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    O SER CONSCIENTEDIVALDO PEREIRA FRANCO

    DITADO PELO ESPRITOJOANNA DE NGELIS

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 3NDICE

    O Ser Consciente

    PRIMEIRA PARTE - A QUARTA FORACAPTULO 1 - A quarta foraCAPTULO 2 - Definio e conceitoCAPTULO 3 - O homem psicolgico ma

    duroCAPTULO 4 - Modelos e paradigmasCAPTULO 5 - A nova estrutura do ser

    humano

    SEGUNDA PARTE - SER E PESSOACAPTULO 6 - A pessoaCAPTULO 7 - Fatores de desequilbrioCAPTULO 8 - Condies de progresso e

    harmonia

    TERCEIRA PARTE - PROBLEMAS E SAFIOS

    CAPTULO 9 - xito e fracassoCAPTULO 10 - Dificuldades do ego

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 4CAPTULO 11 - Neurose

    QUARTA PARTE - FATORES DE DESITEGRAO DA PERSONALIDADE

    CAPTULO 12 - AutocompaixoCAPTULO 13 - QueixasCAPTULO 14 - Comportamentos exti-

    cos

    QUINTA PARTE - PROBLEMAS HUMNOS

    CAPTULO 15 - Problemas HumanosCAPTULO 16 - Gigantes da almaCAPTULO 17 - RessentimentoCAPTULO 18 - CimeCAPTULO 19 - InvejaCAPTULO 20 - Necessidade de valoriza-

    o CAPTULO 21 - Padres de comporta-mento: mudanas

    SEXTA PARTE CONDICIONAMENTOCAPTULO 22 - O bem e o mal

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 5CAPTULO 23 - Paixo e libertao psi-

    colgicaCAPTULO 24 - Enfermidade e cura

    STIMA PARTE - A CONQUISTA DSELF

    CAPTULO 25 - A Conquista do Self CAPTULO 26 - Mecanismos de fuga do

    egoCAPTULO 27 - Medo e morteCAPTULO 28 - Referenciais para a iden-

    tificao do si

    OITAVA PARTE - SILNCIO INTERIORCAPTULO 29 - Silncio InteriorCAPTULO 30 - DesidentificaoCAPTULO 31 - Libertao dos conte-

    dos negativosCAPTULO 32 - O Essencial

    NONA PARTE - A FELICIDADECAPTULO 33 - Prazer e gozoCAPTULO 34 - Felicidade em si mesma

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 6CAPTULO 35 - Condies de felicidade

    CAPTULO 36 - Plenificao pela felicidade

    DCIMA PARTE - CONQUISTA DE MESMO

    CAPTULO 37 - O homem conscienteCAPTULO 38 - Ter e serCAPTULO 39 - A conquista de si mesmo

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 7O Ser Consciente

    Esmagado por conflitos que no amai-nam de intensidade, o homem moderno pro-cura mecanismos escapistas, em vs tentati-vas de driblar as aflies transferindo-se pa-ra os setores do xito exterior, do aplauso eda admirao social, embora os sentimentospermaneam agrilhoados e ferreteados pelaangstia e pela insatisfao.

    As realizaes externas podem acalmaras ansiedades do corao, momentaneamen-te, no, porem, erradic-las, razo por que otriunfo externo no apazigua interiormente.

    Condicionado para a conquista das coi-sas, na concepo da meta plenificadora, oindivduo procura soterrar os conflitos sob aspreocupaes contnuas, mantendo-os, noentanto, vivos e pulsantes, at quando res-sumam e sobrepoem-se a todos os disfarces,desencadeando novos sofrimnentos e per-turbaes devastadoras.

    O homem pode e deve ser considerado

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 8como sendo sua prpria mente.

    Aquilo que cultiva no campo ntimo, ouque o propele com insistncia a realizaes,constitui a sua essncia e legitimidade, quedevem ser estudadas pacientemente, a fimde poder enfrentar os paradoxos existenciais

    parecer e ser , as inquietaes e ten-dncias que o comandam, estabelecendo osparadigmas corretos para a jornada, liberadodos choques interiores em relao ao com-portamento externo.

    Ignorar uma situao no significa eli-min-la ou super-la. Tal postura permiteque os seus fatores constitutivos cresam ese desenvolvam, at o momento em que setornam insustentveis, chamando a atenopara enfrent-los.

    O mesmo ocorre com os conflitos psico-lgicos. Esto presentes no homem, que,invariavelmente, no lhes d valor, evitandodeter-se neles, analisar a prpria fragilidade,de modo a encontrar os recursos que lhefacultem dilu-los.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 9Enraizados profundamente, apresentam-

    se na conscincia sob disfarces diferentes,desde os simples complexos de inferioridade,os narcisismos, a agressividade, a culpa, atimidez, at os estados graves de alienaomental.

    Todo conflito gera insegurana, que seexpressa multifacetadamente, respondendopor inominveis comportamentos nas som-bras do medo e das condutas compulsivas.

    Suas vtimas padecem situaes muitoafugentes, tombando no abandono de simesmas, quando as resistncias disponveisse exaurem.

    O ser consciente deve trabalhar-sesempre, partindo do ponto inicial da sua rea-lidade psicolgica, aceitando-se como eaprimorando-se sem cessar.Somente consegue essa lucidez aqueleque se auto-analise, disposto a encontrar-sesem mscara, sem deteriorao. Para isso,no se julga, nem se justifica, no se acusanem se culpa. apenas descobre-se.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 10 identificao segue-se o trabalho da

    transformao interior para melhor, utilizan-do-se dos instrumentos do auto-amor, daauto-estima, da orao que estimula a capa-cidade de discernimento, da relaxao quelibera das tenses, da meditao que facultao crescimento interior.

    O auto-amor ensina-o a encontrar-se edesvela os potenciais de fora ntima nele

    jacentes. A auto-estima leva-o fraternidade, ao

    convvio saudvel com o seu prximo, igual-mente necessitado.

    A orao amplia-lhe a faculdade de en-tendimento da existncia e da Vida real.

    A relaxao proporciona-lhe harmonia,horizontes largos para a movimentao.

    A meditao ajuda-o a crescer de dentropara fora, realizando-se em amplitude e a-brindo-lhe a percepo para os estados alte-rados de conscincia.

    O auto-conhecimento se torna uma ne-cessidade prioritria na pro gramtica exis-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 11tencial da criatura. Quem o posterga, no se

    realiza satisfatoriamente, porque permaneceperdido em um espao escuro, ignorado den-tro de si mesmo.

    Foi necessrio que surgissem a Psicolo-gia Transpessoal e outras reas doutrinriascom paradigmas bem definidos a respeito doser humano integral, para que se pudessepropor vida melhores momentos e maisamplas perspectivas de felicidade.

    A contribuio da Parapsicologia, da Psi-cobiofsica, da Psicotrnica, ampliou os hori-zontes do homem, propiciou-lhe o encontrocom outras dimenses da vida e possibilida-des extrafsicas de realizao, que permane-ciam soterradas sob os escombros do in-consciente profundo, ou adormecidas nosalicerces da Conscincia. Antes, porm, de todas essas disciplinaspsicolgicas e doutrinas parapsquicas, o Es-piritismo descortinou para a criatura a valio-sa possibilidade de ser consciente, concitan-do-a ao auto-encontro e autodescoberta a

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 12respeito da vida alm dos estreitos limites

    materiais.Perfeitamente identificado com os ele-vados objetivos da existncia terrestre do serhumano, Allan Kardec questionou os Espri-tos Benfeitores. Qual o meio prtico maiseficaz que tem o homem de se melhorar nes-ta vida e de resistir atrao do mal?

    Eles responderam: Um sbio da An-tigidade vo-lo disse. Conhece-te a ti mes-mo.(*)

    Comentando a resposta, Santo Agosti-nho, Esprito, entre outras consideraesexplicitou: ... O conhecimento de si mesmo, portanto, a chave do progresso individual.Mas, direis, como h de algum julgar-se a simesmo? No est a a iluso do amor-prprio para atenuar asfaltas e torn-lasdesculpveis? O avarento se considera ape-nas econmico e previdente; o orgulhoso

    julga que em si s h dignidade. Isto muitoreal, mas tendes um meio de verificao queno pode iludir-vos. Quando estiverdes inde-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 13cisos sobre o valor de uma de vossas aes,

    inquiri como a qualificareis se praticada poroutra pessoa... E prosseguiu: ... d ba-lano no seu dia moral para, a exemplo docomerciante, avaliar suas perdas e seus lu-cros, e eu vos asseguro que a conta destesser mais avultada que a daquelas. Se puderdizer que foi bom o seu dia, poder dormirem paz e aguardar sem receio o despertarna outra vida.

    Na anlise diria e contnua dos atos, oauto e o alo-amor sero decisivos para aavaliao. A orao e a meditao iro cons-tituir recurso complementar para afixaodas conquistas.

    Quem ora, fala; quem medita, ouve,dispondo dos recursos para exteriorizar-se einteriorizar-se.H, no entanto, estruturas psicolgicasmuito frgeis ou assinaladas por distrbiosde comportamento grave. Nesses casos, ur-ge o concurso da Cincia Esprita, com asterapias

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    (*) O Livro dos Espritos. 29 edio da FEB. Questo919.

    profndas que dispe; e, de acordo coma intensidade do distrbio, torna-se necess-ria a ajuda do psicoterapeuta, conforme aespecificidade do problema, que ser eqa-cionado pela Psicologia, pela Psicanlise oupela Psiquiatria.

    Em muitos conflitos humanos, entretan-to, ocorrem interferncias espirituais varia-das, gerando quadros de obsesses comple-xas, para os quais somente as tcnicas esp-ritas alcanam os resultados desejados, porse tratarem, esses agentes pertubadores, deEntidades extracorpreas, porm portadores

    dos mesmos potenciais das suas vtimas:sentimentos e emoes, inteligncia e luci-dez, experincias e vidas.

