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DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E FATORES ASSOCIADOS À OBESIDADE EM CRIANÇAS DE 6 A 10 ANOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE NOVA ERA - MG ISABELA CRISTINA VICENTE DE SOUZA OURO PRETO, MG 2016 UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO ESCOLA DE NUTRIÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E NUTRIÇÃO

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DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E FATORES

ASSOCIADOS À OBESIDADE EM CRIANÇAS DE 6 A

10 ANOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE

NOVA ERA - MG

ISABELA CRISTINA VICENTE DE SOUZA

OURO PRETO, MG

2016

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

ESCOLA DE NUTRIÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE

E NUTRIÇÃO

Programa de Pós-Graduação em Saúde e Nutrição

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ISABELA CRISTINA VICENTE DE SOUZA

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA E FATORES

ASSOCIADOS À OBESIDADE EM CRIANÇAS DE 6 A

10 ANOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO

DE NOVA ERA - MG

Dissertação apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Saúde e Nutrição da

Universidade Federal de Ouro Preto, como

requisito parcial para obtenção do título de

Mestre em Saúde e Nutrição.

Área de concentração: Saúde coletiva

Orientadora: Profª Drª Silvia Nascimento de

Freitas

Coorientador: Prof. Dr. Fernando Luiz Pereira

de Oliveira

Ouro Preto, MG

2016

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Àqueles que me acompanharam por toda

a minha trajetória acadêmica, que me

encorajaram e acreditaram que eu

venceria esse desafio. A toda a minha

família. Dedico.

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AGRADECIMENTOS

Antes de tudo agradeço a Deus por me sustentar até o fim desse desafio. Obrigada

Senhor por me mostrar que eu tudo posso naquEle que me fortalece, e por permitir

que eu superasse todos os obstáculos dessa trajetória.

À Escola de Nutrição (Enut) e a Ufop, onde cursei a graduação e a pós-graduação

com ensino de qualidade e todo auxílio necessário.

À minha orientadora Profa. Dra Silvia Nascimento de Freitas pela paciência,

transmissão do conhecimento e pela disponibilidade. Obrigada por contribuir para o

meu crescimento profissional e pessoal.

Ao meu coorientador Prof. Dr Fernando Luiz Pereira de Oliveira pela parceria,

colaboração e ensinamentos.

Ao meu parceiro na coleta dos dados, meu herói, meu pai, minha eterna gratidão.

Nada disso seria possível se não fosse a sua boa vontade, auxílios e principalmente

incentivo constante naqueles dias de trabalho de campo. Essa vitória é nossa.

À minha mãe por se fazer presente em todo o tempo. Obrigada pela preocupação nos

momentos delicados, pelas palavras de conforto, encorajamento e por sempre

acreditar em mim. Sem a sua presença eu não teria voado tão alto.

Ao meu irmão Daniel, que da sua maneira sempre esteve ao meu lado. Vendo a sua

persistência em não desistir dos seus compromissos e objetivos, eu encontrava ânimo

para alcançar os meus. Obrigada pelas poucas palavras que foram essenciais.

Ao Elizeu, meu mais novo, eterno e fiel companheiro. Desde que você chegou, o

caminho tornou-se menos difícil. A sua paciência, carinho e apoio foram fundamentais

para o meu progresso. Obrigada por me compreender e me mostrar que sempre havia

uma luz no fim de cada túnel percorrido nessa jornada.

À família Vicente (em especial aos meus avós Maria e Luíz e tias Elaine, Leninha e

Cristina), família Souza (em especial à minha avó Ana, tias Lia e Lena, e primas

Débora e Karine) e família Gomes. Obrigada pelas importantes orações e mensagens

de conforto que me incentivaram a confiar e seguir em frente. Amo muito vocês!!!

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Às fiéis amigas de João Monlevade, em especial Raiza, Tarsiane, Rafaela e Nayane

pela preocupação, apoio e por compreenderem a minha ausência durante todo esse

período de dedicação aos estudos.

À Virgínia Fajardo, Natalia Figuerôa, Ana Luiza Domingos, Natália Onuzik, Renata

Bento, Frotinha, Álvaro, Beiçola, Goiaba e Mariana Guedes pelos auxílios.

À república Feijão com Arroz pela irmandade, refúgio nos momentos difíceis e por

tornar inesquecível a minha passagem por Ouro Preto. Especialmente à Beiçola,

Jotinha, Boi e Varada pela companhia e suporte emocional nos momentos de

desespero.

Aos companheiros de sala Jeanne e Thalles, amigos que vou levar para sempre.

Obrigada pelas inúmeras conversas, contribuições e por todos os momentos juntos.

Ao município, prefeitura e câmara municipal de Nova Era pela receptividade e

disponibilidade das informações necessárias.

Aos alunos do Núcleo de Pesquisas e Estudos em Nutrição e Saúde Coletiva pelas

sugestões.

Enfim, muito obrigada a todos que contribuíram de alguma forma e torceram para a

conclusão desse trabalho.

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‘’Problemas não são obstáculos, mas

oportunidades ímpares de superação e

evolução.’’

(Maurício Rodrigues de Morais)

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APOIO E FINANCIAMENTO

FAPEMIG - Concessão do financiamento para o projeto.

UFOP - Concessão da bolsa de mestrado.

PROAP/UFOP - Concessão de auxílio ao transporte para o município de Nova Era -

MG.

PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA ERA - Apoio, infraestrutura e recursos

humanos.

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RESUMO

A obesidade é uma doença crônica não transmissível (DCNT) caracterizada pelo

crescimento de células adiposas no corpo. Está associada a várias outras

comorbidades como doenças cardiovasculares. Nos últimos anos, sua prevalência em

crianças de todas as idades tem alcançado valores preocupantes. Além disso, existe

uma grande possibilidade da doença acompanhar a maioria dos indivíduos até a fase

adulta. Sua etiologia está relacionada a fatores individuais, contextuais e ambientais.

Diante da necessidade de explorar essas condições, o objetivo desta pesquisa foi

verificar a influência de características individuais, contextuais e ambientais no

desenvolvimento da obesidade em crianças de 6 a 10 anos da rede pública de ensino

do município de Nova Era – MG. Trata-se de um estudo epidemiológico observacional

do tipo transversal com grupos de comparação. Em 2009, na primeira fase da

pesquisa, foi descrito o perfil nutricional dos escolares através do indicador IMC/I que

permitiu classificá-los em grupos de obesos e eutróficos. Outras características

individuais e contextuais também foram obtidas na mesma etapa do estudo mediante

aplicação de um questionário. Em 2014, informações ambientais foram coletadas a

partir da medição de latitudes e longitudes correspondentes aos endereços dos

escolares. Assim, através do georreferenciamento, foi obtida a localização espacial

de cada indivíduo, de sua respectiva escola e de praças com equipamentos para

prática de atividade física situados nas proximidades das residências. Para o

processamento dos dados foi realizada a análise descritiva, análise de regressão

logística e análise espacial. Nesta etapa foram utilizados os softwares PASW statistics

17.0 e R. Associação foi observada entre o excesso de peso dos pais e a obesidade

dos filhos (p ≤ 0,05). Os indivíduos obesos demonstraram estar a uma distância maior

das praças quando comparados aos indivíduos eutróficos. A distância da residência

para a escola não influenciou a escolha do tipo de transporte, em ambos os grupos.

Escolares filhos de pais com diagnóstico de excesso de peso tiveram cinco vezes mais

chances de serem obesos, assim como ser filho de mães obesas, aumentou a chance

de obesidade em duas vezes. A classe de IMC dos pais permaneceu significativa no

modelo final ajustado pelo sexo. Conclui-se que a aplicação de ações destinadas à

promoção da saúde como acesso seguro a ambientes para prática de atividade física,

devem ser oferecidas tanto a nível individual quanto familiar.

Palavras chave: Obesidade, criança, contexto, ambiente, georreferenciamento.

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ABSTRACT

Obesity is a chronic non-communicable disease (NCD) characterized by the growth of

fat cells in the body. It is associated with several other comorbidities such as

cardiovascular disease. In recent years, its prevalence in children of all ages have

reached alarming values. Furthermore, there is a great possibility of monitoring

disease most individuals to adulthood. Its etiology is related to individual, contextual

and environmental factors. Faced with the need to exploit these conditions, the

objective of this research was to determine the influence of individual, contextual and

environmental features in the development of obesity in children aged 6 to 10 years of

public school system in New municipality was - MG. This is an observational

epidemiological cross-sectional study with comparison groups. In 2009, the first phase

of the research, described the nutritional profile of school through window BMI / age

which allowed to classify them in obese and eutrophic groups. Other individual and

contextual characteristics were also obtained in the same stage of the study by

applying a questionnaire. In 2014, environmental information was collected from the

measurement of latitudes and longitudes corresponding to the school address. Thus,

by georeferencing, it obtained the spatial location of each individual, their respective

school and courts with equipment for physical activity in the immediate vicinity of the

residences. For data processing descriptive analysis was performed logistic regression

analysis and spatial analysis. At this stage the SPSS statistics software 17.0 and R.

association was observed between overweight parents and obesity of children were

used (p ≤ 0.05). Obese individuals proved to be a greater distance of the squares as

compared to healthy individuals. The distance from home to school did not influence

the choice of the type of transport, in both groups. School children of parents diagnosed

with overweight were five times more likely to be obese, as well as being a child of

obese mothers, increased the chance of obesity in two times. The parents of BMI class

remained significant in the final model adjusted for sex. It was concluded that the

implementation of actions to promote health and access to safe environments for

physical activity should be offered both the individual and family level.

Keywords: Obesity, child, context, environmental, georeferencing.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Ferramentas do geoprocessamento .......................................................... 27

Figura 2: Mapa do município de Nova Era – Minas Gerais ...................................... 32

Figura 3: Organograma da seleção da amostra para o estudo em Nova Era - MG,

2009 .......................................................................................................................... 33

Figura 4: Questionário de Atividades Físicas do Dia Anterior .................................. 38

Figura 5: Fluxograma das residências georreferenciadas ........................................ 40

Figura 6: Mapa do georreferenciamento dos indivíduos do estudo .......................... 44

Figura 7: Mapa com zoom do georreferenciamento dos indivíduos do estudo......... 45

Figura 8: Representação gráfica da distância percorrida para a escola de acordo com

o tipo de transporte utilizado pelos indivíduos eutróficos .......................................... 46

Figura 9: Representação gráfica da distância percorrida para a escola de acordo com

o tipo de transporte utilizado pelos indivíduos obesos .............................................. 46

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Ponto de corte para classificação do estado nutricional dos pais, de acordo

com o índice de massa corporal (IMC) ...................................................................... 36

Tabela 2: Localização das escolas da rede municipal de ensino de Nova Era - Minas

Gerais, Brasil, 2009. .................................................................................................. 40

Tabela 3: Caracterização dos escolares de 6 a 10 anos da rede municipal de ensino

de Nova Era - Minas Gerais, Brasil, 2009. ................................................................ 43

Tabela 4: Magnitude da associação dos fatores de risco para obesidade de escolares

da rede municipal de ensino de Nova Era - Minas Gerais, Brasil, 2009. ................... 48

Tabela 5: Modelo final de regressão logística para obesidade de escolares da rede

municipal de ensino de Nova Era - Minas Gerais, Brasil, 2009. ................................ 49

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABESO: Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade

CDC: Centers for Disease Control

DCNT: Doença crônica não transmissível

DENCS: Departamento de nutrição clínica e social

FAPEMIG: Fundação de amparo a pesquisa do estado de Minas Gerais

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICEB: Instituto de Ciências Exatas e Biológicas

IMC/I: Índice de massa corporal por idade

MS: Ministério da saúde

NCHS: National Center of Health Statistics

OMS: Organização Mundial da Saúde

OECD: Organização para a cooperação e desenvolvimento econômico

PENSE: Pesquisa nacional de saúde do escolar

POF: Pesquisa de orçamento familiar

PROAP: Programa de apoio à pós-graduação

QUAFDA: Questionário Alimentar e de Atividades Físicas do Dia Anterior

SBEM: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

SGR: Sistema geodésico de referência

SIG: Sistema de informação geográfica

SISVAN: Sistema de vigilância alimentar e nutricional

SBP: Sociedade brasileira de pediatria

SDHPR: Secretaria de direitos humanos da presidência da república

UFOP: Universidade Federal de Ouro Preto

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14

2 REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................. 16

2.1 Aspectos epidemiológicos da obesidade ................................................ 16

2.2 Fatores individuais ..................................................................................... 17

2.3 Fatores contextuais ................................................................................... 19

2.4 Fatores ambientais ..................................................................................... 22

2.5 Geoprocessamento e saúde ..................................................................... 25

3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 30

4 OBJETIVOS ....................................................................................................... 31

4.1 Objetivo geral ............................................................................................. 31

4.2 Objetivos específicos ................................................................................ 31

5 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 32

5.1 Inserção da pesquisa ................................................................................. 32

5.2 Área de estudo ........................................................................................... 32

5.3 População e delineamento do estudo ...................................................... 33

5.3.1 Definição dos obesos ....................................................................... 33

5.3.2 Definição dos eutróficos .................................................................. 34

5.3.3 Critérios de inclusão dos obesos e eutróficos...............................34

5.3.4 Critérios de exclusão ....................................................................... 34

5.4 Coleta de dados.......................................................................................... 34

5.5 Variáveis ..................................................................................................... 35

5.5.1 Dependente ....................................................................................... 35

5.5.2 Independentes .................................................................................. 35

5.5.2.1 Individuais ................................................................................... 35

5.5.2.2 Contextuais ................................................................................. 36

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5.5.2.3 Ambientais .................................................................................. 39

5.6 Análise estatística ...................................................................................... 40

5.6.1 Georreferenciamento e análise espacial ......................................... 41

6 RESULTADOS ................................................................................................... 42

6.1 Caracterização da população ................................................................... 42

6.2 Distribuição geográfica dos indivíduos e relação das características do

ambiente construído com a obesidade ........................................................... 44

6.3 Magnitude da associação entre as características individuais,

contextuais e ambientais com a ocorrência da obesidade ........................... 47

7 DISCUSSÃO ...................................................................................................... 50

8 CONCLUSÃO ..................................................................................................... 55

9 PERSPECTIVAS .................................................................................................. 56

10 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 57

11 APÊNDICE ......................................................................................................... 76

A - Questionário do estudo .............................................................................. 76

B - Ficha cadastral ............................................................................................ 94

C - Termo de consentimento livre e esclarecido ............................................ 95

12 ANEXOS ............................................................................................................. 97

A - Aprovação do comitê de ética em pesquisa da UFOP ............................. 97

B - Leis referentes à data de fundação das praças em Nova Era – Mg. ....... 98

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1 INTRODUÇÃO

A obesidade é uma doença crônica causada pelo crescimento do tecido

adiposo, cuja principal origem é a diminuição dos níveis de atividade física

acompanhada pelo aumento do consumo energético. Nesse sentido, fatores genéticos

também são considerados como importante causa para obesidade, entretanto; diante

das altas prevalências mundiais observadas, o papel do ambiente tem se destacado

como principal fator etiológico. Convém destacar que o excesso de peso (sobrepeso

e obesidade), é o quinto maior responsável pela mortalidade em todo o mundo. Dessa

forma, a obesidade é considerada uma epidemia alarmante que tem alcançado não

só países desenvolvidos como também em desenvolvimento (WHO, 2009/2010;

OGDEN et al., 2010; SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA /SBP, 2012;

INSTITUTO DA INFÂNCIA/IFAN, 2014; CANTANHEDE E MARIANO, 2015).

