DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS...

145
DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004

Transcript of DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS...

Page 1: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS

NOTAS DE AULA

GIÁCOMO BALBINOTTO NETOECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS

UFRGS/PPGEII/2004

Page 2: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

2

Job MatchingJob Matching: preferências: preferências

A principal função do mercado de trabalho é prover os sinais e os mecanismos pelos quais cada trabalhador, buscando maximizar sua própria utilidade, pode encontrar-se com os empregadores que buscam, cada um a seu modo, maximizar os lucros.

A maximização da utilidade implica que os trabalhadores estão interessados tanto nos aspectos pecuniários como não pecuniários de seus empregos.

Page 3: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

3

Escolhas Individuais e Seus Escolhas Individuais e Seus ResultadosResultados

A Alocação da Mão-de-ObraA maioria das sociedades modernas baseiam-se principalmente em incentivos e diferenciais compensatórios para recrutar mão-de-obra em trabalhos que são desagradáveis.

A compensação para os trabalhadores Os salários compensatórios servem como um recompensa individual pelo pagamento daqueles que aceitam condições de trabalho desagradáveis ou arriscadas.

Page 4: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

4

Qual o Valor dos Vários Aspectos

de um Emprego?

Os empregos variam ao longo de várias dimensões:

Localização; Prestígio; Tipo de trabalho – com risco, sem risco de vida

Flexibilidade de horas de trabalho; Autonomia; Criatividade.

Page 5: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

5

QUESTÕES REFERENTES A TEORIA DOS SALÁRIOS COMPENSATÓRIOS E SALÁRIOS HEDÔNICOS

Por que os salários diferem no mercado de trabalho?Empregos com riscos de vida diferente implicam em salários diferentes?Por que as firmas oferecem empregos arriscados?Por que os trabalhadores aceitam trabalhos arriscados?Qual o valor de se salvar uma vida humana?A vida humana tem um preço?

Page 6: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

6

O Equilíbrio no Mercado de Trabalho Entre Empregos

Sob as seguintes condições Livre entrada e saída; Todos os empregos são parecidos;Todos os trabalhadores são parecidos.

Háverá um único salário na economia Os ajustamentos salariais irão ocorrer devido

Mobilidade do trablhador [migração];Mobilidade do produtor.

Page 7: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

7

Mobilidade do Trabalhador

w* w*

1w

2w

1D

'1S

1S

2D

'2S

2S

Page 8: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

8

Mobilidade do Produtor

w* w*

1w

2w1D

'1D

1S

2D'2D

2S

Page 9: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

9

Quando Existem Diferenciais Salariais?

Barreiras a Mobilidade da mão-de-obra Mercados de trabalho segmentados; monopsônio

Os trabalhadores são diferentes Diferencial de habilidade – capital humano As preferências são diferentes com relação aos atributos do

emprego Riscos. Moral

Os empregos são diferentes Teoria da equalização dos diferenciasi salariais

Os empregos tem diferentes amenidades Trabalhadores tem diferentes atitudes com relação ao risco

e as amenidade.

Page 10: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

10

Acidentes de Trabalho - Definição

Acidente do trabalho é aquele que ocorre durante o serviço, ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional e pode resultar em morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho.

Seja em caráter permanente ou temporário, o acidente de trabalho inclui também as doenças ocupacionais.

Page 11: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

11

Acidentes de Trabalho

A prevenção aos acidentes do trabalho é a ferramenta mais importante para evitar a incapacitação de milhares de trabalhadores

Os agrotóxicos estão em sétimo lugar em número de acidentes com substâncias químicas e em primeiro no número de mortes

Page 12: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

12

Acidentes de Trabalho                                                                                                               

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os acidentes de trabalho são a causa da morte de mais de dois milhões de trabalhadores no mundo por ano.

São três pessoas que morrem a cada minuto devido a condições impróprias de trabalho !

Page 13: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

13

Acidentes de TrabalhoAcompanhe os dados da OIT:

- Em 2001, morreram 650 mil pessoas em conflitos armados. As vítimas de morte por acidentes de trabalho foram mais de um milhão e 300 mil pessoas - mais que o dobro!

- No mesmo ano, 340 mil pessoas foram afetadas devido ao contato com substâncias perigosas (produtos químicos e radioativos, por exemplo).

Page 14: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

14

Acidentes de TrabalhoO contato com o amianto foi responsável pela morte de 100 trabalhadores em 2001 - a maioria ocupada na construção civil.

- A falta de segurança no trabalho mata mais do que as drogas e o álcool juntos.

- Os setores que apresentam menores condições de segurança em todo o mundo são a agricultura, a construção civil e a mineração.

Page 15: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

15

Acidentes de Trabalho no Brasil - 2002

Os acidentes de trabalho no Brasil, no ano de 2002, deixaram 331.398 empregados temporariamente incapacitados, outros 15 mil incapacitados para sempre, e foram responsáveis pela morte de 2.898 trabalhadores, vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Esse quadro foi responsável por despesas equivalentes a 2,2% do PIB - Produto Interno Bruto - brasileiro, ou R$ 23 bilhões, gastos com pagamento dos benefícios por afastamento do empregado, despesas de saúde, reabilitação profissional, além de processos judiciais

Page 16: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

16

Acidentes de TrabalhoApesar de estes setores liderarem a lista de acidentes, o Brasil testemunha atualmente o alarmante número de acidentes em uma categoria de trabalho em expansão: os motoqueiros.

O serviço de courier através de motos une vários fatores de risco: violência das ruas, roubos seguidos de mortes (latrocínios), acidentes de trânsito, entre outros.

Page 17: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

17

Dados sobre Acidentes de Trabalho no Brasil

http://www.mte.gov.br/Temas/SegSau/estatisticas/acidentes/default.asp

http://www.mte.gov.br/Temas/SegSau/estatisticas/acidentes/conteudo/evolucaoindicadores19992000.pdf

Page 18: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

18

Doenças Profissionais

Bancários e profissionais de saúde são os que mais se afastam por causa de doenças mentais. Dessas, 55% são doenças depressivas.

