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GABRIEL WATERKEMPER
MANUAIS EM OFICINAS MECÂNICAS
SERVIÇOS MANUAIS EM OFICINAS MECÂNICAS
Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao Curso de Design, como quesito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Design pela Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul Campus de Florianópolis
Área de habilitação: Design
Florianópolis
2018
OFICINAS MECÂNICAS
Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao Curso de Design, como quesito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Design pela
Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul Campus de Florianópolis.
Aprovado em: 27 de Junho de 2018.
BANCA EXAMINADORA
curso à minha família, que sempre me
apoiou nos momentos mais difíceis e aos
meus velhos e novos amigos que sempre
acreditam e apoiam meus projetos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família, por todo apoio durante todos esses anos.
Ao meu orientador Tiago Cruz, por suas correções e suporte na realização
desse projeto.
Ao Eduardo e Rodrigo da Oficina Mecânica HMS.
A todos os meus amigos que me ajudaram de alguma maneira.
RESUMO
Profissionais que atuam em oficinas mecânicas constantemente necessitam da
utilização de um equipamento para iluminar sua área de trabalho. Ao analisar
equipamentos do mercado, é possível perceber que eles não satisfazem, ou,
satisfazem parcialmente a necessidade do usuário. A iluminação inadequada gera
fadiga visual, stress, aumenta a quantidade de erros e da frequência de acidentes. O
projeto utiliza a metodologia de Bernd Löbach, contendo 4 etapas de projeto para
gerar um produto que visa reduzir estes problemas. A primeira delas é a análise do
problema, etapa onde são feitas pesquisas no ambiente de trabalho e com os
profissionais que utilizam equipamentos iluminativos. Feito a pesquisa são listados
os requisitos técnicos e requisitos do usuário, para então iniciar a geração de
alternativas. A alternativa final cumpre todos os requisitos previamente listados e
com isso é criado um protótipo para posterior análise do usuário e viabilidade
comercial.
ABSTRACT
Professionals who work in mechanical workshops constantly need the use of
equipment to light their work area. When analyzing equipment from the market, it is
possible to realize that they do not satisfy, or, partially satisfy the need of the user.
Inadequate lighting generates visual fatigue, stress, increases the number of errors
and frequency of accidents. The project uses the methodology of Bernd Löbach,
containing 4 stages of design to generate a product that aims to reduce these
problems. The first stage is the analysis of the problem, where research is done in
the workshop location and with professionals who use lighting equipment. Once the
research is done, the technical requirements and user requirements are listed, and
then the generation of alternatives is started. The final alternative meets all the
requirements previously listed and with this is created a prototype for further user
analysis and commercial viability.
Lista de Siglas
QFD Quality Function Deployment
PEEK Polímero termoplático poli-eter-eter-cetona
ABS Acrilonitrila butadieno estireno
UL 746B Standard for Polymeric Materials - Long Term Property Evaluations
PU Poliuretano
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 2 - Produto com função principalmente estética ............................................ 20
Figura 3 - Produto com função principalmente simbólica .......................................... 21
Figura 4 - Produto com função principalmente prática .............................................. 21
Figura 5 - Mecânico realizando serviço na parte inferior do carro ............................. 23
Figura 6 - Formula da intensidade de iluminação ...................................................... 26
Figura 7 - Planejamentos da Iluminação. .................................................................. 28
Figura 8 - Planejamentos da Iluminação ................................................................... 29
Figura 9 - Escala de temperatura na escala Kelvin (K) ............................................. 30
Figura 10 - Variação da Reprodução de Cor ............................................................. 30
Figura 11 - Iluminação geral da oficina ..................................................................... 34
Figura 12 - Iluminação geral da oficina ..................................................................... 35
Figura 13 - Área de sombra no local de atuação do mecânico ................................. 35
Figura 14 - Equipamentos de iluminação utilizados em serviço ................................ 36
Figura 15 - Equipamentos de iluminação utilizados em serviço ................................ 36
Figura 16 - Equipamento de iluminação posicionado ................................................ 37
Figura 17 - Serviços onde duas mãos são necessárias ............................................ 37
Figura 18 - Serviços onde duas mãos são necessárias ............................................ 38
Figura 19 - Serviço na parte inferior do painel........................................................... 38
Figura 20 - Situação onde o mecânico necessita que outra pessoa segure a iluminação
para seu serviço ........................................................................................................ 39
Figura 21 - Situação onde o mecânico necessita que outra pessoa segure a iluminação
para seu serviço ........................................................................................................ 39
Figura 23 - Características de um produto ideal........................................................ 44
Figura 24 - Persona ................................................................................................... 46
Figura 26 - Alternativa1 ............................................................................................. 49
Figura 39 - Alternativa final em perspectiva .............................................................. 59
Figura 40 - Visão frontal da alternativa final .............................................................. 60
Figura 41 - Visão lateral da alternativa final .............................................................. 60
Figura 42 - Visão traseira da alternativa final ............................................................ 61
Figura 43 - Visão inferior da alternativa final ............................................................. 61
Figura 44 - Visão superior da alternativa final ........................................................... 61
Figura 45 - Render digital em SolidWorks ................................................................. 62
Figura 46 - Utilização do PEEK na indústria aeronáutica .......................................... 63
Figura 47 - Render com teste de cores ..................................................................... 64
Figura 48 - Render com teste de cores ..................................................................... 64
Figura 49 - Alternativa final renderizada .................................................................... 66
Figura 50 - Alternativa final em duas posições .......................................................... 66
Figura 51 - Alternativa final com sua base de carregamento .................................... 67
Figura 52 - Protótipo .................................................................................................. 68
Figura 54 - Protótipo moldado ................................................................................... 69
Figura 55 - Protótipo da cabeça ................................................................................ 69
Figura 56 - Protótipo da iluminação ........................................................................... 70
LISTA DE TABELAS
Tabela 2 - Tabela da quantidade de Iluminância NBR5413 ...................................... 32
LISTA DE QUADROS
Quadro 2 - Tabela da análise sincrônica. .................................................................. 47
Quadro 3 - Matriz Morfológica. .................................................................................. 56
Quadro 4 - Matriz de priorização da base ................................................................. 57
Quadro 5 - Matriz de priorização do corpo ................................................................ 57
Quadro 6 - Matriz de priorização da cabeça. ............................................................ 58
Quadro 7 - Matriz de priorização da bateria .............................................................. 58
Quadro 8 - Tabela de material dos similares ............................................................. 62
Quadro 9 - Tabela de percepção de cores ................................................................ 65
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Dimensões médias dãs mãos .................................................................. 24
Gráfico 2 - O que você acha da iluminação da oficina? ............................................ 41
Gráfico 3 - Uso do equipamento ................................................................................ 41
Gráfico 4 - A falta de iluminação atrapalha o seu serviço? ........................................ 42
Gráfico 5 - Acidentes por falta de iluminação ............................................................ 42
Gráfico 6 - Quantidade de acidentes ......................................................................... 43
Gráfico 7 - Rendimento vinculado à iluminação ........................................................ 43
Gráfico 8 - Análise dos produtos disponíveis no mercado ........................................ 44
SUMÁRIO
2.2 ERGONOMIA ........................................................................................... 22
2.3.2 Temperatura ......................................................................................... 30
3 DESENVOLVIMENTO ................................................................................. 34
3.3 ANÁLISE QFD .......................................................................................... 44
3.6.1 LISTA DE REQUISITOS TÉCNICOS .................................................... 48
3.6.2 LISTA DE REQUISITOS DO USUÁRIO ................................................ 48
3.7 PAINEL DE CONCEITO ........................................................................... 46
3.8 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS .............................................................. 49
3.9 MATRIZ MORFOLÓGICA ......................................................................... 56
3.11 ALTERNATIVA FINAL ............................................................................ 59
3.15 PROTOTIPAÇÃO ................................................................................... 70
15
1.2 PROBLEMA
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO
Uma área de trabalho mal iluminada gera desconforto, falta de rendimento e
possíveis problemas de saúde. Em oficinas mecânicas o trabalhador, isto é, o
mecânico de automóveis, acaba usando equipamentos de iluminação que não foram
desenvolvidos levando em consideração este ambiente de trabalho, externo e interno
aos veículos, visto que são feitos de materiais não resistentes a calor excessivo,
líquidos corrosivos, grandes impactos e de formatos que não se adequam ao meio.
Para Gomes Filho (2003, p.238) -
Os ambientes de veículos, objetos de design industrial, como automóveis, caminhões, ônibus, vans, trens, aviões, embarcações e congêneres apresentam espaços internos diferenciados entre si. Isso ocorre, principalmente, em função, de suas características de tipo de uso, operacionais, tecnológicas, dimensionais, estético-formais, etc., e aliadas a inúmeros outros atributos e especificidades que lhes são próprios de cada classe, categoria, modelo e tipo de veículo e, obviamente, da natureza do tipo de percurso que realizam em terra, no ar ou na água.
Por conta dessa grande diversidade, para ter o mínimo de iluminação,
mecânicos utilizam lanternas tradicionais de maneiras não eficientes, tais como
coladas com fita, arames, ou até de maneira anti-higiênica, segurando com a boca.
Esses métodos consequentemente geram mais problemas, como quedas, quebras e
gerando iluminação inadequada.
Poucos produtos no mercado realmente se diferenciam em seu formato, boa
parte seguindo um padrão com aspectos estéticos diferenciados, tais como cores,
acabamentos, etc., não sendo adequados para um ambiente específico como o de
uma oficina mecânica.
16
Por isso, o objetivo deste trabalho é o desenvolvimento de um produto de
iluminação que considera exclusivamente o cenário de oficinas mecânicas, tomando
como base a análise direta do usuário e de sua área de trabalho.
1.4 OBJETIVOS
Desenvolver um produto de iluminação para uso específico em oficinas
mecânicas.
utilizados em oficinas mecânicas.
b) Listar os requisitos de iluminação apresentados pela Ergonomia para
trabalhos em oficinas mecânicas.
c) Realizar descrição do trabalho em oficinas mecânicas com foco na
iluminação.
e) Apresentar o protótipo.
1.5 JUSTIFICATIVA
Com uma frota crescente de automóveis em nosso país, a utilização dos
serviços de uma oficina mecânica é frequente. Mecânicos profissionais possuem uma
rotina pesada, onde trabalham em torno de 8 horas em situações desconfortáveis.
Observando profissionais e amigos entusiastas, que mexem em seus próprios
veículos, foi constatado a falta de um equipamento adequado para iluminar a área de
trabalho, visto que boa parte das vezes é requisitado o auxílio de terceiros para ajudar
na iluminação.
17
Profissionais que necessitam mexer em veículos, com o auxílio do projeto,
podem ter menos inconveniências quando necessitam de iluminação em áreas de
trabalho específicas, que em um veículo, seja ele - carro, caminhão, ônibus, etc., são
muitas.
O design tem como objetivo auxiliar na criação de um produto que atenda a
necessidade do usuário, utilizando a metodologia para alcançar um objetivo final. O
trabalho também se justifica pelo desenvolvimento de uma interface que aumente o
desempenho e a segurança do trabalhador, diminuindo consideravelmente o risco de
acidentes.
O projeto, tendo como público-alvo pessoas que trabalham em ambientes com
objetos pesados, cortantes, inflamáveis, etc., tem como objetivo reduzir o número de
acidentes criando um produto que cumpra os requisitos mínimos para uma área de
trabalho eficiente. Desta forma, visa reduzir o stress causado pela falta de iluminação
adequada, que consequentemente ocasiona falta de produtividade e em determinadas
situações até lesões físicas, visto que peças cortantes ficam ocultas no escuro.
1.6 METODOLOGIA
Metodologia são etapas a serem seguidas em um determinado processo. Para
Munari (1981, p.20) “O método projectual não é mais do que uma série de operações
necessárias, dispostas por ordem lógica, ditada pela experiência. O seu objetivo é o
de se atingir o melhor resultado com o menor esforço.”.
A metodologia utilizada nesse projeto será baseada em Bernd Löbach, que
pode ser melhor analisada observando a Figura 1 abaixo.
É importante seguir os passos sem pular etapas para quando chegar no final
do processo não haver imprevistos, erros e problemas, além de resultar em um
produto que solucione os problemas previamente descritos.
18
Fonte - LOBACH, 2001, p.140
Como o processo de design pode se desenvolver de forma
extremamente complexa (dependendo da magnitude do problema) nos parece útil, para fins didáticos, dividi-lo em quatro fases distintas, embora estas fases nunca sejam exatamente separáveis no caso real. Elas se entrelaçam umas às outras, com avanços e retrocessos.
Quanto a natureza, a pesquisa será feita de maneira aplicada, “Objetiva gerar
conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos.
Envolve verdades e interesses locais.” (GOHR, 2008, p. 28). Quanto aos objetivos
será uma pesquisa exploratória, que é definida por Prodanov e Freitas (2013, p. 51-
52) -
Quando a pesquisa se encontra na fase preliminar, tem como finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto que vamos investigar, possibilitando sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto.
19
A pesquisa será abordada de maneira quantitativa, composta pelo contato do
pesquisador com o objeto estudado. Os dados são expostos de forma descritiva
(PRODANOV E FREITAS, 2013).
