro de alumínio). Os espaçamentos entre as camadas são

ocupados por cátions trocáveis, tipicamente Na+

e/ou Ca2+

, que balanceiam a deficiência de

carga resultante da substituição isomórfica parcial de Al3+

por íons metálicos de menor

valência, como por exemplo, o Fe2+

. A troca iônica dos cátions entre as camadas por

cátions orgânicos, particularmente íons alquilamônio, admiti a alteração das superfícies,

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diminuindo a energia superficial e aumentando o espaçamento intercamadas para

intercalação do polímero (BOTELHO, 2006; LEITE et al., 2006).

Figura 5. Estrutura laminar da bentonita (PICASSO, KOU, 2008)

3.2.2. Vermiculita

A vermiculita é um aluminossilicato hidratado pertencente à classe dos silicatos

lamelares, podendo se exibir na forma trioctaédrica ou dioctaédrica, (WANDERLEY,

2009). A representação da composição da célula unitária da vermiculita pode ser dada por

(Mg, Fe)3[(Si, Al)4 O10](OH)24H2O (ARAÚJO, 2009). A célula unitária da vermiculita está

formada por um empilhamento 2:1, isto é, duas folhas de tetraedro de silício

tetracoordenado e uma folha de octaedros de alumínio hexacoordenado entre elas. Os

grupos tetraédricos e octaédricos estão compostos por íons oxigênio e íons hidroxila, ao

redor de pequenos cátions, principalmente Si4+

e Al3+

nos grupos tetraédricos e Al3+

ou

Mg2+

nos grupos octaédricos (PERALTA, 2009).

Segundo o tipo de cátion presente na folha octaédrica as vermiculitas podem ser de

dois tipos, trioctaédricas quando o cátion predominante é Mg2+

e todas as posições

octaédricas estão preenchidas, ou dioctaédricas quando o cátion predominante é Al3+

e

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duas de três posições octaédricas são ocupadas. Os cátions intermoleculares neutralizantes

estão rodeados de certa quantidade de moléculas de água, que diversificam dependendo de

estado de hidratação, um cátion de uma vermiculita completamente hidratada pode ser

rodeado de até 16 moléculas de água. Os cátions que ocorrem na natureza são

predominantemente Mg2+

, mas Ca2+

, Na+, Cu

2+ e H3O

+ também podem ocorrer (Figura 6)

(PERALTA, 2009).

Figura 6. Estrutura cristalina da vermiculita, representando cátions hidratados e

moléculas de água presentes na região interlamelar (WANDERLEY, 2009)

3.2.3. Argila organofílica

As argilas organofílicas são sintetizadas a partir de argilas com cátions inorgânicos

pela troca por cátions orgânicos, chamados modificadores orgânicos (geralmente íons

alquilamônio, sendo os mais usados, sais de amônio quaternários) (Figura 7). Estes íons de

alquilamônio provocam a redução da energia superficial da argila, melhorando a sua

interação com polímeros orgânicos, além de facilitar a penetração das moléculas orgânicas

entre as camadas da argila. Dessa troca de cátions na superfície externa das argilas e dentro

do espaço intermolecular, um novo material com diferentes propriedades é produzido

(ALMEIDA, 2010; COELHO et al., 2007; KUSMONO et al., 2010).

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Figura 7. Processo de troca catiônica entre íons alquilamônio e os cátions inicialmente

intercalados nas camadas da argila (NGUYEN, BAIRD, 2006)

A interação de modificadores orgânicos entre as camadas das argilas altera a

afinidade da superfície de hidrofílica para organifílica, expandindo e formando gel

tixotrópico em meio orgânico, aumentando o espaço basal entre camadas (ALMEIDA,

2010).

A argila organofílica tem energia superficial menor, compatível com líquidos

orgânicos ou polímeros, podendo ser agente reforçante na síntese de nanocompósitos

argila-polímero (ALMEIDA, 2010).

3.3. FORMAÇÃO DE MATERIAIS COMPÓSITOS

Um compósito polimérico consiste na combinação de dois ou mais materiais, sem

modificar as características individuais dos mesmos, onde a fase contínua ou matriz é

representada pelo polímero e a fase dispersa representada pelas cargas, reforçantes ou não.

São materiais diferentes em forma e/ou composição química, onde um dos componentes

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descontínuo oferece a principal resistência ao carregamento e o outro, contínuo, oferece o

meio de transferência desse carregamento, matriz, sendo insolúveis entre si com qualidades

e características desejadas (RODRIGUES, 2008). O compósito convencional formado por

dois constituintes pode ser observado na Figura 8 (BIZETO, 2012).

Figura 8. Compósito convencional (BIZETO, 2012)

O material compósito é constituído de uma matriz, que tem por propósito agregar o

material de reforço e transmitir os esforços entre os mesmos, que geralmente se encontram

sob uma orientação preferencial e podem ser classificados em fibrosos, laminados ou

particulados. A tendência de se gerar materiais compósitos está voltada para diminuição de

custos, aplicações específicas e aperfeiçoamento de propriedades por meio da combinação

de materiais caros com materiais baratos (RODRIGUES, 2008; SOUZA et al., 2006).