    *

    O ser consciente austero, mas sem

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 15carranca; jovial, porm sem vulgaridade;

    complacente, no entanto sem conivncia; bondoso, todavia sem anuncia com o erro. Ajuda e promove aquele que lhe recebe osocorro, seguindo adiante sem cobrar retri-buio.

    responsvel, e no se permite o vorepouso enquanto o dever o aguarda. Co-nhecendo suas possibilidades, coloca-as emao sempre que necessrio, aberto ao amore ao bem.

    S o amadurecimento psicolgico, a-travs das experincias vividas, libera aconscincia do ser; e, ao consegui-la, ei-lofeliz, conquistando a Terra da Promisso b-blica.

    *

    Este modesto livro, que ora trazemos anlise do caro Leitor, pretende, sem pre-suno, auxili-lo na conquista da conscin-cia.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 16No apresenta qualquer tcnica nova ou

    milagrosa. Estuda algumas problemticashumanas luz da Quarta Fora em Psicolo-gia, colocando uma ponte na direo daDoutrina Esprita, que portadora de umaviso profunda e integral do ser.

    Confiamos que ser til a algum que seencontre aflito ou fugindo de si mesmo, aju-dando-o na soluo do seu problema, e istonos Compensar plenamente.

    Salvador, 19 de maio de 1993.Joanna de ngelis

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 17PRIMEIRA PARTE

    A QUARTA FORA

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    A quarta foraOs estudiosos da criatura humana, em-

    bora os rgidos controles exercidos pelasconquistas freudianas, anelavam por ampliaros horizontes da compreenso em torno defenmenos complexos e abrangentes, tran-sumanos, capazes de elucidar problemasprofundos da personalidade.

    As explicaes junguianas amplas, pro-curando enfeixar nos arqutipos todas asocorrncias da paranormalidade, deixaramespaos para reformulaes de conceitos eespeculaes que se libertam dos modelos eparadigmas acadmicos, atendendo commais cuidado, e observaes menos ortodo-xas, os acontecimentos desprezados, porconsiderados patolgicos ou fraudulentos.

    Vez que outra, surgiram ensaios e tenta-tivas de ampliao de contedos, como efei-to das experincias de Rhine, Wilber, Grof,Kbler Ross, Moody Jr., Maslow, Walsh,

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 19 Vaughan, Assagioli, Capra e outros corajosos

    pioneiros, que se preocuparam em ir almdos padres estabelecidos, penetrando asonda da investigao no inconsciente econcluindo por novas realidades, antes exe-cradas, lentamente acumulando dados capa-zes de suportar refutao, critica e desprezo.

    Era necessrio revisar o potencial huma-no em toda a sua complexidade, sem pre-conceitos nem receios.

    As teorias apressadas, que pretendiamreduzir a alma a um epifenmeno de vidaefmera, vinham sendo superadas pelaspesquisas de laboratrio na rea da Parapsi-cologia, da Psicobiofisica, da Psicotrnica eda Cincia Esprita, cujos dados valiosos avo-lumaram-se de tal forma, com a contribuioda Transcomunicao Instrumental, que nohavia outra alternativa seno ampliar o es-quema de interpretao do psiquismo, crian-do-se o que se convencionou denominar co-mo a Quarta Fora alm do Comporta-mentalismo (Behaviorismo), da Psicanlise e

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 20da Psicologia Humanista que a Psicolo-

    gia Transpessoal ou profunda.Indispensvel coragem para enfrentar ocepticismo e a arrogncia dos acadmicos,dos reducionistas que, mesmo diante donuminoso, de Jung, permaneciam aferradosao organicismo e hereditariedade, aos fato-res derivados das presses de toda ordem,s seqelas das enfermidades infecciosas,aos traumatismos fsicos e psicolgicos...

    Os avanos da Fsica Qntica, a Relati-vidade do Tempo e do Espao, a Teoria daIncerteza, abriram perspectivas psicolgicasdantes sequer sonhadas, tendo-se em vista oconceito do vir-a-ser.

    A abrangncia da conscincia como es-tgio mais elevado do processo antropolgi-co-sociolgico-psicolgico do ser, passou aexigir mais acurada penetrao, ampliando oquadro de entendimento dos dementes (au-tist savant ou sbio idiota), portadores decapacidades e aptides luminosas, perturba-doras... Revelando-se matemticos, msicos,

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 21artistas plsticos, lingistas que, de repente,

    romperam o vu do silncio e passaram acomunicar-se com lucidez, apresentando do-tes de excepcional capacidade realizadora,puseram-se a exigir elucidaes que destru-am as tradies negativas, atualizando apredominncia do Esprito sobre a matria,da mente sobre o crebro gravemente dani-ficado, assim demonstrando que preexistemaos rgos e os sobrevivem, ao invs de se-rem suas elaboraes ou efeitos dos seusmecanismos.

    A grandiosa contribuio do pensamentooriental, de Buda a Vivekananda, a Ramakri-shna e outros, dos taostas tibetanos aosfsicos nucleares, enseja a reviso dos par-metros aceitos, bem como dos modelos es-tabelecidos, propondo a identificao defrmulas com aparncia diversa, no entanto,que se harmonizam, unindo as duas culturas

    a do passado e a do presente em umasntese perfeita, em favor de um homem ede uma mulher holsticos, completos, ao re-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 22vs de examinados em partes.

    Esse concurso que se vinha insinuandomultissecularmente, logrou impor-se atravsdas terapias liberadoras de conflitos, tais ameditao, a respirao, a orao, a magne-tizao da gua, a bioenergia, os exercciosda tai-chi-chuan, o controle mental de ineg-veis resultados nas mais variadas reas docomportamento, do inter-relacionamentopessoal, da sade...

    Os diques erguidos pela intolernciaromperam-se ante as novas conquistas, e astcnicas regressivas da memria, com exclu-siva definio teraputica, o uso de algumasdrogas psicodlicas como o cido lisrgico, ahipnose, demonstraram que muitos fatorespsicopatognicos so anteriores concepodo ser, eliminando a predominncia genticana condio de desencadeadora de psicoses,neuroses, conflitos e tormentos degenerado-res da personalidade...

    A telepatia, a clarividncia, os fenme-nos retro e precognitivos, as ectoplasmias,

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 23os deslocamentos de objetos sem contatos e

    outros facultaram mais acurados exames doindivduo, que a anlise transpessoal podeabordar com segurana ou neles apoiar-se, afim de solucionar os enigmas predominantesem pacientes marginalizados pelas outrascorrentes da Psicologia ou facilmente rotula-dos de psicopatas.

    O ser humano constitudo de elemen-tos complexos, que escapam a uma observa-o superficial.

    A conceituao materialista de forma al-guma atende-lhe as necessidades ticas esociolgicas, no logrando elucidar o ser psi-colgico, exceto quando, ignorando-lhe arealidade transcendente, relega-a indiferen-a, desconsiderao catalogada de patolo-gia irreversvel.O ser dual Esprito e matria doespiritualismo ortodoxo, permanece incom-pleto, deixando escapar incontveis expres-ses de contedo, por falta do elemento in-termedirio, processador de inmeros fen-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 24menos que lhe completam a existncia.

    Somente quando estudado na sua pleni-tude Esprito, perisprito e matria po-dem-se resolver todos os questionamentos edesafios que o compem, alargando-lhe aspossibilidades de desenvolvimento do deusinterno, facultando completude, realizaoplenificadora, estado de Nirvana, de sama-dhi, ou de reino dos Cus que lhe cumprealcanar.

    Essa gigantesca tarefa cabe modernaPsicologia Transpessoal ou Quarta Fora, queinicia um perodo de real compreenso dacriatura como ser indestrutvel que , fadado felicidade.

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    Definio e conceitoDefinir, de alguma forma, limitar, res-

    tringir. Mesmo quando as definies so e-lsticas, reduzem o pensamento e o enclau-suram em palavras, retendo as largas possi-bilidades que necessitam ser penetradas.

    Conceituando a psicologia transpessoal,no nos podemos furtar aos seus paradig-mas, que ampliam as linhas das definiesclssicas da doutrina psicolgica em si mes-ma, de modo a dar-lhe a abrangncia quealcana o ser humano na sua estrutura fsica,psquica e transcendental.

    Remontando-se histria do pensamen-to psicolgico, encontraremos os seus pri-meiros postulados na tica filosfica ances-tral, que se iniciou no ocidente com Anax-menes e Anaxgoras, percorrendo todos osperodos histricos at a sua formao orga-nicista, na segunda metade do sculo 19, eprosseguindo pelas vrias escolas freudiana,

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 26 junguiana, adleriana, enquanto se ia ampli-

    ando nas concepes humanista, comporta-mentalista e psicanaltica.Nos seus primrdios, a cincia da alma

    encontrava-se embutida nos conceitos socr-ticos e platnicos, preocupados com a criatu-ra humana dual, cujas origens se encontra-vam no mundo das idias, para onde retor-nava aps o priplo carnal, a fim de experi-mentar felicidade ou desdita.

    A sua tica moral, otimista, estimulavaao equilbrio mente-corpo, conduta saudvele solidariedade com as demais criaturas.

    Procedente de uma realidade metafsica,o ser a ela retornava com o somatrio dasexperincias adquiridas, que lhe plasmariamfuturos renascimentos na Terra, conforme oscontedos existenciais vividos.Nessa paisagem, o planeta terrestre po-de ser considerado uma escola, na qual seforma e aprimora o carter, desenvolvendo ogerme divino que nele dorme, qual ocorre nasemente com o vegetal...

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 27Posteriormente, Aristteles lhe agregou

    a entelquia, e props uma criatura trinria,seguindo os modelos da filosofia oriental erecusando-se aceitao dos episdios re-encarnacionistas necessrios evoluo.