Page 19: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

19

Indicadores e estatísticas de acidentes

Coeficiente de Freqüência

CF = [número de acidentes com afastamentos * 1000.000 / (número de

homens/horas trabalhadas)]

Coeficiente de gravidade

CG = [(número de dias perdidos + número de dias computados *1000.000) / numero

de homens / horas trabalhadas)]

Page 20: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

20

Alguns Fatos – Mortes ocupacionais por 100.000 trabalhadores – Fonte: Filer, Hamermersh & Rees (1996, p.378)

Indústria 1978 1993

Mineração 43,8 26,0

Construção 30,5 13,7

Manufatura 5,9 3,9

Trasp. & UP 18,7 12,9

Seguro & Imóveis 5,4 1,52

Serviços 3,0 2,4

Page 21: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

21

Alguns Fatos – Efeitos da amenidades locacionais e desamenidades sobre as taxas salariais em cidades dos EUA, 1980 – Fonte: Filer, Hamermersh & Rees (1996, p.393)

(Dis)amenidade Mudança % de mudança nos salários

Dias de sol 30%-80% -6,8

Umidade 20% - 90% +6,8

Velocidade do vento

5-15 milhas p/h

+14,4

Crimes violentos 2x média +5,8

Visibilidade 0-25 milhas -1,0

Page 22: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

22

Taxas de Acidentes nos EUA, 1996

Nonfatal Injuries per 100 Full-Time Worker

Fatal Injuries per 100,000Workers

Agriculture 8.7 22Mining 5.4 27

Coal 8.0 40Oil and gas extraction 5.0 27

Construction 9.9 14Manufacturing 10.6 4

Food and kindred products 15.0 4Lumber and wood products 14.2 26

Transportation and public utilities 8.7 13Local passenger traffic 10.3 16Trucking and warehousing 10.4 21Transportation by air 17.9 15

Wholesale trade 6.6 5Retail trade 6.9 3Finance 2.4 2Service 6.0 2

Business service 3.9 3Auto repairs 5.9 6

Page 23: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

23

Diferenciais Compensatórios de Salários

Origem:Adam Smith (1776,cap.10)Alfred Marshall (1920, book 6 cap.3)Rosen, S. (1974), JPE

Page 24: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

24

Adam Smith (1776, cap.10)

The ferve following are the principal circumstances which, so far as I have been able to observe, make up for a small pecuniary gain in some employments, and counter-balance a great one in others: first, the agreeableness or disagreeableness of the employments themselves; secondly, the easiness and cheapness, or the difficulty and expence of learning them; thirdly, the constancy or inconstancy of employment in them; fourthly, the small or great trust which must be reposed in those who exercise them; and fiftly, the probability or improbability of success in them.

Page 25: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

25

Adam Smith (1776, cap.10)

First, The wages of labour vary with the ease or hardship, the cleanliness or dirtiness, the honourableness or dishonourableness of the employment. Thus in most places, take the year round, a journeyman taylor earns less than a journeyman weaver. His work is much easier. A journeyman weaver earns less than a journeyman smith. His work is not always easier, but it is much cleanlier. A journeyman blacksmith, though an artificer, seldom earns so much in twelve hours as a collier, who is only a labourer, does in eight. His work is not quite so dirty, is less dangerous, and is carried on in day-light, and above ground. Honour makes a great part of the reward of all honourable professions. In point of pecuniary gain, all things considered, they are generally under-recompensed, as I shall endeavour to show by and by.*5 Disgrace has the contrary effect. The trade of a butcher is a brutal and an odious business; but it is in most places more profitable than the greater part of common trades. The most detestable of all employments, that of public executioner, is, in proportion to the quantity of work done, better paid than any common trade whatever.

Page 26: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

26

Diferenciais Compensatórios de Salários

As principais razões para a existência de diferenciais salariais (Adam Smith, 1776):

(i) caráter agradável ou desagradável dos empregos;(ii) facilidade e o pouco gasto ou a dificuldade e o alto dispêndio exigidos na aprendizagem dos empregos;(iii) constância ou inconstância do emprego;(iv) grau de confiança colocados no emprego;(v) probabilidade de sucesso ou insucesso no emprego.

Page 27: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

27

Diferenciais Compensatórios de Salários

O modelo competitivo do mercado de trabalho implica que, na medida em que os trabalhadores e firmas possam entrar e sair livremente do mercado de trabalho, haverá um único salário na economia se todos os trabalhadores e empregos forem iguais.

Page 28: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

28

Diferenciais Compensatórios de Salários

A teoria dos salários compensatórios reconhece que os empregos são diferentes.

A teoria dos salários compensatórios busca examinar o impacto das características nos empregos com base em suas características na determinação dos salários e emprego.

Page 29: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

29

Qual é a hipótese básica da teoria dos salários compensatórios?

A idéia básica da teoria dos salários compensatórios é que as características dos empregos tem influência sobre a determinação dos salários e empregos num determinado mercado de trabalho.

Page 30: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

30

Diferenciais Compensatórios de Salários

Segundo a teoria dos salários compensatórios, é útil pensarmos um emprego não somente em termos de salários, ou de quanto ele paga, mas também em termos de todo um pacote que inclui tanto salários como as condições de trabalho.

De acordo com o enfoque original de Smith (1776,cap.10), não é o salário que é igualado entre os empregos num mercado de trabalho competitivo, mas todas as vantagens e desvantagens do mesmo.

Page 31: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

31

Diferenciais Compensatórios de Salários

A introdução das compensações salariais implica que os trabalhadores diferem em suas preferências por empregos específicos e as firmas diferem nas condições de trabalho que elas oferecem.

Page 32: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

32

O que a teoria dos salários compensatórios busca explicar?

A teoria dos diferenciais compensatórios de salários procura explicar como os trabalhadores e firmas se encontram ou interagem no mercado de trabalho a fim de determinar os níveis de emprego e salários de equilíbrio. Assim, a alocação de trabalho não é aleatória.

Page 33: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

33

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALAHDORES EM EMPREGOS ARRISCADOS – O MODELO DE ROSEN (1983)

(i) os empregos diferem em apenas uma característica - a probabilidade de que o trabalhador irá ser prejudicado ou ferido enquanto estiver empregado, sendo que a probabilidade de sofrer um acidente é dada por:

0 e 1

A suposição de analisarmos apenas uma única dimensão nos permite ver mais claramente os resultados do processo de seleção do emprego.