As propriedades dos compósitos não só dependem de seus componentes, mas

também da natureza da interface, da proporção entre eles, e da morfologia do sistema. O

tamanho, a forma da partícula da carga e a distribuição interfacial carga-polímero são

parâmetros que devem ser considerados para prever as características de reforço do

polímero (RODRIGUES, 2008).

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3.4. NANOCOMPÓSITOS POLIMÉRICOS

Os nanocompósitos poliméricos abrangem uma classe de materiais formados pela

adição de uma pequena quantidade em peso de cargas inorgânicas (<5%), tais como argila

e outros minerais, que são finamente dispersos em uma matriz polimérica em escala

nanométrica. (BRITO et al., 2008; LIU et al., 2009; PAUL, ROBESON, 2008;

SAUJANYA, RADHAKRISHNAN, 2001;) Essa classe de materiais começou a ser

estudada na década de 80 pelo Laboratório de Pesquisa da Toyota com o desenvolvimento

de nanocompósitos de poliamida e argila (OLIVEIRA, 2011).

Diferentes tipos de nanocompósitos poderão ser obtidos em função da interação que

ocorre entre as camadas de argila e as cadeias poliméricas (RAY, BOUSMINA, 2005).

Três tipos principais de estruturas podem ser obtidos quando uma argila é dispersa em uma

matriz polimérica: uma estrutura de fase separada, onde as cadeias poliméricas não

intercalam nas camadas da argila levando à obtenção de uma estrutura de propriedades

semelhantes às de um compósito convencional; uma estrutura intercalada, quando as

cadeias poliméricas são intercaladas entre as camadas de argila, formando uma estrutura

multicamada bem ordenada, que apresenta propriedades superiores à de um compósito

convencional; e uma estrutura esfoliada, onde a argila é completa e uniformemente

dispersa em uma matriz polimérica, maximizando as interações polímero-argila e levando

a significativas melhorias nas propriedades físicas e mecânicas dos materiais. Os três tipos

de estruturas estão esquematizadas na Figura 9 (a), juntamente com as imagens de

microscopia eletrônica de transmissão (TEM), demonstradas em 9 (b) e as análises de

difratometria de raios X apresentadas em 9 (c).

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Figura 9(a). Estruturas obtidas com a incorporação de argila em uma matriz

polimérica (OLIVEIRA, 2011)

Figura 9 (b). Imagens de microscopia eletrônica de transmissão de estruturas

obtidas com a incorporação de argila em uma matriz polimérica: (a) compósito

convencional; (b) nanocompósito intercalado e (c) nanocompósito esfoliado (CUNHA,

2010)

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Figura 9 (c). Análise de difratometria de raios X de estruturas obtidas com a

incorporação de argila em uma matriz polimérica (CUNHA, 2010)

3.4.1. Métodos de preparo de nanocompósitos

Na síntese ou na produção dos nanocompósitos, tenta buscar uma distribuição

uniforme da carga na matriz polimérica e uma boa adesão na interface entre ambos os

componentes. Para esta obtenção são utilizados alguns métodos de preparação de

nanocompósitos (ESTEVES et al., 2004) (Figura 10).

Figura 10. Inserção da cadeia polimérica entre as lamelas da argila (TAVARES, 2007)

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3.4.1.1. Intercalação no estado fundido

A produção de nanocompósitos poliméricos com argilas pode ser feita por vários

métodos, porém a mistura no estado fundido é a técnica mais atrativa, devido aos baixos

custos, alta produtividade, compatibilidade com as técnicas de processamentos

convencionais de polímeros fundidos, como por exemplo, o processamento em extrusora

dupla rosca. Exibi ainda a vantagem de não empregar solventes orgânicos voláteis, sendo

assim um método mais ambientalmente favorável (ALMEIDA, 2010).

Neste caso, o polímero é misturado com a argila organofílica no estado fundido de

forma a admitir a intercalação das cadeias do polímero entre as lamelas da argila (Figura

11). Devido ao elevado declínio de entropia conformacional das cadeias poliméricas

intercaladas, a força motriz desse processo é a contribuição entálpica das interações

polímero/argila durante o processamento. As tensões cisalhantes, ao ocasionarem a

destruição dos aglomerados de argila e o acesso das cadeias poliméricas às partículas

primárias da argila, auxiliam o processo de intercalação, permitindo sua ocorrência em

sistemas onde há uma difícil dispersão entre a matriz polimérica e a argila (ALMEIDA,

2010) (Figura 12).