Tem sido observado um aumento da prevalência da obesidade mundial,

atingindo não só os adultos como também as crianças, que apresentaram um

crescimento em suas proporções de 240% nas últimas duas décadas. (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA/SBEM, 2014; CALDEIRA,

2015). No Brasil, observou-se nos últimos anos, um processo de transição nutricional,

onde houve a substituição do baixo peso como sério problema de saúde pública, pelo

grande aumento dos percentuais de sobrepeso e obesidade em crianças e

adolescentes (SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA

REPÚBLICA/SDHPR, 2015). Este fato pôde ser observado no estudo de Lopes e

colaboradores, onde 38,3% das crianças de 6 a 10 anos foram diagnosticadas com

obesidade enquanto somente 6,8% apresentaram desnutrição (LOPES et al., 2010).

Estima-se que mais de 40 milhões do público infantil com idade até cinco anos

tiveram sobrepeso ou eram obesas em 2013 (WHO, 2015). No entanto, a faixa etária

de 6 a 10 anos também tem apresentado uma importante tendência ao aumento da

prevalência da obesidade. Vale ressaltar que a doença na idade escolar tende a

prolongar para a fase adulta e se relacionar ao desenvolvimento de outras

comorbidades como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e câncer

(LOPES et al., 2010; RODRIGUES et al., 2011; SBP, 2012; BRASIL, 2014;

CANTANHEDE E MARIANO, 2015).

Diversos fatores têm sido associados ao desenvolvimento da obesidade infantil.

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Tais aspectos proporcionam o desequilíbrio energético e consequentemente

propiciam o aumento ponderal, podendo ser classificados em biológicos,

comportamentais e ambientais. Os fatores biológicos estão relacionados a

características individuais como o sexo, a idade e o peso ao nascer (PELEGRINI et

al., 2010; SILVEIRA et al., 2014). Dentre os fatores contextuais, ou seja, que podem

modular o comportamento dos indivíduos, destacam-se a renda familiar, o aleitamento

materno, a ocupação materna, o excesso de peso dos pais, o hábito de realizar

refeições em frente à televisão (TV), o tempo gasto com atividades sedentárias e o

meio de locomoção para escola (OLDHAM-COOPER et al., 2011; SUZANNE HIGGS,

2011; WARD, 2011; COSTA et al., 2012; BARRIUSO et al., 2015; DATAR et al., 2015;

GOMES e NASCIMENTO, 2015; PUDLA et al., 2015; KNEIPP et al., 2015; TOMAZ,

2015).

Outro aspecto de suma importância é a influência do ambiente construído, que

representa um complexo sistema de fatores externos envolvidos no progresso da

obesidade. Nesse cenário, o indivíduo pode ser influenciado a desenvolver hábitos de

vida não saudáveis, através da falta de acesso a locais para prática de atividade física

e/ou para aquisição de gêneros alimentícios como frutas e verduras (WILLIAMS et al.,

2012; MATOZINHOS, 2015; NASCIMENTO et al., 2015). Entretanto, como a

distribuição geográfica dos fatores determinantes da obesidade se difere no espaço,

torna-se necessário avaliar a forma como essas características ambientais se

distribuem e propiciam o ganho de peso (CHAIX et al., 2013).

Nesse sentido, o geoprocessamento tem sido muito utilizado na área da saúde

como ferramenta de análise espacial. Ele se torna viável por manipular informações

geográficas e disponibilizar dados importantes sobre o estado de saúde do indivíduo,

não só do ponto de vista social, como também cultural, histórico, político e ambiental

(RIBEIRO et al., 2014).

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Aspectos epidemiológicos da obesidade

A prevalência mundial de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes

é preocupante. O sobrepeso está presente em 20% dos pré-escolares norte-

americanos (CATTANEO et al., 2010; OGDEN et al., 2010; RIVERA et al., 2014).

Segundo avaliação de 34 países pertencentes a Organização para a Cooperação e

Desenvolvimento Econômico, com crianças em idade escolar, no ano de 2011, 21%

das meninas e 23% dos meninos apresentavam sobrepeso. No mundo em 2013, 42

milhões de crianças menores que cinco anos foram diagnosticadas com sobrepeso

ou obesidade. Em países como El Salvador, República Dominicana, Peru e países

caribenhos, nos últimos 15 anos houve um aumento de 50% na prevalência de

obesidade na primeira infância (INSTITUTO DA INFÂNCIA/IFAN, 2014).

No Brasil, os casos triplicaram nos últimos 30 anos, destacando-se as regiões

Sul e Sudeste e as classes mais altas da população (MELLO et al., 2010). Segundo

dados da pesquisa de orçamentos familiares (POF 2008-2009), no período de 1974-

1975 a 2008-2009, houve um grande aumento no número de crianças com excesso

de peso na faixa etária 5 a 9 anos. No sexo masculino, essa prevalência subiu de

10,9% para 34,8%, nos respectivos períodos. Fato similar ocorreu com as meninas,

cujo aumento foi de 8,6% em 1974-1975 para 32 % em 2008-2009 (BRASIL, 2010).

Resultados semelhantes foram encontrados em um estudo realizado em 2012,

com crianças de 7 a 10 anos de Florianópolis – SC. A prevalência de sobrepeso e

obesidade foi de 36,2 % nos meninos e 32,7% nas meninas, não havendo, diferença

significativa entre os sexos (BERNARDO et al., 2012). Em relação às diferentes

regiões do país, uma pesquisa desenvolvida pelo Programa Escola Saudável em

vários estados brasileiros, com mais de 2000 crianças do ensino fundamental,

encontrou 23% das crianças com sobrepeso, variando de 20 a 33% entre as regiões.

Por outro lado, 10% desses escolares eram obesos, com variação de 5 a 12%. Vale

ressaltar que os menores índices observados foram no nordeste do país, e os mais

altos na região Sudeste e nas escolas particulares (SBEM, 2014).

O mesmo foi observado em um estudo na Paraíba com o objetivo de descrever

a prevalência de obesidade em escolares de 6 a 10 anos, matriculados em escolas

de diferentes redes de ensino (públicas e privadas). Maiores proporções foram

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observadas nas escolas privadas e no sexo masculino. Além disso, o estilo de vida

pouco saudável, o sedentarismo e uma alimentação rica em biscoitos, refrigerantes e

lanches, foi comum entre os escolares (MEDEIROS, 2011).

No estado de Minas Gerais, um estudo transversal descritivo com crianças de

0 a 5 anos acompanhadas pelo SISVAN em 2012, apontou uma prevalência de 3,8%

de peso baixo e muito baixo para a idade; 87,3% de eutrofia e 8,8% de peso elevado

para a idade. Assim, mediante comparação, foi observada uma mudança no perfil

nutricional das crianças durante os anos, havendo uma substituição da desnutrição

pelo sobrepeso e a obesidade (LIMA E NAVARRO, 2014). Esses dados reafirmam a

progressão que a obesidade infantil vem atingindo, e a possibilidade de se estender

para vida adulta desencadeando outros problemas de saúde. Dessa forma, para o ano

de 2050, foi prevista uma diminuição de cinco anos na expectativa de vida da

população (NOGUEIRA E PEREIRA, 2010; TIROSH et al., 2011; MCARDLE et al.,

2011).

Diante do exposto, para explorar os fatores que determinam o aumento da

prevalência da obesidade infantil, é fundamental conhecer as características

individuais, contextuais e ambientais relacionadas ao evento. Assim, também é

possível contribuir para a criação de medidas de prevenção a nível individual e no

ambiente em que a população está inserida (OMS, 2003; MARTINS E CARVALHO;

2006; JACKSON, 2009; MENDÉZ, 2015). Desse modo, antes de esclarecer como os

demais fatores externos se associam ao excesso de peso em escolares, deve-se

primeiramente investigar o comportamento das características individuais perante o

desenvolvimento do sobrepeso e da obesidade infantil.

2.2 Fatores individuais

Resultados contraditórios são observados em relação à influência do sexo no

desenvolvimento do excesso de peso em crianças. Alguns estudos demonstraram não

haver diferença significativa na prevalência desse evento entre meninos e meninas

(SALOMONS, RECH E LOCH, 2007; RICARDO, 2009). Diferentemente, Figueiras e

colaboradores encontraram uma maior presença de sobrepeso e obesidade no sexo

feminino quando comparado ao sexo masculino (FILGUEIRAS et al., 2012); enquanto

o oposto foi observado no estudo de Fernandes e amigos, no qual o predomínio foi no

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sexo masculino (FERNANDES et al., 2007). À vista disso, ressalta-se a necessidade

do desenvolvimento de mais investigações com o objetivo de elucidar esse quadro.

Ressalta-se que a faixa etária é um fator de suma importância para o

desenvolvimento da obesidade. Destaca-se principalmente o período da infância

nesse processo, pois nessa fase são formados os hábitos de vida do indivíduo, que

podem propiciar o surgimento de doenças como a obesidade (ROLLAND-CACHERA

et al., 2006; MORAES et al., 2009). Algumas pesquisas demonstraram que meninas

apresentavam diminuição da prevalência de excesso de peso com o avanço da idade

(SIMON, 2009; PELEGRINI et al., 2010), por isso a importância de investigar o

desenvolvimento da obesidade nesse período da vida.

Em relação ao baixo peso ao nascer, sua definição é dada quando o peso da

criança após o parto é inferior a 2.500 gramas (SANTANA et al., 2015). De 2008 a

2012, a prevalência deste estado nutricional no mundo foi de 15%, embora tenha

havido progressão das melhorias no cuidado pré – natal (UNICEF, 2015). Sabe-se

que tanto crianças com baixo peso quanto aquelas com peso elevado ao nascer,

podem vir a se tornar obesas posteriormente (SBP, 2012; VITOLO et al., 2008). No

entanto, existem evidências que o baixo peso ao nascer seja um precursor de

destaque no aumento ponderal futuro (ONG E DUNGER, 2002; MURTAUGH et al.,

2003; LUNDGREN, MORGARDEN E GUSTAFSSON, 2014).

São raros os estudos sobre a influência do peso ao nascer no desenvolvimento

da obesidade em escolares, principalmente na fase anterior à puberdade

(STRUFALDI, SILVA E PUCCINI, 2011). Conforme revisão feita por Ribeiro e

colaboradores, a nutrição fetal insuficiente desencadeia mudanças no organismo com

o intuito de garantir o desenvolvimento de órgãos importantes como coração e o

cérebro. Este fato potencializa transformações metabólicas que podem se manifestar

em outras fases da vida. Entretanto, quando há adequação da oferta de alimentos

após o nascimento, essas modificações podem ser normalizadas, mas se o aporte

energético exceder as necessidades da criança, possivelmente acontecerão

alterações endócrinas propícias ao ganho de peso. Nesse sentido, percebe-se que a

nutrição na gestação está diretamente relacionada ao desenvolvimento infantil a longo

prazo (RIBEIRO et al., 2015).

Dessa maneira, destaca-se a importância de pesquisas que esclareçam sobre

as possíveis associações do baixo peso ao nascer com as chances de desenvolver

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obesidade no decorrer da vida, já que tais avaliações podem contribuir para a criação

de medidas preventivas. Ademais, tem sido evidenciado que apesar das

características genéticas/individuais estarem relacionadas ao desenvolvimento da

obesidade, os principais elementos determinantes do seu aumento estão associados

aos fatores comportamentais e ao contexto (GOMES e NASCIMENTO, 2015), por isso

estes também devem ser investigados.

2.3 Fatores contextuais

O comportamento dos pais exerce forte influência para os filhos, já que a

infância é a fase de formação do estilo de vida e construção dos hábitos da criança

(DATTILO et al., 2012; VOLLMER et al., 2015). Desse modo, a obesidade dos pais,

principalmente a materna, é um fator importante para a obesidade infantil (MARTINS

E CARVALHO, 2006). Isso ocorre geralmente porque a mãe é quem prepara a

refeição e realiza a escolha dos alimentos para o consumo da família. Por isso, quando

suas preferências alimentares não são saudáveis, consequentemente a criança

também não terá bons hábitos alimentares, o que contribui para o desenvolvimento

da obesidade (RECKZIEGEL, 2006; NOVAES et al., 2009).

Com base em quatro pesquisas com mais de 34.000 indivíduos, a obesidade

dos pais foi apontada como fator de risco importante para o excesso de peso dos filhos

(PLACHTA-DANIELZIK et al., 2012). Em outro estudo com escolares brasileiros de 7

a 14 anos, meninas tiveram 1,63 mais chances de serem obesas, quando a mãe

também apresentava a doença; e 1,78 mais chances quando o pai também era obeso

(BERNARDO et al., 2010). Resultado semelhante foi observado na Europa Ocidental,

onde uma pesquisa demonstrou que os filhos cuja mãe ou o pai eram obesos,

apresentaram mais chances de estar com excesso de peso, quando comparados

àqueles filhos de pais eutróficos (TCHICAYA E LORENTZ, 2014).

Outra característica importante para o desenvolvimento do excesso de peso

infantil é a renda familiar, pois interfere substancialmente no consumo de alimentos e

no dispêndio de energia. É visto que as classes de renda média e alta apresentam

maior prevalência de obesidade quando comparadas à baixa renda (FAGUNDES et

al., 2008). Um estudo realizado no estado de São Paulo encontrou maior prevalência

de excesso de peso em crianças da rede particular de ensino, cuja maior parcela de

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escolares possui melhores condições financeiras. No entanto, quando avaliado o risco

de sobrepeso, o mesmo resultado não pôde ser considerado, demonstrando uma

possível tendência a não distinção dos padrões de sobrepeso e obesidade entre

crianças com diferentes poderes aquisitivos. Em função disto, torna-se indispensável

desenvolver ações de vigilância direcionadas à escolares de todas as classes sociais

(NASCIMENTO et al., 2011).

Destaca-se também, a associação positiva entre o comportamento sedentário

e crianças obesas, sobretudo com a exposição visual à mídia (ZIMMERMAN E BELL,

2010). Nesse contexto, existem quatro meios para esclarecer de que modo a

exposição à TV contribui para o acúmulo de peso. Primeiramente, utiliza-se o tempo

que poderia ser direcionado para prática de atividade física; aumenta-se a ingestão

de alimentos no intervalo entre as refeições, ampliando o consumo energético total; e,

além disso, a visualização de anúncios publicitários podem influenciar negativamente

as preferências alimentares infantis e propiciar a diminuição do metabolismo basal

(BRYANT et al., 2007).