Quanto aos procedimentos, pode ser considerado Estudo de caso. Segundo
Yin (2001, apud PRODANOV E FREITAS, 2013, p.60), Estudo de caso é “quando
envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que
permita o seu amplo e detalhado conhecimento”. O estudo de caso possui uma
metodologia de pesquisa classificada como aplicada, na qual se busca a aplicação
prática de conhecimentos para a solução de problemas sociais (BOAVENTURA, 2004,
apud PRODANOV E FREITAS, 2013, p.60).
Para este projeto, o designer utilizará a observação equipada e participativa,
além de entrevistar usuários de equipamentos similares, tais como mecânicos
profissionais e entusiastas amadores, para obter dados de base que serão analisados
através da ferramenta QFD (quality function deployment).
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Design de Produto ou Design Industrial
Design Industrial é um método estratégico de resolução de problemas, que gera
inovação, constrói o sucesso de empresas, e leva a uma melhor qualidade de vida
através de produtos inovadores, sistemas, serviços e experiências”. (World Design
Organization, 20171)¹
O desenho industrial é utilizado para a fabricação e produção, indicando
formas, medidas, proporções, escalas, materiais e ainda por vezes processos de
fabricação. O produto terá sua base em diversos tópicos abrangidos pelo design de
produtos, informações essas que irão auxiliar na elaboração de um resultado eficiente
para o usuário final.
Além do mais, de acordo com Lobach (2001) “o design industrial é o processo
de adaptação dos produtos de uso, fabricados industrialmente, as necessidades
físicas e psíquicas dos usuários ou grupo de usuários.
1Industrial Design is a strategic problem-solving process that drives innovation, builds business
success, and leads to a better quality of life through innovative products, systems, services, and
experiences. (World Design Organization, 20171)
20
Esses produtos fabricados, podem ter diversas funções, como função prática,
função estética ou função simbólica, e cabe ao designer na hora de projetar decidir
em qual função o seu produto deve se encaixar. A função estética está ligada com o
aspecto psicológico durante o seu uso, como por exemplo, na compra de um
automóvel, normalmente, o que é levado em consideração pelo comprador é o
aspecto estético do carro, já que as funções práticas entre todos os concorrentes são
muito parecidas. (LOBACH, 2001)
Fonte - Lobach, 2001, p.68.
Já a função simbólica de um produto é determinada por aspectos espirituais,
psíquicos e sociais. Quando um determinado grupo de pessoas que possuem status
social usam muito um tipo de produto, ele passa a representar esse status do usuário,
isso acontece muito com certas marcas de carro, como a BMW.
Figura 3 - Produto com função principalmente simbólica
21
Fonte - Lobach, 2001, p.68.
Por fim, se uma cadeira, por exemplo, satisfaz apenas as necessidades
fisiológicas do usuário, que é sentar, é um exemplo de produto com função prática.
Figura 4 - Produto com função principalmente prática
Fonte - Lobach, 2001, p.68.
22
A ergonomia estuda os diversos fatores que influem no desempenho do
sistema produtivo e procura reduzir suas consequências nocivas sobre o trabalhador.
(IIDA, 2005, p.3).
Para Munari (1981, p.342) -
A ergonomia é a ciência que estuda as maneiras de melhorar as condições dos trabalhadores no local de trabalho. Vale-se das contribuições advindas do conhecimento da anatomia humana, da fisiologia e da medicina do trabalho.
Logo após a 2ª Guerra Mundial começaram os estudos aprofundados e
aplicações da Ergonomia, elaborada em conjunto de vários profissionais, como
engenheiros, fisiologistas e psicólogos que ao estudar as características do
trabalhador viram que é possível projetar o trabalho para o mesmo, sem prejudicar
sua saúde, tanto física como psicológica, tendo como objetivo reduzir as
consequências nocivas sobre o trabalhador e com isso aumentar a eficiência como
consequência. (IIDA, 2005)
Vale frisar que a eficiência não é o foco principal, visto que poderia causar um
aumento nos riscos e causar acidentes, tornando-se inaceitável para os princípios da
ergonomia. (IIDA, 2005)
A Ergonomia tem papel fundamental na elaboração do projeto pois como o
objetivo é reduzir ao máximo os acidentes de trabalho causados por iluminação
inadequada, a mesma se torna item indispensável, pois define dados importantes,
como medidas, iluminação adequada, temperaturas, etc.
Sobre o tema, é dito que - “A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho
ao homem.” (IIDA ,2005, p.2).
Percebe-se inúmeras situações onde a falta de ergonomia pode vir a causar
situações perigosas e até letais, assim como lesões corporais e psicológicas ao longo
do tempo.
Existem 3 tipos principais de ergonomia, que são - ergonomia física, ergonomia
cognitiva e ergonomia organizacional. (IIDA, 2005). Para esse trabalho o foco será na
ergonomia física e na ergonomia cognitiva, visto que ambas se relacionam com o
tema.
De acordo com a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), entende-se
por ergonomia física os fatores relacionados com a anatomia do ser humano. Ou seja,
a postura, o movimento, as forças exercidas pelos músculos e ossos.
A ergonomia física, segundo Iida (2005, p.3) “ Ocupa-se das características da
anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica, relacionados com a
atividade física.”
Esta área da ergonomia busca melhorar a relação do homem com máquinas,
equipamentos móveis e objetos de trabalho, analisando posturas, vibrações,
movimentações adequadas, manipulação dos objetos e etc. Podemos nos perguntar
por exemplo se o produto poderá ser usado por longos períodos de tempo, ou se o
uso frequente do produto causa sequelas físicas para o usuário.(IIDA, 2005)
Os profissionais que trabalham com os membros superiores elevados têm um
risco cerca de 7,9 vezes maior para disturbios musculoesqueleticos do que aqueles
que não trabalham nessa posição (SERAFIM e SANDHI, 1998).Um exemplo é a da
profissão de mecânico, onde em determinadas situações de reparo na parte inferior
do carro há a necessidade de ficar com os membros superiores elevados por tempo
indeterminado, como na imagem abaixo.
Figura 5 – Mecânico realizando serviço na parte inferior do carro
Fonte - iStock (2018)
Com a ergonomia física é possível definir dimensões de uso adequados ao
projeto. Pensar que a ergonomia física traz benefícios apenas para o trabalhador é
equivocado, pois uma empresa com trabalhadores satisfeitos acaba tendo um
24
aumento na produtividade, grande redução de acidentes, diminuição de faltas e
atrasos, além de melhorar a imagem da empresa no mercado.
2.2.2 Ergonomia cognitiva
Segundo a ABERGO, a ergonomia cognitiva trata das questões psíquicas do
usuário, como o stress que pode ser causado pela realização de certa atividade ou o
desempenho da mesma. De acordo com Iida (2005, p.3) “Ocupa-se dos processos
mentais, como a percepção, memória, raciocínio e resposta motora, relacionados com
as interações entre as pessoas e outros elementos de um sistema.”
A Ergonomia Cognitiva investiga esses processos para compreender como um
indivíduo gerencia o seu trabalho e as informações disponibilizadas para, assim,
apreender a articulação que ele constrói e que o leva a realizar determinada ação.
(Abrahão, Dias Silvino, & Sarmet, 2005, p. 165)
Gráfico 1 – Infográfico da Ergonomia Cognitiva
Fonte - Proderg (2018)
25
Basicamente a ergonomia cognitiva é eficaz para garantir aos trabalhadores o
seu bem-estar, a partir de elementos que podem ser melhorados em seu posto de
trabalho, algo que será levado em conta neste projeto, uma vez que a luz no meio
ambiente, pode influenciar negativamente o trabalho do profissional.
Além do mais o público-alvo do projeto é um profissional que já sofre uma
grande quantidade de stress diário por ter muitas responsabilidades e pequenos
prazos, por isso, é importante para o projeto compreender as atitudes perante a
iluminação, e assim definir requisitos que o auxiliem.
2.2.3 Antropometria
A antropometria trata das medidas do corpo humano. “Medir as pessoas seria
uma tarefa fácil, bastando para isso ter uma régua, trena e balança. Entretanto, isso
não é tão simples assim, quando se pretende obter medidas representativas e
confiáveis de uma população [...].” (IIDA, 2005 ,p.97).
No projeto, ela é utilizada na definição das dimensões do produto, e pode ser
aplicada através de tabelas já feitas ou de uma nova medição do público. Elas podem
variar conforme os aspectos de faixa etária, país ou região, o tipo de atividade exercida
e época da medição.
Ela pode ser estática, dinâmica e funcional, sendo a funcional aquela onde o
corpo está em constante movimentação por conta de tarefas, ideal para o projeto.
Segundo Grandjean (1991, pg. 43), as medidas das mãos são importantes para
definição de controles em máquinas e produtos, e assim apresenta uma tabela com
dados coletados em uma pesquisa na Alemanha. (Tabela 1)
26
Fonte - Grandjean, 1991
Por ter um público específico de homens, entre 18 e 40 anos, brasileiros, a
antropometria define que o tamanho médio do perímetro de “pega” (Tabela 1) é de
13,4cm, o que resulta em um diâmetro de 4,26cm, medida essa que define uma base
de tamanho para produto.
2.3 ILUMINAÇÃO
Existem escalas de medição de intensidade de iluminação, que é medida pelo
fluxo luminoso que incide em uma superfície, sendo o Lux a unidade de medida.
(GRANDJEAN, 1998)
Fonte - autor, adaptado de Grandjean,1998, p.217.
Em relação aos tipos de fontes luminosas, Grandjean (1998) diz que existem 4
diferentes tipos de fontes -
27
1) Fontes luminosas radiantes diretas - Emitem 90% ou mais da luz na forma
de um cone de luz direcionado a uma superfície. São muito usadas em
vitrines e exposições.
2) Fontes luminosas semidiretas ou semi-indiretas - Graças ao emprego de
materiais translúcidos, emitem uma significativa parte da luz (até 40%)
diretamente em todas as direções, enquanto a outra parte incide em
paredes e no teto. São muito utilizadas para iluminação geral e uniforme de
uma sala.
3) Fontes irradiantes livres - Um bom exemplo são as lâmpadas
incandescentes opacas, que irradiam a luz uniformemente para todas as
direções. São de alta densidade luminosas e não devem ser utilizadas em
salas de espera, e sim em corredores, depósitos, banheiros, entre outros.
4) Fontes emissoras indiretas - Essas fontes jogam 90% ou mais da sua luz
nas paredes e no teto, então é refletida para os outros locais da sala. Para
isso, as paredes e o teto precisam ser de cores claras. São muito utilizadas
em exposições e salas de vendas.
A iluminação em geral é algo indispensável em nossas vidas, pois é ela que
estabelece nosso ciclo de atividades além de ser benéfica para o organismo,
melhorando saúde e humor, principalmente nas empresas, onde um trabalhador
passa em torno de 8 horas diárias. (IIDA, 2005)
“O correto planejamento da iluminação e das cores contribui para aumentar a
satisfação no trabalho e melhorar a produtividade, além de reduzir a fadiga e os
acidentes.” (IIDA, 2005, p.460)
O estudo sobre iluminação traz para o projeto dados essenciais para o
desenvolvimento de um produto que consiga sanar alguns dos problemas causados
pelo mal planejamento do sistema iluminativo de uma área de trabalho.
Segundo Grandjean (1998), citado por Iida (2005, p.462 e 463) -
Por muito tempo, os sistemas de iluminação nos ambientes de trabalho foram dimensionados de modo a poupar, ao máximo possível, a energia elétrica. Os valores recomendados até a década de 1950 oscilavam em torno de 10 a 50 lux, muito abaixo dos níveis atualmente utilizados.
Hoje, com o desenvolvimento de lâmpadas mais eficientes, o recomendado é
utilizar luzes até dez vezes mais intensas. Uma iluminação eficiente, pode reduzir a
28
fadiga visual, consequentemente diminuindo cerca de 20% de todos os acidentes de
trabalho. (IIDA, 2005).
Existem três tipos de iluminação - Iluminação Geral, Iluminação Localizada e
Iluminação Combinada. A escolha no tipo de lâmpadas, luminárias e distribuição
dependem das características do trabalho a ser executado. (IIDA, 2005, pg. 472)
A iluminação geral é obtida pela colocação regular de luminárias em toda a
área, havendo cruzamento dos cones de luz para não criar regiões sombreadas. A
iluminação localizada concentra a intensidade do iluminamento sobre a tarefa,
enquanto o ambiente geral recebe menos luz, em torno de 30 a 50% a menos. A
iluminação combinada é um complemento da iluminação geral, tendo luz focada sobre
a tarefa, com intensidade de 3 a 10 vezes superior ao ambiente geral. (IIDA, 2005, p.
473).
Figura 7 – Planejamentos da Iluminação
Fonte - Conforto Ambiental - Iluminação. O ser humano e o seu entorno imediato Conforto
Visual pode ser interpretado como uma recepção clara das mensagens visuais, disponível em -<http -
//slideplayer.com.br/slide/3426874/ />. Acesso em 25 de nov. 2016.
29
Figura 8 – Planejamentos da Iluminação
Fonte - Conforto Ambiental - Iluminação. O ser humano e o seu entorno imediato Conforto
Visual pode ser interpretado como uma recepção clara das mensagens visuais, disponível em -<http -
//slideplayer.com.br/slide/3426874/ />. Acesso em 25 de nov. 2016.
