DIABETES MELLITUS Farmacoterapia da Diabetes mellitus · Anticoncepcionais orais...
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Farmacoterapia da Diabetes mellitus
Profª Ivy Alcoforado Felisberto
DIABETES MELLITUS“ Síndrome metabólica causada pela deficiência relativa ou
absoluta de insulina, além de resistência à ação da insulina em tecidos-alvo. Caracterizada por hiperglicemia crônica”
Valores normais:�Glicemia em jejum: 70-99mg/dl.�Glicemia pós-prandial: < 140mg/dl.
Intolerância à glicose:�Glicemia em jejum: 100 - 126mg/dl.�Glicemia pós-prandial: 140-199mg/dl.
Diabetes:�Glicemia em jejum: ≥ 126mg/dl.�Glicemia pós-prandial: ≥ 200mg/dl.
Quais as diferenças entre diabetes do Tipo I e II?
Sintomas Clássicos do Diabetes
Polifagia Poliúria Polidipsia
Ganho de pesoDM II
Perda de pesoDMI e II descontrolada
Sintomas Clássicos do Diabetes
Visão Borrada
Feridas de difícilcicatrização
Infecçõesrecorrentes
FadigaDesânimo
DM II - Fatores de risco�Idade avançada (> 45 anos);�História familiar de diabetes;�Obesidade (IMC ≥ 25Kg/m²)�Circunferência abdominal:
�Mulheres > 80cm;�Homens >94cm;
�Sedentarismo;�História de infecções de repetição;�Diabetes gestacional prévio;�História de abortos de repetição ou mortalidade
perinatal;�Presença de hipertensão ou dislipidemia;�Uso crônico de medicações diabetogênicas (ex:
corticóides, tiazídicos).
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Complicações do Diabetes
Objetivos Terapêuticos Gerais no Diabetes
�Controlar sintomas agudos da doença;�Prevenir complicações tardias;�Promover qualidade de vida.
Estratégias de tratamento da Diabetes
Dieta;Exercícios físicos; Controle da hipertensão e hiperlipidemia;Mudanças de hábitos de vida:�controle do fumo;�controlar o consumo elevado de álcool;
�Farmacoterapia:Insulina;Antidiabéticos orais.
Redução do peso
InsulinaQual a mais imunogênica?
2 cadeias polipeptídicas: A e B
Suína:B30→ AlaninaBovina:B30→ AlaninaB8→ Alanina A10→ Valina
Controle da secreção de insulina
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Estímulo para secreção de insulina
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Expressão de transportadores de glicose na membrana (GLUT-4)
�Inanição e hipoinsulinemia:� ↑ número de receptores de insulina.
�Hiperinsulinemia, GH, Acromegalia e obesidade:� ↓ número de receptores de insulina.
� Corticóides - ↓ afinidade da insulina pelo receptor.
Efeitos da insulinaHormônio Anabolizante
Fígado:Inibe a gliconeogênese;Estimula síntese de glicogênio, Tg e VLDL.Inibe a degradação do glicogênio
Músculo:↑ síntese protéica;↑ síntese de glicogênio;
Tecido Adiposo:↑ armazenamento de triglicerídeos.
Resumo dos efeitos da InsulinaTipo de metabolismo
Células hepáticas
Célula adiposa Músculo
Carboidratos ↓gliconeogênese↓glicogenólise↑glicólise↑ glicogênese
↑ captação de glicose(glut-4)↑síntese de glicerol
↑captação de glicose(Glut-4)↑glicólise↑glicogênese
Lipídios ↑lipogênese↓lipólise
↑síntese de triglicerídeos↑síntese de ácidos graxos↓lipólise
Proteínas ↓degradação das proteínas
↑captação de aminoácidos↑síntese de proteínas
Controle da glicemiaInsulina X Glucagon
Farmacocinética da InsulinaDegradada por enzimas digestivas;t1/2β = 5-6 minutos em indivíduos normais.Ligam- se às proteínas plasmáticas β-globulina.
