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Tecnologia da Construo de Edifcios Metlicos Estudo do Edifcio Euro Tower
Antnio Pedro Lopes Castelhano Hermenegildo
Dissertao para obteno do Grau de Mestre em
ENGENHARIA CIVIL
Jri
Presidente: Professor Doutor Augusto Martins Gomes
Orientador: Professor Doutor Joo Paulo Janeiro Gomes Ferreira Co-Orientador: Engenheiro Tiago Abecassis
Vogal: Professor Doutor Fernando Branco
Outubro 2010
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i
TECNOLOGIA DA CONSTRUO DE EDIFCIOS
METLICOS
RESUMO
Esta dissertao tem como objectivo a caracterizao das vrias fases de execuo da estrutura
metlica de um edifcio alto, desde o seu projecto, considerando as respectivas disposies
regulamentares, ao fabrico da estrutura metlica em oficina e posterior montagem, tendo como
exemplo de aplicao o Edifcio Euro Tower, situado em Bucareste, na Romnia.
Foram descritas as principais disposies regulamentares que condicionaram as solues de
projecto, tendo sido executada uma anlise comparativa entre o EC8 e o regulamento ssmico
romeno, P100-1 (2006), Efectuou-se uma caracterizao pormenorizada de todas as fases de fabrico
de uma estrutura metlica, dando-se especial enfoque ao controlo de qualidade de todo o processo,
tendo sido realizado um estudo estatstico sobre o fabrico da estrutura do Edifcio Euro Tower a partir
dos dados recolhidos pelo Departamento de Qualidade da Martifer Polska. No caso de estudo
apresentado, grande parte das ligaes executadas em obra recorreram a soldaduras, tendo sido
objecto de um controlo de qualidade rigoroso.
A montagem da estrutura metlica foi alvo de um acompanhamento exaustivo, sendo apresentados
os mtodos construtivos, faseamento e planos de montagem bem como o software BIM (Building
Information Modelling) de apoio construo, que uma ferramenta indispensvel para a sua
definio.
Foram apresentados tipos de equipamentos de elevao e respectivos modos de operao.
Na caracterizao da fase de montagem, foi ainda dada especial ateno execuo de ligaes
aparafusadas, descrevendo-se os principais mtodos de aperto de parafusos com e sem pr-esforo.
PALAVRAS-CHAVE
Estruturas Metlicas, Concepo, Construo, Fabrico, Montagem, Controlo de Qualidade
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ii
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iii
CONSTRUCTION TECHNOLOGY OF STEEL BUILDINGS
ABSTRACT
The aim of this thesis is to characterize the different phases of the execution of a steel building, since
its conception and design considering standards and structural codes, until the fabrication of the steel
structure and respective assembly on site. To achieve this purpose a case study is analysed,
consisting of the construction on Euro Tower Building located in Bucharest, Romania.
The main regulations that conditioned the conception and design solutions were described,
comparing EC8 and the Romanian seismic Code, P100 -1 (2006).
All fabrication phases were described and characterized. A detailed statistic analysis was made
regarding the Quality Control of all process of the steel structure manufacturing. This study was made
using the data collected and processed by Quality Department of Martifer Polska. In the presented
case study, most of the connections executed were made by welding. Since welding on site can
create irreversible defects, these connections were subject to a rigorous quality control.
The structure assembly, the construction methods used, phase progress and assembly plans were
analysed. Special attention was given to the BIM Software (Building Information Modelling) showing
how it can be useful envisaging a planed, organised and controlled construction.
Regarding the assembly phase, the main elevation equipments used in assembling on site are
described as well as their respective operability standards. A special focus was given to bolt
connections, and the principal methods of tightening are described.
KEYWORDS
Steel Structures, Project, Construction, Fabrication, Assembly, Quality Control
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AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, desejo agradecer ao meu Orientador Cientfico, Professor Joo Paulo Janeiro
Gomes Ferreira pelo seu permanente e incansvel apoio e orientao na realizao desta
dissertao. A sua ajuda tornou-se um marco insubstituvel na minha vida acadmica. Quero, assim,
expressar a minha grande estima pela sua pessoa.
Ao meu co-Orientador, Eng. Tiago Abecasis, que me permitiu conhecer o Projecto da Estrutura
Metlica do Edifcio Cascades, da autoria da Tal Projecto, devo expressar o meu agradecimento, sem
esquecer o Eng. Tiago Ribeiro, cuja ajuda foi tambm imprescindvel na compreenso do Cdigo
Ssmico Romeno.
Quero ainda, expressar o meu agradecimento Martifer Construes, nas pessoas do Eng. Miguel
Borges, Eng. Jos Moreno e Eng. Patrick Niterski da Martifer Polska e, Eng. Emanuel Gameiro e Eng.
Andr Pestana, da Martifer Romania por me terem permitido acompanhar a fase de fabrico da
estrutura e sua posterior montagem, fornecendo-me elementos de anlise primordiais para a
realizao deste trabalho.
Ao meu amigo, Pedro Falco, consultor da Construsoft, cujo apoio foi indispensvel na
compreenso do sistema de modelao 3D e suas valncias como auxilio gesto de fabrico e
montagem.
Aos meus amigos, Sofia Manso, Rita Pedroso, Joo Simes e Joo Patrone, pela sua ajuda na recta
final.
Por fim, quero expressar a minha sincera gratido minha famlia e amigos, que todos os dias
contribuem para a minha realizao como pessoa.
Dedico este trabalho aos meus pais, Antnio Castelhano Hermenegildo e Maria do Patrocnio
Salvado Lopes Hermenegildo.
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vi
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vii
NDICE GERAL
RESUMO ............................................................................................................................................. i
PALAVRAS-CHAVE ............................................................................................................................ i
ABSTRACT ....................................................................................................................................... iii
KEYWORDS ...................................................................................................................................... iii
AGRADECIMENTOS .......................................................................................................................... v
NDICE GERAL ................................................................................................................................ vii
NDICE DE FIGURAS ........................................................................................................................ xi
NDICE DE FIGURAS ........................................................................................................................ xi
NDICE DE TABELAS ..................................................................................................................... xvii
1 Introduo ....................................................................................................................................1
1.1 Enquadramento Geral ..........................................................................................................1
1.2 Objectivos e Metodologia .....................................................................................................1
1.3 Organizao da dissertao ................................................................................................2
2 Projecto do Edifcio Euro Tower ...................................................................................................5
2.1 Introduo ...........................................................................................................................5
2.1.1 Localizao, Zona de Implantao e Volumetria ..............................................................5
2.1.2 Disposies arquitectnicas .............................................................................................6
2.1.3 Entidades Envolvidas .......................................................................................................8
2.1.4 Concepo do Projecto Original .......................................................................................8
2.2 Concepo do projecto final ...............................................................................................10
2.2.1 Anlise do projecto original ............................................................................................10
2.2.2 Condicionamentos legais e regulamentares ...................................................................11
2.2.3 Alternativas Estruturais Estudadas .................................................................................21
2.2.4 Ligaes ........................................................................................................................24
2.2.5 Materiais ........................................................................................................................25
2.2.6 Fundaes .....................................................................................................................26
2.3 Concluses ........................................................................................................................28
3 Fabrico dos componentes da estrutura .......................................................................................29
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viii
3.1 Introduo .........................................................................................................................29
3.2 Corte .................................................................................................................................31
3.2.1 Consideraes gerais ....................................................................................................31
3.2.2 Chapas ..........................................................................................................................32
3.2.3 Perfis .............................................................................................................................37
3.3 Furao .............................................................................................................................38
3.4 Soldadura ..........................................................................................................................41
3.4.1 Consideraes Gerais ...................................................................................................41
3.4.2 Processos de soldadura .................................................................................................43
3.4.3 Mtodos de controlo de qualidade ..................................................................................55
3.5 Acabamentos: Tratamento da superfcie, proteco ao fogo e anti-corrosiva e pintura .......60
3.5.1 Tratamento Superficial ...................................................................................................60
3.5.2 Proteco ao fogo ..........................................................................................................62
3.5.3 Proteco anti-corrosiva ................................................................................................65
3.5.4 Sistemas de acabamento ...............................................................................................69
3.6 Controlo de qualidade do fabrico ........................................................................................70
3.6.1 Anlise estatstica das anomalias ..................................................................................72
3.7 Concluses ........................................................................................................................77
4 Montagem da estrutura metlica ................................................................................................79
4.1 Introduo .........................................................................................................................79
4.2 Building Information Modelling (BIM): ferramenta de apoio montagem ............................80
4.3 Faseamento da construo ................................................................................................82
4.3.1 Planeamento da montagem ...........................................................................................82
4.3.2 Implantao da estrutura no terreno ...............................................................................83
4.3.3 Execuo das fundaes e ligao superestrutura ......................................................84
4.3.4 Montagem da estrutura elevada .....................................................................................87
4.3.5 Montagem das fachadas ................................................................................................90
4.4 Equipamentos ...................................................................................................................91
4.4.1 Planeamento .................................................................................................................91
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ix
4.4.2 Tipologias ......................................................................................................................92
4.4.3 Operao .......................................................................................................................94
4.5 Aspectos especficos da montagem ...................................................................................96
4.5.1 Detalhes de execuo das ligaes aparafusadas .........................................................96
4.5.2 Detalhes de execuo de ligaes soldadas ................................................................ 105
4.5.3 Detalhes de execuo de ligaes mistas .................................................................... 107
4.6 Controlo de qualidade das ligaes soldadas ................................................................... 108
4.6.1 Aspectos normativos dos ensaios de controlo de qualidade ......................................... 108
4.6.2 Anlise estatstica das anomalias ................................................................................ 108
4.7 Concluses ...................................................................................................................... 118
5 Concluses gerais e perspectivas de desenvolvimentos futuros ............................................... 119
5.1 Concluses ...................................................................................................................... 119
5.2 Perspectivas de desenvolvimentos futuros ....................................................................... 120
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ................................................................................................ 123
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ................................................................................................. 125
ANEXO I TCNICAS DE CORTE..
