Dia da dependência de pescado

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WWF Mediterrâneo (Portugal)

Marta Barata

Communications Officer

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www.wwf.pt

Media Release Divulgação imediata: 13 julho 2016 date

Dia da Dependência de Pescado: Europa depende de peixe e marisco

estrangeiro.

Sobrepesca está a aumentar, saúde do oceano está em risco.

Crise global das pescas ameaça os oceanos e a segurança alimentar.

Lisboa, 13 de julho – 13 de julho é o Dia da Dependência de Pescado na Europa, o que

simbolicamente expressa que este continente já utilizou todo o seu abastecimento de pescado

local.

A Europa consome muito mais peixe e marisco do que aquele que pode capturar nas suas

águas. Mais de metade do pescado que se consome anualmente neste continente provém de

águas estrangeiras, do qual cerca de 50% é originário de países em desenvolvimento

(globalmente, o pescado comercializado proveniente de países em desenvolvimento atinge os

60%).

No ranking de países que têm a maior dependência de produtos do mar de águas estrangeiras

encontra-se em primeiro lugar a Áustria, seguindo-se a Eslovénia e Eslováquia, Roménia,

Bélgica, Lituânia, Itália, Portugal (em que o Dia da Dependência de Pescado é bastante mais

cedo, a 20 de abril), Alemanha, Espanha, etc.

Em média, cada cidadão europeu consome 23 kg de produtos do mar por ano. De acordo com

as estatísticas da FAO, Portugal ocupa o 1º lugar no ranking na Europa com um consumo

médio de peixe de 56,8 kg per capita por ano, seguindo-se a Lituânia (43,4 kg), Espanha (42,4

kg), Finlândia (35,6 kg) e França (34,6 kg). Juntos, estes cinco países representam por si só

cerca de um terço do consumo de peixe da UE.

Ao longo das últimas três décadas, o Dia Europeu de Dependência de Pescado tem ocorrido

cada vez mais cedo. Há trinta anos, a Europa poderia responder à sua necessidade de peixe e

marisco até setembro ou outubro apenas considerando as pescas nas águas da sua região.

Ao longo do mesmo período de tempo, o problema global da sobrepesca aumentou. De

acordo com o último relatório da FAO, cujo o título é The State of World Fisheries and

Aquaculture mas que é mais conhecido como Sofia e que foi lançado há poucos dias, o

alarmante número de 31% refere-se às populações de pescado que estão sobreexploradas

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em todo o mundo, 58% às que são utilizadas nos seus limites biológicos e 11 % às populações

marinhas que são pescadas de forma moderada.

"A luta contra a sobrepesca não teve ainda grande impacto nos oceanos. As ligeiras

tendências de recuperação nos últimos anos não têm sido sentidas. A exploração da indústria

da pesca representa uma ameaça para a segurança alimentar das pessoas nos países em

desenvolvimento e emergentes. A saúde global dos oceanos está em risco” afirma Ângela

Morgado, da WWF. “Para alcançar uma política de pesca que seja sustentável, é necessário

haver uma mudança drástica que combata este ritmo de destruição e que permita a

recuperação das populações marinhas."

Apesar de muitas populações de atum terem sido alvo de sobrepesca durante anos, as

capturas globais subiram para um recorde de 7,7 milhões de toneladas. Estas representam um

aumento de 15% em apenas quatro anos, o que não corresponde de todo aos esforços de

conservação que têm sido feitos ao longo destes anos.

Pela primeira vez, o Escamudo-do-alasca é o peixe mais capturado no mundo (3,2 milhões de

toneladas) destronando a Anchoveta do Perú do primeiro lugar. "A antiga e gigante população

de Anchoveta do Perú, aparentemente, pertence ao passado. Estas populações de peixe

caíram drasticamente nos últimos anos e neste caso terá um enorme impacto sobre o povo do

Peru". No mercado mundial, a Anchoveta é processada, essencialmente para ser usada como

farinha e óleo de peixe para aquicultura.

"Os nossos supermercados disponibilizam peixes e mariscos vindos de todo o mundo. Nós

temos a responsabilidade de termos em conta o impacto que temos sobre os nossos oceanos

e sobre as pessoas que deles dependem como meio de subsistência e segurança alimentar.

Com a compra de peixes da peixe e marisco com garantias de pesca sustentável mostramos

que estamos a assumir a nossa responsabilidade e que queremos beneficiar a natureza e as

pessoas ", Rita Sá.

A WWF está preocupada com a distribuição das capturas globais. "Em todo o mundo, cada

vez mais pessoas dependem de peixe e marisco para a sua nutrição de base. A população

mundial crescente enfrenta as consequências da redução das populações de espécies

marinhas. Esta é uma grande preocupação para as pessoas dos países em desenvolvimento

que dependem deste peixe para alimento e como fonte de rendimento", diz Rita Sá.

De um total de 49 países que são considerados muito dependentes de peixe e marisco, 46 são

países em desenvolvimento em latitudes tropicais. Se o pescado não puder mais servir de

fonte essencial de proteínas então a saúde das pessoas poderá vir a ficar ameaçada pela

subnutrição, porque o peixe é uma fonte essencial de proteína para mais de 3 mil milhões de

pessoas.

Neste contexto, a WWF lançou o projeto Fish Forward para informar o consumidores em todo

o mundo sobre os impactos sociais e ambientais do consumo de peixe e marisco, e para

recomendar a compra destes produtos de forma responsável: "se os consumidores

escolherem sempre produtos do mar, nacionais ou importados, de forma responsável, estarão

a ajudar os oceanos e as populações marinhas a recuperarem ", diz Rita Sá.

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Notas para editores:

Referências: The Food and Agriculture Organization’s (FAO) SOFIA report is the world's most comprehensive status report on Fisheries & Aquaculture and is published every two years. The current report features figures up to 2014.

Link para relatório: http://www.fao.org/3/a-i5555e.pdf

Overview table of the Fish dependence day for EU Member states:

http://b.3cdn.net/nefoundation/5a2a752c17a2267fce_77m6i2i1n.pdf

Link para relatório: NEF Fish Dependence 2016 -Update:

http://ent.cat/wp-content/uploads/2016/05/Fish-Dependence-2016.pdf

Projeto Fish Forward

O Fish Forward é um projeto da WWF de sensibilização dos consumidores, empresas e autoridades à

escala europeia e é cofinanciado pela União Europeia. O Projeto desenvolve e implementa atividades de

marketing, comunicação e investigação ao longo de três anos (de 2015 a 2017). Foi lançado durante o

Ano Europeu para o Desenvolvimento 2015 em 11 países: Áustria, Bulgária, Croácia, França, Alemanha,

Grécia, Itália, Portugal, Roménia, Eslovénia e Espanha.

Saiba mais sobre consumo sustentável de peixe em: www.fishforward.eu

Contacto:

Marta Barata | Communications Officer | WWF Mediterranean Portugal Programme Office

| Skype: mbarata4| Email: [email protected] | Phone: +351 917 114 651 | www.wwf.pt