DIFICULDADES SÃO COMO MONTANHAS. SÓ SE APLAINAM … · →Manter a saúde e seguranças de...

2015, Hugo Novo e Laura Moura Ovinicultura e Caprinicultura

HIGIENE DOS ANIMAIS E DAS INSTALAÇÕES

"DIFICULDADES SÃO COMO MONTANHAS. SÓ SE APLAINAM QUANDO AVANÇAMOS SOBRE ELAS." (Émile Zola)


OBJETIVOS → Manter a saúde e seguranças de animais e pessoas;→ Manter pragas e doenças em níveis aceitáveis;→ Preservar Infrastruturas;→ Reduzir custos em tratamentos e manutenção de infrastruras e equipamentos;→ Aumentar a produção.

Instalações limpas, bem arejadas e iluminadas são indispensáveis

para a saúde e o bem do rebanho!



BIOSEGURANÇAsignifica a redução do risco de doença infecciosa (bacteriana, vírica, fúngica ou parasitária) ou contágio entre animais e os criadores desempenham um papel fundamental nesta prevenção.



BIOSEGURANÇApode ser obtida através de: • Uma eficiente gestão da exploração e dos meios de produção; • Uma eficaz higiene e desinfecção; • Da entrada de animais unicamente de explorações de estatuto sanitário indemne ou oficialmente indemne a doenças dos planos de erradicação; • Da solicitação de realização de testes de pré-movimentação antes de adquirir os animais; • Redução do stress nos animais; • Existência de sistemas eficazes de controlo da doença como programas de vacinação e desparasitação.



BIOSEGURANÇADe uma eficaz Biossegurança resultam: • Explorações mais seguras contra a introdução de novas doenças infecciosas; • Minimização de doenças que possam disseminar-se na própria unidade de produção



PLANO SANITÁRIO – ELABORADO POR MÉDICO VETERINÁRIO E/OU ORGANIZAÇÃO DE PRODUTORES PECUÁRIOS

O programa sanitário deve ser cuidadosamente monitorizado e deve contemplar, no mínimo: • Os cuidados de Biossegurança na exploração e durante o transporte;• Procedimentos quanto aos animais que entram de novo na exploração; • Todos os programas de erradicação e controlo de doenças; • Programa e calendários de vacinação; • Procedimentos relativos ao isolamento; • Programas de controlo de parasitas internos e externos; • Monitorização e resolução das patologias das patas; • Procedimentos de rotina, como a colocação de marcas auriculares; • Cruzamentos, miscigenação e agrupamento de animais; • Prevenção e controlo de vícios (quando necessário); • Programa de controlo de mamites.



CARATERÍSTICAS DE INSTALAÇÕES QUE MELHORAM A HIGIENE

A localização das áreas para produção animal extensiva deve ser escolhida cuidadosamente, sendo mais adequados solos bem drenados, em áreas com pouca pluviosidade e pouca geada.

Os animais seleccionados para a produção extensiva devem ser de raças adequadas a este tipo de produção e a sua densidade deve reflectir a aptidão do local e o sistema de gestão e maneio.

Os animais devem dispor, na medida do possível e se necessário, de protecção contra as intempéries, predadores e riscos sanitários, para além de bebedouros adequados e com água potável.

Todos os abrigos/alojamentos devem ser bem mantidos, ter camas e uma área de descanso quente e sem correntes de ar.

Devem existir meios para conter os animais e instalações para isso



CARATERÍSTICAS DE INSTALAÇÕES QUE MELHORAM A HIGIENE

Paredes e pavimentos lisos, ser impermeáveis e preferencialmente de cores claras. O pavimento deve evitar a acumulação de água.

Os materiais utilizados na construção devem poder ser limpos e desinfectados a fundo.

Os tectos devem ser de fácil limpeza e não permitir a acumulação de sujidade ou bolor.

As portas devem permitir a sua fácil higienização e apresentarem um bom estado de conservação, nomeadamente sem ferrugens.

As janelas devem permitir a sua fácil limpeza e possuir redes mosquiteiras. Estas redes devem ser amovíveis, o que facilitará a sua higienização.



CARATERÍSTICAS DE INSTALAÇÕES QUE MELHORAM A HIGIENE- Registos da Separação dos animais por lotes



CARATERÍSTICAS DE INSTALAÇÕES QUE MELHORAM A HIGIENE- Áreas necessárias para os animais por lotes



LIMPEZANos sistemas intensivos a

limpeza das instalações deverá ser realizada

diariamente ou, pelo, menos a cada dois dias.

Nos sistemas extensivos 1 a 2 limpezas totais por ano em corte de cama

vegetal. Nos pisos ripados a frequência deverá ser adaptada ao tempo de

permanência dos animais no estábulo.

