Diapositivo 1 · 20-09-2009 2 Fase I: Assintomática; inflamação frequente, desmielinização,...

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20-09-2009 1 Cândida Elsa Frias Mendes Orientador: Manuela Grazina Instituto de Bioquímica e Centro de Neurociências e Biologia Celular Faculdade de Medicina de Coimbra, Pólo III Subunidade I de Ensino doença do CNS mediada pelo Sistema Imunitário. Afecta mais de 2 milhões pessoas; Risco da doença associado à latitude; Risco menor em crianças e idosos; Risco maior em mulheres e população caucasiana. http://sofija.wordpress.com/2007/01 Estudos populacionais apontam para a associação do HLA DR15, DQ6 com a MS, com associações mais fortes entre os descendentes do norte da Europa. loci candidato: 6p21.3 mtDNA na MS: Elevada transmissão da doença de mãe para filho. Associação entre LHON e MS. Mutações de LHON nos nucleótidos 3460 e 11778 em doentes com MS.

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20-09-2009

1

Cândida Elsa Frias MendesOrientador: Manuela Grazina

Instituto de Bioquímica e Centro de Neurociências e Biologia CelularFaculdade de Medicina de Coimbra, Pólo III – Subunidade I de Ensino

doença do CNS mediada pelo

Sistema Imunitário.

Afecta mais de 2 milhões pessoas;

Risco da doença associado à latitude;

Risco menor em crianças e idosos;

Risco maior em mulheres e população caucasiana.

http://sofija.wordpress.com/2007/01

Estudos populacionais apontam para a associação do HLA DR15, DQ6 com a MS, com associações mais fortes entre os descendentes do norte da Europa.

loci candidato: 6p21.3

mtDNA na MS:

Elevada transmissão da doença de mãe para filho.

Associação entre LHON e MS.

Mutações de LHON nos nucleótidos 3460 e 11778 em doentes com MS.

20-09-2009

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Fase I: Assintomática; inflamação frequente, desmielinização, alterações desecção axonal, plasticidade e remielinização.

Fase II: Continuação da inflamação e desmielinização persistente, RRMSFase III: Inflamação pouco frequente, degenerescência axonal crónica,

gliose, SPMS

fonte: http://www.mult-sclerosis.org/msprognosis.html

RRMS: Relapsing- RemintingSPMS: Secondary Progression

Fase I

Fase II

Fase III

Nature Clinical Practice Neurology (2006) 2, 201-211

Ocorrem lesões axonais agudas desmielinizantes.

Principal candidato a mediador tóxico: NO.

www.anem.org.pt/menu-anem/em.mielina.htm

Características neuropatológicas:

desmielinização;

neurodegenerescência neuronal.

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Ciclo acido cítrico:

NADH

FADH2

Dadores de –es para a CRM

Fosforilação oxidativa mitocondrial:

transferência de –es a partir do

NADH para gerar ATP

Características gerais:

2 membranas fosfolipídicas:

- externa (lisa)

- interna (dobra-se formando vilosidades,

chamadas cristas).

Matriz mitocondrial:

-Proteínas

-Ribossomas

-DNA mitocondrial (forma circular):

37 genes

13 peptídeos da CRM

2 rRNAs

22 tRNAs

Produção mitocondrial de O2- e H2O2

UQH. + O2 —‣ UQ + H+ + O2-

FMNH. + O2 —‣ FMN + H+ + O2-

H+ + O2. + O2

. —‣ H2O2 + O2

O2- + H2O2 —‣ O2 + OH- + OH.

Produção mitocondrial

de NO

NO+ O2- —‣ ONOO-

ONOO- + H+ —‣ ONOOH

ONOOH —‣ OH. +NO2.

Adaptado de Navarro A, Boveris A, Am J Physiol Cell Physiol 292: C670-C686, 2007

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ROS/RNS

Inibição da CRM

Diminuição ATP

Gradiente de Na+ e

diminuição de ΔΨ,

abertura MPT

Libertação

glutamato

Activação

NMDA-R

Morte por

excitotoxicidade

Libertação cit c

Caspases

Apoptose

Necrose

Adaptado de Brown and Borutite, Free Rad Biol Med, 33 (11), 2002

[Esquema adaptado de Mao et al, 2009].

ROS e RNS:

danos oxidativos no mtDNA;

diminuição da actividade enzimática dos complexos da MRC;

peroxidação lipídica;

peroxidação das proteínas constituintes da mielina;

nitrosilação dos resíduos de tirosina.

ROS desestabilizam as bainhas de mielina através da peroxidação dos lípidos das suas membranas.

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Possivelmente a morte neuronal pode surgir em resultado da exposição dos axónios a NO., em particular devido à sobrecarga de iões Na+, resultante do impulso nervoso.

Nature Clinical Practice Neurology (2008) 4, 159-169

Aumento de

radicais

livres

Aumento

danos

oxidativos

no mtDNA

Mutações

podem alterar

as funções

mitocondriais

Diminuição

dos níveis

energéticos da

célula

Mitocôndria

disfuncional

Axónios

desmielinizados,

mais susceptíveis

a lesões

Processo

inflamatório na

MS

Analisar o envolvimento funcional da OXPHOS na MS.

