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Faculdade de Arquitectura_ Universidade de Lisboa 2013/ 2014 | Construir no construído na cidade de Odivelas “Edifício Híbrido, como Espaço Público” | Mestrado Integrado em Arquitectura| FAUL| | Tiago Galego nº 7054 _ Orientador: Prof. Doutor Francisco Oliveira Co-orientador: Prof. Doutor Pedro Rodrigues | Júri_ Presidente: Doutor Carlos Ferreira Arguente: Doutor Miguel Calado Baptista Bastos (Documento Definitivo) Fevereiro 2014

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  • Faculdade de Arquitectura_ Universidade de Lisboa 2013/ 2014

    | Construir no construdo na cidade de Odivelas Edifcio Hbrido, como Espao Pblico

    | Mestrado Integrado em Arquitectura| FAUL| | Tiago Galego n 7054 _ Orientador: Prof. Doutor Francisco Oliveira Co-orientador: Prof. Doutor Pedro Rodrigues | Jri_ Presidente: Doutor Carlos Ferreira

    Arguente: Doutor Miguel Calado Baptista Bastos

    (Documento Definitivo)

    Fevereiro 2014

  • Faculdade de Arquitectura_ Universidade de Lisboa 2013/ 2014

    | Tema: Construir no construdo na cidade de Odivelas | Ttulo: Edifcio Hbrido, como Espao Pblico

    | Mestrado Integrado em Arquitectura| FAUL| | Tiago Galego n 7054 _ Orientador: Prof. Doutor Francisco Oliveira Co-orientador: Prof. Doutor Pedro Rodrigues

    | Jri_ Presidente: Doutor Carlos Ferreira

    Arguente: Doutor Miguel Calado Baptista Bastos

  • I

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    | Agradecimentos

    Os meus agradecimentos realizao desta tese de mestrado integrado, com o tema Edifcio Hibrido, como Espao Pblico, so para todas as pessoas que me ajudaram e me apoiaram, directa ou indirectamente, ao longo de todo o processo de trabalho at sua realizao.

    Agradeo ao Prof. Doutor Francisco Oliveira, orientador, e ao Prof. Doutor Pedro Rodrigues, pelo acompanhamento ao trabalho desenvolvido e a disponibilidade apresentada, apesar das poucas horas livres.

    Um grande obrigado famlia, principalmente aos meus pais que sempre me apoiaram, e conseguiram dar todas as condies possveis para a concretizao desta tese. Agradeo tambm a todos os meus amigos pela ajuda, em especial aqueles que me ajudaram directamente no trabalho, no seu aperfeioamento e realizao.

  • II

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    | Tema: Construir no construdo na cidade de Odivelas | Ttulo: Edifcio Hbrido, como Espao Pblico | Resumo

    No presente Projecto de Mestrado Integrado em Arquitectura, incluindo o tema de Edifcio Hbrido, como Espao Pblico, desenvolvida uma investigao e reflexo sobre os conceitos aplicados no projecto prtico do Centro Cultural e Lazer de Odivelas, so eles os conceitos de hibrido e espao pblico, e como se podem complementar.

    O rasgo no tecido urbano de Odivelas, devido a ribeira e hortas urbanas, localizadas no vale, apresentam uma dificuldade na unio territorial e social, a falta de qualidade de espao publico e a oferta de programas comunidade, foram a base para a aplicao dos conceitos numa infra-estrutura capaz de combater e diminuir estes problemas.

    Este vazio urbano existente, foi interpretado como uma forma de conexo territorial e social, em que se desenvolveu um parque urbano, de forma a revitalizar e organizar o territrio, albergando um complexo cultural e social, que oferece espao pblico qualificado e uma variedade de programas culturais, sociais e lazer comunidade, incluindo diversas faixas etrias, escales sociais e interesses. Portanto, o processo de trabalho foi importante no desenvolvimento da ideia, e na aplicao dos conceitos investigados neste tipo de contexto urbano

    | Mestrado Integrado em Arquitectura| FA.UL | Tiago Galego n 7054 _ Orientador: Prof. Doutor Francisco Oliveira Co-orientador: Prof. Doutor Pedro Rodrigues

    Palavras-chave: Edifcio, Hibrido, Espao, Pblico

  • III

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    | Theme: Building in the built in the town of Odivelas

    | Title: "Hybrid Building as Public Space"

    | Abstract

    In the present Masters project in Architecture, including the theme "Hybrid Building as a Public Space, it is developed a study and a reflection about the concepts applied in the practical project of the Cultural and Leisure Centre in Odivelas, these are the concepts of hybrid and public space, and how they can complement.

    The tear in the urban design of Odivelas, due to the river and urban gardens, located in the valley, show a difficulty in the social and territorial union, a lack of quality in public spaces and offering programs to the community were the basis for the application of concepts, in an infrastructure, capable to oppose and reduce these problems.

    This existing urban void was interpreted as a form of a territorial and social connection, which developed in an urban park, in order to organize and revitalize the area, housing a cultural and social complex, which provides qualified public space and a variety of cultural, leisure and social programs to the community, including different age groups, social ages and interests. Therefore, the work process was important in the development of the idea, and application of the concepts investigated in this type of urban context

    | Masters Degree in Architecture with a specialization in Architecture| FA.UL

    | Name : Tiago Galego n 7054 _ Supervisor: Prof. Doutor Francisco Oliveira Co-supervisor. Prof. Doutor Pedro Rodrigues

    Keywords: Buildings, Hybrid, Space, Public

  • IV

    | ndice

    | Capitulo I | Introduo ao Hbrido

    1.1 - Introduo p. 1

    1.2 O Conceito Hbrido p. 3

    | Capitulo II | Edifcios Hbridos

    2.1- Definio, Limites e Programas p. 4

    | Capitulo III | Hbrido e a sua Histria

    3.1.- Introduo Histrica p. 8

    3.2.- Arquitectura Hibrida p. 12

    3.3.- Sntese - A importncia do ressurgimento do Hbrido p. 16

    | Capitulo IV | Espao Pblico

    4.1.- Introduo Histrica p. 17

    4.2.- O papel do Espao Pblico na Cidade p. 17

    4.3.- Nova Filosofia de Espao Pblico p. 19

    4.4.- Sntese - Espao pblico a uma nova Escala p. 20

    | Capitulo V | Urbanismo Hibrido

    5.1 - Dubai p. 22

    5.2 Sntese - Cidade Hibrida p. 23

  • V

    | Capitulo VI | Estado da Arte

    6.. Estado da Arte p.24

    6.1. - Elbe Philharmonic p. 25

    6.2. - Vanke Center p. 28

    6.3. - Museum of Tolerance Jerusalem p. 31

    6.4.- Yokohama International Port Terminal p. 34

    | Capitulo VII | Contexto Espacial e Social

    7.1- Contextualizao Histrica de Odivelas p. 37

    7.2- Odivelas p. 38

    | Capitulo VIII | Proposta/ Centro Cultural e de Lazer de Odivelas

    8.1- Contexto p. 42

    8.2- Projecto p. 44 8.3 - Materialidades p. 57

    8.4- Concluso p. 59

    8.5 Bibliografia p. 61 8.6 Anexos p. 64

  • VI

    | ndice de Imagens

    Imagem 1 : Neuer Augustinerhof NIETO SOBEJANO ARQUITECTOS Nuremberg. Germany

    2008 ............................................................................................................................................... 4

    Imagem 2 : Docks de Paris Jakob+MacFarlane Paris. France 2008 ............................................. 5

    Imagem 3 : Docks de Paris Jakob+MacFarlane Paris. France 2008 Cobertura Percorrivel ....... 6

    Imagem 4 : Scala Tower - BIG ..................................................................................................... 9

    Imagem 5 : Bundle Tower MASS STUDIO .............................................................................. 9

    Imagem 6 : Linked Hybrid - Steven Holl Architects .................................................................. 10

    Imagem 7 : Torre Spina - BALOS+SENTKIEWICZ, LEN LPEZ DE LA OSA ............... 12

    Imagem 8 : Torre Spina - BALOS+SENTKIEWICZ, LEN LPEZ DE LA OSA Plantas 13

    Imagem 9: Sheikh Zayed Road - Dubai ...................................................................................... 22

    Imagem 10 : Mercado do Ouro - Dubai ...................................................................................... 22

    Imagem 11 : rea de interveno - Hamburgo ........................................................................... 25

    Imagem 12 : Armazm - Hamburgo ........................................................................................... 26

    Imagem 13 : Elbe Philharmonic .-.Hamburgo ............................................................................ 26

    Imagem 14 : Corte - Elbe Philharmonic - Hamburgo ................................................................. 27

    Imagem 16 : Planta de Localizao - Vanke Center ................................................................... 28

    Imagem 17 : rea de Interveno - Vanke Center ...................................................................... 29

    Imagem 18 : Axonometria - Vanke Center ................................................................................. 30

    Imagem 19 : Vanke Center.......................................................................................................... 30

    Imagem 20 : Planta de Implantao - Museum of Tolerance Jerusalm, "MOTJ" ..................... 31

    Imagem 21 : Planta nvel 1 e 2 - Museum of Tolerance Jerusalm, "MOTJ" ............................. 32

  • VII

    Imagem 22 : Planta nvel 3 e 4 - Museum of Tolerance Jerusalm, "MOTJ" ............................. 32

    Imagem 23 : Museum of Tolerance Jerusalm, "MOTJ" ............................................................ 33

    Imagem 24 : Museum of Tolerance Jerusalm, "MOTJ" ............................................................ 33

    Imagem 25 : Planta de Localizao - Yokohama International Port Terminal .......................... 34

    Imagem 26 : Nivel 0 - Yokohama International Port Terminal .................................................. 35

    Imagem 27 : Nivel 1 - Yokohama International Port Terminal .................................................. 35

    Imagem 28 : Nivel 2 - Yokohama International Port Terminal .................................................. 36

    Imagem 29 : Yokohama International Port Terminal ................................................................. 36

    Imagem 30 : Concelho de Odivelas ............................................................................................ 38

    Imagem 31 : Freguesia de Odivelas (1937 - 1965) ..................................................................... 39

    Imagem 32 : Freguesia de Odivelas (1993 - 2011) ..................................................................... 39

    Imagem 33 : Dinmicas Territoriais da AML ............................................................................. 40