Os bebedouros e comedouros deverão ser

limpos diariamente.



CONTROLO DE PRAGAS

→ DESINSECTIZAÇÃO. Controlo de insectos parasitas em equipamentos e instalações (em instalações de madeira torna-se necessário o controlo de insectos que se alimentam da madeira);. Desparasitação externa nos animais.

→ DESRATIZAÇÃO. Eliminar esconderijos, dentro do possível;. Limpar restos de comida concentrada (grão e ração) e/ou verde;. Venenos em dispensadores protegidos (com muita cautela na colocação e vigilância dos dispensadores)



CONTROLO DE DOENÇAS→ DESINFEÇÃOControlo microorganismos causadores de doenças (em instalações de madeira torna-se necessário o controlo de bolores e outros fungos que degradam a madeira)



Desinfeção VS Esterilização

Métodos de desinfeção:Desinfectantes Químicos Aprovados: Cloro (Cloro Gás, Soluções de Hipoclorito, Dióxido de cloro) Outras Substâncias Biocidas: Halogénios: Bromo, Iodo Metais: Cobre, Prata Permanganato de potássio, Peróxido de Hidrogénio Métodos Físicos Aprovados:Radiação Ultravioleta Fogo/Tratamento TérmicoOutros Processos: Radiação Ionizante (raios gama, feixe de electrões)



Para ser utilizado como desinfectante uma substância/processo tem que ter algumas características:-Largo e rápido efeito biocida -Largo espectro de utilização -Baixas concentração de aplicação. -Efectividade, mesmo a baixas temperaturas. -Baixa Toxicidade. -Alta sustentabilidade - não corrosivo. - Não influenciável por substâncias orgânicas e inorgânicas. - Barato - De fácil manuseamento.



Desinfeção Física: Vassoura de fogoA " vassoura " deve ser passada na instalação uma vez por semana no sistema intensivo, e a cada trinta dias no sistema semi-intensivo.



Desinfeção Química:Solução de iodo - Coloque 20 litros de água num

balde.- Meça 200 ml de tintura de iodo a

10%. e coloque no balde. - Misture a soluçãoSolução de hipoclorito de sódio. - Coloque 20 litros de água em um

balde. - Meça 200 ml de hipoclorito de

sódio a 10% e coloque no balde. - Misture a solução.Solução de cresol. - Coloque20 litros de água em um

balde. - Meça 20 ml de creolina e coloque

no balde - - Misture a solução.



Desinfeção Química:A CAL é um detergente alcalino que atua

nos resíduos proteicos e gordurosos, além de ter poder de destruir todos os microrganismos, e as suas formas de resistência (esporos), como os produzidos por bactérias do gênero Clostridium sp eBacillus sp.

Vantagens de utilização da cal como desinfetante em instalações (pisos e paredes) para pequenos ruminantes estão: baixo custo, fácil acesso no comércio, boa eficácia e de fácil aplicação. A cal utilizada na forma de pintura além de promover a desinfecção melhora a aparência da instalação pois passa a impressão de limpeza.



Desinfeção Química O EXEMPLO DA CALA CAL virgem pode ser aplicada na forma

de pó ou de uma mistura espessa com água, conhecida como leite de cal.

A forma utilizada irá depender do que será desinfetado (piso de chão batido, ripado ou de cimento; parede, divisória, etc.) e o objetivo (pintar ou não).

A pintura com cal de instalações com objetivo de desinfecção é recomendável durante e após a ocorrência de doenças infecciosas e antes da estação de nascimento dos cabritos e cordeiros para que o ambiente esteja limpo para receber as crias.


HIGIENE DOS ANIMAIS E DAS INSTALAÇÕESDESINFEÇÃO COM CALRecomendação para piso de cimento:

1. Inicie com a limpeza seca para remoção de toda sujidade (raspar e/ou varrer);2. Lave o piso com água corrente;3. Espalhe em torno de 1 kg cal virgem por m2 sobre a superfície ainda úmida;4. Se necessário borrife um pouco mais de água para provocar a reação na qual irá liberar calor (em contato com a água a cal irá esquentar);5. Deixe o produto agir por pelo menos por 2h;6. Após remova a cal que poderá ser reutilizada para correção de solo ácido.


HIGIENE DOS ANIMAIS E DAS INSTALAÇÕESDESINFEÇÃO COM CALRecomendação para piso de chão batido (terra):

1. Remova o máximo possível de sujidades (fezes, restos de cama, alimento, etc.);2. Espalhe uniformemente sobre o piso a ser desinfetado em torno de 0,5 kg de cal virgempor m2;3. Borrife água sobre a cal para provocar a reação (liberação de calor);5. Deixe o produto agir por pelo menos por 2 h;6. Após remova a cal que poderá ser reutilizada para correção de solo ácido.



