DISCIPLINA Estágio Supervisionado · Para atender a essas expectativas, além do estagiário, que...
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Módulo de orientação
08
Claudianny Amorim Noronha
Tatyana Mabel Nobre Barbosa
A avaliação do estágio:um processo de refl exão contínua
Autoras
D I S C I P L I N A Estágio Supervisionado
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN
- Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
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Imagens UtilizadasBanco de Imagens Sedis
(Secretaria de Educação a Distância) - UFRN
Fotografi as - Adauto Harley
Stock.XCHG - www.sxc.hu
Barbosa, Tatyana Mabel Nobre.
Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. –
Natal, RN: SEDIS, 2008. 11v
224 p.
1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny
Amorim. II. Título.
ISBN: 978-85-7273-489-9
CDD 370.733
RN/UF/BCZM 2008/109 CDU 371.133
1Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado
1
2
Apresentação
É importante e ético entender o que é válido no estágio. Certamente, não é a nota ou
o conceito obtido após sua realização, nem a carga horária cumprida, mas saber
que foi realizado um trabalho com compromisso, seriedade e efi ciência no que diz
respeito a sua formação.
Neste módulo, estaremos conversando sobre o que e como você será avaliado durante o
estágio. Informar os critérios e métodos de avaliação signifi ca muito mais do que praticar uma
atitude ética na sua formação, futuro professor, trata-se, portanto, de nortear o planejamento
e desenvolvimento de sua prática.
A avaliação do estágio, no seu curso, não objetiva lhe atribuir somente uma nota ao fi nal
do semestre. Objetiva fazer parte do processo do estágio de modo a contribuir com a dinâmica
refl exiva que, como já discutimos em módulos anteriores, faz parte do fazer constante do
professor e deve estar incorporado na constância de sua formação.
Conteúdos
Apresenta e discute critérios e instrumentos de
avaliação do estagiário: produção escrita e fi cha de
avaliação.
Proporciona e orienta refl exões com base na avaliação
da prática docente no estágio.
2 Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado
Como avaliar o
Estágio Supervisionado
Estamos sempre avaliando: a roupa que usamos, o livro que iremos comprar, nossas
atitudes diante de dada situação, as pessoas com as quais convivemos, enfi m, avaliar faz
parte de nossa vida, principalmente, quando precisamos tomar uma decisão a respeito
de como agir. Assim, a ação e a refl exão estão em torno do que fazemos e a avaliação faz
parte disso.
Numa perspectiva libertadora, transformadora, constituidora de consciências, a avaliação
passa a ser entendida, vivenciada, como processo de redimensionamento permanente da
prática pedagógica dos sujeitos, bem como da construção signifi cativa da aprendizagem dos
envolvidos (BUSATO, 2005).
Nesse sentido, a avaliação no estágio tem como objetivo que tanto você, estagiário,
quanto o Professor Colaborador, o Tutor de Estágio, o Professor Orientador e seu aluno da
escola campo de estágio se lancem ao desafi o de se constituírem como sujeitos da práxis,
alimentando-se permanentemente da curiosidade epistemológica inerente ao processo de
construção e de reconstrução crítica do saber.
Sendo assim, o processo de avaliação do estágio é pensado para que os sujeitos
envolvidos possam construí-lo e vivenciá-lo de modo a colaborar para a ressignifi cação de
suas práticas pedagógicas e, ao mesmo tempo, para a construção crítica e signifi cativa na
produção do conhecimento.
Com base nos estudos de Saul (2001 apud BUSATO, 2005), propomos as seguintes
características centrais para o processo de avaliação no Estágio Supervisionado: o processo de descrição em que a realidade é verbalizada e problematizada de acordo com o que um determinado
grupo consegue apreendê-la; a análise e crítica de uma dada realidade caracterizam-se por um
recuo crítico do grupo que vivencia a instituição e que passa a assumir a crítica da sua própria
ação, através de procedimentos de refl exão sobre a sua prática; e a transformação da realidade a
partir do delineamento de alterações necessárias no curso da ação.