ANEXO II TOLERNCIAS DIMENSIONAIS DE FABRICO...
ANEXO III PROCESSOS DE SOLDADURA
ANEXO IV LISTA DE ANOMALIAS DETECTADAS EM FABRICO.
ANEXO V TOLERNCIAS DIMENSIONAIS DAS FUNDAES.
ANEXO VI TOLERNCIAS DIMENSIONAIS DE MONTAGEM
ANEXO VII RELATRIOS DE NO CONFORMIDADE
ANEXO VIII LISTA DE ENSAIOS EXECUTADOS SOLDADURA EM OBRA.
-
x
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xi
NDICE DE FIGURAS
Figura 1: Vista do Edifcio Euro Tower no centro de Bucareste, Romnia ............................................5
Figura 2: Esquema representativo das confrontaes do edifcio, suas dimenses e disposies [1] ...6
Figura 3: Perspectivas arquitectnicas do edifcio (fachada Sul, fachada de maior comprimento -
Noroeste, fachada de canto, fachada Este, vista da cobertura ajardinada do corpo de 5 pisos). [1] .....7
Figura 4: Esquema da disposio do tipo de contraventamentos e dos amortecedores na fachada
Noroeste [1] ........................................................................................................................................9
Figura 5: Pormenor da disposio dos amortecedores nos contraventamentos dos mdulos centrais
[1] .......................................................................................................................................................9
Figura 6: Pormenores de ligao soldada entre pilares e de ligao aparafusada dos
contraventamentos concntricos [1] ..................................................................................................10
Figura 7: Zonamento do territrio romeno, tendo em conta a acelerao do solo a para um MRI=100 anos [2] .............................................................................................................................................13
Figura 8: Esquema representativo de contraventamentos concntricos (adaptado de [1]) ..................20
Figura 9: Esquema do sistema estrutural do projecto original e modo de encurvadura (adaptado de
[1]) ....................................................................................................................................................22
Figura 10: Esquema do sistema estrutural da primeira alternativa e modo de encurvadura (adaptado
de [1]) ...............................................................................................................................................22
Figura 11: Esquema do sistema estrutural da soluo final e modo de encurvadura (adaptado de [1])
.........................................................................................................................................................23
Figura 12: Pormenor de ligao de vigas a pilares com reforo de cutelos (adaptado de [1]) .............25
Figura 13: Pormenor do modelo de ligao entre troos de viga ........................................................25
Figura 14: Planta de localizao das estacas [1] ...............................................................................27
Figura 15: Modelo 3D das fundaes do edifcio Euro Tower ............................................................28
Figura 16: Esquema representativo do processo de fabrico de uma chapa por laminagem a quente e
a frio .................................................................................................................................................29
Figura 17: Metodologia de execuo de vrtices num perfil. Corte longitudinal (adaptado de [7]) ......32
Figura 18:Equipamento de corte por oxi-corte [ph: arquivo pessoal] ..................................................32
Figura 19: Pormenor da mesa de corte de chapa [ph: arquivo pessoal] .............................................32
Figura 20: Reparao manual de um elemento por maarico de oxi-corte [ph: arquivo pessoal] ........33
Figura 21: Equipamento de jacto por plasma [ph: arquivo pessoal] ....................................................34
-
xii
Figura 22: Pormenor de execuo de corte por jacto de plasma e esquema representativo de um
maarico de corte plasma com injeco de gua [ph: arquivo pessoal] [11] .......................................34
Figura 23: Mquina de corte por guilhotina [ph: arquivo pessoal] .......................................................35
Figura 24: Pormenor de chapas de topo cortadas por guilhotina [ph: arquivo pessoal] .......................35
Figura 25:Comparao das velocidades de corte em funo da espessura do elemento, para o Oxi-
corte e Plasma (Adaptado de [11]) ....................................................................................................36
Figura 26: Corte de perfil por serra longitudinal [ph: arquivo pessoal] ................................................38
Figura 27: Execuo de chanfro de uma chapa [ph: arquivo pessoal] ................................................38
Figura 28: Equipamento de furao por punoamento [ph: arquivo pessoal] ......................................40
Figura 29: Pormenor de chapas de topo do Edifcio Euro Tower, furadas por punoamento [ph:
arquivo pessoal] ................................................................................................................................40
Figura 30: Esquema representativo do relacionamento entre Normas referentes soldadura. As setas
indicam condicionamento. (adaptado de [7]) .....................................................................................42
Figura 31: Princpio de funcionamento da soldadura por Elctrodos Revestidos [15] .........................43
Figura 32: Execuo de Soldadura por elctrodos revestidos [17] .....................................................44
Figura 33: Posio do elctrodo em soldadura topo a topo [16] .........................................................44
Figura 34: Posio do elctrodo para execuo de cordes verticais [16] ..........................................45
Figura 35: Posio do elctrodo para execuo de cordes de canto [16] .........................................45
Figura 36: Princpio de funcionamento da soldadura MIG/MAG [15] ..................................................46
Figura 37: Execuo de soldadura automtica por arco submerso de um perfil [ph: arquivo pessoal] 48
Figura 38: Princpio de funcionamento da soldadura por Arco Submerso [16] ....................................49
Figura 39: Efeito do ngulo do elctrodo no cordo de soldadura (adaptado de [16]) ........................49
Figura 40: Equipamento de soldadura de arco submerso [ph: arquivo pessoal] .................................50
Figura 41: Pormenor do conjunto tocha de soldadura, fio elctrodo e fluxo granulado [ph: arquivo
pessoal] ............................................................................................................................................50
Figura 42: Pernos conectores soldados a um perfil [ph: arquivo pessoal] ..........................................51
Figura 43: Posies de soldadura. (PA) (PB) soldadura ao baixo; (PC) soldadura horizontal com
elementos na vertical; (PF) soldadura vertical ascendente; (PG) soldadura vertical descendente; (PD)
soldadura ao tecto [7] ........................................................................................................................52
Figura 44: Tipo de ligaes soldadas: (a) Ligao em T; (b) Ligao de sobreposio; (c) Ligao de
canto; (d) Ligao de topo (adaptado de [7]) .....................................................................................52
-
xiii
Figura 45: (a) espessura efectiva do cordo; (b) Cateto da seco transversal do cordo (adaptado de
[7]) ....................................................................................................................................................53
Figura 46: Soldadura de canto entre banzo e alma de um perfil [ph: arquivo pessoal] .......................53
Figura 47: (a) espessura do cordo de uma soldadura de topo de penetrao total (adaptado de [7])
.........................................................................................................................................................54
Figura 48: Tipo de chanfros para soldaduras de topo e em T de penetrao total (adaptado de [7]) ..54
Figura 49: Espessura efectiva do cordo de soldadura de topo com penetrao parcial ....................54
Figura 50: Tipos de chanfros usados em soldadura de topo de penetrao parcial. No chanfro (b)
refere-se a chapa de auxlio ao banho de fuso (adaptado de [7]) .....................................................55
Figura 51: Inspeco de soldaduras por lquidos penetrantes [18] .....................................................56
Figura 52: Pormenor de identificao de fendas e crateras no cordo de soldadura [18] ...................56
Figura 53: Execuo de inspeco de soldadura por partculas magnticas [20] ...............................57
Figura 54: Esquema representativo do ensaio por partculas magnticas ..........................................57
Figura 55: Processo de Inspeco de soldaduras por ultra-sons .......................................................58
Figura 56: Diagrama de fluxo de execuo da decapagem qumica [12] ............................................60
Figura 57: Diagrama de fluxo de execuo de desengorduramento [12] ............................................61
Figura 58: Execuo de decapagem mecnica [ph: arquivo pessoal] ................................................61
Figura 59: Pormenor de elementos decapados [ph: arquivo pessoal] ................................................61
Figura 60: Revestimento de perfil por tinta intumescente [7] ..............................................................64
Figura 61: Pea aps acabamento por pintura [ph: arquivo pessoal] .................................................69
Figura 62: Compressor hidrulico para aplicao da tinta por spray [ph: arquivo pessoal] ...............69
Figura 63: Esquemas usuais de acabamento de estruturas metlicas ...............................................70
Figura 64: Diagrama de fluxo de informao entre os intervenientes no processo de execuo da
soldadura (adaptado de [7]) ..............................................................................................................72
Figura 65: Nmero de Relatrios de No conformidade elaborados em cada fase do fabrico ............73
Figura 66: Nmero de anomalias, durante o perodo em estudo, consoante as respectivas causas ...75
Figura 67: Custo das anomalias, durante o perodo em estudo, consoante as respectivas causas. ...75
Figura 68: Distribuio das anomalias provocadas pelos diferentes departamentos envolvidos .........76
Figura 69: Custos correspondentes s anomalias provocadas por cada departamento .....................76
Figura 70: Distribuio das anomalias detectadas pelos diferentes departamentos envolvidos ..........77
-
xiv
Figura 71: Custos correspondentes s anomalias detectadas por cada departamento ......................77
Figura 72: Perspectivas do modelo tridimensional do edifcio, com base num software BIM ..............81
Figura 73: Interoperabilidade entre intervenientes no processo de construo (adaptado de [24]) .....82
