Direitos Humanos e Libertação

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Direitos humanos e libertação O mito da modernidade, além de esconder a América Latina do mapa, escondeu seus povos, suas culturas, seus saberes, bem como a dos demais povos indivíduos que não estivessem inclusos num padrão dominante de poder: branco, homem, heterossexual, proprietário, etc.; Foi sob essa premissa que se construiu, no discurso filosófico da modernidade, uma fundamentação de direitos humanos calcada num sujeito abstrato, onde o critério basilar de sujeição a tais direitos seria a racionalidade; Entretanto, tais direitos foram regrados por valores ocidentais, que tinham o entendimento de que existiam seres irracionais (vide a Antropologia de um ponto de vista pragmático, de Kant)

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Direitos humanos e libertação

O mito da modernidade, além de esconder a América Latina do mapa, escondeu seus povos, suas culturas, seus saberes, bem como a dos demais povos indivíduos que não estivessem inclusos num padrão dominante de poder: branco, homem, heterossexual, proprietário, etc.;

Foi sob essa premissa que se construiu, no discurso filosófico da modernidade, uma fundamentação de direitos humanos calcada num sujeito abstrato, onde o critério basilar de sujeição a tais direitos seria a racionalidade;

Entretanto, tais direitos foram regrados por valores ocidentais, que tinham o entendimento de que existiam seres irracionais (vide a Antropologia de um ponto de vista pragmático, de Kant)

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Direitos humanos e libertação

Por conta disso, se haviam seres “irracionais”, estes podiam ter seus direitos negados, por seres “menos” ou “não” humanos;

Para a Filosofia da Libertação, os direitos humanos devem ser entendidos como um processo de lutas sociais populares, fundamentados mediante o meio de vida dos atores que demandam a sua promoção:

“la fundamentación de derechos humanos, para el pensamiento latinoamericano, no persigue, como vimos, la construcción de ciudadanos burgueses en el Estado moderno, sino que personas, pueblos y comunidades excluidos y marginados se empoderen para llegar a ser sujetos de su propria historia.” (ROSILLO MARTÍNEZ, 2013)