Dimensionamento de Sapatas Isoladas: Estudo Comparativo NBR 6118 (2014), Montoya (2011) e Wight e...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ UESPI CENTRO DE TECNOLOGIA E URBANISMO CTU IAGO FREITAS DE ALMEIDA DIMENSIONAMENTO DE SAPATAS ISOLADAS: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE NBR 6118 (2014), MONTOYA ET AL. (2011) E WIGHT E MACGREGOR (2009) Teresina - PI 2014.2

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Trata do dimensionamento de sapatas isoladas pela norma brasileira, eurocode e ACI de forma a compará-los e verificar fatores, como por exemplo, o consumo de aço.

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  • UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAU UESPI

    CENTRO DE TECNOLOGIA E URBANISMO CTU

    IAGO FREITAS DE ALMEIDA

    DIMENSIONAMENTO DE SAPATAS ISOLADAS: ESTUDO

    COMPARATIVO ENTRE NBR 6118 (2014), MONTOYA ET AL. (2011)

    E WIGHT E MACGREGOR (2009)

    Teresina - PI

    2014.2

  • IAGO FREITAS DE ALMEIDA

    DIMENSIONAMENTO DE SAPATAS ISOLADAS: ESTUDO

    COMPARATIVO ENTRE NBR 6118 (2014), MONTOYA ET AL. (2011)

    E WIGHT E MACGREGOR (2009)

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado Universidade Estadual do Piau (UESPI), como requisito parcial para a obteno do grau de Bacharel em Engenharia Civil.

    Orientador (a): Prof. Msc. Maurcio Castelo Branco de Noronha Campos

    Teresina - PI

    2014.2

  • AGRADECIMENTOS

    Em primeiro lugar, a Deus, por estar sempre me iluminando e dando-me fora

    para alcanar meus objetivos e seguir evoluindo pessoalmente e profissionalmente.

    Aos meus pais, Ely e Luiz Jnior, que sempre lutaram pelo meu melhor e me

    deram amor, carinho e todo o suporte necessrio em todas as caminhadas.

    Aos meus irmos Igor e Raul pelo constante apoio. Tambm agradeo aos

    meus avs, Luiz, Esmeraldina e Maria de Jesus pelas oraes e pelo carinho.

    Ao meu professor orientador, Maurcio Castelo Branco de Noronha Campos,

    pela ateno, disponibilidade, pacincia e ensinamentos prestados neste trabalho e

    na formao acadmica e profissional como meu supervisor de estgio.

    Aos professores da UESPI, pelos conhecimentos compartilhados ao longo da

    vida acadmica, apesar das dificuldades e condies de trabalho.

    Ao professor Jonathan Madeira de Barros Nunes, que sempre mostrou muita

    competncia, dedicao e incentivo aos seus alunos.

    Agradeo, de forma especial, ao meu melhor amigo Alysson Alves Monteiro,

    que divide comigo todos os momentos da vida pessoal e acadmica, sempre me

    incentivando e fazendo com que eu busque o melhor a cada dia.

    A todos os funcionrios da Fernandes e Campos Engenharia, principalmente

    a Marize Marques e a Luiz Fernando, pelo constante apoio, aprendizado e pacincia

    na rea de estruturas. Tambm agradeo ao professor Frederico Fernandes pelo

    aprendizado tanto acadmico quando profissional.

    Aos amigos da universidade, pelo companheirismo e apoio nos momentos em

    que precisei.

    A todos os amigos e familiares que contriburam para o meu crescimento ao

    longo da vida. Em especial aos meus tios Evoneide Fortes e Ellis Freitas pela ajuda

    nos primeiros anos de curso que foram de fundamental importncia para a minha

    formao profissional.

  • RESUMO

    Esta monografia discute critrios especificados pela norma brasileira e por

    literaturas internacionais sobre o projeto de sapatas isoladas em concreto armado.

    Em uma primeira etapa, so discutidos os critrios apresentados pela norma

    brasileira Projeto de estruturas de concreto Procedimento, NBR 6118 (2014),

    Montoya et al. (2011) Hormign armado, e Wight e MacGregor (2009) Reinforced

    Concrete: Mechanics and Design. Em seguida, exemplos de projetos de sapatas

    isoladas submetidas ao centrada so analisados para facilitar o entendimento

    dos conceitos apresentados pelas vrias literaturas citadas e que so comumente

    utilizados pelo meio tcnico. O objetivo principal consistiu, por meio de exemplos,

    em analisar o dimensionamento a flexo, esforo cortante e puno.

    Palavras chave: Concreto armado; Sapatas isoladas; Projeto.

  • ABSTRACT

    This monograph discusses the criteria contained in Brazilians code and in

    international literatures on reinforced concrete design of spread footing. At first,

    recommendations of NBR 6118/2014 - Projeto de estruturas de concreto

    Procedimento, Montoya et al. /2011 - Hormign armado and Wight and MacGregor

    / 2009 - Reinforced Concrete: Mechanics and Design are discussed. After that,

    several examples with centered loads footing are analyzed to facilitate understanding

    of concepts and recommendations outline in the literatures. The main objective

    consisted, through the examples, in analyze flexure and shear.

    Keywords: Reinforced Concrete; Spread footings; Design.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 2.1 Profundidade de Assentamento ............................................................ 19

    Figura 2.2 Fundaes Superficiais ......................................................................... 19

    Figura 2.3 Fundaes Profundas ........................................................................... 20

    Figura 2.4 Sapatas Isoladas ................................................................................... 21

    Figura 2.5 Sapatas Corridas ................................................................................... 21

    Figura 2.6 Sapata Associada ................................................................................. 22

    Figura 2.7 Sapata Trapezoidal ............................................................................... 22

    Figura 2.8 Sapata Alavancada ............................................................................... 23

    Figura 2.9 Sapata Rgida (NBR 6118) .................................................................... 24

    Figura 2.10 Distribuio de Tenses em Sapata Rgida ........................................ 25

    Figura 2.11 Sapatas Rgidas (Montoya) .................................................................. 25

    Figura 2.12 Sapata Flexvel (NBR 6118) ................................................................ 26

    Figura 2.13 Distribuio de Tenses em Sapatas Flexveis ................................... 27

    Figura 2.14 Sapatas Flexveis (Montoya) ............................................................... 27

    Figura 2.15 Armaduras de Flexo de Sapata Rgida ............................................. 28

    Figura 2.16 Momento Fletor na Sapata Flexvel ..................................................... 28

    Figura 2.17 Momento Atuante Segundo Ishitani, Bella e Graziano (1998) ............. 29

    Figura 2.18 Dimensionamento Biela Tirante de Montoya et al. (2011) ................ 31

    Figura 2.19 Momento Atuante Segundo Montoya et al. (2011) .............................. 31

    Figura 2.20 Formas Tpicas de uma Sapata Isolada (Montoya) ............................. 33

    Figura 2.21 rea Crtica de Sapatas Flexo (Wight e MacGregor) ..................... 34

    Figura 2.22 Permetro Crtico em Pilares Internos (NBR 6118).............................. 35

    Figura 2.23 Inclinao do Cone de Puno e Inclinao Limite de Rigidez (NBR

    6118) ......................................................................................................................... 36

    Figura 2.24 Permetros Crticos em Capitel (NBR 6118) ........................................ 38

  • Figura 2.25 Seo 2-2 sobre Atuao de Esforo Cortante (Montoya) .................. 39

    Figura 2.26 Seo Crtica Puno (Montoya) ...................................................... 40

    Figura 2.27 Cisalhamento em uma Direo (Wight e MacGregor) ......................... 42

    Figura 2.28 Cisalhamento em duas Direes e Efeito de Puno (Wight e

    MacGregor) ............................................................................................................... 42

    Figura 3.1 Dimenses: Exemplo 01 ....................................................................... 45

    Figura 3.2 Detalhamento: Exemplo 01 (NBR 6118) ............................................... 47

    Figura 3.3 Contorno C: Exemplo 01 (NBR 6118) ................................................... 48

    Figura 3.4 Detalhamento: Exemplo 01 (Montoya) .................................................. 50

    Figura 3.5 Concentrao de Armadura (Wight e MacGregor) ................................ 52

    Figura 3.6 Detalhamento: Exemplo 01 (Wight e MacGregor) ................................. 53

    Figura 3.7 Dimenses: Exemplo 02 ....................................................................... 55

    Figura 3.8 Concentrao de Armadura (NBR 6118) .............................................. 57

    Figura 3.9 Detalhamento: Exemplo 02 (NBR 6118) ............................................... 58

    Figura 3.10 Contornos C e C: Exemplo 02 (NBR 6118) ........................................ 59

    Figura 3.11 Altura til a 3d da Face (NBR 6118) ................................................. 60

    Figura 3.12 Detalhamento: Exemplo 02 (Montoya) ................................................ 63

    Figura 3.13 Detalhamento: Exemplo 02 (Wight e MacGregor) ............................... 66

    Figura 3.14 Dimenses: Exemplo 03 ..................................................................... 69

    Figura 3.15 Detalhamento: Exemplo 03 (NBR 6118) ............................................. 71

    Figura 3.16 Contorno C1 Fora da Sapata (NBR 6118) ........................................... 72

    Figura 3.17 Detalhamento: Exemplo 03 (Montoya) ................................................ 74

    Figura 3.18 Detalhamento: Exemplo 03 (Wight e MacGregor) ............................... 76

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 01 Dimensionamento Flexo ................................................................... 78

    Tabela 02 Dimensionamento ao Cisalhamento ...................................................... 80

  • LISTA DE SMBOLOS

    sA rea de armadura a flexo;

    Conc.s,A rea de armadura concentrada a flexo na maior direo;

    mins,A rea de armadura mnima a flexo;

    SdF Fora Solicitante de clculo puno;

    bG Peso prprio da sapata;

    kM Momento caracterstico na seo considerada;

    dM Momento de clculo na seo considerada;

    MXM Momento mximo resistido pela seo;

    KN Fora axial caracterstica;

    SdN Fora axial de clculo;

    S Faixa de concentrao de armadura;

    dT Fora de clculo nos tirantes;

    U Fora mecnica do ao;

    cU Fora mecnica do concreto;

    cV Fora resistente do concreto ao cisalhamento;

    SdV

    Esforo cortante solicitante de clculo;

    RdV Esforo cortante resistente de clculo;

    b e a Dimenses da sapata;

    oo b e a Dimenses do pilar;

    cob. Cobrimento da armadura de flexo;

    d Altura til da seo;

    cd Altura til na face do pilar;

    ad Altura til no contorno C1;

  • cdf Resistncia de clculo do concreto a compresso;

    ckf Resistncia caracterstica do concreto a compresso;

    ykf Tenso caracterstica de escoamento do ao;

    ydf Tenso de clculo de escoamento do ao;

    cvf Resistncia virtual ao cortante;

    cmf Resistncia virtual mnima ao cortante;

    bg Tenso mdia;

    h Altura da sapata;

    j Constante geralmente igual a 0,95;

    Balano de uma das dimenses da sapata;

    c Distancia entre a borda do capitel e a face do pilar;

    ou Permetro crtico no contorno C;

    cu Permetro crtico puno de Montoya;

    mu Permetro crtico puno de Wight e MacGregor;

    x Nmero total de barras concentradas na maior direo;

