DESIGN EXPANDIDO: AS DIFERENTES DIMENSÕES DO FAZER SOCIAL E POLÍTICO

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DESIGN EXPANDIDO: AS DIFERENTES DIMENSÕES DO FAZER SOCIAL E POLÍTICO Izidio, Luiz Lagares; Mestrando em Design; PUC-Rio 1 [email protected] Resumo O presente artigo busca estabelecer relações entre o design e o campo social e politico, por meio das palestras ministradas pelos professores do quadro principal do programa de pós-graduação em design da PUC-Rio, no decorrer da disciplina Historia do Design, no primeiro período de 2015. As interconexões entre os campos serão apresentadas por meio de uma breve revisão bibliográfica sobre o uso do design social pela PUC-Rio e outros assuntos pertinentes. Os entrecruzamentos tomam forma nos exemplos de projetos e trabalhos realizados em alguns laboratórios de pesquisa do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio. Palavras-chave: Design Social, Inovação social, PUC-Rio, Design Expandido, Design Político O design com suas características híbridas tem sido cada vez mais associado à resolução de problemas transversais pertencentes ao âmbito social, coexistindo de forma interdependente com as estruturas sociais, de tal modo que, desde o seu surgimento, o design é transformado e transforma o contexto social de cada época. As teorias e práticas do design têm percorrido novas esferas projetuais, ultrapassando as fronteiras tradicionais do projeto orientado ao produto, em busca de novos modelos de atuação com enfoque na melhoria dos fatores humanos, ambientais e econômicos. Pensar o design de forma expandida com foco no social se faz necessário, já que, na maioria das vezes, o resultado de um projeto de design reflete necessidades e interesses dos indivíduos como forma de um processo de interação social. Neste sentido, o presente artigo tem como objetivo estabelecer relações do design com o campo social e politico, relacionando e discutindo suas aproximações através 1 Luiz Lagares Izidio é mestrando do Programa de pós graduação em Design da Universidade PUC-Rio, este artigo é resultado final da Historia do Design, ministrada pela Professora Rejane Spitz. 2 Hard e Negri conceituam Biopotência, em seu livro Império, como sendo a resistência ao Biopoder que é a

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O presente artigo busca estabelecer relações entre o design e o campo social e politico, por meio das palestras ministradas pelos professores do quadro principal do programa de pós-graduação em design da PUC-Rio, no decorrer da disciplina Historia do Design, no primeiro período de 2015. As interconexões entre os campos serão apresentadas por meio de uma breve revisão bibliográfica sobre o uso do design social pela PUC-Rio e outros assuntos pertinentes. Os entrecruzamentos tomam forma nos exemplos de projetos e trabalhos realizados em alguns laboratórios de pesquisa do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio.

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" DESIGN EXPANDIDO: AS DIFERENTES DIMENSES DO FAZER SOCIAL E POLTICO Izidio, Luiz Lagares; Mestrando em Design; PUC-Rio 1 [email protected] Resumo Opresenteartigobuscaestabelecerrelaesentreodesigneocamposociale politico, por meio das palestras ministradas pelos professores do quadro principal do programa de ps-graduao em design da PUC-Rio, no decorrer da disciplina Historia doDesign,noprimeiroperodode2015.Asinterconexesentreoscampossero apresentadas por meio de uma breve reviso bibliogrfica sobre o uso do design social pelaPUC-Rioeoutrosassuntospertinentes.Osentrecruzamentostomamformanos exemplosdeprojetosetrabalhosrealizadosemalgunslaboratriosdepesquisado Departamento de Artes e Design da PUC-Rio. Palavras-chave: Design Social, Inovao social, PUC-Rio, Design Expandido, Design Poltico Odesigncomsuascaractersticashbridastemsidocadavezmaisassociado resoluodeproblemastransversaispertencentesaombitosocial,coexistindode formainterdependentecomasestruturassociais,detalmodoque,desdeoseu surgimento, o design transformado e transforma o contexto social de cada poca. As teorias e prticas do design tm percorrido novas esferas projetuais, ultrapassando as fronteiras tradicionais do projeto orientado ao produto, em busca de novos modelos de atuaocomenfoquenamelhoriadosfatoreshumanos,ambientaise econmicos. Pensarodesigndeformaexpandidacomfoconosocialsefaz necessrio,jque,namaioriadasvezes,oresultadodeumprojetodedesignreflete necessidadeseinteressesdosindivduoscomoformadeumprocessodeinterao social.Nestesentido,opresenteartigotemcomoobjetivoestabelecerrelaesdodesign comocamposocialepolitico,relacionandoediscutindosuasaproximaesatravs