Figura 74: Pormenor de desvio numa ligao aparafusada [ph: arquivo pessoal] ..............................84
Figura 75: Correco de desvio efectuado numa pea [ph: arquivo pessoal] .....................................84
Figura 76: Sapata com chumbadouros correntes [ph: arquivo pessoal] .............................................85
Figura 77: Representao esquemtica para ligao s fundaes por meio de chumbadouros
(adaptado de [7]) ..............................................................................................................................85
Figura 78:Armadura exterior da estaca-pilar [ph: arquivo pessoal] .....................................................86
Figura 79: Modelo 3D da armadura interior da estaca-pilar ................................................................86
Figura 80: Execuo do furo com tubo moldador [ph: arquivo pessoal] ..............................................86
Figura 81: Parede de Munique de conteno perifrica [ph: arquivo pessoal] ....................................87
Figura 82: Vista de montagem da estrutura metlica [ph: arquivo pessoal] ........................................88
Figura 83: Sequncia de montagem da estrutura metlica (adaptado de [7]) .....................................89
Figura 84: Montagem da fachada envidraada ..................................................................................91
Figura 85: Vista de fachada do edifcio com revestimento em vidro, quase completo .........................91
Figura 86: Grua mvel [23] ................................................................................................................92
Figura 87: Grua-torre mvel [23] .......................................................................................................92
Figura 88: Grua sobre esteira [23] .....................................................................................................93
Figura 89: Empilhadora telescpica [ph: arquivo pessoal] ..................................................................93
Figura 90: Plataforma elevatria articulada [26] .................................................................................93
Figura 91: Gruas-torre usadas na montagem da estrutura metlica [ph: arquivo pessoal] ..................94
Figura 92: Gruas de lana telescpica montadas sobre camio usadas na movimentao das
armaduras das estacas-pilar [ph: arquivo pessoal] ............................................................................94
Figura 93: Sinaltica para auxlio do operador de grua, durante a movimentao de cargas (adaptado
de [7]) ...............................................................................................................................................95
Figura 94: Processo tradicional de movimentao de peas durante a montagem (adaptado de [7]) .96
Figura 95: Detalhe de ligao aparafusada entre vigas do Edifcio Euro Tower .................................96
Figura 96: Diferena mxima de espessuras entre elementos a ligar D=2mm (adaptado de [13]) ......98
Figura 97: Sensor de anilha de medio da intensidade de aperto do parafuso [27] ........................ 100
-
xv
Figura 98: Esquema representativo de aperto por toro. Est tambm representado o diagrama de
tenses residuais no parafuso [27] .................................................................................................. 100
Figura 99: Chave de aperto desmultiplicadora [27] .......................................................................... 101
Figura 100: Chave hidrulica de aperto [27] .................................................................................... 101
Figura 101: Esquema representativo de aperto por alongamento mecnico [21] .............................. 101
Figura 102: Porca com anel de parafusos de aperto ........................................................................ 101
Figura 103: Esquema representativo do funcionamento de um parafuso de tenso controlada
(adaptado de [29)] ........................................................................................................................... 102
Figura 104: Parafuso de tenso controlada [30] .............................................................................. 102
Figura 105: Chave de aperto de parafusos de tenso controlada [31] .............................................. 102
Figura 106: Esquema representativo do aperto hidrulico de parafusos .......................................... 103
Figura 107: Aperto Hidrulico .......................................................................................................... 103
Figura 108: Esquema de faseamento do processo de pr-esforo de parafusos (adaptado de [27]) 105
Figura 109: Pormenor de ligao de topo aparafusada entre vigas .................................................. 105
Figura 110: Pormenor de ligao de topo aparafusada entre troos de pilares ................................ 105
Figura 111: Pormenor de ligao de topo entre pilares soldada ....................................................... 107
Figura 112: Ligaes de canto e topo soldadas entre contraventamentos e chapas de cutelo de
ligao ao conjunto viga-pilar .......................................................................................................... 107
Figura 113: Nmero de ensaios realizados por tipo de soldadura em contraventamentos ................ 109
Figura 114: Pormenor da ligao de canto e topo entre contraventamentos e cutelos de ligao ao
conjunto viga-pilar ........................................................................................................................... 109
Figura 115: Pormenor da ligao de canto e topo entre contraventamentos e cutelos de ligao s
vigas ............................................................................................................................................... 110
Figura 116: Resultados dos ensaios efectuados s soldaduras de canto, em contraventamentos ... 110
Figura 117: Resultados dos ensaios efectuados s soldaduras de canto e topo, em
contraventamentos ......................................................................................................................... 111
Figura 118: Nmero de ensaios efectuados tendo em conta o tipo de soldadura, em pilares ........... 111
Figura 119: Resultados dos ensaios efectuados s soldaduras de canto, em pilares ....................... 112
Figura 120: Pormenor das soldaduras de canto entre chapas constituintes do pilar em caixo ........ 112
Figura 121: Resultados dos ensaios efectuados s soldaduras de topo, em pilares ......................... 113
Figura 122: Nmero de ensaios efectuados a soldaduras em pilares por processo de soldadura .... 113
-
xvi
Figura 123: Resultados dos ensaios efectuados s soldaduras executadas por MIG/MAG, em pilares
....................................................................................................................................................... 114
Figura 124: Resultados dos ensaios efectuados s soldaduras executadas por fios fluxados (SFF),
em pilares ....................................................................................................................................... 114
Figura 125: Distribuio das soldaduras de topo em pilares pelos vrios processos de execuo ... 115
Figura 126: Distribuio dos ensaios no admissveis tendo em conta o comprimento da anomalia 115
Figura 127: Distribuio percentual de ensaios no admissveis tendo em conta o comprimento da
anomalia face ao comprimento inspeccionado ................................................................................ 116
Figura 128: Distribuio percentual de ensaios no admissveis tendo em conta a profundidade da
anomalia face profundidade inspeccionada .................................................................................. 116
Figura 129: Resultados dos ensaios efectuados em soldaduras de topo entre banzos .................... 117
Figura 130: Resultados dos ensaios efectuados em soldaduras de topo entre almas ...................... 117
-
xvii
NDICE DE TABELAS
Tabela 1: Limites mximos dos coeficientes de comportamento [3]... 17
Tabela 3: Caractersticas do ao estrutural de uso comum [4] 26
Tabela 4: Possveis geometrias de corte do Oxi-corte, Plasma e guilhotina (adaptado de [11]).. 37
Tabela 5: Tipo de ligaes e respectivas dimenses, passveis de executar com soldadura MIG/MAG
[16].. 47
Tabela 6: Estudo comparativo entre mtodos de controlo de qualidade 59
Tabela 7: Caracterizao das tintas intumescentes como proteco ao fogo.. 65
Tabela 8: Tipos de proteco anti-corrosiva por metalizao e suas caractersticas (adaptado de [7])
67
Tabela 9: Tipos de tintas mais utilizadas na construo metlica e respectivas caractersticas
(adaptado de [7]).. 68
Tabela 10: Etapas do processo de fabrico onde executado o controlo de qualidade.. 73
Tabela 11: Principais causas das anomalias encontradas... 74
Tabela 12: Distribuio das anomalias, durante o perodo em estudo, provocadas pelos
departamentos correspondentes. Custos associados a cada departamento 76
Tabela 13: Valores mnimos de pr-esforo em KN tendo em conta a classe dos parafusos (adaptado
de [13]) .98
Tabela 14: Enquadramento normativo do estudo estatstico efectuado.. 108
-
1
1 Introduo
1.1 Enquadramento Geral
Nas ltimas dcadas, a construo metlica assumiu um papel de destaque na Industria da
Construo, sendo, muitas vezes, o processo construtivo ideal em estruturas como pontes,
coberturas de grandes vos ou edifcios de altura elevada, sendo os edifcios o objecto de estudo
nesta dissertao.
Este facto deve-se essencialmente s valncias que as estruturas em ao apresentam face s
estruturas em beto armado, das quais se destaca a flexibilidade das solues de concepo do
empreendimento, de projecto e de construo. No que se refere a um edifcio alto, usualmente com
fins de utilizao terciria ou servios, uma soluo em estrutura metlica pode ser vantajosa.
Destacam-se uma maior flexibilidade nas solues de projecto, devido leveza e esbelteza dos
elementos, que permite atingir vos maiores e optimizar dimensionalmente as fundaes do edifcio,
vantagem significativa em ambiente urbano.
A envolvncia da obra pode ser determinante na escolha do processo construtivo. No caso de
edifcios altos localizados em centros urbanos, a estrutura metlica pr-fabricada torna-se a soluo
mais vivel no que se refere construo, permitindo um reduzido espao em estaleiro, rapidez de
execuo e minimizao de impactos ao meio envolvente. Por outro lado, a existncia de softwares
BIM (Building Information Modelling) que permitem a interdependncia entre a fase de construo e
as vrias fases a montante, possibilitam uma preparao precisa da montagem, reduzindo
substancialmente eventuais problemas construtivos que possam surgir.
Os processos construtivos que englobem pr-fabricao, potenciam a segurana em obra, pois
reduzem substancialmente os trabalhos a executar in situ.
O controlo de qualidade envolvido na construo metlica muito rigoroso, tanto no fabrico como
na montagem, sendo nesta fase objecto de controlo as ligaes soldadas e aparafusadas.
