Diabetes Mellitus Tipo 1
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Diabetes Mellitus Diabetes Mellitus Tipo 1Tipo 1
Ana Carolina de Souza MoreiraAna Carolina de Souza MoreiraAlexandre Paz FerreiraAlexandre Paz Ferreira
Coordenação: Luciana SugaiCoordenação: Luciana SugaiEscola Superior de Ciências da Saúde Escola Superior de Ciências da Saúde
(ESCS)/SES/DF(ESCS)/SES/DFwww.paulomargotto.com.br
23/5/200923/5/2009
Caso ClínicoCaso Clínico• IdentificaçãoIdentificação: TSS, masculino, 5 : TSS, masculino, 5
anos, natural da Cidade Ocidental – anos, natural da Cidade Ocidental – GO, procedente de São Sebastião – GO, procedente de São Sebastião – DFDF..
• Queixa PrincipalQueixa Principal: “Faz muito xixi : “Faz muito xixi há 3 dias” há 3 dias”
Caso ClínicoCaso Clínico• HDAHDA: Criança iniciou, há 20 dias, quadro de : Criança iniciou, há 20 dias, quadro de
enurese noturna e inapetência, que a mãe enurese noturna e inapetência, que a mãe associa a “quadro emocional”. Há 3 dias, a associa a “quadro emocional”. Há 3 dias, a mãe também notou poliúria, polidipsia e mãe também notou poliúria, polidipsia e emagrecimento não quantificado. Há um dia emagrecimento não quantificado. Há um dia a criança apresentou dois episódios de a criança apresentou dois episódios de vômitos biliosos, motivo pelo qual a mãe vômitos biliosos, motivo pelo qual a mãe procurou assistência médica na Unidade procurou assistência médica na Unidade Mista de São Sebastião. Foi, então, Mista de São Sebastião. Foi, então, transferida para o HRAS hoje.transferida para o HRAS hoje.
Caso ClínicoCaso Clínico• Revisão de sistemasRevisão de sistemas: feridas pruriginosas : feridas pruriginosas
em membros inferiores iniciadas há 1 mês. em membros inferiores iniciadas há 1 mês.
• Antecedentes pessoaisAntecedentes pessoais: nada digno de nota : nada digno de nota
• Antecedentes familiaresAntecedentes familiares: Pai tabagista (32 : Pai tabagista (32 anos). Mãe hígida (25 anos). Nega anos). Mãe hígida (25 anos). Nega consangüinidade e casos de diabetes na consangüinidade e casos de diabetes na família.família.
Caso ClínicoCaso Clínico• Exame físicoExame físico: bom estado geral, eupneico, : bom estado geral, eupneico,
normocorado, desidratado leve, afebril ao normocorado, desidratado leve, afebril ao toque, consciente e orientado. toque, consciente e orientado.
• Orofaringe: cáries dentárias múltiplas, Orofaringe: cáries dentárias múltiplas, dentes em mau estado de conservação. dentes em mau estado de conservação.
• Tórax e abdome: nada digno de nota Tórax e abdome: nada digno de nota • Lesões eritêmato-pápulo-vesiculares em Lesões eritêmato-pápulo-vesiculares em
membros inferiores, pruriginosas, algumas membros inferiores, pruriginosas, algumas ulceradas, com crostas e recobertas de ulceradas, com crostas e recobertas de secreção purulenta.secreção purulenta.
Caso ClínicoCaso Clínico• Exames complementaresExames complementares: : • Glicemia = 814mg/dl; uréia = 32; Glicemia = 814mg/dl; uréia = 32;
creatinina = 0,9; creatinina = 0,9; • Sódio = 129; potássio = 4,8; cloreto = Sódio = 129; potássio = 4,8; cloreto =
94. 94. • EAS: glicose ++++/4; acetona +++/4. EAS: glicose ++++/4; acetona +++/4. • Gasometria arterial: pH = 7,40; pCO2 = Gasometria arterial: pH = 7,40; pCO2 =
30mmHg; pO2 = 99mmHg; HCO3- = 18 30mmHg; pO2 = 99mmHg; HCO3- = 18 mEq/l.mEq/l.