    Imagem 34 : Territrio da AML ................................................................................................. 41

    Imagem 35 : Odivelas / Portugal ................................................................................................. 43

    Imagem 36 : Odivelas / Directrizes de Projecto Urbano ............................................................. 43

    Imagem 37 : Odivelas / Projecto de Parque Urbano Odivelas .................................................... 43

    Imagem 38 : Projecto de Parque Urbano Odivelas Percursos Exteriores aderentes ao Edifcio

    ..................................................................................................................................................... 44

    Imagem 39 : Projecto de Parque Urbano Odivelas Percursos Exteriores aderentes ao Edifcio

    ..................................................................................................................................................... 45

    Imagem 40 : Projecto de Parque Urbano Odivelas Mediadores............................................... 45

    Imagem 41: Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Zonas de Especializao Funcional

    ..................................................................................................................................................... 46

  • VIII

    Imagem 42: Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Zonas de Especializao Funcional

    ..................................................................................................................................................... 46

    Imagem 43: Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Zonas de Especializao Funcional

    ..................................................................................................................................................... 47

    Imagem 44: Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Zonas de Especializao Funcional

    ..................................................................................................................................................... 47

    Imagem 45: Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Zonas de Especializao Funcional

    ..................................................................................................................................................... 48

    Imagem 46: Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Zonas de Especializao Funcional

    ..................................................................................................................................................... 48

    Imagem 47: Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Zonas de Especializao Funcional

    ..................................................................................................................................................... 49

    Imagem 48: Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Zonas de Especializao Funcional

    ..................................................................................................................................................... 49

    Imagem 49: Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Zonas de Especializao Funcional

    ..................................................................................................................................................... 50

    Imagem 50: Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Zonas de Especializao Funcional

    ..................................................................................................................................................... 50

    Imagem 51: Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Zonas de Especializao Funcional

    ..................................................................................................................................................... 51

    Imagem 52 : Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Bloco de Espectculos/ Programa

    ..................................................................................................................................................... 52

    Imagem 53 : Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Bloco de Espectculos/ Programa

    ..................................................................................................................................................... 52

    Imagem 54 : Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Centro de Dia/ Bloco

    Administrativo/ Catering - Programa .......................................................................................... 53

    Imagem 55 : Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Bloco Palestras/ Programa.......... 53

    Imagem 56 : Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas rea Educativa/ Programa.......... 54

  • IX

    Imagem 57 : Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Bloco Social/ Programa .............. 54

    Imagem 58 : Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas rea Comercial/ Programa ......... 55

    Imagem 59 : Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Torre de Exposies/ Circulao 55

    Imagem 60 : Projecto Centro Cultural e Lazer de Odivelas Espaos Verdes .......................... 56

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    | Captulo I | Introduo ao Hbrido

    1.1 | Introduo

    No presente Projecto final de Mestrado Integrado em Arquitectura foi realizado um trabalho de investigao que, procura as potencialidades do edifcio Hbrido.

    Desenvolve-se a partir do plano urbano realizado na disciplina de Laboratrio de Projecto VI (1 semestre), procurando relacionar o tema Construir, no Construdo - Odivelas e o significado do Edifcio Hbrido e o Espao Pblico, sendo j o edifcio Hbrido um modelo impulsionador de espao pblico.

    Odivelas uma cidade que para alm dos problemas de integrao social (AUGI - Aglomerado Urbano de Gnese Ilegal), um territrio que, na anlise feita durante o 1 semestre na disciplina de Laboratrio de Projecto VI, est dividido ao meio, pelo vale onde passa a ribeira, de um lado uma cidade antiga do outro uma nova classe que surge atravs de novos edifcios modernos, ou seja, existe um rasgo no territrio, uma desconexo da cidade e da sua prpria populao.

    Assim, a proposta apresentada define duas lgicas: a escala urbana e a escala arquitectnica. A proposta urbana foi desenvolvida em grupo na disciplina de Laboratrio de Projecto VI, um Parque Urbano que requalifica a rea do vale e a ribeira, e organiza o territrio, de forma a ligar as duas partes da cidade de Odivelas, combatendo o vazio urbano (Vazios urbanos constituem-se normalmente de espaos no construdos e no qualificados como reas livres no interior do permetro urbano de uma cidade.), atravs de percursos pedonais e ciclovias, tal como a oferta de diferentes servios que pontuam o percurso ao longo do Parque Urbano.

    A proposta de Projecto Final de Mestrado em Arquitectura surge desta lgica, inserindo-se na periferia do Parque Urbano, que considera a partir do edifcio Hbrido aspectos como: Espao Pblico, oferta de programas que carecem na cidade a nvel cultural e de lazer, e a interaco entre as diversas faixas etrias e estatutos sociais.

    Assim a proposta de projecto consiste em propor uma estrutura para revitalizar e conectar o territrio de Odivelas, e por sua vez a sua populao, cujos conceitos e metodologias de projecto foram retirados aps uma reflexo e anlise de exemplos estudados na parte terica, de forma a serem passveis com os problemas em causa, j referenciados na cidade de Odivelas.

    Desta forma combina-se um Edifcio Hbrido como impulsionador do Espao Pblico, combinando-os com programas culturais e lazer.

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    A metodologia e conceitos associados ao projecto, com fundamentao terica, esto ligados ao hbrido aplicado Arquitectura. A definio de hbrido o cruzamento entre espcies diferentes (Captulo II / 2.1- Palavra Hbrido).

    Na abordagem ao hbrido, no contexto arquitectnico, actualmente existem autores como Steven Holl e Rem Koolhaas, mas j tinha sido iniciada por Claude-Nicolas Ledoux, e mais tarde aprofundado na revista Phamphlet Arquitecture Hybrid Buildings (Joseph Fenton).

    Ao longo do desenvolvimento da proposta, recorreu-se ao estudo de tipologias de edifcios hbridos, casos de estudo como: Vanke Center China- By Steven Holl, o Yokohama Port Terminal Japo by FOA e documentao terica sobre o tema, tendo em conta o programa, a forma, lugar, densidade, escala, tipologia, processo, e sociabilidade.

    O documento divide-se em oito captulos, o primeiro corresponde Introduo e Metodologia, do captulo II ao VI, incorpora-se no Estado da Arte, onde se desenvolve uma anlise e estudo desde o significado d palavra Hbrido passando pela utilizao do prprio conceito noutras reas para alm da Arquitectura, e Urbanismo. No captulo VII, enquadram-se os Casos de Estudo, e no ltimo captulo, o da Proposta de Projecto Final de Mestrado e Anexos.

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    1.2 | O Conceito Hbrido

    Em primeiro lugar, necessrio compreender o conceito de Hbrido, antes de avanar na investigao.

    O que significa a palavra Hbrido?

    Surge do grego Hbris, cuja etimologia remete a ultraje, algo que violava as leis da natureza. Este termo, para os gregos significava o desrespeito de fronteiras, acto que merecia punio imediata. Hbrido reflecte uma mistura irregular de forma anmala, antinatural, algo que originrio de espcies distintas. A origem desta etimologia, tem a ver com o facto da palavra Hbrido estar associada a palavras como, anmalo, irregular, anormal, etc. Pode tambm participar como algo de dois mundos, gneros, estilos, conjuntos, como dois elementos fundidos anomalamente, de forma a originar um terceiro que possua as suas caractersticas combinadas. (1)

    de referir que este conceito est presente em vrias reas, que pode ir desde da biologia, cincia chegando mesmo Arquitectura.

    Na biologia o Hbrido designado como o cruzamento entre duas espcies animal ou vegetal distintas. Este fenmeno, foi abordado pela primeira vez por Klreuter, durante o sc. XVIII (2)

    Na actualidade realiza-se um estudo para tentar recriar o Mamute, atravs da inseminao artificial, com base em ADN encontrado em Mamutes congelados (Sibria), utilizando elefante fmea, parente moderno. criando um hbrido; The fusion of two cells that are genetically different can yield a hybrid cell with novel characteristics. Portanto, verificamos, que algo que hbrido, no natural, algo concebido atravs do cruzamento, mas tambm podemos abordar o conceito como a procura do diferente, a obteno do melhor das duas partes, algo duradouro e exemplar.

    1

    (1) Dictionary of Modern Throught (BULLOCK, 1990: p. 398, 399) (2) Durante o sc. XVIII e XIX, com base em estudos e investigaes biolgicas e matemticas, por Klreuter e Mendel, desenvolveram as primeiras experincias genticas referentes hibridizao

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    | Captulo II | Edifcios Hbridos

    2.1 | Definio, Limites e Programas

    De acordo Richard Sennett um cosmopolita aquele que se consegue movimentar e adaptar facilmente diversidade, que no tem problemas em sentir-se confortvel com situaes que no so familiares para ele. Podemos assim identificar os edifcios hbridos como cosmopolitas, ou seja, formas, volumes que podem no se corresponder, tal como tipologias misturadas entre si. Pretende-se com as edificaes hbridas uma personalidade que possa unificar.

    Na sua personalidade a diversidade e complexidade de programas um facto, como um conjunto de actividades que so interdependentes.

    A criao de um edifcio hbrido sempre nica, cada um diferente do outro no dependente de modelos anteriores, ele surge de algo novo que contraria o combinar de programas tradicionais. Assim, o edifcio hbrido baseado numa abordagem nova e na combinao de funes. Koolhaas refere em relao ao espao hbrido: "a arte no requer nenhuma exigncia especfica por parte da arquitectura: alto/baixo, aberto/fechado, escuro/iluminado. Todas estas oposies so necessrias e procuradas ao mesmo tempo. (3)

    Devido s suas mltiplas funes, o edifcio hbrido provoca a coexistncia e as situaes imprevisveis so aquelas que asseguram o seu futuro.

    2

    Imagem 1 : Neuer Augustinerhof NIETO SOBEJANO ARQUITECTOS Nuremberg. Germany 2008 Fonte: http://aplust.net/permalink.php?atajo=nieto_sobejano_neuer_augustinerhof_nuremberg_germany

    (3) http://www.construir.pt/2008/06/06/holands-rem-koolhaas-tambm-veste-prada/

    http://www.construir.pt/2008/06/06/holands-rem-koolhaas-tambm-veste-prada/
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    A sua personalidade assumida, pode ter vrias representaes, mesmo elas sendo contraditrias, com o propsito de impacto do observador. No para passar despercebido, para mostrar o seu carcter desinibido e os seus pontos fortes, sendo possvel assumir diferentes papeis como actor numa cidade, como de um marco, papel principal de um cenrio urbano.