Figura 11. Representação esquemática de preparação de nanocompósitos polímero-argila

por fusão (SILVA, 2010)

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Figura 12. Esquema da preparação de nanocompósito através da intercalação no

estado fundido (TAVARES, 2007)

3.4.1.2. Polimerização in situ

A polimerização in situ foi o primeiro processo aplicado para sintetizar

nanocompósitos polímero-argila, inclusive para obtenção de polietileno. Primeiramente, a

argila é inchada com o monômero, o que demanda tempo e depende da temperatura, da

polaridade de monômero e do tratamento a que foi submetido à superfície da argila. Após,

iniciar à polarização, que ocorre entre as camadas de argila, ocasionando a esfoliação,

conforme representado na Figura 13 (SILVA, 2010).

Figura 13. Representação esquemática de preparação de nanocompósitos polímero argila

por polimerização in situ (SILVA, 2010)

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3.4.1.3. Intercalação via solução

A Figura14 mostra a preparação de nanocompósito por intercalação via solução.

Primeiramente, se prepara dispersões separadas do polímero e da nanopartícula com um

solvente compatível. Em seguida, se misturam as duas dispersões em condições favoráveis

de tempo, temperatura e concentração. Por fim, a dispersão resultante é vertida em placa de

Petri para evaporação do solvente, resultando em um filme de nanocompósito

polímero/nanopartícula (ALMEIDA, 2010).

Figura 14. Figura esquemática da técnica de intercalação via solução (ALMEIDA, 2010)

3.5. PROPRIEDADES FÍSICAS DOS NANOCOMPÓSITOS

Brito e colaboradores (2008) avaliaram a inflamabilidade e as propriedades

mecânicas de nanocompósitos de polietileno de alta densidade e argila bentonita nacional

preparados pelo método de intercalação por fusão. Os autores verificaram a influência da

presença de argila sem tratamento e tratada com o sal quaternário de amônio Cetremide

(brometo de cetiltrimetilamônio) e do polietileno graftizado com anidrido maleico (PE-g-

MA) como agente compatibilizante. A Tabela 1 mostra as composições utilizadas nos

sistemas.

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Tabela 1. Composições utilizadas nos sistemas (BRITO et al., 2008)

A Figura 15 apresenta os resultados da velocidade de queima (mm/min) para os

sistemas em estudo.

Figura 15. Velocidade de queima (mm/min) do PE puro, do PE-g-MA puro e seus

nanocompósitos (BRITO et al., 2008)

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Os autores observaram que a introdução da argila sem tratamento (AST) ao PE não

alterou significativamente a velocidade de queima do polímero em função provavelmente

da pobre interação polímero-argila. Já na presença do PE-g-MA houve uma discreta

redução nesta propriedade. A incorporação do sal cetremide aos sistemas diminuiu a

velocidade de queima quando comparada aos polímeros puros (PE e PE-g-MA),

provavelmente por este melhorar a interação polímero-argila, já que o comprimento do

grupo alquil (16 carbonos) confere à argila o caráter orgânico necessário para aumentar a

interação com os polímeros. Essa diminuição foi bastante expressiva para as composições

PE/AST/Cetremide 3% (redução de 21% em relação ao PE puro) e PE-g-

MA/AST/Cetremide 3% (redução de 26% em relação ao PE-g-MA puro). Isso pode ser

atribuído à melhor interação polímero-argila, favorecida pela presença do sal e pelo grupo

funcional MA presente no PE. Segundo os autores a presença da argila pode ter formado

uma camada carbonácea retardando a velocidade de queima do material, pelo efeito de

barreira aos produtos voláteis gerados durante a combustão do nanocompósito, impedindo

que estes produtos escapem a alimentem a chama (ARAÚJO, 2007; BARBOSA, 2007). Os

autores não mencionaram o aumento da velocidade de queima apresentada pelo sistema

PE-g-MA/AST/Cetremide 1%. Para os sistemas com argila tratada, pode-se observar que

todas as composições apresentaram redução da velocidade de queima, principalmente para

o híbrido PE/PE-g-MA/ACT, o que é interessante do ponto de vista tecnológico, pois o PE-

g-MA apesar de ter um custo superior em relação ao PE puro foi usado com baixíssimo

teor e mesmo assim alterou as propriedades do sistema. Provavelmente, um pequeno

aumento no teor do PE-g-MA e no teor de argila possa produzir propriedades marcantes

nos nanocompósitos, comparadas ao sistema PE-g-MA/AST/Cetremide 3% ou até melhor.

Dos resultados apresentados para a velocidade de queima das amostras, pode-se dizer que a

presença do PE-g-MA e da argila é de extrema necessidade para retardar a propagação da

chama, ou seja, diminuir a inflamabilidade do PE puro (BRITO et al., 2008).

A Tabela 2 mostra os resultados dos ensaios mecânicos detração e impacto para o

PE puro, o PE-g-MA puro e demais composições.