    C Razo entre a maior dimenso e a menor dimenso do pilar;

    Coeficiente de minorao de fora;

    Dimetro da armadura de flexo;

    Concreto Peso especfico do concreto;

    C Coeficiente de minorao do concreto;

    f Coeficiente de majorao das aes;

    S Coeficiente de ponderao da resistncia do ao

    Taxa geomtrica de armadura de flexo;

  • x e y Taxas de armadura nas direes ortogonais;

    Momento reduzido de clculo;

    Taxa mecnica;

    t Tenso estimada do terreno para verificaes estruturais;

    Coeficiente para clculo de cvf ;

    c Tenso de cisalhamento resistente de clculo para Wight e MacGregor;

    Sd Tenso de cisalhamento solicitante de clculo;

    Rd1 Tenso resistente de trao diagonal do concreto na superfcie crtica

    C;

    Rd2 Tenso resistente de compresso diagonal do concreto na superfcie

    crtica C;

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ACI American Concrete Institute

    EHE Instruccin de Hormign Estructural

    EC-2 Eurocode N 2

    NBR Norma Brasileira

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ................................................................................................................ 15

    1.1 Justificativa ............................................................................................................... 15

    1.2 Objetivos ................................................................................................................... 16

    1.2.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 16

    1.2.2 Objetivos Especficos ...................................................................................... 16

    1.3 Metodologia .............................................................................................................. 16

    1.4 Estrutura do trabalho .............................................................................................. 16

    2 REVISO BIBLIOGRFICA ......................................................................................... 18

    2.1 Fundaes: Conceitos e classificaes ............................................................... 18

    2.1.1 Fundaes superficiais e profundas ............................................................. 18

    2.1.2 Tipologias de sapatas ..................................................................................... 20

    2.1.3 Rigidez das sapatas ........................................................................................ 23

    2.2 Dimensionamento Flexo ................................................................................... 27

    2.2.1 Dimensionamento de acordo com a NBR 6118 (2014) ............................. 27

    2.2.2 Dimensionamento de acordo com Montoya et al. (2011) ......................... 30

    2.2.3 Dimensionamento de acordo com Wight e MacGregor (2009) ................ 33

    2.3 Dimensionamento ao Cisalhamento .................................................................... 35

    2.3.1 Dimensionamento de acordo com a NBR 6118 (2014) ............................. 35

    2.3.2 Dimensionamento de acordo com Montoya et al. (2011) ......................... 38

    2.3.3 Dimensionamento de acordo com Wight e MacGregor (2009) ................ 41

    3 EXEMPLOS DE DIMENSIONAMENTO ..................................................................... 45

    3.1 Exemplo 1 ................................................................................................................. 45

    3.1.1 Dimensionamento de acordo com a NBR 6118 (2014) ............................. 46

    3.1.2 Dimensionamento de acordo com Montoya et al. (2011) ......................... 48

    3.1.3 Dimensionamento de acordo com Wight e MacGregor (2009) ................ 50

    3.2 Exemplo 2 ................................................................................................................. 55

    3.2.1 Dimensionamento de acordo com NBR 6118 (2014) ................................ 55

    3.2.2 Dimensionamento de acordo com Montoya et al. (2011) ......................... 61

    3.2.3 Dimensionamento de acordo com Wight e MacGregor (2009) ................ 65

  • 3.3 Exemplo 3 ................................................................................................................. 69

    3.3.1 Dimensionamento de acordo com a NBR 6118 (2014) ............................. 69

    3.3.2 Dimensionamento de acordo com Montoya et al. (2011) ......................... 73

    3.3.3 Dimensionamento de acordo com Wight e MacGregor (2009) ................ 74

    3.4 Anlise dos Resultados .......................................................................................... 78

    4 CONSIDERAES FINAIS .......................................................................................... 81

    BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................... 82

    ANEXO .................................................................................................................... 83

  • 15

    1 INTRODUO

    As obras de engenharia sempre apresentaram diferenas entre si. No

    decorrer de sua execuo, mesmo atendendo a critrios de normas, possvel que

    haja interferncias entre os projetos, levando-os a uma nova anlise e a uma nova

    soluo.

    Segundo Silva (1998), as sapatas isoladas surgiram na Idade Mdia com o

    desenvolvimento da arquitetura gtica, e consequentemente das colunas individuais.

    A largura da sapata era determinada pela resistncia do solo. Apesar disso,

    raramente se associava o tamanho da sapata a ao da superestrutura. Assim, o

    tamanho da sapata era determinado pelo espao disponvel e pela forma da coluna

    ou parede a ser suportada.

    At o sculo XIX, muitas sapatas eram construdas de alvenaria. A evoluo

    da arquitetura, dos mtodos de clculo e dos materiais utilizados acarretou em

    edifcios altos e de elevado carregamento (SILVA, 1998). Assim, casos mais difceis

    de sapatas trouxeram maior interesse nessa rea.

    Atualmente, na engenharia de fundaes, muitos ensaios so realizados para

    a melhoria dos atuais modelos de clculo. O surgimento da tecnologia

    computacional permitiu a automatizao atravs dos mtodos numricos. Desta

    forma, o uso de softwares tornou-se uma ferramenta muito importante para o

    engenheiro de fundaes.

    1.1 Justificativa

    Os critrios adotados no dimensionamento de sapatas pela Norma Brasileira:

    Projeto de estruturas de concreto/Procedimento (NBR 6118/2014) apresentam

    divergncias com os critrios do Eurocode N 2: Design of Concrete Structures (EC-

    2/2008), Instruccin de Hormign Estructural (EHE/2008) e com o American

    Concrete Institute: Building Code Requirements for Reinforced Concrete (ACI-

    318/2008). As diferenas nas taxas de armadura de flexo e na resistncia ao

    cisalhamento podem acarretar em sapatas antieconmicas ou em elevadas

    solicitaes. A EHE e a EC-2 so adotados por Montoya et al. (2011) e a ACI-318

    considerada por Wight e MacGregor (2009).

  • 16

    1.2 Objetivos

    1.2.1 Objetivo Geral

    O objetivo geral consiste em uma analise comparativa dos mtodos de

    dimensionamento de forma a prever possveis inconsistncias e divergncias

    normativas.

    1.2.2 Objetivos Especficos

    Demonstrar a influncia de fatores no considerados pela NBR 6118 (2014) e

    que so consideradas por outros autores. Como por exemplo, a verificao do

    esforo cortante considerado por Montoya et al. (2011) e por Wight e

    MacGregor (2009);

    Detectar diferenas normativas. Como por exemplo, as respectivas

    diferenas entre as reas de armaduras e as tenses resistentes ao

    cisalhamento.

    1.3 Metodologia

    O desenvolvimento deste trabalho monogrfico ocorreu em duas etapas

    principais. Primeiro, foi realizada uma pesquisa bibliogrfica acerca do tema,

    baseada em: livros, apostilas, normas tcnicas e dissertaes de mestrados, a fim

    de, fundamentar o tema teoricamente. Este trabalho consiste em uma pesquisa

    exploratria. De acordo com Gil (2002) uma pesquisa exploratria, tem como

    objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema a ser pesquisado, de

    forma a torn-lo mais explcito e que na maioria dos casos assume a forma de

    pesquisa bibliogrfica.

    No segundo momento, foram realizados alguns exemplos de

    dimensionamento a fim de se obter um melhor entendimento do tema abordado.

    1.4 Estrutura do trabalho

    Este trabalho encontra-se estruturado em quatro captulos, sendo este o de

    introduo. No mesmo, um breve contexto histrico, a justificativa, a metodologia e

    seus objetivos foram apresentados.

  • 17

    O captulo 2 expe uma reviso bibliogrfica do tema, constituindo-se assim

    em conceitos iniciais, classificaes e noes de dimensionamento de sapatas

    isoladas sobre efeito de flexo, esforo cortante e puno de acordo com a NBR

    6118 (2014), Montoya et al. (2011) e Wight e MacGregor (2009).

    A seguir, so apresentados no captulo 3, exemplos de dimensionamento

    pelos diferentes mtodos expostos do capitulo 02. Por fim, no capitulo 4

    apresentaram-se as consideraes finais e sugestes para estudos futuros.

  • 18

    2 REVISO BIBLIOGRFICA

    2.1 Fundaes: Conceitos e classificaes

    As fundaes so elementos responsveis por transferir as aes atuantes na

    estrutura ao solo ou a uma rocha resistente. No entanto, sabe-se que a capacidade

    de carga do solo inferior a das colunas e paredes estruturais que sustentam a

    superestrutura. Assim, a rea de contato entre a fundao e o solo deve ser maior

    que entre a fundao e a estrutura a ser suportada (WIGHT e MACGREGOR, 2009).

    Desta forma, as fundaes possuem uma rea de contato maior com o solo e

    consequentemente uma melhor distribuio dos esforos solicitantes.

    Joppert (2007) relata que o custo de uma fundao varia entre 3% a 7% do

    custo do empreendimento e no consiste no seu item mais caro. Contudo, erros de

    concepo de projeto e vcios de execuo podem acarretar em prejuzos elevando

    o custo de forma direta ou indireta. Assim, uma fundao deve ser projetada e

    executada adequadamente a fim de se evitar reforos estruturais e processos de

    recuperao estrutural.

    Toda fundao deve assegurar a estabilidade da estrutura por toda sua vida

    til. O projetista de fundaes deve considerar um coeficiente de segurana

    adequado contra colapso e recalques diferenciais. Alm disso, fatores como o tipo

    de fundao a adotar, a profundidade e suas dimenses devem ser consideradas

    pelo projetista na superestrutura.

    Segundo Montoya et al. (2011) as fundaes necessitam de uma durabilidade

    maior em relao a superestrutura, visto que, quando afetadas por meios agressivos

    ou por aes fsicas sua restaurao onerosa e de difcil acesso.

    2.1.1 Fundaes superficiais e profundas

    De acordo com a NBR 6122 (2010), as fundaes podem ser classificadas em

    superficiais e profundas.

    a) Fundao Superficial (ou rasa ou direta):

    A transmisso da carga para o terreno acontece atravs da distribuio de

    tenses na base da fundao, sendo a profundidade de assentamento em relao

    ao terreno contguo fundao, inferior a duas vezes a menor dimenso em planta

  • 19

    (Figura 2.1). Neste tipo de fundao inclui-se o bloco, a sapata e o radier (Figura

    2.2). No entanto, a classificao das fundaes quanto forma de transmisso

    direta das aes no deve ser considerada apenas em fundao superficial, uma

    vez que, existe fundao profunda com transmisso direta de carregamento.

    Figura 2.1 Profundidade de Assentamento

    Adaptado de: http://www.lmsp.ufc.br/arquivos/graduacao/fundacao/apostila/03.pdf

    Figura 2.2 Fundaes Superficiais

    Adaptado de: https://www.academia.edu/7586455/Apostila_de_funda%C3%A7%C3%B5es

    b) Fundao Profunda

    A transmisso da carga para o terreno acontece atravs da base (resistncia

    de ponta) ou pela superfcie lateral (resistncia de fuste) ou pela combinao de

    ambas. Este tipo de fundao deve estar assente em profundidade superior ao

  • 20

    dobro de sua menor dimenso no projeto, e tendo no mnimo 3,0 m de profundidade.