    Mas se ele se assumir como hbrido annimo ser o contrrio, ou seja, o seu programa pblico far parte integrante da cidade, fundindo-se no seu cenrio urbano, assumindo um papel secundrio.

    Admitindo que o ideal do edifcio hbrido seja a unio entre o privado e pblico, sero as bases para o desenvolvimento na construo hbrida e a sua sociabilidade.

    O facto do edifcio hbrido ser acessvel para a cidade, devido sua abertura e permeabilidade e no estar dependente de ritmos ou no exclusivo de ningum, privado ou pblico, torna-o um edifcio a tempo integral.

    O edifcio hbrido pode existir de forma explcita ou implcita, estando o primeiro caso relacionado com a fragmentao e o segundo com a integrao. A sua funo e forma esto conectadas de forma a no permitir qualquer tipo de desperdcio, o objectivo agregar todos os usos. Como Steven Holl refere, uma concentrao funcional e pragmtica que, permite a diferente conjugao e apropriao de usos do edifcio. (4)

    Imagem 2 : Docks de Paris Jakob+MacFarlane Paris. France 2008 Fonte: http://openbuildings.com/buildings/docks-de-paris-city-of-fashion-and-design-profile-4948#

    !buildings-media/2 3

    (4) HOLL, Steven; FENTON, Joseph- Hybrid Buildings, Pamphlet Architecture 11, 1984

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    Imagem 3 : Docks de Paris Jakob+MacFarlane Paris. France 2008 Cobertura Percorrivel Fonte:http://openbuildings.com/buildings/docks-de-paris-city-of-fashion-and-design-profile-

    4948#!buildings-media/5

    O edifcio hbrido no pode ser visto por tipologias, porque a sua essncia est em no se reger por categorias, mas sim um equilbrio com a tradio.

    Como processo o agregar de usos uma caracterstica da hibridao, a combinao do pblico e do privado, ou estruturalmente como a mistura do beto e ao, mas tambm atravs da participao do individuo e comunidade.

    Essa mistura de usos permite um potencial que faz com que todos os envolvidos sejam beneficiados, ou seja, os edifcios hbridos funcionam como organismos que interligam os vrios programas, e est capaz de receber todas as actividades sejam elas planeadas ou no numa cidade.

    4

    Na cidade onde existem limitaes de espao o tema hbrido integra-se na perfeio, pois, ele pretende melhorar as condies de vida e revitalizar os ambientes envolventes. Assim, diz Lus Santiago Baptista acerca de Claude- Nicolas Ledoux, O arquitecto francs foi o primeiro a perceber o potencial disciplinar da arquitectura para a reforma da sociedade existente () uma reconfigurao da sociedade atravs do programa arquitectnico., (5), Tornando o seu projecto uma das grandes manifestaes para o futuro.

    (5) LEDOUX, Claude- Nicolas. LArchitecture considere sous le Repport de lArt, ds Moeurs et de la Lgistion (1804), in Historia de la Arquitectura: Antologia

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    Podemos olhar para os edifcios hbridos como cidades dentro de cidades, pois so necessrias grandes reas para acolher os programas.

    A sua escala est relacionada tambm com a relao com o meio envolvente, essa relao medida pela justaposio de pontos programticos, assim, existem dois tipos os hbridos verticais e horizontais. Os hbridos verticais surgem pela sobreposio de funes e os horizontais por adio ao terreno.

    Na sua definio um edifcio que seja hbrido, contem perspectiva, insero na malha urbana, relao com a paisagem urbana e espao pblico envolvente. (6)

    5

    (6) Javier Mozas: Mixed uses. A historial overview , extrado da revista 32 + t. Hybrids II Low-rise Mixed-used Buildings

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    | Captulo III | Hbrido e a sua Histria

    3.1 | Introduo Histrica

    Usar os edifcios hbridos como um mix de actividades no novidade, possvel ver ao longo da histria que o valor dos terrenos a sobreposio de funes e a densidade foram ligados de forma intrnseca. Na sociedade antiga existia uma separao do que se considerava serem os civilizados e os selvagens, atravs de fortificaes ou fronteiras. (7) Nessa poca toda a circulao que se fazia entre comunidades era feita a p, desse modo os programas que compunham uma comunidade estavam muitas vezes localizados, no mesmo espao (trabalho, comrcio, habitao), por vezes no havia qualquer tipo de distino entre funes. O facto de haver tanta disputa pelos espaos na cidade, e estes comearem a ser escassos, significou que a sobreposio e a fuso de funes foi uma necessidade, ou seja, em vez de se construir fora da cidade, e se instalassem a as vrias funes, construa-se em qualquer espao da cidade, provocando por sua vez uma alta densidade. Desta forma surgiu uma nica entidade hbrida.

    Com o rompimento dos limites da cidade, ela dispersa-se, devido ao surgimento de tcnicas de defesa longo alcance da cidade e de uma maior mobilidade por parte das pessoas, deste modo ela expande-se pela paisagem envolvente em estruturas individualizadas. (8) Esta expanso abriu portas a uma nova diviso de terras, sendo estas mais baratas maximizaram a utilizao do terreno e apresentaram uma nova delimitao e controle de grandes reas. Temos como exemplo a disperso de postos militares, para assim haver uma expanso e extenso do seu territrio (Imprio Romano).

    Com o surgimento da Era Industrial, trouxe uma revoluo na mobilidade, o que provocou uma nova ordem social, a segregao das funes da vida e trabalho, tanto nos edifcios como na prpria cidade. A cidade passou assim a ser planeada de forma funcional e ordenada.

    Os edifcios hbridos foram ignorados, no eram considerados como um nico edifcio, mas sim como uma mistura de usos os mixed-use. Foi ento que em 1985, Joseph Fenton publicou um catlogo, em que argumentou que os edifcios hbridos eram diferentes de uma utilizao mista, pois, os programas relacionam-se e compartilham os seus usos.

    6

    (7) Nijenhuis, W. City Frontiers and Their Disappearance, Architectural Design, v. 64, n. 3/4, 1994, p.14 (8) Nijenhuis, W. pp. 15-16

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    Imagem 4: Scala Tower - BIG Imagem 5 : Bundle Tower MASS STUDIO Fonte: http://www.e-architect.co.uk/copenhagen/scala_tower.htm

    Fonte: http://aplust.net/permalink.php?atajo=mass_studies_bundle_tower_sk_strenue_seoul_korea

    Como sabido o conceito de hibridizao advm da reproduo cruzada entre espcies diferentes, e na arquitectura isso aplica-se aos usos. No passado os usos eram muitas vezes combinados na mesma estrutura, como a loja-casa ou a ponte habitada (Ponte Vecchio). S no sc. XIX que o edifcio hbrido assumiu uma grande escala. (9), Pois, os valores dos terrenos subiram nos centros das cidades e isso fez com que aparecessem novas formas de desenvolvimento.

    Com o aparecimento do elevador e das estruturas de ao, em meados do sc. XIX, revolucionou a construo e permitiu a construo em altura, o aparecimento do arranha-cu. Coube aos arquitectos e construtores adaptarem-se s novas necessidades, ou seja, construes com o mximo de volume e rea til e a combinao de programas, desta forma tornavam os bens imobilirios mais valiosos, surgiram desta maneira os edifcios hbridos. (10)

    Fenton defende que os edifcios hbridos tm evoludo fora das condies da metrpole, e que se agrupam em trs categorias, os hbridos adaptados (volumetria imposta pela malha urbana), os hbridos introduzidos (cada programa uma volume distinto dentro da forma do edifcio) e os hbridos monolticos (os programas so includos numa estrutura contnua). Os edifcios hbridos so mega construes que se ajustam a malha urbana e constituem um nico edifcio. (11)7

    Em Nova Iorque em 1916 surgiu uma lei que limitava a combinao de programas ou usos funcionalmente incompatveis, nos edifcios e em algumas partes da cidade, como os bairros residenciais, estes tipos de lei influenciaram a evoluo dos edifcios hbridos. (12) Actualmente existe uma promoo que visa a mistura de funes, na tentativa de dinamizar a cidade, mas

    (9)Fenton, J. Hybrid Buildings in Pamphlet Architecture no. 11: Hybrid Buildings, Princeton Architectural Press, New York, 1985, p. 5 (10) Fenton, p. 5

    (11) Fenton, p. 7

    (12) http://www.nyc.gov/html/dcp/html/zone/zonehis.shtml

    http://aplust.net/permalink.php?atajo=mass_studies_bundle_tower_sk_strenue_seoul_koreahttp://www.nyc.gov/html/dcp/html/zone/zonehis.shtml
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    tambm porque o valor dos terrenos alto, existe um avano nas tecnologias ambientais e uma forma de combater a segregao urbana.

    Imagem 6: Linked Hybrid - Steven Holl Architects Fonte: http://www.archdaily.com/34302/linked-hybrid-steven-holl-architects/

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    O Modernismo tentou comear uma nova ordem, mas na verdade no foi bem-sucedido, no conseguiu lidar com a complexidade que envolve a realidade. Tudo isto provocou contestao por parte dos chamados ps-modernistas, o que trouxe o interesse por novas experincias tipolgicas, como pensamentos em que as funes passam a estar interligadas e a coexistirem.

    Rem Koolhaas, tal como muitos escritores e arquitectos que nos ltimos 30 anos tm estudado este tipo de arquitectura, no seu estudo identificou no livro Nova York Delirante (1978) as caractersticas nicas dos Arranha-cus de Manhattan, que contm qualidades de permitir uma combinao de programas e usos e que conseguem coexistir em diferentes pisos, em contraponto ao estudo de Fenton.(13) Koolhaas aprecia as qualidades do edifcio Dowtown Athletic Club, devido ao facto da sua forma monoltica exterior que esconde o melhor do congestionamento urbano, pela sua serenidade e funciona como um condicionador social construtivista: uma mquina de gerar e intensificar as formas de relaes humanas. (14), segundo as suas palavras.

    Ao olhar para o desenho das cidades do mundo, visvel a constante mutao quase fora de controlo do seu tecido. No trabalho de Koolhass e do seu escritrio (Office for Metropolitan Architecture), em que se aperceberam e trabalham em alternativas a esse factor, como em projectos especulativos ou o Hyperbuilding (1996), defendendo a grande escala de construo como o melhor para a concentrao.