Com a imagem acima podemos realizar uma análise do local de trabalho e
definir qual o tipo de iluminação existente e onde podem ocorrer melhorias para
realizar os objetivos do projeto.
Para MUNARI (1981, p.346) “Tendo de projetar a iluminação de um ambiente,
o projetista deverá documentar-se para conhecer os tipos de fonte de luz disponíveis,
sua eficiência e suas características de uso.”.
2.3.2 Temperatura de iluminação
A temperatura de uma lâmpada define sua cor em unidades de medida Kelvin.
Temperaturas baixas, entre 2500K e 4000K são mais amareladas, temperaturas
médias entre 4000K e 6000K são brancas e temperaturas altas, acima de 6000K vão
se azulando até ficar roxo. (Figura 6)
Para cada situação existe uma variação de temperatura adequada, tanto para
conforto como para o trabalho. É importante ter a iluminação na temperatura correta
para ter o melhor desempenho no trabalho escolhido.
30
Fonte -<http -//www.philuz.com.br/lampadas-led-como-as-temperaturas-das-cores-influenciam-o-
ambiente/> Acesso em 20 de nov. 2016.
Outro fator relacionado à temperatura da lâmpada, é o seu índice de
reprodução de cores, que conforme aplicação, pode refletir a cor de maneira diferente
da verdadeira e causar confusão para o trabalhador, podendo gerar acidentes.
(OSRAM, 2017)
Segundo a OSRAM (2017) -
Objetos iluminados podem nos parecer diferentes, mesmo se as fontes de luz tiverem idêntica tonalidade. As variações de cor dos objetos iluminados sob fontes de luz diferentes podem ser identificadas através de um outro conceito, Reprodução de Cores, e de sua escala qualitativa Índice de Reprodução de Cores (Ra ou IRC).
Figura 10 - Variação da Reprodução de Cor
Fonte - <http -//www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/Livros/ManualOsram.pdf /> Acesso em 28 de jun. 2017.
31
A imagem da esquerda possui um IRC de 100. A imagem à direita possui um
IRC de 85. Percebe-se nitidamente a diferença, principalmente no boné do garoto. Em
uma oficina mecânica, por possuir muitos objetos de diferentes cores, se faz
necessário uma iluminação que reproduza as cores de maneira a facilitar a
visualização do mecânico.
Para este projeto, o mais indicado é o branco frio (aproximadamente 5500K),
temperatura indicada para tarefas que exigem atenção máxima e pelo fato de que ela
realça a limpeza do ambiente, ou falta dela, ajudando em serviços mais detalhados,
tais como identificar vazamentos, furos, rasgos em um veículo.
2.3.3 Iluminação no trabalho
A iluminação tem papel fundamental em nossas vidas, principalmente no
trabalho, onde as pessoas passam a maior parte do dia. “O nível de iluminamento
interfere diretamente no mecanismo fisiológico da visão e também na musculatura que
comanda o movimento dos olhos”. (IIDA, 2005, p.462).
Sobre a iluminação no local de trabalho mais delicados e precisos, de acordo
com Grandjean (1998) há recomendações a respeito -
1) A incidência da luz deve ser frontal.
2) A fonte luminosa deve apresentar uma boa superfície de irradiação.
3) A fonte luminosa deve ter curvas de distribuição da luz para que o local
tenha uniformidade de iluminação.
Ademais, a algumas condições gerais e preliminares para uma boa visão, como
a intensidade de iluminação, a distribuição dos brilhos no campo visual, o tamanho
dos objetos a serem reconhecidos, o tempo disponível para percepção e a idade da
pessoa que está trabalhando. A maioria dos trabalhos muito delicados exigem
intensidades de iluminação na ordem de 1.000 a 10.000 lux para a sua boa
visualização. (GRANDJEAN, 1998)
A quantidade de iluminação no trabalho, em décadas passadas, era limitada ao
mínimo possível para poupar energia elétrica, onde na década de 1950 ficava entre
10 e 50 lux, porém, com o passar dos anos a fadiga visual começou a prejudicar a
32
saúde e o rendimento dos funcionários e com isso surgiram mudanças. (IIDA, 2005,
p.462).
Hoje em dia com o desenvolvimento de lâmpadas mais eficientes e o correto
planejamento de luzes localizadas auxiliam na redução de acidentes, como por
exemplo, uma fábrica de tratores dos EUA, onde aumentando o iluminamento de 50
para 200 lux reduziu 32% o índice de acidentes. (IIDA, 2005)
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) hoje estabelece uma série
de normas, entre elas a NBR5413 (Tabela 2), que determina a iluminância em
estações de trabalho. Através dela podemos notar que uma iluminância correta para
o projeto está em torno de 1000 lux.
Tabela 2 -Tabela da quantidade de Iluminância NBR5413
Fonte - NBR 5413 (1992)
Quadro 1 – Tabela NBR 5413 – ILUMINÂNCIA DE INTERIORES
Fonte - ABNT NBR 5413 – ILUMINÂNCIA DE INTERIORES págs. 8, 9 e 11
Com as tabelas acima podemos nos referenciar através de dados oferecidos
pela ABNT. Para tarefas normais, como montagem de peças e operações com
máquinas, que é o foco deste trabalho, é recomendado intensidades entre 200 a 800
lux. (WEERDMEESTER, 1995)
Há também a necessidade de planejar a diferença entre as 3 zonas do campo
visual, que seria a área da tarefa, área circunvizinha e o ambiente geral. A diferença
de brilho entre a área da tarefa e a área circunvizinha não pode ser superior a três
vezes e a diferença entre a área da tarefa e o ambiente não pode ser superior a dez
vezes, caso contrário podem produzir incômodos e fadiga visual.
Com essa informação, define-se para o projeto uma intensidade de 400 a 1000
lux com capacidade de divisão entre as 3 zonas do campo visual.
34
O desenvolvimento, baseado na metodologia de Lobach, inicia-se com a
análise do problema, para posteriormente gerar alternativas, analisa-las e por fim
resolver o problema.
3.1 ANÁLISE DO PROBLEMA
O problema de iluminação será analisado através da observação do local de
trabalho e de pesquisas com usuários, trazendo assim resultados expressivos.
O ambiente analisado foi a oficina mecânica HMS, situada no bairro Barreiros,
em São José, SC. O local possui 200m², 3 elevadores automotivos, paredes com
pintura azul e branco e iluminação geral localizada nas paredes laterais.
Ao analisar o serviço do mecânico, observamos que mesmo com iluminação
geral reforçada com refletores de LED (Foto 1 e 2), a falta de iluminação prevalece na
região da tarefa. (Foto 3)
Figura 11 – Iluminação geral da oficina
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
O maior problema causado pela iluminação ambiente é a criação de muitas
sombras, principalmente na região do cofre do motor, local de boa parte dos serviços.
(Foto 3)
Figura 13 – Área de sombra no local de atuação do mecânico
Fonte - Do Autor (2018)
A distribuição da iluminação ambiente faz com que o corpo do mecânico crie
uma enorme sombra na área de trabalho.
36
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Foi constatado que além de oferecer uma iluminação não adequada, os
equipamentos são muito frágeis, apresentando danos com menos de 5 meses de uso.
O equipamento da esquerda (Foto 4), após algumas quedas, apresentou danos ao
plástico e não carregava mais sua bateria, sendo assim necessário o uso com um fio
na energia elétrica, atrapalhando sua mobilidade. O equipamento da direita (Foto 5)
apresenta iluminação reduzida por conta do uso.
37
Fonte - Do Autor (2018)
Observa-se que o objeto acaba atrapalhando a mobilidade do serviço, podendo
ser atingido pelas mãos ou braços do usuário e cria sombras que dificultam o serviço.
Figura 17 – Serviços onde duas mãos são necessárias
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Na foto vemos uma situação onde o mecânico necessita o auxílio de outra
pessoa para segurar um equipamento de iluminação em um serviço que requer 2
mãos.
A lanterna não possui qualquer tipo de suporte, sendo pouco versátil para a
aplicação em oficinas.
Fonte - Do Autor (2018)
39
Os equipamentos em formado de barra, como o da foto, não possuem
direcionamento da luz, criando uma iluminação ampla, porém, pouco eficiente para a
aplicação no interior de um veículo. Observa-se a iluminação ofuscando a visão do
usuário por iluminar diretamente seu rosto.
Figura 20 – Situação onde o mecânico necessita que outra pessoa
segure a iluminação para seu serviço
Fonte - Do Autor (2018)
A barra LED da foto possui um imã em sua base, mas apenas em um dos lados,
sendo pouco utilizado devido à falta de posicionamento útil.
Figura 21 – Situação onde o mecânico necessita que outra pessoa
segure a iluminação para seu serviço.
40
Fonte - Do Autor (2018)
Observe que o equipamento utilizado é diferente da foto 10, onde na tentativa
de melhorar a iluminação é feito a troca pela lanterna convencional.
Figura 22 - Projetor colocado no chão
Fonte - Do Autor (2018)
Nessa configuração cria-se muita luz nos olhos do usuário e muita sombra,
sendo pouco eficiente, além de atrapalhar a mobilidade. É ligado diretamente na
tomada.
A partir desta análise no ambiente, podemos listar alguns requisitos do usuário
para o desenvolvimento do produto.
3.2 QUESTIONÁRIOS E PESQUISAS
O questionário e a pesquisa têm enorme relevância para a compreensão dos
problemas que o usuário possui com o sistema atual de iluminação. A análise feita a
partir da observação do ambiente não capta anos de experiências que o usuário
possui, sendo assim, foram feitas perguntas chave para o melhor entendimento do
assunto. Aliado ao questionário presencial, onde 3 mecânicos foram entrevistados, foi
realizado uma pesquisa virtual com 15 profissionais de outras regiões e 8 entusiastas
que acabam mexendo em seus próprios veículos e passam por situações similares.
O questionário está anexado ao apêndice.
41
Gráfico 2 – O que você acha da iluminação da oficina?
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Gráfico 4 – A falta de iluminação atrapalha o seu serviço?
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Podemos concluir que a grande maioria tem consciência do problema de
iluminação, porém, se contenta com as alternativas, como usar o celular ou algum
equipamento não eficiente. É possível ver que o usuário tem noção das características
de um produto que tornaria a iluminação melhor, aumentado seu rendimento.
45
3.3 ANÁLISE QFD (Quality Function Deployment)
Após análise do QFD, pode se observar que nenhum dos equipamentos do
mercado possuem todos os requisitos técnicos, muito menos do usuário. Além disso,
ao comparar o QFD com a análise no ambiente, vemos que os equipamentos com
menores índices dos requisitos mais importantes, são os mais utilizados, retratando a
baixa eficiência relatada nas pesquisas. Tabela anexada no apêndice.
3.4 PERSONA
A criação da Persona é uma ferramenta muito útil ao design de produto pois
ela representa de maneira fictícia o seu cliente. Ela se baseia em comportamentos e
características do seu cliente, assim como suas histórias pessoais, motivações,
objetivos, desafios e preocupações.
Fonte - Do Autor (2018)
3.5 ANÁLISE DE SINCRÔNICA
A análise de similares nos mostra que os produtos mais utilizados em oficinas
mecânicas possuem características que o usuário requisita, porém, nunca de maneira
conjunta. A tabela em alta resolução está anexada no apêndice.
47
Fonte - Do Autor (2018)
O equipamento que mais atende as necessidades do usuário é o do tipo Abajur,
que possui base magnética e uma haste flexível. Seus pontos negativos são - corpo
de tamanho não prático, haste curta, não há como alterar o foco e sua maneira de
aderir é simples, limitando-se à alguns tipos de metais.
3.6 LISTA DE REQUISITOS
Unindo os dados coletados na fundamentação teórica, pesquisas e análises, é
possível listar requisitos técnicos e requisitos do usuário, para assim, desenvolver um
produto que cumpra seu objetivo.
3.6.1 LISTA DE REQUISITOS TÉCNICOS
Com base na fundamentação teórica, é possível listar requisitos técnicos para
o projeto, sendo eles -
Ter uma iluminação com iluminância média de 1000 lux.
Ter iluminação direcionada para evitar ofuscamentos na visão do usuário e
garantir boa distribuição nas 3 zonas de iluminação.
Ter cor de temperatura neutra, em média 5500K.
Ter um IRC próximo de 100.
48
3.6.2 LISTA DE REQUISITOS DO USUÁRIO
Após análise do ambiente e de pesquisas com mecânicos e entusiastas, foram
listados alguns requisitos que seriam benéficos ao produto. São eles -
Ser resistente à impactos e líquidos
Iluminação forte e bem distribuída
Maleável
Ser de tamanho pequeno para que entre em espaços confinados.
Ter resistência mecânica devido ao ambiente possuir calor, ferramentas e
peças pesadas. Ao analisar o ambiente de trabalho de uma oficina mecânica
podemos constatar que há contato com - gasolina, álcool, óleos, produtos de
limpeza, desengripantes, etc.
Aderir a superfícies metálicas e carpetes. De acordo com observações
presenciais, esses são os materiais mais encontrados nos serviços em
automóveis, sendo metais na parte exterior e carpete no interior.
Ter um corpo maleável para adaptar-se ao espaço de trabalho. Com
observações e entrevistas foi constatado que uma grande porcentagem dos
locais com deficiência na iluminação é de difícil acesso para equipamentos
comuns, sendo necessário algo que se adapte ao meio para oferecer
iluminação adequada.