" Luiz Lagares Izidio mestrando do Programa de ps graduao em Design da Universidade PUC-Rio, este artigo resultado final da Historia do Design, ministrada pela Professora Rejane Spitz. # HardeNegriconceituamBiopotncia,emseulivroImprio,comosendoaresistnciaaoBiopoderquea # daexperinciadodesignsocialnaPUC-Rio.Isto,atravsdaspalestrasministradas pelosprofessoresdoquadroprincipaldoProgramadePsgraduaoemdesignda PUC-Rio e alguns convidados, que aconteceram no decorrer do primeiro semestre de 2015,duranteoperododerealizaodadisciplinaHistoriadoDesign.As interconexesentreasrelaesdodesignsocial,polticaeaproduocientificae acadmicaserrealizadaluzdeautorescomoRitaCouto(1992)esuasreflexes sobreodesignsocial,zioManzini(2008)comsuaabordagemacercadodesigne inovao social e dos artigos compilados por Alemar Rena e Natacha Rena (2014) em seu livro Design e Poltica, bem como outros autores. O Design e a essncia socialPensarodesigndeformaamplaeinseridonocontextosocialfazcomqueelese aproxime mais da realidade das pessoas, criando assim um ambiente material coerente paraatendermelhorsuasnecessidades.SegundoCouto(1992),odesign basicamenteumprocessodeinteraosocialecomotal,nosocialmenteneutro, sendo influenciado por interesses dos participantes do seu processo. H vrias definies para a palavra design, e vrios autores se dedicam a pesquisar a origemeconceitododesign,entreelesAndrVillas-Boas(1997),Rodrigo Eppinghuas(2000),BernahardBurdek(2006),LucyNiemeyer(2007)eRafael Cardoso(2008),entreoutros.Algunsautoresdemaneirageralconsideramqueo designsurgiucomoumaatividadeparaatenderdemandasligadasproduo industrial:odesignseparavaoprojetodaproduo,processoestequeanteriormente erafeitoporumanicapessoa.Comotodaatividadehumana,odesigntambmfoi evoluindonoquedizrespeitosuadefinio.Emumaabordagemmais contempornea,odesignjpercebidodeformamultidisciplinar,porisso consideramosaquiumconceitodedesignexpandidocomoodafundao InternationalCouncilofSocietiesofIndustrialDesign(ICSID),queemsuaultima divulgaoarespeitodoconceitodeDesign,interpretaafunododesigndeforma mais ampla e abrangente, descrevendo-o como:Umaatividadecriativacujoobjetivoestabeleceras qualidades multifacetadas de objetos, processos, servios e seus sistemasemciclocompletodevida.Portanto,designofator centraldahumanizaoinovadoradetecnologiaseofator crucial de intercmbio cultural e econmico. $ Opontoprincipaldestacolocaoacapacidadequeodesigntemdemodificaro ambienteetransformararelaodelecomoindivduodiantedesuasnecessidades concretas. A experincia da PUC-Rio com o Design Social mostra-nos esta relao de transformaodoambienteemrelaosreaisnecessidadesdosindivduos.A mudanadecontextoprojetualdeumcontextoimaginadoouumaabstraodo contextorealpelosalunosparaumcontextocriadoapartirdosreaisinteressese necessidadesdaspessoas,comoolharparaalmdosmurosdauniversidade,trouxe comoresultadosprojetosmaishumanizadosemaiscomplexos,ondeosusurios faziam parte do processo de concepo dos produtos. Ripper, em sua palestra, assinala queemprojetosrealizadossoboenfoquedoDesignSocialainovaoconsisteem introduzirnasetapasdoprocessodeprojetoaparticipaodofuturousuriodo produto, trazendo consigo elementos da sua vivncia. Com esta prtica o design social criaumanovalgicadeprojetar,construdapoucoapouco,comumacontnua participao dos indivduos que expressam seus desejos e necessidades. Muitas vezes estes projetos vo na contra mo dos meios de produo, quer pela multiplicidade de processosprodutivosenvolvidosouporqueseguemumalgicadeproduomuito