    Podem ser includos as estacas e os tubules (Figura 2.3).

    Figura 2.3 Fundaes Profundas

    Adaptado de: https://www.academia.edu/7586455/Apostila_de_funda%C3%A7%C3%B5es

    2.1.2 Tipologias de sapatas

    A NBR 6118 (2014) define sapata como uma estrutura de volume utilizada

    para transmitir ao terreno as cargas de fundao. Segundo Alonso (2013) sapata

    uma fundao de concreto armado com altura menor em relao s dimenses de

    sua base e que se caracteriza por atuar basicamente a flexo. Sendo assim, as

    tenses de trao so resistidas pelo ao e no pelo concreto.

    Para Montoya et al. (2011), sapata o tipo de fundao mais empregada,

    quando o terreno em sua superfcie, apresenta uma resistncia mdia ou alta em

    relao ao carregamento da estrutura, sendo suficientemente homognea para

    evitar recalques diferenciais.

    De acordo com a NBR 6122 (2010) as sapatas so elementos de concreto

    armado dimensionados de forma que as tenses de trao sejam resistidas pelo o

    emprego de armadura. Segundo o autor, podem ser classificadas em isoladas,

    corridas, associadas e alavancadas.

    a) Sapatas Isoladas

    A NBR 6122 (2010) no faz referncia explcita do conceito de sapata isolada.

    Segundo Silva, Vanderlei e Giongo (2008) as sapatas isoladas so elementos que

  • 21

    suportam apenas um pilar e podem receber aes centradas ou excntricas. Ainda

    de acordo com o mesmo, a altura pode ser constante ou varivel (Figura 2.4) e em

    sua maioria possuem a forma quadrada, retangular ou circular.

    Figura 2.4 Sapatas Isoladas

    Adaptado de: SILVA; VANDERLEI; GIONGO (2008:01)

    Segundo Hachich et al. (1998) quanto maior a concentrao das cargas

    menor ser a liberdade na escolha do tipo de fundao a adotar. Deste modo,

    quanto maior o carregamento para pouca rea disponvel, menor a probabilidade de

    suas dimenses ocuparem adequadamente o terreno. Assim, torna-se vivel sempre

    que possvel o uso de sapatas isoladas, adaptando-as as condies do terreno.

    b) Sapatas Corridas

    A NBR 6122 (2010) a define como uma sapata sujeita ao de uma carga

    distribuda linearmente ou devido ao de pilares pouco espaados ao longo de

    um mesmo alinhamento (Figura 2.5).

    A sapata corrida utilizada como apoio direto de paredes, muros ou de

    pilares alinhados, muito prximos entre si. Os esforos so considerados uniformes,

    mesmo no caso de pilares, pois se considera a distribuio uniforme do

    carregamento entre os eixos dos pilares (ISHITANI; BELLA; GRAZIANO, 1998).

    Figura 2.5 Sapatas Corridas

    Fonte: ISHITANI; BELLA; GRAZIANO (1998: 01)

  • 22

    c) Sapatas associadas ou combinadas

    A NBR 6122 (2010) a define simplesmente como sapata comum a mais de

    um pilar (Figura 2.6). Alm disso, Wight e MacGregor (2009) complementam que os

    pilares devem estar muito prximos entre si. Ainda segundo os autores, as sapatas

    associadas devem ser aplicadas quando for invivel o uso das isoladas.

    Figura 2.6 Sapata Associada

    Fonte: http://construcaociviltips.blogspot.com.br/2012_02_01_archive.html

    No caso de similaridade dos carregamentos que agem sobre os pilares pouco

    espaados entre si, estes podem ser assentes em uma sapata corrida. Contudo,

    quando ocorrem variaes considerveis desses carregamentos, a forma trapezoidal

    (Figura 2.7) torna-se a mais adequada para coincidir o centro de gravidade das

    aes com o centro geomtrico da sapata (SILVA; VANDERLEI; GIONGO, 2008).

    Figura 2.7 Sapata Trapezoidal

    Adaptado de: http://www.elconstructorcivil.com/2012/09/zapata-trapezoidal-combinada.html

  • 23

    d) Sapatas Alavancadas (com vigas de equilbrio)

    A NBR 6122 (2010) no faz referncia explcita de sapata alavancada. De

    acordo com a mesma, viga de equilbrio ou alavanca consiste em um elemento

    responsvel por receber cargas de um ou mais pilares e transmiti-las de forma

    centrada as fundaes. Quando utilizado este elemento, as cargas atuantes nos

    pilares diferem das cargas atuantes nas fundaes.

    Segundo Silva; Vanderlei e Giongo (2008), devem ser utilizadas em sapatas

    de pilares de divisa ou prximos a obstculos, onde no possvel coincidir o centro

    de gravidade das aes com o centro geomtrico das sapatas. Usa-se uma viga de

    equilbrio de modo que uma sapata absorva o momento resultante da excentricidade

    da outra.

    Na Figura 2.8 apresentada a perspectiva de uma sapata com viga de

    equilbrio. Nestes casos, de acordo com a NBR 6122 (2010), deve-se considerar no

    dimensionamento da sapata excntrica uma reduo de no mximo 50% do alvio

    provocado pela existncia da viga de equilbrio.

    Figura 2.8 Sapata alavancada

    Adaptado de: SILVA; VANDERLEI; GIONGO (2008: 03)

    2.1.3 Rigidez das sapatas

    A NBR 6118 (2014) classifica as sapatas em rgidas e flexveis.

    a) Sapatas Rgidas

    Segundo a NBR 6118 (2014) define-se sapata rgida quando a altura da

    mesma superior a 1/3 da distancia entre as faces dos pilares e suas extremidades

    (Figura 2.9), em ambas as direes, sendo h a altura da sapata (Equao 2.1).

  • 24

    Figura 2.9 Sapata Rgida (NBR 6118)

    Adaptado de: SILVA; VANDERLEI; GIONGO (2008: 06)

    3

    aah o

    (2.1)

    Onde:

    h Altura da sapata;

    a Dimenso da sapata em uma direo;

    oa Dimenso do pilar na mesma direo;

    Ainda de acordo com a NBR 6118 (2014), a distribuio de tenses normais

    considerada plana (Figura 2.10) entre a sapata e o solo. No entanto, para fundaes

    em rochas essa hiptese deve ser revista.

    Para Montoya et al. (2011), sapatas rgidas so aquelas cujos balanos ( )

    so inferiores a duas vezes a altura da mesma (Figura 2.11). Contudo, em relao

    NBR 6118 (2014), a definio do autor consistir em altura superior a 1/4 da

    distancia entre as faces dos pilares e suas extremidades (Equaes 2.2 e 2.3) em

    ambas as direes. Alm disso, a distribuio de tenses sobre o terreno pode ser

    considerada plana semelhante NBR 6118 (2014).

    Com:

    2

    )a(a o

    (2.2)

  • 25

    Onde:

    4

    )a(ah o

    (2.3)

    Figura 2.10 Distribuio de Tenses em Sapata Rgida

    Fonte: BASTOS (2012: 07)

    Figura 2.11 Sapatas Rgidas (Montoya)

    Adaptado de: SILVA; VANDERLEI; GIONGO (2008: 06)

    Para Wight e MacGregor (2009) no existe classificao das sapatas quanto

    rigidez, diferenciando-se assim da NBR 6118 (2014) e de Montoya et al. (2011).

    Alm disso, segundo os autores, os fatores adotados na geometria da mesma

    dependem do tipo de solo, de suas propriedades e de sua distribuio de tenses.

    Deste modo, as dimenses da sapata no sero definidas pela rigidez da mesma.

    b) Sapatas Flexveis

    A NBR 6118 (2014) a define quando a altura da mesma inferior a 1/3 da

    distancia entre as faces dos pilares e suas extremidades (Figura 2.12), em ambas as

    direes, sendo h a altura da sapata (Equao 2.4).

  • 26

    Figura 2.12 Sapata Flexvel (NBR 6118)

    Adaptado de: SILVA; VANDERLEI; GIONGO (2008: 06)

    3

    aah o

    (2.4)

    Onde:

    h Altura da sapata;

    a Dimenso da sapata em uma direo;

    oa Dimenso do pilar na mesma direo;

    Segundo a NBR 6118 (2014) as sapatas flexveis e/ou fundaes em rochas

    necessitam de um estudo mais aprofundado quanto considerao da distribuio

    de tenses como plana (Figura 2.13).

    Para Montoya et al. (2011), sapatas flexveis so aquelas cujos balanos ( )

    so superiores a duas vezes a altura da mesma (Figura 2.14). Contudo, em relao

    NBR 6118 (2014), a definio do autor consistir em uma altura inferior a 1/4 da

    distancia entre as faces dos pilares e suas extremidades (Equao 2.5) em ambas

    as direes. Alm disso, segundo o autor, a distribuio de tenses sobre o terreno

    depender da rigidez relativa entre o solo e a sapata.

    Onde:

    4

    )a(ah o

    (2.5)

  • 27

    Figura 2.13- Distribuio de Tenses em Sapatas Flexveis

    Fonte: BASTOS (2012: 07)

    Figura 2.14 Sapatas Flexveis (Montoya)

    Adaptado de: SILVA; VANDERLEI; GIONGO (2008: 06)

    Montoya et al. (2011) ainda relata que no caso de sapatas retangulares

    frequente o uso em uma direo de balanos com dimenses menores que 2h e na

    outra direo com dimenses maiores que 2h. Nesse caso, a sapata considerada

    flexvel.

    2.2 Dimensionamento Flexo

    2.2.1 Dimensionamento de acordo com a NBR 6118 (2014)

    Segundo a NBR 6118 (2014), as sapatas rgidas trabalham a flexo em

    ambas as direes (a e b). Assim, para cada direo, a trao na flexo

    considerada uniforme em sua largura (Figura 2.15). No caso da compresso na

    flexo, as tenses se concentram na regio do pilar. Contudo, em sapatas muito

    alongadas, em relao ao formato do pilar, a hiptese de trao na flexo no deve

    ser aplicada.

  • 28

    Figura 2.15 Armaduras de Flexo de Sapata Rgida

    Fonte:BASTOS (2012: 05)

    Para as sapatas flexveis, a NBR 6118 (2014) afirma que a distribuio de

    tenses de trao no uniforme em suas larguras (Figura 2.16). Na flexo, a

    sapata flexvel trabalha em ambas as direes e deve ser avaliada quanto

    concentrao de flexo junto ao pilar.

    Figura 2.16 Momento Fletor na Sapata Flexvel

    Fonte:BASTOS (2012: 06)

    Ainda de acordo com a NBR 6118 (2014), para o clculo e dimensionamento

    de sapatas flexo, podem ser utilizados modelos tridimensionais lineares, modelos

    biela tirante tridimensional ou modelos de flexo. Desta forma, por no existir

    especificao na mesma de critrios a serem adotados, o projetista de fundao

    utiliza-se de literaturas nacionais.