3.7 PAINEL DE CONCEITO
O painel de conceito é construído a partir da lista de requisitos e serve para
auxiliar na visualização do significado do produto, seus aspectos, emoções, símbolos,
etc. Também auxilia o designer no quesito de formas, cores, texturas, que podem ser
aplicadas ao produto.
49
Fonte - Do Autor (2018)
Os conceitos apresentados neste painel são base para a interface do produto,
tendo cada um uma função específica. Criar um produto com grande mobilidade e
resistência certamente é um desafio, porém, altamente necessário para o ambiente
definido, isto é, o de oficinas mecânicas.
3.8 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS
Tendo analisado o problema e compreendendo o usuário, inicia-se a geração
de alternativas, visando criar soluções
Figura 26 – Alternativa 1
Fonte - Do Autor (2018)
A primeira alternativa possuía um corpo pequeno, com haste maleável e uma
cabeça com 3 LEDS. Apesar de um tamanho ideal para o manuseio em espaços
apertados, a alternativa foi descartada por motivos de durabilidade de bateria e
capacidade de foco.
Figura 27 – Alternativa 2
Fonte - Do Autor (2018)
Na alternativa 2 o corpo possui formato triangular, com 4 hastes, sendo 1 delas
a da base. O botão liga/desliga está integrado.
Figura 28 – Alternativa 3
Fonte - Do Autor (2018)
A alternativa 3 possui corpo com 2 saídas de haste no topo e uma embaixo
para a base, seguindo a mesma direção para melhor fluidez no uso.
Figura 29 – Alternativa 4
Fonte - Do Autor (2018)
A alternativa 4 é uma evolução da alternativa 3, tendo formas mais suaves e
contínuas. Agora o corpo possui 3 saídas para hastes.
Figura 30 – Alternativa 5
Fonte - Do Autor (2018)
A Alternativa 4 trata de um esboço da base. A bateria utilizada teria formato
cilíndrico e a haste sairia da lateral de seu corpo. O tamanho não seria eficiente para
o manuseio e por isso foi descartada.
52
Figura 31 – Alternativa 6
Fonte - Do Autor (2018)
Após mudanças no uso da bateria, foi elaborado um esboço onde a base teria
entrada para carregador externo e formato retangular. Foi descartada pelo mesmo
motivo da alternativa 4, onde o espaço comprometeria a mobilidade e o método de
recarga ocupava muito espaço.
Figura 32 – Alternativa 7
Fonte - Do Autor (2018)
53
Realizando outra mudança na bateria do projeto e com inspiração peças
utilizadas em oficinas, foi elaborada uma nova base, porém, o formato não era
ergonômico, além de ter espaço interno desnecessário.
Figura 33 – Alternativa 8
Fonte - Do Autor (2018)
Em busca de um formato mais simples, o esboço da alternativa 7 apresenta um
formato quadrado, com elementos da alternativa 6.
Figura 34 - Alternativa 9
Fonte - Do Autor (2018)
54
A alternativa 8 apresenta a evolução das alternativas 6 e 7, possuindo formato
compacto, botão liga/desliga com tamanho adequado e elementos de aderência,
assim como as laterais possuem uma curvatura e elementos de aderência para
manuseio. No topo, descentralizado, há a base da haste flexível. Na parte inferior
haverá uma tampa que além de ter a função de proteger a bateria do produto, tem um
imã em seu interior para aderir aos diferentes tipos de metais e uma segunda tampa
que pode ser acoplada para aderir ao interior do veículo.
Figura 35 – Alternativa 10
Fonte - Do Autor (2018)
A alternativa 9 nos mostra o primeiro esboço para a cabeça de LED. O formato
compacto e simples não forneceria iluminação suficiente e o manuseio seria limitado.
Figura 36 – Alternativa 11
Fonte - Do Autor (2018)
55
A alternativa 10 apresenta uma cabeça com 3 LEDS e formato com
curvaturas para melhorar o manuseio com os dedos. Os 3 LEDS fornecem a
quantidade de iluminância suficientes para o projeto, algo entre 1000 e 2500 lux.
Figura 37 – Alternativa 12
Fonte - Do Autor (2018)
Na alternativa 11 o formato foi modificado para acompanhar o posicionamento
dos 3 LEDS, fornecendo uma fluidez melhor e oferecendo uma boa pega para o
manuseio.
Figura 38 – Alternativa 13
Fonte - Do Autor (2018)
Alternativa de cabeça baseado no primeiro esboço, com formato retangular e 3
LEDS em linha.
3.9 MATRIZ MORFOLÓGICA
56
Após listar as alternativas é feito a matriz morfológica com o intuito de criar
possíveis soluções por meio da combinação de alternativas de componentes.
Quadro 3 – Matriz Morfológica
Fonte - Do Autor (2018)
3.10 MATRIZ DE PRIORIZAÇÃO
Tendo a matriz morfológica, foram feitas matrizes de priorização de cada item,
visando escolher a alternativa mais adequada, para assim ser criado uma alternativa
final.
57
Fonte - Do Autor (2018)
58
Fonte - Do Autor (2018)
Pegando os itens com melhor pontuação é possível definir os componentes da
alternativa final e assim montar um modelo definitivo.
3.11 ALTERNATIVA FINAL
59
A alternativa final contém os itens que receberam a nota mais alta na matriz de
priorização, criando uma alternativa que cumpre os requisitos.
Figura 39 – Alternativa final em perspectiva
Fonte - Do Autor (2018)
Após esta etapa é criado uma renderização virtual, onde poderão ser
analisadas as funções de mobilidade, tamanho, pega, cores, materiais, etc. Se
aprovada, é realizado a elaboração de um protótipo.
60
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Para criar uma projeção fiel ao produto é necessário a adição de materiais e
cores.
3.12 MATERIAIS
O processo de seleção de materiais tem importância para definir custos, peso
e resistência do produto. Analisando os equipamentos similares utilizados em oficinas
mecânicas, podemos ver que os materiais mais comuns são plásticos de alta
resistência e metais. (Tabela 10)
Quadro 8 – Tabela de material dos similares
Fonte - Do Autor (2018)
63
O material mais adequado para o projeto é o PEEK (Polímero termoplático poli-
eter-eter-cetona), um polímero que vem ganhado espaço nos diversos mercados,
principalmente porque substitui com vantagens outros materiais tradicionalmente
usados, tais como o ABS. O PEEK possui temperatura de transição vítrea de 143°C,
contra 109°C do ABS, e uma temperatura de fusão de 343°C contra os 175°C do ABS,
além de uma temperatura de uso contínuo de 260°C, números esses retirados de um
estudo realizado com a UL 746B (Standard for Polymeric Materials - Long Term
Property Evaluations). Além disso, possui alta resistência, durabilidade, é um material
viável economicamente, leve e que pode receber qualquer tipo de cor, fazendo com
que o PEEK seja utilizado em grande escala na indústria automotiva.
Figura 46 – Utilização do PEEK na indústria aeronáutica
Fonte - < http -//www.themoldingblog.com/2015/04/10/peek-carbon-composites-win-aircraft-
3.13 CORES
Para a seleção de cores foram escolhidas as cores primárias e secundárias e
colocadas na renderização do produto para melhor visualização.
64
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
A escolha da cor final foi baseada na tabela de percepção de cores de Ma.
Dolores Vidales Giovannetti, onde a cor com maior percepção auxilia o usuário a não
esquecer o equipamento no veículo em que está realizando um serviço. Além do mais,
65
por ser uma cor incomum nos carros populares, o laranja cumpre muito bem o seu
papel.
Quadro 9 – Tabela de percepção de cores
Fonte - Do Autor, adaptado de Ma. Dolores Vidales Giovannetti, 1995, p. 112.
3.14 ALTERNATIVA FINAL RENDERIZADA
A alternativa final concretiza um produto que cumpre todos os requisitos
previamente descritos. Definidos cores e materiais é possível criar uma visualização
em três dimensões digitais para melhor análise da alternativa.
66
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
3.15 PROTOTIPAÇÃO
Tendo o produto renderizado, com todas suas dimensões definidas, é possível
criar um protótipo para a validação das ideias, verificando se todas as etapas
resultaram em um produto que cumpre seus requisitos e solucione o problema
descrito inicialmente.
Para fazer o protótipo foi utilizado um bloco de PU (poliuretano), que foi
esculpido até ficar com o formato do desenho digital. Para as hastes flexíveis foram
utilizadas hastes existentes no mercado, utilizadas em tripés para câmeras e
celulares. O teste de iluminação foi realizado com um modelo similar ao da cabeça do
produto para validar se a quantidade de LEDS seriam suficientes, medindo a
iluminância com um luxímetro, onde foram obtidos resultados entre 1000 e 2500 lux.
A simulação da base magnética foi feita a partir de imãs de padrão arredondado.
68
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Profissionais que atuam em oficinas mecânicas constantemente necessitam da
utilização de um equipamento para iluminar sua área de trabalho. Ao analisar
equipamentos do mercado, é possível perceber que eles não satisfazem, ou,
satisfazem parcialmente a necessidade do usuário, que acaba se conformando com
o uso de um produto ineficiente.
71
Para reverter esta situação, o projeto buscou compreender o usuário e suas
necessidades e com isso chegou a um resultado satisfatório através das 4 etapas da
metodologia de Bernd Löbach.
O equipamento desenvolvido conta com um tamanho reduzido e hastes
flexíveis para se adaptar ao ambiente do mecânico e a suas necessidades, base
magnética, com a opção de encaixar uma segunda base com velcro para aumentar
as possibilidades de suporte e 3 cabeças com 3 LEDS cada, gerando uma média de
1500 lux por cabeça, resultando em uma iluminação de alta eficiência.
Para melhor definição de materiais e cores seria necessária uma análise
completa com profissionais da área, os mesmos descritos neste trabalho são apenas
sugestões.
Com os itens relatados acima o serviço do mecânico certamente terá um
aumento no rendimento e diminuição de acidentes.
Além do uso em oficinas, o produto pode expandir seu uso para outras áreas
que também necessitam de uma iluminação eficiente.
É estimado um custo médio/alto devido à alta qualidade dos materiais utilizados
na construção do produto, visando uma durabilidade superior a qualquer similar
encontrado atualmente no mercado.
Para o futuro do projeto seria interessante o estudo de cabeças
intercambiáveis, onde diferentes acessórios poderiam ser acoplados, como garras,
lupas, ou até iluminações com outras finalidades.
72
REFERÊNCIAS
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Públ. 1998, 14(3) - 555-63
//wdo.org/about/definition/ >Acesso em - 29 de jun. 2017
Questionário 1 – Eduardo (HMS)
a. Ótimo
b. Boa
c. Mediana
d. Ruim
e. Péssima
2) Quantas vezes por semana é necessário o uso de um equipamento de
iluminação?
a. Sim
b. Não
c. Algumas vezes
4) Já sofreu algum tipo de acidente por não ter iluminação adequada?
a. Sim X
a. 1 vez X
76
6) Você considera a falta de iluminação adequada algo que diminua seu
rendimento?
7) Os equipamentos de iluminação disponíveis no mercado satisfazem sua
necessidade?
c. Parcialmente X
8) Quais seriam as características de um possível produto que minimize os
problemas de iluminação?
Luz mais forte e que possa ser fixado em lugares apertados. Ser resistente
é importante também, visto que já quebramos 2 lanternas aqui na oficina.
Questionário 2 – Rodrigo (HMS)
a. Ótimo
b. Boa
c. Mediana
d. Ruim
e. Péssima
2) Quantas vezes por semana é necessário o uso de um equipamento de
iluminação?
a. Sim
b. Não
c. Algumas vezes
4) Já sofreu algum tipo de acidente por não ter iluminação adequada?
a. Sim X
a. 1 vez
b. 3 vezes
c. Mais de 3 vezes X
6) Você considera a falta de iluminação adequada algo que diminua seu
rendimento?
7) Os equipamentos de iluminação disponíveis no mercado satisfazem sua
necessidade?
c. Parcialmente X
8) Quais seriam as características de um possível produto que minimize os
problemas de iluminação?
Ser pequeno e que consiga se fixar para não usar as duas mãos.
78
1) O que você acha da iluminação da oficina?
a. Ótimo
b. Boa
c. Mediana
d. Ruim
e. Péssima
2) Quantas vezes por semana é necessário o uso de um equipamento de
iluminação?
a. Sim
b. Não
c. Algumas vezes
4) Já sofreu algum tipo de acidente por não ter iluminação adequada?
a. Sim
b. Não
a. 1 vez
b. 3 vezes
c. Mais de 3 vezes
6) Você considera a falta de iluminação adequada algo que diminua seu
rendimento?
7) Os equipamentos de iluminação disponíveis no mercado satisfazem sua
necessidade?
c. Parcialmente X
8) Quais seriam as características de um possível produto que minimize os
problemas de iluminação?
Creio que ter uma mobilidade boa para conseguir usar em espaços mais
apertados, tanto dentro do cofre do motor quanto no interior do carro. A luz
deve ser branca para não confundir a cor de fios, parafusos, etc.