diferente dos meios existentes, pois tm como prioridade a lgica do usurio.OcampodesaberdoDesign,segundoCipiniuk(2014),aexpressodoUniverso simblicooudoimaginriosocial,eporcontadissoeleseintegraaomodode produoeconmicoemsuadimensohistrica.Atualmente,vivemosocapitalismo quechamadocognitivooucultural,elesealimentajustamentedacriaoedos produtosestticos,portanto,criareproduzirpodemvirasermaisdoque simplesmente exercer sua criatividade, pode ser um ato politico. Pensar uma forma de produo do design voltado para o social coloca o design como um dos eixos centrais das transformaes subjetivas, podendo ser uma das aes polticas para produzir uma mudanasocialefetivaqueperpassapelabuscadeumanovaformadeproduoou umaalternativaaocapitalismo,maisinclusiva,participativaedeco-produo.Um campofrtilparaodesenvolvimentododesignsocialsopopulaesditascarentes, Couto (1992) considera que embora estas populaes estejam comandadas pela lgica docapital,elasnovivemocotidianodocapital,poisseusconceitosdeeconomia, produtividade,comodidadeeestimuloestticosodiferentes.DeacordocomPelbart(2003),todosequalqueruminventam,nadensidadesocialdacidade,na conversa,noscostumesenolazer,qualquerumdetmafora-inveno,cada crebro-corpofontedevaloretorna-sevetordevalorizaoedeautovalorizao. % Portanto,participardoprocessodecriaoparaestesindivduossetornaumato poltico,poisatodomomentoelesprecisamreafirmarsuaexistnciaepoderde inveno perante a sociedade.Acredita-sequesejanecessrioinseriroutrasmaneirasdelidarcomodesign,que viabilizenovosprincpiosparaaconsolidaodaproduodeumcampoexpandido do design, para alm do tecnicismo e do mercado de produo em massa, encorajando umdesenvolvimentocontaminadopelocotidiano,comaexistnciadeumdesign engajadopoliticamenteesocialmente.Ocompromissosocialoquemotivao designer a unir-se a essas populaes para juntos procurar solues para determinados problemas.Valelembrarqueesteprocessoacontecedeformahorizontaleno hierarquizada, as pessoas interessadas participam do processo e so empoderados por ele,permitindoassimumaredistribuiodopoderdedecisodasociedade.Couto (1992) considera que, neste contexto o design no projeta sozinho, mas ajudar a distribuir conhecimento para que a populao possa produzir, ela mesma, as coisas de que necessita. Essa estrutura de trabalho faz parte de uma viso multidisciplinar e colaborativa,naqualaautorianoapenasdodesigner,massim,detodosos envolvidosnoprocessodeproduo,sendoumexemploclarodeprocessocoletivo colaborativoondenohumaliderana,portanto,trata-sedeumaparceriaouco-design.Essasiniciativasparticipativasecolaborativasqueestopresentesnodesignsocial sotambmprincpiosparaaInovaoSocial.SegundoManzini(2008),esteum conceitoquerefere-seamudanasdomodocomoindivduosoucomunidadesagem pararesolverseusproblemasecriarnovasoportunidade.Essasiniciativas, geralmente,possuemumcarterdeconhecimentocriativoeumacapacidade organizacionalqueacontecedemodomaisabertoeflexvel,comoobjetivode romperpadresconsolidadoseguiaranovoscomportamentosemodosdepensar. Geralmente,estetipodeiniciativaumaresistnciaaocapitalismo.oqueHarde NegriconsideramcomosendoumaexperinciaBiopotenteouBiopotncia2,quese aproveitadeestratgiasdoprpriocapitalismoparasubverte-lotornando-seuma alternativa de produo onde so criadas formas de sociabilidade solidrias baseadas notrabalhocolaborativoenaparticipaodemocrtica,pois,atomadadedeciso

# HardeNegriconceituamBiopotncia,emseulivroImprio,comosendoaresistnciaaoBiopoderquea formadepoderqueregulaavidasocialequenaformaatualdecapitalismoquevivemoselesetornafuno integral e vital. Portanto, o Biopoder, se refere a uma situao na qual o que est em jogo no poder a produo e a reproduo da prpria vida.