    (13) Koolhaas, R. Delirious New York, Thames and Hudson, UK, 1978 (14) Koolhaas, R. p. 128

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    O interesse pelo tema hbrido volta a surgir com mais intensidade nos ltimos anos, impulsionado por factores como a poltica e a economia. Com o crescimento econmico de pases como a China e Mdio Oriente, trouxe uma procura imobiliria enorme, pretendendo-se uma maximizao e melhor aproveitamento dos terrenos, ou seja, coexistncia entre programas no mesmo espao, tudo num ambiente que pouco receptivo especulao, devido a uma outra possvel recesso, como na dcada de 1980. (15)

    Hoje em dia o processo passa inicialmente pelos possveis compradores, em que tm acesso a todo o processo de design, assim existe um investimento pr-construo assegurando a obra e evita-se que os inquilinos aluguem mdulos vazios e depois forados a adaptarem-se a eles.

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    Existe portanto uma maior preocupao pelo estilo de vida, em que o juntar vrios usos num edifcio deve servir para estimular, em que a sua complexidade se une cidade. O gegrafo Jane Jacobs, enaltece o ponto da diferenciao e diversidade em tornar as cidades que parecem cidades, (16) isto , tornar empreendimentos habitacionais abertos diversidade de experincias, actividades e pessoas, combinando assim programas e distintos usos.

    Ao juntar o ambiente especulativo, o valor dos terrenos e o custo das construes, obrigaram muitos governos a cortarem em gastos, isto promoveu uma nova estratgia, combinar usos tradicionais, (17) tal como uma biblioteca e um espao comercial. Pretende-se assim, obter um rendimento mximo e tornar o projecto mais vivel, inserindo ao programa principal outras actividades que o acompanhem, ou ter um espao comercial, habitao e escritrios.

    Temos como exemplo o Seattle Art Museum (Allied Works), que combina museu com a sede de um banco, um espao flexvel que pode receber outras utilizaes futuras, tambm de referir o projecto Scala Tower, em Copenhaga (BIG), que mistura lojas, escritrios e hotis com uma biblioteca, desta forma beneficiando-se umas as outras, estabelecem uma relao entre cultura, lazer e comrcio, que leva ao plano financeiro. Isto resulta em, mesmo que se adicione um caf e um edifcio para uso de escritrios, lojas habitao a um museu, ele no perde o seu carcter como marco, mas sim passa a fazer parte de uma grande infra-estrutura icnica. Este tipo de infra-estrutura comea agora a fazer parte do tecido urbano.

    Deste modo devemos olhar para a hibridizao como uma qumica de usos, utiliz-los de forma estratgica para lidar com a diversidade e densidade.

    10

    (15) Canary Wharf in London being a case in point

    (16) Jacobs, J. Hybrid Highrises, 2005, online papers archived by the Institute of Geography, School of Geosciences, University of Edinburgh (17) See: Newhouse, V., Towards A New Museum, New York: The Monacelli Press, 1998

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    3.2 | Arquitectura Hbrida

    Muitos projectos construdos, atravs do mercado imobilirio especulativo, precisam de alojar inmeras funes. Uma estrutura que alberga vrios usos, coloca a arquitectura numa situao em que precisa de resolver este tipo de estratgia, quando se fala em estruturas desta natureza, de referir, segundo Steven Holl, que conseguem () dilatar e deformar um edifcio de uma nica funo. (18)

    Na actualidade, o disparar de edifcios de alta densidade, tem por culpa o crescimento econmico, o valor elevado dos terrenos e o desenvolvimento econmico de pases como a China e o Dubai.

    A soluo para lidar com estes factores, passou pelo surgimento dos edifcios hbridos, para onde os arquitectos se viraram, de forma a combinar as vrias parcelas. Esta concentrao e a hibridizao, do vida edificao, aos usos que nelas existem e malha urbana, que envolve edifcios que adoptaram esta estratgia.

    Steven Holl: Buildings functions are mixed, disparate uses mixed; Structures are Hybrid Buildings with respect to use (19)

    Imagem 7: Torre Spina - BALOS+SENTKIEWICZ, LEN LPEZ DE LA OSA Fonte: http://www.arquitour.com/torre-spina-abalos-sentkiewicz/2009/03/

    11

    (18) Holl, S. Foreword to Pamphlet Architecture no. 11: Hybrid Buildings, Princeton Architectural Press, New York, 1985, p.1

    (19) Holl, Steven; Fenton, Joseph Hybrid Buildings, Pamphlet Architecture 11, 1984

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    Imagem 8: Torre Spina - BALOS+SENTKIEWICZ, LEN LPEZ DE LA OSA Plantas Fonte:http://aplust.net/permalink.php?atajo=balossentkiewicz_len_lpez_de_la_osa_torre_spina_turin_italy

    Ao analisar separadamente o edifcio hbrido, reparamos que tm caractersticas que os destingem uns dos outros. Existem diferentes tendncias como os hbrido compactos, ao contrrio dos hbridos introduzidos de Fenton, esta uma abordagem que permite maior independncia da imagem exterior do edifcio e a organizao dos programas pode variar entre todas as escalas (pequenos e grandes edifcios),() as ciudades son sempre bellas () Porque una ciudad es una cosa viva, com variedade() Una ciudad no tiene fachada, ni alzado. Solo tiene interior.. (20) Alguns so nomeados como Cidades dentro de cidades, isto , conseguem unir todos os usos de uma cidade, tornaram-se auto-suficientes e independentes, gerem-se a si prprios. Normalmente este tipo de edifcios encontra-se fora dos centros urbanos, so microorganismos ou edifcios cidade, comuns no Mdio Oriente e sia Pacfico, tm de ser capaz de sobreviver num ambiente hostil como por exemplo o deserto, tal como a cidade proporciona todo o tipo de espaos protegidos para os seus habitantes. Referindo novamente o Hyperbuilding dos OMA ou utopias como o Sky City 100 (Takenaka Corporation) cabem neste tipo de estratgia., entre cidades. (21)

    12

    (20) PER, Aurora Fernandez; Mozas, Javier; ARPA, Javier- This is Hybrid, a+t research group. 2011 (p. 23)

    (21) Definio atribuda por Thomas Sieverts originalmente nomeada por Zwischenstadt

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    H tambm estratgias como as estruturas fundidas. No novidade que a estrutura dos edifcios cada vez mais complexa, devido sua altura e as cargas exercidas pela fora do vento, mas tambm pela necessidade de cada vez serem necessrios mais elevadores e uma estrutura de instalaes maior de tubagens para servirem o edifcio. Estes factores fazem com que o preo da sua construo se torne invivel. Para combater este problema a SOM, (22) na construo da torre Burj Dubai, utilizou um mtodo em que deforma o ncleo estrutural e a pele exterior do edifcio para triangular as cargas.

    De outra forma na Praa Museum, em Louisville, (23) do escritrio REX, que agrupa vrios elementos, para formar um nico sistema, para assim maximizar o uso do terreno, reduzindo a rea do pavimento trreo, ao fazer isto reduz a escala estrutural e econmica. (24)

    Segundo Koolhaas, hoje em dia os cortes e as perspectivas realizadas em 3D tm um papel fundamental na concepo dos arranha-cus, OMA at abriu um escritrio em Nova Iorque dedicado exclusivamente a "arquitectura virtual", isto , "desenhos ou redesenho de ambientes humanos que no recorrem s ferramentas da indstria da construo" (25)."A minha ambio", diz Koolhaas, " modernizar e reinventar a profisso, fazendo uso de nossa experincia no no edificado.". (26) Em vez de se empilhar plantas sobre plantas, como quando surgiram os primeiros deste tipo, d lugar combinao de vrios programas em diferentes nveis, contento uma certa programao hbrida no interior, como o caso do projecto da Biblioteca de Jussieu (OMA)"e porque cada andar tem incidentes diferentes, existe tambm um tipo de identidade de cada andar. J no simplesmente uma biblioteca, mas sim um sistema com muitos componentes diferentes " (27) e da Biblioteca Pblica de Seattle (OMA), (28) este tipo de estratgia chamada de justaposio seccional e indeterminao espacial.

    13

    Por ltimo identificou-se uma estratgia de paisagens integradas, muito estimulada pelas identidades investidoras e governamentais, por proporcionarem espao colectivo, e que muitas infra-estruturas hbridas adoptaram como sistema.

    (22) https://www.som.com/services/architecture

    (23) http://www.rex-ny.com/work/museum-plaza/

    (24) Martin Musiatowicz REVISTA INDEPENDIENTE DE ARQUITECTURA+TECNOLOGA,PRIMAVERA 2008. NMERO 31 (25) (Wolf, junho de 2000) (26) (Wolf, junho de 2000) (27) Junho de 1993 ARCH +, Hans Harbort: 1993, (p. 81) (28) http://www.wordsinspace.net/wordpress/2012/09/07/koolhaass-libraries/

    https://www.som.com/services/architecturehttp://www.rex-ny.com/work/museum-plaza/http://www.wordsinspace.net/wordpress/2012/09/07/koolhaass-libraries/
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    O objectivo adicionar superfcie colectiva e pblica cidade, a tipologia hbrida uma resposta s presses metropolitanas () adapta-se as alteraes globais (29),seja como extenso do tecido urbano ou como jardins e galerias introduzidas na verticalidade dos edifcios, isto torna o espao pblico e a paisagem hbridos, conjugando-se com outras actividades urbanas.