80
82
MANUAIS EM OFICINAS MECÂNICAS
SERVIÇOS MANUAIS EM OFICINAS MECÂNICAS
Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao Curso de Design, como quesito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Design pela Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul Campus de Florianópolis
Área de habilitação: Design
Florianópolis
2018
OFICINAS MECÂNICAS
Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao Curso de Design, como quesito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Design pela
Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul Campus de Florianópolis.
Aprovado em: 27 de Junho de 2018.
BANCA EXAMINADORA
curso à minha família, que sempre me
apoiou nos momentos mais difíceis e aos
meus velhos e novos amigos que sempre
acreditam e apoiam meus projetos.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha família, por todo apoio durante todos esses anos.
Ao meu orientador Tiago Cruz, por suas correções e suporte na realização
desse projeto.
Ao Eduardo e Rodrigo da Oficina Mecânica HMS.
A todos os meus amigos que me ajudaram de alguma maneira.
RESUMO
Profissionais que atuam em oficinas mecânicas constantemente necessitam da
utilização de um equipamento para iluminar sua área de trabalho. Ao analisar
equipamentos do mercado, é possível perceber que eles não satisfazem, ou,
satisfazem parcialmente a necessidade do usuário. A iluminação inadequada gera
fadiga visual, stress, aumenta a quantidade de erros e da frequência de acidentes. O
projeto utiliza a metodologia de Bernd Löbach, contendo 4 etapas de projeto para
gerar um produto que visa reduzir estes problemas. A primeira delas é a análise do
problema, etapa onde são feitas pesquisas no ambiente de trabalho e com os
profissionais que utilizam equipamentos iluminativos. Feito a pesquisa são listados
os requisitos técnicos e requisitos do usuário, para então iniciar a geração de
alternativas. A alternativa final cumpre todos os requisitos previamente listados e
com isso é criado um protótipo para posterior análise do usuário e viabilidade
comercial.
ABSTRACT
Professionals who work in mechanical workshops constantly need the use of
equipment to light their work area. When analyzing equipment from the market, it is
possible to realize that they do not satisfy, or, partially satisfy the need of the user.
Inadequate lighting generates visual fatigue, stress, increases the number of errors
and frequency of accidents. The project uses the methodology of Bernd Löbach,
containing 4 stages of design to generate a product that aims to reduce these
problems. The first stage is the analysis of the problem, where research is done in
the workshop location and with professionals who use lighting equipment. Once the
research is done, the technical requirements and user requirements are listed, and
then the generation of alternatives is started. The final alternative meets all the
requirements previously listed and with this is created a prototype for further user
analysis and commercial viability.
Lista de Siglas
QFD Quality Function Deployment
PEEK Polímero termoplático poli-eter-eter-cetona
ABS Acrilonitrila butadieno estireno
UL 746B Standard for Polymeric Materials - Long Term Property Evaluations
PU Poliuretano
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 2 - Produto com função principalmente estética ............................................ 20
Figura 3 - Produto com função principalmente simbólica .......................................... 21
Figura 4 - Produto com função principalmente prática .............................................. 21
Figura 5 - Mecânico realizando serviço na parte inferior do carro ............................. 23
Figura 6 - Formula da intensidade de iluminação ...................................................... 26
Figura 7 - Planejamentos da Iluminação. .................................................................. 28
Figura 8 - Planejamentos da Iluminação ................................................................... 29
Figura 9 - Escala de temperatura na escala Kelvin (K) ............................................. 30
Figura 10 - Variação da Reprodução de Cor ............................................................. 30
Figura 11 - Iluminação geral da oficina ..................................................................... 34
Figura 12 - Iluminação geral da oficina ..................................................................... 35
Figura 13 - Área de sombra no local de atuação do mecânico ................................. 35
Figura 14 - Equipamentos de iluminação utilizados em serviço ................................ 36
Figura 15 - Equipamentos de iluminação utilizados em serviço ................................ 36
Figura 16 - Equipamento de iluminação posicionado ................................................ 37
Figura 17 - Serviços onde duas mãos são necessárias ............................................ 37
Figura 18 - Serviços onde duas mãos são necessárias ............................................ 38
Figura 19 - Serviço na parte inferior do painel........................................................... 38
Figura 20 - Situação onde o mecânico necessita que outra pessoa segure a iluminação
para seu serviço ........................................................................................................ 39
Figura 21 - Situação onde o mecânico necessita que outra pessoa segure a iluminação
para seu serviço ........................................................................................................ 39
Figura 23 - Características de um produto ideal........................................................ 44
Figura 24 - Persona ................................................................................................... 46
Figura 26 - Alternativa1 ............................................................................................. 49
Figura 39 - Alternativa final em perspectiva .............................................................. 59
Figura 40 - Visão frontal da alternativa final .............................................................. 60
Figura 41 - Visão lateral da alternativa final .............................................................. 60
Figura 42 - Visão traseira da alternativa final ............................................................ 61
Figura 43 - Visão inferior da alternativa final ............................................................. 61
Figura 44 - Visão superior da alternativa final ........................................................... 61
Figura 45 - Render digital em SolidWorks ................................................................. 62
Figura 46 - Utilização do PEEK na indústria aeronáutica .......................................... 63
Figura 47 - Render com teste de cores ..................................................................... 64
Figura 48 - Render com teste de cores ..................................................................... 64
Figura 49 - Alternativa final renderizada .................................................................... 66
Figura 50 - Alternativa final em duas posições .......................................................... 66
Figura 51 - Alternativa final com sua base de carregamento .................................... 67
Figura 52 - Protótipo .................................................................................................. 68
Figura 54 - Protótipo moldado ................................................................................... 69
Figura 55 - Protótipo da cabeça ................................................................................ 69
Figura 56 - Protótipo da iluminação ........................................................................... 70
LISTA DE TABELAS
Tabela 2 - Tabela da quantidade de Iluminância NBR5413 ...................................... 32
LISTA DE QUADROS
Quadro 2 - Tabela da análise sincrônica. .................................................................. 47
Quadro 3 - Matriz Morfológica. .................................................................................. 56
Quadro 4 - Matriz de priorização da base ................................................................. 57
Quadro 5 - Matriz de priorização do corpo ................................................................ 57
Quadro 6 - Matriz de priorização da cabeça. ............................................................ 58
Quadro 7 - Matriz de priorização da bateria .............................................................. 58
Quadro 8 - Tabela de material dos similares ............................................................. 62
Quadro 9 - Tabela de percepção de cores ................................................................ 65
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Dimensões médias dãs mãos .................................................................. 24
Gráfico 2 - O que você acha da iluminação da oficina? ............................................ 41
Gráfico 3 - Uso do equipamento ................................................................................ 41
Gráfico 4 - A falta de iluminação atrapalha o seu serviço? ........................................ 42
Gráfico 5 - Acidentes por falta de iluminação ............................................................ 42
Gráfico 6 - Quantidade de acidentes ......................................................................... 43
Gráfico 7 - Rendimento vinculado à iluminação ........................................................ 43
Gráfico 8 - Análise dos produtos disponíveis no mercado ........................................ 44
SUMÁRIO
2.2 ERGONOMIA ........................................................................................... 22
2.3.2 Temperatura ......................................................................................... 30
3 DESENVOLVIMENTO ................................................................................. 34
3.3 ANÁLISE QFD .......................................................................................... 44
3.6.1 LISTA DE REQUISITOS TÉCNICOS .................................................... 48
3.6.2 LISTA DE REQUISITOS DO USUÁRIO ................................................ 48
3.7 PAINEL DE CONCEITO ........................................................................... 46
3.8 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS .............................................................. 49
3.9 MATRIZ MORFOLÓGICA ......................................................................... 56
3.11 ALTERNATIVA FINAL ............................................................................ 59
3.15 PROTOTIPAÇÃO ................................................................................... 70
15
1.2 PROBLEMA
1.3 PROBLEMATIZAÇÃO
Uma área de trabalho mal iluminada gera desconforto, falta de rendimento e
possíveis problemas de saúde. Em oficinas mecânicas o trabalhador, isto é, o
mecânico de automóveis, acaba usando equipamentos de iluminação que não foram
desenvolvidos levando em consideração este ambiente de trabalho, externo e interno
aos veículos, visto que são feitos de materiais não resistentes a calor excessivo,
líquidos corrosivos, grandes impactos e de formatos que não se adequam ao meio.
Para Gomes Filho (2003, p.238) -
Os ambientes de veículos, objetos de design industrial, como automóveis, caminhões, ônibus, vans, trens, aviões, embarcações e congêneres apresentam espaços internos diferenciados entre si. Isso ocorre, principalmente, em função, de suas características de tipo de uso, operacionais, tecnológicas, dimensionais, estético-formais, etc., e aliadas a inúmeros outros atributos e especificidades que lhes são próprios de cada classe, categoria, modelo e tipo de veículo e, obviamente, da natureza do tipo de percurso que realizam em terra, no ar ou na água.
Por conta dessa grande diversidade, para ter o mínimo de iluminação,
mecânicos utilizam lanternas tradicionais de maneiras não eficientes, tais como
coladas com fita, arames, ou até de maneira anti-higiênica, segurando com a boca.
Esses métodos consequentemente geram mais problemas, como quedas, quebras e
gerando iluminação inadequada.
Poucos produtos no mercado realmente se diferenciam em seu formato, boa
parte seguindo um padrão com aspectos estéticos diferenciados, tais como cores,
acabamentos, etc., não sendo adequados para um ambiente específico como o de
uma oficina mecânica.
16
Por isso, o objetivo deste trabalho é o desenvolvimento de um produto de
iluminação que considera exclusivamente o cenário de oficinas mecânicas, tomando
como base a análise direta do usuário e de sua área de trabalho.
1.4 OBJETIVOS
Desenvolver um produto de iluminação para uso específico em oficinas
mecânicas.
utilizados em oficinas mecânicas.
b) Listar os requisitos de iluminação apresentados pela Ergonomia para
trabalhos em oficinas mecânicas.
c) Realizar descrição do trabalho em oficinas mecânicas com foco na
iluminação.
e) Apresentar o protótipo.
1.5 JUSTIFICATIVA
Com uma frota crescente de automóveis em nosso país, a utilização dos
serviços de uma oficina mecânica é frequente. Mecânicos profissionais possuem uma
rotina pesada, onde trabalham em torno de 8 horas em situações desconfortáveis.
Observando profissionais e amigos entusiastas, que mexem em seus próprios
veículos, foi constatado a falta de um equipamento adequado para iluminar a área de
trabalho, visto que boa parte das vezes é requisitado o auxílio de terceiros para ajudar
na iluminação.
17
Profissionais que necessitam mexer em veículos, com o auxílio do projeto,
podem ter menos inconveniências quando necessitam de iluminação em áreas de
trabalho específicas, que em um veículo, seja ele - carro, caminhão, ônibus, etc., são
muitas.
O design tem como objetivo auxiliar na criação de um produto que atenda a
necessidade do usuário, utilizando a metodologia para alcançar um objetivo final. O
trabalho também se justifica pelo desenvolvimento de uma interface que aumente o
desempenho e a segurança do trabalhador, diminuindo consideravelmente o risco de
acidentes.
O projeto, tendo como público-alvo pessoas que trabalham em ambientes com
objetos pesados, cortantes, inflamáveis, etc., tem como objetivo reduzir o número de
acidentes criando um produto que cumpra os requisitos mínimos para uma área de
trabalho eficiente. Desta forma, visa reduzir o stress causado pela falta de iluminação
adequada, que consequentemente ocasiona falta de produtividade e em determinadas
situações até lesões físicas, visto que peças cortantes ficam ocultas no escuro.
1.6 METODOLOGIA
Metodologia são etapas a serem seguidas em um determinado processo. Para
Munari (1981, p.20) “O método projectual não é mais do que uma série de operações
necessárias, dispostas por ordem lógica, ditada pela experiência. O seu objetivo é o
de se atingir o melhor resultado com o menor esforço.”.
A metodologia utilizada nesse projeto será baseada em Bernd Löbach, que
pode ser melhor analisada observando a Figura 1 abaixo.
É importante seguir os passos sem pular etapas para quando chegar no final
do processo não haver imprevistos, erros e problemas, além de resultar em um
produto que solucione os problemas previamente descritos.
18
Fonte - LOBACH, 2001, p.140
Como o processo de design pode se desenvolver de forma
extremamente complexa (dependendo da magnitude do problema) nos parece útil, para fins didáticos, dividi-lo em quatro fases distintas, embora estas fases nunca sejam exatamente separáveis no caso real. Elas se entrelaçam umas às outras, com avanços e retrocessos.
Quanto a natureza, a pesquisa será feita de maneira aplicada, “Objetiva gerar
conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos.
Envolve verdades e interesses locais.” (GOHR, 2008, p. 28). Quanto aos objetivos
será uma pesquisa exploratória, que é definida por Prodanov e Freitas (2013, p. 51-
52) -
Quando a pesquisa se encontra na fase preliminar, tem como finalidade proporcionar mais informações sobre o assunto que vamos investigar, possibilitando sua definição e seu delineamento, isto é, facilitar a delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o assunto.
19
A pesquisa será abordada de maneira quantitativa, composta pelo contato do
pesquisador com o objeto estudado. Os dados são expostos de forma descritiva
(PRODANOV E FREITAS, 2013).