& sobreosprocessosdeproduoegestosocompartilhadascomacomunidade.O Designpodefavorecerefortalecerainovaosocialpoisdialogabemcomoutros camposdisciplinaresecapazdedesenvolversoluesintegradasdeprodutos, serviosecomunicao,ouseja,estratgiascapazesdeenfrentarosdesafiosdo mundocontemporneo.Odesignaliadoinovaosocialcapazdeunirsaberes populares, conceitos tcnicos e cientficos e organizao social, que funcionam como armas eficazes para o objetivo de incluso social. Design Social, uma prtica da PUC-Rio Durante a disciplina Historia do Design, os professores titulares do Programa de Ps-Graduao em Design da PUC-Rio apresentaram suas linhas de pesquisa e os projetos realizadospelosseuslaboratrios,construindoassimumescopodaproduo cientificaeprticadaPs-GraduaoemDesigndaPUC-Rionosseusmaisde20 anos de existncia. Sero estabelecidas aqui algumas relaes e discusses a respeito da aproximao do design com o campo social e a poltica, com base em trabalho de alguns professores e laboratrios.AprincpioseconsiderarmosapremissaDesignlinguagem,estamos considerando que o design se orienta mediante um processo de produo cultural que influencia e influenciado pelo contexto social que o cerca. Portanto, o design como linguagemsedefineapartirdedoisviesesdeinfernciasqueso:ocarter contextual,ouseja,questesrepresentadasporlinhasdominantesouumdado momentohistrico,entendidoemseusaspectossociais,econmicos,polticos, culturaisetecnolgicos.Eocarterpessoal,representadopelamaneiracomoa personalidade criadora reage acerca dos conjuntos das linhas dominantes, oferecendo alternativas nicas para problemas do cotidiano. Assim, compreender o design como fenmeno de linguagem uma viso contempornea de uma proposta de metodologia que passa a ter como auxlio terico outros campos do saber. Alguns exemplos do design no contexto socialNocasodaPUC-Rioestepensamentojexiste,comoexplicitadoanteriormente,o quenoslevaaconsiderarqueaproduocientificaepraticadoslaboratriosde design da PUC-Rio esto imersas nessa maneira de enxergar o design, e consideram a produosocialdodesignnodesenvolvimentodeseusprojetos.Pormalgumas iniciativas se destacam pelo seu carter social e poltico. ' Design, arte e design social OfocodotrabalhodoLaboratriodeArteEletrnica-LAE3 estnainterfaceentre arte,design,cincia,tecnologiaeasociedade.SegundoRejaneSpitz,coordenadora dolaboratrio,ostrabalhosdesenvolvidospeloLAEsempretemcomopremissao pensamento de inveno e reinveno atravs de um questionamento das motivaes dosprojetos,semprebuscandoumengajamentoetrabalhandocomumanoode responsabilidadesocial.Assimelaacreditaquecapazdemotivarosalunose professoresacriaremexperinciasengajadasemeducaocomresponsabilidade social.Olaboratrioapresentaalgunsprojetosqueserelacionambemcomquestes ligadas ao design social, como por exemplo a campanha nacional contra o tabagismo, quefoirealizadaemparceriacomreasdaPsicofisiologia(UFRJ/UFF)ecomo LaboratriodeDesigndeHistoriasLaDeh4,daPUC-Rio.Oobjetivoera desenvolvernovasimagensefrasesdeadvertnciasquesoimpressasnas embalagensdecigarronoBrasil.Aperspectivadepensarumprojetocomo envolvimentodasociedadefoilevadaemconsiderao,buscou-setrazerarealidade de pessoas que sofriam do problema como voluntrios da pesquisa para fotos e teste dasimagensgeradas.Comoresultadotem-seimagensquemostramaadvertnciasa respeitodocigarro,classificadascomodesagradveisnadimensodeativao emocional, alcanando a meta estabelecida no incio do projeto. O destaque para este projetosedpeloseudesenvolvimentocoletivoecolaborativoenvolvendodiversos atoresnoprocesso,oquefortaleceopotencialcriativodoprojeto,ampliandoseus resultados.Outro projeto do LAE que merece um destaque pelo seu engajamento social e politico o Voc tem fome de que?, projeto que trouxe tona o tema da fome no Brasil e nomundo,buscandoapresentarasnecessidadesedesafiosvividosporcidados

$ O Laboratrio de Arte Eletrnica (LAE) esta vinculado ao departamento de artes da PUC-Rio e do programa de ps-graduaoemdesign,coordenadopelaProfa.Dra.RejaneSpitzeestadentrodalinhadepesquisa Tecnologia, Educao e Sociedade. Suas reas de interessam perpassam pela interface entre arte, design, cincia, tecnologia e sociedade. % Olaboratriodedesigndehistorias-LaDeH,coordenadopeloProf.GambaJr,temcomofocodepesquisaa experincia narrativa, sua dimenso interdisciplinar e multimdia. A criao e o consumo de histrias atravessam a produodeconhecimentoemdiferentesculturase,porcontadoseuhibridismo,consolidam-setambmcomo objeto de estudo do campo