    Segundo Ishitani, Bella e Graziano (1998) os momentos caractersticos

    atuantes em sapatas rgidas ou flexveis so verificados em sees afastadas a

    oa 0,15 e ob0,15 das faces dos pilares nas sees 1-1 e 2-2 (Figura 2.17). Segundo

    o autor, para sapatas rgidas, as respectivas armaduras so determinadas pelas

    Equaes 2.6. 2.8.

  • 29

    Figura 2.17 Momento Atuante Segundo Ishitani, Bella e Graziano (1998)

    Adaptado de: BASTOS (2012: 10)

    Sendo na direo a dado por:

    2

    hhg oConcretob (2.6)

    b2

    0,15a2

    aa

    gab

    GNM

    2

    o

    o

    b

    bK

    k

    (2.7)

    yd

    k

    sfd0,8

    MA

    f (2.8)

    sA rea de armadura a flexo;

    f Coeficiente de majorao das aes;

    kM Momento caracterstico na seo considerada;

    bG Peso prprio da sapata;

    KN Fora axial caracterstica;

    d Altura til da seo;

  • 30

    Concreto Peso especfico do concreto ;

    ydf Tenso de clculo de escoamento do ao;

    Com:

    5hd (2.9)

    h Altura da sapata em centmetros. Neste caso, os 5 cm correspondem ao

    cobrimento das armaduras;

    O dimensionamento de sapatas flexveis quanto a NBR 6118 (2014) seguir o

    modelo de flexo e ser determinado por tabelas de Pinheiro (2007), conforme

    Anexo .

    2.2.2 Dimensionamento de acordo com Montoya et al. (2011)

    Montoya et al. (2011) considera para sapatas rgidas o modelo biela-tirante

    (Figura 2.18). De acordo com o autor, o modelo exige o funcionamento eficaz do

    tirante em todo o seu comprimento e sua rea de armadura em cada direo

    determinada pelas Equaes 2.10 e 2.11.

    Sendo:

    yd

    ds

    f

    TA (2.10)

    6,8d

    aaNT oSdd

    (2.11)

    dT Fora de clculo nos tirantes;

    SdN Fora axial de clculo;

    Com:

    6hd (2.12)

    h Altura da sapata em centmetros. Neste caso, os 6 cm correspondem ao

    cobrimento das armaduras;

  • 31

    Figura 2.18 Dimensionamento Biela Tirante de Montoya et al. (2011)

    Adaptado de: http://www.demecanica.com/Calculo_Normativa/Calculo_Normativa.htm

    Em sapatas flexveis Montoya et al. (2011) determina que a atuao do

    momento esteja afastada 0a 0,15 da face interna do pilar de acordo com a seo 2-2

    (Figura 2.19) e 0b 0,15 na seo 1-1. Desta forma, as reas de armaduras sero

    definidas pelas Equaes 2.13 a 2.19.

    Figura 2.19 Momento Atuante Segundo Montoya et al. (2011)

    Adaptado de: BASTOS (2012: 10)

    cUU (2.13)

  • 32

    Com:

    bdfU cdc (2.14)

    0,721 (215)

    ab

    N Sdt (2.16)

    2otd 0,15ab

    2

    1M (2.17)

    dU

    M

    c

    d (2.18)

    U Fora mecnica do ao;

    cU Fora mecnica do concreto;

    SdN Fora axial de clculo;

    Taxa mecnica;

    Momento reduzido de clculo;

    dM Momento de clculo na seo considerada;

    Balano de uma das dimenses da sapata;

    t Tenso estimada do terreno para verificaes estruturais;

    cdf Resistncia de clculo do concreto a compresso;

    Onde a rea de armadura ser:

    yds

    f

    UA (2.19)

    sA rea de armadura flexo;

    ydf Tenso de clculo de escoamento do ao;

  • 33

    Ainda de acordo com Montoya et al. (2011) o clculo da rea de ao

    realizado em funo do maior valor do balano ( ) de acordo com a Figura 2.20 e

    com as Equaes 2.20 e 2.21.

    2

    aa 0a

    (Direo a) (2.20)

    2

    bb 0b

    (Direo b) (2.21)

    Figura 2.20 Formas Tpicas de uma Sapata Isolada (Montoya)

    Adaptado de: MONTOYA; MESEGUER; CABR (2001: 506)

    2.2.3 Dimensionamento de acordo com Wight e MacGregor (2009)

    Wight e MacGregor (2009) afirmam que a verificao da armadura de flexo

    realizada em ambas as direes em funo de uma seo crtica. Em sapatas com

    pilares retangulares a seo critica, definida pelos autores, determinada na face do

    pilar (Figura 2.21).

    De acordo com os autores, em sapatas quadradas a distribuio da armadura

    dever ser uniforme em ambas as direes. J no caso de sapatas retangulares h

    uma concentrao da mesma prxima ao pilar. Assim, o clculo de sapatas

    quadradas e retangulares ser determinado pelas Equaes 2.22 e 2.23.

    2bM

    2

    td

    (2.22)

    djf

    MA

    yk

    dS

    (2.23)

  • 34

    Onde:

    dM Momento de clculo na seo considerada;

    ykf Tenso caracterstica de escoamento do ao;

    j Constante geralmente igual a 0,95;

    t Tenso estimada do terreno para verificaes estruturais, dimensionado

    pela Equao 2.16;

    Balano de uma das dimenses da sapata, dimensionado pelas

    Equaes 2.20 e 2.21;

    Coeficiente de minorao de fora, geralmente na flexo considera-se

    igual a 0,9 para deformaes 005,0t .

    Sendo:

    cob.hd (2.24)

    h Altura da sapata;

    cob. Cobrimento da armadura de flexo;

    Dimetro da armadura de flexo;

    Figura 2.21 rea Crtica de Sapatas Flexo (Wight e MacGregor)

    Adaptado de: WIGHT e MACGREGOR (2009: 790)

  • 35

    2.3 Dimensionamento ao Cisalhamento

    2.3.1 Dimensionamento de acordo com a NBR 6118 (2014)

    A NBR 6118 (2014) no possui tpicos especficos de dimensionamento ao

    cisalhamento em sapatas. No entanto, segundo esta, deve ser verificado o efeito de

    puno adotando-se os tpicos de verificao puno em lajes.

    O modelo adotado pela NBR 6118 (2014) consiste na verificao do

    cisalhamento em duas ou mais superfcies crticas. A primeira superfcie crtica

    (contorno C) est na face do pilar e deve ser verificada a tenso de compresso

    diagonal do concreto atravs da tenso de cisalhamento. J a segunda superfcie

    (contorno C) est afastada 2d da face do pilar e deve ser verifica resistncia a

    trao diagonal atravs de uma tenso cisalhante. As respectivas superfcies

    crticas C e C podem ser observadas na Figura 2.22.

    Segundo a NBR 6118 (2014), na sapata rgida o cisalhamento atuar em

    ambas as direes, havendo apenas a necessidade de verificao da compresso

    diagonal, j que, o efeito de trao diagonal no representa risco ruptura. De

    acordo com a norma, a compresso diagonal localiza-se no interior do cone

    hipottico de puno e a trao diagonal fora deste. Assim, em sapatas rgidas deve

    ser verificado apenas o contorno C.

    Figura 2.22 Permetro Crtico em Pilares Internos (NBR 6118)

    Adaptado da: NBR 6118 (2014: 161)

    Em sapatas flexveis o efeito de puno para a NBR 6118 (2014) deve ser

    verificado trao e a compresso diagonal. Portanto, a verificao dever ser

    realizada nos contornos C e C. Neste item a NBR 6118 (2014) apresenta uma

    inconsistncia, pois a inclinao para classificao quanto rigidez diferente da

    inclinao do cone de puno podendo ocorrer casos nos quais a sapata

  • 36

    classificada como flexvel e mesmo assim ainda encontra-se dentro do cone de

    puno (Figura 2.23).

    Figura 2.23 Inclinao do Cone de Puno e Inclinao Limite de Rigidez (NBR 6118)

    Fonte: Prprio Autor (2015)

    A altura til adotada pela NBR-6118 (2014) consiste em uma mdia das

    alturas teis nas direes x e y ao longo do contorno C.

    2

    ddd

    yx (2.25)

    No contorno C, a NBR-6118 (2014) estabelece para pilar interno com

    carregamento simtrico:

    Rd2

    o

    Sd

    Sd du

    F (2.26)

    Onde:

    cdRd2f0,27 V (2.27)

    c

    ck

    cd

    ff (2.28)

    SdF Fora Solicitante de clculo puno;

    Sd Tenso de cisalhamento solicitante de clculo;

    Rd2 Tenso resistente de compresso diagonal do concreto na superfcie

    crtica C;

    250

    f1 ckV , com ckf em MPa ;

  • 37

    d Altura til da seo;

    ou Permetro crtico no contorno C;

    c Coeficiente de minorao do concreto, geralmente considerado para

    aes normais;

    Segundo a NBR 6118 (2014), o valor de Rd2 pode ser majorado em 20%

    devido ao efeito de estado mltiplo de tenses junto ao pilar. No entanto, esta

    condio no se aplica em sapatas isoladas.

    A verificao do contorno crtico C em elementos estruturais ou trechos sem

    armadura de puno dada pela NBR-6118 (2014) pelas Equaes 2.29 2.31.

    Rd1

    Sd

    Sd ud

    F (2.29)

    Sendo:

    1/3ckRd1 f100d2010,13 (2.30)

    Com:

    yx (2.31)

    Sd Tenso de cisalhamento solicitante de clculo;

    Rd1 Tenso resistente de trao diagonal do concreto na superfcie C;

    Taxa geomtrica de armadura de flexo;

    x e y Taxas de armadura nas direes ortogonais. Em pilares centrais

    consideram-se as dimenses afastadas 3d da face do pilar. No caso de proximidade

    da borda, prevalece a distncia at a borda, quando menor que 3d.

    Na presena de capitel (sapata de altura varivel), a NBR 6118 (2014) afirma

    que a verificao do mesmo deve ocorrer nos contornos C1 e C2 como indicado na

    Figura 2.24.

  • 38

    Figura 2.24 Permetros Crticos em Capitel (NBR 6118)

    Adaptado da: NBR 6118 (2014: 164)

    Onde:

    d Altura til da seo, em capitis aplicada no contorno C2 ;

    cd Altura til na face do pilar;

    ad Altura til no contorno C1 ;

    c Distancia entre a borda do capitel e a face do pilar; Quando:

    dd2 cc Basta verificar o contorno C2;

    ccc 2ddd2 Basta verificar C1;

    cc 2d Verificar contornos C1 e C2;

    2.3.2 Dimensionamento de acordo com Montoya et al. (2011)

    De acordo com Montoya et al. (2011), a ruptura por cisalhamento deve ser

    verificada de duas formas. A primeira, em uma nica direo, por efeito do esforo

    cortante e a segunda nas duas direes, devido ao efeito de puno. Ainda

    segundo o autor, o cisalhamento deve ser analisado apenas em sapatas flexveis.

    O dimensionamento de sapatas, segundo Montoya et al. (2011), ao esforo

    cortante segue o mesmo mtodo adotado pelo autor em vigas. Assim, o efeito do

    esforo cortante precisa ser verificado a uma distncia d da face externa do pilar

    na seo 2-2 (Figura 2.25).

