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PRÊMIO ALICE BOTTASAMANHÃ, ÀS 18h30 NO INSTITUTO FEMININO DA BAHIA

Edição Diária 7171 | Salvador, quinta-feira, 16.03.2017 Presidente Augusto Vasconcelos

DIA DE LUTA

Com crise, desigualdade no país aumenta. Cenário era de quedaPágina 4

Ontem, durante as manifestações em todo o Brasil, o povo deu uma demonstração nas ruas de que não aceita as reformas neoliberais de Temer nem o considera com legitimidade para fazer transformações tão profundas na sociedade brasileira. Páginas 2 e 3

Povo começa a reagir

Multidão ocupa as ruas

do Centro de Salvador.

População está consciente

dos prejuízos das reformas de Temer. O

Sindicato dos Bancários fez

manifestações durante todo o dia de ontem. Só uma forte e organizada resistência é

capaz de frear a ofensiva neoliberal

Aliança PMDB-PSBD-DEM quer afundar o país

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o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quinta-feira, 16.03.20172 3o bancário

• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 16.03.2017DIA DE LUTA DIA DE LUTA

O povo deu o recado. Não vai aceitar a imposição de um projeto neoliberal. As ruas de todo o país foram ocupadasrEDAçãO imprensa@bancariosbahia.org.br

joão ubaldo

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Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Mais de 100 mil em Salvador. Governo Temer treme na base

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - imprensa@bancariosbahia.org.brJornalista responsável: rogaciano Medeiros - reg. MTE 879 DrT-BA. Chefe de reportagem: rose Lima - reg. MTE 4645 DrT-BA. repórteres: Ana Beatriz Leal - reg. MTE 4590 DrT-BA e rafael Barreto. Estagiária em jornalismo: Bárbara Aguiar e Carolina Sales. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

Bancários contra a agenda neoliberalNO DIA Nacional de Luta contra a refor-ma da Previdência, ontem, os bancários da Bahia pararam as atividades até 12h. A ca-tegoria não estava só. Profissionais das mais diversas áreas participam do ato em cente-nas de cidades do país.

no Centro de Salvador, mais precisamen-te na agência do Banco do Brasil Cidade Alta, diretores do Sindicato dos Bancários da Bahia aproveitam para dialogar com a população. Na região todas as 20 unidades ficaram fechadas. A Desenbahia também participou da mobilização e houve parali-sação das 8h às 10h.

O diretor da entidade, Fábio Lédo, faz uma alerta para os prejuízos que a reforma da Previdência vai causar ao trabalhador. “Uma proposta em que está prevista con-tribuição de 49 anos para se aposentar, não existe em lugar nenhum no mundo”.

O sistema financeiro é o principal benefi-ciado com o projeto de Temer. Muitos bra-sileiros não vão conseguir se aposentar pelo INSS e vão recorrer à previdência privada, comandada pelos grandes bancos.

Em Barreiras, o dia também foi de lutaO DIA Nacional de Luta contra a reforma da Previdência foi forte por toda a Bahia. Em Barreiras, os bancários paralisaram as ativi-dades no Banco do Brasil e na Caixa até 12h de ontem.

Houve ainda manifestação em frente ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). Os bancários, claro, estavam presentes. O Sindicato e a Federação também. O diretor Aderbal Batista Neves chamou a atenção para os malefícios das reformas de Temer. “O governo quer acabar com a aposentadoria e todos os direitos dos trabalhadores”.

O Brasil contra a reforma da Previdência

“Pela reforma, iria me aposen-tar com quase 70 anos se tives-se empregada ainda. Agora que estou sem contribuir, nem sei como será”.Patrícia Teles – desempregada

“Meu primeiro emprego com carteira assinada foi aos 19 anos. Ou seja, só vou poder usufruir 100% da minha apo-sentadoria quando completar 68 anos. É um grande absurdo”.

Taiane Castro - estudante de Educação Física

“A paralisação demonstra a insa-tisfação de milhões de brasileiros contra medidas que ferem os di-reitos dos trabalhadores. Assinei minha carteira aos 20 anos e essa reforma me preocupa”.