    Concomitantemente, as propostas ato-mistas reduziam o ser humano ao amontoa-do de partculas infinitamente pequenas, es-fricas, com ganchos, segundo uns, ou delesdestitudos, conforme outros, unindo-se edesestruturando-se graas ao vcuo e aomovimento, resultando, portanto, do capri-cho do acaso que os rene e des agrega,produzindo vida e morte ao sabor das ocor-rncias anmalas, eventuais.

    Avanando, paralelamente, em antago-nismo estrutural, alcanaram culminnciasora uma, ora outra corrente, atravs de SoTomaz de Aquino ou de Leibniz, de Descar-tes ou Bacon...

    Enquanto o pensamento oriental estru-turava o fenmeno psicolgico em um serherdeiro de Deus e a Ele semelhante, isto ,

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 28portador de recursos inimaginveis que lhe

    cabe desenvolver, ampliaram-se as concep-es em torno do universo, da criao, davida, muito antes que a cultura ocidental seapercebesse da causalidade do existir.

    Como verdadeiro ponto de equilbrio a-pareceu o pensamento tico de Jesus, colo-cando uma ponte psicolgica e filosfica en-tre as duas civilizaes, desenvolvendo oidealismo socrtico e o reencarnacionismo dovedanta e da budismo, ento fecundado peloamor, nico tesouro que logra produzir aplenificao do ser humano.

    Psicoterapeuta superior, Jesus no foiapenas o filsofo e o psiclogo que compre-endeu os problemas humanos e ensejou con-tedos libertadores, mas permanece comoterapeuta que rompeu as barreiras da perso-nalidade dos pacientes e penetrou-lhes aconscincia de onde arrancou a culpa, a fimde proporcionar a catarse salvadora e a re-composio da individualidade aturdida,quando no em total infelicidade.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 29Possuidor de transcendente capacidade

    de penetrao nos arquivos do inconscienteindividual e coletivo, Ele tornou-se o marcomais importante da psicologia transpessoal,por adotar a postura mediante a qual consi-dera o indivduo um ser essencialmente espi-ritual, em transitria existncia fsica, que fazparte do seu programa de autoburilamento.

    Conscientizando as criaturas a respeitoda sua responsabilidade pessoal diante davida, estabeleceu terapias de invulgar atuali-dade, trabalhando a estruturao da perso-nalidade, com o passo de segurana para aaquisio da conscincia.

    No postulado no fazer ao prximo oque no deseja que ele lhe faa, estatuiu acondio de segurana para a identificaodo indivduo consigo mesmo, com o seu ir-mo e com o mundo no qual se encontra,proporcionando uma tica simples e facil-mente aplicvel, no inter-relacionamentopessoal, sem conflito nem culpa.

    Da mesma forma, propondo o auto-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 30aperfeioamento pela superao das paixes

    dissolventes, trouxe o futuro para o presen-te, tornando o reino dos cus um estado deconscincia lcida, longe do sono, do sonhoe das psicoses totalmente superadas.

    O Cristianismo, no entanto, atravs dostempos, sofrendo as injunes dos pseudo-conversos, invariavelmente portadores degrandes traumas e conflitos, procurou cas-trar e coibir todas as fontes de prazer, asexpresses existenciais, mediante regras edogmas punitivos, que se caracterizarampela represso, restrio e condenao.

    No obstante os luminares que, de vezem quando, buscaram libertar os indivduosdo temor e do dio, levando-os confiana eao amor, quais So Francisco de Assis, SantaTereza de vila e alguns outros, predomina-ram a ignorncia e o terror, produzindo umaconscincia de culpa coletiva, verdadeiro ar-qutipo de natureza punitiva, que venceu asgeraes e ressurge, ainda hoje, nos indiv-duos e grupamentos sociais, fazendo-os res-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 31ponsveis pelo deicdio no Calvrio con-

    fundindo Jesus com Deus ou, mais remo-tamente, com a herana da tentao, emque Eva tombou, levando Ado ao erro, as-sim tornando a mulher inferior no processohumano da evoluo, em flagrante desres-peito ao simbolismo da criao humana, quepassou condio de realidade.

    O culto ao mito, ao smbolo, ao fantasio-so, aceitao do modelo, so necessidadespsicolgicas, para os mecanismos de transfe-rncia da realidade e fugas da conscinciaresponsvel.

    Assumindo a postura teolgica, respon-de por males que se repetem milenarmente,possibilitando alienaes e desditas inimagi-nveis.

    A evoluo das cincias vem lograndoanular esse efeito pernicioso, e, graas aoadvento da psicologia esprita com Allan Kar-dec, recupera-se o ser humano do conflitoem que se encontrava, promovendo-o condio de possuidor de valores preciosos

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 32que lhe cumpre desenvolver, embora a es-

    foro de trabalho paciente e constante. A quarta fora, alargando as imensaspossibilidades da psicologia, faz que sejamdescortinadas as possibilidades mpares paraa perfeita integrao da criatura com o seuCriador, e da sua com a Conscincia Csmi-ca, pulsante e universal.

    Nesse homem transpessoal cantam, en-to, as glrias da vida e se dilatam os donsnele existentes, em pleno desenvolvimentoda sua realidade, que supera as culpas e asdores, as angstias e as inquietaes, tor-nando-o pleno e feliz.

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    O homem psicolgico maduroO ser humano o mais alto e nobre in-

    vestimento da vida, momento grandioso doprocesso evolutivo que, para atingir a suaculminncia, atravessa diferentes fases quelhe permitem a estruturao psicolgico, seuamadurecimento, sua individuao, conformeJung.

    Ao atingir a idade adulta deve estar emcondies de viver as suas responsabilidadese os desafios existenciais. comum, no en-tanto, perceber-se que o desenvolvimentofisiolgico raramente faz-se acompanhar doseu correspondente emocional, o que setransforma em conflito, quando um aspectono identificado com o outro. Em tal caso, operodo infantil alonga-se e predomina, fa-zendo-se caracterstica de uma personalida-de instvel, atormentada, insegura, depres-siva ou agressiva, ocultando-se sob vriosmecanismos perturbadores.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 34O seu processo de amadurecimento psi-

    colgico, portanto, pode ser comparado auma larga gestao, cujo parto dolorosopropicia especial plenificao.

    Procedente de atavismos agressivos,imantado ainda aos instintos, o ser crescesob presses que lhe despertam a necessi-dade de desabrochar os valores adormeci-dos, qual semente que se intumesce sob ascargas esmagadoras do solo, a fim de liber-tar o vegetal embrionrio, que se agigantaratravs do tempo.

    Fatores compressivos e difceis de libe-rados, pelos processos castradores do ambi-ente, quase sempre contribuem para que seprolongue a sua imaturidade psicolgica.

    Do ponto de vista tradicional, apresen-tam-se os fatores hereditrios, psicossociais,econmicos, que colaboram positiva ou ne-gativamente para o desenvolvimento psico-lgico, quase sempre contribuindo para apreservao do estado de imaturidade.

    Graas sua constituio emocional e

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 35orgnica, na vida infantil o ser egocntrico,

    qual animal que no discerne, acreditandoque tudo gira em torno do seu universo, tor-nando-se, em conseqncia, impiedoso, porser destitudo de afetividade ainda no de-senvolvida, que o propele liberdade exces-siva e aos estados caprichosos de compor-tamento.

    Passado esse primeiro perodo, faz-seeglatra, acumulando tudo e apenas pen-sando em si, em fatigante esforo de com-pletar-se, isolando -se socialmente dos de-mais ou considerando as outras pessoas co-mo descartveis, cujo valor acaba quandodesaparece a utilidade, de imediato ignoran-do-as, desprezando-as...

    Em sucesso, apresenta-se introvertido,egosta, possuindo sem repartir, detentor decoisas, no de paz pessoal.

    A imaturidade expressa-se atravs dapreservao dos conflitos, graas aos quaismuda de comportamento sem liberar-se dainjuno causal, que so a frustrao, o des-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 36conforto moral, a presena da infncia. E

    mesmo quando se apresenta completado, assuas reaes prosseguem infantis, destitu-das de sensibilidade, no tormento de metassem significado.

    Para ele, o sentido da vida permaneceadstrito ao crculo estreito da aquisio decoisas e sujeio de outras pessoas aosseus caprichos. Torna-se ditador impiedoso,sicrio implacvel, juiz cruel. Proporciona-lheprazer mrbido a dependncia das massas edos indivduos particularmente, fruindo, demaneira masoquista, do prazer na dor pr-pria ou alheia, desenvolvendo a degeneres-cncia afetiva at o naufrgio fatal...

    Certamente, fatores genticos contribu-em para o desenvolvimento ou no da matu-ridade psicolgica, em se considerando ascargas hereditrias na constituio orgnica,na cmara cerebral, na aparelhagem nervosae glandular, especialmente nas de secreoendcrina, na constituio do sexo.

    Todavia, no podemos ignorar a pre-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 37ponderncia do modelo organizador biolgico

    (MOB) ou perisprito, responsvel pela har-monizao dos implementos de que o Espri-to se ir utilizar para o seu processo evoluti-vo no corpo transitrio.

    Face a isso, cada pessoa a soma dassuas experincias transatas, e sua mente oveculo formador de quanto se lhe torna ne-cessrio para o processo iluminativo.

    Essa percepo, o entendimento dessefator, faz-se relevante em qualquer propostade psicologia trans-pessoal, no estudo dascausalidades de todos os fenmenos huma-nos.

    Os velhos paradigmas e modelos sobreo homem cedem passo introduo do con-ceito do ser ancestral, com toda a historio-grafia das suas reencarnaes, que se tor-nam responsveis pelo desenvolvimento doeu profundo.