Quanto aos procedimentos, pode ser considerado Estudo de caso. Segundo
Yin (2001, apud PRODANOV E FREITAS, 2013, p.60), Estudo de caso é “quando
envolve o estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetos de maneira que
permita o seu amplo e detalhado conhecimento”. O estudo de caso possui uma
metodologia de pesquisa classificada como aplicada, na qual se busca a aplicação
prática de conhecimentos para a solução de problemas sociais (BOAVENTURA, 2004,
apud PRODANOV E FREITAS, 2013, p.60).
Para este projeto, o designer utilizará a observação equipada e participativa,
além de entrevistar usuários de equipamentos similares, tais como mecânicos
profissionais e entusiastas amadores, para obter dados de base que serão analisados
através da ferramenta QFD (quality function deployment).
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Design de Produto ou Design Industrial
Design Industrial é um método estratégico de resolução de problemas, que gera
inovação, constrói o sucesso de empresas, e leva a uma melhor qualidade de vida
através de produtos inovadores, sistemas, serviços e experiências”. (World Design
Organization, 20171)¹
O desenho industrial é utilizado para a fabricação e produção, indicando
formas, medidas, proporções, escalas, materiais e ainda por vezes processos de
fabricação. O produto terá sua base em diversos tópicos abrangidos pelo design de
produtos, informações essas que irão auxiliar na elaboração de um resultado eficiente
para o usuário final.
Além do mais, de acordo com Lobach (2001) “o design industrial é o processo
de adaptação dos produtos de uso, fabricados industrialmente, as necessidades
físicas e psíquicas dos usuários ou grupo de usuários.
1Industrial Design is a strategic problem-solving process that drives innovation, builds business
success, and leads to a better quality of life through innovative products, systems, services, and
experiences. (World Design Organization, 20171)
20
Esses produtos fabricados, podem ter diversas funções, como função prática,
função estética ou função simbólica, e cabe ao designer na hora de projetar decidir
em qual função o seu produto deve se encaixar. A função estética está ligada com o
aspecto psicológico durante o seu uso, como por exemplo, na compra de um
automóvel, normalmente, o que é levado em consideração pelo comprador é o
aspecto estético do carro, já que as funções práticas entre todos os concorrentes são
muito parecidas. (LOBACH, 2001)
Fonte - Lobach, 2001, p.68.
Já a função simbólica de um produto é determinada por aspectos espirituais,
psíquicos e sociais. Quando um determinado grupo de pessoas que possuem status
social usam muito um tipo de produto, ele passa a representar esse status do usuário,
isso acontece muito com certas marcas de carro, como a BMW.
Figura 3 - Produto com função principalmente simbólica
21
Fonte - Lobach, 2001, p.68.
Por fim, se uma cadeira, por exemplo, satisfaz apenas as necessidades
fisiológicas do usuário, que é sentar, é um exemplo de produto com função prática.
Figura 4 - Produto com função principalmente prática
Fonte - Lobach, 2001, p.68.
22
A ergonomia estuda os diversos fatores que influem no desempenho do
sistema produtivo e procura reduzir suas consequências nocivas sobre o trabalhador.
(IIDA, 2005, p.3).
Para Munari (1981, p.342) -
A ergonomia é a ciência que estuda as maneiras de melhorar as condições dos trabalhadores no local de trabalho. Vale-se das contribuições advindas do conhecimento da anatomia humana, da fisiologia e da medicina do trabalho.
Logo após a 2ª Guerra Mundial começaram os estudos aprofundados e
aplicações da Ergonomia, elaborada em conjunto de vários profissionais, como
engenheiros, fisiologistas e psicólogos que ao estudar as características do
trabalhador viram que é possível projetar o trabalho para o mesmo, sem prejudicar
sua saúde, tanto física como psicológica, tendo como objetivo reduzir as
consequências nocivas sobre o trabalhador e com isso aumentar a eficiência como
consequência. (IIDA, 2005)
Vale frisar que a eficiência não é o foco principal, visto que poderia causar um
aumento nos riscos e causar acidentes, tornando-se inaceitável para os princípios da
ergonomia. (IIDA, 2005)
A Ergonomia tem papel fundamental na elaboração do projeto pois como o
objetivo é reduzir ao máximo os acidentes de trabalho causados por iluminação
inadequada, a mesma se torna item indispensável, pois define dados importantes,
como medidas, iluminação adequada, temperaturas, etc.
Sobre o tema, é dito que - “A ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho
ao homem.” (IIDA ,2005, p.2).
Percebe-se inúmeras situações onde a falta de ergonomia pode vir a causar
situações perigosas e até letais, assim como lesões corporais e psicológicas ao longo
do tempo.
Existem 3 tipos principais de ergonomia, que são - ergonomia física, ergonomia
cognitiva e ergonomia organizacional. (IIDA, 2005). Para esse trabalho o foco será na
ergonomia física e na ergonomia cognitiva, visto que ambas se relacionam com o
tema.
De acordo com a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), entende-se
por ergonomia física os fatores relacionados com a anatomia do ser humano. Ou seja,
a postura, o movimento, as forças exercidas pelos músculos e ossos.
A ergonomia física, segundo Iida (2005, p.3) “ Ocupa-se das características da
anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica, relacionados com a
atividade física.”
Esta área da ergonomia busca melhorar a relação do homem com máquinas,
equipamentos móveis e objetos de trabalho, analisando posturas, vibrações,
movimentações adequadas, manipulação dos objetos e etc. Podemos nos perguntar
por exemplo se o produto poderá ser usado por longos períodos de tempo, ou se o
uso frequente do produto causa sequelas físicas para o usuário.(IIDA, 2005)
Os profissionais que trabalham com os membros superiores elevados têm um
risco cerca de 7,9 vezes maior para disturbios musculoesqueleticos do que aqueles
que não trabalham nessa posição (SERAFIM e SANDHI, 1998).Um exemplo é a da
profissão de mecânico, onde em determinadas situações de reparo na parte inferior
do carro há a necessidade de ficar com os membros superiores elevados por tempo
indeterminado, como na imagem abaixo.
Figura 5 – Mecânico realizando serviço na parte inferior do carro
Fonte - iStock (2018)
Com a ergonomia física é possível definir dimensões de uso adequados ao
projeto. Pensar que a ergonomia física traz benefícios apenas para o trabalhador é
equivocado, pois uma empresa com trabalhadores satisfeitos acaba tendo um
24
aumento na produtividade, grande redução de acidentes, diminuição de faltas e
atrasos, além de melhorar a imagem da empresa no mercado.
2.2.2 Ergonomia cognitiva
Segundo a ABERGO, a ergonomia cognitiva trata das questões psíquicas do
usuário, como o stress que pode ser causado pela realização de certa atividade ou o
desempenho da mesma. De acordo com Iida (2005, p.3) “Ocupa-se dos processos
mentais, como a percepção, memória, raciocínio e resposta motora, relacionados com
as interações entre as pessoas e outros elementos de um sistema.”
A Ergonomia Cognitiva investiga esses processos para compreender como um
indivíduo gerencia o seu trabalho e as informações disponibilizadas para, assim,
apreender a articulação que ele constrói e que o leva a realizar determinada ação.
(Abrahão, Dias Silvino, & Sarmet, 2005, p. 165)
Gráfico 1 – Infográfico da Ergonomia Cognitiva
Fonte - Proderg (2018)
25
Basicamente a ergonomia cognitiva é eficaz para garantir aos trabalhadores o
seu bem-estar, a partir de elementos que podem ser melhorados em seu posto de
trabalho, algo que será levado em conta neste projeto, uma vez que a luz no meio
ambiente, pode influenciar negativamente o trabalho do profissional.
Além do mais o público-alvo do projeto é um profissional que já sofre uma
grande quantidade de stress diário por ter muitas responsabilidades e pequenos
prazos, por isso, é importante para o projeto compreender as atitudes perante a
iluminação, e assim definir requisitos que o auxiliem.
2.2.3 Antropometria
A antropometria trata das medidas do corpo humano. “Medir as pessoas seria
uma tarefa fácil, bastando para isso ter uma régua, trena e balança. Entretanto, isso
não é tão simples assim, quando se pretende obter medidas representativas e
confiáveis de uma população [...].” (IIDA, 2005 ,p.97).
No projeto, ela é utilizada na definição das dimensões do produto, e pode ser
aplicada através de tabelas já feitas ou de uma nova medição do público. Elas podem
variar conforme os aspectos de faixa etária, país ou região, o tipo de atividade exercida
e época da medição.
Ela pode ser estática, dinâmica e funcional, sendo a funcional aquela onde o
corpo está em constante movimentação por conta de tarefas, ideal para o projeto.
Segundo Grandjean (1991, pg. 43), as medidas das mãos são importantes para
definição de controles em máquinas e produtos, e assim apresenta uma tabela com
dados coletados em uma pesquisa na Alemanha. (Tabela 1)
26
Fonte - Grandjean, 1991
Por ter um público específico de homens, entre 18 e 40 anos, brasileiros, a
antropometria define que o tamanho médio do perímetro de “pega” (Tabela 1) é de
13,4cm, o que resulta em um diâmetro de 4,26cm, medida essa que define uma base
de tamanho para produto.
2.3 ILUMINAÇÃO
Existem escalas de medição de intensidade de iluminação, que é medida pelo
fluxo luminoso que incide em uma superfície, sendo o Lux a unidade de medida.
(GRANDJEAN, 1998)
Fonte - autor, adaptado de Grandjean,1998, p.217.
Em relação aos tipos de fontes luminosas, Grandjean (1998) diz que existem 4
diferentes tipos de fontes -
27
1) Fontes luminosas radiantes diretas - Emitem 90% ou mais da luz na forma
de um cone de luz direcionado a uma superfície. São muito usadas em
vitrines e exposições.
2) Fontes luminosas semidiretas ou semi-indiretas - Graças ao emprego de
materiais translúcidos, emitem uma significativa parte da luz (até 40%)
diretamente em todas as direções, enquanto a outra parte incide em
paredes e no teto. São muito utilizadas para iluminação geral e uniforme de
uma sala.
3) Fontes irradiantes livres - Um bom exemplo são as lâmpadas
incandescentes opacas, que irradiam a luz uniformemente para todas as
direções. São de alta densidade luminosas e não devem ser utilizadas em
salas de espera, e sim em corredores, depósitos, banheiros, entre outros.
4) Fontes emissoras indiretas - Essas fontes jogam 90% ou mais da sua luz
nas paredes e no teto, então é refletida para os outros locais da sala. Para
isso, as paredes e o teto precisam ser de cores claras. São muito utilizadas
em exposições e salas de vendas.
A iluminação em geral é algo indispensável em nossas vidas, pois é ela que
estabelece nosso ciclo de atividades além de ser benéfica para o organismo,
melhorando saúde e humor, principalmente nas empresas, onde um trabalhador
passa em torno de 8 horas diárias. (IIDA, 2005)
“O correto planejamento da iluminação e das cores contribui para aumentar a
satisfação no trabalho e melhorar a produtividade, além de reduzir a fadiga e os
acidentes.” (IIDA, 2005, p.460)
O estudo sobre iluminação traz para o projeto dados essenciais para o
desenvolvimento de um produto que consiga sanar alguns dos problemas causados
pelo mal planejamento do sistema iluminativo de uma área de trabalho.
Segundo Grandjean (1998), citado por Iida (2005, p.462 e 463) -
Por muito tempo, os sistemas de iluminação nos ambientes de trabalho foram dimensionados de modo a poupar, ao máximo possível, a energia elétrica. Os valores recomendados até a década de 1950 oscilavam em torno de 10 a 50 lux, muito abaixo dos níveis atualmente utilizados.
Hoje, com o desenvolvimento de lâmpadas mais eficientes, o recomendado é
utilizar luzes até dez vezes mais intensas. Uma iluminação eficiente, pode reduzir a
28
fadiga visual, consequentemente diminuindo cerca de 20% de todos os acidentes de
trabalho. (IIDA, 2005).
Existem três tipos de iluminação - Iluminação Geral, Iluminação Localizada e
Iluminação Combinada. A escolha no tipo de lâmpadas, luminárias e distribuição
dependem das características do trabalho a ser executado. (IIDA, 2005, pg. 472)
A iluminação geral é obtida pela colocação regular de luminárias em toda a
área, havendo cruzamento dos cones de luz para não criar regiões sombreadas. A
iluminação localizada concentra a intensidade do iluminamento sobre a tarefa,
enquanto o ambiente geral recebe menos luz, em torno de 30 a 50% a menos. A
iluminação combinada é um complemento da iluminação geral, tendo luz focada sobre
a tarefa, com intensidade de 3 a 10 vezes superior ao ambiente geral. (IIDA, 2005, p.
473).
Figura 7 – Planejamentos da Iluminação
Fonte - Conforto Ambiental - Iluminação. O ser humano e o seu entorno imediato Conforto
Visual pode ser interpretado como uma recepção clara das mensagens visuais, disponível em -<http -
//slideplayer.com.br/slide/3426874/ />. Acesso em 25 de nov. 2016.
29
Figura 8 – Planejamentos da Iluminação
Fonte - Conforto Ambiental - Iluminação. O ser humano e o seu entorno imediato Conforto
Visual pode ser interpretado como uma recepção clara das mensagens visuais, disponível em -<http -
//slideplayer.com.br/slide/3426874/ />. Acesso em 25 de nov. 2016.