  • 39

    Figura 2.25 Seo 2-2 sobre Atuao de Esforo Cortante (Montoya)

    Fonte: MONTOYA; MESEGUER; CABR (2001: 511)

    Segundo Montoya et al. (2011), a verificao ao cortante deve atender a

    maior dimenso da sapata nas Equaes 2.32 a 2.38.

    RdSdVV (2.32)

    Onde:

    dbV tsd (2.33)

    bdfV cvRd (2.34)

    cm

    1/3

    ckcv ff1000,12f (2.35)

    1/2

    ck

    3/2

    cm f0,05f (2.36)

    d

    2001 (2.37)

    bd

    A s (2.38)

    SdV Esforo cortante solicitante de clculo;

    RdV Esforo cortante resistente de clculo;

    t Tenso estimada do terreno para verificaes estruturais;

    cvf Resistncia virtual ao cortante, com ckf em MPa;

  • 40

    cmf Resistncia virtual mnima ao cortante, com ckf em MPa;

    Coeficiente para clculo de cvf com d em milmetros;

    Taxa geomtrica de armadura de flexo;

    O efeito da puno para Montoya et al. (2011) considerado em sapatas

    atuando a flexo em duas direes e depender de uma seo crtica a uma

    distncia de 2d da face do pilar (Figura 2.26). Consequentemente, a seo crtica

    se assemelha a adotada pela NBR 6118 (2014).

    cvsdf (2.39)

    Com:

    duF

    c

    sd

    sd (2.40)

    Onde:

    Sd Tenso de cisalhamento solicitante de clculo;

    SdF Fora solicitante de clculo puno;

    cu Permetro crtico puno de Montoya;

    Figura 2.26 Seo Crtica Puno (Montoya)

    Adaptado de: EUROCODE N2 (2004: 99)

  • 41

    2.3.3 Dimensionamento de acordo com Wight e MacGregor (2009)

    Segundo Wight e MacGregor (2009), a verificao ao cisalhamento em

    sapatas semelhante metodologia de Montoya et al. (2011). Contudo, o efeito de

    cisalhamento em uma direo, devido ao esforo cortante, verificado por fissuras

    inclinadas ao longo da largura da pea. J o efeito por cisalhamento em duas

    direes, devido puno, verificado por fissuras na forma piramidal.

    Segundo Wight e MacGregor (2009), a ruptura por cisalhamento em uma

    direo determinante nas sapatas corridas e nas sapatas isoladas retangulares. O

    dimensionamento se assemelha ao de vigas chatas e deve ser verificado com as

    Equaes 2.41 a 2.43. No entanto, este deve ser verificado tanto em sapatas

    quadradas quanto em retangulares (Figura 2.27).

    cSdVV (2.41)

    Onde:

    bdV tSd (2.42)

    ckcf2,62d2bV (2.43)

    SdV Esforo cortante solicitante de clculo;

    cV Fora resistente do concreto ao cisalhamento, com ckf em

    2kN/m ;

    t Tenso estimada do terreno para verificaes estruturais, dimensionado

    pela Equao 2.16;

    Coeficiente de minorao de fora, geralmente no cisalhamento

    considerado igual a 0,75;

    d Altura til da seo;

    Balano de uma das dimenses da sapata, dimensionado pelas

    Equaes 2.20 e 2.21;

  • 42

    Figura 2.27 Cisalhamento em uma Direo (Wight e MacGregor)

    Adaptado de: WIGTH e MACGREGOR (2009: 823)

    Em sapatas isoladas quadradas o efeito de puno predominante. Assim o

    permetro crtico (Figura 2.28) poder ser determinado pela Equao 2.44.

    d)2(bda2u oom (2.44)

    Sendo:

    mu Permetro crtico puno de Wight e MacGregor;

    Figura 2.28 Cisalhamento em duas Direes e Efeito de Puno (Wight e MacGregor)

    Adaptado de: WIGTH e MACGREGOR (2009: 823)

  • 43

    Ainda segundo os autores, a verificao puno deve satisfazer as

    Equaes 2.45 2.49.

    cSdVV (2.45)

    Com:

    dbdaabV ootSd (2.46)

    ckm

    c

    c f2,63du

    42V

    (2.47)

    Onde:

    SdV Esforo cortante solicitante de clculo;

    cV Fora resistente do concreto ao cisalhamento, com ckf em

    2kN/m ;

    d Altura til da seo;

    ckf Resistncia caracterstica do concreto a compresso;

    mu Permetro crtico puno de Wight e MacGregor;

    Coeficiente de minorao de fora, geralmente no cisalhamento

    considerado igual a 0,75;

    c Razo entre a maior dimenso e a menor dimenso do pilar, ou seja:

    o

    o

    ca

    b (2.48)

    Segundo Wight and MacGregor (2009), a seguinte condio deve ser

    atendida quanto ao valor mximo considerado de resistncia, onde:

    42u

    d

    42

    mc

    s

    (2.49)

  • 44

    Os valores de s para pilares ainda de acordo com Wight e MacGregor (2009)

    so:

    40s , para pilares de centro;

    30s , para pilares de borda;

    20s , para pilares de canto;

  • 45

    3 EXEMPLOS DE DIMENSIONAMENTO

    Neste captulo sero apresentados alguns exemplos de dimensionamento de

    sapatas isoladas rgidas e flexveis, utilizando os processos de clculos

    apresentados no captulo 02. Sero considerados no clculo os diferentes

    coeficientes de majorao das normas, assim como os valores de armadura mnima.

    No primeiro exemplo a sapata ser rgida pela NBR 6118 (2014) e por Montoya et al.

    (2011). No segundo exemplo a sapata ser flexvel para ambas. E no ltimo

    exemplo a sapata ser flexvel para a NBR 6118 (2014) e rgida para Montoya et al.

    (2011). No entanto, o dimensionamento de Wight e MacGregor (2009) ser

    considerado nos trs exemplos independente da rigidez.

    3.1 Exemplo 1

    Verificar a sapata da figura 3.1 com um pilar de seo 20 x 75 cm. Adotar

    rodap ( oh ) de 25 cm, concreto C30 e ao CA-50. So tambm conhecidos:

    KN 2400 kN ; KfSd NN

    Cf 1,4 e 15,1S (NBR 6118);

    Cf 1,5 e 15,1S (Montoya et al.);

    f 1,4 (Wight e MacGregor);

    Figura 3.1 Dimenses: Exemplo 01

    Fonte: Prprio autor (2014)

  • 46

    3.1.1 Dimensionamento de acordo com a NBR 6118 (2014)

    A verificao da rigidez da sapata dada pela Equao 2.1 e sabe-se que a

    altura da mesma de 70 cm ( 270cma ; 215cmb ; 75cma o ; 20cmbo ).

    cm 65cm 70hcm 65

    3

    75270

    3

    aa o

    (Sapata Rgida)

    cm 65cm 70hcm 65

    3

    20215

    3

    bb o

    (Sapata Rgida)

    a) Dimensionamento flexo

    No clculo das armaduras de flexo adotar as Equaes 2.6 a 2.9 (Sabe-se

    que o peso especfico do concreto kN/m 25Concreto ).

    62,11kN25kN/m30,450,155,8050,155,8050,255,805Gb

    /88,112

    0,250,752g b mkN

    mkN 12,2452,152

    0,750,152

    0,752,70

    11,882,152,70

    62,114002M

    2

    ka

    mkN 13,6252,702

    0,200,152

    0,202,15

    11,882,152,70

    62,114002M

    2

    kb

    cm 655705hdd ba

    /48,4315,1

    50

    ff

    s

    ck

    yd cmkN

    cm/m 1,152,15

    32,46cm 46,32

    1,1550650,8

    kN.cm 524121,4

    fd0,8

    MA

    yda

    ka

    sa

    f

    cm/m 90,212,70

    34,81cm 81,34

    1,1550650,8

    kN.cm 562131,4

    fd0,8

    MA

    ydb

    kb

    sb

    f

  • 47

    necessria a verificao da armadura mnima de acordo com Ishitani, Bella

    e Graziano (1998) na Equao 3.1.

    cm/m 7

    100

    701000,10,1%bhAsmin

    (3.1)

    c/13 16 cm/m 1,15AAA samins,sa

    c/13 16 cm/m 90,12AAA sbmins,sb

    No detalhamento de sapatas rgidas a taxa de armadura considerada

    uniformemente distribuda em as ambas s direes. Para o Exemplo 1 o mesmo

    encontra-se na Figura 3.2. Adotar cobrimento de 5cm.

    Figura 3.2 Detalhamento: Exemplo 01 (NBR 6118)

    Fonte: Prprio autor (2014)

    b) Dimensionamento ao cisalhamento

    Em sapatas rgidas o dimensionamento consiste apenas em verificao do

    contorno C (Figura 3.3) nas Equaes 2.25 a 2.28. O clculo de xd e yd deve

    atender as Equaes 3.2 e 3.3.

  • 48

    cm 2,46

    2

    1,6570

    2cob.hdx

    (3.2)

    cm ,6261,62,64dd xy

    (3.3)

    cm 4,36

    2

    62,664,2

    2

    ddd

    yx

    c

    Figura 3.3 Contorno C: Exemplo 01 (NBR 6118)

    Fonte: Prprio autor (2014)

    cm 19020752ba2u ooo

    MPa 79,2kN/cm 0,27963,4190

    3360

    du

    FkN 360340021,4F

    o

    SdSdSd

    5,09MPa

    1,4

    30

    250

    3010,27f0,27 cdVRd2

    Ok! Rd2Sd

    3.1.2 Dimensionamento de acordo com Montoya et al. (2011)

    A verificao da rigidez da sapata dada pela Equao 2.3 e sabe-se que a

    altura da mesma de 70 cm.

    48,75cmcm 70h 48,75cm

    4

    75270

    4

    aa o

    (Sapata Rgida)

  • 49

    cm 48,75cm 70hcm 48,75

    4

    20215

    4

    bb o

    (Sapata Rgida)

    a) Dimensionamento flexo

    As reas de armaduras sero calculadas de acordo com as Equaes 2.10

    2.12.

    cm 646706hdd ba

    /47,4315,1

    50cmkN

    ff

    s

    yk

    yd

    Montoya et al. (2011) em sapatas rgidas

    limita /40 cmkNf yd .

    kN 05,1613

    646,8

    7527024001,5

    6,8d

    aaNT oSdda

    cm 33 40,40

    1613,05

    f

    TA

    yd

    dasa (Direo a)

    kN 05,1613

    646,8

    2021524001,5

    6,8d

    bbNT oSddb

    cm 33,4040

    1613,05

    f

    TA

    yd

    dasb (Direo b)

    necessria a verificao da armadura mnima de acordo Montoya et al.

    (2011) na Equao 3.4.