A rapidez de execuo e o cumprimento de prazos assumem um papel preponderante, pois
consistem num factor de rentabilizao financeira e de recursos tanto para o promotor, que consegue
obter retorno do investimento mais cedo, como para o empreiteiro de montagem que consegue
diminuir custos de estaleiro e encargos de estrutura afectos obra.
1.2 Objectivos e Metodologia
Pretende-se com este trabalho realizar a caracterizao pormenorizada da construo da estrutura
metlica de um edifcio nas suas vrias fases integrantes, nomeadamente projecto, fabrico e
montagem, tendo como exemplo de aplicao a construo do edifcio Euro Tower, localizado no
centro da cidade de Bucareste, cuja estrutura metlica foi fabricada e montada pela Martifer.
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2
A metodologia de execuo deste trabalho consistiu, primeiramente no enquadramento bibliogrfico
do tema. Na fase de caracterizao das solues de projecto, foi efectuada uma recolha
pormenorizada de informao tcnica junto do projectista.
A fase de fabrico da estrutura foi acompanhada diariamente pelo autor durante trs meses, sendo
esta experiencia crucial para a compreenso das condicionantes que afectam o fabrico de uma
estrutura metlica.
A montagem da estrutura metlica do edifcio foi acompanhada atravs da cooperao entre o autor
e os Directores de Obra, que forneceram informaes tcnicas primordiais para a execuo deste
trabalho, nomeadamente na caracterizao da execuo de soldaduras em obra e seu controlo de
qualidade.
Foi executada uma anlise de controlo de qualidade ao fabrico da estrutura metlica realizado no
perodo de tempo correspondente maior percentagem de ocupao da oficina por esta obra
(Janeiro a Novembro de 2008), pretendendo-se aferir qual a etapa na linha de fabrico onde se
detectaram maior nmero de no conformidades e quais as causas que potenciaram as no
conformidades detectadas. So tambm quantificados os custos associados a estas no
conformidades, diferenciados pelas respectivas causas.
As soldaduras executadas na montagem da estrutura foram tambm alvo de um estudo de controlo
de qualidade a partir dos relatrios de ensaio executados pela empresa contratada para fiscalizao
das soldaduras.
A escolha do edifcio EuroTower como caso de estudo deveu-se ao estgio que o autor realizou na
Martifer Polska entre Julho e Setembro de 2008, onde esteve envolvido na preparao, gesto de
fabrico e controlo de qualidade da estrutura metlica.
1.3 Organizao da dissertao
A presente dissertao divide-se em cinco captulos. No primeiro captulo so descritas as principais
valncias da construo metlica em edifcios altos, face aos restantes processos construtivos. So
apresentados os objectivos da dissertao, bem como as metodologias adoptadas para o
cumprimento do objectivo proposto.
No segundo captulo apresentado o edifcio Euro Tower, as suas disposies arquitectnicas e as
entidades envolvidas no empreendimento. So descritas as principais condicionantes ao projecto e os
pressupostos adoptados at alcanar a soluo de projecto final. executada uma comparao
resumida entre o EC8 e o Regulamento Ssmico Romeno P 100-1 (2006).
O terceiro captulo referente ao fabrico da estrutura metlica, sendo caracterizadas todas as
etapas da linha de fabrico de uma estrutura metlica, nomeadamente o corte, furao, soldadura e
acabamentos. tambm executado uma anlise de controlo de qualidade do fabrico da estrutura
metlica do edifcio em estudo.
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3
No quarto captulo descreve-se a fase de montagem de um edifcio alto, atravs do exemplo em
estudo. So definidos planos de montagem e os equipamentos de elevao mais adequados, bem
como os seus modos de operao. Posteriormente, so caracterizadas as ligaes aparafusadas. Por
fim, executada uma anlise de controlo de qualidade das ligaes soldadas executadas em obra.
No quinto e ltimo captulo apresentam-se as concluses do trabalho efectuado, sendo abordadas
alguns dos possveis desenvolvimentos futuros do tema.
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4
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5
2 Projecto do Edifcio Euro Tower
2.1 Introduo
O edifcio Cascades Park Plaza Office Building (CPPOB), presente na fotografia da Figura 1 agora
designado como Euro Tower, destinado a albergar servios, com uma capacidade mxima definida
pela arquitectura de 1630 pessoas, sendo prevista uma utilizao mdia diria de 1430 pessoas.
Considerado o primeiro edifcio verde da Romnia, o quarto edifcio mais alto do Pas e o terceiro
mais alto da sua Capital.
O Dono de Obra a Cascade Group, uma empresa holandesa que opera no ramo imobilirio,
predominantemente na zona Leste da Europa.
A sua construo ronda o valor de 25 milhes de Euros. O perodo inicialmente previsto para a
construo seria de Junho de 2007 a Fevereiro de 2009 (prazo de 21 meses)
Figura 1: Vista do Edifcio Euro Tower no centro de Bucareste, Romnia
Do ponto de vista tcnico este edifcio consistiu, para os projectistas, num desafio importante j que
a sua construo incide numa das zonas de maior sismicidade da Europa, sendo esta a
condicionante preponderante no dimensionamento. Por esta razo, a caracterizao do projecto
efectuada neste captulo incide quase exclusivamente sobre a estrutura em altura, sendo feita uma
breve referncia ao corpo secundrio, que no apresenta problemas significativos face ao
dimensionamento ssmico.
2.1.1 Localizao, Zona de Implantao e Volumetria
Este edifcio est localizado numa zona de Bucareste caracterizada por uma actividade
predominantemente terciria designada por Sector 2. Encontra-se compreendido entre Avenida Barbu
Vacarescu, uma das mais importantes artrias da cidade, a Rua Dimu Vintila e Rua Lacul Tei. Assim,
as confrontaes da zona de implantao so essencialmente, trs como esquematizado na Figura 2.
A Oeste com a Rua Dimu Vintila numa extenso de 77 metros; a nordeste, numa extenso de 55
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6
metros, com a Rua Lacul Tei e uma terceira, com um edifcio vizinho. De referir que a Avenida Barbu
Vacarescu se situa a Sudoeste do edifcio, ainda que numa reduzida extenso.
A rea de implantao de 1.821 m2 , sendo a altura ao solo do ltimo piso de 74 metros. Por sua
vez, a altura do pinculo de 94 metros.
A rea total do edifcio 26.600 m2, sendo 9.100 m2 correspondentes aos cinco pisos enterrados
(18 metros), com funo de estacionamento, e 17.500 m2 afectos aos pisos acima do solo.
A estrutura elevada composta por dois corpos distintos: o primeiro com uma forma triangular em
planta e rectangular em alado que possui uma altura de 20 metros, correspondentes a 5 pisos, e um
corpo principal de 19 pisos (com 79 metros) cuja forma em planta tambm triangular, possuindo
alados rectangulares e trapezidais.
Existe ainda uma zona inclinada resultante da interseco de um plano de fachada inclinado
relativamente ao plano vertical, com a recta definida pela interseco de duas fachadas cujo ngulo
entre si de 42
Figura 2: Esquema representativo das confrontaes do edifcio, suas dimenses e disposies [1]
Como perceptvel pelo esquema da Figura 2 a rea de implantao no corresponde a rea total
do lote, sendo a rea sobejante afecta a entrada do estacionamento subterrneo. Este parque de
estacionamento tem capacidade para 152 lugares.
2.1.2 Disposies arquitectnicas
O projecto arquitectnico resultou de uma parceria entre os gabinetes Dorin Stefan Birou
Architectura e Chapman Taylor.
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7
Segundo os arquitectos, o edifcio procurou cruzar os conceitos de imponncia com leveza e
enquadramento com meio envolvente. Por esta razo que a soluo arquitectnica alcanada
passou por uma estrutura metlica com contraventamentos nas fachadas atravs da utilizao de
tubos regulares, sem que a dimenso destes confira opacidade e peso fisionomia da fachada. Esta,
por sua vez, envidraada, o que possibilita ao edifcio o seu enquadramento com a envolvente
urbana (Figura 3).
Inserido no conceito de edifcio verde com uma arquitectura e dimensionamento sustentvel,
ambas as coberturas dos corpos que o constituem possuem reas ajardinadas, o que, como
sabido, vai conferir um grande isolamento trmico das coberturas.
Pelas razes descritas a construo deste edifcio veio introduzir novos conceitos arquitectnicos e
da prpria construo neste pas, contribuindo de forma efectiva para a evoluo da construo no
sentido da sustentabilidade da arquitectura e engenharia, cuja importncia cada vez maior.
Figura 3: Perspectivas arquitectnicas do edifcio (fachada Sul, fachada de maior comprimento - Noroeste, fachada de canto, fachada Este, vista da cobertura ajardinada do corpo de 5 pisos). [1]
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8
2.1.3 Entidades Envolvidas
Para alm do Dono de Obra e dos dois gabinetes de arquitectos j referidos esteve envolvido o
gabinete de projecto Popp & Associatii, responsvel pelo projecto estrutural inicial, sendo a empresa
consultora na rea do projecto o Grupo WSP
Por outro lado o Empreiteiro Geral foi a Bovis Lend & Lease, sendo a Martifer subcontratada para o
fabrico e montagem da estrutura metlica. O projecto inicial apresenta uma soluo estrutural
executada em ao S460, o que constituiu um problema para a Martifer ao nvel do aprovisionamento,
j que era impossvel a compra deste tipo de ao em datas que respeitassem os prazos estipulados
para a montagem. Assim, a Martifer subcontratou a Tal Projecto para realizar um projecto alternativo
em que a alterao de destaque seria a mudana do tipo de ao para S355. Esta alterao permitiu
uma optimizao estrutural do edifcio, tendo-se revelado uma soluo mais vantajosa para todas as
entidades envolvidas no empreendimento.
