Divaldo Pereira Franco - Plenitude (Espírito Joanna de Angelis)

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  • Plenitude- Joanna de Angelis ;(psicografado por Divaldo PereiraFranco. 13 ed. Salvador, BA: Livr.Espirita Alvorada, 2002.

    SumrioPlenitude 9 - Sofrimento 13 Anlise dosSofrimentos 21 Origens do Sofrimento31 Cessao do Sofrimento 43Caminhos para a Cessao doSofrimento 51 Altrusmo 67 Motivos deSofrimentos 79 Caminhos para a Sade85 Processo de Autocura 99 TerapiaDesobsessiva 113 Terapias Alternativas121 Sofrimento ante a Morte 129Sofrimento no Alm-Tmulo 137

  • Libertao do Sofrimento 147

    PlenitudeFilosofias pessimistas e doutrinasreligiosas arbitrrias estabeleceram quea vida sofrimento e que toda tentativapara a libertao dele resulta emmalogro lamentvel.

    Pensadores precipitados de ontem comode hoje, fiis ao diagnstico ignbil,propem o suicdio como soluo, aeutansia e o aborto como mecanismosde fuga para superar as situaesaflitivas e a pena de morte como recursopunitivo, em demonstrao de conduta

  • materialista rebelde e cida, na qual acrueldade assume papel preponderante.

    O utilitarismo e o hedonismo, sobre osquais constroem as suas aspiraes, soos responsveis pela ptica distorcidada realidade, de que desejam libertar-se.

    Certamente, o sofrimento faz parte davida, por ser mecanismo da natureza,atravs do qual o progresso intelecto-moral se expressa e consolida.

    O diamante bruto aguarda a lapidaopara fulgir como estrela luminosa.

    Os metais necessitam da altatemperatura, a fim de amoldarem-se

  • beleza e utilidade.

    A madeira experimenta os instrumentoscortantes para desempenhar os papisrelevantes a que est destinada.

    O rio cava o prprio leito por ondecorre. Igualmente, o Espirito necessitalapidar as arestas que lhe encobrem aluminosidade, e, para tal, o sofrimentose apresenta como ocorrncia normal,que o conhecimento e a fora de vontadeconseguem conduzir com equilbrio,alcanando a finalidade sublime a quese encontra destinado.

    O sofrimento, por outro lado, estvinculado sensibilidade de cada um,variando, portanto, e adquirindo

  • dimenses diversas. A dor do brutoapresenta-se asselvajada e perturbadora,explodindo em agressividade e loucura.O sofrimento do esteta e do santo seexpressa como anseio de libertao ecrescimento intimo.

    Atravessando as fases primrias davida, no seu mecanismo automtico deevoluo, o psiquismo amplia asaptides inatas e desenvolve os germesda perfeio nele jazentes, tornando-seherdeiro na etapa imediata dasexperincias anteriores.

    O sofrimento, em face das injunes deamargura e dor de que se reveste, vemmerecendo o mais amplo investimentohistrico de que se tem noticia,

  • objetivando-se a libertao dele e aplenitude da criatura.

    De Krishna a Buda, a Jesus, a AllanKardec, a viso religiosa e filosficasobre o sofrimento recebeu valiosascontribuies, que hoje, no esforo dosmodernos cientistas da sade holstica,parecem alcanar um grau maior deentendimento do homem e do seuinterrelacionamento com as foras vivasda natureza, refletidas na Ecologia,ensejando uma compreenso maior davida e da sua finalidade.

    Antecipando essa conduta hodierna, oEspiritismo vem conclamando o homempara o respeito a Deus, a si mesmo, ao

  • prximo, a todas as expresses vivas ouno que lhe constituem o ambiente emque est localizado, para aprender e serfeliz, assim adquirindo a sua plenitude.

    Considerando a problemtica humana,existente no prprio indivduo - odesconhecimento de si mesmo - e tendoem vista os urgentes fatores quedesencadeiam o sofrimento, arrastandomultides sandice, ao desalento, alucinao, s fugas inglrias pelosuicdio e pelos vcios, resolvemosaprofundar estudos em torno dele, orareunidos no presente livro, que trazemosao conhecimento do prezado leitor,interessado na soluo desse terrvelflagelo responsvel por incontveis

  • males, para uns, e bnos, para outros,possibilitando aos ltimos a ascenso ea glria...

    Analisamos alguns dos seus aspectos,conforme a viso budista e a crist, epropomos a soluo espirita, em razoda atualidade dos postulados queconstituem a Revelao do Consolador,convidando o homem aoautodescobrimento, vivnciaevanglica, ao comportamento lcidoadvindo do estudo e da ao iluminativana trilha da caridade fraternal.

    Confiamos que o nosso esforo ircontribuir para o esclarecimento dosnossos leitores, induzindo-os aquisio da plenitude, em paz e sade,

  • inteiramente livres do sofrimento,construindo o amor como fonte viva derealizao intima e geral.

    Esperando haver alcanado o objetivo aque nos propusemos, rogamos ao"Modelo e Guia da humanidade" nosabenoe e conduza.

    Salvador, 17 de outubro de 1990.

    Joanna de Angelis.

    "Senhor! Ajuda-me a transitar: da trevapara a luz; da mentira para a verdade; eda morte para a imortalidade."

    (Upanishads)

  • "Sente-se sozinho, em silncio. Baixe acabea, feche os olhos, respirepausadamente e imagine que estcontemplando o interior do seu corao.Transfira sua mente, seus pensamentosde seu corpo para seu corao. Quandoexpirar, diga: Senhor, tende piedade demim."

    (Gregrio do Sinai - Mosteiro do MonteAthos - Sculo XIV)

    I - SofrimentoO homem empenha-se, afanosamente,para vencer o sofrimento, que se lheapresenta como adversrio soez.