IntroduçãoIntrodução• Síndrome metabólica caracterizada Síndrome metabólica caracterizada
por hiperglicemia por hiperglicemia • Distúrbio endócrino mais comum da Distúrbio endócrino mais comum da
infânciainfância
EpidemiologiaEpidemiologia• PrevalênciaPrevalência• IncidênciaIncidência
– Finlândia 30/100.000 anoFinlândia 30/100.000 ano– EUA 15/100.000 anoEUA 15/100.000 ano– Japão 3/100.000 anoJapão 3/100.000 ano– São Paulo 7,6/100.000 anoSão Paulo 7,6/100.000 ano– Brasil 8,4/100.000 anoBrasil 8,4/100.000 ano
EtiologiaEtiologia• Destruição auto-imune indolente das Destruição auto-imune indolente das
células beta pancreáticascélulas beta pancreáticas• Fatores desencadeantesFatores desencadeantes• AnticorposAnticorpos
– Auto-anticorpos antiilhota (ICA)Auto-anticorpos antiilhota (ICA)– Antiinsulina (IAA)Antiinsulina (IAA)– Contra descarboxilase do ácido Contra descarboxilase do ácido
glutâmico (anti-GAD)glutâmico (anti-GAD)– Contra tirosina-fosfatases IA-2 e IA-2Contra tirosina-fosfatases IA-2 e IA-2ββ
FisiologiaFisiologiaAtivação de receptor tirosina-quinaseTranslocação
de vesículas para a membrana
Influxo de glicose, aminoácidos, po-tássio e fosfato
Ativação enzimática
Síntese de proteí-nas, lipídios e gli-cogênio
Modulação gênica
Crescimento
FisiopatologiaFisiopatologia
Déficit absoluto
Resistência periférica
FisiopatologiaFisiopatologiaGlicemiaGlicemia
• HiperosmolaridaHiperosmolaridade;de;
• Desidratação do Desidratação do intracelular;intracelular;
• Diurese Diurese osmótica.osmótica.
InsulinaInsulina• Hormônios contra-Hormônios contra-
reguladores;reguladores;• Catabolismo;Catabolismo;• Cetogênese;Cetogênese;• Desequilíbrio Desequilíbrio
eletrolítico entre eletrolítico entre intra/extracelularintra/extracelular
Manifestações ClínicasManifestações Clínicas• PoliúriaPoliúria• PolidpisiaPolidpisia• PolifagiaPolifagia• Perda de pesoPerda de peso• Micoses orais ou genitaisMicoses orais ou genitais
DiagnósticoDiagnóstico
Complicações agudasComplicações agudas
CetoacidoseCetoacidose
Estado hiperglicêmico Estado hiperglicêmico hiperosmolar não-cetóticohiperosmolar não-cetótico
Cetoacidose Cetoacidose diabéticadiabética
Cetoacidose diabéticaCetoacidose diabéticaHiperglicemia
Cetose Acidose
FisiopatologiaFisiopatologiaGrande deficiência de insulina Grande deficiência de insulina
Liberação de catecolaminas, Liberação de catecolaminas, glucagon, cortisol e hormônio de glucagon, cortisol e hormônio de crescimentocrescimento
Redução da utilização periférica de Redução da utilização periférica de glicose e aumento da glicose e aumento da gliconeogênese e da glicogenólisegliconeogênese e da glicogenólise
HIPERGLICEMIA HIPERGLICEMIA
FisiopatologiaFisiopatologiaInsulina + Contra-
reguladores
Lipólise
Ativação da carnitil-acil transferase
Conversão de ácidos Conversão de ácidos graxos em corpos graxos em corpos
cetônicoscetônicos(Beta-hidroxi-butirato, acetoacetato e acetona)
Hiperglicemia + Hiperglicemia + CetonemiaCetonemia
Diurese osmótica + Diurese osmótica + VômitosVômitos
Fatores PrecipitantesFatores Precipitantes• Sub- insulinizaçãoSub- insulinização• Processos infecciososProcessos infecciosos• Transgressões alimentaresTransgressões alimentares• Problemas psicológicos, econômicos Problemas psicológicos, econômicos
e sociaise sociais• Vômitos repetidosVômitos repetidos• Estresse cirúrgicoEstresse cirúrgico
Manifestações ClínicasManifestações Clínicas• DesidrataçãoDesidratação• Respiração de KussmaulRespiração de Kussmaul• Náuseas, vômitos e dor abdominalNáuseas, vômitos e dor abdominal• Hálito cetônicoHálito cetônico• FebreFebre• Perda progressiva da consciência Perda progressiva da consciência
Caracterização Caracterização laboratoriallaboratorial
• GlicemiaGlicemia: > 200 mg/dL: > 200 mg/dL
• Acidose metabólicaAcidose metabólica: pH < 7,3 OU : pH < 7,3 OU bicarbonato sérico bicarbonato sérico ≤≤ 15 mEq/L 15 mEq/L
• CetoseCetose: cetonemia total > 3 mmol/L : cetonemia total > 3 mmol/L OU cetonúria (3+ ou 4+)OU cetonúria (3+ ou 4+)
TratamentoTratamento1.1. Correção da volemia;Correção da volemia;