Desse modo, estudos apontaram a prática de assistir TV durante as refeições

como uma das características do comportamento infantil associadas à obesidade

(DUBOIS et al., 2008; LISSNER et al., 2012). Outros demonstraram relações diretas

entre assistir TV e consumir alimentos com elevado teor de gordura e açúcar como

refrigerantes e salgadinhos, e relações inversas ao consumo de frutas e hortaliças

(MANIOS et al., 2009; DE CRAEMER et al., 2012; LISSNER et al., 2012). Por último,

esse hábito diminui a sensação de saciedade e o controle sobre a quantidade de

alimentos ingeridos, levando ao aumento das porções consumidas nas próximas

refeições (OLDHAM-COOPER et al., 2011; TOMAZ, 2015).

Convém ressaltar que o aleitamento materno é outra variável de destaque no

contexto. Sabe-se que o leite materno oferece grandes quantidades de nutrientes para

o indivíduo e por isso, é essencial para a saúde da criança, além de representar uma

possível técnica preventiva da obesidade infantil. Segundo a OMS, o aleitamento

materno deve ser oferecido à criança por dois anos ou mais, sendo de forma exclusiva

até os 6 meses de idade (OMS, 2003; RAMOS et al., 2010). Quanto ao fator protetor

do aleitamento materno, tem sido observado que quanto mais leite materno o bebê

recebe no início da vida, maior a prevenção em relação ao sobrepeso e obesidade; e

que crianças de alto nível socioeconômico que nunca foram amamentadas, têm duas

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vezes mais chances de desenvolver obesidade na idade escolar quando comparadas

as amamentadas (SIMON et al., 2009; SIQUEIRA E MONTEIRO, 2007).

Chama-se atenção para a ocupação materna como característica que pode

estar diretamente associada à saúde das crianças, já que o tempo de trabalho das

mães define o horário de dedicação aos filhos. Segundo o Bureau of Labor Statistics

(BLS), o trabalho fora de casa de mães com crianças em idade escolar aumentou

consideravelmente durante o mesmo período de tempo que a obesidade adquiriu um

caráter epidêmico. A proporção de mães empregadas com um filho entre os 6 e os 17

anos de idade aumentou de 51% em 1975 para 74% em 2005 (BUREAU OF LABOR

STATISTICS, 2011). Por isso, é importante investigar se a oferta de trabalho materna

está ligada à obesidade infantil e potencialmente influencia o seu desenvolvimento

(CAWLEY E LIU, 2012).

Outro princípio que deve ser considerado é o deslocamento, que representa

um fator determinante de destaque para a saúde, já que permite o acesso ao trabalho,

educação e lazer. Dessa forma, o transporte ativo, definido como qualquer meio que

utilize como base a propulsão humana (CARVALHO E FREITAS, 2012), quando

empregado diariamente, propicia um estilo de vida menos sedentário. Nessa

perspectiva, ciclismo e caminhadas têm sido associados positivamente com o estado

de saúde em geral, com os níveis de atividade física e com o peso corporal adequado

de crianças e adolescentes (SILVA, LOPES E SILVA, 2007; COSTA et al., 2012;

SILVA et al., 2012).

Por outro lado, na pesquisa de Modesto, o ônibus que representa um tipo de

transporte passivo, foi o principal meio de locomoção utilizado por adolescentes.

Neste caso, o seu uso foi associado a uma maior distância das residências para as

escolas e ao tempo utilizado no percurso (MODESTO, 2014). No estudo de Guedes e

colaboradores, crianças e adolescentes que se deslocavam através de automóveis ou

que residiam a uma distância de no máximo 5 km da escola, demonstraram ser mais

susceptíveis ao excesso de peso quando comparados àqueles que residiam a uma

distância maior da escola, e que caminhavam ou utilizavam a bicicleta como meio de

transporte (GUEDES, 2010).

A distância é um fator que também influencia a escolha do tipo de transporte.

Estudos internacionais demonstraram que o percurso de até 1 km se associa ao

deslocamento a pé, enquanto que acima de 5 km, a bicicleta é apresentada como a

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primeira opção de transporte. De acordo com o estudo de Loureiro e colaboradores,

crianças que moram mais perto da escola ou há uma distância de até 800 metros

apresentam maior probabilidade de ir a pé (LOUREIRO et al., 2010). Em outro estudo,

resultados semelhantes demonstraram que o deslocamento a pé é presenciado em

trajetos de até 1,5 km, ao passo que a bicicleta se destaca naqueles de até 3 km

(D’HAESE et al., 2011). Dessa forma, percebe-se que a menores distâncias são pré-

requisitos favoráveis para a escolha do transporte ativo como meio de locomoção.

Percebe-se que os jovens têm aumentado a preferência pela locomoção por

meio do transporte passivo, como uso de veículos (MENDÉZ, 2015). Segundo a Rede

Nacional Primeira Infância, o transporte pouco ativo como carro e ônibus e o aumento

do sedentarismo, são fatores de risco para o sobrepeso infantil. Dessa maneira,

alguns dos planos de ação estabelecidos para o combate da obesidade em crianças,

são o incentivo a programas que estimulem o transporte com gasto de energia

corporal para a escola; como a caminhada ou o uso de bicicletas, o desenvolvimento

de políticas que garantam um ambiente seguro e a presença de instrumentos públicos

favoráveis à prática de atividade física no ambiente fora da escola (STAINO et al.,

2010; WHO, 2009/2010; COLEMAN et al., 2012; IFAN, 2014; RAJA et al., 2015).

Nesse contexto, destaca-se a necessidade de analisar as barreiras ambientais

que podem interferir na escolha e utilização do meio de transporte e nos hábitos de

vida não saudáveis de crianças, podendo consequentemente contribuir para o

desenvolvimento da obesidade infantil.

2.4 Fatores ambientais

É visto que a prática alimentar pouco saudável favorece o ganho de peso, mas

o estilo de vida sedentário caracterizado pela diminuição progressiva dos níveis de

atividade física, também é um fator contribuinte de destaque nesse processo (CERIN,

LESLIE E OWEN, 2009). Desse modo, a fim de encontrar justificativas para o grande

crescimento do sobrepeso e obesidade infantil na última década e estabelecer

medidas de controle, faz-se necessário priorizar as investigações sobre as mudanças

no estilo comportamental das crianças e os elementos ambientais relacionados a

essas alterações (BOONE-HEINONEN E GORDON-LARSEN, 2012; FLEGAL et al.,

2012). Entretanto, dada a complexidade para determinar e aferir as características de

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um ambiente, não é simples esclarecer as questões relacionadas a ele que interferem

no desenvolvimento do excesso de peso (MACKENBACH et al., 2014).

O ambiente se relaciona com a saúde da população por apresentar alternativas

que influenciam as suas características comportamentais. Assim, mudanças

ambientais favoráveis ao comportamento saudável, fazem parte dos objetivos atuais

da saúde pública para prevenção da obesidade (LYTLE, 2009; MAZUR E NAVARRO,

2015). Portanto, estudos sobre a associação entre os impactos promovidos pelo

ambiente e as repercussões na saúde têm sido realizados (BLACK et al., 2010; VAN

DYCK et al., 2010; CASAGRANDE et al., 2011; BALL et al., 2012; PRINCE et al.,

2012; BROWN et al., 2013). No Brasil, inicialmente investigações sobre o assunto

ocorreram em áreas altamente urbanizadas, sendo raras as pesquisas destinadas a

regiões menos desenvolvidas (JAIME et al., 2011; CARVALHO et al., 2012;

NASCIMENTO et al., 2015).

Desse modo, quando o ambiente tem papel incentivador para o

desenvolvimento da obesidade, ele é nomeado como ‘’obesogênico’’, sendo sua

primeira definição dada por Swinburn e colaboradores em 1999 como o ‘’Conjunto de

influências do ambiente, oportunidades e condições de vida que propiciam o ganho

de peso em indivíduos e população’’ (SWINBURN, EGGER E RAZA, 1999). Tais

influências representam a falta de acesso a alimentos saudáveis e a locais propícios

à prática de atividade física (POWELL, SPEARS E REBORI, 2010).

Nesse sentido, destaca-se o ambiente construído que de acordo com o Instituto

Nacional de Saúde, representa todos os espaços criados ou modificados pelo homem,

e que constituem as características físicas de uma comunidade (CDC, 2010b).

Edifícios, parques, estradas, sistemas de transporte, entre outros, são exemplos

dessa infraestrutura que se relaciona com atividades diárias da população. Estudos

mostraram que as características do ambiente construído podem atingir diretamente

a saúde dos indivíduos. Para o público infantil, exemplos são os fatores que não

incentivam a prática de atividades recreativas como ausência de praças, parques e

ciclovias; além da existência de calçadas inapropriadas e trânsito intenso (HOLSTEN,

2009; SAELENS E HANDY, 2010; CASAGRANDE et al., 2011; MACKENBACH et al.,

2014; ASSOCIAÇÃO MÉDICA DE SAÚDE, 2015).

No Brasil, um estudo ecológico populacional realizado na cidade de São Paulo,

encontrou que a prevalência de sobrepeso estava inversamente associada à

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densidade de instalações públicas para a prática de atividade física, na área de

residência dos indivíduos (JAIME et al., 2011). Dessa maneira, bairros que possuem

um ambiente construído de má qualidade, como limitação de espaços verdes e áreas

de lazer, se relacionam a menores níveis de atividade física, um importante

determinante da obesidade (JANSSEN E LEBLANC 2010; EPSTEIN et al., 2012;

TAPPE et al., 2013; LAXER E JANSSEN, 2013). Assim sendo, é importante

aprofundar nos aspectos relacionados à contribuição do planejamento urbano para a

diminuição do sedentarismo e consequente benefício para a saúde da população

(HANKEY, MARSHALL E BRAUER, 2012).

Outro estudo demonstrou que crianças que residem em bairros com um

ambiente construído de alta qualidade, ou que possuem maiores oportunidades para

brincar, apresentam menores prevalências de sobrepeso e obesidade, bem como um

melhor estado geral de bem estar (SAELENS et al., 2012; TAPPE et al., 2013). Sobre

o ambiente construído escolar, este também se associa ao nível de atividade física

dos jovens (EVENSON et al., 2006). Dessa forma, características como presença de

praças públicas e passeios para pedestres estimulam as crianças a serem menos

sedentárias.

Nessa sequência, elementos do espaço onde as crianças vivem e o percurso

para a escola, também determinam os seus níveis de atividade física (ROEMMICH et

al., 2007). De acordo com Duncan e colaboradores, crianças que vivem próximas a

áreas de lazer, apresentam um IMC menor em relação àquelas residentes em locais

mais distantes. Ao passo que, uma menor quantidade de calçadas, maior número de

cruzamentos e de densidade de tráfego mostrou associação com um maior valor de

IMC para crianças que vivem sob essas condições (DUNCAN et al., 2014). A literatura

também aponta que o acesso a espaços recreativos no ambiente urbano, é um

importante investimento de saúde para a comunidade, pois estimula atividades físicas

e consequentemente diminui as chances de ganho de peso (COOMBES et al., 2010;

LEE E MAHESWARAN, 2011).

Características das cidades como bairros com boa orientação para pedestres,

presença de ruas bem relacionadas e espaços verdes, apoiam o planejamento da

promoção da saúde pública. Estudos encontraram um número de associações

significativas entre alimentação, características do bairro e o peso corporal de crianças

(FENG et al., 2010; GISKES et al., 2011). Diante disso, é importante compreender os

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aspectos do ambiente construído a fim de planejar e organizar estratégias

comunitárias e políticas públicas que possam intervir a nível populacional no

desenvolvimento da obesidade (BORTONI et al., 2009; SILVA, 2010; CHARREIRE et

al., 2014).

As medidas de avaliação do ambiente construído podem ser realizadas pela

própria observação do indivíduo (ROSENBERG et al., 2009), pela percepção social

do ambiente (MUJAHID et al., 2007; PROIETTI et al., 2008) e por padrões originados

de informações espaciais (THORNTON, PEARCE E KAVANAGH, 2011). Em tal caso,

a análise de dados georreferenciados se destacam por permitir o desenvolvimento de

uma série de estudos associando características de saúde, da sociedade e do

ambiente (MINUCI E ALMEIDA, 2009; PREDEBON et al., 2010), o que possibilita

relacionar características do espaço com o ganho de peso em escolares.

2.5 Geoprocessamento e saúde

Características geográficas são fatores importantes para o entendimento da

etiologia da obesidade, uma vez que englobam questões sociais, políticas e

ambientais que variam de local para local (TORIO, 2012). Com base nisso, um método

importante para avaliar os aspectos epidemiológicos de uma determinada situação de

saúde é conhecer a forma como ela se distribui espacialmente. Esta característica

permite analisar e apontar os possíveis fatores determinantes de uma doença, assim

como auxiliar no desenvolvimento de medidas públicas de vigilância em saúde (NING,

WUBULIHAIREN E YANG, 2012; TRONCOSO E CIFUENTES, 2012; REQUIA E

ROIG, 2015).

Um dos primeiros exemplos na área da saúde em que foi observado o uso da

análise espacial foi o estudo de John Snow, cujo objetivo foi avaliar as causas da

epidemia do cólera em Londres. Para tanto, foram formados mapas das residências

com óbitos, das bombas de água que abasteciam a cidade e dos pontos de captação

de água à jusante da cidade após lançamento de esgotos. Dessa forma, foi possível

observar qual relação havia entre eles (JOHN SNOW, 1855).

O Geoprocessamento é uma área extensa ligada às informações espaciais e

que envolve várias tecnologias como a cartografia, a computação, a geografia e a

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estatística (BRASIL, 2007). O seu uso juntamente com a análise espacial, tem sido

muito relevante na área da saúde pública, pois seleciona locais de perigo que

necessitam de suporte e também incentiva o desenvolvimento de ações preventivas

(BAVIA et al., 2012).

No estudo de Ribeiro e colaboradores em Sobral – CE, foi observada uma

grande utilidade do geoprocessamento como ferramenta de controle da situação de

saúde. A sua implantação permitiu a obtenção de dados através de mapas, que

facilitaram a obtenção de informações para a investigação de uma doença. Isso

ocorreu mediante o mapeamento, controle e divulgação dos dados de saúde no

contexto do serviço único de saúde, havendo um progresso no acesso à informação

nessa área. Em vista disso, foi possível melhorar a elaboração e análise das medidas

de saúde realizadas no município (RIBEIRO et al., 2014).