Nessa perspectiva, é importante que, ao se envolverem em uma ação educacional, você e
os demais sujeitos envolvidos no estágio gerem as suas próprias alternativas de ação, através
de uma postura de auto-refl exão.
3Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado
Enquanto problematização da prática,
a tarefa avaliadora, para Paulo Freire
(1978, p. 118), é um esforço formador
e, como tal, indispensavelmente ligada
à investigação de novas formas de ação.
É o seu momento crítico. Momento
em que os sujeitos da prática se
voltam sobre ela para confi rmá-la ou
retifi cá-la, neste ou naquele aspecto,
enriquecendo a subseqüente prática e
nela enriquecendo-se.
Sendo assim, o processo de avaliação no Estágio Supervisionado, numa perspectiva
formativa, visa, entre outros, possibilitar ao estagiário, enquanto futuro profi ssional da
educação, desenvolver instrumentos de refl exões contínuas sobre sua prática. Com isso,
você reunirá elementos para a sua formação permanente e renovação de seu fazer pedagógico
e, nesse sentido, o olhar dos demais sujeitos do estágio é fundamental.
Além disso, numa perspectiva de somativa, a avaliação do estagiário também visa verifi car
se o estagiário é capaz de planejar e desenvolver uma proposta de estágio e intervenção que
contemple a realidade escolar na qual está inserido.
Para atender a essas expectativas, além do estagiário, que deve assumir uma postura
refl exiva, os Professor Orientador, Professor Colaborador e Tutor de Estágio desempenham
importantes papéis, os quais estão descritos a seguir.
O Tutor de Estágio auxilia o Professor Orientador no processo de avaliação do estagiário,
oferecendo contribuições, principalmente, no aspecto formativo. Ao acompanhar mais de
perto o estagiário, esse profi ssional estará de posse de observações relevantes que podem
ser adicionadas na fi cha de avaliação e/ou repassadas via página. Além disso, também será
o responsável em encaminhar as produções dos estagiários, as quais também ajudou a
orientar, para o Professor Orientador. Além de avaliar a produção escrita, esse sujeito também
é responsável em avaliar os materiais didáticos produzidos durante o estágio.
O Professor Orientador avalia o estágio tanto na perspectiva formativa quanto somativa,
a partir da análise do que foi avaliado pelo Tutor de Estágio e do produzido pelo estagiário. Esse
sujeito contribui com orientações que visem melhorar o seu desempenho no estágio e também
verifi ca a possibilidade de uma ação ora planejada ser desenvolvida ou não pelo estagiário,
dada a realidade na qual está inserida.
O Professor Colaborador, por sua vez, desempenha um importante papel na perspectiva
formativa, oferecendo orientações importantes para a melhoria na qualidade de atuação do
estagiário, mas também pode verifi car a possibilidade de realização ou não de uma atividade
ora planejada.
4 Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado
A avaliação do estágio pelo estagiário
Dois outros módulos orientarão mais profundamente o processo de avaliação do
estágio por você, são eles: “O período de observação da escola” e “A (re) escrita
do trabalho avaliativo fi nal”.
No primeiro, você será orientado a avaliar a escola e, nesse sentido, através
dos diários de campo, registrar sua avaliação, focalizando também a avaliação
do seu papel e participação. No outro módulo, discutiremos sobre a escrita
do trabalho avaliativo fi nal e propomos a opção de escrita do relatório, artigo
científi co e memorial de formação. Esses gêneros devem ser solicitados ao
fi nal de cada Estágio Supervisionado e servirão para que você sistematize e
elabore suas sínteses sobre o conjunto de atividades desenvolvidas, apresente o
estágio sob sua perspectiva e seja avaliado a partir dessa análise. Essa produção será um dos instrumentos de avaliação do estágio, principalmente, para o Professor Orientador.