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Tabela 2. Propriedades mecânicas do PE puro, PE-g-MA puro e seus nanocompósitos

(BRITO et al., 2008)

Os autores observaram que a presença da argila e a variação do teor de sal exercem

efeito considerável nas propriedades mecânicas dos materiais estudados. De acordo com a

Tabela 2, as composições com polietileno apresentaram um aumento no módulo de

elasticidade quando comparado com as composições com polietileno graftizado. Esse

aumento foi bastante nítido para o PE/AST/Cetremide 1%. Os resultados também indicam

que o módulo de elasticidade dos sistemas com argila e com a presença do

compatibilizante foi superior ao do PE puro, evidenciando aumento na rigidez do

nanocompósito produzido. O que corrobora com os dados acima apresentados para o teste

de inflamabilidade. Novamente, o híbrido PE/PE-g-MA/ACT apresenta um aumento

discreto em relação à matriz pura PE. Como mencionado acima para o teste de

inflamabilidade, talvez o teor de PE-g-MA e de argila não tenha sido o suficiente para

melhorar significativamente as propriedades mecânicas. Com relação à resistência à tração

nota-se que não houve alterações significativas. O alongamento na ruptura também não

apresenta grandes variações quando comparado ao PE. Os resultados obtidos para a

resistência ao impacto Izod das amostras estudadas apresentam valores inferiores quando

comparados ao PE puro, o que era de se esperar já que a presença da argila e do

compatibilizante enrijeceu os sistemas. É interessante destacar que o híbrido PE/PE-g-

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MA/ACT alcança uma resistência ao impacto superior aos demais sistemas com um

módulo também considerável. Como já comentado, esse sistema parece apresentar

propriedades mecânicas e de inflamabilidade promissoras. Em geral, os sistemas

polímero/argila, contendo baixo teor de argila (<10%) frequentemente exibem melhores

propriedades mecânicas quando comparadas às propriedades do polímero puro. A razão

principal para este aumento de propriedades, segundo Ray e Okamoto (2003) e Alexandre

e Dubois (2000) é a interação interfacial mais forte entre a matriz e a camada de silicato

comparada a sistemas reforçados com carga convencional.

A Figura 16 apresenta as curvas de torque em função do tempo para o PE e o PE-g-

MA puros, PE e PE-g-MA com argila organofílica e o híbrido PE/PE-g-MA/ACT. Pode

ser visualiza do que o PE puro apresenta valor de torque maior que o PE-g-MA puro, o que

era de se esperar em função dos pesos moleculares desses polímeros. O PE/ACT apresenta

o valor de torque menor que todos os demais sistemas, inclusive em relação ao PE-g-

MA/ACT. Os autores atribuem esses resultados ao fato do polietileno graftizado apresentar

uma estrutura polar, havendo assim uma maior interação com a argila, tornando a estrutura

mais resistente e aumentando a viscosidade. Entretanto, é interessante observar a influência

da argila tratada e do PE-g-MA no sistema híbrido (PE/PE-g-MA/ACT) que apresentou um

valor do torque superior aos demais. Provavelmente, a polaridade do PE-g-MA e a argila

tratada promoveram uma maior eficiência de mistura com o PE do que estes mesmos

componentes quando incorporados independentemente, ou seja, PE/ACT e PE-g-

MA/ACT. Essa análise corrobora com os resultados acima apresentados para o teste de

inflamabilidade e para as propriedades mecânicas (BRITO et al., 2008).

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Figura 16. Caracterização reológica do PE puro e seus nanocompóstios com argila

organofílica (ACT) (BRITO et al., 2008).

Teymouri e Nazockdast (2011) utilizaram a difratometria de raios X (DRX) para

investigar a distribuição e a distância intercamadas da argila montmorilonita organofílica

(org-MMT) em nanocompósitos com o polietileno de baixa densidade (PEBD)

compatibilizados com o polipropileno graftizado com anidrido maleico (PP-g-MA/Teor de

MA = 1% em massa). A org-MMT foi obtida através da modificação da argila in natura

com o sal orgânico haleto de dimetilalquilamônio, porém os autores não informam como

foi feita esta reação de modificação. Primeiramente, o compatibilizante foi misturado com

a org-MMT (razão 3:1) em um misturador interno Banbury para a obtenção de um

composto pré-intercalado (PIC). Posteriormente, os nanocompósitos foram preparados pela

diluição deste PIC com o PEBD em extrusora dupla-rosca. As composições dos

nanocompósitos (LDCN) estudados são apresentadas na Tabela 3.

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Tabela 3. Composições dos nanocompósitos (TEYMOURI, NAZOCKDAST,

2011)

Composição

(% em massa)

Tipo de LDCN

LDCN0 LDCN2,5 LDCN5

Argila 0 2,5 5

Compatibilizante (PP-g-Ma) 0 7,5 15

LDPE 100 90 80

A Tabela 4 mostra os resultados obtidos através da difratometria de raios X para a

org-MMT, o PIC e para os LDCN.