    A enunciada ciso entre o eu e o si, at-vica, desaparece quando a anlise do peris-prito demonstra que a personalidade resulta

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 38da experincia de cada etapa, mas a indivi-

    dualidade a soma de todas as realizaesnas sucessivas reencarnaes.Graas a esses fenmenos, as presses

    psicossociais ambiente, educao, lutas eatividades aparecem contribuindo, de umaou de outra forma, para a realizao das me-tas ou reparao delas, em razo dos pro-cessos de mrito ou dbito de que cada umse faz portador.

    Todos nascem ou renascem nos ncleosfamiliares e sociais de que necessitam paraaprimorar-se, e no conforme se asseveratradicionalmente: que merecem.

    As cargas de genes e cromossomas, ascondies psicos sociais e econmicas, for-mam o quadro dos processos de burilamentomoral-espiritual, resultantes da reencarnaocaldeadora dos dispositivos individuais para aevoluo.

    Tal razo prepondera na elucidao dasdiferenas psicolgicas dos indivduos, mes-mo entre os gmeos uniovulados, defluentes

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 39das conquistas anteriores.

    A maturidade psicolgica tem um cursoacidentado, feito de sucessos e repeties,por formar um quadro muito complexo naindividualidade humana.

    A sua primeira fase expressa-se comomaturidade afetiva, quando o ser deixa deser captativo por fenmeno atvico, paratornar-se ablativo, que a fatalidade do pro-cesso no qual se encontra.

    Da posio receptiva egosta, profun-damente perturbadora, surge a necessidadede crescer e ampliar o crculo de amigos, nasua condio de animal gregrio, surgindo asprimeiras expresses do amor.

    Expande o sentimento afetivo e com-preende que o narcisismo e o egosmo so-mente conduzem auto-destruio, per-turbao.

    O amor a chama que arde atraente,oferecendo claridade e calor, ao tempo quealimenta com paz, face permuta de energi-as entre quem ama e aquele que se torna

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 40amado.

    Desenvolve-se ento uma empatia quearranca o ser do seu primitivismo, conduzin-do-o imensa rea do progresso, onde aexperincia de doao torna-se enriquecedo-ra, trabalhando pelo olvido do ser em simesmo com a lembrana constante do seuprximo.

    Quem aspira por ser amado mantm-sena imaturidade, na dependncia psicolgicainfantil, coercitiva, eglatra.

    A afetividade o campo central para abatalha entre as diversas paixes de posse ede renncia, de domnio e abnegao, ense-

    jando a predominncia da doao plena.No amadurecimento afetivo, o ser es-

    plende e supera-se.O prximo passo o amadurecimentomental, graas compreenso de que a vida

    rica de significados e o seu sentido a i-mortalidade.

    Com essa identificao alteram-se os in-teresses, e as paisagens se clareiam ao sol

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 41da razo, que consubstancia a f no homem,

    na vida e em Deus.O amadurecimento mental, que se ad-quire pela emoo e pelo conhecimento quediscerne os valores constitutivos da filosofiaexistencial, amplia as perspectivas da reali-zao completadora.

    Somente aps lograr o amadurecimentoafetivo, consegue o mental, por encontrar-selivre dos constrangimentos e das pseudone-cessidades emocionais.

    A conquista da razo relevante, porser o princpio ordenador, responsvel pelaformao do discernimento, que rene emum s conjunto as diferentes conquistasintelectuais, a fim de que possa utilizar opensamento de maneira justa, real ecompatvel com a conscincia. A razo proporciona a superao do fe-nmeno infantil da iluso, da fantasia, res-ponsvel pelo sofrimento, em se consideran-do a impermanncia e todos os aconteci-mentos e aspiraes fsicas.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 42 A mente, no seu contexto e complexi-

    dade, resulta de duas expresses da sua na-tureza: o intelecto e a razo, sendo a segun-da de formao discursiva e a primeira decarter intuitivo.

    Disso decorrem duas condutas de a-prendizagem no que tange ao pensamento eao seu uso correto.

    Pensar acertadamente uma meta ele-vada, porque nem todo ato de pensar corre-tamente o , face interferncia dos desejose supostas necessidades. Assim, a concen-trao nos objetivos ideais, distinguidos dosimaginados, leva correo do pensamento.

    H uma grande variao de nveis depensamento, resultantes das conquistas inte-lectuais.

    Para que ocorra o amadurecimento setorna indispensvel pensar, exercitando amente e ampliando-lhe a capacidade de dis-cernir.

    Logo se apresenta o desafio do amadu-recimento moral, responsvel pela superao

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 43dos instintos, das sensaes grosseiras, ime-

    diatistas. A escala dos valores rompe os limitesdas convenincias restritivas e interesseiras,para apoiar-se nos cdigos da tica univer-sal, ancestral e perene, que tm, por base,Deus, os seres, a natureza e o prprio indiv-duo, compreendendo-se que o limite da pr-pria liberdade comea na fronteira do direitoalheio, nunca aspirando para si o que nogostaria de receber de outrem...

    A maturidade moral liberta, por despe-daar os cdigos da hipocrisia e das circuns-tncias que facultam o desenvolvimento doegosmo, da vaidade, da autocracia.

    Essa realizao moral dinmica e en-tusiasta, alargando as possibilidades de cres-cimento tico, esttico e espiritual do ser.Dois sensos morais surgem no contextoda maturao: o convencional que oaceito, oportunista e, s vezes, amoral ouimoral, porque imposto pelas convenin-cias de cada poca, civilizao e cultura e

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 44o verdadeiro que supera os limites ocasio-

    nais e sObrepaira legtimo em todas as po-cas, qual aquele estatudo no Declogo e noSermo da montanha.

    A conquista da maturidade moral verda-deira torna-se indispensvel para a auto-realizao do ser e da sociedade em geral.

    Vencida essa etapa, a maturidade socialsurge naturalmente, porque, autoconhecen-do-se e autotrabalhando-se, o homem psico-lgico torna-se harmnico no grupo, aglu-tinador, compreensivo, lder natural, propor-cionando bem-estar em sua volta e alegriade viver.

    O amadurecimento psicolgico impera-tivo que surge naturalmente, ou por necessi-dade que se estabelece no processo da evo-luo.O ser imaturo, ambicioso, apaixonado,frustra-se, irrita-se sempre, mata e mata-se,porque o significado da sua vida o ego per-turbador e finito, circular-estreito e sem me-tas.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 45Superar o estado egocntrico, para tor-

    nar-se til socialmente, caracteriza o rompi-mento com o crculo familiar da infncia eabre-o comunidade, que a grande escolada vida.

    O indivduo no pode viver sem relacio-namentos, pois que, por contrrio, aliena-se.

    O seu desenvolvimento deflui dos conta-tos com a natureza e as criaturas, dos seusinter-relacionamentos pessoais, renunciando liberdade interior, a fim de plenificar-se nogrupo.

    Com o conflito embutido no comporta-mento pessoal, torna-se impossvel o rela-cionamento social. Indispensvel que sejamrealizados encontros e experincias de gru-pos, gerando adaptao e convivncia salu-tar com outras pessoas.Quem lograr a sua conscincia individu-al, supera a violncia, a separatividade e,afetuoso, racional, integra o grupo socialpromovendo-o e desenvolvendo-se cada vezmais, rico de compreenso, fraternidade,

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 46amor e paz.

    O homem maduro psicologicamente vivea amplido infinita das aspiraes do bom,do belo, do verdadeiro, e, esvado do ego,atinge o self, tornando-se homem integral,ideal, no rumo do infinito.

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    Modelos e paradigmasO processo da evoluo antropolgi-

    co, sociolgico, psicolgico da humanida-de vem impondo, ao largo do tempo, neces-srias releituras e revises de paradigmasvariados, que entram em choque com asdescobertas do pensamento e a natural acei-tao cultural de processus renovadores,estruturados na experincia humana diantedos conceitos tradicionais.

    Na rea psicolgica, por exemplo, a ri-gidez dos postulados ancestrais vem sofren-do fissuras estruturais diante da volumosacontribuio das filosofias orientais, ora des-veladas ao ocidente, ao mesmo tempo emque as conquistas relevantes da Parapsicolo-gia, da Psicotrnica, da Psicobiofsica, daFsica Qntica, da Biologia Molecular, vmconfirmar os paradigmas do Espiritismo, dila-tando o campo da realidade humana an-tes do bero e depois do tmulo , assim

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 48modificando a concepo dos estados altera-

    dos de conscincia, que deixaram de ser pa-tolgicos para se confirmarem como de natu-reza paranormal.

    Como conseqncia, o estudo e a ob-servao imparciais dos fenmenos anmicose medinicos no mais se submetem aosmodelos estreitos da psicologia tradicional,tornando-se urgente a adoo do comporta-mento transpessoal, face sua abrangncia,no que diz respeito ao homem integral.

    Criada pela necessidade de atualizaourgente de novos e complexos paradigmas,graas ao devotamento de homens e mulhe-res notveis, que aprofundaram na vida pa-rafsica a sonda da investigao psicolgica,a quarta fora pode contribuir para uma in-terpretao mais coerente e racional do serpensante, sem descartar a possibilidade daprecedncia e sobrevivncia da conscincia concepo fetal, assim como anxia cere-bral.

    Antes desprezadas ou marginalizadas

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 49por contundente preconceito, as manifesta-

    es paranormais deixaram de ser epifen-menos do sistema nervoso, para tornarem-seexpresses da realidade em nveis mais pro-fundos da conscincia humana.

    O advento da Psicologia Transpessoalocorreu no momento grave do desalinhocomportamental das geraes novas, dosanos sessenta deste sculo, e por se tornarevidente a necessidade do desenvolvimentoda Psicologia Humanista, surgida na ocasio,mediante a ampliao dos seus conceitos e aaceitao de novos paradigmas, qual suce-deu, na dcada imediata, consoante previraMaslow...