Nesse sentido, como coloca Busato (2005), ao colocarmos no papel um pouco
de nós, da nossa visão, objetivamo-nos, questionamos e refl etimos sobre nós
mesmos nesse processo de construção do saber.
A avaliação da prática docente do estagiário
Observar faz parte de nossa vida, observamos o que fazemos, o que comemos, o que
sentimos, o que dizemos em uma determinada situação. Entretanto, a observação da prática docente assume uma perspectiva intencional, transformadora, que deve considerar o fato de
que somos seres históricos, em permanente construção, somos seres do mundo, no mundo,
para o mundo (BUSATO, 2005).
No Estágio Supervisionado, o que você desenvolve em sua prática pedagógica é
observado pelo Professor Colaborador, Tutor de Estágio e pelo seu aluno na escola. Essas
observações da sua prática, numa perspectiva avaliadora, servirão para compreender o que
e como diferentes saberes são produzidos e a realidade escolar, por sua vez, é transformada
e transformadora.
A documentação da observação é um instrumento a mais de avaliação em prol da refl exão
e busca de melhorar o processo de formação em desenvolvimento. Sendo assim, o registro
dos itens que serão observados pelo Tutor de Estágio, Professor Colaborador e pelo seu aluno
durante o estágio devem ser realizado através de fi chas de avaliação. Não queremos dizer com
isso que esse será o único método de avaliação, esses sujeitos podem expor suas observações
utilizando diferentes métodos de comunicação, a exemplo da oralidade.
5Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado
Os registros nas fi chas de avaliação não se valem apenas para avaliar a impressão a
respeito da sua prática pedagógica e propor-lhe pontos a serem melhorados e/ou refl etidos
por você. Mas, também, contribuem para que tanto o Professor Colaborador, quanto o Tutor de
Estágio e Professor Orientador possam, num processo de ação-refl exão-ação, ressignifi quem
a sua própria avaliação na área de conhecimento e espaço em que atuam.
A memória, uma vez escrita, constitui a explicação
de uma construção subjetiva que pretende levar
cada indivíduo a manifestar a sua experiência, única
e original, no processo pedagógico. Sua fi nalidade é
expor a concepção que cada um tem da experiência
pedagógica em desenvolvimento e permitir a avaliação
do signifi cado de tal processo na sua formação global.
(BENINCÁ et al apud BUSATO, 2005, p. 51).
Perguntar-se sobre o que será observado é
normal e até importante, pois os itens da fi cha de avaliação podem contribuir, sobretudo, para o
planejamento e direcionamento de suas ações. A seguir, apresentaremos os itens contemplados
na fi cha de avaliação, bem como algumas orientações que podem ser consideradas por você no
desenvolvimento de suas ações.
A fi cha de avaliação
A fi cha de avaliação é um instrumento a ser utilizado pelos Professor Colaborador e Tutor
de Estágio.
O Professor Colaborador será orientado a preenchê-la apenas ao fi nal do período
de estágio cumprido por você ou em intervalos de tempo menores (semanalmente,
quinzenalmente, mensalmente), conforme indicação do Tutor de Estágio ou Professor
Orientador. As observações contemplarão questões relativas ao planejamento, à execução do
que foi planejado e à convivência no ambiente escolar. Nesse sentido, esse profi ssional atribuirá
um conceito e poderá dar sugestões para o desenvolvimento do Estágio Supervisionado.
O Tutor de Estágio também terá uma fi cha de avaliação a ser preenchida no decorrer
do semestre de estágio e encaminhada ao Professor Orientador, num espaço de tempo
acordado entre ambos. As observações desse profi ssional contemplam as mesmas questões mencionadas na fi cha do Professor Colaborador, com a adição de questões relativas ao desempenho nas atividades do Grupo de Apoio desenvolvidas no pólo.