Page 34: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

34

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALAHDORES EM EMPREGOS

ARRISCADOS

(ii) a utilidade do trabalhador é função tanto do salário como da probabilidade de que ele irá ser ferido enquanto estiver no trabalho i. A sua função utilidade é dada por:

U = (w, )

Onde: (U/w) > 0 e (U/ ) < 0

Page 35: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

35

A escolha dos trabalhadores entre salário e risco

Utilidade=f(salário, risco de acidente no emprego)

O acidente é considerado algo indesejável.

a curva de indiferença é positivamente inclinada

U0: (wo, 0) ~ (^W1, 1)

.

)1,()1,ˆ()1,( '11

"1 www

Page 36: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

36

A escolha dos trabalhadores entre salário e risco

Salário reserva: é o montante de salário que deve ser oferecido ao trabalhador para induzi-lo a aceitar o emprego arriscado.

01ˆˆ www

Page 37: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

37

Salário-reserva

Curvas de indiferença e salário reserva

Page 38: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

38

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALAHDORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

As curvas de indiferença risco-salário se inclinam para cima porque o risco de acidentes constitui-se numa característica do emprego que é considerada ruim para o trabalhador.

Page 39: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

39

As curvas de indiferença entre salário e probabilidade de acidente no trabalho

Probabilidade de acidente

0

salários

Uo

10

wo

wr

Page 40: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

40

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALAHDORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

(iii) é assumido que os trabalhadores preferem altos salários e que o risco é um atributo indesejado.

Aqui assumimos, implicitamente que existem trabalhadores propensos ao risco.

Page 41: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

41

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALAHDORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

A inclinação da curva de indiferença nos mostra quanto um trabalhador valoriza o fato de se ferir.

Ela mostra quanto o trabalhador está disposto a substituir o risco de acidente por um aumento na taxa de salário.

Page 42: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

42

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALAHDORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

Se o trabalhador não gosta de correr riscos, sua curva de indiferença será muito inclinada e seu salário-reserva será muito alto.

Se o trabalhador não se importar muito com os riscos que corre no emprego sua curva será plana e seu salário-reserva será baixo.

Page 43: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

43

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

0 Probabilidade de acidente

Taxa de salário

Uo

U1

w1

wo

Page 44: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

44

Curvas de indiferença representativas para dois Trabalhadores para suas aversões ao risco de sofrer

um acidente

Page 45: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

45

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

(iv) existem no mercado de trabalho somente dois tipos de emprego, os arriscados e os seguros.

0 – alguns empregos oferecem um ambiente completamente seguros;

1 – outros oferecem um ambiente inerentemente arriscado.

Page 46: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

46

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

(vi) o trabalhador tem uma informação completa sobre o nível de risco assumido com cada trabalho.

Em outras palavras, ele sabe ou conhece o verdadeiro valor do risco () num determinado emprego.

Page 47: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

47

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

(vi) o emprego seguro tem um salário wo e o emprego arriscado tem um salário w1;

- como todos os trabalhadores são avessos ao risco, temos que w1 > wo,

- a fim de que os empregos arriscados atraiam trabalhadores, eles devem pagar uma compensação salarial diferenciada (w1- wo) > 0.

Page 48: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

48

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

(vii) = w1* - wo – salário-reserva.

Se o salário aumentar de $, o trabalhador irá mudar de um emprego seguro para o emprego arriscado.

O salário-reserva busca responder a seguinte pergunta – quanto você está disposto a ganhar para fazer algo que não gosta?

Page 49: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

49

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALAHDORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

(viii) O conjunto de oportunidades do trabalhador contém apenas duas alternativas:

A1 (wo, 0)A2 (w1, 1)

w/ = [(w1 - w0)/1-0] = w1 - wo

Page 50: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

50

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

0 0 1

wo

w1

Diferencial compensatório de salário

A

B

Page 51: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

51

O conjunto de oportunidades do trabalhador

O conjunto de oportunidades do trabalhador contém duas alternativas: trabalhar num emprego seguro e ganhar $wo ou trabalhar no emprego arriscado e ganhar $w1.

A inclinação da linha que conecta os dois pontos alternativos é dado por w1-wo, ou o diferencial compensatório pago pelo mercado entre os dois tipos de trabalho.

Page 52: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

52

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

w/ = [(w1-w0)/1-0] = w1- w0

O salário compensatório é a taxa a qual o mercado está disposto a compensar um trabalhador pelo risco que está correndo.

Page 53: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

53

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS – A ESCOLHA DO EMPREGO

(ix) o trabalhador deve escolher o emprego que maximize sua utilidade.

Função objetivo do trabalhador:

Max U (w, )

Page 54: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

54

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS – A ESCOLHA DO EMPREGO

No caso em que o trabalhador menos avesso ao risco escolhe o emprego mais arriscado, ocorre porque o seu salário-reserva [= (w1*- w0)] é menor do que o salário referente ao salário compensatório pago no mercado de trabalho, ou seja, a curva de indiferença é mais plana do que a linha orçamentária.

Page 55: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

55

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

A aceitação de uma oferta com um emprego seguro lhe confere uma utilidade U, enquanto a aceitação de uma oferta com um emprego arriscado o coloca numa curva de indiferença mais elevada.

Page 56: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

56

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

(x) o trabalhador escolhe um emprego seguro porque o seu salário-reserva é maior do que o diferencial compensatório, isto é:

> w1-w0

O trabalhador escolhe um emprego arriscado porque o seu salário-reserva é menor do que o diferencial compensatório, isto é:

< w1-w0

Page 57: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

57

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS - A LÓGICA DA ESCOLHA

O que nos mostra o salário-reserva () ?

O salário-reserva () indica quanto o trabalhador requer para ser persuadido a se mover de um emprego seguro para um emprego arriscado ou (w1*-w0) enquanto o salário diferencial compensatório (w1-w0) indica quanto o mercado está disposto a pagar para um trabalhador se mover ou ir para um trabalho arriscado.

Page 58: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

58

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS - A LÓGICA DA ESCOLHA

Se o diferencial compensatório exceder o salário-reserva do trabalhador, ele irá para o emprego arriscado.

Page 59: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

59

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS - A LÓGICA DA ESCOLHA

Se o diferencial compensatório for menor que o preço-reserva, o mercado não está pagando o suficiente para convence-lo a trabalhar num emprego onde ele provavelmente sofrerá um acidente e ele terá que permanecer ou escolherá um emprego seguro.

Page 60: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

60

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

Regras de decisão da escolha dos empregos:

> w1-w0 o trabalhador escolhe o emprego seguro.