Vale ressaltar que existem três tipos de análise espacial. A análise de padrões

pontuais que expressa os fenômenos por pontos; como por exemplo, ocorrências de

crimes e doenças. A análise de superfícies contínuas que estimam os dados por

conjunto de amostras de campo resultantes de levantamento de recursos naturais;

como por exemplo, mapeamento geológico, topográfico e fitogeográfico. E a análise

de áreas, que realiza contagens e taxas agregadas que são associadas a

levantamentos populacionais, censos (CÂMARA et al, 2012).

Dentro desse contexto, os Clusters representam padrões de conglomerados

espaciais, determinados a partir de um número acima do esperado de pontos muito

próximos (LIEU et al., 2015). Somando a isto, diagnosticar agrupamentos de eventos,

é um benefício para a Saúde Pública, uma vez que não só demonstra a presença de

um risco eminente, como também contribui com a tomada de medidas apurativas e o

domínio das adversidades (BRAZ et al., 2014). Um método específico de análise

utilizado para detectar tipos de padrões espaciais é a estatística de varredura (scan)

espacial. No estudo de Lieu e colaboradores, com o objetivo de avaliar a resistência

ao uso de vacinas a partir de informações do sistema de saúde, os autores

propuseram testar a utilidade desse método para encontrar clusters geográficos que

representassem o evento, e observaram viabilidade da utilização da técnica de

varredura em apontar as áreas de menor imunidade e que requeriam medidas de

intervenção (LIEU et al., 2015).

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O geoprocessamento reúne várias geotecnologias que, por meio de softwares,

se relacionam com a análise de informações geográficas. Dentre elas estão o

georreferenciamento, o sensoriamento remoto, a digitalização de dados, a automação

de tarefas cartográficas, e principalmente os Sistemas de Informações Geográficas

(SIG) (BRASIL, 2007) (Figura 1).

Figura 1: Ferramentas do geoprocessamento

Fonte: Ministério da Saúde, 2007

O SIG é a técnica mais ampla do geoprocessamento e representa o elo entre

as demais. Anteriormente era funcional apenas para produção de mapas, mas com

sua evolução foi adquirindo uma grande diversidade de aplicabilidades, seja nas

formas de manusear e avaliar informações, ou nas maneiras de melhorar a

observação das informações contidas em relatórios e gráficos (CARNEIRO, 2012).

Nessa perspectiva, uma pesquisa demonstrou a utilidade do SIG na análise e

controle de informações por profissionais de um sistema de saúde. Nesse estudo, com

o auxílio do geoprocessamento foram construídos mapas temáticos para observar o

estilo de vida e condições de saúde de indivíduos com menos de um ano de vida. Esta

análise permitiu fazer associações com níveis de mortalidade infantil e apontar os

locais onde haviam mais crianças com risco social evolutivo, observando o reflexo das

características ambientais (MULLER et al., 2010).

Outro componente importante do geoprocessamento é o georreferenciamento,

ou seja, a geocodificação precisa em latitude e longitude dos pontos na superfície

terrestre (FERREIRA et al., 2011). Para determinação dessas medidas, é necessária

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a utilização de um sistema geodésico de referência (SGR) que é composto por uma

figura geométrica representativa da superfície terrestre. Por estar posicionada no

espaço, esta figura possibilita a localização única de cada ponto da superfície em

função de suas coordenadas. É importante saber que a partir de 25 de fevereiro de

2015, o SIRGAS2000 (Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas) foi o

oficialmente adotado no Brasil. Convém destacar que o uso de outros sistemas que

não possuam respaldo em lei, pode provocar inconsistências e imprecisões na

combinação de diferentes bases de dados georreferenciados (IBGE, 2015).

A análise espacial de dados geográficos permite relacionar uma informação a

um mapa, o que pode ser útil na localização dos fatores determinantes do processo

saúde/doença de uma população. Tais elementos gráficos podem se apresentar de

três maneiras diferentes: associados a uma área, a uma linha ou a um ponto

(BARCELLOS et al., 2008; RITTER et al., 2013). As áreas geralmente são utilizadas

para representar municípios e lagos; as linhas para exibir ruas, e os pontos são usados

principalmente para demonstrar eventos de saúde, em que cada ponto é localizado

por um par de coordenadas (BRASIL, 2007).

Em se tratando da análise de eventos de saúde, com o objetivo de observar o

comportamento da obesidade adulta na cidade de Belo Horizonte, Matozinhos e

colaboradores optaram por utilizar a técnica do georreferenciamento. Esta foi aplicada

mediante endereço e CEP local dos estabelecimentos para venda de alimentos;

número de residentes nas casas; proporção de homicídios e condição econômica da

vizinhança. Com a inclusão dos dados de cada participante do estudo, foi possível

obter a disposição espacial do evento, conforme a cobertura feita pelas unidades

básicas de saúde. Os achados demonstraram que o arranjo social juntamente com o

grande acesso às opções de comércios alimentícios e áreas destinadas a realização

de exercícios físicos, poderiam ser os determinantes para a baixa presença de

obesidade na área observada (MATOZINHOS et al., 2015).

No estudo de Cutts e colaboradores, o sistema de informações geográficas foi

utilizado para avaliar a relação entre a distribuição das populações vulneráveis à

obesidade e a proximidade de parques e ruas seguras, numa cidade dos Estados

Unidos. Para isso, as técnicas de geoprocessamento informaram o arranjo espacial

das variáveis, que permitiram identificar a adequação do ambiente para prática de

atividade física. Mediante os resultados, foi possível confirmar que a estrutura do

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ambiente construído contribui para o risco de obesidade, e que questões sociais como

violência e segurança no tráfego, são barreiras para a utilização de parques como

locais para prática de atividade física (CUTTS et al., 2009). Em outra pesquisa, cujo

objetivo foi examinar a relação do peso corporal de crianças de 5 a 11 anos com

exposições ambientais, o sistema de informações geográficas foi importante

instrumento de análise. Através da sua utilização, constatou- se que as crianças que

caminhavam para escola apresentavam significativamente menores índices de massa

corporal (BURGOINE, 2015).

Assim sendo, convém ressaltar que pesquisas sobre a distribuição espacial da

obesidade são contribuições primordiais para o diagnóstico e esclarecimento do

cenário epidemiológico dessa doença e de seus aspectos. Ainda, pode demonstrar a

importância em se desenvolver políticas destinadas a uma parcela da população

situada em determinada área geográfica, quando a obesidade apresenta um modelo

temporal e espacial bem estabelecido (FARIA; BORTOLOZZI, 2009; GLAZ;

POZDNYAKOV; WALLENSTEIN, 2009; JACQUEZ; GOOVAERTS, 2010; MYERS et

al., 2015).

Portanto, mediante ao contexto atual de alta prevalência da obesidade infantil

que se encontra em ascensão, e se relaciona a vários fatores determinantes, é

relevante a necessidade em realizar pesquisas nessa área. Ao mesmo tempo, é clara

a grande contribuição que o geoprocessamento e as análises espaciais dos dados

podem oferecer no desenvolvimento dessas investigações.

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3 JUSTIFICATIVA

Em 2004 foi observado, mediante a avaliação antropométrica dos escolares de

6 a 10 anos matriculados na rede de ensino municipal de Nova Era – MG que a

prevalência de sobrepeso e obesidade era superior a de baixo peso. No

monitoramento realizado em 2007 com 1009 crianças no município, as prevalências

de baixo peso, sobrepeso e obesidade foram de 6%, 9% e 5,6%, respectivamente.

Esses dados foram definidos a partir do IMC percentilar, de acordo com o padrão de

referência do National Center of Health Statistics (NCHS) / Centers for Disease Control

(CDC, 2000).

Já a avaliação nutricional realizada em 2009 com 1024 escolares na faixa etária

entre 6 e 10 anos do município, constatou que 11,2 % das crianças apresentavam

sobrepeso, 6,4% obesidade e 2,3% baixo peso (DOMINGOS; 2012), a partir do

indicador Índice de Massa Corporal por Idade (IMC/I) (ONIS, 2007). A comparação

dos dados demonstra uma tendência ao aumento da obesidade e queda da

prevalência de baixo peso pelos escolares de Nova Era - MG.

Além disso, no Brasil observa-se mediante dados da POF 2008-2009, que

houve um aumento de 30% na frequência de excesso de peso em crianças com idade

entre 5 e 9 anos no período entre 1989 e 2008-2009 (IBGE, 2010). Diante da tendência

de elevação da prevalência da obesidade na idade escolar e devido a sua relevância

como um problema de saúde pública que pode se prolongar para vida adulta, e sendo

a mesma um provável precursor de várias outras doenças crônicas não

transmissíveis, torna-se fundamental promover políticas de prevenção e de controle

desse agravo. Para tanto, devem ser desenvolvidos estudos sobre a influência dos

possíveis determinantes no desfecho da obesidade.

Nesse sentido, a análise de eventos geoprocessados é uma ferramenta muito

utilizada na área da saúde pública para investigar os determinantes relacionados ao

surgimento ou aumento da prevalência de doenças, como a obesidade. Esse método

auxilia na vigilância, prevenção e controle de doenças crônicas não transmissíveis e

transmissíveis, já que permite observar a distribuição espacial de determinantes

sociais de saúde, a partir de uma análise gráfica (Ribeiro et al., 2014). Dessa forma,

torna-se possível analisar as características do espaço em que o indivíduo vive e

potencialmente relacioná-las a presença do evento.

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31

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo geral

Verificar a influência de características individuais, contextuais e ambientais no

desenvolvimento da obesidade em escolares de 6 a 10 anos da rede pública de ensino

do município de Nova Era – MG.

4.2 Objetivos específicos

Objetivo 1: Descrever o perfil dos escolares segundo suas características

individuais, contextuais e ambientais;

Objetivo 2: Visualizar a distribuição geográfica dos indivíduos e relacionar

características do ambiente construído com a obesidade;

Objetivo 3: Averiguar a magnitude da associação entre as características

individuais, contextuais e ambientais na ocorrência da obesidade.

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32

5 MATERIAIS E MÉTODOS

5.1 Inserção da pesquisa

Esta pesquisa foi desenvolvida a partir do projeto intitulado “As duas facetas da

transição nutricional e os fatores de risco de agregação familiar associados às

doenças cardiovasculares em escolares de Nova Era - MG”, que foi desenvolvido em

2009 pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Universidade Federal de

Viçosa (UFV) e Prefeitura Municipal de Nova Era.

5.2 Área de estudo

Trata-se do município de Nova Era, situado na região central do estado de

Minas Gerais em uma altitude de 526 m. A cidade está localizada na Bacia do Rio

Piracicaba à 140 Km da capital Belo Horizonte (Figura 2). O município ocupa uma

área de 361,92 km² e possui uma população de 18.577 habitantes (IBGE, 2009).

Conforme informações disponibilizadas pela Secretaria de Educação de Nova Era,

cerca de 70% das crianças incluídas na faixa etária estudada de 6 a 10 anos faziam

parte da rede de ensino municipal no ano da pesquisa.

Figura 2: Mapa do município de Nova Era – Minas Gerais

Fonte: Google Earth 2015

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33

5.3 População e delineamento do estudo

Inicialmente, em 2009 foi realizado um inquérito descritivo populacional para

descrever o perfil nutricional (antropométrico) de 1024 escolares na faixa etária entre

6 e 10 anos de idade, pertencentes a ambos os sexos, regularmente matriculados na

rede pública de ensino do município de Nova Era - MG. A partir desses dados foi

desenvolvido um estudo epidemiológico observacional do tipo transversal com grupos

de comparação, para identificar o padrão de distribuição geográfica da obesidade nas

crianças deste distrito.

Na pesquisa realizada em 2009, os escolares passaram pelo processo de

pesagem (kg) e aferição da estatura (m) para que pudesse ser obtido o Índice de

Massa Corporal (kg/m²). Dessa forma, com o auxílio do software Anthroplus 2007 da

Organização Mundial de Saúde (ONIS, 2007), foi definido o escore - z do indicador

IMC/idade para a classificação do estado nutricional das crianças. Em seguida foram

selecionadas todas as crianças com diagnóstico de obesidade (n=65) e para cada

criança obesa foram selecionadas duas crianças com diagnóstico de eutrofia (n=130)

pertencentes à mesma escola.

Figura 3: Organograma da seleção da amostra para o estudo em Nova Era - MG, 2009.

5.3.1 Definição dos obesos

Crianças de 6 a 10 anos diagnosticadas com obesidade pelo indicador

IMC/idade escore - z > + 2 (ONIS, 2007).

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5.3.2 Definição dos eutróficos

Crianças de 6 a 10 anos que apresentaram indicador IMC/idade no intervalo -

1 < escore-z < + 1. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (ONIS, 2007),

indivíduos classificados como eutróficos são aqueles que apresentam IMC/idade no

intervalo – 2 < escore –z < +1, entretanto, optou-se neste estudo por reduzir o intervalo

da classificação de eutrofia para -1 < escore-z < + 1, para uniformizar este

grupo, distanciando as crianças da categoria de baixo peso.

5.3.3 Critérios de inclusão dos obesos e eutróficos

Ter idade entre 6 e 10 anos, 11 meses e 29 dias.

Estar matriculado em escola pertencente à rede municipal de ensino de

Nova Era - MG.

5.3.4 Critérios de exclusão

Presença de doenças respiratórias graves, crônicas, diarreia, perda de peso

recente, ou condições de saúde que pudessem modificar os parâmetros

antropométricos, clínicos e nutricionais nos últimos seis meses. Tais como diabetes,

desnutrição ou alteração da pressão arterial (informações autodeclaradas).

5.4 Coleta de dados

Na primeira fase do projeto que foi realizada em 2009, as informações foram

coletadas por entrevistadores treinados e devidamente orientados, sendo graduandos

e pós-graduandos da UFOP e UFV. Os dados foram colhidos nas residências das

crianças e nas escolas. Os responsáveis legais pelos escolares foram informados

sobre a data e o horário para o comparecimento à entrevista e para a coleta de

material bioquímico. Para ter acesso às informações necessárias, um questionário e

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35

uma ficha cadastral foram aplicados às crianças acompanhadas de seus

representantes (Apêndice 11-A e 11-B, respectivamente).

Em 2014, fase que corresponde a atual pesquisa, com o intuito de representar

espacialmente o ambiente estudado, primeiramente consultou-se o Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística – IBGE, sobre a disponibilidade das coordenadas

geográficas referentes aos endereços do município de Nova Era – MG. No entanto,

não foi possível obter essas informações, por isso optou-se pela busca ativa dos

dados. Neste processo, com o intuito de medir e obter a leitura das latitudes e

longitudes de cada local, foram percorridas todas as residências e escolas nas quais

os indivíduos estavam matriculados, além das praças com equipamentos disponíveis

para a prática de atividade física situadas nas proximidades de cada bairro.

5.5 Variáveis

5.5.1 Dependente

A variável dependente obesidade foi obtida mediante o cálculo do indicador

IMC/idade escore - z > + 2 (ONIS, 2007).

5.5.2 Independentes

As variáveis independentes foram divididas em individuais, contextuais e

ambientais.