    0,09% min (3.4)

    Ok! % 0,29 0,0029

    64 215

    40,33

    bd

    A min

    saa

    Ok! % 0,23 0,0023

    64 270

    40,33

    ad

    A min

    sbb

    c/10 16 cm/m 76,182,15

    40,33 cm 33,40Asa

  • 50

    c/10 16 cm/m 94,412,70

    40,33cm 33,04Asb

    No detalhamento de sapatas rgidas a taxa de armadura considerada

    uniformemente distribuda em as ambas s direes. Para o Exemplo 1 o mesmo

    encontra-se na Figura 3.4. Adotar cobrimento de 6cm.

    Figura 3.4 Detalhamento: Exemplo 01 (Montoya)

    Fonte: Prprio autor (2014)

    b) Dimensionamento ao cisalhamento

    Segundo Montoya et al. (2011) no h necessidade de verificao ao

    cisalhamento em sapatas rgidas.

    3.1.3 Dimensionamento de acordo com Wight e MacGregor (2009)

    a) Dimensionamento flexo

    As respectivas armaduras sero calculadas pelas Equaes 2.22 a 2.24.

    Adotar cobrimento de 3 in (polegadas) que equivalem a 7,6 cm.

    kN 3360N4,1N KSd

  • 51

    kN/m 81 578,2,15 2,70

    3360

    ab

    N Sdt

    cm 97,52

    75270a

    cm 5,792

    20215b

    cm 60,81,67,670cob.hd

    cmkN 59150mkN 50,5912

    0,9752,1581,578M

    2

    da

    cmkN 74281mkN 81,7422

    0,9752,7081,578M

    2

    db

    cm/m ,5801

    2,15

    22,76cm 76,22

    60,80,95500,9

    59150ASa

    cm/m 58,10

    2,70

    28,58cm 58,28

    60,80,95500,9

    74281ASb

    Segundo Wight e MacGregor (2009), a armadura mnima deve ser calculada

    pela Equao 3.5.

    0,0018bh Asmin (3.5)

    cm/m 12,670 100 0,0018A b"" e a"" Direo smin

    c/15 16 barras 14cm 27,09cm/m 6,21AAA sasminsa

    c/15 16 barras 17cm 34,02cm/m 6,21AAA sbsminsb

    necessria a verificao do momento mximo permitido em cada direo de

    acordo com Wight e MacGregor (2009) nas Equaes 3.6 e 3.7.

    MXdMM (3.6)

  • 52

    b1,7f

    fAdfAM

    ck

    yks

    yksMX (3.7)

    a"" DireocmkN 261272153,01,7

    5027,0960,8500,9027,09Ma

    MX

    Ok!MaMMXda

    b"" DireocmkN 911882703,01,7

    5034,0260,8500,9034,02Mb

    MX

    Ok!MbMMXdb

    O detalhamento na maior direo de sapatas retangulares concentra-se

    prximo ao pilar (Figura 3.5) de acordo com a Equao 3.8.

    Figura 3.5 Concentrao de Armadura (Wight e MacGregor)

    Fonte: Prprio autor (2014)

    sbA de barras de n

    b

    a1

    2xba

    (3.8)

    mm 16 1517

    2,15

    2,701

    2x

  • 53

    O detalhamento de Wight e MacGregor (2009) considera a concentrao de

    barras de ao na maior direo de acordo com a Figura 3.6.

    Figura 3.6 Detalhamento: Exemplo 01 (Wight e MacGregor)

    Fonte: Prprio autor (2014)

    b) Dimensionamento ao cisalhamento

    O cisalhamento em uma direo deve ser verificado pelas Equaes 2.41 a

    2.43. Em sapatas retangulares acontecer na maior direo.

    kN 71,4562,15 0,6080,97581,578bdV atSd

    kN 098300002,620,750,6082,152f2,62d2bV ckc

    !Ok cSd VV

    Segundo Wight e MacGregor (2011) o cisalhamento em duas direes

    dificilmente causar problemas em uma sapata retangular. No entanto, sua

    verificao determinada pelas Equaes 2.44 a 2.49.

  • 54

    cm 433,260,8)2(20,806752um

    kN 88 2724, 0,6080,20 ,60800,7515,2702,81,578VSd

    A condio da Equao 2.49 deve atender a um menor coeficiente para a

    equao 2.47.

    75,320

    75c

    07,33,75

    42

    61,72433,2

    8,600440

    s

    61,7407,3

    kN 62273000063,2608,04,33275,007,3Vc

    Ok!kN 2762VVV SdcSd

    Como forma comparativa com os mtodos de verificao puno da NBR

    6118 (2014) e de Montoya et al. (2011), ser calculada a tenso solicitante e a

    tenso resistente puno.

    MPacmkNSd 03,1/103,08,602,433

    88,2724kN 88,2724VSd

    MPacmkNc 05,1/105,08,602,433

    2762kN 2762Vc

  • 55

    3.2 Exemplo 2

    Verificar a sapata da figura 3.7 com um pilar de seo 20 x 75 cm. Adotar

    rodap ( oh ) de 20 cm, concreto C30 e ao CA-50. So tambm conhecidos:

    KN 400 kN ; KfSd NN

    Cf 1,4 e 15,1S (NBR 6118);

    Cf 1,5 e 15,1S (Montoya et al.);

    f 1,4 (Wight e MacGregor);

    Figura 3.7 Dimenses: Exemplo 02

    Fonte: Prprio autor (2014)

    3.2.1 Dimensionamento de acordo com NBR 6118 (2014)

    A verificao da rigidez da sapata dada pela Equao 2.4 e sabe-se que a

    altura da mesma de 45 cm ( 0cm72a ; cm 512b ; cm 75a o ; cm 02bo ).

    cm 65 cm 54hcm 65

    3

    75270

    3

    aa o

    (Sapata Flexvel)

    cm 65cm 54hcm 65

    3

    20215

    3

    bb o

    (Sapata Flexvel)

  • 56

    a) Dimensionamento flexo

    Considerar as Equaes 2.6 e 2.7 para o clculo dos momentos (Sabe-se

    que o peso especfico do concreto 25kN/mConcreto ).

    kN 40,43kN/m 2530,250,155,8050,155,8050,20805,5Gb

    /13,82

    0,200,4552gb mkN

    mkN 86,772,152

    0,750,152

    0,752,70

    8,132,152,70

    43,40400M

    2

    ka

    mkN 93,062,702

    20,00,152

    0,202,15

    13,82,152,70

    43,40400M

    2

    kb

    cm 405455hdd ba

    /48,4315,1

    50

    ff

    s

    yk

    yd cmkN

    flexo) de (Tabelas 023,056,3586774,1

    40270

    M

    daKa"" Direo

    ka

    C

    S

    f

    K

    flexo) de (Tabelas 023,040,2693064,1

    40215

    M

    dbKb"" Direo

    ka

    C

    S

    f

    K

    3,3cm/m2,157,0cm 7,0

    40

    67781,40,023

    d

    MKA kafssa

    cm/m 2,82,707,57,5cm

    40

    30691,40,023

    d

    MKA kbfssb

    necessria a verificao da armadura mnima de acordo com Ishitani, Bella

    e Graziano (1998) na Equao 3.1.

    cm/m 4,5100

    451000,1Asmin

  • 57

    cm 9,7 8c/11 cm/m 4,5AAA sasminsa

    cm 12,2 c/11 8 cm/m 5,4AAA sbsminsb

    Em sapatas flexveis, a concentrao de flexo junto ao pilar (Figura 3.8)

    pode ser resolvida por Ishitani, Bella e Graziano (1998) nas Equaes 3.9 e 3.10.

    Figura 3.8 Concentrao de armadura (NBR 6118)

    Fonte: Prprio autor (2014)

    (3.9)

    (3.10)

    Armadura na faixa central:

    Armadura nas faixas laterais:

    6,3c/12 cm/m 2,52,15)(2,70

    cm 1,410,8212,2AA Conc.S,Sb

    Pode-se adotar 8c/10 em toda a largura para ambas as direes como

    forma de simplificao da verificao ao cisalhamento. O detalhamento da sapata

    est representado na Figura 3.9. Adotar cobrimento de 5cm.

    Sa

    S2AA SbConcS,

    2ha

    bSba

    o

    cm 165452752ha

    cm 215bS

    o

    c/10 8 5cm/m2,15

    cm 10,82

    215270

    215212,2A ConcS,

  • 58

    cm 10,75 8c/10 cm/m 5Asa

    cm 13,5 c/10 8 cm/m 5Asb

    Figura 3.9 Detalhamento: Exemplo 02 (NBR 6118)

    Fonte: Prprio autor (2014)

    b) Dimensionamento ao cisalhamento

    A verificao ao cisalhamento em sapatas flexveis com capitel deve atender

    as Equaes 2.25 a 2.28 no contorno C. No clculo de dc ser utilizado as

    Equaes 3.2 e 3.3.

    cm 6,932

    0,8545

    2cob.hdx

    cm 8,388,06,39dd xy

    cm 2,39

    2

    8,386,39

    2

    ddd

    yx

    c

    cm 19020752ba2u ooo (Semelhante ao Exemplo 01)

  • 59

    MPa 0,750,075kN/cm2,39190

    560

    du

    FkN6050041,4F

    o

    SdSdSd

    5,09MPa

    1,4

    30

    250

    3010,27f0,27 cdVRd2

    Ok! Rd2Sd

    Segundo a NBR 6118 (2014) em sapatas de altura varivel os contornos C1 e

    C2 devem ser verificados. No entanto, o contorno C2 localiza-se fora das dimenses

    em planta da mesma. Dessa forma, o contorno C1 consiste no nico contorno C a

    atender as Equaes 2.29 a 2.31. Para o clculo de ha ser utilizado a Equao

    3.11 especificada na Figura 3.10.

    Figura 3.10 Contornos C e C: Exemplo 02 (NBR 6118)

    Fonte: Prprio autor (2014)

    cm5,792

    20215

    2

    75702c

    c

    cco

    oa

    dhhhh

    2 (3.11)

    cm 24,90

    97,5

    39,2297,5204520h a

    cm 19,5

    2

    0,8524,90dax

    cm 18,78,05,19day

  • 60

    0,43MPa0,043kN/cm19,16,826

    4001,4Sd

    No clculo das taxas geomtricas ser adotada a Equao 3.12 para a altura

    til da Figura 3.11 .

    Figura 3.11 Altura til a 3d da Face (NBR 6118)

    Fonte: Prprio autor (2014)

    c

    aco

    o3d

    3dhhhh

    (3.12)

    cm 30,31

    97,5

    19,1397,5204520h3d

    cm91,24

    2

    0,8531,30d3dx

    24,11cm8,091,24d3dy

    00166,031,30270

    barras 27503,0

    bh

    Asxx

    cm 19,12

    18,719,5da

    cm 682,62,39475202ud4ba2u11 c'cooc'

    24,51cm2

    11,2491,24d3d

  • 61

    00170,031,30215

    barras 22503,0

    bh

    Asyy

    00168,000170,000166,0

    0,45MPa300,001681001,192010,13 1/3Rd1

    Rd1Sd MPa 0,43 A sapata resiste no contorno C1!