O Professor Colaborador e o Tutor de Estágio poderão fazer a avaliação conjuntamente,
cabendo, exclusivamente ao Tutor a quarta parte da fi cha.
6 Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado
Veja no fi chário do estágio:
a fi cha de avaliação do Professor Colaborador;
a fi cha de avaliação do Tutor de Estágio.
No fi chário, você encontrará dois modelos de cada
uma dessas fi chas, um objetivo e outro subjetivo.
Há dois modelos de fi chas: o primeiro de cada um dos modelos é mais objetivo, onde o
Professor Colaborador, na maioria dos itens avaliados, pode optar em assinalar sim (quando
seu desempenho contempla o item descrito), não (quando o item não foi contemplado entre as
ações vivenciadas ou desenvolvidas), em parte (quando o critério mencionado for parcialmente
atingido) ou não contempla (quando o critério mencionado não refl etir o contexto de ações
desenvolvidas pelo estagiário naquele período); o segundo modelo é mais subjetivo, com
espaço para o professor expressar mais livremente o seu entendimento. O modelo a ser
utilizado deve ser acordado entre o Tutor de Estágio e o Professor Orientador.
A seguir, você terá orientações sobre os pontos que compõem os itens dessas fi chas de
avaliação.
A avaliação do planejamento (pelo Professor Colaborador e Tutor de Estágio)
O registro dá início a partir dos itens referentes ao planejamento, os quais permitem
avaliar como você está se saindo no que se refere à atividade de planejar a sua prática. A seguir,
você terá algumas orientações sobre o que pode ser avaliado nessa etapa da fi cha de avaliação.
Quanto ao planejamento
Item de avaliação Orientações
Planeja todas as atividades.
O planejamento das atividades é importante, pois orienta as suas ações e, principalmente, possibilita
que você as avalie. Através desse instrumento, você pode verifi car o que foi efi caz ou não e, assim,
saber onde melhorar.
O planejamento é coerente com o nível
de aprendizagem e desenvolvimento
dos alunos.
Nesse item, é avaliado se o conteúdo, o objetivo e os métodos utilizados por você são condizentes com o
nível de aprendizagem dos alunos. Esse item é importante porque, ao utilizar métodos considerados muito
difíceis ou, ao contrário, muito fáceis pelo aluno, ele perderá o interesse. Considere também os conhecimentos
prévios dos alunos.
Demonstra autonomia ao planejar as
atividades.
A autonomia de que tratamos aqui, não se refere à liberdade de poder planejar sua aula sem a necessidade de
considerar a orientação dada pelo Professor Colaborador. Mas, de você, como futuro professor, saber buscar
novos conhecimentos e inovações que possam ser acrescentados em seu plano.
Há coerência entre as partes do
planejamento (conteúdo, objetivo,
metodologia, avaliação e tempo).
Planejar apenas não basta. É preciso saber construir cada parte do planejamento sem perder sua relação: o(s)
método(s) a ser trabalhado em sua aula deve corresponder ao conteúdo e objetivos a serem alcançados; o
tempo pensado para aula deve ser condizente para desenvolver as ações planejadas.
7Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado
A avaliação do desenvolvimento do planejamento (pelo Professor Colaborador e Tutor
de Estágio)
A segunda etapa de avaliação da fi cha de avaliação diz respeito ao desenvolvimento do
que foi planejado por você. Objetiva saber como você desenvolve ações durante o período
de regência de classe. Veja algumas orientações a respeito dos critérios a serem avaliados.
Quanto à execução do planejamento
Item de avaliação Orientações
Demonstra clareza
dos objetivos que está
propondo alcançar em
cada aula.
Não basta ter objetivos traçados em seu planejamento. É necessário que você saiba do que trata e se organize para
que através de sua aula você possa alcançá-los. Para isso, é importante que você organize o que será realizado em
cada momento de sua aula.
Estabelece uma integração
entre os conteúdos das
diferentes áreas de ensino.