< w1-w0 o trabalhador escolhe o emprego arriscado.

As regras de decisão acima nos mostram como os trabalhadores alocam o seu tempo entre dois empregos alternativos.

Page 61: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

61

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A ESCOLHA DE UM EMPREGO ARRISCADO

Probabilidade de acidente

0

salários

U’

U

0 1

w1

wrwo

sr

Page 62: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

62

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A ESCOLHA DE UM EMPREGO ARRISCADO

O trabalhador escolhe o emprego arriscado porque o salário reserva é menor do que o diferencial compensatório pagos pelo mercado (isto é, a curva de indiferença é mais plana do que o a linha orçamentária)

Page 63: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

63

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A ESCOLHA DE UM EMPREGO SEGURO

Probabilidade de acidente

0

salários

U’ U

0 1

w1

wr

wo

O trabalhador escolhe o emprego seguro porque o seu salário-reserva (wr) é maior do que o diferencial compensatório oferecido pelo mercado (w1).

Page 64: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

64

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

Se os diferenciais salariais forem elevados, é mais provável que um dado trabalhador acabe aceitando um emprego arriscado.Se os diferenciais salariais forem baixos, ele não irá aceitar um emprego arriscado.

Page 65: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

65

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

0 max min

freqüência

Os diferentes trabalhadores na economia tem diferentes salários reservas.

A distribuição de freqüência assume que todos os trabalhadores tem um salário reserva positivo, ou em outras palavras, todos não gostam de correr riscos.

Page 66: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

66

A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

Para derivarmos a curva de oferta do mercado de trabalho para empregos arriscados, nós adicionamos as decisões de oferta dos muitos trabalhadores da economia.

Page 67: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

67

A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

Supondo que existam N trabalhadores na população e que o salário-reserva [] tenha uma freqüência como mostrada acima e assumindo que um trabalhador escolhe um emprego arriscado somente se o diferencial compensatório [w1-wo] > , temos que isto implica que se o salário de mercado for menor que min, nenhum trabalhador desejará se empregar num trabalho arriscado, pois o diferencial compensatório é muito baixo, ele não supera o salário-reserva de até mesmo um trabalhador que não gosta de riscos.

Page 68: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

68

A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

Quando o diferencial compensatório é igual a mim, o trabalhador que não gosta de correr riscos se torna indiferente entre ofertar o seu tempo entre empregos arriscados e empregos seguros e sua oferta é igual a zero.

Se o salário de mercado subir um pouco, teremos que agora ele irá ofertar seu tempo num trabalho arriscado e um trabalhador adicional que tem um baixo salário-reserva será persuadido a ofertar seu tempo de trabalho em empregos arriscados.

Page 69: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

69

A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

A medida em que os diferenciais compensatórios continuam subindo, teremos que mais e mais trabalhadores são persuadidos a aceitar ocupações de risco e o número desses trabalhadores aumenta.

Quando o diferencial compensatório atinge o seu máximo [max], todos os trabalhadores estariam ou desejariam trabalhar em empregos arriscados.

Page 70: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

70

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

Número de trabalhadores em empregos arriscados

0

w1-wo

max

min

N

Curva de oferta de trabalhadores para empregos arriscados

Page 71: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

71

A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

Assim, vemos que a curva de oferta de mercado para empregos arriscados é positivamente inclinada.

A inclinação da curva de oferta de mercado é determinada pelo formato da distribuição das preferências com relação aos riscos na população.

Page 72: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

72

A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

Se houver pouca dispersão na distribuição do salário reserva na população, as diferenças entre (max e min) serão pequenas, e a curva de oferta de mão-de-obra ser elástica. Assim, uma pequena mudança nos salários compensatórios irá atrair um número muito grande de trabalhadores para empregos arriscados.

Se a distribuição das preferências for muito dispersa – o que implica que a distância entre (max e min) é grande, a curva de oferta será inelástica.

Page 73: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

73

A decisão da firma em oferecer empregos arriscados

A função de produção da firma:

q = (E, ) ; q/E > 0 e q/> 0

q = produto da firma;E = número de trabalhadores = probabilidade de acidente na firma.

Page 74: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

74

A decisão da firma em oferecer empregos arriscados

O produto da firma depende do número de trabalhadores que ela contrata (E) e do tipo de ambiente de trabalho que ela oferece aos seus trabalhadores, medido pela probabilidade de sofrer algum tipo de acidente no emprego.

Oferecer um ambiente seguro para a firma é caro, visto que a firma deve alocar recursos e materiais para produzir um ambiente seguro para os trabalhadores e que aqueles recursos poderiam ser usados na produção.

Page 75: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

75

Os ganhos de ser uma empresa arriscada

Se a firma decidir oferecer um ambiente seguro, o seu produto é dado por

qo= oE* (o= produto marginal do trabalho num ambiente seguro)

po = produto marginal do trabalho seguro.

Page 76: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

76

Os ganhos de ser uma empresa arriscada

Se a firma decidir oferecer um ambiente com risco, o seu produto é dado por

q1= 1E* (1= produto marginal do trabalho num ambiente com risco)

p1 = produto marginal do trabalho com risco.

Page 77: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

77

Os ganhos de ser uma empresa arriscada

1 > o – as firmas produzem mais produto quando não tem que alocar recursos para tornar o ambiente seguro.

Page 78: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

78

Os ganhos de ser uma empresa arriscada

Seja: = p1 - po

= montante ganho por trabalhador quando a firma muda de um ambiente seguro para um ambiente com risco.

Assumimos aqui que p é constante, pois a firma opera num ambiente competitivo.

Page 79: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

79

Qual o tipo de ambiente de trabalho que uma firma deve

escolher?

Os lucros da firma dependem do fato de se ela opera num ambiente seguro ou arriscado:

o = poE* - woE*

1 = p1E* - w1E*

- uma firma irá oferecer um ambiente com risco se 1 > o e irá oferecer um ambiente seguro quando 1 < o.

Page 80: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

80

Qual o tipo de ambiente de trabalho que uma firma deve

escolher?

Substituindo-se as equações de lucro nas regras de decisão, obtemos que, por exemplo:

o = poE* - woE* > 1 = p1E* - w1E*

E* (po – wo) > E*(p1 - w1)

(po – wo) > (p1 - w1)

po - p1 > w1 - wo

= p1 - po > w1 - wo

Page 81: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

81

Qual o tipo de ambiente de trabalho que uma firma deve

escolher?