5.5.2.1 Individuais

Sexo

Para esta variável a categoria considerada como fator de risco ao evento foi o

sexo feminino (SOUZA, et al., 2013).

Faixa etária

O cálculo da idade foi feito pela diferença entre a data da entrevista e a data de

nascimento que os pais e/ou responsáveis informaram. Assim, a faixa etária

estabelecida foi de 6 anos completos a 10 anos, 11 meses e 29 dias. Para análise dos

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dados, esta variável foi classificada em 6 a 8 anos completos e 9 a 10 anos completos,

sendo a última categoria considerada como fator de risco.

Peso ao nascer

O valor do peso ao nascer foi obtido através da entrevista com as mães e/ou

responsáveis pelo participante, sendo também conferido no cartão da criança.

Classifica-se como baixo peso ao nascer valores inferiores a 2.500 gramas (WHO,

1998). Dessa forma, para fins de análise estatística, esta variável foi categorizada em

maior ou igual a 2.500 gramas e menor que 2.500 gramas, sendo o último grupo

considerado como fator de risco.

5.5.2.2 Contextuais

Tempo de aleitamento materno exclusivo

Recomenda-se o aleitamento materno exclusivo para a criança até os seis

meses de idade (WHO, 2001). Desse modo, na análise estatística esta variável foi

agrupada em maior ou igual a 6 meses e menos que 6 meses, sendo a última classe

considerada como fator de risco.

Estado nutricional dos pais

Para categorizar o pai e a mãe de acordo com seu estado nutricional, utilizou-

se como método de avaliação o Índice de Massa Corporal (IMC) para adultos,

classificado de acordo com a WHO, 1998 (WHO, 1998) (Tabela 1). Assim, para análise

desses dados considerou-se como fator de risco a classe com excesso de peso (IMC

≥ 25,0 Kg/m 2).

Tabela 1. Ponto de corte para classificação do estado nutricional dos pais, de acordo com o índice de massa corporal (IMC).

Fonte: WHO (1998).

Classificação IMC (Kg/m 2)

Sem excesso de peso

< 25,0

Com excesso de peso

≥ 25,0

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Renda familiar total

Para o cálculo da renda familiar, foram considerados os salários,

aposentadorias, pensões e outros rendimentos como aluguel e bolsa família. A soma

desses valores foi representada em salários mínimos (SM) expressos em reais e

vigentes na ocasião da pesquisa. Na análise de dados, estes foram categorizados em

menor que 3 SM, de 3 a 6 SM e maior que 6 SM, sendo este o grupo selecionado

como fator de risco (FAGUNDES et al., 2008).

Ocupação da mãe

A pergunta realizada para obtenção dessa informação foi se a mãe trabalhava

fora de casa. Na análise estatística estas respostas foram categorizadas em sim ou

não, sendo considerada como fator de risco ao evento a resposta sim (BUREAU OF

LABOR STATISTICS, 2011).

Realiza as refeições em frente à TV

Para a obtenção dessa informação, perguntou-se ao responsável juntamente

com a criança, se esta realiza suas refeições principais em frente à televisão. Na

análise estatística, as respostas foram categorizadas em sim ou não, sendo o sim

elegido como fator de risco (LISSNER et al., 2012).

Tempo que assiste à TV por dia

Determinou-se como tempo excessivo de exposição à TV, 2 horas ou mais por

dia (American Academy of Pediatrics, 2001). Dessa forma, para análise dos dados a

resposta obtida foi categorizada em menos que 2 horas por dia e maior ou igual a 2

horas por dia, sendo a última categoria identificada como fator de risco.

Tempo de atividade sedentária por dia

O tempo de atividades sedentárias foi definido como a média ponderada do

tempo destinado a assistir TV, jogar videogame e utilizar o computador nos dois

períodos (dias de semana e fim de semana), sendo o mesmo categorizado em menor

e maior ou igual a 2 horas por dia. Na análise, considerou-se como fator de risco ao

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evento a categoria maior ou igual a 2 horas por dia (American Academy of Pediatrics,

2001).

Afinidade por atividade física

Para obter a resposta em relação à afinidade para realizar atividade física,

aplicou-se o QUAFDA (Figura 4). Foi feita a pergunta de como a criança se sente em

relação a exercícios. As respostas foram categorizadas em não gosta (primeira,

segunda e terceira expressão) e gosta (quarta e quinta expressão). A categoria não

gosta foi selecionada como fator de risco para análise dos dados.

Meio de locomoção para a escola

Para obter a resposta em relação ao deslocamento de casa para escola e vice-

versa, também aplicou-se o QUAFDA (Figura 4). A partir desse instrumento, e para a

realização das análises estatísticas os meios de locomoção foram agrupados em

transporte ativo: a pé ou bicicleta; e transporte passivo: moto, carro e ônibus, sendo

este identificado como fator de risco (IFAN, 2014).

Figura 4: Questionário de Atividades Físicas do Dia Anterior

Fonte: Departamento de Nutrição-Universidade Federal de Santa Catarina

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5.5.2.3 Ambientais

A

As coordenadas geográficas (latitude e longitude) são medidas de localização

terrestre que correspondem a linhas imaginárias paralelas ao equador e as que unem

os polos, respectivamente. No Brasil, usa-se o S e o W já que o país está situado ao

sul da linha do equador e ao leste do meridiano de Greenwich (ZETUN, 2010). Desse

modo, os dados geográficos deste estudo foram representados pelas medidas

latitudes e longitudes correspondentes a todos os endereços situados no banco de

dados. Para a obtenção destas informações no trabalho de campo, utilizou-se o

equipamento Garmin GPSMAP 78S, que após ser programado para leitura era

posicionado em frente ao local desejado. Em seguida, os valores eram anotados numa

planilha e repetia-se o mesmo procedimento no próximo endereço, sempre

obedecendo ao intervalo de ao menos 10 segundos para estabilidade do aparelho.

Para caracterizar o ambiente, foi elaborada uma base geocodificada a partir dos

valores de latitudes e longitudes. Nesta etapa, estes dados foram georreferenciados

através de um programa versão R, plotados na malha do município e finalmente

inseridos no mapa em forma de pontos. Para isso, foram utilizadas as seguintes

informações: escala operacional 1: 250.000, projeção geográfica LAT/LONG e SGR

SIRGAS 2000.

Georreferenciamento das residências

Primeiramente, foi feita uma listagem, por proximidade de bairro, de todos os

endereços disponíveis no banco de dados da primeira fase do estudo, totalizando em

187 residências localizadas em 30 bairros diferentes. Entretanto, na coleta de dados

houveram 22 perdas devido a não localização do endereço na região, resultando em

165 casas georreferenciadas (Figura 5).

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Figura 5: Fluxograma das residências georreferenciadas

Fonte: Elaborada pelo próprio pesquisador

Localização geográfica da escola

Foram georreferenciadas as seis escolas as quais as crianças do estudo

estavam matriculadas, a partir dos mesmos critérios adotados para as residências.

Posteriormente, estas foram agrupadas por localidade (Tabela 2).

Tabela 2. Localização das escolas da rede municipal de ensino de Nova Era - Minas Gerais, Brasil, 2009.

Escola Localização

Antônio Andrade

Periferia

Cecília Gabriela Rural

Delby Pires Muzzi

Periferia

Desembargador Drummond

Central

Estação Crescer Central

São José da Lagoa

Periferia

Fonte: Elaborada pelo próprio pesquisador

Distância da residência para as praças

As praças já existentes no bairro na primeira fase da pesquisa (anexo B), com

a presença de equipamentos destinados à prática de atividade física, também foram

georreferenciadas utilizando o mesmo critério adotado para as residências e escolas.

5.6 Análise estatística

Inicialmente foi feita uma análise descritiva da população estudada, através do

cálculo de medidas de frequência. Para comparação do diagnóstico nutricional dos

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escolares e as demais variáveis do estudo, foi utilizado o teste do qui-quadrado de

Pearson ou teste exato de Fisher, considerando o nível de significância alfa de 5%.

Para verificar a magnitude das associações entre os fatores de exposição e o evento,

realizou-se análise univariada pelo método Enter, a partir da intersecção da variável

dependente (obesidade) com as covariáveis. As variáveis que demonstraram valor de

p ≤0,05, plausibilidade biológica e relevância epidemiológica foram incluídas no

modelo logístico multivariado. Neste, o teste de Hosmer and Lemeshow (HOSMER E

LEMESHOW, 1989) foi empregado com o objetivo de verificar quais variáveis melhor

explicariam a obesidade na população de estudo. Para os processamentos citados foi

utilizado o software PASW statistics 17.0.

.

5.6.1 Georreferenciamento e análise espacial

Com o objetivo de observar dados espaciais de saúde, mapas temáticos são

construídos através de diversos sistemas de informações geográficas ou softwares

estatísticos. Nesse sentido, optou-se por utilizar as ferramentas disponíveis em

ambiente R (R Development Core Team, 2013) que se mostrou uma alternativa viável

quando comparado a programas comerciais, devido a sua capacidade importar,

armazenar, analisar e permitir a visualização dos resultados encontrados.

Dessa forma, para realizar a técnica do georreferenciamento, primeiramente foi

preciso caracterizar o Datum WGS84 (ponto de referência a partir do qual a

representação gráfica estava relacionada), a projeção e o sistema de coordenadas

geográficas utilizados na coleta de dados. Como estas medidas foram apresentadas

em graus, minutos e segundos; e esse formato não é reconhecido pelo programa, foi

necessário realizar a conversão desses dados para graus decimais. Nesse modelo,

as frações adquirem valores positivos para o norte (latitude) e leste (longitude); e

negativos para o sul (latitude) e oeste (longitude) (ZETUN, 2010). Enfim, utilizou-se

para análise o pacote maptools que é útil na manipulação de dados pontuais, como é

visto no caso deste estudo.

Para o cálculo da distância foi feita uma padronização em metros (m) dos

valores, e para teste de comparação entre os grupos foi adotado o nível de

significância alfa de 5%.

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6 RESULTADOS

6.1 Caracterização da população

As características individuais, contextuais e ambientais são apresentadas na

Tabela 3. A amostra de indivíduos do estudo foi composta por 165 escolares

pertencentes à rede pública de ensino do município de Nova Era – MG, os quais 60%

pertencem ao sexo feminino. Observou-se que a maioria apresentava faixa etária de

6 a 8 anos (56,4%) e peso ao nascer ≥ 2500 gramas (63,6%). Em relação às

características contextuais, a maior parcela dos indivíduos recebeu aleitamento

materno exclusivo durante 6 meses de vida ou mais (47,3%); utilizava o transporte

ativo para ir e voltar da escola (70,3%) e (71,5%), respectivamente; realizava as

principais refeições em frente à TV (73,3%); permanecia mais que duas horas do dia

assistindo TV (73,3%) e ocupados com atividades sedentárias (75,2%).

Ressalta-se que quase a totalidade dos indivíduos, ou seja, 92,1% demonstrou

ter afinidade para prática de atividade física. Além disso, mais da metade dos

escolares possuía uma renda familiar menor que 3 SM (65,5%) e as mães

trabalhavam fora de casa (52,1%). Finalmente em se tratando da única variável

ambiental, metade dos escolares (50,3%) eram matriculados em escolas pertencentes

à região central do município. No entanto, não houve relação significativa dentre as

variáveis analisadas e a obesidade, exceto para a classe de IMC ≥ 25 Kg/m² do pai e

da mãe.

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Tabela 3: Caracterização dos escolares de 6 a 10 anos da rede municipal de ensino de Nova Era - Minas Gerais, Brasil, 2009.

Variável Classificação Total Eutróficos Obesos Valor-p*

n (%) n (%) n (%)

INDIVIDUAL Sexo Masculino 66 (40) 42 (63,6) 24 (36,4) 0,591

Feminino 99 (60) 67 (67,7) 32 (32,3) Idade 6-8 anos 93 (56,4) 62 (66,7) 31 (33,3) 0,852

9-10 anos 72 (43,6) 47 (65,3) 25 (34,7) aPeso ao nascer < 2500 gramas 52 (31,5) 33 (63,5) 19 (36,5) 0,604

≥ 2500 gramas 105(63,6) 71 (67,6) 34 (32,4) CONTEXTUAL

aAleitamento materno < 6 meses 50 (30,3) 33 (66,0) 17 (34,0) 0,943

exclusivo ≥ 6 meses 78 (47,3) 51 (65,4) 27 (34,6) aLocomoção Ativo 116(70,3) 80 (69,0) 36 (31,0) 0,372

para escola Passivo 47 (28,5) 29 (61,7) 18 (38,3) aLocomoção Ativo 118(71,5) 78 (66,1) 40 (33,9) 0,875

para casa Passivo 46 (27,9) 31 (67,4) 15 (32,6) aAlimentação em frente à TV Sim 121(73,3) 78 (64,5) 43 (35,5) 0,802

Não 39 (23,6) 26 (66,7) 13 (33,3) Tempo < 2 horas 44 (26,7) 29 (65,9) 15 (34,1) 0,98

assiste TV/dia ≥ 2 horas 121(73,3) 80 (66,1) 41 (33,9) aTempo de atividades < 2 horas 28 (17,0) 18 (64,3) 10 (35,7) 0,853

sedentárias/dia ≥ 2 horas 124(75,2) 82 (66,1) 42 (33,9) Afinidade p/ atividade física Gosta 152(92,1) 99 (65,1) 53 (34,9) 0,389

Não gosta 13 (7,9) 10 (76,9) 3 (23,1) aClasse IMC do pai IMC < 25 Kg/m² 45 (27,3) 36 (80,0) 9 (20,0) <0,001*

IMC ≥ 25 Kg/m² 54 (32,7) 24 (44,4) 30 (55,6) aClasse IMC da mãe IMC < 25 Kg/m² 70 (42,4) 52 (74,3) 18 (25,7) 0,044*

IMC ≥ 25 Kg/m² 93 (56,4) 55 (59,1) 38 (40,9) Ocupação materna Trabalha fora 86 (52,1) 59 (68,6) 27 (31,4) 0,471

Não trabalha fora 79 (47,9) 50 (63,3) 29 (36,7) aRenda familiar (SM) < 3 108(65,5) 68 (63,0) 40 (37,0) 0,28

≥ 3 ou ≤ 6 34 (20,6) 26(76,5) 8 (23,5)

> 6 14 (8,5) 8 (57,1) 6 (42,9) AMBIENTAL

Localização da escola Rural 2 (1,2) 1 (50,0) 1 (50,0) 0,842

Periferia 80 (48,5) 52 (65,0) 28 (35,0)

Central 83 (50,3) 56 (67,5) 27 (32,5) IMC: Índice de massa corporal; TV: televisão; SM: Salário mínimo.

a: varia de acordo com dados não demonstrados

* Teste qui quadrado de Pearson para comparação entre obesos e eutróficos com nível de significância de 5%.