    Assim, a Psicologia Transpessoal temcomo meta ampliar a sua rea de pesquisalevando em conta as experincias do ser, emlaboratrio e no comportamento humano,vinculadas s necessidades do equilbrio dasade fisiopsquica e da satisfao plenifica-dora. Como resultado, estrutura-se nas con-quistas da cincia contempornea, unidas s

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 50contribuies vivenciais da experincia orien-

    tal, desenvolvendo as possibilidades adorme-cidas da criatura o seu incessante vir-a-ser.

    A sua proposta objetiva tornar-se par-te das multidisciplinas do comportamento,que contribuem para o logro da sade men-tal.

    Impossvel descartar-se hoje os fatosdecorrentes dos estados alterados de consci-ncia, que so importantes para o equilbriofisiolgico e o bem-estar psicolgico dos in-divduos.

    O ser transcendental deixa, dessa forma,o estgio de paranide, assumindo a para-normalidade indispensvel harmonia doseu comportamento com a sua realizaopsicolgica. As experincias teraputicas de muitosanalistas transpessoais demonstraram que osseus pacientes transcendem os nveis nor-mais de conscincia, quando estimulados pordrogas qumicas, auto-sugesto, ioga, hiper-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 51ventilao, induo hipntica, concentrao,

    meditao, orao, interferncias medini-cas... Nesses estados dilatam-se-lhes a per-cepo dos sentidos, a lucidez, o conheci-mento do passado e do futuro, como expres-ses essenciais da natureza humana, aps osquais h o retorno da sade quando empsicoterapia do bem-estar, do relaciona-mento interpessoal.

    O ser humano, desse modo, deixa depermanecer fragmentado, para tornar-seinteiro.

    Todos os modelos e paradigmas sopassveis de reviso, confirmao ou modifi-cao.

    Os antigos modelos psicolgicos, por es-treiteza de viso, no abarcavam as atuaisconquistas que facultam mais ampla com-preenso da personalidade humana, do in-consciente, do eu profundo.

    Uma larga documentao experimental,porm, veio facultar o surgimento do modelotranspessoal e dos seus atuais paradigmas.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 52 A Psicanlise, por exemplo, tem concep-

    o especfica em torno da determinao daconduta, conflitando com a natureza da mo-dificao do comportamento. O psicanalistaenfatiza as foras intrapsquicas, como fun-damentais, predominantes, responsveis pe-lo comportamento. J os comportamentalis-tas estabelecem, como indissociveis daconduta, as condies ambien tais.

    Desse modo, surge o quesito da motiva-o, determinando o comportamento. Seja alibido motivao freudiana , o anseio desuperioridade, como superao dos instintosagressivos motivao adleriana ou oimperativo ambiental motivao compor-tamentalista , o ser levado ao xito nassuas buscas, no podendo fugir a uma ououtra dessas condies. Antes desse alargamento da viso trans-pessoal, todas as experincias msticas eramtidas como neurose narcisista, e a conquistada iluminao era considerada como umaautomtica regresso a estgios intra-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 53uterinos.

    Nesses choques de modelos e propos-tas, tornava-se inevitvel a disputa em tornode qual seria o verdadeiro, com desprezopelos demais...

    O estudo transpessoal no pretende sernico, antes alarga os conceitos existentes,respeita-lhes a validade, buscando desenvol-ver e ampliar as dimenses da natureza hu-mana e a sua realidade intrnseca. O seupotencial imprevisvel, e o ser espiritualimensurvel na sua estrutura profunda, quelhe cabe desenvolver ao largo das sucessivasreencarnaes. Unindo tecnologia e observa-o, experincia e treinamento paranormal,desenvolvem-se-lhe os recursos latentes, norumo do Infinito.

    O novo modelo e paradigma transpes-soal, portanto, estrutura-se na sabedoria dooriente e nas modernas experincias do oci-dente, compondo o homem, o ser interior:esprito, perisprito e matria, conforme aproposta kardequiana, embora a nomencla-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 54tura diferenciada que vem sendo adotada

    pelos psiclogos e terapeutas transpessoais.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 555

    A nova estrutura do ser humano medida que a Psicologia vem aprofun-

    dando a sonda da investigao nos alicercespsquicos do ser, tentando compreender asalteraes da conscincia, mais se agigantamas perspectivas do conhecimento para tornara existncia humana mais digna de ser vivi-da.

    A sbita mudana de conceitos cartesia-no-newtonianos a respeito de tempo e espa-o graas aos admirveis descobrimentosda fsica qntica, face aos nobres intentosvitoriosos das neurocincias e da Biologiamolecular, em razo do aprofundado estudodo crebro atravs da holografia, diante daanlise cuidadosa dos estados alterados deconscincia por meio da hipnose, da aplica-o de drogas psicodlicas, da meditao, ensejou melhor viso em torno do ser hu-mano e sua grandiosa dimenso.

    Estudos acurados dos hemisfrios cere-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 56brais concluram que o esquerdo respons-

    vel pela razo e lgica, pelas funes ver-bais, pela globalizao, enquanto o direito seencarrega do comportamento mstico, induti-vo, intuitivo, orientao espacial... Comoconseqncia, estabeleceu-se que, nos oci-dentais, o hemisfrio esquerdo mais de-senvolvido do que o direito, esse mais usadopelos orientais e, por isso mesmo, portadorde mais amplos recursos.

    Por outro lado, graas aos estudos e ob-servaes de alguns neuropsiquiatras, cons-tatou-se que todo o crebro detector damemria, necessitando de ser devassadopara melhor compreender-se os mltiplosfenmenos paranormais de que se faz ins-trumento, ora inconscientemente, noutrasocasies mediante indues, concentraes econtribuies conscientes.

    A Psicologia Transpessoal e a Parapsico-logia, unindo-se para interpretar os estadosalterados de conscincia, eliminando a es-drxula e tradicional explicao de que so

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 57fenmenos patolgicos, aproximam-se da

    realidade do Esprito, que indissocivel detodo acontecimento fsico e psquico.Toda a gama de fenmenos parapsico-

    lgicos na ordem psigama clarividncia,telepatia, pre e retrocognio, escrita auto-mtica ou psikapa transporte, ecto-plasmia, desmaterializao, bicorporeidade

    conduz certeza de um agente racional elcido o Esprito como causa de todasas manifestaes, encontrando-se encarnadoou no.

    O ser organicista, em razo disso, cedelugar ao indivduo psi ou espiritual, portadorde percepes extra-sensoriais e faculdadesmedinicas, que lhe constituem instrumentosde trabalho e progresso, mediante as experi-ncias continuadas na esteira das reencarna-es.

    O Esprito a base da Psicologia Trans-pessoal, conforme demonstra a Cincia Esp-rita, em inumerveis experincias medini-cas.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 58Essa viso nova explica os desarranjos

    comportamentais, as diferenas de coeficien-te intelectual, os estados patolgicos varia-dos, ao mesmo tempo enriquecendo as psi-coterapias com arsenal de informaes liber-tadoras, hauridas no estudo das obsesses,das reencarnaes e dos desconsertos medi-nicos.

    Desse modo, o ser humano supera acondio reducionista a que foi submetidopor alguns psiclogos e amplia a dualidadecorpo-esprito, para apresentar-se em estru-tura completa, que abarca todas as ocorrn-cias que lhe sucedem.

    Organizando o corpo somtico, o Espritose utiliza dos equipamentos do perisprito,tornando-se o indivduo um ser trino, no quala morte fsica dilui a forma sem aniquilar asua realidade, transferindo, mediante o cor-po intermedirio, para o Esprito que sedia avida, conquistas e prejuzos que lhe progra-mam os futuros renascimentos.

    A unicidade da existncia corporal no

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 59corresponde realidade, face s diferenas

    morais, culturais, sociais, psicolgicas, org-nicas, que caracterizam as criaturas huma-nas, estagirias nos mais diferentes patama-res da vida.

    A reencarnao, pelo contrrio, faculta acompreenso dos fenmenos evolutivos, fa-vorecendo todos os seres com as mesmaspossibilidades de crescimento, desde a mo-nera ao arcanjo, vivenciando as mesmas o-portunidades e adquirindo sabedoria con-quista do conhecimento e do amor queculmina em sua plenitude.

    Reconhecida a nova estrutura do serhumano Esprito, perisprito e matria aPsicologia pode melhor penetrar nos arcanosdo inconsciente, que possui todo o conheci-mento de tempo passado, presente e fu-turo como a dimenso de espao o in-finito no finito.

    Sediando o Esprito, conforme a visoesprita assevera, a lei de Deus est escritana conscincia (*) detentora da realidade,

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 60que a pouco e pouco se desvela, conforme a

    evoluo do prprio ser, no seu processo delapidao de valores e despertamento dasleis que nela dormem latentes.

    Nos alicerces do inconsciente se encon-tram todas essas bnos que, lentamente,assomam conscincia e se tornam patri-mnio da lucidez, fazendo o ser compreen-der que nem tudo quanto pode fazer, deve-o; da mesma forma que nem tudo quantodeve, pode; conseguindo a sabedoria de fa-zer somente o que deve e pode como mem-bro consciente que age de acordo com aharmonia csmica.

    Esse, o grande desafio para a Psicologiaprofunda, qual seja, avanar cada dia maisna interpretao do ser humano, sem deter-se em modelos estticos, tradicionais, atentas informaes das demais cincias e do Es-piritismo, assumindo uma posio aberta eholstica.

    (*) Questo 621 de O Livro dos Espritos de AllanKardec. - Nota da Autora espiritual.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 61SEGUNDA PARTE

    SER E PESSOA

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    A pessoaBocio, poeta e filsofo da decadncia

    romana, nos sculos 5 e 6, definiu a pes-soa como constituda por uma substnciaindividual de natureza racional.

    A filosofia, atravs dos sculos, buscoudemonstrar que a pessoa distinta do indi-vduo e do ser psicofsico, o que deu margema consideraes demoradas por pensadorese escolas variadas.