Oferece um ambiente seguro se: > w1 – wo

Oferece um ambiente arriscado se: < w1 – wo

A escolha da firma com relação a qual ambiente de trabalho oferecer dependerá da comparação de quanto serão os ganhos quando for proporcionado um ambiente seguro (sem risco) comparado com os seus custos (w1-wo).

Page 82: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

82

Qual o tipo de ambiente de trabalho que uma firma deve

escolher?

Assumimos que as firmas numa economia diferem com relação as várias tecnologias para produzir uma ambiente seguro.

Para algumas firmas é fácil e barato produzir um ambiente seguro enquanto para outras isto é muito difícil e dispendioso.

Page 83: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

83

Qual o tipo de ambiente de trabalho que uma firma deve

escolher?

Assim, temos que o parâmetro varia significativamente entre as firmas numa economia.

As firmas com um elevado são firmas que tem mais a ganhar oferecendo um ambiente arriscado e as firmas com um baixo são as firmas que tem pouco a ganhar.

Page 84: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

84

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

0 max min

freqüência

As diferentes firmas ganham diferentes montantes de lucros por oferecer diferentes ambientes de risco

Ganho por oferecer um ambiente com risco

Page 85: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

85

A curva de demanda por trabalhadores arriscados

A curva de demanda por trabalhadores arriscados é derivada adicionando-se as curvas de demanda das “firmas arriscadas”.

Se w1-wo > max, temos que nenhuma firma na economia irá desejar oferecer um ambiente de risco. Portanto, a curva de demanda por trabalhadores em ocupações de risco é igual a zero.

A medida em que o diferencial compensatório (w1-wo) declina, algumas firmas irão achar ótimo oferecer ambientes de risco.

Page 86: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

86

A curva de demanda por trabalhadores arriscados

A curva de demanda por trabalhadores em ocupações de risco é negativamente inclinada.

A medida em que os diferenciais compensatórios de salários declinam, haverá mais firmas com riscos e demanda por eles.

Page 87: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

87

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS – A OFERTA DE TRABALHADORES EM EMPREGOS ARRISCADOS

Número de trabalhadores em empregos arriscados

0

w1-wo

max

min

N

Curva de demanda por trabalhadores em empregos arriscados

Page 88: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

88

Equilíbrio de mercado em empregos com risco

O salário diferencial compensatório de mercado e o número de trabalhadores empregados em empregos de risco são determinados pela interseção das curvas de oferta e demanda de mercado.

Se o salário compensatório exceder o nível de equilíbrio, mais pessoas estarão dispostas a trabalhar em firmas “arriscadas” do que estão sendo demandadas e o diferencial compensatório de equilíbrio iria diminuir.

Page 89: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

89

Equilíbrio de mercado

0 E* NNúmero de trabalhadores em empregos arriscados

P

oferta

demanda

w1-wo

(w1-wo)*

max

min

Page 90: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

90

Equilíbrio de mercado - Propriedades

(1) o diferencial compensatório de equilíbrio é positivo.

Empregos que envolvam riscos pagam mais do que empregos “seguros”.

Este resultado é devido ao pressuposto de que todos os trabalhadores não gostam de riscos, de modo que se as firmas oferecerem um ambiente que envolva riscos e desejam atrair trabalhadores, elas devem pagar salários mais elevados.

Page 91: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

91

Equilíbrio de Mercado - Propriedades

(2) o salários compensatório de equilíbrio [(w1-wo)*] é o diferencial compensatório que é requerido para compensar o trabalhador marginal ao emprego arriscado.

O salários compensatório de equilíbrio constitui-se na medida do salário-reserva que o último trabalhador contratado.

Page 92: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

92

Equilíbrio de Mercado - Propriedades

(3) tanto os trabalhadores como as firmas não são “casados” aleatoriamente no mercado de trabalho.

Os trabalhadores que são mais avessos ao risco (aqueles que tem um salário reserva mais elevado) são aqueles que escolhem trabalhar em empresas mais seguras.

Os trabalhadores que tem uma menor aversão ao risco irão trabalhar em empresas menos seguras.

Page 93: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

93

Equilíbrio de Mercado - Propriedades

(4) O equilíbrio de mercado obtido é do tipo em que há uma autoseleção dos trabalhadores [self-select] entre o spectrum de firmas.

No modelo de salários compensatórios há um “casamento” entre trabalhadores e firmas que tem interesses comuns.

Page 94: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

94

Teoria dos Salários Hedônicos

Generalização

Ao invés de termos apenas 2 tipos de trabalhadores, um arriscado e outro seguro, nós temos agora muitos tipos de firmas.

A probabilidade de acidente pode assumir qualquer valor entre 0 e 1.

Page 95: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

95

Curvas de indiferença dos trabalhadores

Aqui nós assumimos que os trabalhadores são avessos ao risco, mas que diferentes trabalhadores têm diferentes aversões ao risco.

A figura abaixo ilustra o caso de curvas de indiferença para trabalhadores avessos ao risco, mas que diferem em suas atitudes com relação ao risco, de modo que tais curvas podem se interceptar.

Page 96: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

96

Curvas de indiferença dos trabalhadores

A inclinação de cada curva de indiferença nos mostra quanto de aumento salarial deve ocorrer a fim de que um determinado trabalhador se sinta disposto, voluntariamente a aceitar um emprego com um risco mais elevado.

Portanto, a inclinação da curva de indiferença é o preço-reserva que o trabalhador fixa para se mover para um emprego que envolva maior risco.

Page 97: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

97

Uma família de curvas de indiferença entre Salário e Risco de Acidentes

Page 98: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

98

Função de salários hedônicos Curvas de indiferença dos trabalhadores

salários

0 Probabilidade de acidente

Ub

Ua Uc

Page 99: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

99

As Curvas de IsolucroAs curvas de isolucro nos dão todas as combinações de salário e risco que produzem o mesmo nível de lucros para as empresas.

Assim, todos os pontos ao longo de uma curva de isolucro produzem o mesmo nível de lucros, tais como o.

Um empregador maximizador de lucros é indiferentes entre as várias combinações possíveis entre risco e salário que se situam ao longo de uma única curva de isolucro.

Page 100: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

100

As Curvas de Isolucro - Propriedades

As curvas de isolucro são positivamente inclinadas.