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6.2 Distribuição geográfica dos indivíduos e relação das características do

ambiente construído com a obesidade

A distribuição geográfica dos indivíduos é visualizada na Figura 6. Nesta,

observa-se a ilustração dos dados pontuais georreferenciados do município de Nova

Era - MG no ano de 2014; onde estão representados os 165 indivíduos que constituem

a amostra (obesos e eutróficos), as 6 escolas e as 3 praças com equipamentos para

prática de atividade física, situadas nas proximidades dos bairros percorridos.

Figura 6: Mapa do georreferenciamento dos indivíduos do estudo

Fonte: próprios pesquisadores

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Um zoom que permite uma visualização melhor das informações

georreferenciadas é representado na Figura 7. Observa-se uma parte da Figura 6 na

escala de 1: 1250.000.

Figura 7: Mapa com zoom do georreferenciamento dos indivíduos do estudo

Fonte: próprios pesquisadores

A partir do teste de comparação das distâncias das residências dos indivíduos

para as praças, foi encontrada uma média de 975,92 m para os eutróficos e 1221,11

m para os obesos (p=0,009274) (dados não demonstrados).

As relações entre a distância percorrida para a escola e o tipo de transporte

utilizado pelos indivíduos eutróficos e obesos são representadas graficamente pelas

Figuras 8 e 9, respectivamente. Na Figura 8, visualmente nota-se que não existe

diferenciação de distâncias de acordo com o tipo de transporte utilizado pelos

indivíduos eutróficos para ir à escola. Percebe-se uma concentração de 0-500 m tanto

no transporte ativo quanto no passivo. Também não foi verificado nenhum padrão

sobre as distâncias para a escola de acordo com o tipo de transporte utilizado pelos

indivíduos obesos (Figura 9).

A

B

D C

A

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46

Figura 8: Representação gráfica da distância percorrida para a escola de acordo com o tipo de transporte utilizado pelos indivíduos eutróficos

(0: transporte ativo; 1 transporte passivo)

Figura 9: Representação gráfica da distância percorrida para a escola de acordo com o tipo de transporte utilizado pelos indivíduos obesos

(0: transporte ativo; 1 transporte passivo)

6300540045003600270018009005000

0

1

Distâncias

Tip

o d

e T

ran

sp

ort

e

6300540045003600270018009000

0

1

*

Distâncias

Tip

o d

e T

ran

sp

ort

e

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6.3 Magnitude da associação entre as características individuais, contextuais e

ambientais com a ocorrência da obesidade

A Tabela 4 demonstra a frequência, a odds ratio (OR) e o valor de p para cada

variável resposta. Observa-se que a magnitude de associação entre o diagnóstico

nutricional dos pais e dos filhos, foi maior para os pais (OR=5) em relação às mães

(OR=2).

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Tabela 4: Magnitude da associação dos fatores de risco para a obesidade de escolares da rede municipal de ensino de Nova Era - Minas Gerais, Brasil, 2009.

Variável Classificação Total Eutróficos Obesos OR Valor

n (%) n (%) n (%) (IC95%) p*

INDIVIDUAL

Sexo Masculino 66 (40) 42 (63,6) 24 (36,4) 0,8 (0,4-1,6) 0,591

Feminino 99 (60) 67 (67,7) 32 (32,3)

Idade 6-8 anos 93 (56,4) 62 (66,7) 31 (33,3) 1,0 (0,5-2,0) 0,852

9-10 anos 72 (43,6) 47 (65,3) 25 (34,7)

aPeso ao nascer (gramas) < 2500 52 (31,5) 33 (63,5) 19 (36,5) 1,2 (0,56-2,4) 0,604

≥ 2500 105 (63,6) 71 (67,6) 34 (32,4)

CONTEXTUAL aAleitamento materno < 6 meses 50 (30,3) 33 (66,0) 17 (34,0) 0,97 (0,4-2,0) 0,943

exclusivo ≥ 6 meses 78 (47,3) 51 (65,4) 27 (34,6)

aLocomoção Ativo 116(70,3) 80 (69,0) 36 (31,0) 1,3 (0,6-2,8) 0,373

para escola Passivo 47 (28,5) 29 (61,7) 18 (38,3)

aLocomoção Ativo 118(71,5) 78 (66,1) 40 (33,9) 0,94 (0,4-1,9) 0,875

para casa Passivo 46 (27,9) 31 (67,4) 15 (32,6)

aAlimentação Sim 121(73,3) 78 (64,5) 43 (35,5) 1,1 (0,5-2,3) 0,802

em frente à TV Não 39 (23,6) 26 (66,7) 13 (33,3)

Tempo < 2 horas 44 (26,7) 29 (65,9) 15 (34,1) 1 (0,47-2,05) 0,98

assiste TV/dia ≥ 2 horas 121(73,3) 80 (66,1) 41 (33,9)

aTempo de atividades < 2 horas 28 (17,0) 18 (64,3) 10 (35,7) 0,92 (0,3-2,1) 0,853

sedentárias/dia ≥ 2 horas 124(75,2) 82 (66,1) 42 (33,9)

Afinidade p/ Gosta 152 (92,1) 99 (65,1) 53 (34,9) 0,56 (0,1-2,1) 0,394

atividade física Não gosta 13 (7,9) 10 (76,9) 3 (23,1)

aClasse IMC do pai < 25 Kg/m² 45 (27,3) 36 (80,0) 9 (20,0) 5 (2,02-12,3) <0,001*

≥ 25 Kg/m² 54 (32,7) 24 (44,4) 30 (55,6)

aClasse IMC da mãe < 25 Kg/m² 70 (42,4) 52 (74,3) 18 (25,7) 2 (1,01-3,93) 0,045*

≥ 25 Kg/m² 93 (56,4) 55 (59,1) 38 (40,9)

Ocupação materna Trabalha fora 86 (52,1) 59 (68,6) 27 (31,4) 0,79 (0,4-1,5) 0,472

Não trabalha fora 79 (47,9) 50 (63,3) 29 (36,7)

aRenda familiar (SM) < 3 108 (65,5) 68 (63,0) 40 (37,0) 0,75 (0,5-1,1) 0,197

≥ 3 ou ≤ 6 34 (20,6) 26(76,5) 8 (23,5)

> 6 14 (8,5) 8 (57,1) 6 (42,9)

AMBIENTAL

Localização da escola Rural 2 (1,2) 1 (50,0) 1 (50,0) 0,95(0,68-1,3) 0,738

Periferia 80 (48,5) 52 (65,0) 28 (35,0)

Central 83 (50,3) 56 (67,5) 27 (32,5)

IMC: Índice de massa corporal; TV: televisão; SM: salário mínimo; OR: Oddis Ratio; IC: Intervalo de confiança (95%). a: varia de acordo com dados não demonstrados.

* Teste qui quadrado de Pearson para comparação entre obesos e eutróficos com nível de significância de 5%.

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Na Tabela 5 é apresentado o modelo final ajustado para o sexo. Neste,

observa-se que as variáveis classe de IMC do pai ≥ 25m/kg2 (OR=5,7; p≤0,001), e

classe de IMC da mãe ≥ 25m/kg2 (OR=3,4; p=0,01) permaneceram no modelo final.

Tabela 5: Modelo final de regressão logística para obesidade de escolares da rede municipal de ensino de Nova Era - Minas Gerais, Brasil, 2009.

Variáveis OR Bruta (IC 95%) OR ajustada** (IC 95%)

*Classe IMC do pai ≥ 25m/kg2 5,0 (2,02-12,3) 5,7 (2,209-15,069) aClasse IMC da mãe ≥ 25m/kg2 2,0 (1,01-3,93) 3,4 (1,335-8,725)

*p≤0,001; a p=0,01 **Modelo ajustado pelo sexo. teste Hosmer and Lemeshow = 0,809;

OR: Oddis Ratio; IC: Intervalo de confiança (95%).

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7 DISCUSSÃO

No presente estudo, as características individuais sexo, idade e peso ao nascer

não apresentaram associação significativa com a obesidade dos escolares. Em se

tratando do sexo, estudos brasileiros também não encontraram relação entre esta

variável e a obesidade de meninos e meninas (BALABAN E SILVA, 2001; OLIVEIRA,

CERQUEIRA E OLIVEIRA, 2003; BRASIL, FISBERG E MARANHÃO 2007;

SALOMONS, RECH E LOCH, 2007). Outras pesquisas nacionais e internacionais

apontaram prevalências superiores da doença tanto no sexo masculino (SOAR et al.,

2004; RONQUE et al., 2005; ARMSTRONG et al., 2006; LAZAROU et al., 2008),

quanto no sexo feminino (GIUGLIANO E CARNEIRO, 2004; KHADER et al., 2009).

Por outro lado, uma investigação na cidade de Santos/SP constatou que a prevalência

de obesidade foi maior nos meninos que nas meninas (COSTA, CINTRA E FISBERG,

2006). Nesse contexto, resultados distintos são observados na literatura (PELEGRINI,

2010), o que pode justificar o resultado do presente estudo.

No que diz respeito à idade, o estudo de Ricardo e colaboradores que também

avaliou escolares de 6 a 10 anos, corrobora o nosso achado, já que também não

encontrou associação entre o excesso de peso e a faixa etária observada (RICARDO

et al., 2009). Em contrapartida, outras pesquisas com escolares apontaram uma

associação negativa entre a idade e o excesso de peso; em que quanto maior a idade,

menor o risco de desenvolver a doença (VIEIRA et al., 2008; MENDES, 2013). Este

resultado foi reafirmado em outros estudos, onde foram observadas diminuição da

prevalência do sobrepeso e obesidade com o aumento da idade (SILVA, BALABAN E

MOTTA, 2005; SIMON 2009; PELEGRINI et al., 2010). Embora não tenha sido

encontrada esta associação entre a faixa etária e a obesidade dos escolares em nossa

amostra, o fato de haver o risco da doença se desenvolver preferencialmente em

indivíduos mais novos, reafirma a importância de se atentar para o controle do evento

em crianças.

Sobre o peso ao nascer, também não foi encontrada associação significativa

com a obesidade dos escolares. De acordo com a Associação brasileira para o estudo

da obesidade e da síndrome metabólica, o excesso de peso ao nascer também pode

ser fator de risco para o desenvolvimento da obesidade infantil, o que pode ter sido

uma das nossas limitações. Além disso, ainda não foi possível estabelecer claramente

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o efeito do peso ao nascer na obesidade infantil, já que existem outros possíveis

fatores, como características contextuais tardias, que podem influenciar o desfecho

da doença e gerar resultados contraditórios (OLIVEIRA, 2010). Também foi visto em

uma recente meta análise, a não associação entre a obesidade e o baixo peso ao

nascer, o que também supõe que a relação entre eles ainda não está esclarecida (YU

et al., 2011; GOMES et al., 2013; LINDBERG et al., 2015).

Dentre as características contextuais avaliadas, a duração do aleitamento

materno exclusivo não demonstrou associação significativa com a ocorrência de

obesidade nos escolares. Este achado se contrapõe ao resultado encontrado no

estudo de Lira e colaboradores, no qual crianças amamentadas por um tempo inferior

a 6 meses, demonstraram maior predisposição ao excesso de peso em relação

àquelas amamentadas por mais tempo (LIRA et al., 2012). Entretanto se assemelha

ao estudo de Bussato et al, que também não encontraram associação (BUSSATO,

OLIVEIRA E CARVALHO, 2006). Este resultado pode estar relacionado a diferenças

no tamanho da amostra ou alguns fatores de confundimento como peso ao nascer,

obesidade materna e nível socioeconômico (MARTORELL, STEIN e SCHROEDER,

2001).

Da mesma forma, a renda e o tempo gasto assistindo TV por dia não revelaram

associação significativa com a obesidade do escolar. Nosso achado em relação à

renda familiar contradiz o estudo de Silva e colaboradores (SILVA, BALABAN e

MOTTA, 2005). Isto pode ser explicado pelo fato de que no Brasil, o aumento da

prevalência do excesso de peso infantil tem sido observado em todas as classes

socioeconômicas (BATISTA E RISSIN, 2003).

Resultado semelhante sobre a ausência de associação do tempo gasto

assistindo TV por dia e a obesidade dos escolares foi observado em outros estudos

(KATZMARZYK et al., 1998; VANDERWATER E HUANG, 2006; ENES, PEGOLO E

SILVA, 2009). Porém, pesquisas também encontraram que os escolares que

passavam mais tempo assistindo TV tiveram maiores chances de apresentar excesso

de peso quando comparados aos que realizavam outras atividades (JAGO et al, 2005;

SILVA, LOPES E SILVA, 2007; PETRIBÚ et al., 2011). A discrepância observada pode

ser justificada pela utilização de diferentes protocolos de estudo, bem como diferentes

faixas etárias avaliadas (JANUSZEK-TRZCIAKOWSKA et al., 2014).

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Em relação ao hábito de assistir TV enquanto se alimenta e ao tipo de

deslocamento de casa para escola, nesta pesquisa estes fatores não apresentaram

associação significativa com a obesidade dos escolares. Nesse aspecto, corrobora

em partes o estudo realizado por Kneipp e colaboradores, pois também demonstraram

que o tipo de deslocamento para escola não esteve associado ao excesso de peso de

crianças de uma rede pública de ensino, ao passo que o hábito de assistir TV

enquanto se alimenta apresentou associação significativa com o evento (KNEIPP et

al., 2015). No entanto, resultado oposto foi observado por Silva e colaboradores, cujo

estudo demonstrou que escolares que utilizavam o transporte passivo para se

deslocar apresentaram mais chances de apresentarem excesso de peso em relação

aos que utilizavam transporte ativo (SILVA, LOPES E SILVA, 2007).

Nesse contexto, a distância não influenciou a escolha do tipo de transporte para

escola, tanto em crianças eutróficas quanto em obesas deste estudo. Diferentemente,

outra pesquisa demonstrou que escolares que residiam a uma menor distância da

escola ou até 800 metros, tinham maior tendência de realizar o percurso a pé

(LOUREIRO et al., 2010). Da mesma forma, Matos et al também demonstraram

diferenças estatisticamente significativas em relação à distância e o meio de

transporte utilizado no trajeto casa/escola. Nesse caso, dada uma distância de até 1

km e de 1,1km a 3km, os escolares realizavam o percurso a pé ou de automóvel,

respectivamente (MATOS et al., 2015).

Portanto, a escolha pelo deslocamento ativo se manifestou na presença de

menores distâncias. Como justificativa dos resultados desta pesquisa, é visto que não

só a distância percorrida, mas também outros fatores podem influenciar a escolha do

tipo de transporte, como por exemplo, a condição socioeconômica do indivíduo, a

segurança local, a infraestrutura, as características climáticas do percurso, idade da

criança e peso do material escolar (HALLAL et al., 2006; SILVA et al., 2007; CUNHA,

2015).