Com a imagem acima podemos realizar uma análise do local de trabalho e
definir qual o tipo de iluminação existente e onde podem ocorrer melhorias para
realizar os objetivos do projeto.
Para MUNARI (1981, p.346) “Tendo de projetar a iluminação de um ambiente,
o projetista deverá documentar-se para conhecer os tipos de fonte de luz disponíveis,
sua eficiência e suas características de uso.”.
2.3.2 Temperatura de iluminação
A temperatura de uma lâmpada define sua cor em unidades de medida Kelvin.
Temperaturas baixas, entre 2500K e 4000K são mais amareladas, temperaturas
médias entre 4000K e 6000K são brancas e temperaturas altas, acima de 6000K vão
se azulando até ficar roxo. (Figura 6)
Para cada situação existe uma variação de temperatura adequada, tanto para
conforto como para o trabalho. É importante ter a iluminação na temperatura correta
para ter o melhor desempenho no trabalho escolhido.
30
Fonte -<http -//www.philuz.com.br/lampadas-led-como-as-temperaturas-das-cores-influenciam-o-
ambiente/> Acesso em 20 de nov. 2016.
Outro fator relacionado à temperatura da lâmpada, é o seu índice de
reprodução de cores, que conforme aplicação, pode refletir a cor de maneira diferente
da verdadeira e causar confusão para o trabalhador, podendo gerar acidentes.
(OSRAM, 2017)
Segundo a OSRAM (2017) -
Objetos iluminados podem nos parecer diferentes, mesmo se as fontes de luz tiverem idêntica tonalidade. As variações de cor dos objetos iluminados sob fontes de luz diferentes podem ser identificadas através de um outro conceito, Reprodução de Cores, e de sua escala qualitativa Índice de Reprodução de Cores (Ra ou IRC).
Figura 10 - Variação da Reprodução de Cor
Fonte - <http -//www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/Livros/ManualOsram.pdf /> Acesso em 28 de jun. 2017.
31
A imagem da esquerda possui um IRC de 100. A imagem à direita possui um
IRC de 85. Percebe-se nitidamente a diferença, principalmente no boné do garoto. Em
uma oficina mecânica, por possuir muitos objetos de diferentes cores, se faz
necessário uma iluminação que reproduza as cores de maneira a facilitar a
visualização do mecânico.
Para este projeto, o mais indicado é o branco frio (aproximadamente 5500K),
temperatura indicada para tarefas que exigem atenção máxima e pelo fato de que ela
realça a limpeza do ambiente, ou falta dela, ajudando em serviços mais detalhados,
tais como identificar vazamentos, furos, rasgos em um veículo.
2.3.3 Iluminação no trabalho
A iluminação tem papel fundamental em nossas vidas, principalmente no
trabalho, onde as pessoas passam a maior parte do dia. “O nível de iluminamento
interfere diretamente no mecanismo fisiológico da visão e também na musculatura que
comanda o movimento dos olhos”. (IIDA, 2005, p.462).
Sobre a iluminação no local de trabalho mais delicados e precisos, de acordo
com Grandjean (1998) há recomendações a respeito -
1) A incidência da luz deve ser frontal.
2) A fonte luminosa deve apresentar uma boa superfície de irradiação.
3) A fonte luminosa deve ter curvas de distribuição da luz para que o local
tenha uniformidade de iluminação.
Ademais, a algumas condições gerais e preliminares para uma boa visão, como
a intensidade de iluminação, a distribuição dos brilhos no campo visual, o tamanho
dos objetos a serem reconhecidos, o tempo disponível para percepção e a idade da
pessoa que está trabalhando. A maioria dos trabalhos muito delicados exigem
intensidades de iluminação na ordem de 1.000 a 10.000 lux para a sua boa
visualização. (GRANDJEAN, 1998)
A quantidade de iluminação no trabalho, em décadas passadas, era limitada ao
mínimo possível para poupar energia elétrica, onde na década de 1950 ficava entre
10 e 50 lux, porém, com o passar dos anos a fadiga visual começou a prejudicar a
32
saúde e o rendimento dos funcionários e com isso surgiram mudanças. (IIDA, 2005,
p.462).
Hoje em dia com o desenvolvimento de lâmpadas mais eficientes e o correto
planejamento de luzes localizadas auxiliam na redução de acidentes, como por
exemplo, uma fábrica de tratores dos EUA, onde aumentando o iluminamento de 50
para 200 lux reduziu 32% o índice de acidentes. (IIDA, 2005)
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) hoje estabelece uma série
de normas, entre elas a NBR5413 (Tabela 2), que determina a iluminância em
estações de trabalho. Através dela podemos notar que uma iluminância correta para
o projeto está em torno de 1000 lux.
Tabela 2 -Tabela da quantidade de Iluminância NBR5413
Fonte - NBR 5413 (1992)
Quadro 1 – Tabela NBR 5413 – ILUMINÂNCIA DE INTERIORES
Fonte - ABNT NBR 5413 – ILUMINÂNCIA DE INTERIORES págs. 8, 9 e 11
Com as tabelas acima podemos nos referenciar através de dados oferecidos
pela ABNT. Para tarefas normais, como montagem de peças e operações com
máquinas, que é o foco deste trabalho, é recomendado intensidades entre 200 a 800
lux. (WEERDMEESTER, 1995)
Há também a necessidade de planejar a diferença entre as 3 zonas do campo
visual, que seria a área da tarefa, área circunvizinha e o ambiente geral. A diferença
de brilho entre a área da tarefa e a área circunvizinha não pode ser superior a três
vezes e a diferença entre a área da tarefa e o ambiente não pode ser superior a dez
vezes, caso contrário podem produzir incômodos e fadiga visual.
Com essa informação, define-se para o projeto uma intensidade de 400 a 1000
lux com capacidade de divisão entre as 3 zonas do campo visual.
34
O desenvolvimento, baseado na metodologia de Lobach, inicia-se com a
análise do problema, para posteriormente gerar alternativas, analisa-las e por fim
resolver o problema.
3.1 ANÁLISE DO PROBLEMA
O problema de iluminação será analisado através da observação do local de
trabalho e de pesquisas com usuários, trazendo assim resultados expressivos.
O ambiente analisado foi a oficina mecânica HMS, situada no bairro Barreiros,
em São José, SC. O local possui 200m², 3 elevadores automotivos, paredes com
pintura azul e branco e iluminação geral localizada nas paredes laterais.
Ao analisar o serviço do mecânico, observamos que mesmo com iluminação
geral reforçada com refletores de LED (Foto 1 e 2), a falta de iluminação prevalece na
região da tarefa. (Foto 3)
Figura 11 – Iluminação geral da oficina
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
O maior problema causado pela iluminação ambiente é a criação de muitas
sombras, principalmente na região do cofre do motor, local de boa parte dos serviços.
(Foto 3)
Figura 13 – Área de sombra no local de atuação do mecânico
Fonte - Do Autor (2018)
A distribuição da iluminação ambiente faz com que o corpo do mecânico crie
uma enorme sombra na área de trabalho.
36
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Foi constatado que além de oferecer uma iluminação não adequada, os
equipamentos são muito frágeis, apresentando danos com menos de 5 meses de uso.
O equipamento da esquerda (Foto 4), após algumas quedas, apresentou danos ao
plástico e não carregava mais sua bateria, sendo assim necessário o uso com um fio
na energia elétrica, atrapalhando sua mobilidade. O equipamento da direita (Foto 5)
apresenta iluminação reduzida por conta do uso.
37
Fonte - Do Autor (2018)
Observa-se que o objeto acaba atrapalhando a mobilidade do serviço, podendo
ser atingido pelas mãos ou braços do usuário e cria sombras que dificultam o serviço.
Figura 17 – Serviços onde duas mãos são necessárias
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Na foto vemos uma situação onde o mecânico necessita o auxílio de outra
pessoa para segurar um equipamento de iluminação em um serviço que requer 2
mãos.
A lanterna não possui qualquer tipo de suporte, sendo pouco versátil para a
aplicação em oficinas.
Fonte - Do Autor (2018)
39
Os equipamentos em formado de barra, como o da foto, não possuem
direcionamento da luz, criando uma iluminação ampla, porém, pouco eficiente para a
aplicação no interior de um veículo. Observa-se a iluminação ofuscando a visão do
usuário por iluminar diretamente seu rosto.
Figura 20 – Situação onde o mecânico necessita que outra pessoa
segure a iluminação para seu serviço
Fonte - Do Autor (2018)
A barra LED da foto possui um imã em sua base, mas apenas em um dos lados,
sendo pouco utilizado devido à falta de posicionamento útil.
Figura 21 – Situação onde o mecânico necessita que outra pessoa
segure a iluminação para seu serviço.
40
Fonte - Do Autor (2018)
Observe que o equipamento utilizado é diferente da foto 10, onde na tentativa
de melhorar a iluminação é feito a troca pela lanterna convencional.
Figura 22 - Projetor colocado no chão
Fonte - Do Autor (2018)
Nessa configuração cria-se muita luz nos olhos do usuário e muita sombra,
sendo pouco eficiente, além de atrapalhar a mobilidade. É ligado diretamente na
tomada.
A partir desta análise no ambiente, podemos listar alguns requisitos do usuário
para o desenvolvimento do produto.
3.2 QUESTIONÁRIOS E PESQUISAS
O questionário e a pesquisa têm enorme relevância para a compreensão dos
problemas que o usuário possui com o sistema atual de iluminação. A análise feita a
partir da observação do ambiente não capta anos de experiências que o usuário
possui, sendo assim, foram feitas perguntas chave para o melhor entendimento do
assunto. Aliado ao questionário presencial, onde 3 mecânicos foram entrevistados, foi
realizado uma pesquisa virtual com 15 profissionais de outras regiões e 8 entusiastas
que acabam mexendo em seus próprios veículos e passam por situações similares.
O questionário está anexado ao apêndice.
41
Gráfico 2 – O que você acha da iluminação da oficina?
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Gráfico 4 – A falta de iluminação atrapalha o seu serviço?
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Podemos concluir que a grande maioria tem consciência do problema de
iluminação, porém, se contenta com as alternativas, como usar o celular ou algum
equipamento não eficiente. É possível ver que o usuário tem noção das características
de um produto que tornaria a iluminação melhor, aumentado seu rendimento.
45
3.3 ANÁLISE QFD (Quality Function Deployment)
Após análise do QFD, pode se observar que nenhum dos equipamentos do
mercado possuem todos os requisitos técnicos, muito menos do usuário. Além disso,
ao comparar o QFD com a análise no ambiente, vemos que os equipamentos com
menores índices dos requisitos mais importantes, são os mais utilizados, retratando a
baixa eficiência relatada nas pesquisas. Tabela anexada no apêndice.
3.4 PERSONA
A criação da Persona é uma ferramenta muito útil ao design de produto pois
ela representa de maneira fictícia o seu cliente. Ela se baseia em comportamentos e
características do seu cliente, assim como suas histórias pessoais, motivações,
objetivos, desafios e preocupações.
Fonte - Do Autor (2018)
3.5 ANÁLISE DE SINCRÔNICA
A análise de similares nos mostra que os produtos mais utilizados em oficinas
mecânicas possuem características que o usuário requisita, porém, nunca de maneira
conjunta. A tabela em alta resolução está anexada no apêndice.
47
Fonte - Do Autor (2018)
O equipamento que mais atende as necessidades do usuário é o do tipo Abajur,
que possui base magnética e uma haste flexível. Seus pontos negativos são - corpo
de tamanho não prático, haste curta, não há como alterar o foco e sua maneira de
aderir é simples, limitando-se à alguns tipos de metais.
3.6 LISTA DE REQUISITOS
Unindo os dados coletados na fundamentação teórica, pesquisas e análises, é
possível listar requisitos técnicos e requisitos do usuário, para assim, desenvolver um
produto que cumpra seu objetivo.
3.6.1 LISTA DE REQUISITOS TÉCNICOS
Com base na fundamentação teórica, é possível listar requisitos técnicos para
o projeto, sendo eles -
Ter uma iluminação com iluminância média de 1000 lux.
Ter iluminação direcionada para evitar ofuscamentos na visão do usuário e
garantir boa distribuição nas 3 zonas de iluminação.
Ter cor de temperatura neutra, em média 5500K.
Ter um IRC próximo de 100.
48
3.6.2 LISTA DE REQUISITOS DO USUÁRIO
Após análise do ambiente e de pesquisas com mecânicos e entusiastas, foram
listados alguns requisitos que seriam benéficos ao produto. São eles -
Ser resistente à impactos e líquidos
Iluminação forte e bem distribuída
Maleável
Ser de tamanho pequeno para que entre em espaços confinados.
Ter resistência mecânica devido ao ambiente possuir calor, ferramentas e
peças pesadas. Ao analisar o ambiente de trabalho de uma oficina mecânica
podemos constatar que há contato com - gasolina, álcool, óleos, produtos de
limpeza, desengripantes, etc.
Aderir a superfícies metálicas e carpetes. De acordo com observações
presenciais, esses são os materiais mais encontrados nos serviços em
automóveis, sendo metais na parte exterior e carpete no interior.