Visto que proporcionar um ambiente seguro para as empresas é dispendioso, uma firma que oferece um nível de risco * pode tornar o ambiente de trabalho mais seguro somente se ele reduzir os salários (mantendo os lucros constantes). Assim, a curva de isolucro é positivamente inclinada.

Page 101: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

101

As Curvas de Isolucro - Propriedades

As curvas de isolucro mais baixas implicam em lucro maiores para as firmas.

Curvas de isolucro mais baixas implicam em lucros mais elevados, pois para um mesmo nível de risco (* ) a empresa poderia pagar salários mais baixos.

Uma redução salarial, dado o nível de risco (* ) implica em maiores lucros.

Page 102: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

102

As Curvas de Isolucro - Propriedades

As curvas de isolucro são côncavas.

A propriedade da concavidade das curvas de isolucro é devida ao fato de que a lei dos rendimentos marginais decrescentes também se aplica a produção de segurança no ambiente de trabalho.

Por exemplo, no ponto (P), na curva [o] temos que a firma oferece um ambiente arriscado. Há várias coisas simples e baratas que uma firma poderia fazer para reduzir o risco de acidentes, o que implicaria numa pequena redução salarial a fim de manter os lucros.

Page 103: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

103

As Curvas de Isolucro - Propriedades

As curvas de isolucro são côncavas.

Por exemplo, no ponto (P), na curva [o] temos que a firma oferece um ambiente arriscado. Há várias coisas simples e baratas que uma firma poderia fazer para reduzir o risco de acidentes, o que implicaria numa pequena redução salarial a fim de manter os lucros.

Contudo, depois de a firma ter alcançado o ponto (Q), se a firma ainda desejar tornar o ambiente mais seguro ela teria que incorrer em gastos substanciais, que são caros e complexos e afirma teria que reduzir significativamente os salários a fim de manter os lucros constantes. Assim, depois do ponto (Q) a curva de issolucro é significativamente inclinada.

Page 104: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

104

As Curvas de Isolucro - Propriedades

É assumido implicitamente no modelo que a firma opera num ambiente de concorrência perfeita com livre entrada e saída.

O resultado do processo competitivo é que somente as combinações de salário-risco que se situam ao longo da curva de isolucro que produzem lucro-zero podem ser observadas num mercado competitivo.

Page 105: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

105

Função de salários hedônicosAs curvas de isolucro

0 Probabilidade de acidente

o

1

salários

*

w1

wo

P

Q

Page 106: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

106

Familias de curvas de isolucro para uma firma

Page 107: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

107

Curvas de lucro zero para duas firmas

Page 108: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

108

Função de Salários Hedônicos

A curva de isolucro nos mostra o conjunto de combinações de risco salário disponíveis para uma dada firma maximizadora de lucros.

Algumas firmas irão achar fácil oferecer um ambiente seguro para a sua força de trabalho, enquanto outras irão achar muito difícil se não impossível.

Assim, temos que diferentes firmas irão ter diferentes curvas de isolucro.

Page 109: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

109

Função de Salários Hedônicos

Os trabalhadores maximizam a utilidade [Ui] escolhendo a oferta salário-risco que os coloca sobre a curva de indiferença mais alta possível.

O trabalhador A que não gosta de correr riscos maximiza sua utilidade no ponto Pa e irá acabar trabalhando na firma X, que é a firma que acha mais fácil proporcional um ambiente seguro.

Já o trabalhador C, que não se importa muito com o risco, maximiza sua utilidade no ponto Pc e irá trabalhar na firma Z, a firma que acha mais difícil proporcionar um ambiente seguro.

Page 110: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

110

Função de Salários Hedônicos

Diferentes firmas possuem diferentes curvas de isolucro e diferentes trabalhadores possuem diferentes curvas de indiferença.

O mercado de trabalho “casa” os trabalhadores que não gostam de correr riscos (A) com as firmas que acham fácil prover um ambiente seguro (como as firmas X) e os trabalhadores que não se importam em correr risco (como os trabalhadores C) com as firmas que acham difícil proporcionar um ambiente seguro (firmas Z).

A relação observada entre salários e a característica é chamada função hedônica dos salários.

Page 111: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

111

Função de Salários Hedônicos

A relação de salários hedônicos mostra que a distribuição dos trabalhadores entre as firmas não é aleatória entre trabalhadores e firmas.

Os trabalhadores avessos ao risco “casam-se” com as firmas seguras e os trabalhadores que são menos avessos ao risco “casam-se” com as firmas que proporcionam o ambiente menos seguro.

Page 112: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

112

Encontrando o Equilíbrio

Os trabalhadores maximizam sua utilidade escolhendo a oferta salário-risco que os coloca na curva de indiferença mais alta possivel.

A oferta salário-risco de cada firma é fixada sobre a curva de isolucros.

Page 113: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

113

Encontrando o EquilíbrioPessoas altamente avessas ao risco escolhem trabalhar para firmas que podem reduzir o risco com maior facilidade.

Pessoas que não se importam tanto com o risco escolhem trabalhar em firmas que acham dificil reduzir o risco de acidentes.

Page 114: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

114

Função de Salários Hedônicos

Probabilidade de acidente

0

salários

x y

z

ua

ub

uc

i – curvas de isolucro com lucro zero

Pa

Pb

Pc

FSH

Page 115: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

115

Função de Salários Hedônicos

Os pontos Pa, Pb e Pc nos dão as combinações salário-risco que irão prevalecer no mercado de trabalho.

Conectando os pontos, nós obtemos a função salarial hedônica que resume a relação entre os salários que os trabalhadores desejam e as características do emprego.

Page 116: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

116

Função de Salários Hedônicos

Visto que os trabalhadores são avessos ao risco e não gostam de correr riscos, a função salarial hedônica é positivamente inclinada

A inclinação da função salarial hedônica nos dá o aumento salarial oferecido pelo mercado devido a um acréscimo no risco do emprego.

Page 117: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

117

Função de Salários Hedônicos

Ao longo da curva de salários hedônicos nós temos um “casamento” (matching) eficiente, pois os trabalhadores maximizam a utilidade escolhendo a oferta salário-risco que os coloca na curva de indiferença mais alta possível.

Page 118: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

118

Casamento de Trabalhadores e Empregados

Page 119: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

119

Considerações sobre o equilíbrio

Equilíbrio usual (modelo geral): Os trabalhadores e firmas são anônimos. A alocação de firmas e trabalhadores é aleatória.