Metabolização:Insulinase
Insulina endógenaFígado: 60 %Rim: 40%
Insulina exógena (diabéticos)Fígado: 40%Rim: 60%
Outras enzimas de degradação: Tiometalproteinase;Glutation insulina transidrogenase hepática.
Usos terapêuticos da insulina
DM IDM II sem controle com dietas e antidiabéticos orais.DM gestacionalTratamento da cetoacidose diabéticaTratamento do Coma hiperosmolar não-cetótico;Tratamento de hipercalemia.Controle perioperatório de pacientes com DM tipo I e II.
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Insulinoterapia: Fontes de Insulina
Bovina:≠ 3 aas;mais antigênica;
Suína:≠ 1 aa;
Insulina Humana: DNA recombinante
Escherichia coli: HumulinLevedura: Novolin
Vias de Administração da Insulina
Subcutânea;Injetores portáteis:
“canetas”;Bombas de insulina: regular, velosulin e lispro;
IV- Emergências;Via inalatória.
Preparações de Insulina: Aspectos GeraisGrau de pureza:
Relacionado a quantidade de pró-insulina no peso to talMistura de bovina + suína – 50ppm;Suína – 1(monocomponentes) a 10ppm;Humanas – 1ppm (monocomponentes)
O grau de pureza está associado :< produção de anticorpos contra insulina;< hipersensibilidade insulínica;< incidência de lipodistrofia nos locais de injeção.
Concentração:100U (mais comum);500U (reservado a casos de resistência grave);Quantidade exigida para diminuir a glicemia em jejum de um coelho de 2Kg, de 120mg/dl para 45mg/dl. UI estabelecida corresponde à potência de 24U/mg (OMS).
Preparações de Insulina:Aspectos Gerais
Tempo de início (Latência) e duração de ação biológica:
Tamanho e composição dos cristais de insulina;Quanto menos solúvel, maior duração de ação;Outros fatores: dose, ponto da injeção, suprimento sanguíneo, temperatura e atividade física.
A insulina humana é absorvida mais rapidamente que a animal: duração mais curta.......ajuste de doses.
Armazenar em Tª entre 2 e 8ºC;
Insulina de ação curta (Regular)
�Rápido início de ação e curta duração;�Início de ação: 30-60 minutos; �Efeito Máximo: 2-3 horas;�Duração: 5-7 horas;�Objetivo: controle da glicemia pós-prandial;�Soluções cristalinas em pH neutro com Zn (estabili dade
e conservação)�Pode ser usada IV (cetoacidose, diabetes
descompensado associado a situações como infecções, choque e trauma cirúrgico)
�Usualmente associada com insulinas de ação mais len ta.
Solubilidade: regular X lispro
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Insulina de a ção Ultra-curta
Lispro-Humalog ®
�Início muito rápido e curta duração de ação;�Início de ação: 5-15 minutos;�Efeito máximo: menos de 1-2h;�Duração: 2-4 horas;�Objetivo: controle da glicemia pós-prandial;�Insulina modificada para absorção mais rápida:
�Troca na seqüência dos aminoácidos prolina e lisina nasposições 28 e 29 da cadeia β.
�Ideal para uso pré-prandial (5 min antes das refeiç ões) -permite maior flexibilidade no regime alimentar.
�Via SC, Via IV e bombas de infusão;
Insulina Ultra-curtaAspart -
Novorapid®
�Início muito rápido e curta duração de ação;�Início de ação: 5-15 minutos;�Efeito máximo: menos de 1h;�Duração: 3-5 horas;�Objetivo: controle da glicemia pós-prandial.�Insulina modificada para absorção mais rápida:
�Substituição do aminoácido prolina na posição 28 da cadeia β pelo ácido aspártico.
�Ideal para uso pré-prandial (5 min antes das refeiç ões) -permite maior flexibilidade no regime alimentar.
�Via SC, Via IV e bombas de infusão;
Insulinas de ação intermediária
(isófana, NPH)
�Início de ação: 1-2h;�Efeito Máximo: 6-12 horas;�Duração: 18-20 horas;�Objetivo: controle da glicemia basal.�Suspensões turvas em pH neutro com protamina em
tampão fosfato (NPH); �Insulina pouco solúvel;�Uso associado a insulina regular ou lispro;�Proibido uso IV!!!