de design. ( brasileirospertencentesadiferentesnveissocioeconmicos.Pormeiodacriaode umainstalaoartstica,multimiditicaeinterativa,apresentava-sequestionamentos como: Voc tem fome de que? O que voc sabe sobre a fome? Voc j passou fome navida?Oquedeveserfeitoparareduzirafomenomundo?Oquevocfazpelo combate fome?. Com uma proposta de interao por meio de dispositivos moveis os visitantesdainstalaoparticipavaminteragindoegerandocontedo,paraaobra, alm de se informar. Projetos como este mostram o carter politico que o design pode assumir,poisalmdecontribuirparaainformao,odesignnesteprojetofoi utilizadocomoalternativaparaasensibilizaoparaotemadafomemundial, facilitando o engajamento do publico e sua participao em busca de solues para o problema. Design e emoo responsveis AtualmenteumprojetodoLaboratrioDesign,MemriaeEmoo-LabDME5 que temdestaquenocontextosocialepoliticooPUCparamaisde50.Oprojeto nasceu de um movimento de designers para entender o que envelhecer. Teve inicio em pesquisas de campo na Gvea, com pessoas acima de 50 anos, atravs de visitas a inmeras casas, foram encontradas demandas que podiam se transformar em designer servio que considera o design um processo intencional voltado para a materializao desoluesparaproblemasdetodaordeme,portanto,capazdecriarformasde promover condutas socialmente responsveis. Nesse sentido, so oferecidos cursos de educao continuada para a sociedade, com foco em pessoas com mais de 50 anos de idade. A ideia trazer uma melhor qualidade de vida para estas pessoas e reinseri-los na sociedade. A ideia ampliar a relao afetiva entre as pessoas e o entorno por meio deumaaodeDesignsintonizadacomumasociedademaispluraleinclusiva.O Projeto PUC para mais de 50 tem como parceiros a Central de Extenso da PUC-Rio, que auxiliou na materializao das demandas e aporte terico do Centro de Estudo e Pesquisa do Envelhecimento (Cepe), projeto ligado Secretaria de Sade do Estado e ao Instituto Vital Brasil.

& OLaboratrioDesign,MemriaeEmoo-LabDME,coordenadopelaProfa.VeraDamazio,estdentroda linhadepesquisaDesign:tecnologia,educaoesociedadedoprogramadeps-graduaoemDesigndaPUC-Rio. O LabDME tem como espao de investigao, reflexo e prtica projetual com foco no potencial dos objetos e imagens de promover aes sociais e desencadear sentimentos positivos.) Design e aprendizadoPensarodesigncomolinguagemoqueoLaboratriodeLinguagem,Interaoe Construo de sentidos/Design - LINC-Design6 faz. Este pensamento vem do fato de considerarodesigncomoumprocessodeproduocultural.Sendoassim, consequentemente,umprocessodecomunicao,poislidamcomsignosesistemas designificao.Odesafioatualdolaboratriotemtidocomofocoainclusona escola, pois, a lei brasileira diz que deve-se incluir alunos ditos especiais nas salas deaula.OLINC-Designacreditaqueessaumainseroquedeveacontecerpela linguagemeodesignpodeinfluenciarcomsuasvisodeprojetoefocona transformao social, pois essas pessoas tem o direto de estarem nas salas de aula no como excludas, mas, como mais uma, pois necessidade de incluso todos precisamos. Nessesentidoasdissertaesetesesdesenvolvidasnestelaboratriobuscamesse objetivo.A produo cientifica do laboratrio perpassa por diversas reas do design. Destaca-seadissertaodaMaraGonalvesLacerda,queatravsdaanlisedoPlano NacionaldeBibliotecasEscola,criapontesentreodesignealiteraturaparaa formaodemediadoresdaleitura.Ouseja,odesigneditorialatuacomomediador entre texto-leitor favorecendo a formao de leitores crticos. Outro destaque a tese de doutorado, que est em andamento, de Daniela de Carvalho Maral, que foca suas pesquisasnoestudodecasosemquesejapossvelveracrianaemaojuntos novastecnologiasaelaofertadas.Aintenooferecernovasexperinciasenovos aprendizados,desenvolvendoimpressessensoriaiseatividadesfsicasparaas crianas. Nopossveldesenvolverestratgiasparaumainclusopensadaapartirdodesign seminserirestaquestonocontextosocial.Portantoessepensamentoexpandidodo designgerameiosdeconsolidaodocampododesigncomoestratgicono desenvolvimento de inovao social, gerando incluso social e melhoria da qualidade de vida das pessoas.