Equilibrio com diferenciais de salários compensatórios: Os trabalhadores se auto-selecionam [self-select] eles

mesmos entre as várias firmas existentes na economia

Assortative mating: “o casamento” entre trabalhadores e firmas ocorrem com interesses comuns.

Page 120: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

120

Função de salários hedônicos algumas implicações

(i) o mercado de trabalho concorrencial gera diferenças salariais entre indivíduos com o mesmo montante de capital humano. Os altos salários estão associados com poucas amenidades e elevados risco de acidentes;

Page 121: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

121

Função de salários hedônicos algumas implicações

(ii) parte das diferenças observadas nos diferenciais de gênero (homens x mulheres) pode ser explicado ou estar refletindo diferenças nas preferências por amenidades positivas e aversão ao risco.

Page 122: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

122

Função Hedônica dos Salários

Relaciona os salários correntes e as combinações de risco para formar a equação dos salários hedônicos;

Resume a relação entre os salários que os trabalhadores são pagos e as características do emprego.

Page 123: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

123

Propriedades da Função dos Salários Hedônicos

Positivamente inclinada Os trabalhadores não gostam de correr riscos; É dispendioso para a firma prover segurança;

A inclinação da função de salários hedônicos Nos dá o aumento salarial oferecido nos

empregos de risco; Nos dá o salário reserva do trabalhador num

nível ótimo ao nível ótimo de risco incorrido.

Page 124: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

124

Problemas de medição[cf. Lazear (1998,p.393)]

Segundo Lazear (1998,p.393), alguns fatores não pecuniários podem precocupar os trablhadores, mas são de dificil mensuração, tais como o respeito e o status.

Page 125: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

125

Aplicações – O Valor da Vida

Bibliografia recomendada:

Thaler & Rosen (1976) – The Value of Saving a Life: Evidence From the Labor Market.

Borjas (1996) – Labor Economics (1996, cap.6)

Viscusi, W. Kip (1993), JEL.

Page 126: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

126

Especificação empírica

w: taxa salarial ou o log dela;X: características individuais;p: probabilidade de acidente;Dados: uma cross section de uma amostra de trabalhadores.Uma curva linear assume uma taxa constante com relação ao dilema [tradeoff] em todos os níveis de risco.

estimativas do dilema risco-salário.

M

miimmi iaveisoutraspxw

1

var_

pw /

Page 127: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

127

O Cálculo do Valor da Vida

Firma Prob. de acidente Rendas Anuais

Fatal

X x wx

Y x + 0,001 wx+ $5.000

Page 128: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

128

O cálculo do valor da vida

Segundo Viscusi et. Alli (1995,p.698-699), os resultados das estimativas empíricas do valor da vida variam entre menos de $1.000.000,00 e mais de $6.000.000,00.

Cf. Viscusi (1993), JEL para um survey de estimativas do cálculo do valor da vida.

Page 129: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

129

O Cálculo do Valor da Vida

Miller, Mulvey & Norris (1997) . Economic Record, 73 – Austrália

Liu, Hammitt & Liu (1997) – Taiwan

Smith, Robert (1979) - survey

Page 130: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

130

O Cálculo do Valor da Vida – Resumo de Estudos Selecionados [Viscusi, Vernon & Harrington, 1998]

Autor/Ano Valor Implícito da Vida ($ milhões)[em US$

1988/3] usando o deflator do PIB

Smith (1976) 4.0

Thaler & Rosen (1976) 0.7

Viscusi (1979) 3.6

Brown (1980) 1.3

Olson (1981) 4.5

Viscusi (1981) 5.7

Arnould & Nichols (1983) 0.8

Dillingham (1985a) 2.2 – 4.6

Dillingham (1985b) 5.9

Page 131: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

131

O Cálculo do Valor da Vida – Resumo de Estudos Selecionados [Viscusi, Vernon & Harrington, 1998]

Autor/Ano Valor Implícito da Vida ($ milhões)[em US$ 1988/3]

usando o deflator do PIB

Gerking, DeHann & Schulze (1988)

3.0

Moore & Viscusi (1988) 6.4

Moore & Viscusi (1990) 2.2

Moore & Viscusi (1990) 6.4

Page 132: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

132

Miller, Mulvey & Norris (1997) . Economic Record, 73 – Austrália

MMN (1997) investigaram a existência e a magnitude dos diferenciais compensatórios de salários para o risco de vida na Austrália.

Eles encontraram que existe um diferencial de renda salarial compensatório para o risco de vida no mercado de trabalho australiano. Contudo, a extensão do prêmio de risco para o risco de fatalidade é sensível a especificação da equação estimada.

Page 133: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

133

Miller, Mulvey & Norris (1997) . Economic Record, 73 – Austrália

Utilizando dados de risco classificados por indústria, foi estimado que um aumento de 1 em 1.000 no risco e morte está associado com um aumento nos rendimentos de 42% a 70 %. As estimativas de 42 % implicam num aumento nos rendimentos de 28% para trabalhadores que fazem face a esta média de risco.

O prêmio salarial estimado consistente com o valor implícito da vida situou-se, para os australianos, no período estimado, entre 11 e 19 milhões de dólares de 1991.

Page 134: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

134

Liu, Hammitt & Liu (1997) – Taiwan

LHL (1997) testaram a teoria dos diferenciais compensatórios usando dados referentes ao mercado de trabalho de Taiwan para o período 1982-1986.

O valor implícito da vida estimado situou-se entre US$ 413.000 e U$ 461.000 dólares.

Page 135: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

135

O MODELO ESTÁTICO SIMPLES DE OFERTA DE MÃO-DE-OBRA – APLICAÇÕES

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS [Borjas, 1996, p. 213-217]

Uma das principais justificativas para o SD é que os trabalhadores necessitariam ser protegidos das incertezas que ocorrem no mercado de trabalho.

Contudo, o mercado de trabalho poderia, através dos diferenciais de salários compensatórios, compensar os trabalhadores com uma alta probabilidade de demissão.[cf. Adam Smith (1776,cap.10)] – pois a constância e inconstância do emprego irá gerar diferenciais compensatórios de salários.