    3.2.2 Dimensionamento de acordo com Montoya et al. (2011)

    A verificao da rigidez da sapata dada pela Equao 2.5 e sabe-se que a

    altura da mesma de 45 cm.

    cm 48,75cm 45h48,75cm

    4

    75270

    4

    aa o

    (Sapata Flexvel)

    cm 48,75cm 45hcm75,48

    4

    20215

    4

    bb o

    (Sapata Flexvel)

    a) Dimensionamento flexo

    As reas de armaduras sero calculadas de acordo com as Equaes 2.13

    2.21.

    kN/m 3,4012,152,7

    0041,5

    ab

    N Sdt

    cm396456hdd ba

    m 0,975cm 97,52

    75270

    2

    aa 0a

    b

    mkN 46,3110,750,150,9752,153,4012

    1M

    2

    da

    mkN 99,1400,200,150,9752,703,4012

    1M

    2

    db

    20000kN/m20MPa1,5

    30

    ff

    c

    ck

    cd

  • 62

    kN 167700,392,1500002bdfU cdca

    kN 210600,392,7020000adfU cdcb

    0,02010,3916770

    131,46

    dU

    M

    ca

    daa

    0172,00,3921060

    99,140

    dU

    M

    c

    db

    0204,00,02010,7210,0201a

    0174,00,01720,7210,0172b

    kN 342,11 16770 0,0204UU caaa

    kN 44,663 21060 0,0174UU cbbb

    kN/cm 43,48434,8N/mm1,15

    N/mm 500

    ff

    s

    yk

    yd

    cm 7,8743,48

    342,11

    f

    UA

    yd

    asa

    cm 8,4343,48

    366,44

    f

    UA

    yd

    bsb

    necessria a verificao da armadura mnima de acordo com segundo

    Montoya et al. (2011) na Equao 3.4.

    Ok! 0,094% 0,00094

    39 215

    7,87

    bd

    A min

    saa

    Ok! No 0,08% 0,00080

    93 270

    8,43

    ad

    A min

    sbb

    8c/13 cm/m 66,3cm 87,7Asa

    8c/13 cm/m 51,3cm 48,993 270 0,0009daAA minSminsb

  • 63

    0,0010293215

    8,55cm 55,8A8mm 17A aSaSa

    0,001093270

    10,56cm 10,56A8mm 12A bSbSb

    A concentrao de flexo junto ao pilar (Figura 3.12) pode ser resolvida por

    Ishitani, Bella e Graziano (1998) nas Equaes 3.9 e 3.10. Adotar cobrimento de

    6cm.

    Armadura na faixa central:

    Armadura nas faixas laterais:

    mm 8 2AA Conc.S,Sb

    Figura 3.12 Detalhamento: Exemplo 02 (Montoya)

    Fonte: Prprio autor (2014)

    cm 165452752ha

    cm 215bS

    o

    cm 9,56mm 8 19215270

    2152)mm 8 (21A ConcS,

  • 64

    b) Dimensionamento ao cisalhamento

    No cisalhamento Montoya et al. (2011) recomenda as Equaes 2.32 a 2.40.

    kN 05,1300,390,9752,15103,4dbV tsda

    kN 32,1630,390,9752,70103,4daV tsdb

    716,1390

    2001

    d

    2001

    a"" Direo299kN/m0,299N/mm300,001021001,7160,12f 1/3cva

    b"" Direo297kN/m0,297N/mm300,00101001,7160,12f 1/3cvb

    kN/m1660,616N/mm301,7160,05f 1/23/2cm

    kN/m166fff cvacmcva

    kN/m166fff cvbcmcvb

    kN 52,5160,392,15616dbfV cvaRda

    kN 65,6480,392,70616dafV cvbRdb

    RdaSda VV Resiste ao cortante! (Situao Crtica)

    RdbSdb VV Resiste ao cortante!

    A pior situao acontece para o maior balano. No entanto, neste caso em

    que os balanos so iguais, ser considerado para a maior direo.

    m 80,60,750,220,394ba2d4u ooc

    kN600NF Sdsd

    cvSdsd fkN/m 226,24

    0,3980,6

    600 Resiste puno!

  • 65

    3.2.3 Dimensionamento de acordo com Wight e MacGregor (2009)

    a) Dimensionamento flexo

    As respectivas armaduras sero calculadas pelas Equaes 2.22 a 2.24.

    Adotar cobrimento de 3 in (polegadas) que equivalem a 7,6 cm.

    560kNN4,1N KSd

    kN/m 47,6970,215,2

    560

    ab

    N Sdt

    cm 5,792

    57702a

    b

    cm ,15631,257,645d

    cmkN 8589mkN 58,892

    0,9752,1547,69M

    2

    da

    cmkN 38021mkN 123,802

    0,9752,7047,69M

    2

    db

    cm/m 32,156,38cm 6,38

    ,15630,95500,9

    9858ASa

    cm/m 32,708,0cm 0,8

    15,630,95500,9

    12380ASb

    Segundo Wight e MacGregor (2009), a armadura mnima deve ser calculada

    pela Equao 3.5.

    cm/m 8,1540010,0018A b"" e a"" Direo smin

    c/15 12,5 barras 41cm 42,712,158,18,1cm/mAAA sasminsa

    c/15 12,5 barra 18cm 87,122,701,8cm/m 8,1AAA sbsminsb s

    necessria a verificao do momento mximo permitido em cada direo de

    acordo com Wight e MacGregor (2009) nas Equaes 3.6 e 3.7.

  • 66

    cmkN 771522153,01,7

    5017,4236,15500,9017,42Ma"" Direo

    MX

    Ok!MMMXda

    cmkN 479632703,01,7

    50,871215,63500,9087,21Mb"" Direo

    MX

    Ok!MMMXdb

    O detalhamento na maior direo de sapatas retangulares concentra-se

    prximo ao pilar (Figura 3.5) de acordo com a Equao 3.8.

    mm 12,5 1618

    2,15

    2,701

    2x

    O detalhamento de Wight e MacGregor (2009) considera a concentrao de

    barras de ao na maior direo de acordo com a Figura 3.13.

    Figura 3.13 Detalhamento: Exemplo 02 (Wight e MacGregor)

    Fonte: Prprio autor (2014)

  • 67

    b) Dimensionamento ao cisalhamento

    O cisalhamento em uma direo deve ser verificado pelas Equaes 2.41 a

    2.43. Em sapatas retangulares acontecer na maior direo.

    kN 25,1272,15 0,36150,97547,69bdV atSd

    kN05,295300002,6275,00,36152,152f2,62d2bV ckc

    !Ok cSd VV

    Segundo Wight e MacGregor (2011) o cisalhamento em duas direes

    dificilmente causar problemas em uma sapata retangular. No entanto, sua

    verificao determinada pelas Equaes 2.44 a 2.49.

    cm 6,334,15)632(2015,36752um

    kN80,4990,36150,20,361500,7515,2702,47,96VSd

    A condio da Equao 2.49 deve atender a um menor coeficiente para a

    Equao 2.47.

    75,320

    75 c

    07,33,75

    42

    32,62334,6

    15,360440

    s

    32,6407,3

    kN7,12683000063,21563,03,34675,007,3Vc

    Ok!kN 68,721VVV SdcSd

    Como forma comparativa com os mtodos de verificao puno da NBR

    6118 (2014) e de Montoya et al. (2011), ser calculada a tenso solicitante e a

    tenso resistente puno.

  • 68

    MPacmkNSd 41,0/041,015,366,334

    80,499kN 80,499VSd

    MPacmkNc 05,1/105,015,366,334

    7,1268kN 7,1268Vc

  • 69

    3.3 Exemplo 3

    Verificar a sapata da Figura 3.14 com um pilar de seo 20 x 75 cm. Adotar

    rodap ( oh ) de 20 cm, concreto C30 e ao CA-50. So tambm conhecidos:

    KN 1700 KN ; KfSd NN

    Cf 1,4 e 15,1S (NBR 6118);

    Cf 1,5 e 15,1S (Montoya et al.);

    f 1,4 (Wight e MacGregor);

    Figura 3.14 Dimenses: Exemplo 03

    Fonte: Prprio autor (2014)

    3.3.1 Dimensionamento de acordo com a NBR 6118 (2014)

    A verificao da rigidez da sapata dada pela Equao 2.4 e sabe-se que a

    altura da mesma de 60 cm ( cm 270a ; cm 215b ; cm 75a o ; cm 02bo ).

    cm 65cm 60hcm 56

    3

    57702

    3

    aa o

    (Sapata Flexvel)

    cm 65cm 60hcm 56

    3

    20215

    3

    bb o

    (Sapata Flexvel)

  • 70

    a) Dimensionamento flexo

    Considerar as Equaes 2.6 e 2.7 para o clculo dos momentos (Sabe-se

    que o peso especfico do concreto 25kN/mConcreto ).

    kN 51,9825KN/m30,400,155,8050,155,8050,25,805G b

    kN/m 102

    0,20,625g b

    mkN 37115,22

    75,00,152

    0,752,70

    012,152,70

    51,981700M

    2

    ka

    mk 89,39770,22

    20,00,152

    0,202,15

    012,152,70

    51,981700M

    2

    kb

    N

    cm 555605hdd ba

    kN/cm 43,481,15

    50

    ff

    s

    ck

    yd

    flexo) de (Tabelas 024,072,15371004,1

    55270

    M

    daKa"" Direo

    ka

    C

    S

    f

    K

    flexo) de (Tabelas 024,068,11397894,1

    55215

    M

    dbKb"" Direo

    ka

    C

    S

    f

    K

    cm/m 54,102,1522,66cm 66,2255

    371001,40,024

    d

    MKA kafsasa

    cm/m 92,7024,31cm 31,2455

    789931,40,024

    d

    MKA kbfsbsb

    necessria a verificao da armadura mnima de acordo com Ishitani, Bella

    e Graziano (1998) na Equao 3.1.

    cm/m 6100

    601000,1A smin

  • 71

    /11c 12,5 cm/m 54,01AAA sasminsa

    c/11 12,5 cm/m 9AAA sbsminsb

    Em sapatas flexveis, a concentrao de flexo junto ao pilar (Figura 3.8)

    pode ser resolvida por Ishitani, Bella e Graziano (1998) nas Equaes 3.9 e 3.10.

    Armadura na faixa central:

    Armadura nas faixas laterais:

    c/15 10 cm/m 52,15)(2,70

    cm 2,7621,5531,42AA Conc.S,Sb

    Pode-se adotar c/12 12,5 em toda a largura para ambas as direes como

    forma de simplificao da verificao ao cisalhamento. O detalhamento da sapata

    est representado na Figura 3.15. Adotar cobrimento de 5cm.

    Figura 3.15 Detalhamento: Exemplo 03 (NBR 6118)

    Fonte: Prprio autor (2014)

    cm 951062752ha

    cm 215bS

    o

    c/12 12,5 cm/m 012,15

    cm 21,55

    215270

    215231,42A ConcS,

  • 72

    b) Dimensionamento ao cisalhamento

    A verificao ao cisalhamento em sapatas flexveis com capitel deve atender

    as Equaes 2.25 a 2.28 no contorno C. No clculo de dc ser utilizado as

    Equaes 3.2 e 3.3.

    cm5,792

    20215

    2

    75702c

    cm 4,452

    1,25560

    2cob.hdx

    cm 2,5325,14,54dd xy

    cm 8,53

    2

    2,534,54

    2

    ddd

    yx

    c

    cm 19020752ba2u ooo (Semelhante ao Exemplo 01)

    MPa 33,2kN/cm 332,08,53190

    2380

    du

    FkN 238070011,4F

    o

    SdSdSd

    Ok! 5,09MPa1,4

    30

    250

    3010,27f0,27 Rd2SdcdVRd2

    De acordo com a Figura 3.16 os contornos C1 e C2 esto fora das dimenses

    em planta da sapata. Desta forma, a sapata localiza-se dentro do cone hipottico de

    puno e no h como verificar o mesmo.