    Santo Tomaz de Aquino, por exemplo,preferiu seguir o conceito de Bocio, queteve muita influncia significativa durante aIdade Mdia, enquanto Emmanuel Kant seapoiou em contedos mais profundos, quan-do da anlise da pessoa em si mesma.Do ponto de vista psicolgico, a pessoa um ser que se expressa em mltiplas di-menses, desde os seus contedos humanis-ta, comportamentalista e existencial, a novospotenciais que estruturam o ser pleno.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 63 A psicologia ocidental, diferindo da ori-

    ental, manteve o conceito de pessoa noslimites bero-tmulo com uma estruturaotransitria, enquanto a outra sustenta a idiade uma realidade transcendente, embora asua imanncia na expresso da forma e rela-tividade corporal.

    Os estudos transpessoais, incorporandoas teses orientais, consideram a pessoa umser integral, cujas dimenses podem expres-sar-se em vrias manifestaes, quais aconscincia, o comportamento, a personali-dade, a identificao, a individualidade, numser complexo de expresso trinria.

    No apenas o corpo, o ser psicofsico,porm, a matria efeito , o perisprito modelo organizador biolgico e o esprito

    a individualidade eterna.No pretendemos inovar modelos, antesresumir correntes e apresentar uma sntese.

    A viso transpessoal esprita, porquecompleta, elucida os inmeros fenmenosparanormais de natureza anmica e medini-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 64ca que caracterizam a existncia humana.

    concedendo-lhe dinmica imortalista e con-tedo de significado, de causalidade. A pessoa, observada do ponto de vista

    imortal, preexistente ao corpo, e sua ori-gem perde-se nos milnios passados do pro-cesso evolutivo, desenvolvendo-se fiel a umafatalidade que se manifesta em cada experi-ncia corporal reencarnao como a-quisio de novos implementos, faculdades efunes que tangenciam ao crescimento e felicidade.

    A pessoa sintetiza, quando corporificada,as dimenses vrias que lhe cumpre preser-var e aprimorar, facultando o desabrochar derecursos que lhe fazem embrionrios e soessenciais ao seu existir.

    A conscincia

    Jung definiu a conscincia como a rela-o dos contedos psquicos com o ego, namedida em que essa relao percebida

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 65como tal pelo ego.

    A complexidade, no entanto, das concei-tuaes de conscincia, nem sempre respon-de aos contedos de que se constitui.

    Para entend-la, necessrio situ-laalm dos limites do sono, do sonho, do del-rio, e estabelec-la como condio de timaou lcida, na qual os episdios psicticoscedem lugar normalidade, ao discernimen-to, ao equilbrio gerador de harmonia.

    A psicologia tradicional, aferrada ao or-ganicismo ancestral, prefere ignorar os ele-vados nveis de conscincia, nos quais osestados alterados transcendentes facultam aviso dilatada da realidade, sem os limites doreal aceito, do real psictico, do real em so-nho.

    As experincias nas diversas reas deconscincia alterada, conseguidas por subs-tncias psicodlicas ou atravs de meditaoprofunda, ao invs de revelarem situaespatolgicas, abrem perspectivas fascinantespara terapias liberadoras e que proporcio-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 66nam dilatao do conhecimento e do sentido

    mais amplo da vida. A psicologia filosfica do oriente sempreproporcionou os estados de plenitude e nir-vana, ensejando a superao dos limites doestgio de normalidade, atravs de transes eda contemplao profunda.

    A conscincia adquirida a perfeita i-dentificao do conhecimento e do fazer, dosaber e do amar faculta a ampliao dasprprias possibilidades para penetrar em di-menses metafsicas, onde outras realidadesso bases do ser pessoal.

    O comportamento

    As atitudes que caracterizam a pessoaresultam do convvio social e das aspiraescultivadas, gerando a conscincia individual,que responde pela do grupo social, face aplicao dos valores adquiridos.

    Ressaltam, no comportamento, as am-bies do desejo, responsveis pelo grau de

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 67libertao emocional, ou presdio, no qual o

    ser transita pelos vnculos que se permitedesenvolver. A pessoa , acima de tudo, a sua men-

    te. O que elabora, torna-se; quanto cultiva,experimenta.

    A mente algema e libera, necessitandode austeras disciplinas para ser comandada,ao invs de ser a dominadora irredutvel.

    Nesse imperativo, o desejo expressa aqualidade evolutiva da pessoa, respondendopela conduta e pelos fatores da decorrentes.

    O comportamento impe necessidades eas expressa simultaneamente, definindo apessoa.

    Somente o autoconhecimento favoreceo comportamento com as possibilidades dedesenvolvimento pessoal, estruturador pro-fundo do ser imortal.

    A personalidade

    Em permanente representao dos con-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 68tedos mentais, e dominada pela imposio

    das leis e costumes de cada poca e cultura,a personalidade representa a aparncia paraser conhecida, no raro, em distonia com oeu profundo e real, gerador de conflitos.

    A personalidade transitria e assinalaetapas reencarnacionistas, definidoras deexperincias nos sexos, na cultura, na inteli-gncia, na arte e no relacionamento inter-pessoal.

    Cada pessoa reencarna com as caracte-rsticas herdadas das experincias anteriorese submete-se aos condicionamentos de cadafase, por ela transitando com os seus sinaistipificadores.

    Assimilar todos os condicionamentos eexteriorizar uma personalidade consentneacom o ser real, eis o desafio da terapiatranspessoal, trabalhando a pessoa para queassuma a sua realidade positiva e superior,crescendo em contedos mentais e desen-carcerando-se, at permitir-se a perfeitaharmonia entre ser e parecer.

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    A identificaoDe duas formas a pessoa se identifica

    com os valores do progresso: externa e in-ternamente.

    A identificao externa impe as lutas eos conflitos da assimilao dos comporta-mentos sociais, nos quais o apego assume acondio mais importante, a primeira e lti-ma da existncia.

    O apego externo, no entanto, menosdanoso do que o interior, responsvel pelosvcios e paixes degenerativos, que condu-zem a patologias dolorosas, crueis.

    A identificao assinala o estgio deevoluo de cada pessoa, fadada elevao,que, para conseguir, deve liberar-se daque-les valores, desidentificando-se de hbitosmilenrios, fixados, alguns, atavicamente,aos painis do ser, gerando falsas necessi-dades, que se tornam fundamentais, portan-to responsveis pelo sofrimento nas suas

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 70vrias facetas.

    A psicologia oriental estabelece na ilu-so, na impermanncia da vida fsica, com asquais a pessoa se identifica, algumas pre-ponderantes razes para o sofrimento.

    A desidentificao induz conquista depatamares elevados, metafsicos, nos quais oser se auto-encontra e se realiza.

    A individualidade

    Somatrio de todas as experincias, aindividualidade o ser pleno e potente, quealcanou a auto-realizao.

    Imperecvel, a individualidade o Espri-to em si mesmo, que rene as demais di-menses e sabe conscientemente o que fa-zer, quando faz-lo e como realiz-lo, paraser a pessoa integral, ideal.

    Enquanto a filosofia informava que apessoa no o indivduo, na viso da psico-logia profunda, este, que superou os condi-cionamentos e comportamentos pessoais de

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 71conscincia livre, o ser total, pessoa transi-

    tria, individualidade eterna.

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    Fatores de desequilbrio A sade da criatura humana resulta de

    fatores essenciais que lhe compem o qua-dro de bem-estar: equilbrio mental, harmo-nia orgnica e ajustamento scio-econmico.Quando um desses elementos deixa de exis-tir, pode-se considerar que a sade cedelugar perturbao, que afeta qualquer reado conjunto psicofsico.

    Sendo, a criatura humana, constitudapela energia que o Esprito envia a todos osdepartamentos materiais e equipamentosnervosos, qualquer distonia que a perturbeabre campo para a irrupo de doenas, amanifestao de distrbios, que levam aosvrios desconsertos patolgicos, conhecidoscomo enfermidades.

    Por isso, possvel que uma criatura,em processo degenerativo, possa aparentarsade, face ausncia momentnea dos sin-tomas que lhe permitem o registro, a per-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 73cepo do insucesso.

    Da mesma forma, podemos considerarque, escrava da mente, a criatura transita docrcere dos sofrimentos aos portes da li-berdade das doenas sade ou vice-versa atravs da energia direcionada aobem, harmonia, ou sob distonias, conflitose traumas.

    De relevantes significados so os conte-dos negativos do comportamento emocio-nal, geradores das disritmias energticas,que passam a desvitalizar os campos nosquais se movimentam, enfraquecendo-os eabrindo-os sintonia com os microorganis-mos degenerativos.

    Entre os muitos fatores de destruio doequilbrio, anotemos o amor, a angstia, orancor, o dio, que se convertem em gigan-tes da vida psicolgica, com poderes destru-tivos, insuspeitveis.

    A mente desordenada, que cultiva pai-xes dissolventes, perde o rumo, passando afixaes neurticas e somatizadoras, infeli-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 74zes, que respondem pelos estados inarmni-

    cos da psique, da emoo e do corpo.Os contedos do equilbrio expressam-se no comportamento, propiciando modelosde criaturas desidentificadas com as manifes-taes deletrias do meio social, das constri-es de vria ordem, das dominaes bacte-rianas.

    A auto-anlise, trabalhada pela insistn-cia de preservao dos ideais superiores davida, o recurso preventivo para a manu-teno do bem-estar e da sade nas suasvrias expresses.

    O amor

    Confundidas as sensaes imediatas doprazer com as emoes emuladoras do pro-gresso moral, o amor constitui o grande de-molidor das estruturas celulares, pela forados desejos de que se faz portador.

    Certamente, referimo-nos ao amor bru-to, asselvajado, possessivo, que situa no de-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 75sejo a sua maior carga de aspirao.

    Ocultando frustraes pertinazes e ge-rando mecanismos de transferncia neurti-ca, as personalidades atormentadas aferram-se ao amor-desejo, ao amor-sexo, ao amor-posse, ao amor-ambio, deixando-se con-sumir pelos vapores da perturbao, que ainsistncia mental e insensata do gozo de-senvolve em forma de incndio voraz.