Tabela 4. Dados de DRX para a org-MMT, o PIC e para os LDCN (TEYMOURI,

NAZOCKDAST, 2011)

Material 2θ d(Å)

Argila 3,4 29

PIC 3,2 32

LDCN 2,5 2,7 36

LDCN5 3 34

Os resultados de raios X mostraram que o valor de 2θ obtido para o PIC (3,2º) foi

menor do que o obtido para a org-MMT (3,4º). Esta redução indica que o tratamento com o

compatibilizante (PP-g-MA) aumentou a distância intercamadas de 29 para 32Å. Segundo

os autores, o grupo MA presente no compatibilizante interage com os grupos alquil amônio

da org-MMT e ajudam as cadeias do polietileno a penetrarem mais facilmente entre as

camadas da argila.

A Figura 17 mostra os difratogramas de raios X da org-MMT, do PIC e dos

nanocompósitos PEBD/org-MMT (LDCN) com diferentes teores de argila.

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Figura 17. Difratogramas de raios X da org-MMT, do PIC e dos LDCN (TEYMOURI,

NAZOCKDAST, 2011)

O pico principal da org-MMT aparece em um valor de 2θ entre 2 e 4. Em ambos os

nanocompósitos este pico foi significativamente reduzido indicando uma boa intercalação

da argila na matriz de PEBD, embora a intercalação tenha sido menor no nanocompósito

com 5% em massa de org-MMT do que no sistema com 2,5% em massa. Segundo os

autores, a diferença de intensidade do pico da org-MMT e dos nanocompósitos demonstra

claramente o efeito do compatibilizante, melhorando as interações entre a carga e o

polímero. Esse fenômeno também pode ser observado na Figura 18, a qual mostra as

imagens de microscopia eletrônica de transmissão (TEM) dos nanocompósitos com 2,5 e

5% em massa de org-MMT. No nanocompósito com 2,5% em massa de argila foi

observada uma melhor intercalação e dispersão da carga do que no sistema contendo o

dobro de argila

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Figura 18. Micrografias de TEM dos nanocompósitos com 2,5 (a) e 5% em massa de org-

MMT (b) (TEYMOURI, NAZOCKDAST, 2011)

Nikkhah e colaboradores (2009) estudaram o comportamento térmico de

nanocompósitos de polietileno (PE) e bentonita preparados por polimerização in situ

(PECN). Os valores da temperatura de fusão cristalina (Tm), da temperatura de

cristalização ocorrida durante o resfriamento (Tc), do calor de fusão e da cristalidade do

polímero puro e dos nanocompósitos foram determinados e encontram-se detalhados na

Tabela 5.

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Tabela 5. Propriedades térmicas do PE puro e dos nanocompósitos (NIKKHAH et

al., 2009).

Amostra Temperatura de

cristalização (Tc,

°C)

Temperatura de

fusão (Tm, °C)

Calor de

fusão (J/g)

Cristalinidade

(%)

PE 113,3 138,6 186,06 63,5

PECNa-3% 118,8 139,8 174,80 59,6

PECN-5% 122,6 140,2 155,38 53,03

A temperatura de cristalização no resfriamento (Tc) para o PE puro foi de 113,3ºC,

enquanto que os nanocompósitos com 3 e 5% em massa de argila apresentaram valores de

118,8 e 122,6ºC, respectivamente. Os autores atribuem esse aumento da Tc ao efeito

nucleante da argila.Este comportamento ocorrido no resfriamento pode ser melhor

visualizado na Figura 19. A Tm do PE não foi afetada pela presença da argila nos

nanocompósitos. Contudo, o calor de fusão e a cristalinidade do PE diminuiu com a

introdução da argila na matriz polimérica. De acordo com os autores estes resultados

indicam que a carga pode estar limitando o movimento das cadeias moleculares do

polímero.

Figura 19. Curvas de DSC no resfriamento para o PE e seus nanocompósitos

(NIKKHAH et al., 2009)

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4. METODOLOGIA

4.1. MATERIAIS

Os materiais utilizados para o desenvolvimento deste trabalho estão descritos na

Tabela 6.

Tabela 6. Características dos materiais cedidas pelos fornecedores.

Material Nome

comercial

Procedência Descrição técnica

Vermiculita Vermifloc BrasilmineriosL

tda, Goiânia,

GO

Sólido bege Diâmetro

de partículas entre 0,15

e 8,0 mm

Densidade: 90 a 170

kg/m3 a 25 ºC

a

Bentonita Brasgel Bentonit União

Nordeste

(BUN),

Campina

Grande, PB

Granulado creme Peso

específico (água = 1):

2,5 a 2,6 g/cm3b

Polietileno de

alta densidade

PEAD Riopol HS-51030

3(IF 21)

0.951

Tambores até 2001,

incluso e lanelados

AOX/AP

Cloreto de sódio NaCl

Vetec Grau de pureza P.A.

(99%)

Brometo de

cetil trimetil

amônio

Cetremide Vetec 99% de pureza

Cloreto de

alquil dimetil

benzil amônio

Cloreto de

benzalcônio

Sigma Aldrich ≥ 95% de pureza

a(BRASILMINERIOS.COM.BR, 2008);

b(BENTONIT.COM.BR, 2008)

4.2. EQUIPAMENTOS

Os equipamentos utilizados neste trabalho estão listados abaixo.

o Agitador Mecânico, Fisatom, modelo710, 711.