    Office DA Kuwait Sports Club de Tiro, um dos casos, os programas e o espao pblico em redor do edifcio esto articulados com o deque. (30)

    Outras formas, baseiam-se em volumes ligados ou paisagens construdas e espaos vazios, o caso do projecto arquitectnico Moussaka, em Atenas (JDS Arquitectos). (31), j o edifcio Scala, em Copenhaga (BIG) pretende que a prpria fachada se relacione directamente com a rua, como uma continuidade do espao pblico. (32)

    14

    (29) Holl, Steven; Fenton, Joseph Hybrid Buildings, Pamphlet Architecture 11, 1984 (30) a+t 32. HYBRIDS II. Low-rise Mixed-use Buildings.(2008) p. 130 -135

    (31) http://jdsa.eu/akm/ (32) a+ t 31 HYBRIDS I High- rise Mixed use Buildings (2008) (p.38-45)

    http://aplust.net/tienda.php?seccion=revistas&serie=Serie%20Hybrids&revista=HYBRIDS%20II.%20H%C3%ADbridos%20horizontales&idioma=enhttp://jdsa.eu/akm/
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    3.3 | Sntese | A importncia do ressurgimento do Hbrido|

    O que permitiu o desenvolvimento dos edifcios hbridos foi a constante mutao do espao pblico em relao cidade, desde da antiguidade, com a cidade fortificada que separava os civilizados dos selvagens, passando pela cidade metropolitana e o formalismo dos seus espaos pblicos, at actualidade, onde o espao pblico vive um novo momento e definio, encontrando-se espalhado num mundo interconectado. A demanda evidente dos edifcios hbridos, est relacionada tambm com necessidade de adoptar novos modelos de usos e actividades, combinados entre si, apesar de tradicionalmente incompatveis, a escassez de terrenos e o valor alto deles so um factor importante igualmente.

    As infra-estruturas hbridas so muitas vezes utilizadas como regeneradores dos centros urbanos, pois criam densidade e diversidade, combatendo o abandono do centro, devido ao crescimento dos subrbios. A mistura de programas, funes pblicas e privadas, e a integrao do espao urbano envolvente a estes edifcios, estes factores so um intensificador da reintroduo de vida cvica nestes espaos outrora vividos e agora quase abandonados. Esta quase filosofia e estratgia do hbrido, vai contra o modelo funcionalista, em que existe uma nica dimenso para todos, ela tem em conta a complexidade da cidade actual, que justifica a tendncia ao hbrido, tanto na unio de programas distintos, como no aparecimento evolutivo de espaos individuais na cidade.

    Concluindo, os edifcios hbridos so organismos, que revitalizam, oferecem resposta a problemas presentes na sociedade, esto interligados com vrios programas, capacitados para acolher actividades planeadas ou inesperadas de uma cidade, conjugando vrios usos. O hbrido na arquitectura pode ser olhado como uma fuso de espaos, apesar do seu contedo programtico ser distinto, pois, aos nossos olhos pode no existir uma fronteira perceptvel que os separa. Uma unio que poder existir atravs de diagramas de circulao, ou materialidade, dando a percepo que o espao o mesmo (interior/ exterior)

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    | Captulo IV | Espao Pblico

    4.1 | Introduo Histrica

    Recorrendo ao apoio histrico, relacionado com a modernizao dos espaos pblicos, de ter em conta as mudanas e permanncias de papis que estes espaos tiveram.

    Neste sentido, de referir a modernizao do ambiente urbano no sc. XIX. Foi um contribuidor directo nos hbitos sociais nas cidades europeias e que influenciaram outras cidades do mundo. (33) Esta modernizao procurou melhorias nas infra-estruturas e intervenes no espao pblico, com o fim de tentar reverter ou minimizar o impacto da industrializao nas cidades. Estas intervenes estavam relacionadas no s com o melhoramento, mas tambm com o embelezamento urbano, (34) qualificando o ambiente com a insero de praas, parques e o rasgar do tecido urbano com avenidas pblicas. Isto oferecia e favorecia apropriaes dos espaos at ento inditas.

    Depois de acalmado o perturbado ambiente urbano, o morador citadino comeou a notar alteraes no seu percurso quotidiano, de imediato estas intervenes foram apropriadas pelas elites. Progressivamente este tipo de interveno tornou-se como palco de demandas trabalhistas, que pediam reduo de horas de trabalho, que por sua vez, tambm passaram a ser apropriadas por estas mesmas pessoas, que procuravam lugar para ocupar o seu tempo livre. Portanto ao longo do sc. XX estas intervenes permitiram a popularizao da apropriao do espao pblico, por sua vez, o espao pblico umas das exigncias que a populao mais faz s administraes pblicas.

    15

    4.2 | O papel do Espao Pblico na Cidade

    O espao pblico implica a recolha dos vrios e mltiplos propsitos sociais, atravs de um projectar que tem em conta os objectivos pblicos da comunidade. Se considerarmos a vida pblica como uma importante fora na cidade contempornea, o uso do espao pblico uma das medidas mais relevantes para o seu sucesso. A popularidade de um lugar est relacionada

    (33) BRESCIANI, M. S. As sete portas da cidade. Espao e Debates. Revista de Estudos Regionais e Urbanos, So Paulo: NERU, n. 34, p. 10-11, 1991. (34) PRADO, M. M. A modernidade e o seu retrato: imagens e representaes das transformaes da paisagem urbana de Vitria (ES) 1890-1950. 2002. Dissertao (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) Programa de Ps-graduao da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2002

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    entre a localizao, desenho, uso e significado, ou seja, a criao de uma lugar depende do seu Genius Loci. (35)

    Desta forma, o espao pblico valoriza a memria colectiva, oferecendo significado histrico, econmico, tico, social e psicolgico, juntamente com os novos padres da arquitectura na cidade. No se trata s de ser um suporte fsico, mas tambm um lugar de actividades e grupo, exibindo relaes entre a morfologia dos espaos e os aspectos sociais e afectivos da realidade urbana. Para Souza o desenvolvimento socio-espacial corresponde a uma melhoria da qualidade de vida e um aumento da justia social, (36) ele d especial importncia ao espao, como palco, considerando uma referncia s actividades humanas.

    Esta interaco social quem nele tem lugar, justifica porque a cidade promove o contacto humano, o caso dos centros metropolitanos. Os espaos pblicos devem ter acessibilidade completa a todos, tendo em conta diferentes geraes, capacidades, origens ou classe socioeconmica, sua funo ser um mecanismo da socializao urbana. Para este aspecto funcionar, necessrio que nesses espaos existam condies que apelem permanncia e ao passeio, por exemplo actividades sociais e recreativas. A falta destes espaos retira valor cidade e ao seu estilo de vida, pois, leva ao isolamento dos indivduos da vida colectiva e a segregao, mas no basta socializao para que espaos como estes existam, tem que haver um compromisso dos seus usurios, para que zelem por eles, refiro tambm a importncia do imobilirio urbano adequado e a boa iluminao pblica.

    por isso necessrio haver planeamento, para fazer com que a comunidade contribua positivamente, tornando-se responsvel pela sua caracterizao. Cada comunidade deve ter uma maior autonomia a respeito destes espaos, pois passa a v-los como parte da sua casa, levando a um sentimento de proteco, como refere Herman Hertzberger, que Os espaos colectivos das sociedades deveriam ser administrados por entidades pequenas e funcionais, no maiores do que as pessoas necessrias para as sustentar. (37)

    16

    Apesar da gesto e caracterizao dos espaos pblicos estarem a cargo dos seus utilizadores, existe na mesma uma linha de orientao coerente para a cidade, como por exemplo, quando Le Corbusier prope uma mega-estrutura (Plano de Argel), (38) com o fim dos seus prprios habitantes caracterizarem e adaptarem as suas habitaes.

    Concluindo, os espaos pblicos so como solo neutro e abrem portas ao encontro social, so reas planeadas para a interaco entre a comunidade, tornando-as coesas.

    (35) ALVES, Fernando M. Brando (2003); Avaliao da qualidade do Espao Pblico Urbano. Proposta Mitolgica; Lisboa, Fundao Calouste Gulbenkian (36) SOUZA, M.L. Mudar a cidade: uma introduo critica ao planeamento e gesto urbanos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002

    (37) HERTZBERGER, Herman (1999) Lies de Arquitectura; So Paulo, Martins Fontes (38) http://arquitrabalhos.wordpress.com/2010/12/20/utopias-plano-de-argel-ou-plano-obus-le-corbusier/

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    4.3 | Nova filosofia de Espao Pblico

    Um problema sentido na cidade actualmente, a dificuldade que os cidados sentem em se identificarem o lugar na cidade, onde possam crescer como seres urbanos. Segundo Fernando Cabral Sacadura, a cidade perdeu algumas caractersticas que a identificavam, tornando-se prejudicial no seu papel de geradora de encontros e dilogos. Este factor constitui uma debilidade no processo de habitar e no projectar das cidades, por sua vez, reflectindo nos seus habitantes. (39)

    Como tal, o espao pblico tambm sofre com isso, passou a ser projectado de uma forma mais individual e menos colectiva, o que prejudica a qualidade de vida que poderia oferecer. O cidado passa a isolar-se no espao privado, que se fecha sobre si e perde sentido,

    Este processo de mudana do pblico em privado nas cidades, acelera a segregao do espao pblico, transformando-o em locais das novas pobrezas urbanas, associados a um baixo nvel social, cultural e econmico. Estes espaos mais tradicionais sofrem desta mudana, em vez de serem capazes de ser utilizados como locais para usufruir da cidade, so apenas lugares de passagem que perderam interesse.

    A populao tem preferido espaos controlados ou artificiais, como a criao dos centros comerciais, condomnios privados ou lugares virados essencialmente ao turismo, consequentemente o espao pblico tem perdido o seu carcter de sobreposio de funes.

    O medo a exposio, que as pessoas ganharam, um factor para preferirem os espaos controlados, pois, so frequentados essencialmente pela mesma classe social, isto d origem excluso social e ao desuso do espao multifuncional e multicultural que era o espao pblico.

    O aparecimento de grandes estruturas que criam grandes espaos de carcter pblico pareceram no sc. XIX, como a transformao de ruas em galerias comerciais interiores. So os primeiros exemplos que pretenderam quebrar barreiras entre o que era o pblico e o privado. Estes espaos passam a ser utilizados como extenses do privado para serem apropriados com um caracter pblico por parte dos moradores, para partilha e interaco, criando vrias escalas do espao pblico.

