1a edição: 2009

Copyright © 2009 Rex Projetos e Editora Ltda., São Paulo, para a presente edição.

Projeto e produção gráfica: Rex Design

Fotos: Fotocontexto

Revisão: Trisco Comunicação

Versão para o inglês: Brian Taylor

Todos os direitos desta edição reservados à Rex Projetos e Editora Ltda.Rua Caetés, 107 – Perdizes05016-080 – São Paulo/SP55 11 3862.5121rex@rexnet.com.brwww.rexlivros.com.br

OrganizaçãO gustavO Piqueira MarcO auréliO KatO cOM Base nOs dePOiMentOs de aldair Batista da cruz andrea rOzenBauM BrunO POrtO caMila chaves carina MigliaciO Fanny FriedMann Karen rOzenBauM laura galucci luis gustavO PeccicaccO luzia dOs s. de liMa tOledO MarciO scarcelli Marina Pires Marina vidigal OrlandO FacciOli POlyana ruFFinO reinaldO deOlinO da silva ricardO leite rOdOlFO herrera saMia JacinthO suely Padilha talita cOrtez

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Índices para catálogo sistemático:1. Vinhos : Design 641.22

Piqueira, Gustavo Design? : vinhos! / Gustavo Piqueira, MarcoAurélio Kato ; [versão para o inglês BrianTaylor]. -- São Paulo : Rex Livros, 2009.

Edição bilíngue: português/inglês.

1. Vinhos 2. Vinhos - Design I. Kato, MarcoAurélio. II. Título.

09-09246 CDD-641.22

design?Com bom humor. Bom humor. O que nos leva a outro dos efeitos co-laterais: a impressão de que assuntos sérios não podem ser ditos em meio a risadas. O roma-no Flaccus já se perguntava, há milênios: “Quem impede de dizer a verdade rindo?”

O leitor tem, portanto, duas opções. A primeira, seguir os colaboradores deste livro e se divertir com os chavões da pró-pria profissão.

Qual a segunda? Bom, a se-gunda opção é trocar de livro.

Falam a mesma língua? De que forma o consumidor lê as men-sagens criadas pelo designer? Quanto um conceito de marketing é fielmente representado através de recursos gráficos? Finalmen-te, essas — e outras — dúvidas cruciais terão sua resposta.

Sim, sim, é compreensível a apa-rência de que, quanto mais empo-lado o discurso, maior o valor de seu conteúdo. Seja a plateia for-mada por clientes, seja por alunos. Afinal, todos temos contas a pa-gar, egos a inflar. É compreensível, mas nem sempre saudável. Por-que o estabelecimento de métodos e verdades absolutas gera, salvo raríssimas exceções, percepções bastante distorcidas. O que, você há de concordar, não é lá muito positivo. Logo, vamos ao verdadei-ro propósito desta coleção.

A coleção Design? busca desestabelecer métodos. De aná-lise e de projeto.

Para isso, foram colhidos depoi-mentos de profissionais atuan-tes das duas áreas — marketing e design —, bem como do públi-co consumidor. Sobre um tema comum, cada qual lança as lu-zes particulares de sua ativida-de, de sua relação com o objeto em discussão.

Ainda que no geral bastan-te positiva, a recente popu-larização do design trouxe

consigo alguns efeitos colaterais. Um deles, a proliferação

de análises cifradas, em dialeto compartilhado apenas por outros colegas da mesma área. A bus-ca por significados onde eles não existem. Por referências artísticas estapafúrdias, estratégias comer-ciais mirabolantes. Por explicações desnecessárias. Nas palavras de Roland Barthes, “Erro inveterado: o detalhe, a forma breve, tem de ser metafórico. É preciso sempre dar um significado às formas. Es-pécie de pulsão ocidental a hiper-trofiar o detalhe”.

Roland Barthes: escritor, sociólogo, crítico literário, semiólogo e filósofo francês que vivou entre 1915 e 1980.Gaius Valerius Flaccus: poeta romano que viveu entre 65 e 8 a.C.

A coleção Design? busca es-tabelecer um inédito diálo-go entre os agentes envol-

vidos num projeto gráfico. Numa ponta, o profissional de marke-ting. Na outra, o consumidor. Am-bos intermediados pelo tradutor de mensagens, pelo criador de códigos visuais: o designer.

PARTE I PARTE II

7

“ “ “

vinhOs!nem com o mercado em questão. Portanto, não considere nenhum deles como análise de fato. Este livro não julga seus exemplos nem como bebida, nem como es-tratégia de marketing. Também não se propõe a desenhar um panorama do design de vinhos no Brasil. (Lembrem-se, patru-lheiros de plantão: bom humor. Bom humor…)

apresentados. Nem julgar a per-tinência de seu design ou de sua estratégia comercial. A seleção dos vinhos feita para este livro é mero suporte para os depoi-mentos — e para o propósito da coleção, como você acaba de ler na página anterior. Depoimentos, aliás, todos feitos por pessoas que não têm nenhuma relação nem com os produtos em si,

O universo dos vinhos — sinô-nimo do bem viver contem-porâneo — possui tamanha

diversidade de soluções de design que transforma-se em terreno dos mais férteis para estudo.

Contudo, é importante salientar que a seleção a se-guir, feita com base em vinhos produzidos no Brasil, não busca avaliar a qualidade dos produtos

suMariO

7 irMãOs 11 adega dO vale 13 cançãO 15 cantina dO vale 17 carreFOur 19 chaPinha 21 château duvalier 23 château lacave 25 dO avô 27 cv dOM cândidO 29 a. izidrO gOlçalves 31 JOta Pe 33 Marcus JaMes 35 MOsele 37 natal 39 naturelle 41 rannisch Wein 43 rendeiras 45 san giulianO 47 stuani 49

visãO dO PrOFissiOnal de MarKeting

visãO dO designer visãO dO cOnsuMidOr

legenda

11

“ “ “

quãO iMPOrtante é O asPectO artesanal dO PrOdutO?

Tá parecendo sítio.O objetivo do rótulo é agregar va-lores familiares ao produto atra-vés de referências ao musical vencedor de dois Oscars Sete Noi-vas para Sete Irmãos, dirigido por Stanley Donen em 1954.

No clássico filme, sete ir-mãos que vivem em uma fazenda no Oregon de 1850 raptam mo-ças de uma cidade próxima e as obrigam a lavar, passar, cozinhar e executar coreografias. No rótu-lo, a cena retratada (de maneira disfarçada, certamente por ques-tões de direitos autorais) mostra-se imbuída visualmente de valo-res como ‘família’ (os irmãos), ‘amor’ (os sete casais formados), ‘emoções’ (o rapto), ‘natureza’ (a fazenda), ‘tradição’ (a história se passa no século XIX) e — esta-mos falando de vinho — ‘sofisti-cação’ (Oregon fica nos Estados Unidos).”

Trata-se de um case exemplar de harmonia entre forma e fun-ção: a existência da trama exter-na ao vasilhame facilita o trans-porte pelo shopper. E, na busca da perfeita associação simbólica com o nome do produto, foi eli-minado qualquer tipo de alça on pack. Assim, será sempre necessário convocar os sete ir-mãos para a tarefa.”

”