Diabetes Mellitus

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POPULAÇÕES ESPECIAIS DIABÉTICOS Fisiologista do Exercício: Carlos Fradão

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A Diabetes Mellitus (DM) pertence a um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicémia crónica resultante dos defeitos da secreção e/ou da acção da insulina. Entende-se por hiperglicémia uma condição caracterizada por um incremento desigual dos valores de açúcar (glicose) no sangue.

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POPULAÇÕES ESPECIAIS

DIABÉTICOS

Fisiologista do Exercício:Carlos Fradão

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Insulina - Hormona produzida nas células beta do pâncreas. Baixa

a glicémia por "abrir as portas" das células e permitir a entrada da

glucose.(Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal - APDP)

Caracterização

A Diabetes Mellitus (DM) pertence a um grupo de doenças metabólicas

caracterizadas por hiperglicémia crónica resultante dos defeitos da secreção

e/ou da acção da insulina. Entende-se por hiperglicémia uma condição

caracterizada por um incremento desigual dos valores de açúcar (glicose) no

sangue.(The Expert Committe on the Diagnosis and Classification of Diabete Mellitus,2003)

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DiagnósticoO critério estabelecido pela ADA (American Diabetes Association) determina 3 métodos para diagnosticar a DM.

O diagnóstico de DM deve ser confirmado pela repetição do teste em outro dia.

Critérios de diagnóstico da Diabetes Mellitus

Sintomas de DM

Poliúria (secreção abundante de urina)Polidipsia ( sede anormal)Perda de peso anormalGlicemia ocasional ≥ 220 mg. dL-1

Glicemia em jejum (mínimo de 8 horas) ≥126 mg.dL-1

Glicemia às duas horas após TTOG (teste de tolerância oral à glicose) ≥200 mg.dL-1

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Classificação

Tipo I – a causa é uma absoluta deficiência na secreção de insulina – Insulino – dependentes (5% a 10%)

• Na Diabetes do Tipo I, as células ß do pâncreas deixam de produzir insulina pois existe uma destruição maciça destas células produtoras de insulina.

• O próprio sistema de defesa do organismo (sistema imunitário) da pessoa com Diabetes, que ataca e destrói as suas células ß.

• Não está directamente relacionada com hábitos de vida ou de alimentação errados.

• Necessitam de terapêutica com insulina para toda a vida porque o pâncreas deixa de a poder fabricar.

(APDP)

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Classificação

Tipo II – conhecida como Diabetes Não-Insulino Dependentes (90% a 95%).

• O pâncreas é capaz de produzir insulina.

• Pouco ou nenhum exercício físico, tornam o organismo resistente à acção da insulina , obrigando o pâncreas a trabalhar mais (e mais), até que a insulina que produz deixa de ser suficiente.

• A causa é a combinação da resistência à acção da insulina e uma inadequada resposta na secreção de insulina compensatória.

• Apresentam sempre peso excessivo e em alguns casos são mesmo obesos, sobretudo “têm barriga”.

(APDP)

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Classificação

Diabetes Gestacional - refere-se às mulheres que contraem a diabetes durante a gravidez. Este tipo de particular de diabetes é normalmente detectada no 3º trimestre de gestação e, geralmente, desaparece com o parto, mas pode ser sinal de diabetes futura em cerca de ¾ das mulheres.

(APDP)

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Complicações associadas à diabetes• Retinopatia - lesão da retina;

• Nefropatia - lesão renal;

• Neuropatia - lesão nos nervos do organismo;

• Hipertensão arterial;

• Hipoglicemia - baixa do açúcar no sangue;

• Hiperglicemia - nível elevado de açúcar no sangue;

• Macroangiopatia - doença coronária, cerebral e dos membros inferiores;

• Lípidos no sangue - gorduras no sangue;

• Pé diabético - arteriopatia, neuropatia;

• Doenças cardiovasculares - angina de peito, ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais;

• Obstrução arterial periférica - perturbação da circulação, por exemplo nas pernas e nos pés;

• Disfunção e impotência sexual - a primeira manifesta-se de diferentes formas em ambos os sexos;

• Infecções diversas e persistentes - boca e gengivas, infecções urinárias, infecções das cicatrizes depois das cirurgias.

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Terapêutica• Sulfonilureias são hipoglicemiantes, por estimulação da libertação de

insulina das células beta pancreáticas. Podem ser de 1ª ou 2ª geração: tolbutamida, clorpropamida, glibenclamida, glipizida, glicazida, gliquidona, glimepirida.

• Biguanidas são anti-hiperglicemiantes, com acção no controlo dos níveis de glicose, independentemente da secreção de insulina. Fenformina e metformina.

• Inibidores das alfa-glicosidases induzem inibição da amilase pancreática e das enzimas do brush-border intestinal: glicoamilase, maltase, sacarase, dextrinase, … Acarbose e miglitol.

• Tiazolidionedionas aumentam a sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos, com efeito hipolipidémico e hipoglicemiante. Rosiglitazona, troglitazona e pioglitazona.

(APDP)

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Contra - Indicações

• A prática de A.F. em indivíduos com DM implica uma análise cuidada

dos benefícios em relação aos riscos, já que, especialmente para os

Diabéticos Tipo I, este pode revelar-se uma prática perigosa, pelo

elevado risco de hipoglicémias.

• Apesar destes riscos, DMI podem fazer exercício físico, desde que

realizem uma correcta coordenação entre o dispêndio energético e a

intensidade do exercício, a alimentação e as doses e timing da injecção

da insulina. Barata T. , 1997

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Guidelines

Componentes do Programa de

Exercício

Frequência (sessões / semana)

Intensidade Duração Actividade

Cardiorespiratório /Aeróbio

3-4 dias/semana

50%-80% da FCR ou 55-

20 -60 min. -

Resistência/ Força 2 dias/semana

40%-60% RM, velocidade execução

confortável.

1 série de 10-15 repetições

15-20 exercícios. Incluir todos os grandes grupos

musculares

Flexibilidade 3 dias/semana

Alongar até perceber uma

retracção no final da ampl. do mov.,

não ir até à dor.

10-30 segundos

Alongamento estático de todos os

principais grupos musculares.

ACSM (2006), Diabetes Mellitus, ACSM´S Guidelines for Exercise Testing and Prescription.

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Benefícios

• Aumento da captação de glucose sanguínea

• Promove a longo prazo o aumento da sensibilidade à insulina (mesma entrada de glucose na célula com menores níveis de insulina)

• É factor de emagrecimento

• Melhor controlo da Diabetes Tipo 2, sobretudo na fase inicial

• Melhoria do perfil lipídico

Barata T. , 1997

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Bibliografia

• Barata, T. et al (1997). Actividade Física e Medicina Moderna. Europress.

• ACSM (2006), Diabetes Mellitus, ACSM´S Guidelines for Exercise Testing and Prescription.

• Raposo, R., e Marques,R. (2007). Populações Especiais – Avaliação e prescrição de exercício. Colecção “Fitness é Manz”

• Site : www.apdp.pt - Associação Protectora de Diabéticos de Portugal

• Site: http://www.diabetes.org/ - American Diabetes Association