Ter um corpo maleável para adaptar-se ao espaço de trabalho. Com
observações e entrevistas foi constatado que uma grande porcentagem dos
locais com deficiência na iluminação é de difícil acesso para equipamentos
comuns, sendo necessário algo que se adapte ao meio para oferecer
iluminação adequada.
3.7 PAINEL DE CONCEITO
O painel de conceito é construído a partir da lista de requisitos e serve para
auxiliar na visualização do significado do produto, seus aspectos, emoções, símbolos,
etc. Também auxilia o designer no quesito de formas, cores, texturas, que podem ser
aplicadas ao produto.
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Fonte - Do Autor (2018)
Os conceitos apresentados neste painel são base para a interface do produto,
tendo cada um uma função específica. Criar um produto com grande mobilidade e
resistência certamente é um desafio, porém, altamente necessário para o ambiente
definido, isto é, o de oficinas mecânicas.
3.8 GERAÇÃO DE ALTERNATIVAS
Tendo analisado o problema e compreendendo o usuário, inicia-se a geração
de alternativas, visando criar soluções
Figura 26 – Alternativa 1
Fonte - Do Autor (2018)
A primeira alternativa possuía um corpo pequeno, com haste maleável e uma
cabeça com 3 LEDS. Apesar de um tamanho ideal para o manuseio em espaços
apertados, a alternativa foi descartada por motivos de durabilidade de bateria e
capacidade de foco.
Figura 27 – Alternativa 2
Fonte - Do Autor (2018)
Na alternativa 2 o corpo possui formato triangular, com 4 hastes, sendo 1 delas
a da base. O botão liga/desliga está integrado.
Figura 28 – Alternativa 3
Fonte - Do Autor (2018)
A alternativa 3 possui corpo com 2 saídas de haste no topo e uma embaixo
para a base, seguindo a mesma direção para melhor fluidez no uso.
Figura 29 – Alternativa 4
Fonte - Do Autor (2018)
A alternativa 4 é uma evolução da alternativa 3, tendo formas mais suaves e
contínuas. Agora o corpo possui 3 saídas para hastes.
Figura 30 – Alternativa 5
Fonte - Do Autor (2018)
A Alternativa 4 trata de um esboço da base. A bateria utilizada teria formato
cilíndrico e a haste sairia da lateral de seu corpo. O tamanho não seria eficiente para
o manuseio e por isso foi descartada.
52
Figura 31 – Alternativa 6
Fonte - Do Autor (2018)
Após mudanças no uso da bateria, foi elaborado um esboço onde a base teria
entrada para carregador externo e formato retangular. Foi descartada pelo mesmo
motivo da alternativa 4, onde o espaço comprometeria a mobilidade e o método de
recarga ocupava muito espaço.
Figura 32 – Alternativa 7
Fonte - Do Autor (2018)
53
Realizando outra mudança na bateria do projeto e com inspiração peças
utilizadas em oficinas, foi elaborada uma nova base, porém, o formato não era
ergonômico, além de ter espaço interno desnecessário.
Figura 33 – Alternativa 8
Fonte - Do Autor (2018)
Em busca de um formato mais simples, o esboço da alternativa 7 apresenta um
formato quadrado, com elementos da alternativa 6.
Figura 34 - Alternativa 9
Fonte - Do Autor (2018)
54
A alternativa 8 apresenta a evolução das alternativas 6 e 7, possuindo formato
compacto, botão liga/desliga com tamanho adequado e elementos de aderência,
assim como as laterais possuem uma curvatura e elementos de aderência para
manuseio. No topo, descentralizado, há a base da haste flexível. Na parte inferior
haverá uma tampa que além de ter a função de proteger a bateria do produto, tem um
imã em seu interior para aderir aos diferentes tipos de metais e uma segunda tampa
que pode ser acoplada para aderir ao interior do veículo.
Figura 35 – Alternativa 10
Fonte - Do Autor (2018)
A alternativa 9 nos mostra o primeiro esboço para a cabeça de LED. O formato
compacto e simples não forneceria iluminação suficiente e o manuseio seria limitado.
Figura 36 – Alternativa 11
Fonte - Do Autor (2018)
55
A alternativa 10 apresenta uma cabeça com 3 LEDS e formato com
curvaturas para melhorar o manuseio com os dedos. Os 3 LEDS fornecem a
quantidade de iluminância suficientes para o projeto, algo entre 1000 e 2500 lux.
Figura 37 – Alternativa 12
Fonte - Do Autor (2018)
Na alternativa 11 o formato foi modificado para acompanhar o posicionamento
dos 3 LEDS, fornecendo uma fluidez melhor e oferecendo uma boa pega para o
manuseio.
Figura 38 – Alternativa 13
Fonte - Do Autor (2018)
Alternativa de cabeça baseado no primeiro esboço, com formato retangular e 3
LEDS em linha.
3.9 MATRIZ MORFOLÓGICA
56
Após listar as alternativas é feito a matriz morfológica com o intuito de criar
possíveis soluções por meio da combinação de alternativas de componentes.
Quadro 3 – Matriz Morfológica
Fonte - Do Autor (2018)
3.10 MATRIZ DE PRIORIZAÇÃO
Tendo a matriz morfológica, foram feitas matrizes de priorização de cada item,
visando escolher a alternativa mais adequada, para assim ser criado uma alternativa
final.
57
Fonte - Do Autor (2018)
58
Fonte - Do Autor (2018)
Pegando os itens com melhor pontuação é possível definir os componentes da
alternativa final e assim montar um modelo definitivo.
3.11 ALTERNATIVA FINAL
59
A alternativa final contém os itens que receberam a nota mais alta na matriz de
priorização, criando uma alternativa que cumpre os requisitos.
Figura 39 – Alternativa final em perspectiva
Fonte - Do Autor (2018)
Após esta etapa é criado uma renderização virtual, onde poderão ser
analisadas as funções de mobilidade, tamanho, pega, cores, materiais, etc. Se
aprovada, é realizado a elaboração de um protótipo.
60
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Para criar uma projeção fiel ao produto é necessário a adição de materiais e
cores.
3.12 MATERIAIS
O processo de seleção de materiais tem importância para definir custos, peso
e resistência do produto. Analisando os equipamentos similares utilizados em oficinas
mecânicas, podemos ver que os materiais mais comuns são plásticos de alta
resistência e metais. (Tabela 10)
Quadro 8 – Tabela de material dos similares
Fonte - Do Autor (2018)
63
O material mais adequado para o projeto é o PEEK (Polímero termoplático poli-
eter-eter-cetona), um polímero que vem ganhado espaço nos diversos mercados,
principalmente porque substitui com vantagens outros materiais tradicionalmente
usados, tais como o ABS. O PEEK possui temperatura de transição vítrea de 143°C,
contra 109°C do ABS, e uma temperatura de fusão de 343°C contra os 175°C do ABS,
além de uma temperatura de uso contínuo de 260°C, números esses retirados de um
estudo realizado com a UL 746B (Standard for Polymeric Materials - Long Term
Property Evaluations). Além disso, possui alta resistência, durabilidade, é um material
viável economicamente, leve e que pode receber qualquer tipo de cor, fazendo com
que o PEEK seja utilizado em grande escala na indústria automotiva.
Figura 46 – Utilização do PEEK na indústria aeronáutica
Fonte - < http -//www.themoldingblog.com/2015/04/10/peek-carbon-composites-win-aircraft-
3.13 CORES
Para a seleção de cores foram escolhidas as cores primárias e secundárias e
colocadas na renderização do produto para melhor visualização.
64
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
A escolha da cor final foi baseada na tabela de percepção de cores de Ma.
Dolores Vidales Giovannetti, onde a cor com maior percepção auxilia o usuário a não
esquecer o equipamento no veículo em que está realizando um serviço. Além do mais,
65
por ser uma cor incomum nos carros populares, o laranja cumpre muito bem o seu
papel.
Quadro 9 – Tabela de percepção de cores
Fonte - Do Autor, adaptado de Ma. Dolores Vidales Giovannetti, 1995, p. 112.
3.14 ALTERNATIVA FINAL RENDERIZADA
A alternativa final concretiza um produto que cumpre todos os requisitos
previamente descritos. Definidos cores e materiais é possível criar uma visualização
em três dimensões digitais para melhor análise da alternativa.
66
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
3.15 PROTOTIPAÇÃO
Tendo o produto renderizado, com todas suas dimensões definidas, é possível
criar um protótipo para a validação das ideias, verificando se todas as etapas
resultaram em um produto que cumpre seus requisitos e solucione o problema
descrito inicialmente.
Para fazer o protótipo foi utilizado um bloco de PU (poliuretano), que foi
esculpido até ficar com o formato do desenho digital. Para as hastes flexíveis foram
utilizadas hastes existentes no mercado, utilizadas em tripés para câmeras e
celulares. O teste de iluminação foi realizado com um modelo similar ao da cabeça do
produto para validar se a quantidade de LEDS seriam suficientes, medindo a
iluminância com um luxímetro, onde foram obtidos resultados entre 1000 e 2500 lux.
A simulação da base magnética foi feita a partir de imãs de padrão arredondado.
68
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Fonte - Do Autor (2018)
Profissionais que atuam em oficinas mecânicas constantemente necessitam da
utilização de um equipamento para iluminar sua área de trabalho. Ao analisar
equipamentos do mercado, é possível perceber que eles não satisfazem, ou,
satisfazem parcialmente a necessidade do usuário, que acaba se conformando com
o uso de um produto ineficiente.
71
Para reverter esta situação, o projeto buscou compreender o usuário e suas
necessidades e com isso chegou a um resultado satisfatório através das 4 etapas da
metodologia de Bernd Löbach.
O equipamento desenvolvido conta com um tamanho reduzido e hastes
flexíveis para se adaptar ao ambiente do mecânico e a suas necessidades, base
magnética, com a opção de encaixar uma segunda base com velcro para aumentar
as possibilidades de suporte e 3 cabeças com 3 LEDS cada, gerando uma média de
1500 lux por cabeça, resultando em uma iluminação de alta eficiência.
Para melhor definição de materiais e cores seria necessária uma análise
completa com profissionais da área, os mesmos descritos neste trabalho são apenas
sugestões.
Com os itens relatados acima o serviço do mecânico certamente terá um
aumento no rendimento e diminuição de acidentes.
Além do uso em oficinas, o produto pode expandir seu uso para outras áreas
que também necessitam de uma iluminação eficiente.
É estimado um custo médio/alto devido à alta qualidade dos materiais utilizados
na construção do produto, visando uma durabilidade superior a qualquer similar
encontrado atualmente no mercado.
Para o futuro do projeto seria interessante o estudo de cabeças
intercambiáveis, onde diferentes acessórios poderiam ser acoplados, como garras,
lupas, ou até iluminações com outras finalidades.
72
REFERÊNCIAS
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//wdo.org/about/definition/ >Acesso em - 29 de jun. 2017
Questionário 1 – Eduardo (HMS)
a. Ótimo
b. Boa
c. Mediana
d. Ruim
e. Péssima
2) Quantas vezes por semana é necessário o uso de um equipamento de
iluminação?
a. Sim
b. Não
c. Algumas vezes
4) Já sofreu algum tipo de acidente por não ter iluminação adequada?
a. Sim X
a. 1 vez X
76
6) Você considera a falta de iluminação adequada algo que diminua seu
rendimento?
7) Os equipamentos de iluminação disponíveis no mercado satisfazem sua
necessidade?
c. Parcialmente X
8) Quais seriam as características de um possível produto que minimize os
problemas de iluminação?
Luz mais forte e que possa ser fixado em lugares apertados. Ser resistente
é importante também, visto que já quebramos 2 lanternas aqui na oficina.
Questionário 2 – Rodrigo (HMS)
a. Ótimo
b. Boa
c. Mediana
d. Ruim
e. Péssima
2) Quantas vezes por semana é necessário o uso de um equipamento de
iluminação?
a. Sim
b. Não
c. Algumas vezes
4) Já sofreu algum tipo de acidente por não ter iluminação adequada?
a. Sim X
a. 1 vez
b. 3 vezes
c. Mais de 3 vezes X
6) Você considera a falta de iluminação adequada algo que diminua seu
rendimento?
7) Os equipamentos de iluminação disponíveis no mercado satisfazem sua
necessidade?
c. Parcialmente X
8) Quais seriam as características de um possível produto que minimize os
problemas de iluminação?
Ser pequeno e que consiga se fixar para não usar as duas mãos.
78
1) O que você acha da iluminação da oficina?
a. Ótimo
b. Boa
c. Mediana
d. Ruim
e. Péssima
2) Quantas vezes por semana é necessário o uso de um equipamento de
iluminação?
a. Sim
b. Não
c. Algumas vezes
4) Já sofreu algum tipo de acidente por não ter iluminação adequada?
a. Sim
b. Não
a. 1 vez
b. 3 vezes
c. Mais de 3 vezes
6) Você considera a falta de iluminação adequada algo que diminua seu
rendimento?
7) Os equipamentos de iluminação disponíveis no mercado satisfazem sua
necessidade?
c. Parcialmente X
8) Quais seriam as características de um possível produto que minimize os
problemas de iluminação?
Creio que ter uma mobilidade boa para conseguir usar em espaços mais
apertados, tanto dentro do cofre do motor quanto no interior do carro. A luz
deve ser branca para não confundir a cor de fios, parafusos, etc.
80
82