Outra alterao significativa ao projecto original foi o dimensionamento dos contraventamentos sem
os amortecedores que estavam inicialmente previstos.
2.1.4 Concepo do Projecto Original
O projectista inicial optou pela utilizao de contraventamentos em todos os mdulos das fachadas
Noroeste e Este e na fachada de canto do corpo de 19 andares. Nas primeiras os contraventamentos
eram concntricos em perfis tipo H, sendo que os mdulos interiores (dois na fachada Noroeste e trs
na fachada Este) possuam amortecedores. Os contraventamentos nestes mdulos possuam seco
tubular (Figura 4).
J na fachada de canto os contraventamentos estavam dispostos em V invertido. Os prticos
tinham ou no amortecedores, sendo tambm resistentes flexo.
O ncleo de elevadores, existente na fachada restante (a Sul), possua contraventamentos em toda
a sua extenso, mesmo nos prticos de pequena dimenso, obrigando existncia de
contraventamentos praticamente verticais.
A zona inclinada possua contraventamentos, cujo alinhamento correspondia aos
contraventamentos das fachadas principais.
O corpo de 5 pisos no possua contraventamentos, sendo a aco lateral mitigada por prticos
resistentes do tipo Full Moment Resisting Frames.
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9
Figura 4: Esquema da disposio do tipo de contraventamentos e dos amortecedores na fachada Noroeste [1]
As principais seces utilizadas eram, para os pilares, perfis HD 400x900, para as vigas, perfis HEA
500 e HEA 650, sendo utilizados nos contraventamentos dos mdulos exteriores perfis HEB e HEM e
nos mdulos interiores perfis tubulares circulares com dimenses de 273mm de dimetro por16mm
de raio (Figura 5). O tipo de ao era S460 e perfazia um peso da estrutura metlica de 3000
toneladas.
Figura 5: Pormenor da disposio dos amortecedores nos contraventamentos dos mdulos centrais [1]
Os pisos eram constitudos por lajes fungiformes em beto armado (C25/30), com uma espessura
de 35 cm, pelo que o processo construtivo seria alternado entre a montagem do mdulo da estrutura
elevada e a betonagem da laje correspondente.
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As ligaes estruturais do edifcio, representadas na Figura 6 eram asseguradas por:
Soldaduras em obra entre vigas e pilares;
Na continuidade dos pilares por soldadura em obra ou aparafusagem (variando de
acordo com a zona da estrutura) com chapas cobre-juntas na alma e nos banzos;
Aparafusagem na ligao entre os contraventamentos e os troos que ligam, por
soldadura, s vigas e pilares ou unio destes;
Rtulas formadas por cavilhes nas seces que suportam os amortecedores.
Figura 6: Pormenores de ligao soldada entre pilares e de ligao aparafusada dos contraventamentos concntricos [1]
As fundaes do edifcio eram constitudas por uma soluo indirecta de estacas, funcionando
como prolongamento do pilar, encabeadas por uma laje de fundo, executada cota mais baixa de
escavao que funcionava tambm como ensoleiramento geral do edifcio. Esta soluo
complementada pela execuo de uma parede de conteno que se desenvolve em todo permetro
da zona de implantao, cuja altura corresponde profundidade das estacas.
A execuo desta parede de conteno e dos pisos enterrados foi feita com recurso ao sistema
Top-Down.
A descrio pormenorizada do sistema de fundaes ser feita na seco dedicada ao projecto
final do edifcio, j que so solues idnticas.
2.2 Concepo do projecto final
2.2.1 Anlise do projecto original
O sistema de amortecimento do edifcio era composto por 180 amortecedores fludo-viscosos (10
em cada piso) de 225 Mton. Como foi referido, estes seriam aplicados em contraventamentos
concntricos existentes nos mdulos interiores das fachadas Este e Noroeste e ainda nos
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11
contraventamentos dos mdulos da extremidade existentes na fachada Sul que inclua o ncleo de
elevadores a partir do 6 piso.
Este sistema era caracterizado pelo seu elevado custo, devido ao nmero de amortecedores
utilizados, no constituindo a soluo estrutural ideal, no que respeita ao peso da estrutura.
Por outro lado, esta soluo tornava-se redundante, na medida em que, os amortecedores no
consistiam no elemento resistente principal s aces horizontais dos sismos, definindo-se como
principal o elemento mais fortemente solicitado ou que mais determina a rigidez da estrutura. Isto
porque seriam os contraventamentos j descritos os elementos estruturais mais solicitados a estas
aces, sendo responsveis por grande parte da resistncia horizontal do edifcio.
2.2.2 Condicionamentos legais e regulamentares
O condicionamento legal nova soluo estrutural prendeu-se, maioritariamente, com a
obrigatoriedade, estabelecida pela lei romena, de se constituir um verificador de projecto. Esta
entidade nomeada pelas autoridades romenas, obedecendo a requisitos de seleco que,
normalmente, apenas os candidatos romenos esto aptos a satisfazer. Assim um projectista
estrangeiro ter sempre que prestar contas a uma entidade verificadora romena, tornando o processo
de dimensionamento mais lento e burocrtico.
Os condicionamentos mais significativos do projecto consistem no cumprimento obrigatrio dos
regulamentos europeus (Eurocdigos) e dos regulamentos romenos, sendo o mais relevante o
documento P100-1 (2006) [2] que diz respeito segurana ssmica. Como esperado existem
discrepncias de contedo entre estes dois regulamentos. Isto porque um deles possui apenas como
base a realidade romena, restringindo a sua aplicabilidade a este pas enquanto o EC foi elaborado numa perspectiva generalista conferindo-lhe aplicabilidade a todo o territrio Europeu [3]. Desta
forma a confluncia dos dois regulamentos no dimensionamento do edifcio nem sempre foi pacfica.
Um exemplo destas diferenas a indefinio dos tipos de terreno segundo o regulamento romeno,
que estipula para zonas da Romnia diferentes espectros de resposta apenas com base num nico
tipo de solo.
O dimensionamento do edifcio aco ssmica foi efectuado de acordo com o regulamento
romeno. No entanto considerou-se pertinente o estudo das duas abordagens (tanto pelo EC8 como
pelo P100-1 (2006)), fazendo referncia, quando necessrio, s diferenas entre os dois.
Aces estticas
As aces estipuladas pelo Dono de Obra foram as seguintes:
Aces permanentes
- Peso Prprio da estrutura;
- Lajes mistas com 15 cm de espessura, constitudas por chapa de ao Haircol 59S
nervurada com 6 cm e beto com 9 cm de espessura: 3 2/ mkN ;
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12
- Instalaes e acabamentos interiores em cada piso: 0,85 2/ mkN ;
- Instalaes e acabamentos exteriores em cada piso (varandas e zonas a cu aberto: 1,00 2/ mkN ;
- Divises internas: 1,00 2/ mkN ;
- Cobertura: 3,50 2/ mkN ;
- Fachadas: 3 2/ mkN ;
-Estrutura metlica do piso: 0,70 2/ mkN ;
Aces variveis
- Em zona de circulao: 5 2/ mkN ;
- Em zona de escritrio: 3,5 2/ mkN ;
-Coberturas no acessveis: 0,75 2/ mkN ;
-Carga de neve: 2 2/ mkN ;
- Aco do vento: considerou-se o vento perpendicular aos planos das fachadas, em que os
coeficientes de presso utilizados no clculo foram obtidos em ensaios experimentais
realizados na Universidade de Bucareste. Os valores de presso dinmica foram retirados do
EC1-Parte 4.
Aco ssmica
O dimensionamento da estrutura aco do sismo foi efectuado com base no P100-1 (2006),
particularmente, ponto 3.1. (8) (Figura 7), que prev para a zona de Bucareste ga = 0,24g e cT =
1,60s [2].
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Figura 7: Zonamento do territrio romeno, tendo em conta a acelerao do solo a para um MRI=100 anos [2]
Combinaes
As combinaes para o clculo do Estado Limite ltimo so:
Combinaes fundamentais:
1.35 CP + 1,5 (0,5Neve + 0,6Vento 1) + 1,5 SC;
1.35 CP + 1,5 (0,5Neve + 0,6Vento 2) + 1,5 SC;
1.35 CP + 1,5 (0,5Neve + 0,6Vento 3) + 1,5 SC;
1.35 CP + 1,5 (0,5Neve + 0,7SC) + Vento 1;
1.35 CP + 1,5 (0,5Neve + 0,7SC) + Vento 2;
1.35 CP + 1,5 (0,5Neve + 0,7SC) + Vento 3;
1.35 CP + 1,5 (0,7SC + 0,6Vento 1) + 1,5Neve;
1.35 CP + 1,5 (0,7SC + 0,6Vento 2) + 1,5Neve;
1.35 CP + 1,5 (0,7SC + 0,6Vento 3) + 1,5Neve;
Em que o vento 1 corresponde direco do quadrante Noroeste, vento 2 quadrante Este e vento 3
do quadrante Sul.