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o Balança Analítica, Marte, modelo AY220.

o Balança Bioprecisa, modelo Eletrolic balance FA-2104N.

o Calorímetro diferencial de varredura Maia da Netzsch, modelo DSC 200F3.

o Centrífuga, Nova técnica, modelo NT820.

o Estufa para secagem e esterilização, Marconi, modelo MA033.

o Espectrômetro Perkim Elmer, modelo Spectrum 1720-X.

o Extrusora de Filmes Planos, Ax Plásticos, modelo LAB-16.

o Moinho, IKA, modelo A11B.

o Peneirador Eletromagnético, Contenco, provido de peneira mesh 80.

o Placa de Aquecimento, Fisatom, modelo752A.

o Prensa, Netzsch

4.3. MÉTODOS

Neste estudo foram feitos tratamentos químicos nas argilas (VMT e BENT) em

duas etapas: primeiro a troca com os íons Na+ com a finalidade de obter uma argila

homoiônica e o segundo, a reação com os sais de amônio brometo de cetiltrimetilamônio e

cloreto de alquildimetilbenzilamônio com o objetivo de preparar argilas organofílicas.

Após os tratamentos, a argila vermiculita tratada com o sal cloreto de

alquildimetilbenzilamônio foi misturada ao polietileno de alta densidade, visando à

obtenção de compósitos/nanocompósitos poliméricos.

4.3.1. Tratamento com cloreto de sódio

Antes de ser tratada, a VMT e a BENT foram secas em estufa (80ºC), moídas e

peneiradas até alcançar uma granulometria uniforme de 80mesh. Depois elas foram secas

em estufa novamente (80ºC) para a utilização na próxima etapa.

Foi utilizado 20g de argila in natura (VMT e BENT), 100g de NaCl e 200 mL de

água deionizada. As argilas in natura, NaCl e água foram adicionados a um béquer que foi

aquecido a 55ºC, sob agitação mecânica constante por 72h. Após a retirada da água

obrenadante, a argila resultante da troca catiônica foi transferida para tubos e a solução foi

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centrifugada por 30 minutos na velocidade de 3.500rpm. O produto foi centrifugado várias

vezes com água deionizada (3000 mL) a fim de remover os ânions Cl-. A ausência de

cloreto foi verificada através da reação com uma solução de AgNO3 0,1 molar. As argilas

na forma homoiônica sódica (VMT-Na e BENT-Na) foram secas em estufa com circulação

de ar a 60°C por48 horas, para a retirada do excesso de água. O material final em

quantidade suficiente foi armazenado em dessecador para a próxima etapa do tratamento.

4.3.2. Tratamento para a obtenção da argila organofílica

Para tornar as argilas compatíveis com as matrizes poliméricas e assim poderem ser

utilizadas em compósitos, os íons sódio presentes entre as lamelas das duas argilas foram

trocados por íons de sal de amônio quaternário (brometo de cetiltrimetilamônio e cloreto

de alquildimetilbenzilamônio), para produzir as argilas organofílicas. As estruturas

químicas dos sais de amônio que foram utilizados neste estudo são apresentadas na Figura

20.

Figura 20. Estrutura química do brometo de cetiltrimetilamônio (A) e do cloreto de

alquildimetilbenzilamônio (B) empregados na modificação das argilas

A reação de organofilização da vermiculita foi realizada utilizando 20g da argila

homoiônica sódica (VMT-Na), 24g do brometo de cetiltrimetilamônio e 400 mL de água

deionizada. A argila homoiônica sódica (VMT-Na), brometo de cetiltrimetilamônio e água

foram adicionados em um béquer a 55°C, sob agitação mecânica por 72h. A argila

proveniente da modificação orgânica foi transferida para tubos e a solução foi centrifugada

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por 30 minutos na velocidade de 3.500 rpm. O produto (VMTB) foi centrifugado com água

deionizada diversas vezes (3000 mL) a fim de remover os ânions Cl- presentes no sal

orgânico empregado. A ausência de cloreto foi verificada através da reação com uma

solução de AgNO3 0,1 molar.

Para a reação de modificação orgânica da vermiculita com o cloreto de

alquildimetilbenzil amônio foram utilizadas as mesmas quantidades e o mesmo

procedimento empregado para a reação com o sal brometo de cetiltrimetilamônio.

Para as reações de modificações orgânicas com a argila bentonita foi empregado o

mesmo procedimento adotado para a argila vermiculita.

Os aglomerados de argilas organofílicas obtidos através da modificação com os

dois sais orgânicos foram secos em estufa com circulação de ar a 60°C por 48 horas. A

desagregação dos aglomerados secos foi feita com o auxílio de um grau com pistilo

manualmente até a obtenção de materiais pulverulentos.