' OLaboratriodeLinguagem,InteraoeConstruodesentidos/Design-LINC-Designecoordenadopela Profa.Dra.JackelineLimaFarbiarzefazpartedalinhadepesquisaDesign:Comunicao,CulturaeArtesdo programa de ps-graduao em Design da PUC-Rio. * Multi-trilhas do designOMulti-Trilhasummaterialeducativoidealizadoprincipalmente,masno exclusivamente,paraauxiliarcrianassurdasnoprocessoinicialdeaquisioda segunda lngua Portugus escrito. Este projeto foi desenvolvido pelo Laboratrio de InterdisciplinarDesigneEducao-LIDE/LPD7 ,emparceriacomoInstituto NacionaldeEducaodeSurdosdoRiodeJaneiro.Ojogodemonstrauma abordageminterdisciplinarcomfoconoDesign,buscamosdesenvolverestratgias paraauxiliaroprocessoeducacionaldecrianassurdasnombitodoensino fundamental, contribuindo para a ampliao dos limites do Design sendo direcionado asituaesdeensino-aprendizagem.Oprojetotevecomoenfoquemetodolgicoo DesignemParceria,umavezqueosobjetosdidticosforamdesenvolvidoscoma participaodiretadoseducadores.Almdosganhosparaocampododesigno projeto auxilia na incluso da criana surda nas escolas ampliando sua interao com o ambiente social como um todo. Consideraes finais O design um modo particular de olhar, um modo de ver e perceber as coisas. Mas a vidanosensinaquespodemosveraquiloquenosdizrespeito,quedeterminado comovalorsocial(Cipiniuk,2014,p.71).Porisso,ampliaronossoolharacercada nossaproduoemDesignsefaznecessrio.PensaroDesigndeformaexpandida paraalmdaspossibilidadesqueexistem,pensarefazerumdesigndeumamaneira maissocialepoltica.Osexemploscitadosnoslevamacrerqueainovaosocial passapeloDesign.Principalmenteporumpensamentodeaesdedesignexercidas deumamaneiramaiscoletiva,colaborativa,emparceria,preocupando-secomo contexto social e estando abertas para as questes contemporneas. Assim possvel obter resultados como melhoria da qualidade de vida das pessoas e incluso social.

( OLIDE/LPDpertencelinhadepesquisaintituladaDesign:Tecnologia,EducaoeSociedade.Compreende estudosrelativosaopapeldatecnologiaedaeducaonosmbitosacadmico,organizacional,laboral,sociale ambiental."+ Referncias BibliogrficasCipiniuk, Alberto. Design: o livro dos porqus: o campo do Design compreendido como produo social / Alberto Cipiniuk Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio; So Paulo: Ed. Reflexo, 2014. Couto, Rita Maria de Souza. Reflexes sobre Design Social, por Rita Maria de Souza Couto, PUC Rio, 1992. Manzini,Ezio.Designparaainovaosocialesustentabilidade:comunidades criativas,organizaescolaborativasenovasredesprojetuais/EzioManzini [coordenaodetraduoCarlaCipolla;equipeElisaSpampinato,AlineLysSilva]. Rio de Janeiro: E-papers, 2008. Pelbert, Peter Pl. Vida Capital: ensaios de Biopoltica / Peter Pl Pelbert. [1a ed. 2a reimpr.] So Paulo: Iluminuras, 2011. Rena, Alemar. Design e poltica / Organizadores Alemar S. A. Rena, Natacha Rena. Belo Horizonte: Fluxos, 2014.Rena,Natacha[org.].Territriosaglomerados.BeloHorizonte:Ed.FUMEC Faculdade de Engenharia e Arquitetura, 2010. 144p. Santos,BoaventuradeSouza.Produzirparaviver:oscaminhosdaproduono capitalista/BoaventuradeSouzaSantos,Organizador.2aed.RiodeJaneiro: Civilizao Brasileira, 2005.