    17

    (39) SACADURA, Fernando Cabral (2005) A cidade, os cidados e o espao pblico, Cadernos de Edifcios n4; Lisboa; Laboratrio Nacional de Engenharia Civil(40) CALDEIRA, T. Cidade de muros: crime, segregao e cidadania em So Paulo. So Paulo: Ed. 34 / EDUSP, 2000, p.9

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    A transio do exterior para o interior, altera a compreenso da privacidade, pois, esta proteco do espao pblico permite um apoderar por parte da populao, mesmo que haja uma continuidade do privado. Apesar do espao pblico perder caractersticas da sua essncia (acessibilidade a todos, pluralidade e mistura social), estas estruturas so construdas para imitar espaos tradicionais da cidade. Caldeira conclui que a generalizao das atuais transformaes espaciais e das formas de excluso e encerramento a elas inerentes permite associ-las parte de uma frmula que elites em todo o mundo vm adoptando para reconfigurar a segregao espacial de suas cidades (40)

    Na verdade, criam um espao que contradiz directamente os ideais de heterogeneidade, acessibilidade e igualdade que ajudaram a organizar tanto o espao pblico moderno quanto as modernas democracias. ...O novo meio urbano refora e valoriza desigualdades e separaes e , portanto, um espao pblico no democrtico e no-moderno, (41)

    Encontramos assim, uma nova urbanidade, novos hbitos e novos usos. Que variam entre propriedade pblica e privada, onde a ideia de interaco entre as pessoas desapareceu. Em contra partida, tem-se salvado e recuperado o espao pblico, principalmente nos centros histrico.

    18

    4.4 | Sntese | Espao Pblico a uma nova Escala

    A questo central desta investigao, passa pela transposio do tema espao pblico para a escala do edifcio, neste caso, um projecto de um edifcio hbrido. O conceito de espao pblico, surge portanto, entre o que pblico e os domnios privados, assim importante a investigao sobre o tema espao pblico, como o seu desenvolvimento durante a histria das cidades, o seu sentido na constante evoluo do estilo de vida da cidade e a sua utilizao e percepo.

    Desta forma, possvel entender melhor as caractersticas da cidade contempornea e as diversas formas de projectar o espao pblico. A compreenso do papel do espao pblico, considerando o contemporneo, importante, para o estudo da forma e da estrutura dos organismos das actividades externas, tal como, o quotidiano, actividades espontneas, intencionais ou no planeadas.

    Por definio, o espao um intervalo, neste caso tambm como algo que existe entre as regras da interaco social, e que funciona como um fornecedor de respostas s interrogaes que vo surgindo na cidade contempornea.

    (40) CALDEIRA, T. Cidade de muros: crime, segregao e cidadania em So Paulo. So Paulo: Ed. 34 / EDUSP, 2000, p.9 (41) CALDEIRA, T. Cidade de muros: crime, segregao e cidadania em So Paulo. So Paulo: Ed. 34 / EDUSP, 2000, p. 11-12

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    O projecto est ligado a uma lgica de subtraco da matria, capaz de gerar espao, ligado a uma tipologia definida pelo estudo dos espaos pblicos. A importncia do espao pblico resulta da multiplicidade e densidade funcional, que caracterizam a arquitectura do solo urbano. As relaes de vizinhana e questes de privacidade, levou ao surgimento de um elemento de carcter urbano, capaz de proporcionar e organizar relaes de proximidade. Ao fazer esta transposio, e ligar o espao pblico ao interior de um edifcio, caracterizado como hbrido, resulta num filtro das actividades humanas nos domnios do privado e pblico.

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    | Captulo V | Urbanismo Hbrido

    5.1 | Dubai

    Factores como etnia, heranas culturais e religiosas conduziram as cidades a uma hibridizao. Nos ltimos anos o Dubai tem sofrido de uma prosperidade notvel, tornou-se uma cidade cosmopolita, heterogenia e hiperactiva, aparentemente sem uma hierarquia definida, onde o consumo e a comercializao so importantssimos.

    Nesta cidade, a arquitectura e o urbanismo trabalham como impulsionadores deste consumismo e comrcio, proporcionando experincias efmeras. O Dubai vive em dualidade entre o catico bazar de rua, e as calmas ruas das mega-estruturas comerciais, no entanto notrio que o comrcio e o consumismo fazem parte da cultura desta cidade

    Implantada sobre o deserto, o Dubai surgiu com base numa viso, a cidade Miragem como reconhecida desenvolve-se com grande rapidez, tanto verticalmente como horizontalmente, com a construo de inmeras mega-estruturas, que contm uma cidade no seu interior, o Dubai um labirinto temtico.

    Concluindo, a sua identidade foi criada e construda, uma cidade at ento, imaginada por muitos nos filmes de fico-cientfica, uma cidade global, de marcos da cultura corporativa, de concurso, onde eventos e empresas se podem expandir, composta por hper-superfcies cidades dentro da cidade

    Imagem 9: Sheikh Zayed Road - Dubai Fonte : http://en.wikipedia.org/wiki/Dubai

    Imagem 10: Mercado do Ouro - Dubai Fonte: http://viagempartilhada.blogspot.pt/2011/01/emirados-arabes-unidos.html

    http://en.wikipedia.org/wiki/Dubai
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    5.2 | Sntese| Cidade Hbrida

    Mesmo que o Dubai represente artificialidade, o seu urbanismo tem uma infra-estrutura nica e invisvel (Urbanismo hibrido). Funciona atravs de um sistema de actividades e pessoas sem hierarquia definida. No se trata s de uma cidade que colecciona edifcios invulgares, um acumular de actividades e pessoas, que podem mudar a uma velocidade que nem a construo e o planeamento conseguem responder. Desta forma, a cidade surge de um modo espontneo, que reage e quer sobreviver, impulsionada pelo capitalismo, imaginao e utilidade.

    Tornou-se assim uma cidade de experimentaes, onde estas estruturas so medidas pela sua capacidade de se desenvolver e continuar a existir em condies novas, no planeadas, ou seja, em constante mudana (hibridizao). Em qualquer cidade, existem variadas etnias, heranas culturais e religiosas, alberga uma diversidade, que visvel aos nossos olhos, como por exemplo atravs das igrejas catlicas e mesquitas, ou seja, diferentes culturas celebradas na mesma cidade. No Dubai existe um estilo livre de uma esttica, onde no h uma diferenciao visvel, tudo novo (Cityscape) (42), ou seja, apesar de pessoas e culturas to diferentes coexistirem na mesma cidade no h uma enfatizao, porque como se tudo fosse apenas um s, uma nova cidade para um novo conceito de sociedade e comunidade. de realar a importncia dos edifcios hbridos, para corresponder a este conceito de cidade, a sua capacidade de adaptao, fundamental.

    19

    (42) A cidade ou a seo de uma cidade considerada como uma cena:"a vasta paisagem urbana de Manhattan"(New Yorker)

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    | Captulo VI | Estado da Arte

    6 | Estado de Arte

    Neste captulo foram analisadas vrias experincias e conceptualizaes, umas j concretizadas outras no, relativamente a situaes e conceitos relevantes para a componente de projecto. Foram analisados equipamentos distintos, de forma a retirar os aspectos mais importantes, como a ambiguidade do edifcio, a centralidade como marco paisagstico, interaco entre programas diversificados, a continuidade entre espaos, a permeabilidade dos equipamentos, a sua interaco com os espaos envolventes e os seus espaos pblicos. Encontram-se diferentes tipologias de consolidao e integrao relacionadas, por exemplo, com o territrio, como forma de potenciar a qualidade do lugar, interaces sociais.

    A anlise efectuada abaixo dos casos de estudo, onde foram evidenciados vrios projectos, destacam-se as suas tipologias, tendo em conta, as suas caractersticas fsicas, polticas e sociais. A sua importncia como reformuladores de lugares, a sua centralidade, condensadores e geradores de vivncias, face ao territrio. Estes projectos, tm como objectivos, gerar dinmicas sociais e culturais, abrem as portas interveno da populao, a sua oferta programtica variada, permite actividades diversificadas, que no exclui qualquer tipo de pblico, o que permite limitar as necessidades inerentes aos lugares especficos.

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    6.1 | Elbe Philharmonic

    Imagem 11: rea de interveno - Hamburgo Fonte: http://www.archnewsnow.com/features/images/Feature0223_07x.jpg

    Nome: Elbe Philharmonic

    Local: Hamburgo, Alemanha, 2010

    Arquitectos: Herzog e de Meuron

    Programa: Uma nova casa para Ha`NDR de mburg ( Rdio do Norte da Alemanha ) Symphony Orchestra, mas tambm um hotel de luxo, apartamentos residenciais, centro de conferncias, rea de bem-estar, o Museu Klingendes (museu de msica para crianas), restaurantes, casas nocturnas, e estacionamento.

    Cliente: Cidade Livre e Hansetica de Hamburgo

    Tamanho: Armazm, 635,000 m2; Estrutura em vidro, 667m2

    http://www.archnewsnow.com/features/images/Feature0223_07x.jpg
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    Imagem 12: Armazm Hamburgo Fonte: http://www.archnewsnow.com/features/images/Feature0223_04x.jpg

    Imagem 13: Elbe Philharmonic Hamburgo Fonte: http://www.archnewsnow.com/features/images/Feature0223_02x.jpg

    Os arquitectos Herzog e de Meuron projectaram para Hamburgo (Alemanha) o Elbe Philharmonic Hall, que consiste na recuperao de um armazm na zona industrial ribeirinha da cidade do ano de 1963. Alm da recuperao do armazm, construda uma estrutura em vidro que est como suspensa sobre o edifcio j existente, formando entre estas duas estruturas uma praa pblica urbana, " uma nova praa pblica por diversas pessoas, no s a elite ", afirmou Herzog a uma entrevista em 2007, Nova Iorque. (43)

    20

    (43) http://www.archnewsnow.com/features/Feature223.htm

    http://www.archnewsnow.com/features/images/Feature0223_04x.jpghttp://www.archnewsnow.com/features/images/Feature0223_02x.jpghttp://www.archnewsnow.com/features/Feature223.htm
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    Imagem 14: Corte- Elbe Philharmonic Hamburgo Fonte: http://www.hamburg.de/contentblob/335286/data/schnitt-elbphilharmonie.jpg

    A praa exerce um carcter de miradouro sobre a cidade, com uma viso de 360 , um conceito de uma praa que existe entre duas massas edificadas, que explora uma morfologia recente.

    O edifcio contm trs salas de concerto, um hotel, apartamentos e mais um variado conjunto de equipamentos, uma estrutura com caractersticas hibridas, que tambm enaltece o espao pblico, tendo a praa um papel importante de carcter urbano, relacionado com as diversas vivncias que o edifcio pode albergar.