Em que as combinaes ssmicas so:
1,00 CP + 0,4 SC + 1,2 / 3,5 E;
1,00 CP + 0,4 SC + 1,2 / 3,5 E;
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Os factores de combinao () foram definidos com base no EC1, nos pontos A1.2.2 (1) e tabela
A.1. e as normas romenas STAS:
00,02 =Neve ;
00,02 =Vento ;
50,00 =Neve ;
60,00 =Vento ;
70,00 =SC ;
Outras disposies relevantes nos regulamentos ssmicos
Classes de importncia
Segundo o EC8 e o cdigo P100-1 (2006), no ponto 4.2.5 (4) e (5), e no ponto 4.4.4.5 (3),
respectivamente definem-se classes de importncia em funo da utilidade, dimenso e valor das
construes e da capacidade de manter o servio durante e aps um sismo, o que possibilita uma
majorao adequada aco ssmica. Segundo o EC8:
Classe I: edifcios de pouca importncia para a segurana pblica coeficiente de
importncia de 0,8;
Classe II: Edifcios vulgares 1,0;
Classe III: Edifcios cujo colapso acarreta consequncias graves, cuja capacidade de
utilizao do edifcio muito elevada 1,2
Classe IV: edifcios em que a funcionalidade no pode ser alterada, incluindo a
ocorrncia do sismo 1,4 [3].
No caso do P100-1 (2006), a definio das classes idntica, sendo um pouco mais especfica. De
referir apenas que a numerao por ordem de importncia oposta efectuada no EC8:
Classe I: Construes de funcionalidade essencial (servios de proteco civil,
bombeiros, policia, hospitais, edifcios com servios de urgncia, etc.) coeficiente de
importncia de 1,4;
Classe II: Construes com uma ocupao mdia de mais de 400 pessoas, hospitais
ou centros mdicos de menor importncia com ocupao inferior a 150 pessoas e no
includos na classe I, prises, lares de terceira idade, creches e infantrios, escolas com
ocupao at 200 pessoas, espaos pblicos com ocupao at 200 pessoas e patrimnio
nacional 1,2;
Classe III: Construes que no se enquadrem nas demais classes 1,0;
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Classe IV: Construes com pouca importncia econmica ou para a segurana
pblica 0,8.
No caso do edifcio estudado neste trabalho a classe de importncia correspondente ao
coeficiente 1,2 [2].
A definio do coeficiente de importncia um exemplo das discrepncias existentes entre os dois
regulamentos: de acordo com o EC8, a classificao do edifcio na classe III pode ser questionvel
dada falta de um limite definido de utilizadores, pois a classe referente a edifcios de valor
patrimonial elevado por causas inerentes sua utilizao; por outro lado o cdigo romeno insere
indubitavelmente o edifcio na classe II, pois a capacidade de utilizao est muito acima do limite
mximo definido para esta classe.
Estas classes de importncia afectam os coeficientes de majorao correspondentes aco
ssmica.
Regularidade em altura
Este conceito fundamental na caracterizao do comportamento de uma estrutura, sendo que,
quando no se consegue garantir a regularidade, necessrio um agravamento do clculo em que o
coeficiente de comportamento no deve exceder 80% do valor de referncia. [3]
A definio de regularidade de um edifcio por vezes pouco precisa, devido s numerosas
solues arquitectnicas. O edifcio presentemente estudado um exemplo flagrante j que devido
sua forma triangular em planta e a existncia de um recuo entre o corpo de cinco pisos e o corpo de
19 pisos, no possvel definir uma dimenso exacta para o recuo. Este problema foi solucionado
separando estruturalmente os dois corpos elevados.
Um edifcio regular em altura quando:
Os sistemas de resistncia s aces horizontais como ncleos, paredes resistentes
ou prticos, devem manter-se desde a fundao at ao topo do edifcio;
A rigidez lateral e a massa de cada piso no se devem alterar, podendo diminuir, no
desenvolvimento em altura;
Em edifcios porticados deve haver uma variao proporcional entre pisos da razo
entre as resistncia mobilizadas e necessrias;
No caso da existncia de recuos devem ser satisfeitas as seguintes condies:
Preservao da simetria axial do edifcio, sendo o recuo inferior a 20% da
dimenso do piso inferior na direco correspondente;
No caso da existncia de apenas um recuo, sendo este inferior ou igual a 15% da
altura total da estrutura, o seu limite horizontal 50% da dimenso do piso inferior na
direco correspondente. No entanto estes limites apenas so vlidos se a estrutura
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na zona inferior ao recuo conseguir suportar 75% do corte basal mobilizado por uma
estrutura igual continua em altura;
Se os recuos inviabilizarem a simetria estrutural, em cada fachada, cada um
destes deve ser inferior ou igual a 10% da dimenso do piso inferior na direco
correspondente, ou exceder 30% da dimenso da estrutura na base, sendo, neste
caso, contabilizado o somatrio dos recuos [3].
Segundo o regulamento romeno, os requisitos que ditam a regularidade em altura de um edifcio
so idnticos aos dispostos no EC8, sendo desnecessrios enumer-los neste documento [2].
No entanto deve ser feita referncia s penalizaes do coeficiente do comportamento para os
casos em que a estrutura no cumpra os requisitos de regularidade, j que se salientam algumas
diferenas face ao EC8:
Caso exista regularidade em planta e no em altura o coeficiente de comportamento
reduzido em 20% face ao valor de referncia;
Caso no exista regularidade nem em planta, nem em altura, o coeficiente de
comportamento reduzido em 30% [2];
Coeficiente de comportamento
Deve ser ainda definido um coeficiente de comportamento que segundo o EC8 quantificado
experimentalmente por:
Plsticoelstico FFq =
Em que:
elsticoF : Corte basal em regime elstico para um determinado deslocamento;
PlsticoF Corte basal em regime plstico para o mesmo deslocamento.
Pode ser ainda definido pela expresso:
12 = q
Onde,
ymx =
Em que,
mx : ngulo de rotao ltimo numa rtula plstica para um elemento estrutural;
y : ngulo de rotao na cedncia para o mesmo elemento estrutural.
-
17
O valor de referncia para estruturas metlicas q=4, sendo este coeficiente condicionado tambm
pela regularidade do edifcio. Entenda-se regularidade como as condies de simetria, continuidade e
monotonia estrutural, etc. Pode-se afirmar que o coeficiente de comportamento maior para
estruturas com uma regularidade maior.
A tabela seguinte indica os limites mximos dos coeficientes de comportamento segundo o EC8 [3].
Tabela 1: Limites mximos dos coeficientes de comportamento [3]
Ductilidade Mdia Ductilidade Elevada
Prticos Resistentes 4 1
5 u
Prticos com
contraventamentos
concntricos (diagonais)
4 4
Prticos com
contraventamentos
concntricos em V
2 2,5
Prticos com
contraventamentos
excntricos
4 1
5 u
Pndulo invertido 2 1
2 u
Sistemas duais
(contraventamentos
concntricos e prticos
resistentes)
4 1
4 u
Sistemas duais ( com
ncleos ou paredes de beto
associados a perfis
estruturais metlicos) 1
3 u
1
4 u
u : valor pelo qual a aco ssmica multiplicada, para que se formem rtulas plsticas nas
seces suficientes para a instabilizao global da estrutura, enquanto todas as outras aces
permanecem inalteradas [3].
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1 : valor pelo qual a aco horizontal multiplicada para que se forme a primeira rtula plstica, enquanto que todas as outras aces permanecem inalteradas [3].
De notar que para edifcios irregulares em altura os valores apresentados devem ser reduzidos em
20% [3].
Segundo o regulamento o coeficiente de comportamento deste edifcio, que consiste num sistema
dual com contraventamentos concntricos e prticos resistentes, pode tomar o valor de referncia,
sendo este q=4 ou mesmo 1
4 uq = , de acordo com a ductilidade considerada.
O cdigo romeno tem uma abordagem semelhante nesta matria, no entanto, por imposio das
entidades romenas o coeficiente de comportamento foi definido para q=3,5.
Limitao das deformaes em servio
A segurana aos Estados Limites de Servio e o controlo de estragos so aspectos fundamentais
na regulamentao ao dimensionamento ssmico, devido crescente importncia que os edifcios
assumem ao nvel da sua funcionalidade, valor econmico e patrimonial, tornando-se fundamental
preservar as suas caractersticas durante e aps um sismo.
Esta limitao definida pelo EC8 da seguinte forma:
A deformao relativa entre pisos dada pela equao:
edr dqd =
Em que,
dq : igual ao factor de comportamento q (a menos que seja expresso o contrrio);
ed : deslocamento obtido para a combinao ssmica.
rd Possui as seguintes limitaes:
Estruturas com elementos no estruturais frgeis hvdr 005,0 ;
Estruturas com elementos no estruturais dcteis hvdr 0075,0 ;
Estruturas em que os elementos no estruturais suportam as deformaes estruturais
hvdr 010,0 .
Em que,
h : altura do piso;
-
19
v : factor de reduo que exprime um menor perodo de retorno da aco ssmica de servio que se pretende verificar a limitao de deformaes; depende da localizao da estrutura; depende
tambm da classe de importncia da estrutura o valor recomendado para a classe I e II 0,5 e para
a classe III e IV, 0,4 [3].
Como a maioria dos edifcios altos, o seu dimensionamento ssmico condicionado essencialmente
pela deformabilidade. Assim procura-se que das trs restries acima apresentadas seja usada a
menos severa. Para isto os elementos de ligao entre a estrutura e elementos no estruturais
devem possibilitar a insero do presente caso restrio em que os elementos no estruturais
(neste caso o vidro para as fachadas) suportam as deformaes estruturais.