Insulina longa (lenta e
ultra-lenta)
�Início de ação: 2-4horas �Efeito Máximo: 8-14 horas;�Duração: 18-36horas;�Objetivo: controle da glicemia basal.�Suspensões de com concentrações variáveis de Zn em
tampão acetato:�Suspensão de insulina Zn - lenta�Suspensão de Insulina Zn expandida – ultra-lenta
�Suspensão protamina zinco – ultra-lenta;�Grandes partículas: lenta dissolução;�Uso principalmente em diabéticos tipo I;�Proibido uso IV!!!
Insulina Glargina - Lantus ®Ação Ultra-Lenta
�Início de Ação: 2h;�Duração de ação: até 24h.
�Há introdução de 2 radicais de arginina na extremidade carboxiterminal da cadeia β.
�Há substituição de uma asparagina por uma glicina na extremidade aminoterminal da cadeia α.
�Liberação uniforme e sustentada da insulina:� reproduz a secreção basal de insulina pelo pâncreas.
�Não deve ser misturada como nenhuma outra insulina devido a manutenção do pH ácido da preparação.
Insulina Glargina - Lantus®Ação Ultra-Lenta
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Insulina Detemir - Levemir®Insulina Ultra-lenta
�Efeito máximo - 6h;�Duração de ação- máximo de 24h dose-dependente;�Análoga basal da insulina, solúvel, de ação lenta –
obtida por técnica de DNA recombinante;�Há introdução de um ácido graxo na porção
carboxiterminal da cadeia β;
Insulina Levemir®
Insulina Detemir - Levemir®Insulina Ultra-lenta
�Sua ação lenta é mediada por:�forte auto-associação de moléculas de insulina detemir
no local da injeção;�ligação com a albumina através da cadeia secundária de
ácidos graxos.�A insulina detemir distribui-se mais lentamente nos
tecidos-alvo periféricos quando comparada à insulina NPH.
�Mantém constante e em dosagens precisas, a circulação da insulina no sangue;
�Permiti ao paciente um maior controle glicêmico, além de diminuir os quadros de hipoglicemia;
�Não está associada a ↑ de peso indesejável.�Apresenta ph neutro - evita ardência na hora da aplicação;
Insulina Mista
Objetivo: �Controle da glicemia pós-prandial - insulina de ação
curta ou ultra-curta;�Controle da glicemia basal – insulina de ação
intermediária, lenta ou ultra-lenta;�10% regular e 90% NPH – Novolin 10/90 Penfi ll®;�20% regular e 80% NPH – Novolin 20/80 Penfi ll®;�30% regular e 70% NPH; Humulin 30R/70N; Novolin 30/70
Penfill®�50% regular e 50% NPH.�75% lispro protamina + 25% lispro – Humalog Mix 25®;�70% aspart protamina + 30% aspart solúvel - Novomix®;
Insulina Inalat óriaExubera®
�Início de ação ≈≈≈≈ à via intravenosa;�Objetivo:
�controle da glicemia pós-prandial;�Irá reduzir o nº de aplicações subcutâneas ao dia;
�Desvantagens: �Veículo do produto rico em agentes tensoativos, e
causam irritação das vias aéreas;�Contra-indicado a asmáticos e DPOC;
Como usar a insulina?
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Complicações da insulinoterapia:HIPOGLICEMIA
Motivos:Atraso de refeição;Esforço físico;SuperdosagemPacientes diabéticos : produção inadequada de glucagon, cortisol, adrenalina e GH.
SINTOMAS:Comprometimento da função do SNC:Confusão mental, comportamento bizarro, comaHiperatividade autônoma: SNS: taquicardia, palpitações, sudorese, tremoresConvulsões e coma se não tratado
Cuidado com o uso de β-bloqueadores!!!
Tratamento da hipoglicemiaPaciente Consciente
Fornecer suco de laranja, glicose, ou qualquer líquido que contenha açúcar.