Tratando-se do tempo diário utilizado com atividades sedentárias, também não

houve associação significativa desta variável com a obesidade dos escolares deste

estudo, resultado também encontrado por Lucena e colaboradores. Nesse sentido,

uma revisão concluiu que a relação significativa entre o excesso de peso e atividades

sedentárias de escolares pode variar de acordo com o delineamento do estudo e

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critérios de classificação do comportamento sedentário, o que justifica os resultados

aqui apresentados (UIJTDEWILLIGEN et al., 2011; LUCENA et al., 2015).

Outra característica que não se associou significativamente com a obesidade

dos escolares deste estudo é a ocupação materna. Em contrapartida, no estudo de

Datar e colaboradores, as horas de trabalho maternas estiveram significativamente

associadas com a obesidade infantil. É percebido que mães mais ocupadas,

geralmente utilizam alimentos industrializados com maior frequência, que

consequentemente também serão consumidos por seus filhos. Outro fato importante

é que, a ausência materna causada pelo tempo de trabalho, diminui a vigilância sobre

as crianças, que por sua vez tem maior propensão de desenvolver hábitos de vida não

saudáveis como o aumento do tempo utilizado com atividades sedentárias (DATAR et

al., 2015). Por outro lado, em nosso estudo a presença da figura paterna no

acompanhamento da rotina das crianças pode justificar a não associação da

ocupação materna com o estado nutricional dos filhos.

Nesta pesquisa, somente a classe do IMC do pai e da mãe estiveram

associadas à obesidade dos escolares. Nesse contexto, outras pesquisas também

verificaram relação significativa entre o IMC dos pais com o sobrepeso em crianças.

O estudo de Reis et al corrobora os nossos resultados, pois também encontrou que

filhos de pai obeso têm 6 vezes mais chances de desenvolverem obesidade. No

entanto, também tem sido visto que a influência do estado nutricional da mãe para o

filho é maior quando se comparado a do pai, já que em grande parte dos casos, o

cuidado materno se destaca em relação ao paterno e por isso as mães tendem a ter

maior influência sobre o hábito de vida e na educação alimentar de seus filhos

(DANIELZIK et al., 2004; JOHANNSEN; JOHANNSEN; SPECKER, 2006; REIS et al.,

2006; PSARRA et al., 2006; NOVAES et al., 2009).

Outros estudos demonstraram que crianças na faixa etária de 0 a 8 anos e que

eram filhos de pais com excesso de peso, apresentaram um aumento importante no

IMC em relação a crianças que possuíam somente um ou nenhum dos pais com

excesso de peso. Contudo, este contraste foi significante apenas para as crianças

com idade superior a 7 anos (SAFER et al., 2001). Diante dos expostos, percebe-se

que a influência do estado nutricional de ambos os pais são importantes no

desenvolvimento da obesidade dos filhos, estando, neste estudo, as chances

aumentadas para o pai. Ainda, observou-se que tanto a classe de IMC do pai quanto

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da mãe permaneceram significativas no ajuste do modelo pelo sexo, classificando-as

como boas variáveis explicativas para ocorrência do evento.

Com referência a característica ambiental avaliada, localização geográfica da

escola, não foi observada associação significativa desta com a ocorrência de

obesidade dos escolares. De maneira oposta, um estudo em São Paulo com crianças

de escolas públicas municipais demonstrou que o grupo matriculado em escolas

periféricas apresentou menores prevalências de sobrepeso quando comparados às

crianças que estudavam em escolas centrais. De acordo com o autor, o estado

nutricional pode variar de acordo com as características da região a qual o indivíduo

pertence, como nível de desenvolvimento econômico, diferenças sociais,

investimentos em saúde e acesso à cultura (GUIMARÃES et al., 2001). Em se tratando

do presente estudo, a pequena extensão territorial do município pode justificar o

resultado encontrado, já que o contraste entre as características regionais tende a ser

menor.

Sobre a distância das residências para as praças, foi observado que os

indivíduos eutróficos apresentaram uma distância menor quando comparados aos

obesos. Entretanto, não se pode afirmar que devido a maior proximidade das praças,

os escolares eutróficos frequentavam estes locais e estavam menos propensos ao

sedentarismo que os escolares obesos. Nesse sentido, fatores como a idade e o nível

de criminalidade do bairro podem impedir que os indivíduos frequentem locais

públicos para realizar exercícios físicos (GIN E FAN, 2013). Dessa forma, a

proximidade das residências dos escolares eutróficos para as praças não é o único

fator que garante a prática de atividades físicas nessas áreas.

Algumas limitações devem ser consideradas. Devido ao difícil acesso a

determinados locais como zonas rurais distantes, e possíveis erros nos endereços

contidos no banco de dados, não foi possível localizar algumas residências no

trabalho de campo, levando a perda de indivíduos da amostra.

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8 CONCLUSÃO

Nosso estudo demonstra uma relevante associação entre as características

nutricionais dos pais com o estado de saúde dos filhos. Ainda que tenha sido

observada uma maior influência paterna no desenvolvimento nutricional da criança,

enfatiza-se a importância da qualidade do estilo de vida e a necessidade de

desenvolver medidas de prevenção da obesidade não só a nível individual, como

também em todo o contexto familiar.

Além disso, é importante atentar para as características do ambiente construído

que estão diretamente relacionadas ao nível de atividade físicas dos indivíduos. Logo,

é grande a necessidade de investimento em ambientes seguros e incentivadores a

essas práticas como praças e parques com iluminação, vigilância e fácil acesso.

Em suma, ressalta-se que a implementação de medidas públicas destinadas à

promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas não transmissíveis como a

obesidade, é essencial no âmbito familiar e ambiental. Desse modo, para proporcionar

um estilo de vida saudável e duradouro para as crianças, é fundamental oferecer

oportunidades para a prática de atividades físicas regulares no bairro e informações

sobre como manter uma alimentação saudável, tanto para os filhos quanto para os

pais.

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9 PERSPECTIVAS

Pesquisas sobre os fatores determinantes da obesidade infantil são

fundamentais para cessar o aumento da sua prevalência. Dessa maneira, com o

intuito de aprofundar e complementar os nossos achados, é importante que o

comportamento alimentar também seja avaliado. Esta análise pode ser direcionada

através da investigação sobre as preferências alimentares, sobre o número de

refeições consumidas por dia, bem como o acesso a comércios para aquisição de

bens alimentícios pelos indivíduos no município.

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11 APÊNDICE

A - Questionário do estudo

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2- IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO (MÃE)

2.1-Nome: 2.2-Idade:

2.3- Sexo: [_] Masculino [_] Feminino 2.4- Data de nascimento: _____/_____/_____

2.5- Série que frequenta: 2.6- Turma:

2.7- Período: [_] Manhã [_] Tarde [_] Noite 2.8- Data da entrevista: _____/_____/_____

2.9 - Endereço:

2.10 - Bairro: 2.11-Ponto referência:

2.12 - Telefone (casa): 2.13-Celular do responsável:

2.14 - Telefone (recado para pais/responsáveis):

2.15 - Acompanhante: ( ) mãe ( ) pai ( ) avó ( ) avô ( ) outro____________________

2.16 - Cor da pele da criança (autodeclarada): [ ]branca [ ] preta [ ]parda

[ ] amarela [ ] indígena

3- AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO CORPORAL ( CRIANÇA - pedir que a mãe não ajude)

3.1-Quanto você acha que está pesando agora? Kg

3.2-Quanto você acha que tem de altura hoje? Cm

3.3-O que você acha do seu peso? Com qual das seguintes opções você concorda:

1. [_]Você acha que seu peso está muito alto para sua altura.

2. [_]Você acha que seu peso está alto para a sua altura.

3. [_]Você acha que seu peso está adequado para a sua altura.

4. [_]Você acha que seu peso está baixo para a sua altura.

5. [_]Você acha que seu peso está muito baixo para a sua altura

3.4- Como você se vê de acordo com as figuras? [ ]Fig.1 [ ]Fig.2 [ ]Fig.3 [ ]Fig. 4

[ ]Fig.5 [ ]Fig.6 [ ]Fig.7 [ ]Fig.8 [ ]Fig.9

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4.1 -Toma suplemento vitamínico?

(Sulfato ferroso, complexo B) [ ] Não [ ] Sim

4.2 - Se sim: Qual (is) tipo (s)?

Quanto (n° de gotas, comprimidos)?

4.3 - Freqüência. [_] Menos de 1 vez por mês [_] De 1 a 3 vezes por mês

[_] 1 vez por semana [_] De 2 a 4 vezes por semana

[_] 1 vez ao dia 6 [_] De 2 a mais vezes ao dia

4.4 - QUADA- Quais as refeições que você fez e o que comeu ontem? (CRIANÇA - mãe pode ajudar)

Mostrar as páginas 2,3 e 4 do QUADA à criança de acordo com a refeição questionada

Refeição 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

Café da manhã

Lanche da manhã

Almoço

Lanche da tarde

Jantar

4.4 - CONSUMO FAMILIAR ( MÃE )

Alimento Consome

pelo menos 1x 1

1 x por dia

Consome

1 a 3 x

por semana

Consome

3 x ou mais

por semana

Consome

muito

raramente

Qtde

Mensal

Nº de

pessoas

Pão de sal

Pão de forma ou de hambúrguer

Biscoito doce recheado

Biscoito doce sem recheio

Biscoito salgado

Bolos em geral

Achocolatado (Nescau, toddy)

4- HÁBITO ALIMENTAR

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Leite integral (comum)

Leite desnatado

Café, chá, mate

Refrigerante ou suco em pó

Suco de garrafa ou polpa

Suco natural (de frutas in natura)

Queijos brancos (frescos)

Queijos amarelos (mussarela,

canastra, prato)

Iogurtes

Sanduíches (cachorro quente,

misto quente, hambúrguer)

Salgados assados (esfirra,

empada)

Salgados fritos (pastel,

coxinha, quibe)

Salgadinho tipo chips (“Gula”)

Tempero pronto (alho e sal)

Arroz

Macarrão

Angu

Batata, inhame, mandioca

Feijão

Farinhas (mandioca, farofa,

milho)

Cereais integrais(aveia, neston,

Outros).

Açúcar

Óleo vegetal (soja, milho, etc)

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Chocolates e bombons

Doces em geral

Balas, pirulitos e chicletes

Frutas cítricas (laranja, limão,

acerola, mexerica)

Outras frutas (banana, maçã,

mamão, manga, etc)

Verduras de folha em geral

Legumes cozidos ou crus

Frango frito

Frango assado ou ensopado

Carne de boi cozida ou assada

Carne de boi frita

Carne de porco cozida ou assada

Carne de porco frita

Peixe frito

Peixe ensopado ou enlatado

Salame e presunto

Salsicha

Lingüiça

Torresmo

Ovo

Frituras em geral (batata,

mandioca, carnes)

5 - RECORDATÓRIO DE 24 HORAS (CRIANÇA – mãe pode ajudar)

5.1. Que dia da semana foi ontem? (Atenção: o entrevistador deve responder esta questão, não solicite

a resposta ao entrevistado)

[_] Segunda

[_] Terça-feira

[_] Quarta

[_] Quinta-feira

[_] Sexta-feira

[_] Sábado

[_] Domingo

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CAFÉ DA MANHÃ

5.2. Ontem você tomou café da manhã?

[ ]Sim (passe para questão seguinte)

[ ] Não (passe para questão 5.5- Período da Manhã)

5.3. A que horas você tomou seu café da manhã? _________

5.4. Onde você tomou seu café da manhã?

1.[_] Em casa. [_] na frente da televisão [_] sentado à mesa [_] outro __________

2. [_] Na escola: merenda ou qualquer outro alimento oferecido de graça pela escola.

3. [__] Na escola: alimentos trazidos de casa.

4. [__] Na escola: alimentos comprados na lanchonete da escola ou de vendedores de rua.

5. [__] Outro local. Qual? ______________________________________

CAFÉ-DA-MANHÃ

ALIMENTO/ BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)

PERÍODO DA MANHÃ

5.5. Ontem você comeu ou bebeu alguma coisa entre o café da manhã e almoço?

[ ] Sim (passe para questão seguinte)

[ ] Não (passe para questão 5.7- Almoço)

5.6. Onde você comeu esses alimentos?

1.[__] Em casa. [__] na frente da televisão [__] sentado à mesa [__] outro ___________

2.[__] Na escola: merenda ou qualquer outro alimento oferecido de graça pela escola.

3. [__] Na escola: alimentos trazidos de casa.

4. [__]Na escola: alimentos comprados na lanchonete da escola ou de vendedores de rua.

5. [__]Outro local. Qual? ______________________________________

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PERÍODO DA MANHÃ

ALIMENTO/ BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)

ALMOÇO

5.7. Ontem você almoçou?

[ ] Sim (passe para questão seguinte)

[ ] Não (passe para questão 5.10- Período da tarde)

5.8. A que horas você almoçou? _________

5.9. Onde você almoçou?

1.[__] Em casa. [__] na frente da televisão [__] sentado à mesa [__] outro ___________________

2. [__]Na escola: merenda ou qualquer outro alimento oferecido de graça pela escola.

3. [__]Na escola: alimentos trazidos de casa.

4. [__]Na escola: alimentos comprados na lanchonete da escola ou de vendedores de rua.

5. [__]Outro local. Qual? ______________________________________

ALMOÇO

ALIMENTO/ BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)

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PERÍODO DA TARDE

5.10. Ontem você comeu ou bebeu alguma coisa entre o almoço e o jantar?

[ ] Sim (passe para questão seguinte)

[ ] Não (passe para questão 5.12- Jantar)

5.11. Onde você comeu esses alimentos?

1.[__] Em casa. [__] na frente da televisão [__] sentado à mesa [__] outro ________________

2. [__]Na escola: merenda ou qualquer outro alimento oferecido de graça pela escola.

3. [__]Na escola: alimentos trazidos de casa.

4. [__]Na escola: alimentos comprados na lanchonete da escola ou de vendedores de rua.

5. [__]Outro local. Qual? ______________________________________

PERÍODO DA TARDE

ALIMENTO/ BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)

JANTAR

5.12. Ontem você jantou?

[ ] Sim (passe para questão seguinte)

[ ] Não (passe para questão 5.15- Período da noite)

5.13. A que horas você jantou? _________

5.14. Onde você jantou?

1.[__] Em casa. [__] Na frente da televisão [__] Sentado à mesa [__] Outro _______________

2. [__] Na escola: merenda ou qualquer outro alimento oferecido de graça pela escola.

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3. [__] Na escola: alimentos trazidos de casa.

4. [__] Na escola: alimentos comprados na lanchonete da escola ou de vendedores de rua.

5. [__] Outro local. Qual? ____________________________________

JANTAR

ALIMENTO/ BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)

PERÍODO DA NOITE

5.15. Ontem você comeu ou bebeu alguma coisa depois do jantar (ou antes de dormir)?

[ ]Sim (passe para questão seguinte)

[ ] Não (passe para questão 6- Hábitos alimentares)

5.16. Onde você comeu esses alimentos?

1.[__] Em casa. [__] na frente da televisão [__] sentado à mesa [__] outro __________________

2. [__]Outro local. Qual? ______________________________________

PERÍODO DA NOITE

ALIMENTO/ BEBIDA QUANTIDADE (em medidas caseiras)

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6. HÁBITOS ALIMENTARES (CRIANÇA - mãe pode ajudar)

Assinale as refeições realizadas normalmente (4 vezes por semana ou mais) e o respectivo local:

Com que frequência a criança faz as seguintes refeições?