No entanto estas restries carecem de especificidade, no contemplando a multiplicidade de
solues construtivas possveis para elementos no estruturais (fachadas, por exemplo). Por outro
lado no especificam qual deve ser o valor matemtico atribudo aos deslocamentos, se um valor
mdio das fachadas ou se um valor absoluto, nem determinam se necessrio afectar a aco
ssmica pelo coeficiente de importncia do edifcio.
Numa anlise comparativa entre o EC8 e o regulamento romeno, verifica-se que este permite
deslocamentos relativos entre pisos inferiores ao regulamento europeu: para a 3 restrio (usada
neste projecto) o limite dos deslocamentos 1% da altura total do edifcio segundo o EC8, ponto
4.4.3.2 Parte 1 e 0,8% segundo o P100-1 (2006). (4.5.4 (2) e (3) e E.1.
No que respeita s diferenas regulamentares, estas incidem fundamentalmente na verificao ao
Estado Limite Ultimo em estruturas em que o perodo T inferior a cT , admitindo-se um
deslocamento em regime plstico mais elevado que em regime elstico. Existe ainda outra diferena
no campo das estruturas de beto armado, que no se explica neste documento por ultrapassar o
seu mbito.
Por outro lado, no P100-1 (2006) os limites para os deslocamentos entre pisos esto definidos para
os ELU e ELS, estando as suas expresses expressas no ponto 4.5.4 (2) e (3) e E.1.
Dimensionamento de Prticos resistentes
O correcto dimensionamento de prticos resistentes consiste em garantir que a plastificao da
estrutura se faz no maior nmero de elementos que no comprometam a estabilidade da
estrutura. Segundo o EC8 nos prticos resistentes flexo as rtulas plsticas devem formar-se
nas vigas, junto s ligaes aos pilares [3].
O dimensionamento regulamentado pelo documento P100-1 (2006) anlogo ao do EC8.
Dimensionamento de prticos com contraventamentos concntricos (Figura 8)
Deve ser garantido que a plastificao e dissipao energtica dos contraventamentos
diagonais ocorre antes da cedncia ou instabilizao de pilares, vigas ou mesmo ligaes. Assim
os contraventamentos devem absorver todas as solicitaes horizontais. No caso de
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contraventamentos em X apenas as diagonais traccionadas devem ser contabilizadas na
quantificao da resistncia. No tipo de contraventamentos em V, tambm usado neste edifcio,
devem ser contabilizadas tanto as diagonais traco como compresso [3].
Figura 8: Esquema representativo de contraventamentos concntricos (adaptado de [1])
O regulamento romeno tem uma abordagem idntica no dimensionamento destes elementos.
Dimensionamento das ligaes
As ligaes utilizadas devem possuir uma geometria simples, cujo comportamento de
dissipao seja conhecido (definio das zonas de dissipao), evitando concentraes de
tenses ou esforos no prprio elemento de ligao, ou nas imediaes. O seu fabrico e posterior
montagem devem ser processos simplificados, evitando assim possveis erros humanos [3].
ainda estipulado no EC8 que as ligaes em zonas dissipativas ou adjacentes a estas,
englobando-se nesta definio todas as ligaes de elementos metlicos usadas no edifcio,
devem ser testadas experimentalmente [3].
Todas as ligaes usadas no edifcio so no dissipativas (no garantem a dissipao de
energia da estrutura originada pela aco cclica de carga e descarga) pelo que apenas se faz
referncia neste documento aos requisitos de dimensionamento destas ligaes: a ligao deve
possuir um patamar de cedncia superior ao do mximo esperado para o elemento estrutural
(responsvel pela dissipao) que definido pela equao [3]:
yovmxy ff = 1,1,
Em que,
ov : valor estatstico que traduz a excedncia mxima em perfis europeus;
yf : tenso de cedncia do ao.
A resistncia da ligao deve cumprir a expresso:
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fyovd RR 1,1
Em que,
dR : Resistncia da ligao pretendida;
fyR : resistncia plstica do elemento estrutural a ligar.
O cumprimento deste requisito leva a um sobredimensionamento das ligaes, aumentando ainda
mais as dimenses dos elementos o que, como explicado adiante, constitui problemas ao nvel da
execuo em obra.
Outra disposio que se torna relevante referir, pois determinante para o comportamento ssmico
da estrutura, a capacidade de rotao das ligaes, sendo condio essencial para conferir
ductilidade e flexibilidade estrutura.
Em estruturas de alta ductilidade as ligaes devem ter uma capacidade de rotao na zona
plstica no inferior a 35 mrad. Para estruturas de mdia ductilidade com um coeficiente de
comportamento maior que dois o limite mnimo baixa para 25 mrad [3].
A capacidade de rotao calculada a partir da equao:
Lp 5.0 =
Em que,
: deformada da viga no sismo, cujos momentos flectores so inversos nos extremos;
L: comprimento da viga.
A capacidade de rotao na ligao plastificada deve ser assegurada mesmo em situaes de
carga cclica, sem uma perda de rigidez e tenso superior a 20%.
Para as ligaes sujeitas a traces o EC8 remete os requisitos de dimensionamento para o EC3
no ponto 6.2.3, 3 alnea.
2.2.3 Alternativas Estruturais Estudadas
As anlises efectuadas ao projecto original, esquematizado na Figura 9 concluram que a estrutura
possua uma frequncia de vibrao muito elevada, que conduzia a esforos significativos. Assim, a
soluo alternativa mais lgica seria conferir uma maior flexibilidade estrutura.
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Figura 9: Esquema do sistema estrutural do projecto original e modo de encurvadura (adaptado de [1])
Por outro lado sabido que deformao entre pisos no caso de sismo atinge frequentemente o seu
valor mximo regulamentar (segundo o P100-1 (2006) e o EC8) em estruturas com grande
flexibilidade. Esta ainda potenciada pelo facto do edifcio, por imposio arquitectnica, no possuir
um ncleo ou paredes resistentes de beto armado. Desta forma, o controlo da deformabilidade
passa inevitavelmente pelo sistema de contraventamentos, pelo que foi sobre estes componentes
estruturais que se efectuaram as principais alteraes.
Inicialmente foi pensado um sistema de contraventamentos nos mdulos de extremidade das
fachadas mais longas (Noroeste e Este) e nos prticos do ncleo de elevadores colocados em
paralelo fachada Sul, como est representado na Figura 10. Desta forma, seriam suprimidos os
amortecedores (existentes nos contraventamentos tubulares dos mdulos interiores), tendo a
estrutura um comportamento bem definido no que respeita resistncia s aces horizontais. Por
outro lado esta soluo possibilitava a diminuio da rigidez do ncleo de elevadores, que devido
sua posio perifrica contribui significativamente para o esforo de toro no edifcio, o que
justificava a adopo de amortecedores no projecto original. Assim a anlise modal efectuada indicou
uma diminuio da participao da toro nos principais modos de vibrao, consistindo estes,
essencialmente, em translaes com direces perpendiculares entre si.
Figura 10: Esquema do sistema estrutural da primeira alternativa e modo de encurvadura (adaptado de [1])
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O comportamento face s aces horizontais deixou de ser tipo parede, em que a deformada no
tem inverso de curvatura, para se assemelhar deformada de duas paredes conectadas entre si
por uma ligao no rgida. Assim reduz-se significativamente a rigidez do edifcio, que se expressa
no aumento do perodo fundamental. Este sistema possibilita ainda que haja uma maior participao
da massa nos primeiros modos de vibrao, situao ideal para prever com preciso as
consequncias estruturais da vibrao. (modos de frequncia mais baixa).
Desta forma, este sistema estrutural apresenta bons desempenhos ao nvel da segurana de
colapso da estrutura, pois propicia a diminuio do esforo ssmico imposto ao edifcio.
Porm, a anlise modal indicou a existncia de deformaes excessivas nos pisos, sendo estas
incrementadas no desenvolvimento em altura do edifcio, sendo registadas deformaes superiores a
dois metros nos pisos mais altos. Este problema era facilmente resolvido atravs da incorporao de
elementos resistentes, como ncleos ou paredes de beto, ou prticos resistentes tipo Moment
Resisting Frames, caracterizados por responderem rigidamente flexo. No entanto a soluo teria
que passar novamente pelo sistema de contraventamentos, devido impossibilidade arquitectnica j
referida de incluir estes elementos resistentes.
Assim, procurou-se reduzir as deformaes dos pisos mantendo a flexibilidade do edifcio,
essencial para garantir a segurana ao colapso, alterando o comportamento do tipo parede para um
caracterstico de uma estrutura tipo prtico-parede. Isto foi conseguido atravs da incluso de
contraventamentos nos trs ltimos mdulos no topo de cada fachada. Como perceptvel pela
Figura 11 este tipo de comportamento possibilita que o incremento das deformaes nos pisos ao
longo do desenvolvimento vertical seja mais controlado, pois, ao contrrio do sistema anterior onde a
deformada tinha a mesma concavidade em altura, o comportamento prtico-parede possui uma
inverso da concavidade, devido ao grau de encastramento conferido pela ligao rgida entre viga
e pilar do prtico.
Figura 11: Esquema do sistema estrutural da soluo final e modo de encurvadura (adaptado de [1])
Os contraventamentos utilizados, tanto nos mdulos de extremidade como nos ltimos trs
mdulos de topo, so concntricos (Figura 8), caracterizados por uma boa dissipao energtica,
permitindo que as vigas no possuam solicitaes significativas, reduzindo assim as dimenses
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destas, o que possibilita diminuio da rigidez global do edifcio, reduo de custos e evitar possveis
impedimentos geomtricos. So do tipo V e V invertido, alternados em cada piso. Este sistema foi
includo nas fachadas com maior comprimento do edifcio (Noroeste e Este). semelhana do
sistema estrutural anterior o ncleo de elevadores possui os trs mdulos contraventados.