Fernando Andrade - serígrafo

Forte manifestação em SalvadorSALvADOR parou na manhã de ontem. Na região do Iguatemi não passava ninguém. Pessoas de todas as idades, raças e classes sociais se juntaram para mostrar ao governo Temer que não aceitam perder direitos du-ramente conquistados. O Brasil não vai dar passos para trás.

A manifestação, parte dos protestos do Dia Nacional de Luta contra a reforma da Previdência, foi forte e é um recado certeiro ao Congresso Nacional. As propostas neoli-berais do atual governo não passarão. Vai ter luta, muita.

Além de Salvador, outras grandes cidades pararam, literalmente.

Propaganda enganosa de Michel TemerA JUSTIçA dá uma dentro. O governo de Michel Temer tem de tirar do ar imediata-mente as propagandas que tentam vender a reforma da Previdência como uma boa e im-portante medida para o país.

Caso descumpra a decisão judicial, o go-verno terá de pagar multa diária no valor de R$ 100 mil. O entendimento é que Temer não poderia ter utilizado recursos públicos para financiar peças que fazem terrorismo à população caso a reforma não seja aprovada

pelo Congresso Nacional.Na sentença, a magistrada Marciane Bon-

zanini determina que seja veiculada uma con-trapropaganda. “A campanha do Governo Fe-deral sobre a Reforma da Previdência violou o caráter educativo, informativo e de orienta-ção social, que deve pautar a publicidade ofi-cial dos órgãos públicos, uma vez que difundiu mensagens com dados que não representam de forma fidedigna a real situação financeira do sistema de Seguridade Social brasileiro”.

Justiça manda tirar do ar campanha em defesa da Previdência. Dinheiro público usado para fazer terror

Bancários resistem ao projeto neoliberal de Temer

Sindicato fechou agências, ontem, até às 12h

Luta contra o fim da aposentadoria em Barreiras

Desenbahia também parou. Insatisfação geral

NÃO tem como a grande mídia esconder. O Brasil parou ontem. Milhões de pessoas foram às ruas pelos quatro cantos do país contra a política neoliberal imposta pela aliança PMDB-PSBD-DEM. Em Salvador, mais de 100 mil fizeram uma linda mani-festação no Centro.

O desejo era um só. Fora Temer. Em cada rosto era possível ver a disposição em lutar pela aposentadoria e demais direitos dos trabalhadores. Jovens, idosos, freiras, freis, padres, mulheres, homens, homosse-xuais, negros, brancos, índios. Todos fo-ram às ruas contra as reformas da Previ-

dência e trabalhista. Gente como Carmen Medeiros. A aposen-

tada da Petrobras enfatiza a importância da mobilização neste momento. “Pude me apo-sentar. Planejei minha vida e agora luto para que todos tenham esse direito”.

Para a juventude, fazer planos para o fu-turo está difícil com o governo Temer. A es-tudante Clara Ferrão, 17 anos, que sonha em ser professora, é quem diz. “Os educadores já são desvalorizados no Brasil, com a reforma previdenciária a situação vai piorar. Mas es-tamos unidos”.

A historiadora Luana Soares analisa que o país passa por um golpe semelhante ao do ano de 1964. “Temos um STF (Supremo Tri-bunal Federal) acovardado, o Congresso Na-cional aliado ao presidente golpista, uma eli-te que só pensa em si e ataques constantes à classe trabalhadora”.

A indignação só não falou mais alto do que a esperança e a manifestação de ontem é um belo exemplo de que o brasileiro está acordado e disposto a lutar até o fim.

Por trás da reforma, a privatização da Previdência

Manifestação contra a reforma da Previdência atrai mar de gente no Centro de Salvador. Pessoas de todos

os tipos, crenças, idades e profissões foram às ruas esbravejar a insatisfação com o governo Temer

Durante a manhã, trabalhadores de diversas categorias fizeram um grande protesto na região do Iguatemi

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 16.03.20174

SAQUE

BRASIL

Disparidade da renda familiar subiu, após 22 anos de queda rOSE LIMA imprensa@bancariosbahia.org.br

desigualdade volta a crescer

EXCELENTE Bom sinal. Os protestos de ontem, em todo o Brasil, deram uma demonstração concreta de que o neolibe-ralismo pode ser derrotado com organização popular. Nota--se um forte sentimento da nação em apoio a toda e qualquer manifestação contra a extinção de direitos tão defendida por Temer, Aécio, Janot, Moro, ACM Neto, de figurões do Legisla-tivo e do Judiciário, da mídia comercial e de outros malditos.