Investigar a correlação destes dados com os estudos de genética molecular do mtDNA.

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Contribuir para o esclarecimento da etiopatogenia da MS;

Encontrar novas ferramentas de diagnóstico.

Doentes e controlos

Doentes: seguidos no serviço de

Neurologia dos HUC; têm MS definitiva.

Controlos: sem doenças neurológicas.

Número de indivíduos 50

Sexo F/M 35F/15M

Idade média (anos) ± SD (mín-máx) 40,6 ± 10,9 (22–61)

EDSS média (anos) ± SD (mín-máx) 4,5 ± 2,3 (1–8)

Idade de início média (anos) ± SD (mín-máx) 29,8 ± 10,5 (15-52)

Duração média da doença (anos) ± SD (mín-máx) 13,4 ± 8,4 (2-34)

Isolam-se linfócitos a partir de sangue total em EDTA.

As actividades espectrofométricas dos complexos da MRC e da CS são medidas de acordo com (Rustin et al, 1994) usando um espectrofotometro de duplo comprimento de onda (Aminco 2000).

Faz-se o estudo dos complexos II, III, IV e do segmento II+III da MRC.

A CS é usada como enzima mitocondrial de referência.

A actividade é considerada deficiente quando ≤ 40% do valor médio de referência corrigido para a CS (Grazina M, Tese Doutoramento, 2004).

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30,4

78,1

133,5

26,6

76,8

22,5

105,1

75,9

39,5

100,6

0

20

40

60

80

100

120

140

160

CII CIII CIV CII+III CS

Actividade enzimática específica

Controlo

Doentes MS

0,35

0,93

1,69

0,55

0,23

1,17

0,75

0,4

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

2

CII/CS CIII/CS CIV/CS CII+III/CS

Actividade enzimática corrigida para a CS

Controlo

Doentes MS

**

***

*

**

*

0102030405060

52

40

2 0 2 4

Doentes MS (%)

Número de indivíduos 87

Sexo F/M 61 F/26 M

Idade (anos) ± SD (mín-máx) 43,3 ± 10,8 (22-63)

EDSS (anos) ± SD (mín-máx) 3,7 ± 2,3 (1-8)

Idade de início (anos) ± SD (mín-máx) 31,9 ± 10,7 (15-57)

Duração da doença (anos) ± SD (mín-máx) 11,3 ± 8,7 (1-39)

Teste exacto de Fisher:

- não existem diferenças estatisticamente significativas.

Haplogrupos mtDNA

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8

44%

56%

Doentes MS (n=87)

Ausente

Presente

As mutações patogénicas 3460,11778,14459, 14484, não

foram detectadas em nenhuma amostra. χ2 = 14,10; p** = 0,0070

Variação de sequência do mtDNA Controlos (n=50)

(n) frequência Doentes MS (n=87)

(n) frequência

ausente (43) 86% (38) 43.7%4216T>C (3) 6% (20) 23%4917A>G (2) 4% (10) 11.5%13708G>A (1) 2% (15) 17.2%15257G>A (1) 2% (4) 4.6%

p*** < 0,0001 (teste exacto de Fisher)

86%

14%

Controlos (n=50)

Ausente

Presente

HaplogrupoDoentes MS

(n=87)

Doentes MS

(n=50)

H 27 (31%) 14 (28%)

JT 20 (23%) 11 (22%)

OUTROS 40 (46%) 25 (50%)

χ2 = 0,2197; p = 0,8960

Alterações mtDNADoentes MS

(n=87)

Doentes MS

(n=50)

Sem 38 (43,7%) 26 (52%)

Com 49 (56,3%) 24 (48%)

χ2 = 0,8834; p = 0,3473

χ2 = 4,857; p=0,0881

Teste exacto de Fisher:

não existem diferenças estatisticamente significativas.

8%

20%16%

6%

76% 74%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

MRC com défice MRC normal

Distribuição dos haplogrupos em doentes com

MRC deficiente ou normal

H

JT

OUTROS

Fre

qu

ên

cia

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χ2 = 7,898; p**=0,0050

TEF: p** = 0,0074

OR = 8,571

RR = 3,789

Existe associação entre estas duas variáveis.

Distribuição de doentes com ou sem alterações ao nível do mtDNA no grupo de doentes com/ sem défice na MRC

92,3%

58,3%

7,7%

41,7%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

MRC normal MRC com défice

Sem alterações no mtDNA

Com alterações no mtDNA

Os resultados obtidos com o presente trabalho reforçam a hipótese da disfunção mitocondrial como resultado de lesão oxidativa na MS.

As variações do mtDNA estudadas conferem susceptibilidade para a doença (RR 3,8).

Dado o papel central da mitocôndria em tantas funções celulares importantes, incluindo a produção de energia, é razoável que a sua disfunção seja um contributo chave no processo neurodegenerativo que ocorre na doença.

Tratamentos neuroprotectores e dirigidos à mitocôndria, ou a combinação de neuroprotectores e imunomodeladores poderiam representar uma abordagem terapêutica mais racional na MS.