Algumas disciplinas de seu curso abordaram o tema inter e transdisciplinaridade. Essa é a hora de você por em
prática o que aprendeu e, na medida do possível, buscar fazer relações do que você está ensinando com o que está
sendo visto em outras disciplinas ou mesmo com saberes não escolares, mas que fazem parte do dia-a-dia de seus
alunos fora da escola.
Utiliza diferentes
situações de
aprendizagem que
atenda as necessidades
dos alunos.
Como já foi mencionado nos módulos referentes ao Planejamento de Ensino, é importante que você varie seus métodos
de aula de modo a motivar seus alunos. Mas seja cauteloso na escolha do método a adotar, verifi que se ele corresponde
ao nível de seus alunos. Lembre que a dinamização do método depende também de você, de sua mediação e que esse
deve estar em consonância com os objetivos e conteúdos de sua aula.
As atividades propostas
são bem elaboradas.
É importante que você, como professor, preze pela textualidade dos materiais que utiliza em sala de aula. Lembre-se
de que o aluno é leitor dos seus textos (provas, anotações na lousa etc.).
Explica o conteúdo com
segurança, obedece a
uma seqüência lógica de
apresentação, satisfaz
curiosidades e esclarece
dúvidas.
O professor não precisa saber de tudo, mas é importante que ele possua um bom domínio dos conteúdos referentes
a sua área de atuação. Sendo assim, antes de trabalhar um determinado conteúdo, retome-o de modo a relembrar do
que trata, pesquise mais sobre ele: se há novas discussões, descobertas, novos métodos. No caso, de ser abordado
por um aluno a respeito de algo que você não conhece, informe ao aluno que você ainda não tem o conhecimento
para responder aquela pergunta, mas que irá pesquisar e retomar num outro momento. Nesse caso, ser sincero é a
melhor opção. Conhecer o conteúdo ajuda no planejamento da aula, principalmente, na escolha de momento certo
e de como apresentá-lo de modo não compartimentalizado.
Permite ao aluno
participar das aulas,
expondo suas idéias e
opiniões sobre o que
está sendo estudado.
Mesmo uma aula expositiva deve ter um momento de diálogo, de troca com os alunos. Isso é bom para todos: os
alunos sentem-se mais envolvidos e interessados pelo assunto, você torna sua aula mais rica, com mais informações.
Ao motivar seus alunos a participarem, observe para que a discussão não tome novo rumo, fugindo do assunto em
pauta, lembre que você tem um tempo de aula que deve ser utilizado adequadamente.
Estimula os alunos
a criarem hipóteses,
buscarem soluções,
pesquisarem e
interpretarem de modo
a contribuir com o
raciocínio lógico.
O estímulo de que trata esse item não deve ser realizado apenas durante o momento de exposição do conteúdo,
mas também com atividades que proporcionem aos alunos relacionarem os conhecimentos que já possuem do
conteúdo ou não para tirarem suas conclusões, interpretarem, criarem hipóteses, fugindo, assim, de situações
rotineiras e mecânicas.
Acompanha o
desenvolvimento das
atividades realizadas em
classe e as corrige.
Em caso de passar atividades a serem feitas no horário da aula, é necessário estar atento às dúvidas. Esse é
um momento de avaliar não apenas seus alunos, seus conhecimentos e difi culdades, mas também sua aula,
pois o erro ou a dúvida podem mostrar um problema de interpretação, uma falha na explicação que pode ser
retifi cada durante a correção.
8 Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado
A avaliação da sua interação com toda a equipe da escola (pelo Professor Colaborador
e Tutor de Estágio)
A escola é composta por diferentes sujeitos: diretor, coordenadores, professores,
profi ssionais de serviços gerais, alunos, pais etc., cada um com suas peculiaridades, saberes,
costumes, semelhanças e diferenças. É importante que você, como professor, saiba conviver
com toda a equipe, de modo a manter uma relação de cooperação entre as diferentes instâncias
da sala de aula e da escola. Nesse sentido, a terceira etapa da fi cha de avaliação contempla a
sua relação com outros personagens da escola.