    O atormentado fixa a sua identidade nanecessidade do que denomina amor e proje-ta-se, inconscientemente, sobre quem ele dizamar, impondo-se com sofreguido irrefre-vel, ou acalentando intimamente a realizaodo que anela, em terrvel desarmonia interi-or. A quanto mais aspira e frui, mais exige esofre; se no logra a realizao, mais se de-compe, perdendo ou matando, com os raiosvenenosos da mente em desalinho, as defe-sas imunolgicas e a vibrao de harmoniamental, logo tombando nos estados enfermi-os.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 76 A angstia

    A insegurana pessoal, decorrente devrios fatores psicolgicos, gera instabilidadede comportamento, facultando altas cargasde ansiedade e de medo.

    Sentindo-se incapaz de alcanar as me-tas a que se prope, o indivduo transita en-tre emoes em desconserto, refugiando-seem fenmenos de angstia, como efeito daimpossibilidade de controlar os acontecimen-tos da sua vida.

    Enquanto transite nos primeiros nveisde conscincia, a carncia de lucidez dosobjetivos essenciais da vida lev-lo- a incer-tezas, porqanto, as suas, sero as buscasdos prazeres, das aspiraes egostas, daspromoes da personalidade, sentindo-sefracassado quando no alcana esses pata-mares transitrios, equivocados, em relao felicidade.

    Aprisionando-se em errneos conceitossobre a plenificao do eu, que confunde

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 77com as ambies do ego, pensa que ter de

    relevante importncia, deixando de ser ilu-minado, portanto, superior aos condiciona-mentos e presses perturbadoras.

    A angstia, como efeito de frustrao, semelhante a densa carga txica que se as-pira lentamente, envenenando-se de tristezainjustificvel, que termina, s vezes, comofuga espetacular pelo mecanismo da morteanelada, ou simplesmente ocorrida por efeitodo desejo de desaparecer, para acabar como sofrimento.

    Normalmente, nos casos de angstiacultivada, esto em jogo os mecanismos ma-soquistas que, facultando o prazer pela dor,intentam inverter a ordem dos fenmenospsicolgicos, mantendo o estado perturbadorque, no paciente, assume caractersticas denormalidade.

    O recurso para a superao dos estadosde angstia, quando no tm um fator psic-tico, a conquista da autoconfiana, deline-amento de valores reais e esforo por adqui-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 78ri-los ou recorrendo ao auxlio de um profis-

    sional competente. As ocorrncias de insucesso devem seravaliadas como treinamento para outras ex-perincias, recurso-desafio para o crescimen-to intelectual, aprendizagem de novos mto-dos de realizaes humanas.

    Exerccios de autocontrole, de reflexesotimistas, de aes enobrecedoras, funcio-nam como terapia libertadora da angstia,que deve ser banida dos sentimentos e dopensamento.

    O rancor

    Fenmeno natural decorrente da insegu-rana emocional, o rancor produz cidos des-truidores de alta potencialidade, que conso-mem a energia vital e abrem espaos inter-celulares para a distonia e a instalao dasdoenas.

    Entulho psquico, o rancor acarreta da-nos emocionais variados, que levam a psico-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 79ses profundas e a episdios esquizofrnicos

    de difcil reparao. A criatura humana tem a destinao daplenitude. O seu passo existencial deve sercaracterizado pela confiana, e os aconteci-mentos desagradveis fazem-se acidentes depercurso, que no interrompem o plano geralda viagem, nunca impeditivos da chegada meta.

    Por isso, os acontecimentos impem,quando negativos, a necessidade de umacatarse libertadora, a fim de no se trans-formarem em resduos de mgoas e rancoresque, de contnuo, assumem mais danosocontingente de ocorrncia destrutiva.

    A psicoterapia do perdo, com os meca-nismos da renncia dinmica, consegue eli-minar as seqelas do insucesso, retirando orancor das paisagens mentais e emocionaisda criatura, sem o que se desarticulam osprocessos de harmonia e equilbrio psquico,emocional e fsico.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 80O dio

    Etapa terminal do desarranjo comporta-mental, o dio txico fulminante no oxig-nio da sade mental e fsica.

    Desenvolve-se, na sua rea, mediante aanlise injusta do comportamento dos outrosem relao a si, e nunca ao inverso. Fazen-do-se vtima, porque passou a um conceitoequivocado sobre a realidade, deixa-se con-sumir pelo complexo de inferioridade, proce-dente da infncia castrada, e descarrega,inconscientemente, a sua falta de afetivida-de, a sua insegurana, o seu medo de perda,a sua frustrao de desejo, em arremessosde ondas mentais de dio, at o momentoda agressividade fsica, da violncia emqualquer forma de manifestao.O dio estgio primevo da evoluo,atavicamente mantido no psiquismo e noemocional da criatura, que necessita sertransformado em amor, mediante terapiassaudveis de bondade, de exerccios frater-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 81nais, de disciplinas da vontade.

    Agentes poluidores e responsveis pordistrbios emocionais de grande porte, soeles os geradores de perturbaes dos apa-relhos respiratrio, digestivo, circulatrio.Responsveis por cnceres fsicos, so asmatrizes das desordens mentais e sociaisque abalam a vida e o mundo.

    A sade da criatura humana procede doser eterno, vem das experincias em vidasanteriores, conforme ocorre com as enfermi-dades crmicas, no entanto, dependendo daconscincia, do comportamento, da persona-lidade e da identificao do ser com o quelhe agrada e com aquilo a que se apega naatualidade.

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    Condies de progresso e harmoniaNa estrutura profunda da individualidade

    humana, encontram-se as experincias mile-nrias do ser, nem sempre harmonizadasentre si, geradoras de conflitos e complexosnegativos que a atormentam.

    Atavicamente vinculada ainda s sensa-es decorrentes da faixa primria por ondetransitou, a lbdo exerce-lhe poder prepon-derante no comportamento, conforme asconstataes de Freud, que a consideroufator essencial na vida humana. Observandoos diversos fenmenos de conduta e as terr-veis angstias, como exacerbaes da emo-tividade das criaturas, o mestre de Vienaorganizou todo o edifcio da psicanlise namanifestao sexual castradora ou liberada,bem como na complexa influncia materno-paternal, que desde a infncia conduziu o sersob os tabus perniciosos e as constries dosdesejos irrealizados, das conscincias de cul-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 83pa, dos implementos perturbadores da per-

    sonalidade patolgica.Estamos, sem dvida, diante de fatoresincontestveis, todavia adstritos s reasfenomenolgicas e no causais, em se consi-derando que, herdeiro de si mesmo, o Espri-to o autor do seu destino nunca serdemasiado repet-lo renascendo em laresnos quais mantm vnculos afetivos e familia-res, conforme a sua conduta anterior.

    Face variedade de renascimentos, nemsempre consegue diluir as lembranas quepermanecem em forma de tendncias e apti-des, de desejos e necessidades. No digeri-das, as frustraes, eis que se impem maisgraves, ao ressurgirem, na sucesso das o-corrncias comportamentais, em forma dedistrbios psicolgicos de variada cataloga-o.

    Preocupada com o ser-mquina, a psico-logia no tem ensejado uma compreensomaior da criatura, que fica, na viso reducio-nista, limitada a um feixe de desejos e pai-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 84xes primitivas.

    Em uma anlise transpessoal, o ser en-riquece-se de valores que lhe cumpre multi-plicar cada vez mais, autoconhecendo-se eautodisciplinando -se, medida que a suaconscincia adquire lucidez e torna-se tima.

    Abrem-se-lhe ento as perspectivas an-tes cerradas, e facultam-se-lhe as oportuni-dades de dilatao do campo intelecto-emocional, passando a vencer as seqelasdas existncias anteriores, ainda predomi-nantes no psiquismo, que se exteriorizam emforma de desarmonia.

    A desidentificao com os graves com-promissos que ainda o atormentam torna-sefactvel, mediante a impregnao com outrosideais e aspiraes mais abrangentes quoagradveis, que passam a povoar-lhe a pai-sagem mental.

    Nesse esforo, faz-se vivel o autoco-nhecimento, como primeiro tentame de cres-cimento psicolgico. A necessidade de tornara mente um espelho, e

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 85postar-se defronte dela desnudo, ina-

    divel. Somente atravs de um exame daprpria realidade, observando-se sem emo-o o que impede os sentimentos de au-tocompaixo como os de autopromoo, de

    justificao ou culpa consegue-se um re-trato fiel do que se , e do que cumpre fa-zer-se para mais amar-se e ajudar-se comosegmento imediato do esforo.

    Enquanto a criatura no se despoja dosartifcios com que se oculta, evitando desnu-dar-se em uma atitude infantil repressiva,qualquer tentame exterior para o progressoe a harmonia resulta incuo, quando se notorna perturbador.

    Ningum culpado conscientemente deser frgil, fragmentrio, ocorrncias naturaisdo processo de evoluo. No obstante, apermanncia na postura denota imaturidadepsicolgica ou manifestao patolgica docomportamento.

    Quando algum aspira por mudanaspara melhor, irradia energias saudveis, do

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 86campo mental, que contribuem para a reali-

    zao da meta. Atravs de contnuos esfor-os, direcionados para o objetivo, cria novoscondicionamentos que levam ao xito, comodecorrncia normal do querer. Nenhum mila-gre ou inusitado ocorre, nessa atitude queresulta do empenho individual.

    O autodescobrimento tem por finalidadeconscientizar a pessoa a respeito do que ne-cessita, de como realiz-lo e quando dar in-cio nova fase. Acomodada aos estados ha-bituais, no se d conta das incalculveispossibilidades que lhe esto ao alcance, bas-tando-lhe apenas dispor-se a desdobr-las.