    Figura 3.16 Contorno C1 Fora da Sapata (NBR 6118)

    Fonte: Prprio autor (2014)

  • 73

    3.3.2 Dimensionamento de acordo com Montoya et al. (2011)

    A verificao da rigidez da sapata dada pela Equao 2.3 e sabe-se que a

    altura da mesma de 60 cm.

    48,75cmcm 60h 48,75cm

    4

    75270

    4

    aa o

    (Sapata Rgida)

    48,75cmcm 60h 48,75cm

    4

    20215

    4

    bb o

    (Sapata Rgida)

    a) Dimensionamento flexo:

    As reas de armaduras sero calculadas de acordo com as Equaes 2.10

    2.12.

    cmhdd ba 546606

    /47,4315,1

    50cmkN

    ff

    s

    yk

    yd

    Montoya et al. (2011) em sapatas rgidas

    limita /40 cmkNf yd .

    kN 54,231

    546,8

    7527070011,5

    6,8d

    aaNT oSdda

    cm 85,3340

    1354,2

    f

    TA

    yd

    dasa (Direo a)

    kN 2,1354

    546,8

    2021570011,5

    6,8d

    bbNT oSddb

    cm 85,3340

    1354,2

    f

    TA

    yd

    dbsb (Direo b)

    necessria a verificao da armadura mnima de acordo com Montoya et al.

    (2011) na Equao 3.4.

    0,09% min

    Ok! 0,29% 0,002954215

    33,85

    bd

    A min

    saa

  • 74

    Ok! 0,23% 0,002354270

    33,85

    ad

    A min

    sbb

    16c/12 cm/m 74,512,15

    33,85cm 85,33Asa

    16c/12 cm/m 54,212,70

    33,85cm 85,33Asb

    No detalhamento de sapatas rgidas a taxa de armadura considerada

    uniformemente distribuda em as ambas s direes. Para o Exemplo 3 o mesmo

    encontra-se na Figura 3.17. Adotar cobrimento de 6cm.

    Figura 3.17 Detalhamento: Exemplo 03 (Montoya)

    Fonte: Prprio autor (2014)

    b) Dimensionamento ao cisalhamento

    Segundo Montoya et al. (2011) no h necessidade de verificao ao

    cisalhamento em sapatas rgidas.

    3.3.3 Dimensionamento de acordo com Wight e MacGregor (2009)

    a) Dimensionamento flexo

    As respectivas armaduras sero calculadas pelas Equaes 2.22 a 2.24.

    Adotar cobrimento de 3 in (polegadas) que equivalem a 7,6 cm.

  • 75

    kN 2380N1,4N KSd

    kN/m 41015,270,2

    2380

    ab

    N Sdt

    cm 97,52

    75270a

    b

    cm 15,151,257,660d

    cmkN 41899mkN 99,4182

    0,9752,15410M

    2

    da

    cmkN 52617mkN 17,5262

    0,9752,70410M

    2

    db

    cm/m 91,8cm ,1691

    51,150,95500,9

    41899Asa

    cm/m 91,8cm 06,2451,150,95500,9

    52617Asb

    Segundo Wight e MacGregor (2009), a armadura mnima deve ser calculada

    pela Equao 3.5.

    cm/m 10,860 100 0,0018A b"" e a"" Direo smin

    11c/ 12,5 barras 19cm 23,22cm/m 10,8AAA sasminsa

    11c/ 12,5 barras 24cm 29,16cm/m 10,8AAA sbsminsb

    necessria a verificao do momento mximo permitido em cada direo de

    acordo com Wight e MacGregor (2009) na Equao 3.6 e 3.7.

    MXdMM

    a"" DireocmkN 523402153,01,7

    5023,2251,15500,9023,22M

    MX

    Ok!MMMXda

  • 76

    b"" DireocmkN 65729,62703,01,7

    5029,1651,15500,9029,16M

    MX

    Ok!MMMXdb

    O detalhamento na maior direo de sapatas retangulares concentra-se

    prximo ao pilar (Figura 3.5) de acordo com a Equao 3.8.

    mm 12,5 2242

    2,15

    2,701

    2x

    O detalhamento de Wight e MacGregor (2009) considera a concentrao de

    barras de ao na maior direo (Figura 3.18).

    Figura 3.18 Detalhamento: Exemplo 03 (Wight e MacGregor)

    Fonte: Prprio autor (2014)

    b) Dimensionamento ao cisalhamento

    O cisalhamento em uma direo deve ser verificado pelas Equaes 2.41 a

    2.43. Em sapatas retangulares acontecer na maior direo.

  • 77

    kN 58,4082,15 0,51150,975410bdV atSd

    kN 748,6300002,620,750,51152,152f2,62d2bV ckc

    !Ok cSd VV

    Segundo Wight e MacGregor (2011) o cisalhamento em duas direes

    dificilmente causar problemas em uma sapata retangular. No entanto, sua

    verificao determinada pelas Equaes 2.44 a 2.49.

    cm 6,39451,15)2(2015,15752um

    kN 05,2012 0,51150,200,51150,752,152,70410VSd

    A condio da Equao 2.49 deve atender a um menor coeficiente para a

    equao 2.47.

    75,320

    75 c

    07,33,75

    42

    18,72394,6

    15,510440

    s

    18,7407,3

    )(Ok! VV51153,946V cSdc kN99,21163000063,2,075,007,3

    Como forma comparativa com os mtodos de verificao puno da NBR

    6118 (2014) e de Montoya (2011), ser calculada a tenso solicitante e a tenso

    resistente puno.

    MPacmkNSd 0,1/1,015,516,394

    05,2012kN 05,2012VSd

    MPacmkNc 05,1/105,015,516,394

    99,2116kN 99,2116Vc

  • 78

    3.4 Anlise dos Resultados

    Os resultados dos exemplos flexo localizam-se na Tabela 01 de acordo

    com os critrios da NBR 6118 (2014), Montoya et al. (2011) e Wight e MacGregor

    (2009).

    Os valores das armaduras consideradas pelo modelo de Wight e MacGregor

    (2009) em todos os casos foram os mnimos.

    TABELA 01 Dimensionamento flexo

    EXEMPLOS CARGA

    (kN) CRITRIO

    FLEXO (cm)

    Asa Asb

    1 2400

    NBR 6118 (RGIDA)

    32,46 (17 16 mm)

    34,81 (21 16 mm)

    MONTOYA (RGIDA)

    40,33 (21 16 mm)

    40,33 (27 16 mm)

    WIGHT E MACGREGOR

    27,09 * (14 16 mm)

    34,02 * (17 16 mm)

    2 400

    NBR 6118 (FLEXVEL)

    10,75 * (22 8 mm)

    13,5 * (27 8 mm)

    MONTOYA (FLEXVEL)

    8,55 (17 8 mm)

    10,56 * (21 8 mm)

    WIGHT E MACGREGOR

    17,42 * (14 12,5 mm)

    21,87 * (18 12,5 mm)

    3 1700

    NBR 6118 (FLEXVEL)

    22,66 (18 12,5 mm)

    24,31 (22 12,5 mm)

    MONTOYA (RGIDA)

    33,85 (18 16 mm)

    33,85 (22 16 mm)

    WIGHT E MACGREGOR

    23,22 * (19 12,5 mm)

    29,16 * (24 12,5 mm)

    *Valores de armadura mnima

    No Exemplo 01, as reas calculadas pela NBR 6118 (2014), de acordo com a

    Tabela 01, apresentaram diferenas em relao ao mtodo de Montoya (2011) na

    maior direo de 24% e na menor direo de 16%. Comparando os valores da NBR

  • 79

    6118 (2014) com o mtodo de Wight e MacGregor (2009), a diferena na maior

    direo diminui para 17% e na menor direo para 2%.

    No Exemplo 02, as reas de armaduras da NBR 6118 (2014) apresentaram

    valores maiores que as de Montoya et al. (2011). A diferena entre ambos de acordo

    com a Tabela 01 foi entre 20% a 22%. No entanto, em relao a NBR 6118 (2014)

    os valores de Wight e MacGregor (2009) foram superiores a 60%.

    No Exemplo 03, as reas de armadura da NBR 6118 (2014) foram menores

    que as de Montoya et al.(2011), com diferena entre ambos de no mximo 49%. J

    Wight e MacGregor (2009), apresentaram em relao a NBR 6118 (2014) valor mxi

    mo na menor direo de 20%.

    O cisalhamento apresenta-se na Tabela 02 e ser analisado em todos os

    exemplos.

    No Exemplo 01, o cisalhamento a puno de acordo com a NBR 6118 (2014)

    apresentou tenso solicitante igual a 55% do limite resistente. Para Wight e

    MacGregor (2009) a tenso solicitante atingiu a sua capacidade mxima resistente.

    De acordo com a Tabela 02, o esforo cortante solicitante no Exemplo 01

    apresentou-se aproximadamente igual metade de sua tenso limite.

    No Exemplo 02, o esforo cortante adotado por Montoya (2011) e por Wight e

    MacGregor (2009) corresponderam a 25% (aproximadamente) da sua mxima

    capacidade de resistncia. No cisalhamento puno, a NBR 6118 (2014) foi a mais

    criteriosa. A tenso devido trao diagonal (Contorno C) apresentou-se no limite

    de sua capacidade.

    Na Tabela 02, as tenses solicitantes para o Exemplo 02, consideradas tanto

    para Montoya (2011) quanto para Wight e MacGregor (2009) apresentaram valores

    entre 37 e 39% da tenso resistente de cada respectivamente.

    No Exemplo 03, o esforo cortante solicitante para o modelo de Wight e

    MacGregor (2009) atingiu a metade de sua mxima capacidade. Na puno, a NBR

    6118 (2014), verifica apenas a compresso diagonal. Neste caso, a verificao da

    trao diagonal tornou-se impossibilitada, pois a sapata flexvel encontra-se dentro

  • 80

    do cone hipottico de puno. Por outro lado, a tenso solicitante puno para

    Wight e MacGregor (2009) atinge a sua mxima capacidade.

    TABELA 02 Dimensionamento ao cisalhamento

    EXEMPLOS CARGA

    (kN) CRITRIO

    CISALHAMENTO

    CORTANTE PUNO

    1 2400

    NBR 6118 (RGIDA)

    NO VERIFICA CONTORNO C

    Sd = 2,79 Mpa Rd2 = 5,09 Mpa

    CONTORNO C' NO VERIFICA

    MONTOYA (RGIDA)

    NO VERIFICA NO VERIFICA

    WIGHT E MACGREGOR

    VSd = 456,71 kN Vc = 890 kN

    Sd = 1,03 Mpa c = 1,05 Mpa