4.3.3. Caracterização da vermiculita e da bentonita in natura e modificadas com NaCl e

com os sais de amônio quaternários

A vermiculita e a bentonita in natura e após a modificação com o NaCl e com os

sais orgânicos, brometo de cetiltrimetilamônio e cloreto de alquildimetilbenzil amônio,

(VMTB, VMTC, BENTB e BENTC, respectivamente) foram caracterizadas pela técnica

de espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR). Essa técnica foi

empregada para avaliar as características químicas e estruturais da vermiculita e da

bentonita antes e após as modificações.

4.3.3.1. Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR)

As análises de FTIR foram utilizadas para a caracterização estrutural química das

argilas. A análise indicará se houve a incorporação das cadeias do sal de amônio nas

argilas, modificado-as (QUTUBUDDIN, 2001).

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31

As análises foram conduzidas em um espectrômetro de absorção na região do

infravermelho. Os espectros de FTIR foram obtidos nas seguintes condições de análise:

•Resolução do equipamento: 4 cm-1

;

•Número de varreduras: 20;

•Faixa de número de onda: 4000 – 400 cm-1

;

•Suporte: pastilha de KBr.

4.3.4. Processamento dos compósitos e/ou nanocompósitos

A VMT tratada com o sal cloreto de alquildimetilbenzilamônio (VMTC) foi

previamente seca em estufa a 60°C por 24 horas antes da etapa de extrusão. Os compósitos

e/ou nanocompósitos de PEAD e VMTC foram preparados em extrusora monorosca com

temperatura de 190ºC e velocidade de rotação da rosca de 40 rpm. A VMTC foi adicionada

ao PEAD de maneira que as seguintes concentrações de argila organofílica fossem obtidas

nas amostras: 2, 5 e 8 % em massa.

4.3.5. Caracterização dos compósitos e/ou nanocompósitos

Nesta etapa os compósitos e/ou nanocompósitos foram caracterizados e avaliados

quanto as suas propriedades térmicas.

4.3.5.1. Calorimetria diferencial de varredura (DSC)

A calorimetria diferencial de varredura é uma técnica utilizada para medir as

transições térmicas características de um material que ocorrem durante o aquecimento e

resfriamento da amostra em uma determinada faixa de temperatura. Essas análises foram

realizadas em um Calorímetro Diferencial de Varredura. Através da técnica de DSC foram

avaliadas, a temperatura de fusão cristalina (Tm) e o grau de cristalinidade (Xc). As

seguintes condições operacionais foram utilizadas: aquecimento de 25 a 600°C a

10°C/min. O grau de cristalinidade (Xc) de cada amostra foi calculado como a razão entre a

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entalpia de fusão da amostra e a entalpia de fusão do PE 100% cristalino (∆Hf100

= 293 J/g)

(Equação 1) (COLEMAN, CRAIG, 1996).

Xc = (∆Hfa/∆Hf

100) x 100 Equação 1

∆Hfa = calor de fusão da amostra (J/g)

∆Hf100

= calor de fusão do PE 100% cristalino (293J/g)

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados experimentais obtidos neste estudo serão apresentados e discutidos a

seguir, obedecendo ao critério que foi estabelecido nas etapas mencionadas na metodologia

experimental.

5.1. CARACTERIZAÇÃO DAS ARGILAS IN NATURA E MODIFICADAS COM OS

SAIS QUATERNÁRIOS DE AMÔNIO

5.1.1. Espectroscopia de absorção na região do infravermelho (FTIR)

O espectro de infravermelho da vermiculita in natura (VMT) e tratada com os sais

quaternários de amônio, cloreto de alquildimetilbenzil amônio (VMT-C) e brometo de

cetiltrimetilamônio (VMT-B), está apresentado na Figura 21.

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Figura 21: Espectro de infravermelho das argilas VMT, VMT-B e VMT-C

Observando o espectro de infravermelho para a argila in natura (VMT), verifica-se

um pico em 3400 cm-1

referente à frequência de vibração dos grupos OH da argila

vermiculita. O pico presente a 1655 cm-1

corresponde às vibrações de H2O; e os picos em

1000 cm-1

e 667 cm-1

estão relacionados com as vibrações de grupos Si-O e Al-O,

respectivamente. As mesmas bandas de absorção foram encontradas por Silva e

colaboradores (2011). Comparando os espectros de infravermelho da argila in natura com

os das argilas tratadas observa-se que nas argilas tratadas há a presença de novas bandas de

absorção correspondentes aos sais alquilamônio. Uma banda na faixa de 2922 cm-1

correspondente às vibrações de estiramento simétrico do grupo CH2; uma banda na faixa

de 2847 cm-1

corresponde às vibrações de estiramento assimétrico do grupo CH2 e uma

banda na faixa 1472 cm-1

corresponde às vibrações de flexão do grupo CH3. A presença

das bandas devido aos grupos CH2 e CH3 nos espectros de infravermelho das argilas

tratadas com os sais evidenciam a intercalação dos cátions quaternários de amônio nos

espaços interlamelares da vermiculita estudada. Resultados similares foram encontrados

por Araújo e colaboradores (2006) no Espectro de Infravermelho das bentonitas in natura e

tratadas com os sais alquilamônio.