6.1 Café da manhã: [ ] Sim [ ] Não. Local?________________________

6.2 Lanche da manhã/ merenda: [ ] Sim [ ] Não. Local?________________________

6.3 Almoço: [ ] Sim [ ] Não. Local?________________________

6.4 Lanche da tarde/ merenda: [ ] Sim [ ] Não. Local?________________________

6.5 Jantar: [ ] Sim [ ] Não. Local?________________________

6.6 Lanche da noite: [ ] Sim [ ] Não. Local?________________________

6.7 – 6.7 A criança faz suas refeições principais em frente à televisão? ( ) sim ( ) não

6.8 – 6.8 Qual o responsável que está presente nas refeições principais: [ ] sozinho [ ] mãe

[ ] pai mãe/pai [ ] avó [ ] tios [ ] irmãos [ ] outro

6.9 Como você se sente em relação a estes alimentos? (CRIANÇA –pedir que a mãe não ajude)

Mostrar as figuras dos grupos de alimentos do QUADA (página 4) e marcar um x na carinha

escolhida

Grupo 1 2 3 4 5

Frutas

Refrigerantes

Arroz/Feijão

Legumes

1 2 3 4 5

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

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7. DADOS CLÍNICOS DA CRIANÇA (Solicitar o cartão da criança e de pré-natal da mãe)

7.1 - Fez pré-natal durante a gestação da criança ( ) sim ( ) não número consultas :

7.2 - Peso ao nascer: ( ) não sabe informar

7.3 - Sabe informar o comprimento da criança ao

nascer, qual?

7.4 - Com quantos meses de gestação a criança

nasceu?

7.5 - A criança teve alguma complicação no primeiro mês de vida? ( ) não ( ) sim Qual?

7.6 - A mãe fumou durante a gestação da criança? ( ) sim, frequentemente ( ) não

7.7 - A mãe ingeriu bebidas alcoólicas durante a gestação?( ) sim, frequentemente ( ) não

7.8 - A criança já foi internada? ( ) não ( ) sim Qual motivo:

Por quanto tempo:

7.9 - Doenças atuais: A criança apresenta alguma doença citada abaixo? [ ] não [ ] sim

( ) Hipertensão ( )Diabetes Mellitus ( ) Obesidade

( ) Dislipidemia ( ) Outras. Qual (ais)?

7.10 – A criança toma algum medicamento? [ ] não [ ] sim Qual?

7.11 - Qual a data de nascimento do irmão que nasceu antes da criança: / / -

Idade__________

7.12 - Qual a data de nascimento do irmão que nasceu depois da criança: / / -

Idade__________

7.13 - Com quem a criança mora? (Marque todas as pessoas que moram com a criança)

( )pai ( )mãe ( )avós ( )tio/tia ( )irmão/irmã ( )outros Quem?__________________

7.14 - Quantas pessoas moram na casa?

7.15 - A criança mamou no peito? ( ) sim ( ) não

( ) Exclusivo ( ) <6 meses ( ) até 6 meses completos ( ) > 7 meses < 1 ano ( ) > 1 ano

( ) Predominante ( ) < 6 meses ( ) até 6 meses completos ( ) > 7 meses < 1 ano ( ) > 1 ano

( ) Complementar ( ) < 6 meses ( ) até 6 meses completos ( ) > 7 meses < 1 ano ( ) > 1 ano

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8.5 - Em relação às atividades, responda: (CRIANÇA – mãe pode ajudar)

8.6. Enquanto assiste televisão ou vídeo, a criança costuma comer alguma coisa?

( )Não ( )Sim Que tipos de alimentos?

______________________________________________________________________

7.16 - Maturação Sexual (Mostrar a planilha de Tanner conforme o sexo da criança)

Meninas: [ ] M1 [ ] M2 [ ] M3 [ ] M4 [ ] M5 Meninos: [ ] G1 [ ] G2 [ ] G3 [ ] G4 [ ]G5

Meninas: [ ] P1 [ ] P2 [ ] P3 [ ] P4 [ ] P5 Meninos: [ ] P1 [ ] P2 [ ] P3 [ ] P4 [ ] P5

7.17 – Para meninas: Já ocorreu a menarca? [ ] não [ ] sim Idade da menarca:

8. ATIVIDADES FÍSICAS (MÃE - criança pode responder o que lembrar)

Não Sim

8.1 - A criança ajuda

nas tarefas

domésticas?

O que ela faz? Quantos dias por

semana?________

Quantas horas/minutos por

dia?________

8.2 – Como a criança vai para a escola? (mostrar página 1 do QUAFDA) 1 [ ] 2 [ ] 3 [ ] 4 [ ] 5 [ ]

8.3 – Como a criança volta da escola? (mostrar página 1 do QUAFDA) 1 [ ] 2 [ ] 3 [ ] 4 [ ] 5 [ ]

8.4 - Se a criança vai e volta da escola andando ou de bicicleta (pedalando), quanto tempo gasta por

dia (somando a ida e a volta)?__________minutos/horas

Atividade Raramente 1 a 3

vezes/

semana

3 a 4

vezes/

semana

Todos os dias Quantas horas por

dia?

Usa Computador?

Assiste Televisão?

Joga Videogame?

Estuda/ lê em casa?

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8.7 - Nos últimos 6 meses (MÃE – criança pode responder o que lembrar)

A criança fez

estas atividades?

Todos

os dias

1 a 2 vezes/

semana

3 a 4 vezes/

semana

4 a 6

vezes/

semana

Nunca

ou quase

nunca

Tempo

Minutos/

horas/dia

Andar de bicicleta

Brincar de pique

Pular amarelinha

Brincar de pular

corda

Brincar de correr

Brincar de pipa

Dançar

Jogar futebol

Jogar basquete

Jogar vôley

Natação

Capoeira

Outras ( )

9- CONDIÇÃO SÓCIOECONÔMICA (MÃE OU PAI)

9.1 - Quantas pessoas na família recebem alguma remuneração por seu trabalho ou aposentadoria?

9.2 - Quantos estão desempregados?

9.3 - Há quanto tempo (em meses) estão desempregados?

9.3 – Há quanto tempo (meses) estão desempregados?

Individuo 1______________ Individuo 4______________

8.8 - Como você se sente em relação a exercícios? (CRIANÇA – pedir que a mãe não ajude)

[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]

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9.8 - Sua casa é: [ ] alugada

[ ] própria

[ ] cedida

9.9 - A família tem carro?

[ ] Não

[ ] Sim, quantos? [ ]

9.10 - Qual o gasto mensal com a alimentação da família?

R$ _____________ ( ) não soube informar

9.11 - Número de crianças menores de 5 anos:

[ ] nenhuma

[ ] 1

[ ] 2 a 3

9.12 - Quando alguém adoece qual o tipo de

assistência médica utilizada?

[ ] pública (SUS)

[ ] Privada (plano de saúde)

9.13 - Qual o estado civil da mãe da criança? [ ] casada [ ] solteira [ ] mora junto [ ] separada [

] viúva

Individuo 1______________ Individuo 3______________

9.4 - Quem tem maior participação nas despesas da casa: [ ] pai [ ] mãe [ ] avó/avô [ ]

outros

9.5 - Alguma pessoa da família está inscrita em algum programa de donativo (ex.: igreja, ONG) ou do

governo (prefeitura, governo federal)? ( ) não ( ) sim Qual (is)?

9.6 - Se alguma pessoa da família recebe este beneficio, diga, por favor, o nome do programa e o

valor recebido no último mês: Nome: __________________________

Valor do benefício: R$__________________

9.7 - Qual foi a renda total de sua família incluindo salários, aposentadorias, pensões e outros

rendimentos (como aluguel, bolsa família) no último mês?

( ) não soube informar ( ) recusa informar

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10- QUESTIONÁRIO MATERNO

MÃE (a mãe deve responder)

10.1 - Nome da Mãe:

10.2 - Data Nascimento:___/___/____ Altura (cm):

10.3 - Peso (Kg): %Fat: Total Water: Muscle: BMR:

Metabolic Age: Bone: C Cintura: C. Abdominal:

10.4 -Pressão arterial

Sistólica:

1a: 2a: 3a:

Pressão arterial

Diastólica

1a: 2a: 3a:

10.5 - Grau de

instrução:

[ ] analfabeto ou < 4anos de

estudo

[ ] primário [ ] completo [ ]

incompleto

[ ] ginasial [ ] completo [ ]

incompleto

[ ] 20grau [ ] completo [ ] incompleto

[ ] superior [ ] completo [ ] incompleto

10.6 - Trabalha fora [ ] sim [ ] não

10.7 - Tipo de trabalho: Turno [ ] manhã [ ] tarde [ ] noite

10.8 – Você fuma? ( ) não ( ) sim,

regularmente.

Há quanto tempo?_____________

Quantos cigarros fuma, em média, por

dia?_______

10.9 – Você ingere bebidas alcoólicas?

( ) não

( ) sim, mais de 3 vezes por semana.

( ) sim, nos finais de semana.

10.10 - Doenças crônico – degenerativas: Você apresenta alguma doença citada abaixo? [ ] não [

] sim

[ ] hipertensão

arterial

[ ] diabetes mellitus [ ] Obesidade [ ] Derrame

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[ ] osteoporose [ ] dislipidemia (colesterol

ou triglicérides altos)

[ ] Infarto [ ] outras. Qual (ais)?

10.11 - Você utiliza medicamento(s)? [ ] não [ ] sim Qual (ais)

10.12 - Número de filhos:

10.13 - Tipo de parto: [ ] normal n0 10.14 - Idade na 1ª gestação: _______

[ ] cesariana n0 10.15 - Já ocorreu a menopausa? [ ] não [ ] sim

Idade:

10.16 - História de doenças familiares: [ ] sim [ ] não (Escreva o tipo de parentesco)

[ ] hipertensão arterial

Quem?

[ ] Diabetes mellitus

Quem?

[ ] Obesidade

Quem?

[ ] Derrame

Quem?

[ ] osteoporose

Quem?

[ ] dislipidemia

Quem?

[ ] Neoplasia

Quem?

[ ] Outras. Qual (ais)?

10.17 - Cor da pele da mãe (autodeclarada): [ ]branca [ ] preta [ ]parda [ ] amarela

[ ] indígena

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11- QUESTIONÁRIO PATERNO (o pai deve responder)

11.18 - Nome do pai:

11.19 - Data Nascimento: ___/___/___ Altura (cm):

11.20 - Peso (Kg): %Fat: Total Water: Muscle: BMR:

Metabolic Age: Bone: C Cintura: C. Abdominal:

11.21-Pressão arterial

Sistólica:

1a: 2a: 3a:

Pressão arterial

Diastólica

1a: 2a: 3a:

11.22 - Grau de instrução: [ ] analfabeto ou <4anos

[ ] primário [ ] completo [ ]

incompleto

[ ] ginasial [ ] completo [ ]

incompleto

[ ] 20grau [ ] completo [ ] incompleto

[ ] superior [ ] completo [ ] incompleto

11.23 - Trabalha fora [ ]

sim [ ] não

Tipo de trabalho: Turno [ ] manhã [ ] tarde [ ] noite

11.24 - Você fuma? ( ) não ( ) sim,

regularmente.

Há quanto tempo?_____________

Quantos cigarros fuma, em média, por dia?_______

11.25 - Você ingere bebidas alcoólicas?

( ) não

( ) sim, mais de 3 vezes por semana.

( ) sim, nos finais de semana.

11.26 - Doenças crônico - degenerativas: Você apresenta alguma doença citada abaixo? [ ] sim [ ]

não

[ ] hipertensão arterial [ ] diabetes mellitus [ ] Obesidade [ ] Derrame

[ ] osteoporose [ ] dislipidemia

(colesterol ou

triglicérides altos)

[ ] Infarto [ ] outras. Qual (ais)?

11.27 – Você utiliza medicamento(s)? [ ] não [ ] sim Qual (ais)

11.28 – História de doenças familiares: [ ] sim [ ] não (Escreva o tipo de parentesco)

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[ ] hipertensão arterial

Quem?

[ ] Diabetes mellitus

Quem?

[ ] Obesidade

Quem?

[ ] Derrame

Quem?

[ ] osteoporose

Quem?

[ ] dislipidemia

Quem?

[ ] Neoplasia

Quem?

[ ] Outras. Qual (ais)?

11.29 - Cor da pele do pai (autodeclarada): [ ]branca [ ] preta [ ]parda [ ] amarela [ ]

indígena

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B - Ficha cadastral

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C - Termo de consentimento livre e esclarecido

UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

PREFEITURA MUNICIPAL DE NOVA ERA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu,_______________________________________________________________,

RG N° __________________________, recebi o termo de esclarecimento da

pesquisa “Estudo dos fatores de risco associados a doenças cardiovasculares em

escolares de Nova Era” e declaro ter sido informado sobre o estudo e que estou ciente

dos objetivos do mesmo.

Concordo em participar do referido estudo e em colaborar com a obtenção dos dados

respondendo aos questionários, comparecendo de livre e espontânea vontade para a

realização dos exames. Autorizo os autores do estudo a utilizar as informações

decorrentes dos questionários por mim respondidos e dos exames clínicos e

bioquímicos a que eu/ou meu filho (a) se submeterá para elaborar relatórios e artigos

acadêmico-científicos.

Estou ciente dos procedimentos dos quais concordo em submeter a mim e minha

família, sobre os quais já tive as devidas explicações no termo de esclarecimento:

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Inquérito bio socioeconômico (entrevista);

Inquérito de consumo alimentar (entrevista);

Avaliação clínica: (eletrocardiograma e pressão arterial);

Avaliação antropométrica (peso, altura, circunferência da cintura e quadril) e

bioimpedância;

Avaliação bioquímica (dosagem de triglicérides, colesterol total e frações,

glicemia, hemoglobina, retinol sérico, ferritina sérica e dosagem de Proteína C

reativa).

Estou ciente do sigilo das informações que prestarei, de que todo material biológico

coletado será descartado após a realização dos exames necessários a esta pesquisa,

e do direito de me retirar da mesma a qualquer momento que desejar.

Fui informado de que, após a coleta dos dados, receberei os resultados do meu estado

de saúde. Casos necessários serão encaminhados ao serviço de saúde do município.

Nova Era, ___ de _________ de 2009.

______________________________________________________

(Assinatura do paciente ou responsável ou testemunha)

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12 ANEXOS

A - Aprovação do comitê de ética em pesquisa da UFOP

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B - Leis referentes à data de fundação das praças em Nova Era – MG.

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