MOMENTO A hora é essa. Os movimentos sociais precisam partir para cima. Jogar no ataque. Aproveitar a onda nacional de insatisfação com as reformas neoliberais de Temer envia-das ao Legislativo para acuar o golpismo. Criar as condições para a reconquistar a normalidade institucional rompida com o golpe do impeachment, garantir a plenitude do Estado de direito e preparar o terreno para a volta da democracia social.

INSOLÊNCIA O cinismo da Globo expressa o total despre-zo do império da família Marinho não apenas com os interes-ses materiais da população mas, acima de tudo, com a inteli-gência do cidadão e da cidadã, o que agrava ainda mais o dolo. A emissora escondeu os verdadeiros motivos dos protestos de ontem e fez a maior espetacularização com os reflexos das ma-nifestações no cotidiano das cidades. Mais uma vez culpou os que sofrem e clamam por justiça. Crime de imprensa.

CONTAMINAçÃO A tal da imprensa livre nativa, que tanto abomina a corrupção e faz o discurso da moralidade de conveniência, não resistiria à mínima investigação sobre as relações que mantém com o Estado brasileiro, nas três dimen-sões: federal, estadual e municipal. Só muita inocência para acreditar que a mídia esteja totalmente limpa perante todo esse lamaçal em que se transformou a operação Lava Jato.

DESMORALIZADO São cerca de 300 senadores e deputa-dos incluídos na lista enviada pelo procurador-geral, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal, fruto das delações pre-miadas da Odebrecht na Lava Jato. Diante de tamanho absur-do, o Parlamento perde totalmente qualquer condição moral para votar matérias de impacto considerável na vida da popu-lação como as reformas de Temer. Uma excrescência.

OS RESULTADOS do golpe ju-rídico-midiático-parlamentar começam a aparecer e, de for-ma rápida. Depois de 22 anos de queda, a desigualdade social volta a crescer no Brasil. Pesqui-sa da FGV (Fundação Getúlio Vargas) mostra.

O índice Gini - variação que mede as diferenças sociais - chegou a 0,5529 no ano passa-do, elevação de 1,6% ante 2015. Pelo indicador quanto mais

perto zero, menos desigual é o país. O aumento da desigual-dade social comprova que os mais pobres são o alvo do go-verno Temer.

Toda a economia perde com a política neoliberal. Isso porque se a população tem a renda com-prometida, as empresas vendem menos e o mercado desaquece .

O estudo revela que os pro-gramas de inclusão social, como o Bolsa Família, têm im-pacto multiplicador sobre a de-manda da economia. Mais do que o FGTS, por exemplo. Mas, o governo Temer ignora tudo e tenta avançar com uma agenda que penaliza toda a sociedade, como as reformas da Previdên-cia e trabalhista.

Denúncias de irregularidades em depósitos do FGTSCOM menos de três meses desde a liberação do saque de contas inativas do FGTS (Fun-do de Garantia do Tempo de Serviço), o Ministério Público do Trabalho já recebeu 5.341 denúncias de irregularidades nos depósitos.

São quase 100 queixas for-mais por dia. Se o trabalhador constatar que não teve o bene-fício depositado, deve procurar o sindicato representante da ca-tegoria profissional correspon-

dente, uma superintendência ou a gerência do Ministério. A denúncia é feita de forma anô-nima, evitando riscos de possí-veis prejuízos no emprego.

Por meio de nota, o MPT alerta que o número de traba-lhadores prejudicados pode ser bem maior do que o índice de denúncias até então apresenta-das, já que uma única reclama-ção pode vir de um sindicato, o que representa centenas ou mi-lhares de empregados.

O retrato da pobreza. Governo Temer quer levar o país ao abismo social

Ministério do Trabalho já recebeu 5.341 queixas de problemas com o FGTS