Quanto à convivência no ambiente escolar
Item de avaliação Orientações
Mantém um bom
relacionamento com os
alunos.
A postura do professor em relação ao aluno é uma questão de suma importância,
pois a forma de agir do professor é essencial para as boas relações entre ambos,
bem como para que o saber seja proveitosamente trabalhado. Alguns estudos
nos mostram que a intervenção do professor, por meio da sua interação com a
classe, ajuda o aluno a transformar seu conhecimento em um saber organizado e
preciso e que uma relação professor-aluno marcada pela tensão ou pelo medo ou
desenvolvida verticalmente infl uencia no fracasso escolar.
Procura o(a) Professor(a)
Colaborador(a) para
tomar decisões sobre a
proposta de trabalho que
está desenvolvendo.
O fato de você estar estagiando em uma determinada sala de aula não lhe faz o único
responsável por ela. O professor, como funcionário da escola, continua sendo o
responsável institucional pela turma. Dessa forma, é importante que as ações de
estágio sejam previamente combinadas com o mesmo.
Mantém um bom
relacionamento com
demais profi ssionais da
escola.
Como já mencionamos anteriormente, além do professor e do aluno, outros
funcionários e pessoas da comunidade também fazem parte do ambiente escolar.
Portanto, sempre que possível ou necessário, busque conhecer quem são essas
pessoas, o seu papel na escola e como você pode contribuir com ela.
Demonstra satisfação e
interesse em participar
das atividades da escola.
Durante o seu período de observação, você vai conhecer as diferentes atividades
que acontecem na escola, além das aulas. Participar dessas atividades lhe ajudará a
compreender melhor a dinâmica do contexto escolar.
É pontual. Busque ser pontual e não faltar, isso demonstra o seu caráter profissional
e responsável. Em casos que a falta ou o atraso sejam inevitáveis, procure o
Professor Colaborador e/ou Tutor de Estágio e justifi que.É assíduo.
9Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado
A avaliação da sua participação nas atividades de grupo desenvolvidas no pólo (pelo
Tutor de Estágio)
Como já foi mencionado, a fi cha de avaliação a ser preenchida exclusivamente pelo
Tutor de Estágio contém uma questão a mais que contempla itens relativos ao desempenho
nas atividades de grupo desenvolvidas no pólo. Ao planejar, executar o planejado e vivenciar
situações diversas na escola, você passa a enriquecer o seu leque de conhecimento,
informações, experiências e/ou também de dúvidas, inquietações, receios. Os encontros com
o grupo de estudo, no pólo, visam contribuir com refl exões de questões surgidas a partir
da experiência no estágio através de uma troca de experiências e conhecimentos entre os
integrantes do grupo. Entre os pontos avaliados pelo Tutor de Estágio, temos:
Quanto às atividades do grupo de estudo
Item de avaliação Orientações
Produz e apresenta atividades a serem
aplicadas na sala de aula de estágio.
Para que as orientações e trocas entre os componentes do
grupo sejam de fato realizadas e valorosas, é importante
que as produções sejam levadas e discutidas. Portanto, não
deixe de levar as atividades e aulas que você produz.
Traz para o estudo em grupo questões que
mostram envolvimento e refl exão com a
realidade escolar.
A sua vivência na escola vai além da sala de aula, inclui
todo o contexto real em que essa instituição está imersa.
E a reflexão sobre esse contexto irá nortear o seu agir
no estágio. Quando essa refl exão se dá a partir de uma
discussão em grupo, tende a fi car mais rica, pois permite a
inclusão de novos pontos de vista e experiências.
Contribui para a refl exão e solução de questões
trazidas pelos colegas do grupo.