Paciente InconscienteAçúcar ou mel embaixo da língua ou entre a bochecha e a gengiva.Administrar 20 a 50 ml de glicose 50% (IV) durante 2 a 3 min.Ou injeção de 1 mg glucagon (SC ou IM);Após recuperação: ingestão de açúcar.
Complicações da insulinoterapiaReações alérgicas
Mais freqüente: bovinas > suína Intervenção com corticóides, anti-histamínicos e kits de dessensibilização.
LipodistrofiaAtrofia do tecido conjuntivo no local da aplicação;Mais raro em preparações mais puras e pH neutro;Absorção na área lipodistrófica é prejudicada;Promover o rodízio dos locais de aplicação.
Ganho de Peso Corporal
Interações MedicamentosasRedução do efeito hipoglicêmico da Insulina - hiperglicemia
Corticosteróides – ↑↑↑↑ resistência insulínica.Anticoncepcionais orais - ↑↑↑↑ resistência insulínica.Dextrotiroxina sódica – aceleram a degradação da insulina.
Aumento do efeito hipoglicêmico da Insulina
Esteróides anabolizantes Salicilatos Álcool Inibidores da MAO
β-bloqueadores :Prolonga o efeito hipoglicêmico da insulina;Mascarar os sinais e sintomas da hipoglicemia.
Secreção Normal de Insulina
Esquema I:1 aplicação por dia
Vantagens:� Esquema simples;
Desvantagens:� Difícil de controlar a glicemia de jejum quando os efeitos da NPH não
perduram; � Ao ↑ dose da NPH na tentativa de controlar glicemia de jejum pode
correr hipoglicemia à tarde.
Antes do café:NPHNPH + regular
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Esquema II:2 aplicações por dia
Vantagens:
� Uso no DM I e II;� Esquema simples – tenta mimetizar o pâncreas;� Conhecida como “Doses divididas e mistas”
Desvantagens:� Exige horário relativamente fixo de refeições e do exercício;
Esquema III: 3 a 4 aplicações por dia
Vantagens:� Esquema simples –mimetiza mais de perto o pâncreas;�Maior flexibilidade com as refeições e exercícios;� Cada dose pré-refeição de insulina REG decidida de forma independente
- 1UI/10g de carboidrato;� Pacientes diabéticas no período gestacional, diabéticos com transplante
renal, diabetes instável e pacientes que não são controlados com doses únicas.
Desvantagens:� Desconforto – requer mais aplicações e testes de glicemia ao dia;� Requer educação e acompanhamento intensivos.
Tipos deTratamento
PADRÃO� 2 aplicações ao dia;� Níveis glicêmicos entre 225 a 275 mg/dl com Hb glicosilada em torno de
8 a 9%.� Vantagem: menor custo, menos desconforto;� Desvantagem: menor eficácia do tratamento: complicações do diabetes
mais freqüentes.
INTENSIVO� 3 ou mais aplicações ao dia.� Níveis glicêmicos em torno de 150 mg/dL com Hb glicosilada em torno
de 7%.� Vantagem: melhor controle da glicemia e menor incidência de
complicações tardias (retinopatias , neuropatias e nefropatias) � Desvantagem: episódios de hipoglicemia são mais freqüentes, maior
desconforto, maior custo, paciente mais esclarecido.
Posologia Diabetes tipo IDose inicial:
0,5 U/Kg/dia a 1U/Kg/dia (obesidade);Ajustes de 2 a 4U de insulina em um componente de cada vez, após observação por 2 a 3 dias;Esquema de 2 ou mais doses desde o diagnóstico.
Dose de manutenção:0,5 a 0,9 U/Kg/dia – sendo maior na adolescência ou períodos de estresse agudo;
Posologia Diabetes tipo IIDose inicial:
15 a 20U ao dia;Ajustes de 2 a 4U de insulina em um componente de cada vez, após observação por 2 a 3 dias;Dose única, manhã ou noite, insulina intermediária ou longa.
Dose de manutenção:Ao atingir 40U ao dia – dividir em duas tomadas ao d ia.
2/3 antes do desjejum;1/3 antes do jantar.
Doses variam acentuadamente com o grau de obesidade e/ou resistência insulínica. (0,3 a 1,5U/ Kg/dia)