Dimensionamento das demandas e oportunidades … · Alto do Rio Paraguai Guia de utilização ......

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Dimensionamento das demandas e oportunidades provenientes das atividades de restauração ecológica nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) das sub-bacias dos rios Jauru, Cabaçal, Sepotuba e Alto do Rio Paraguai Guia de utilização básica da base de dados SIG CON 00497-2015 Recife, maio de 2016.

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Dimensionamento das demandas e oportunidades provenientes das

atividades de restauração ecológica nas Áreas de Preservação

Permanente (APPs) das sub-bacias dos rios Jauru, Cabaçal, Sepotuba e

Alto do Rio Paraguai

Guia de utilização básica da base de dados SIG

CON 00497-2015

Recife, maio de 2016.

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CEPAN- Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste

Severino Rodrigo Ribeiro Pinto

Diretor-Presidente e Diretor de Projetos

Cristiane Lucena Barbosa

Diretora Administrativa

O Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) é uma organização não‐governamental conservacionista cuja missão é

gerar e divulgar soluções estratégicas para a conservação da biodiversidade mediante ciência, formação de recursos humanos e diálogo com a sociedade. O Cepan foi fundado em 2000 por um

grupo de alunos e professores na Universidade Federal de Pernambuco e, desde então, atua no planejamento, coordenação

e execução de projetos de conservação da biodiversidade no Corredor de Biodiversidade do Nordeste. Para saber mais acesse:

www.cepan.org.br

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REALIZAÇÃO

WWF – Brasil

EXECUÇÃO Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan)

EQUIPE EXECUTORA DO PROJETO

Coordenador Geral: Phd., Severino Rodrigo Ribeiro Pinto Restauração Ecológica e dimensionamento de oportunidades: Phd., Severino Rodrigo Ribeiro Pinto Coordenação de geoprocessamento e execução: Geog. Joaquim José de Freitas Neto Assistente de geoprocessamento: Geog. Joana D’Arc Matias de Almeida Estagiária em geoprocessamento: Isabela de Oliveira Barros

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1.0 INTRODUÇÃO

A perda e fragmentação de habitats de ecossistemas naturais conceituada como uma

redução da área desses ecossistemas promovida, em sua grande maioria, pelo homem

representa um custo ecológico a ser herdado pelas futuras gerações (PNUD, 2007). Na

perspectiva da conservação da biodiversidade, criamos um “débito de extinção” (Tilman et al.,

2002); visto que são necessárias gerações até que algumas espécies sejam, de fato, extintas

pelos efeitos da fragmentação. A menos que seja promovida a restauração ecológica de

habitats, muitas espécies e serviços ambientais essenciais para a população humana não

conseguirão se manter e recuperar e fatalmente desaparecerão (Dobson et al. 1997). Essa

lógica põe a restauração ecológica sob grande responsabilidade, dado que se constitui numa

esperança para a reversão de cenários determinísticos de perda de biodiversidade e serviços

ambientais.

Uma oportunidade para a realização e atividades de restauração ecológica surge com

os programas de adequação de propriedades rurais e empreendimentos econômicos à

legislação ambiental brasileira. A adequação das propriedades rurais, no sentido previsto pela

legislação ambiental pode significar, além da regularização da propriedade, aumento da área

de floresta, aumento da conectividade entre os remanescentes, redução dos efeitos da

fragmentação, redução da probabilidade de extinção de espécies da fauna e da flora, melhor

regulação hidrológica, proteção de nascentes e rios contra poluentes e sedimentos, redução

da erosão e manutenção da fertilidade dos solos.

De maneira adicional, para o setor produtivo, a adequação ambiental via restauração

ecológica também é um bom negócio. Além de cumprir com os requisitos legais e evitar

problemas com a fiscalização cada vez mais restritiva dos órgãos ambientais, o

empreendimento passa a gerir uma “Agenda Verde”, e transformar os seus passivos em ativos

ambientais. Na economia do século XXI, entre os componentes-chave de qualquer estratégia

bem-sucedida está a internalização da sustentabilidade socioambiental na gestão da empresa.

Cada vez mais, as empresas competitivas serão aquelas que além de produzir com qualidade,

geram menos impactos ambientais e contribuem para repartição de benefícios e diminuição

das desigualdades sociais.

Nesse sentido, o presente produto tem por objetivo demonstrar como se dá a

utilização da base de dados construída através das atividades de mapeamento e

dimensionamento de oportunidades de restauração das Áreas de Preservação Permanente

(APPs) dos rios Jauru, Cabaçal, Sepotuba e Alto do rio Paraguai localizados no Estado do Mato

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Grosso como forma de adequar essas áreas a legislação ambiental em vigor e apresentar todas

potencialidades dessa atividade.

2.0 – DADOS CONSTRUÍDOS

Durante a execução do projeto “Dimensionamento das demandas e oportunidades

provenientes das atividades de restauração ecológica nas Áreas de Preservação Permanente

(APPs) das sub-bacias dos rios Jauru, Cabaçal, Sepotuba e Alto do Rio Paraguai”, foram levadas

a cabo uma série de atividades de mapeamento, caracterização e validação das áreas

mapeadas dos rios. Nesse sentido, foram mapeados 23.484,47 hectares nas Áreas de

Preservação Permanente dos rios abrangidos pelo projeto (Figura 01).