De notar que na fachada inclinada (Sudoeste), a pedido dos arquitectos, o sistema de
contraventamentos interrompido at ao sexto piso, possibilitando uma abertura no quinto e sexto
piso que servir como uma rea ajardinada aberta para o exterior.
Por outro lado houve a necessidade de separar, do ponto de vista de comportamento estrutural, os
dois corpos do edifcio, de forma a acentuar as caractersticas de comportamento j referidas.
facilmente perceptvel que uma estrutura com uma volumetria mais irregular, neste caso, com um
recuo acentuado no seu desenvolvimento em altura, vai possuir modos de vibrao menos
expectveis, com menor participao de massa nos modos principais, onde a componente de toro
se pode tornar significativa. Podem ainda gerar-se esforos adicionais na zona de recuo o que
obrigaria a componentes com maiores dimenses nesta zona.
A estrutura dos pisos foi alterada face ao projecto original romeno para uma soluo mista, em que
as vigas metlicas se ligam estrutura perifrica atravs de forma rotular, o que possibilita que no
estejam sujeitas s aces horizontais.
As vantagens de uma soluo deste tipo incidem sobre a rapidez e facilidade de execuo, estando
mais adaptada s condicionantes atmosfricas romenas. Isto porque permite a construo da
estrutura metlica em altura, incluindo as chapas colaborantes das lajes, de uma forma contnua
durante o Inverno romeno, deixando as betonagens para o tempo mais seco e quente.
Por outro lado uma soluo mista tornaria a estrutura mais leve, o que reduz substancialmente os
esforos e deslocamentos ssmicos, permitindo ainda uma maior optimizao estrutural e de custos.
2.2.4 Ligaes
Contrariamente ao projecto original foi estipulado que as ligaes executadas em obra seriam
aparafusadas, por razes que se prendem com a facilidade de execuo, sem necessidade de
mobilizar muitos recursos num local de dimenses reduzidas.
Por outro lado sabido do melhor comportamento das ligaes aparafusadas s aces cclicas de
carga e descarga face s soldaduras.
Para alm do cumprimento do disposto no EC8 procurou-se cumprir outros pressupostos do
correcto dimensionamento de ligaes, sendo estes:
A rotura por corte no deve ocorrer na chapa de alma dos pilares e na interseco
entre vigas e pilares, precavendo-se a rotura de pilares num determinado piso;
Prevalecimento da rotura dctil (esmagamento) face frgil (corte);
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Diminuir a rea furada das seces das chapas de ligao ou dos elementos a ligar
de forma a garantir a cedncia pelas seces cheias antes da rotura nas seces furadas,
evitando roturas frgeis.
Utilizao de tipologias de ligao j testadas experimentalmente;
Devido soluo mista para as lajes dos pisos, no foi possvel a utilizao tradicional do sistema
de ligao com recurso a cutelos em chapas de topo que excedessem a altura das vigas, como
perceptvel pela Figura 12.
Figura 12: Pormenor de ligao de vigas a pilares com reforo de cutelos (adaptado de [1])
necessrio que o projectista contemple os aspectos econmicos e construtivos do fabrico e
montagem das ligaes. Assim procurou-se alcanar ligaes compostas por aos que a Martifer
tinha em stock e com dimenses compatveis com os recursos mecnicos e tcnicos da fbrica,
localizada no Sul da Polnia.
Figura 13: Pormenor do modelo de ligao entre troos de viga
Por questes que se prendem com as dificuldades de mobilizao de recursos para um estaleiro de
reduzidas dimenses, imposies regulamentares romenas e falta de qualidade de soldadura
executada em obra, no se considerou este tipo de ligao em projecto. Verificou-se mais tarde, j
durante a construo do edifcio, que foi impossvel excluir a ligao por soldadura em obra devido a
impossibilidades regulamentares.
2.2.5 Materiais
No que respeita a estrutura principal utilizou-se o ao S355 J2 para chapas com espessura superior
a 50 mm e S355 JO para chapas com espessura inferior a 50 mm. Na estrutura dos pisos foi usado
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ao S275 JO, beto C25/30 e ao de reforo PC52. Deve ser referido que, segundo a Norma EN
10025:2004 o ao estrutural de uso mais comum especificado de acordo com a Tabela 2:
Tabela 2: Caractersticas do ao estrutural de uso comum [4]
Designao Tenso de
cedncia (MPa) Tenso de
Rotura (MPa)
Teste de Charpy1 (preconizado na EN 10045)
Temperatura (C)
Energia do impacto (J)
S 185 185 290/510
S 235 JR
235 360/510
20
27 S235 JO 0
S 235 J2 -20
S 275 JR
275 410/560
20
27 S 275 JO 0
S 275 J2 -20
S 355 JR
355 470/630
20
27 S 355 JO 0
S 355 J2 -20
S 355 K2 -20 40
2.2.6 Fundaes
O sistema estrutural de fundaes semelhante ao j descrito no ponto referente ao projecto
original, tendo sido introduzidas algumas modificaes devido a imposies de verificadores
romenos.
Num edifcio localizado numa zona de grande sismicidade o correcto dimensionamento do sistema
de fundao determinante para o bom comportamento ssmico da estrutura. Isto porque os esforos
1 Ensaio experimental que determina a quantidade de energia abosrvida por um material durante a sua fractura, atravs do impacto de um martelo cujas caractersticas so estandardizadas. Ver norma EN 10045
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preponderantes a considerar so dinmicos, sendo necessrio dar continuidade ao sistema de
dissipao de esforos ssmicos da estrutura elevada, para que estes sejam transferidos
correctamente para o solo de fundao.
Por outro lado, a soluo encontrada procurou fazer face s ms caractersticas do terreno
verificadas nesta zona da Romnia.
Desta forma, foi o condicionamento ssmico e a fraca qualidade do terreno que determinaram a
adopo de uma soluo de fundaes indirectas complementadas com outros elementos
resistentes, sendo o sistema estrutural descrito em seguida:
Parede de conteno moldada, com a mesma profundidade das estacas, sendo o seu
comportamento semelhante a uma estaca continua e linear, permitindo assim dar
continuidade aos significativos esforos ssmicos impostos s fachadas. Tem ainda como
funo estrutural resistir aos impulsos do solo durante a construo como durante a vida til
do edifcio;
Grupo de estacas em nmero igual ao de pilares interiores do edifcio (Figura 14),
situadas no seu alinhamento, cuja funo transmitir ao terreno as aces verticais;
Figura 14: Planta de localizao das estacas [1]
Laje de fundo onde as estacas so encabeadas, funcionando como um
ensoleiramento geral (Figura 15). Permite resistir aos esforos originados pelos
deslocamentos diferenciais entre as estacas e a parede de conteno.
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Figura 15: Modelo 3D das fundaes do edifcio Euro Tower
O processo construtivo adoptado foi o sistema Top-Down, numa tentativa de aproveitar todo o
espao disponvel em estaleiro. Assim a parede de conteno foi executada antes da escavao,
decorrendo esta simultaneamente com a execuo das lajes dos pisos enterrados e com a elevao
da estrutura metlica.
2.3 Concluses
O dimensionamento das peas foi condicionado pela logstica da cadeia fabrico-montagem, j que,
como foi referido, a fbrica dos componentes situa-se no Sul da Polnia, permitindo que estes fossem
transportados por caminho-de-ferro ou rodoviariamente.
A soluo estrutural utilizada respeitou as imposies arquitectnicas e geomtricas, sendo que as
nicas alteraes efectuadas consistiram no sistema de contraventamentos e na separao do
edifcio em dois corpos contguos por uma junta estrutural dos corpos elevados.
Com este sistema de prticos com contraventamentos concntricos a estrutura assumiu um
comportamento bem definido, no que respeita resposta ssmica, em que os primeiros modos de
vibrao (de translao e perpendiculares entre si) tm grandes participaes de massa e onde a
toro no tem uma contribuio significativa. Foi possvel manter a flexibilidade estrutural, condio
determinante para reduzir os esforos ssmicos, aliado a deformaes controladas devido a uma boa
distribuio da rigidez, que no coloquem em causa a capacidade de servio do edifcio aps o
sismo, cumprindo o disposto nos regulamentos ssmicos.
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3 Fabrico dos componentes da estrutura
3.1 Introduo
Procurou-se, neste captulo, descrever o processo de produo dos componentes de uma estrutura
metlica e as tecnologias actualmente utilizadas nas vrias etapas de fabrico.
No presente captulo foi estudada a produo dos componentes estruturais metlicos do edifcio
Euro Tower, dando mais relevncia aos processos de soldadura e do seu controlo de qualidade,
devido sua complexidade de execuo.
Como foi referenciado, o ao utilizado na produo dos componentes foi o S355 J2, S355 JO para a
estrutura principal e S275 JO para a estrutura dos pisos.
Segundo a norma EN1090:2005 as caractersticas do ao estrutural, tanto nos vrios perfis
existentes como em chapas, so definidas pela norma EN 10025:2004, no que diz respeito qualidade, composio do ao e condies de fornecimento. [5]
A laminagem a quente, processo esquematizado na Figura 16 consiste em dar a forma pretendida a
uma pea em bruto de ao (lingote) submetendo-a a uma srie de rolamentos cuja temperatura se
situa entre os 800 e 1200 C. O material deve ser submetido a uma temperatura de aproximadamente
1250 C [6]. Este p