2.2. Insulinização;Insulinização;
3.3. Reposição de eletrólitos.Reposição de eletrólitos.
Estado Estado hiperglicêmico hiperglicêmico
hiperosmolar não-hiperosmolar não-cetóticocetótico
IntroduçãoIntrodução
• Hiperglicemia intensa, ausência de Hiperglicemia intensa, ausência de cetose ou cetoacidose, disidratação, cetose ou cetoacidose, disidratação, depressão do sensório e osmolaridade depressão do sensório e osmolaridade plasmática >330mOsm/kgplasmática >330mOsm/kg
• Osm = 2 x (Na + K) + Gli/18 + Osm = 2 x (Na + K) + Gli/18 + Uréia/2,8Uréia/2,8
• Osm efetiva = 2 x Na + Gli/18Osm efetiva = 2 x Na + Gli/18
FisiopatologiaFisiopatologia
• Ausência de cetoseAusência de cetose– Níveis circulantes de insulinaNíveis circulantes de insulina– HiperosmolaridadeHiperosmolaridade
LaboratórioLaboratório
• Glicemia> 600mg/dlGlicemia> 600mg/dl• Posm>330 mOsm/kgPosm>330 mOsm/kg• Cetonas baixasCetonas baixas• pH acima de 7,30pH acima de 7,30• Bicarbonato acima de 20 mEq/lBicarbonato acima de 20 mEq/l
Tratamento DM 1Tratamento DM 1
Preparações de InsulinaPreparações de Insulina• Ação ultra-rápidaAção ultra-rápida
• Ação rápidaAção rápida
• Ação intermediáriaAção intermediária
• Ação longaAção longa
Vias de administraçãoVias de administração• Local da injeçãoLocal da injeção
• Velocidade de absorçãoVelocidade de absorção
• Profundidade da injeção Profundidade da injeção
Esquemas InsulínicosEsquemas Insulínicos
• Dose inicialDose inicial– 0,2 a 0,5 U/Kg/dia0,2 a 0,5 U/Kg/dia
• Período de lua-de-mel: diminui Período de lua-de-mel: diminui temporariamente a necessidade de insulina temporariamente a necessidade de insulina exógena.exógena.
• Insulinoterapia convencional: duas doses Insulinoterapia convencional: duas doses diárias. A alimentação deve se ajustar à dose diárias. A alimentação deve se ajustar à dose da insulina.da insulina.
• Insulinoterapia intensiva: várias doses diárias, Insulinoterapia intensiva: várias doses diárias, ajustadas de acordo com a alimentação.ajustadas de acordo com a alimentação.
Hiperglicemia matinalHiperglicemia matinal
Efeito SomogyiEfeito Somogyi
Fenômeno do alvorecerFenômeno do alvorecer
Efeito SomogyiEfeito SomogyiHiperglicemia na
madrugada
Aumento compensatório de glucagon e hormônios contrarreguladores
HiperglicemiaHiperglicemia
• O tratamento é diminuir a dose da insulina noturna.• 25% dos casos.
Fenômeno do alvorecerFenômeno do alvorecerNormoglicemia noturna
Aumento noturno fisiológico de GH e hormônios contrarreguladores
HiperglicemiaHiperglicemia
• O tratamento é aumentar a dose da insulina noturna.• 75% dos casos.