Desenvolvimento moral na adolescência
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Desenvolvimento Moral na Adolescência
Faculdade da Serra Gaúcha
Curso de Psicologia
Profª. Ms. Viviane Medeiros Pasqualeto
Desenvolvimento Moral na Adolescência
• Adolescência
– Período de construção de valores sociais e de interesse por problemas éticos e ideológicos
• Moralidade
– Alvo de estudo
• Campo afetivo, comportamental e cognitivista
Raciocínio Moral, segundo Piaget
• Para saber o pensamento moral das crianças, Piaget (1932) contava uma história sobre dois meninos:
“Um dia, Augusto percebeu que o tinteiro de seu pai estava vazio e decidiu ajudá-lo a enchê-lo. Ao abrir o frasco, derramou uma grande quantidade de tinta sobre a toalha da mesa. Outro menino, Julio, estava brincando com o tinteiro do pai, sabendo que não devia fazê-lo, e derramou um pouco de tinta na roupa”.
Em seguida Piaget perguntava: “Qual dos meninos foi mais levado e por quê?”
Raciocínio Moral, segundo Piaget
• As crianças com menos de 7 anos, de um modo geral, consideravam Augusto mais levado por ter causado maior estrago.
– Correspondendo ao primeiro estágio (aproximadamente dos 2 aos 7 anos = pré-operacional)
• Obediência à autoridade
• Maior rigidez sobre os conceitos morais
Raciocínio Moral, segundo Piaget
• As crianças com idade superior a 7 anos reconheceram que Augusto tinha boa intenção e fez um estrago acidentalmente, enquanto Júlio provocou um estrago menor fazendo uma coisa que não deveria estar fazendo.– Correspondendo ao segundo estágio (7 ou 8 aos 10
ou 11 anos = operações concretas)• Maior flexibilidade• Maior autonomia com base no respeito mútuo/cooperação• Descartaram a idéia e que há um único e absoluto padrão de
certo e errado• Chegam a julgamentos morais mais sutis
Raciocínio Moral, segundo Piaget
– Ou ainda ao terceiro estágio (11 ou 12 anos = raciocínio formal)
• Igualdade – diferentes significados– Dando espaço para equidade...
JULGAMENTO MORAL –A TEORIA DE KOHLBERG
A Teoria de Kohlberg
• “Uma mulher está prestes a morrer de câncer. Umfarmacêutico descobriu um remédio que os médicosacreditam poder salvá-la. O farmacêutico pede dois mildólares por uma pequena dose – dez vezes o custo dadroga. O marido da mulher doente, Heinz, tomadinheiro emprestado de cada pessoa que ele conhece,mas consegue juntar apenas mil dólares. Ele implora aofarmacêutico para lhe vender o medicamento por mildólares ou para deixá-lo pagar o restante mais tarde. Ofarmacêutico se recusa, dizendo: “Eu descobri a drogae vou ganhar dinheiro com isso”. Heinz, deseperado,invade a loja do homem e rouba o remédio. Heinz agiucerto? Por quê? (Kohlberg, 1969).
A Teoria de Kohlberg
• O problema de Heinz é o exemplo mais famoso da abordagem de Kohlberg ao estudo do desenvolvimento moral. Começando na década de 1950, Kohlberg e seus colaboradores apresentaram seus dilemas hipotéticos como esses a 75 garotos de dez, treze e dezesseis anos, e continuaram a lhes fazer indagações periodicamente por mais de 30 anos.
A Teoria de Kohlberg
• Perguntando aos participantes como chegavam a suas respostas, concluiu que o modo como as pessoas vêem as questões morais reflete o desenvolvimento cognitivo.
• Com base nos processos mentais apresentados nas respostas e seus dilemas, Kohlbergdesenvolveu três níveis de julgamento moral.– Moralidade pré-convencional
– Moralidade convencional
– Moralidade pós-convencional
A Teoria de Kohlberg
• Primeiro nível: Moralidade pré-convencional
– As pessoas agem sob controle externo
– Obedecem às regras para evitar punição, ou obter recompensas, ou agem por interesse pessoal
– Típico em crianças com 4 a 10 anos
A Teoria de Kohlberg
• Segundo nível: Moralidade convencional
– As pessoas internalizaram os padrões das figuras de autoridade – estão preocupadas em ser “boas”, agradáveis com os outros e manter a ordem social. Alcançada depois dos 10 anos.
A Teoria de Kohlberg
• Terceiro nível: Moralidade pós-convencional
– As pessoas reconhecem os conflitos entre padrões morais e fazem seus próprios julgamentos com base em princípios de correção e justiça
– Começa na adolescência ou no início da vida adulta, ou não
• O que define é o julgamento que está por trás da resposta a um dilema moral e não a resposta em si.
Desenvolvimento Moral
• Um dos aspectos do raciocínio moral é a habilidade de entender as obrigações recíprocas e de prever como uma pessoa se sentiria perante um compromisso não cumprido
• Estudos mais recentes sugerem que as crianças sabem raciocinar de modo flexível em idade anterior àquela proposta por Piaget e Kohlberg