PRODUTOS UTILIZADOS EM LIMPEZA E DESINFEÇÃO: ver lista DGV

Técnicas de aplicação: LAVAGEM / PULVERIZAÇÃO / FUMIGAÇÃO

Tempo de contacto/ação: tempo necessário para que o produto/processo faça o efeito esperado

Intervalo de segurança: tempo necessário para que as instalações possam voltar a ser utilizadas normalmente (nos medicamentos é o tempo necessário antes de poder consumir carne ou leite)

Vazio sanitário: tempo durante o qual o espaço a limpar e desinfectar fica sem animais


HIGIENE DOS ANIMAIS E DAS INSTALAÇÕESREGISTOS PARA MELHORAR A HIGIENE E SEGURANÇA SANITÁRIA



CastraçãoA castração, quando necessária, só deve ser feita em borregos muito novos, por um

operador competente e treinado, sob a supervisão de um médico veterinário.

Corte de cauda Aconselhável só em borregos muito novos. Os ovinicultores devem ponderar

cuidadosamente se o corte da cauda é necessário dentro de um determinado rebanho. Só se pode fazer o corte de cauda, se o facto de não o efectuar causar problemas de bem-estar, devido a caudas sujas ou a potenciais picadas de moscas. O corte de cauda deve ser levado a cabo por um operador competente e treinado.

DescornaA descorna deve ser executada por uma pessoa experiente, sob a supervisão de um

médico veterinário.



Limpeza e tratamento de unhas:

Instrumentos bem afiados e desinfetados

Destruição das aparasPelo fogo

Pessoal experiente



TÉCNICAS DE CAPTURA E DE CONTENÇÃO

A contenção mecânica tem como finalidade principal restringir, tanto quanto possível, a atividade física do animal, na tentativa de se realizar a avaliação do paciente e/ou a execução de outros procedimentos (curativos, administração de medicamentos).

Os principais objetivos da contenção de animais domésticos são:

• Proteger o examinador, o auxiliar e o animal.

• Facilitar o exame físico.• Evitar fugas e acidentes como

fraturas. • Permitir procedimentos diversos

(medicação injetável, curativos, cateterização, exames radiográficos, colheita de sangue, etc.).




São recomendações gerais para a contenção física:

• Evitar movimentos bruscos e precipitados. Seja tranquilo, firme e confiante!

• Tentar ganhar a confiança do paciente: converse, chame o animal pelo nome, acaricie-o, brinque, ofereça guloseimas e/ou alimentos apetitosos, caso os tenha.

• Iniciar com a contenção padrão mais simples para a espécie (em cães, por exemplo, usar mordaça; em equinos, cabresto) e, quando ne cessário, evoluir para métodos mais enérgicos e radicais (focinheiras, troncos de contenção).




Para a contenção e derrubada de caprinos e ovinos, empregam-se diversos métodos, tais como:

1. Segurar ou laçar o membro posterior (tíbia) e puxá-lo para trás e para cima (esse método é arriscado podendo, quando realizado inadequadamente, e/ou em pacientes fortes, jovens e/ou arredios, ocasionar luxações e fraturas);

2. Montar sobre o animal e contê-lo pelos chifres;

3. Pegá-lo pelos chifres, colar, barba ou, em último caso, pelas orelhas.



Incêndios e outras precauções de emergência

Planear como lidar com as emergências, como incêndios, inundações ou quebra de abastecimentos.

Devem ser tomadas medidas para que os animais sejam libertados e evacuados rapidamente em caso de emergência.

Deve ser tomada em consideração a instalação de sistemas de alarme de incêndios que possam ser audíveis e de modo a que possam ser tomadas as acções necessárias a qualquer hora do dia ou da noite.

Os cães pastores bem treinados podem, facilitar bastante o agrupamento e maneio de animais, especialmente em condições adversas.



ANATOMIA E FISIOLOGIA DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E CIRCULATÓRIO



COMPORTAMENTO COMUM E ALTERAÇÃO DE COMPORTAMENTO:• Afastamento dos animais do restante grupo; • Apatia;

• Inchaços no umbigo, tetos e articulações;

• Aborto;

• Respiração rápida ou irregular; • Tosse ou falta de ar persistente; • Corrimento nasal; • Espirros; • Salivação anormal;

• Arrepios; • Pele descolorada ou com bolhas;

• Perda de condição física;

• Inspecção das patas e pernas é especialmente importante; • Falta de coordenação;

• Prisão de ventre; • Diarreia; • Falta de apetite; • Vómitos.


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