Figura 01. Áreas mapeadas pelo estudo

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Assim, se possui uma base de dados robusta, que exprime, além de outras coisas, todo

o uso e ocupação do solo das áreas de APP dos rios mapeados, bem como 53 nascentes na

área de abrangência do projeto, exemplificando as ações básicas de restauração florestal a

serem tomadas em cada uma dessas áreas, quantificando ainda o principal insumo necessário

para realizar a recuperação das áreas (mudas) e o potencial de oportunidades geradas para a

população provenientes da execução dos processos de recuperação.

No sentido de viabilizar um entendimento acerca do uso desse material para

atividades de reflorestamento, este guia foi elaborado, visando reunir os processos

necessários ao entendimento básico sobre a utilização dos dados.

Vale ressaltar que este guia tem o intuito de informar aos não iniciados em

geotecnologias, algumas potencialidades básicas do material elaborado, não sendo estas

restritas ao que aqui foi demonstrado. Os profissionais com conhecimento do manuseio de SIG

irão encontrar diversas outras funcionalidades e aplicações para a informação gerada, de

acordo com suas necessidades.

3.0 – UTILIZAÇÃO DOS DADOS

Para a utilização dos dados construídos, deve-se ressaltar de início, que é

imprescindível o conhecimento em nível básico em operação de softwares de Sistemas de

Informação Geográfica (SIG), uma vez que toda a base de dados está em formato vetorial

shapefile (.shp), devendo ser manipuladas em um software específico para esse fim.

Toda a base foi construída no módulo ArcMap do software ArcGIS 10.1, podendo no

entanto, ser manipulada em qualquer software de Sistema de Informação Geográfica que

suporte o formato dos arquivos. Aqui, recomenda-se o uso do próprio ArcGIS ou das

alternativas de código aberto Quantum GIS, GV Sig ou TerraView.

Assim, uma vez selecionado o software mais indicado à manipulação dos dados, basta-

se proceder com a abertura dos dados para visualização e classifica-los quanto à informação

de “sit_amb” – Informação presente na tabela de atributos que exprime os usos e ocupação do

solo. Com isso, será possível visualizar os polígonos que exprimem as situações de uso e

ocupação do solo em cada trecho das APPs inventariadas, e mudar suas representações de

cores da forma que desejar (figura 02).

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Figura 02 – Representação do uso e ocupação do solo presentes nas APPs de um trecho do rio Paraguai.

Uma vez que se queira selecionar um uso específico, deve-se proceder à tabela de

atributos do arquivo desejado, onde existem todos os usos e ocupações presentes nesse

arquivo, como mostra a figura 03.

Figura 03 – Trecho da tabela de atributos referente aos polígonos mapeados nas APPs do rio Paraguai.

Percebe-se na figura acima que cada polígono mapeado possui um uso de solo

atribuído e uma área em hectares calculada. Assim, cada linha presente na tabela de atributos

é correspondente a um polígono desta tabela.

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Caso queira-se selecionar apenas um tipo de situação ambiental, escolhe-se todas as

linhas na tabela de atributos relacionadas a esta situação e elas ficarão destacadas no mapa.

Pode-se ainda posteriormente, exportar apenas essas áreas de interesse e trabalhar em um

arquivo diferente. No exemplo abaixo foram selecionadas apenas as “áreas abandonadas com

regeneração natural, isolada na paisagem”.

Figura 04 – Seleção realizada na tabela de atributos

Figura 05 – Áreas selecionadas nas tabelas de atributos destacadas em azul

Assim, várias ações podem ser realizadas, exportando-se apenas as feições

selecionadas para trabalhar em arquivo separado, editando informações na tabela e nos

polígonos e realizando o cálculo de áreas das feições selecionadas (figura 06).

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Figura 06 – Soma das áreas das feições selecionadas

Realizando um exemplo prático, com os dados apresentados acima:

O (a) planejador(a), elencando as prioridades de restauração da bacia do rio Paraguai,

verificou que, dentre as situações de uso e ocupação do solo mapeadas, seria prioritário se

iniciar as atividades de restauração pelas “Áreas abandonadas, com regeneração natural,

isolados na paisagem”. Assim, ele(a) consultou a base de dados e selecionou essa classe.

Conseguiu extrair a informação mostrada acima de que há 590,8 hectares com essa classe nas

APPs do rio Paraguai.

Essas áreas foram destacadas em azul no mapa no momento que ele(a) fez a seleção

na tabela. Caso se deseje, pode-se exportar essa informação, sendo então criado um novo

arquivo shapefile, apenas com a classe selecionada, mostrando onde estão localizadas essas

áreas.

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Figura 07 – Novo shapefile gerado, com a espacialização da classe selecionada

Como pontuado anteriormente, existe uma série de informações, análises e aplicações

que podem ser realizadas com esse material, que ultrapassam as situações aqui descritas, de

acordo com a necessidade do utilizador. Pode-se inclusive realizar conversões de formato a fim

de se utilizar os dados em CAD, Google Earth, entre outros softwares. No entanto, fica

ressaltada a importância do conhecimento no manuseio de Sistemas de Informação Geográfica

para a utilização dos dados.