    O auto-encontro pode ser logrado atra-vs da meditao reflexvel, do esforo parafixar a mente nas idias positivas, buscandosaber quem se , e qual a finalidade da suaexistncia corporal e do futuro que a aguar-da.

    Equipada de honesto desejo de eqacio-nar-se, a esfinge perturbadora atira-se aomar do discernimento e desaparece, deixan-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 87do o indivduo livre seguir, sem a maldita

    fatalidade de ser desditoso. A conscincia liberta-o das heranas pa-terno-maternais, produzindo o conhecimentolcido e benfico, que se torna filho capaz deconduzi-lo pelos caminhos da vida, sem aimposio caprichosa do deus-destino.

    Ao lado da meditao, encontra-se a a-o solidria no concerto social, que alargaas possibilidades no campo onde se movi-menta e promove o ser profundo, limpando-o dos caprichos do ego e liberando-o dasarbitrrias injunes limitadoras, angustian-tes.

    O intercmbio social com objetivos fra-ternais rompe as amarras do medo, dandooutra dimenso afetividade sem apego,sem paixo, sem desejo, sem neurose ,facultando a harmonia pessoal sem ansie-dade, sem conflito, sem culpa , ensejandosade mental e emocional indispensveis fsica.

    As condies do progresso e harmonia

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 88do eu real propem um estudo das virtudes

    evanglicas, uma releitura dos seus funda-mentos e posterior aplicao na condutapessoal.

    Amor indistinto, manifestando-se em to-das as expresses e comeando por si pr-prio, com segurana de propsitos, metas erealizaes, o passo inicial da fase nova, aolado do perdo liberador de ressentimentos,desgosto e inferioridade geradora de reaesde violncia ou de depresso com carterautopunitivo.

    Na viso transpessoal, o progresso e aharmonia so conquistas internas do serhumano, que se exteriorizam como entendi-mento da vida e atrao por ela, num empe-nho incessante de crescer e jamais cansarse,saturar-se ou desistir.O progresso fatalidade da vida, e aharmonia resulta da conscincia despertapara a conquista da sua plenificao.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 89TERCEIRA PARTE

    PROBLEMAS E DESAFIOS

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    xito e fracassoO estado normal da criatura o de sa-

    de, no qual o bem-estar e o equilbrio pro-porcionam clima respirvel de satisfao.

    Elaborada para um ritmo harmnico devida, a maquinaria fisiopsiquica obedece aautomatismos precisos, dos quais resultam asade e as disposies emocionais, para gal-gar-se patamares reais elevados nos proces-sos das aspiraes idealistas.

    Ser pensante, destaca-se a criatura naescala zoolgica, compreendendo os meca-nismos da vida e aplicando o conhecimentopara os logros da auto-realizao e da auto-plenificao que lhe constituem o pice dasade.Sade seria, portanto, um fenmeno na-tural. No fossem, do ponto de vista biopsi-colgico, as heranas genticas, os fatorespsicossociais, as ocorrncias familiares e oconvvio do lar, o ser no atravessaria os

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 91caminhos difceis dos distrbios e doenas

    perturbadoras.Considerado o ser apenas como umamquina, teramos a vida sem finalidade nemobjetivo, porqanto ele j nasceria sob osestigmas dos ancestrais no que diz respei-to s heranas genticas, ao lar condiciona-dor e sociedade no caso das distonias eanormalidades, das sndromes degenerativase dos fenmenos patolgicos vrios, que de-terminam as desgraas de uns, e, por outrolado, os propiciatrios para a felicidade, asade e a beleza de reduzida faixa dos de-mais.

    Sem dvida, tal colocao falha pela au-sncia de uma sustentao lgica, conside-rando todas as ocorrncias como proceden-tes do acaso fatalista e absurdo... A anlise transpessoal do ser concede-lhe dignidade causal e destinao final, me-diante a travessia do percurso que lhe cum-pre trilhar, gerando os meios felicitadores,ou desditosos, que so efeitos das suas rea-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 92lizaes precedentes.

    Passo a passo, desenvolvem-se os atri-butos da personalidade, ampliando-se oscontedos da individualidade e aprimoram-seas aptides latentes que so o germe dapresena divina em todos.

    Possuidor de recursos e potncias nodimensionadas, o ser desabrocha e crescesob as condies que lhe so inerentes, ca-bendo-lhe seguir o heliotropismo superiorque o leva sua destinao gloriosa.

    Impregnado pelas partculas e molculasmateriais que o vestem, enquanto reencar-nado, no raro a viso do xito apresenta-se-lhe distorcida, caracterizando-se como odeleite contnuo, resultante dos prazeres he-donistas que a posio social relevante e opoder poltico-econmico proporcionam, en-sej ando um prolongado desfrutar.

    Esquecendo-se da impermanncia detudo e da fugacidade do tempo pelo qualapenas transita, na sua dimenso de eterni-dade desgasta-se, envelhece, adoece e

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 93morre... O imprevisvel surpreende-o, e sur-

    gem-lhe a saturao, o desinteresse, os sen-timentos apaixonados e os frustrados, pro-porcionando desequilbrios interiores que seexpressaro em tormentos para si e para osoutros no inter-relacionamento pessoal.

    Na busca do xito, o ser, psicologica-mente imaturo, investe todos os valores, ena competio encontra o estmulo para gal-gar os degraus do destaque, descendo mo-ralmente, na escala dos padres, medidaque ascende na aparncia.

    Essa dicotomia de ocorrncias a in-terna e a externa resultar em infelicit-lo,perturbando-lhe o senso de avaliao e deconsiderao da realidade, talvez ferindoprofundamente a pessoa.

    Caa-se o xito como se fosse, na flo-resta humana, o objetivo essencial vida,confundindo-se triunfo de fora com realiza-o de harmonia interior.

    Denigre-se ento o adversrio, que noo sabe, tornado assim por estar frente ou

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 94mais alto; segue-se-lhe o passo, ocupando-

    lhe o lugar imediatamente inferior por eledeixado, at emparelhar-se-lhe e derrub-lo,assumindo-lhe a posio.

    Inevitavelmente, porque no permane-cem espaos vazios nos relacionamentoshumanos, enquanto, por sua vez ascende,deixa o degrau aberto que logo estar ocu-pado por aqueloutro que lhe ser o substitu-to.

    O triunfo de hoje o prlogo do desen-canto e das lgrimas de amanh; sorrisos setornaro esgares, e aplausos far-se-o ape-drejamentos, considerando-se, na populaohumana, as mesmas aspiraes e os equiva-lentes conflitos.

    A criatura so as suas necessidades.O psiclogo americano pragmatista, Wil-liam James, classificou os bitipos humanos

    em espritos fracos e fortes, enquanto Ernes-to Kretschmer, psiquiatra alemo, considerouas personalidades de acordo com a complei-o do indivduo em pcnico, ou pessoa re-

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 95donda; atltico, ou pessoa quadrada; e o

    astnico, pessoa delgada. Face a tal conclu-so, afirmou que h espritos esquizides eciclotmicos, enquanto Carlos Gustavo Jungos considerou introvertidos e extrovertidos.

    Em todos h uma nsia comum: os fra-cos fortalecerem-se, os ciclotmicos harmoni-zarem-se e os introvertidos exteriorizarem-se.

    As psicoterapias so aplicadas conformeas revelaes do inconsciente, arrancandodos arquivos do psiquismo os fatores quegeraram os traumas e determinaram os con-flitos, interpretando as ocorrncias dos so-nhos nos estados onricos e as liberaescatrsicas nas demoradas anlises.

    Nem sempre, porm, sero encontradasas matrizes de tais patologias, que estoprofundamente registradas no Esprito, comodecorrncia de condutas, de atividades, dossucessos das reencarnaes passadas.

    Somente a sondagem cuidadosa dos ar-canos do ser pretrito enseja o encontro das

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 96causas passadas, geradoras dos problemas

    atuais.Uma anlise transpessoal libera-o dostabus, inclusive, da viso distorcida da reali-dade, que deixa de ser a exclusiva expressoterrena, para transport-la para a vida imor-tal, precedente ao corpo e a ele sobreviven-te, demonstrando que o xito, o triunfo, ofracasso, o insucesso, no se apresentamconforme a proposta social imediatista, po-rm outra mais significativa e poderosa.

    Convm determinar-se que o xito mate-rial pode significar fracasso emocional, espiri-tual, e, s vezes, o insucesso, a aparentefalta de triunfo constitui a plena vitria sobresi mesmo, suas paixes e pequenezes, umaforma de opo para o crescimento interior,ao invs do empenho pelo amealhar de mo-edas e reunio de ttulos que no acalmamas emoes nem tranqilizam as ambies.

    Certamente, a criatura deve possuir edispor de recursos necessrios para uma vi-da saudvel, consentnea com o grupo social

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 97no qual se encontra. No entanto, o xito no

    pode ser medido em contas bancrias, pres-tgio na comunidade e destaque poltico. Damesma forma, no factvel definir-se porfracasso a ausncia desses trofus.

    Os homens e mulheres plenos, vitoriososde todos os tempos, venceram-se, completa-ram-se e, sem qualquer tipo de conflito, op-taram pela realizao interior, respeitandotodas as aspiraes e direitos dos demaisindivduos, porm, a eles prprios impondo-se a auto-realizao que lhes propiciou sa-de mesmo quando enfermos , felicidade

    embora perseguidos algumas vezes exito isto , a vitria no que anelavam,apesar de levados ao martrio.

    A viso transpessoal do xito e do fra-casso est nsita na pessoa interior, real, acriatura harmonizada consigo mesma, comas outras pessoas, com a natureza e a vida.

    xito encontro, enquanto fracasso domnio pelo ego.

    O xito gera paz, e o fracasso inquieta.

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    O Ser Consciente - Divaldo Pereira Franco 98 Auto-analisando-se, cada qual se desco-

    bre, assim dando-se c