O mais enriquecedor de uma discussão em grupo são as
trocas de experiências, conhecimentos e, por que não, de
dúvidas. Procure contribuir com a solução de questões
levadas pelos seus colegas. Essa contribuição pode ser dada
através de um diálogo, mas também através de um texto que
trabalha o tema em questão, podendo ser lido, estudado e
discutido por todos, através da apresentação de um recurso
didático que você sabe como trabalhar, ou mesmo através
de um reforço a respeito de um conteúdo sobre o qual você
tem um domínio maior.
Leva questões para serem discutidas com o
grupo.
Haverá casos em que um ou mais pontos observados não tenham sido contemplados
entre os itens apresentados nas três etapas da fi cha de avaliação, ou mesmo competências e
habilidades merecedoras de um maior destaque na avaliação feita pelo Professor Colaborador
ou Tutor de Estágio, para esses casos, haverá um espaço da fi cha destinado a informações adicionais onde o professor poderá acrescentar dados extras.
Após as informações adicionais, consta o item referente à atribuição de um conceito ao
seu desempenho, podendo ser atribuído um conceito entre os três sugeridos:
10 Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado
Conceituação da observação
A – quando as atividades desenvolvidas no estágio forem cumpridas com
excelência na maioria dos aspectos envolvidos;
B – quando as atividades desenvolvidas no estágio forem cumpridas de forma
satisfatória na maioria dos aspectos envolvidos;
C – quando as atividades forem cumpridas de forma insatisfatória.
A fi cha de avaliação é fi nalizada com uma questão em que podem ser acrescentadas
sugestões dadas pelo Professor Colaborador ou pelo Tutor de Estágio para a melhoria no desenvolvimento do Estágio Supervisionado, a exemplo de normas, procedimentos ou
atividades que podem contribuir com a escola campo de estágio, tais como: projetos, atividades
extra-classe, organização de laboratórios, de salas de vídeo, de informática, bibliotecas e outros.
Após serem avaliadas, essas sugestões podem ser tomadas por você como sugestões para
os outros períodos de estágio.
A avaliação do estagiário pelo seu aluno
Que tal saber o que seu aluno pensa de sua aula? A avaliação do professor é algo que
vem sendo discutido por muitos educadores. Não como caráter punitivo, mas no contexto de
uma auto-avaliação, como forma de incentivá-lo a uma refl exão sobre sua prática, alertando-o
para suas responsabilidades atuais e para os aperfeiçoamentos necessários.
Não podemos desconsiderar que os estudantes estão em uma posição privilegiada
para observar aspectos do professor, como: estilo de ensino, em que medida as avaliações
contemplam o que foi ensinado, o trabalho extra-classe, a qualidade dos textos, a pontualidade
e o seu próprio aprendizado, entre outros. Além disso, o julgamento dos estudantes representa
uma participação no processo democrático de tomada de decisão.
A avaliação do professor pelo aluno pode contribuir para a redução da distância entre
aluno e professor. E, nesse sentido, pode ajudá-lo a refl etir sobre questões como: o que faço
e o que digo têm ressonância, signifi cado, importância para o aluno? Esse tipo de atitude,
quando tomada pelo próprio professor, demonstra responsabilidade e sinceridade.
O resultado de uma avaliação desse tipo pode ser um componente a mais para contribuir
com a melhora de sua prática. Ajudará você a rever a sua metodologia de ensino, procurando
melhorar, bem como reconhecer, incentivar, relevar o trabalho que tenha se destacado
na avaliação.
11Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado
Sugestão de atividade
No Estágio Supervisionado, a avaliação do estagiário pelo aluno não é um instrumento
obrigatório. No entanto, consideramos conveniente sugeri-la como um instrumento que
também pode ajudá-lo a refl etir sobre sua prática, fornecendo dados que podem enriquecer
a sua produção escrita.