    Imagem 15:Praa Pblica- Elbe Philharmonic Hamburgo Fonte: http://www.archnewsnow.com/features/images/Feature0223_05x.jpg

    http://www.hamburg.de/contentblob/335286/data/schnitt-elbphilharmonie.jpghttp://www.archnewsnow.com/features/images/Feature0223_05x.jpg
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    6.2 | Vanke Center

    Imagem 16:Planta de Localizao - Vanke Center Fonte: http://www.architectureweek.com/2010/0421/images/14594_image_4.150.jpg

    Nome: SkyScraper horizontal, Vanke Center

    Local: Shenzhen, China, 2009

    Arquitectos: Steven Holl

    Programa: Edifcio de uso misto, incluindo hotis, escritrios, apartamentos com servios e parque pblico

    Cliente: Shenzhen Vanke Real Estate Co.

    Tamanho: 120444,99 m2

    http://www.architectureweek.com/2010/0421/images/14594_image_4.150.jpg
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    Imagem 17: rea de Interveno- Vanke Center Fonte: http://s3.amazonaws.com/europaconcorsi/project_images/502671/601209921_large.jpg

    Visto como um arranha-cus horizontal, que flutua sobre uma jardim tropical, alberga a sede Vanke Co. Ltd, escritrios, apartamentos e um hotel, centros de conferncias, spa e um estacionamento.

    O edifcio apoia-se sobre oito pernas, dando a sensao de pairar acima de uma grande estrutura verde. uma estrutura pensada para criar pontos de vista sobre o Mar da China Meridional, capaz de gerar um grande espao pblico verde abaixo da estrutura.

    Na parte inferior da estrutura, onde esto cubos de vidro afundado (Shenzhen-Windows), proporcionam uma vista de 360 sobre a paisagem tropical. O caminho pblico do edifcio liga o hotel, e os apartamentos at aos escritrios, este caminho pblico representa todo o comprimento do edifcio.

    O facto de o edifcio estar elevado do solo permite que a brisa vinda do mar, atravesse os espaos verdes, inspirados nos jardins de Roberto Burle Marx no Brasil (So Paulo,4 de agosto de 1909 Rio de Janeiro, 4 de Junho de1994, foi um artista plstico brasileiro, conhecido internacionalmente pela sua profisso de arquitecto paisagista.) (44), incluem restaurantes, cafs e os altos ou montes de vegetao esto enquadrados com as piscinas e a circulao, que a noite esta fuso de vegetao, iluminao e espelhos de gua proporcionam um ptimo espao para caminhar.

    21

    (44) http://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Burle_Marx

    http://s3.amazonaws.com/europaconcorsi/project_images/502671/601209921_large.jpghttp://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo_\\\(cidade\\\)http://pt.wikipedia.org/wiki/4_de_agostohttp://pt.wikipedia.org/wiki/1909http://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_de_Janeiro_\\\(cidade\\\)http://pt.wikipedia.org/wiki/4_de_junhohttp://pt.wikipedia.org/wiki/1994http://pt.wikipedia.org/wiki/Artista_pl%C3%A1sticohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Brasileiroshttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitectura_paisag%C3%ADsticahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Roberto_Burle_Marx
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    Imagem 18: Axonometria- Vanke Center Fonte: http://www.arthitectural.com/wp-content/uploads/2011/11/PATH-DIAGRAM.jpg

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    um edifcio tambm que inclui vrios aspectos sustentveis, que desenvolve uma atmosfera de paisagem livre, com o edifcio solto do solo, e integrando o grupo de outros edifcios platina LEED (rating systems , U.S. Green Building Council). (45)

    de retirar, a diversidade de programas, a ligao entre eles, o espao pblico, a grande rea verde, os miradouros e a sua integrao na paisagem, como aspectos importantes.

    Imagem 19: - Vanke Center Fonte: http://www.stevenholl.com/project-detail.php?id=60&type

    23

    (45) http://www.usgbc.org/leed

    http://www.arthitectural.com/wp-content/uploads/2011/11/PATH-DIAGRAM.jpghttp://www.usgbc.org/leed
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    6.3 | Museum of Tolerance Jerusalm

    Imagem 20 Planta de Implantao - Museum of Tolerance Jerusalm MOTJ Fonte: http://aesthetic-stimulation.blogspot.pt/2010/10/museum-of-tolerance-in-jerusalem.html

    Nome: Museum of Tolerance Jerusalm MOTJ

    Local: Jerusalm, Israel

    Arquitectos: Chyutin Architects

    Programa: Teatro, centro educativo, reas de trabalho, restaurante, sala de exposies, espaos ajardinados

    Cliente: The Simon Wiesenthal Center

    Tamanho: 15000 m2

    http://aesthetic-stimulation.blogspot.pt/2010/10/museum-of-tolerance-in-jerusalem.html
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    O Museu of Tolernce est localizado no corao da parte moderna de Jerusalm, fazendo fronteira com amplo Parque da Independncia. A localizao no encontro de trs ruas principais que diferem em carcter e funo, a rua Hillel, uma rea comercial movimentada, a rua Moshe Bem Israel, a estrada que atravessa o parque e Moshe Salomona e a rua Nachalat calado de Shiva, um plo turstico, cheio de restaurantes e lojas.

    Trata-se de um edfcio que se inclina sobre um jardim, como uma ponte, formando uma ligao entre este e a cidade, contem um conjunto de programas de caracter cultural e educativo, como teatro, centro educativo, um restaurante, sala de exposies. composto por uma rea de plataformas ajardinadas que guiam os visitantes a uma praa rebaixada , por sua vez liga ao interior do edificio, com o cuidado de nunca quebrar a ligao visual entre a cidade e o jardim.

    Imagem 21: Planta nvel 1 e 2 - Museum of Tolerance Jerusalm MOTJ Fonte: http://www.morfae.com/data/0379/15.jpg

    Imagem 22: Planta 3 e 4- Museum of Tolerance Jerusalm MOTJ Fonte: http://3.bp.blogspot.com/_G_5LAcu4SXQ/TLW4wNTbMXI/AAAAAAAABCQ/jrM3o4hDzlw/s1600/1286575604-floor-

    scheme-929x1000.jpg

    http://www.morfae.com/data/0379/15.jpghttp://3.bp.blogspot.com/_G_5LAcu4SXQ/TLW4wNTbMXI/AAAAAAAABCQ/jrM3o4hDzlw/s1600/1286575604-floor-scheme-929x1000.jpghttp://3.bp.blogspot.com/_G_5LAcu4SXQ/TLW4wNTbMXI/AAAAAAAABCQ/jrM3o4hDzlw/s1600/1286575604-floor-scheme-929x1000.jpg
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    O conceito de edifcio-ponte, utiliza o piso enterrado como entrada, fazendo ento um atravessamento pelo seu interior, aproveitando a dinmica que existe na transposio entre o jardim e a cidade. Desta forma, os provenientes desta transposio usufruem naturalmente do edifcio.

    Imagem 23: Museum of Tolerance Jerusalm MOTJ Fonte: http://aesthetic-stimulation.blogspot.pt/2010/10/museum-of-tolerance-in-jerusalem.html

    Imagem 24: Museum of Tolerance Jerusalm MOTJ Fonte: http://aesthetic-stimulation.blogspot.pt/2010/10/museum-of-tolerance-in-jerusalem.html

    http://aesthetic-stimulation.blogspot.pt/2010/10/museum-of-tolerance-in-jerusalem.htmlhttp://aesthetic-stimulation.blogspot.pt/2010/10/museum-of-tolerance-in-jerusalem.html
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    6.4 | Yokohama International Port Terminal

    Imagem 25: Planta de Localizao -Yokohama International Port Terminal Fonte: http://www.arcspace.com/architects/foreign_office/yokohama/yokohama_index.html

    Nome: Yokohama International Port Terminal

    Local: Yokohama, Japo, 1995

    Arquitectos: Foreign Office Architects, FOA

    Programa: Terminal de cruzeiros e um conjunto de instalaes civis, cafs, lojas, restaurante, estacionamento, espao pblico e estrutura ajardinada

    Cliente: Cidade de Yokohama Port e Harbor Bureau Constrution Department Osanbashi Passenger Vessel Terminal Maintenance Subdivision

    Tamanho: 438,243 m2

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    Este projecto foi construdo com a funo de ser um terminal de cruzeiros, mas tambm para ter a capacidade de suportar um conjunto de instalaes para o uso dos cidados. Para alm de um terminal, assume-se como um importante espao pblico, para a frente costeira e para a cidade de Yokohoma.

    Trata-se de uma estrutura contnua de espaos pblicos para as pessoas usufrurem, um lugar aberto, que disponibiliza a sua cobertura para a funo de praa, faz uma continuidade da superfcie de Yamashita Park assim como o Akaranega Park. Portanto, o edifcio uma extenso do solo urbano, um diagrama de circulaes, em que a sua superfcie se dobra e bifurca, estas dobras criam espaos cobertos onde o programa se instala.

    O projecto foi baseado num diagrama de circulao, com o propsito de contrariar a linearidade do cais e da sua circulao. Foi com a vontade do cais ser um lugar fluido, sem obstculos, multidireccional, incorporando uma srie de programas e circuitos que este projecto foi construdo.

    Imagem 26: Nivel 0- Yokohama International Port Terminal Fonte: http://www.osanbashi.com/en/guide/index.html

    Imagem 27: Nivel -1- Yokohama International Port Terminal Fonte: http://www.osanbashi.com/en/guide/fg_2f.html

    http://www.osanbashi.com/en/guide/index.htmlhttp://www.osanbashi.com/en/guide/fg_2f.html
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    Imagem 28: Nivel -2- Yokohama International Port Terminal Fonte: http://www.osanbashi.com/en/guide/fg_1f.html

    O relacionamento entre a pele do edifcio e a sua estrutura um dos pontos mais relevantes desta obra, a sua superfcie dobrada distribui as cargas diagonalmente at ao solo, resultando bem tambm contra as foras laterais (movimentos ssmicos). O seu sistema de circulao articulado com o construtivo, proporcionam diferentes qualidades espaciais, como a fuso do que exterior e interior, a continuidade destes espaos de fora para dentro, desta forma, existe muito pouca diferena de materialidade e tambm a continuidade dos diferentes nveis do edifcio, uma circulao fluida que s varia pela alternncia geomtrica dos espaos.