Page 136: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

136

O MODELO ESTÁTICO SIMPLES DE OFERTA DE MÃO-DE-OBRA – APLICAÇÕES DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS [Borjas, 1996, p .213-217]

No ponto P o indivíduo maximiza sua utilidade trabalhando (T-Lo) horas ao salário wo.A oferta de emprego alternativo, um trabalhador sazonal obtém o mesmo salário, mas trabalha somente (T-l1). Neste caso ele estaria numa situação pior pois U’<U1.Se o emprego sazonal deve atrair qualquer trabalhador, este emprego deve elevar o salário real de wo para w1 a fim de que torne o trabalhador indiferente entre entre estes dois empregos.

Page 137: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

137

O MODELO ESTÁTICO SIMPLES DE OFERTA DE MÃO-DE-OBRA – APLICAÇÕES DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS [Borjas, 1996, p. 213-217]

Para atrair trabalhadores para trabalhos sazonais e deixa-los com o mesmo nível de satisfação que teriam em empregos mais estáveis, os empregadores teriam que oferecer um salário mais elevado.

Portanto, se as demissões forem perfeitamente previsíveis, um emprego com reduzidas horas de trabalho anual deverá compensar seus trabalhadores oferecendo um salário mais elevado, quando comprado com a alternativa de um emprego mais estável.

Page 138: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

138

O MODELO ESTÁTICO SIMPLES DE OFERTA DE MÃO-DE-OBRA – APLICAÇÕES DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS [Borjas, 1996, p.213-217]

Y

LLo L1

P

R

Q

Uo

U’

0

wo w1

A fim de atrair o trabalhador, um empregador que oferece somente (T—L1) horas de trabalho deverá oferecer um salário w1>wo. Em R o trabalhador fica indiferente ente um emprego que oferece (T-Lo) e outro que oferece (T-L1).

Page 139: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

139

As Amenidades Locacionais

Confira:

- Filer, Hamermesh & Rees (1996,p.392-394)- Blomquist, Berger & Hoehn (1988), ERA, 78.

Os salários são mais baixos em áreas com mais sol, ma são mais altos em áreas com mais vento e clima mais úmido.A taxa de crimes violentos em uma área (o dobro da média) leva a aumentos em cerca de 6% nos salários, ceteris paribus.

Page 140: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

140

Evidências Empíricas Sobre Evidências Empíricas Sobre Salários Hedônicos e ClimaSalários Hedônicos e Clima

Study Sample Dependent Variable(s)

Climate Explanatory Variables Other Explanatory Variables

Results

Hoch & Drake (1974)

86 SMSAs

Wages Winter and Summer Temperature, Precipitation, Wind Speed, Degree Days, Very Hot Days, Very Cold Days

Regional Dummies Racial Composition Urban Size

Climate variable Significant, but not in the first sub sample when regional dummies are considered.

Nordhaus (1996)

Wages Temperature and Precipitation in January, April, July and October.

Population Density, Latitude and Longitude, Presence of major water bodies. Tax structures and public goods accounted for.

Not conclusive

Robak (1982) 98 SMSAs

Wages Residential Site Prices

Snowfall, Degree Days Cloudy Days, Clear Days

Population Growth, Population Density, Unemployment Rates Crime Rates, Pollution (TSP)

Climate variables are significant with the expected sign in the wages regression, but not in the house prices regression

Smith (1983) 44 SMSAs

Wages Sunshine hours, Highest and

Lowest Temperature, Wind

Speed, Precipitation

Job Specific Characteristics, Site specific Characteristics

Only Sunshine significant

Hoen et al. (1987) Blomquist et al (1988)

285 SMAs

Wages House Prices

Sunshine Hours, Humidity, Heating Degree Days, Cooling Degree Days Wind Speed, Precipitation, Visibility

Coast Proximity Teachers-pupils Ratios, TSP, Crime Rates

Amenity variables significant. Only Sunshine was unambiguously valued.

Clark & Cosgrove

(1990)

564 U.S. Home

owners

House Prices Heating Degree Days, Cooling Degree Days, Rainfall

House characteristics, Amenities, Unemployment, Immigration, Location, Wages.

Hot weather and high levels of rainfall are compensated for by lover prices.

Clark & Cosgrove (1991)

6668 U.S. Movers

Wages Heating Degree Days, Difference between min January and Max July temperature, Rainfall, hours of sunshine

Coast Proximity, Amenities, Type of employment, Population density.

Rainfall is a significant disamenity, but the other climate variables are not significant.

Page 141: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

141

Aplicação - escolha de atividades

criminosas

Viscusi, W.Kip (1986). The Risk and Rewards of Criminal Activity: A Comprehensive Test of criminal Detterrence. Journal of Labor Economics, 4 (3):317-340.

Page 142: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

142

Aplicação - escolha de atividades criminosas

The economic approach to crime closely parallels the analysis of hazardous jobs. In the case of job safety, it is the probability of an injury and its severity that constitutes the unatrative feature of the job. For criminal pursuits, the probability it that of apprehension and conviction, while the loss is that imposed by the individual’s incarceration.

Kip Viscusi (1986,p.317-318)

Page 143: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

143

Aplicação - escolha de atividades criminosas

The crime risk premium levels consequently are not inconsistent with avaliable evidence regarding how individuals make decisions among other risky opportunities to earn income. In each case, activities posing additional risk will command compesating differentials. Legitimate and illegitimate activities both have upward-sloping income-risk profiles. The primary distinguishing characteristics of ilrgitimate activities is that the risk premiu,m have an additional policy implication in that they imply that enhanced enforcement will raise the risk to crime, thus diminishing its attractiviness.

Kip Viscusi (1986,p.317-318)

Page 144: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

144

Aplicação - escolha de atividades criminosas

- a atividade criminal é a atividade geradora de renda mais arriscada que existe;

- os prêmios de risco da atividade criminosa situam-se ente 50 a 33% de todas as rendas criminosos. Comparadas com os riscos nas atividades legais, temos que eles se situam abaixo de 10%;

- as evidências empíricas para os EUA indicam existir uma relação positiva entre as rendas derivadas do crime e os riscos de se cometer um determinado crime, sendo a relação estável tanto para dados mensais como anuais.

Page 145: DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS NOTAS DE AULA GIÁCOMO BALBINOTTO NETO ECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS UFRGS/PPGE II/2004.

DIFERENCIAIS COMPENSATÓRIOS DE SALÁRIOS

NOTAS DE AULA

GIÁCOMO BALBINOTTO NETOECONOMIA DOS RECURSOS HUMANOS

UFRGS/PPGEII/2004