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O espectro de infravermelho da bentonita in natura (BENT) e tratada com os sais

quaternários de amônio, cloreto de alquildimetilbenzilamônio (BENT-C) e brometo de

cetiltrimetilamônio (BENT-B), está apresentado na Figura 22.

Figura 22: Espectro de infravermelho das argilas BENT, BENT-B e BENT-C

Observando o espectro de infravermelho para a argila in natura, verifica-se que os

picos em 3694, 3618 e 3423 cm-1

são referentes à frequência de vibração dos grupos OH

da argila bentonítica. Os picos em 1637 e 1445 cm-1

correspondem às vibrações de HOH.

Os picos em 1034 e 469 cm-1

estão relacionados com as vibrações dos grupos Si-O.

Também são observadas as vibrações de deformação Al-OH em 914 cm-1

e vibrações Si-

O-Al em 797 e 532 cm-1

. Santos e colaboradores (2002) também verificaram a presença

destas mesmas bandas de absorção no espectro de infravermelho de da argila bentonita. No

espectro de FTIR da BENT-C não foram encontradas as bandas características dos sais

quaternários de amônio. No espectro de FTIR da BENT-B o par de bandas na faixa de

2857 e 2924 cm-1

corresponde às vibrações de estiramento simétrico e assimétrico dos

grupos CH2 e a banda na faixa de 1508 cm-1

é relativa à vibração de flexão do grupo CH3.

Resultados parecidos foram encontrados por Araújo e colaboradores (2006) e Leite e

colaboradores (2008) no espectro de infravermelho das bentonitas in natura e tratadas com

os sais alquilamônio.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

150828572924

431

469532

1637 1445

1034

914

797693

3618 3423

28532926

3694Tra

nsm

itâ

ncia

(%

) BENT-B

BENT-C

BENT

Número de onda (cm-1)

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5.2. CARACTERIZAÇÃO DOS COMPÓSITOS E/OU NANOCOMPÓSITOS

5.2.1. Calorimetria diferencial de varredura (DSC)

As mudanças nas transições térmicas do PEAD e dos compósitos e/ou

nanocompósitos de PEAD/VMTC foram verificadas através dos resultados obtidos pelas

curvas térmicas de DSC, como pode ser observado na Figura 23.

Figura 23. Curvas de DSC para o PEAD e compósitos PEAD/VMTC

A análise das curvas permitiu observar que para todos os sistemas não ocorreram

mudanças significativas na temperatura de fusão cristalina (Tm) do polímero.

Os valores da Tm e do grau de cristalinidade (Xc) do polímero puro e dos

compósitos e/ou nanocompósitos foram determinados e estão descritos na Tabela 7.

0 50 100 150 200

En

do

PEAD/8%VMTC

PEAD/5%VMTC

PEAD/2%VMTC

PEAD

Temperatura (ºC)

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Tabela 7. Valores da Tm e do Xc para o PEAD e para os compósitos e/ou nanocompósitos

PEAD/VMTC

Amostras Tm

(ºC)

Xc

(%)

PEAD 136 59

PEAD/2%VMTC 139 67

PEAD/5%VMTC 139 57

PEAD/8%VMTC 135 52

Observou-se partir da Tabela 7, que a temperatura de fusão do PEAD nos

compósitos e/ou nanocompósitos não sofreu grandes modificações. Resultados

semelhantes foram encontrados por Nikkhah e colaboradores (2009).

O PEAD puro obteve grau de cristalinidade menor do que o compósito e/ou

nanocompósitos PEAD/2%VMTC, entretanto comparando apenas os compósitos e/ou

nanocompósitos de PEAD/VMTC notou-se que o grau de cristalinidade do polímero

diminui à medida que a concentração de VMTC foi aumentada. Esse resultado mostra que

a formação dos cristais possivelmente foi afetada pelo teor de argila. De acordo com

Oliveira e colaboradores (2007) a presença de um segundo componente pode perturbar o

mecanismo de cristalização do polímero. A adição de argila dificulta a ordenação dos

cristais, impedindo, assim que ocorra a cristalização. Desta forma, quanto maior for o teor

de VMTC menor será a tendência do material cristalizar.

6. CONCLUSÃO

O emprego dos sais quaternários de amônio, cloreto de alquildimetilbenzilamônio e

brometo de cetiltrimetilamônio, para a obtenção da VMT organofílica foi satisfatório,

devido à presença dos grupos CH2 e CH3, observada pela análise de FTIR. Já para a BENT

in natura a intercalação dos cátions quaternários de amônio foi verificada apenas no

tratamento com o sal brometo de cetiltrimetilamônio (BENT-B).

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Os resultados de DSC mostraram que não houve mudanças significativas na Tm

dos compósitos e/ou nanocompósitos e que possivelmente a formação dos cristais de

PEAD foi afetada pela presença da argila.

7. REFERÊNCIAS

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