    Imagem 29: Yokohama International Port Terminal Fonte: http://www.arcspace.com/architects/foreign_office/yokohama/yokohama_index.html

    http://www.osanbashi.com/en/guide/fg_1f.html
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    | Captulo VII | Contexto Espacial e Social

    7.1 | Contextualizao Histrica de Odivelas

    O projecto de interveno, localiza-se na cidade de Odivelas (rea Metropolitana de Lisboa), o concelho de Odivelas est rodeado pelo concelho de Loures, Sintra, Amadora e Lisboa

    At 1852, Odivelas estava inserida como parte da prpria cidade de Lisboa, s em 1886 passou a pertencer ao concelho de Loures, separando-se mais tarde, atravs do Decreto-Lei n 84/98, de 14 de Dezembro, ficando com uma populao de 133.847 residentes numa rea de 26,8 km2, em 2001 (CMO DPE 2004).

    Existem vrias linhas tericas sobre o surgimento de Odivelas, mas importante realar que para o desenvolvimento desta povoao, o Convento D. Dinis (1295), teve um papel significativamente forte. Maioritariamente a populao vivia da agricultura, considerando-se uma rea de caractersticas rurais, em meados do sc. XX. Com a ocorrncia do grande terramoto de Lisboa, em 1755, a populao lisboeta comea a querer sair da grande cidade, e procura nesta rea (Odivelas,), uma melhor oportunidade e qualidade de vida, este factor fez com que existisse um aumento da populao, e por sua vez a construo das muitas quintas, ainda hoje existentes na cidade.

    O sc. XIX, importante para o territrio, pois, aparecem os primeiros bairros sociais e construda a ligao por estrada cidade de Lisboa, isto facilitou a circulao, por sua vez o aumento da populao. Com o aparecimento dos anos 50, existiu uma acentuada migrao interna em Portugal, esta mudana das pessoas do campo para a cidade, fez com que a cidade ficasse lotada, desta forma, as pessoas instalavam-se na periferia dela, onde os preos da habitao mais baratos, e a proximidade metrpole eram o ideal.

    Na poca (1970), ainda freguesia de Odivelas pertencente ao concelho de Loures, tinha cerca de 6.772, e houve um aumento para 51.395 habitantes (CMO, DPE 2004), este factor ajudou intensificao dos loteamentos e ao aparecimento das AUGIs (bairros ilegais). Com o novo plano de acessibilidades rodovirias (CRIL, CREL, Radial da Pontinha, Radial de Odivelas e interligao entre Lisboa e os seus municpios e regies prximas), os anos 90 serviram para uma consolidao territorial.

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    7.2 | Odivelas

    Imagem 30: Concelho de Odivelas Fonte: Bairro na Cidade - Redesenhar e Requalificar o Lugar Entre Espaos Ligar o Construir no Construdo FA-

    UTL - Laboratrio de Projecto VI - Professor Dr. Pedro Rodrigues, Arq. Professor Dr. Rui Barreiros Duarte, Arq. MI Arq 5 D | 2011-2012 | Daniel Flores, Ins Morgado, Rui Magalhes, Tnia Paulo

    Situada no centro do concelho, Odivelas est rodeada pelas freguesias da Ramada, Pontinha, Olival de Basto Pvoa de Santo Adrio e pelos concelhos de Loures e Lisboa, actualmente tem uma rea de 4,86 km2 e em 2001 tinha 53.449 habitantes (CMO DPE 2004).

    Odivelas antes de se tornar independente, pertenceu ao 4 bairro de Lisboa, seguido do concelho de Belm e Olivais. Foi includa na freguesia da Pvoa de Santo Adrio, a 28 de Julho de 1855, e mais tarde ao concelho dos Olivais, quando criado. Antes de passar a vila, em 1964, e a cidade, a 1990, Odivelas passou a pertencer ao concelho de Loures. Aps passar a cidade, oito anos depois, foi criado o concelho de Odivelas, em 1998, tornando-se sede de concelho.

    Na actualidade, Odivelas das freguesias com mais populao em Portugal, sendo uma rea maioritariamente residencial.

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    Imagem 31: Freguesia de Odivelas (1937 - 1965) Fonte: Bairro na Cidade - Redesenhar e Requalificar o Lugar Entre Espaos Ligar o Construir no Construdo FA-

    UTL - Laboratrio de Projecto VI - Professor Dr. Pedro Rodrigues, Arq. Professor Dr. Rui Barreiros Duarte, Arq. MI Arq 5 D | 2011-2012 | Francisco Santos, Ins Churro, Ins Goulo, Nuno Machado

    Imagem 32: Freguesia de Odivelas (1993 - 2011) Fonte: Bairro na Cidade - Redesenhar e Requalificar o Lugar Entre Espaos Ligar o Construir no Construdo FA-

    UTL - Laboratrio de Projecto VI - Professor Dr. Pedro Rodrigues, Arq. Professor Dr. Rui Barreiros Duarte, Arq. MI Arq 5 D | 2011-2012 | Francisco Santos, Ins Churro, Ins Goulo, Nuno Machado

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    Includa no Plano Regional de Ordenamento do Territrio PROT AML, Odivelas est localizada no arco envolvente norte da AML. Desta forma, o PROT AML consiste em: Sustentabilidade Ambiental (Criao de uma rede fundamental de reas, corredores verdes e ligaes ecolgicas), Qualificao Metropolitana (Desenvolvimento de novas centralidades metropolitanas, Consolidao de uma estrutura de acessibilidade em rede), Coeso Scio- Territorial (Requalificao dos subrbios, Igualdade de oportunidade no acesso a equipamentos, habitao e servios, Valorizao dos recursos humanos e da empregabilidade), Organizao do Sistema Metropolitano de Transportes (Reforo do sistema de transportes colectivos).

    Imagem 33: Dinmicas Territoriais da AML Fonte: Bairro na Cidade - Redesenhar e Requalificar o Lugar Entre Espaos Ligar o Construir no Construdo FA-

    UTL - Laboratrio de Projecto VI - Professor Dr. Pedro Rodrigues, Arq. Professor Dr. Rui Barreiros Duarte, Arq. MI Arq 5 D | 2011-2012 | Daniel Flores, Ins Morgado, Rui Magalhes, Tnia Paulo

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    Odivelas possui fraquezas ao nvel de infra-estruturas e equipamentos, estando o seu territrio urbanstico desqualificado e assinalado como uma rea Critica Urbana da AML.

    Mesmo assim, assume um papel importante na restruturao e requalificao do arco envolvente norte da AML, integrando-se num conjunto de infra-estruturas rodovirias, conseguindo uma autonomia em relao Metrpole Lisboa, e assumindo-se como um Centro Urbano.

    Imagem 34: Territrio da AML Fonte: Bairro na Cidade - Redesenhar e Requalificar o Lugar Entre Espaos Ligar o Construir no Construdo FA-

    UTL - Laboratrio de Projecto VI - Professor Dr. Pedro Rodrigues, Arq. Professor Dr. Rui Barreiros Duarte, Arq. MI Arq 5 D | 2011-2012 | Daniel Flores, Ins Morgado, Rui Magalhes, Tnia Paulo

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    | Captulo VIII | Proposta/ Centro Cultural e de Lazer de Odivelas

    8.1 | Contexto

    O trabalho realizado no 9 semestre do mestrado integrado em Arquitectura, no mbito da disciplina de Laboratrio de Projecto VI, em protocolo com a Cmara Municipal de Odivelas (CMO), de tema Entre Espaos- Ligar o construdo no construdo: Redesenhar e requalificar o Lugar Bairro na Cidade, tem como rea de interveno o centro de Odivelas, mais precisamente a zona da ribeira, entre a Quinta da Arroja e a Quinta do Espirito Santo, O Convento D. Dinis e a Colina do Cruzeiro. O projecto inicial, integrado na disciplina de Laboratrio de Projecto VI, teve como objectivo, redesenhar e requalificar o territrio, atravs da integrao de equipamentos pblicos e um parque urbano.

    A CMO props uma srie de objectivos, para o desenvolvimento do projecto na rea, como: a criao de uma zona urbana que tivesse a capacidade de consolidar e requalificar o territrio, uma soluo avanada de infra-estruturas, a integrao e recuperao funcional do bairro da Arroja e uma estrutura urbana com o objectivo de integrao social. Estas propostas por parte da CMO, procuram responder a necessidades do territrio, e correspondem a eixos de aco, com objectivo da criao de um lugar integrado, onde o utilizador possa usufruir dele, e que promova ligao e coeso social (46); sendo estes:

    | Eixo da qualidade urbana e ambiental (Reconverso do espao pblico, infra-estruturas e ambiente urbano com vista sua qualificao);

    | Eixo da dinamizao econmica (Novas oportunidades e fomento do empreendedorismo; criao de espaos para novas actividades econmicas no apoio ao auto-emprego e empreendedorismo);

    | Eixo da dinamizao social (Construo e implementao de equipamento de proximidade - creche; promoo da cidadania da interaco e da coeso social; dinamizao de actividades recreativas e desportivas);

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    (46) Anexos: l.i Enunciado do trabalho da cadeira de Laboratrio de Projecto VI - Professor Dr. Pedro Rodrigues, Arq. Professor DR. Rui Barreiros Duarte, ARq. MIArq 5 D 2011 - 2012)

  • Universidade de Lisboa- Faculdade de Arquitectura

    Construir no Construdo na cidade de Odivelas

    Edif io H rido omo Espao P li o

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    O projecto desenvolvido para Odivelas enquadra-se no contexto do plano urbano desenvolvido na disciplina de Laboratrio de Projecto VI. O trabalho est assim dividido em duas partes: 1- Projecto Urbano Parque Urbano e 2- Projecto de Arquitectura Centro Cultural e Lazer de Odivelas, que se integra no Projecto Urbano.

    Na rea do Bairro dos Pombais (Odivelas), onde se insere a estrutura edificada, sobre o vale, integra os seguintes programas: Auditrio/ Sala de espectculos, Centro de dia, Catering, Administrao, Sala de palestras, Biblioteca/ Sala de estudos, Bar, ATL, rea comercial, Parque infantil, Torre de exposies. Pretende-se assim, entregar uma diversidade de programas culturais e lazer populao, de forma a receber diferentes faixas etrias e estatutos sociais.

    Imagem 35: Odivelas / Portugal Imagem 36 : Odivelas / Directrizes de Proje