Essa avaliação pode ser feita de modo dialogado, em que você, através de um conversa
informal com seus alunos, pode indagar sobre questões referentes à sua prática os estimulando
a expressar aspectos positivos ou negativos em relação a mesma. Além desse, você pode
pensar em um instrumento que deixe o aluno expressar livremente o que pensa sobre as aulas
e sobre a disciplina ministrada por você. Nesse instrumento, não necessariamente precisa
constar o nome do aluno. Veja a seguir:
Avalie sua prática e registre em seu diário de campo
Os parâmetros de avaliação da sua prática docente são fundamentais para serem
considerados por você previamente ao processo de registro pelo Professor
Colaborador, Tutor de Estágio ou aluno. Eles devem ser pontos-chave para
sua iniciação profi ssional e, nesse sentido, podem ser elementos do processo
contínuo de auto-avaliação. Além disso, você ainda pode consultar as próprias
fi chas preenchidas por cada um desses sujeitos e enriquecer sua avaliação.
Nesse sentido, retome seu diário de campo e registre sua avaliação, considerando
sempre os parâmetros aqui mencionados. Isso será fundamental para a escrita
do trabalho avaliativo do fi nal do estágio, uma vez que lhe permitirá analisar sua
evolução ao longo do processo.
Indique os aspectos positivos e negativos na disciplina (conteúdos, atividades,
explicação dos conteúdos e outros), sugerindo questões que podem ser
melhoradas.
12 Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado
Leitura complementar
FREIRE, Paulo. Cartas a Guiné-Bissau: registro de uma experiência em processo. 2. ed. Rio
de Janeiro, RJ: Paz e Terra, 1978.
Nesse livro, Paulo Freire, ao discutir relatos de sua experiência de trabalho em Guiné-
Bissau, no campo da educação de modo geral e, particularmente na educação de adultos,
chama atenção para a dinâmica de trabalho de um grupo de profi ssionais de educação daquele
país. O autor destaca a forma como esse grupo encara a prática docente que, num processo
dialógico, é tomada como objeto de avaliação na busca do entendimento da causa das falhas
e das diferentes maneiras de superá-las, contribuindo assim para a formação continuada dos
professores num processo de unidade da prática e da teoria.
Referências
BUSATO, Zelir Salete Lago. Avaliação nas práticas de ensino e estágios: a importância dos
registros na refl exão sobre a ação docente. Porto Alegre: Mediação, 2005.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário eletrônico Aurélio. 3. ed. Curitiba:
Editora Positivo, 2004.
FREIRE, Paulo. Cartas a Guiné-Bissau: registro de uma experiência em processo. 2. ed. Rio
de Janeiro, RJ: Paz e Terra, 1978.
EMENTA
Claudianny Amorim Noronha
Tatyana Mabel N. Barbosa
Estágio Supervisionado I – INTERDISCIPLINAR
AUTORAS
AULAS
2º S
emes
tre d
e 20
08Im
pres
so p
or: G
ráfi ca
Tex
form
01 Módulo de orientação 1 – O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário
02 Módulo de orientação 2 – O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação
03 Módulo de orientação 3 – O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e
ações de uma antiga conhecida nossa
04 Módulo de orientação 4 – Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos
escolares e acadêmicos
05 Módulo de orientação 5 – Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar
06 Módulo de orientação 6 – Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem
07 Módulo de orientação 7 – Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem
08 Módulo de orientação 8 – A avaliação do estágio: um processo de refl exão contínua
09 Módulo de orientação 9 – A (re)escrita do trabalho avaliativo fi nal: o relatório, o artigo científi co e o memorial
10 Módulo de orientação 10 – Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora
11 Fichário de estágio
Apresenta as diferentes interfaces do estágio supervisionado, focalizando, principalmente, suas concepções
e orientações institucionais para a formação docente; as orientações práticas para a vivência pedagógica e o
planejamento do estágio na escola e a interlocução entre os saberes acadêmicos e escolares; como também
os princípios de avaliação e acompanhamento do estagiário pelos diferentes sujeitos do estágio na EaD.