  • Em todas as pocas, ele vem travandouma violenta batalha para eximir-se dor, em continuas tentativas infrutferas,nas quais exaure as foras, o nimo e oequilbrio, tombando depois em maisgraves aflies.

    Passar inclume ao sofrimento agrande meta que todos perseguem. Pelomenos, diminuir-lhe a intensidade ouacalm-lo, de modo a poder fruir osprazeres da existncia em incessantesvariaes.

    Imediatista, interessa-lhe o hoje, semviso do porvir. Como efeito, osofrimento tem sido consideradovingana ou castigo divino, portanto,credor de execrao e dio.

  • Nas variadas mitologias, as figuras dedeuses invejosos quo despeitados,infligindo punies s criaturas ecomprazendo-se ante as dores quepresenciam, so a resposta ancestralpara o sofrimento na Terra.

    de alguma forma concordes com essasabsurdas conceituaes, estabelecerammtodos depuradores para a libertaodo sofrimento, que vo desde as maisbarbaras flagelaes - silcios,holocaustos, promessas e oferendas - aoascetismo mais exacerbado, procurandonegar o mundo e odi-lo, a fim de, comessas atitudes, acalmarem e agradaremaos deuses ou a Deus.

  • Paralelamente, o estoicismo, herdeiro dealguns comportamentos orientais, tentouimunizar o homem, estimulando-o a umaconduta de graves sacrifcios que, semembargo, desencadeadora desofrimento.

    Para liberar-se desse adversrio, acriatura impe-se outras formas de dor,que aceita racionalmente, por livreopo, no se dando conta do equivocoem que labora.

    A dor, porm, no uma punio. Antes,revela-se um excelente mecanismo davida a servio da prpria vida.

    Fenmeno de desgaste pelas alteraesnaturais da estrutura dos rgos -

  • medida que a energia se altera advm adeteriorao do invlucro material queela vitaliza - essa disjuno faz-seacompanhada pelas sensaesdesagradveis da angstia, desequilbrioe dor, conforme seja a rea afetada noindivduo.

    Desse modo, inevitvel a ocorrnciado sofrimento na Terra e nas reasvibratrias que circundam o planeta, nasquais se movimentam os seus habitantes.Ele faz parte da etapa evolutiva do orbee de todos quantos aqui estagiam,rumando para planos mais elevados.

    Na variada gnese do sofrimento, todoesforo para mitig-lo, sem a remoodas causas, no lograr seno paliativos,

  • adiamentos. Mesmo quando algumainjuno premie o enfermo com umasbita liberao, se a terapia noalcanou as razes que o desencadeiam,ele transitar de uma para outraproblemtica sem conseguir a sadereal.

    Isso porque, em todo processodegenerativo ou de aflio, o Espirito,em si mesmo, sempre o responsvel,consciente ou no. E, naturalmente, squando ele se resolve pela harmoniainterior, opera-se-lhe a conquista dapaz.

    Em tal situao, mesmo ocorrendo osprocessos transformadores da ao

  • biolgica, o sofrimento disso decorrenteno afeta a emoo nem se transformaem causa de danos. A semelhana deoutros automatismos fisiolgicos, aconscincia no lhe registra amanifestao.

    O sofrimento, portanto, pode e deve serconsiderado uma doena da alma, queainda se atm s sensaes e opta pelasdirees e aes que produzemdesequilbrio. Nessa fase, dos interessesimediatos, todo um emaranhado depaixes primitivas propele o ser nadireo do gozo, sem a tica necessriaou o sentimento de superior eleio, e oatira nos cipoais dos conflitos quegeram a desarmonia das defesas

  • orgnicas, as quais cedem invaso demicrbios e virus que lhes destroem aimunidade, instalando-se, insaciveis,devoradores.

    Da mesma forma, os equipamentosmentais hipersensveis desajustam-se,abrindo campo A instalao dasalienaes, das obsesses cruis.

    Por extenso, pode-se dizer que osofrimento no imposto por Deus,constituindo-se eleio de cada criatura,mesmo porque, a sua intensidade edurao esto na razo direta daestrutura evolutiva, das resistnciasmorais caractersticas do seu estgioespiritual.

  • a sensibilidade emocional que filtra ador e a exterioriza. Com ela reduzida, asagresses de toda ordem recebemresposta de violncia e agressividade.

    Nas faixas mais primitivas da evoluo,os fenmenos dor, desgaste,envelhecimento e morte, porque quasedestitudos os seres de raciocnio eemotividade,

    que ainda se lhes encontram em germe,seguem uma linha direcionalautomatista, na qual as excees atestamo trnsito da essncia psquica paraestgios mais elevados.

    Decorre disso que o sofrimento maiornas Areas moral e emocional, que

  • somente se encontram nos portadores demais alto grau de evoluo, desensibilidade, de amor, capazes deultrapassar tais condies, sobrepondo-se-lhes mediante o controle de que sefazem possuidores, diluindo naesperana, na ternura e na certeza davitria as injunes aflitivas.

    Fugir, escamotear, anestesiar osofrimento so mtodos ineficazes,mecanismos de alienao que postergama realidade, somando-se sempre com asobrecarga das complicaesdecorrentes do tempo perdido. Pelocontrrio, uma atitude corajosa deexamin-lo e enfrent-lo representavalioso recurso de lucidez com efeito

  • teraputico propiciador de paz.

    As reaes de ira, violncia e rebeldiaao sofrimento mais o ampliam, pelodesencadear de novas desarmonias emreas antes no afetadas.

    A resignao dinmica, isto , aaceitao do problema com uma atitudecorajosa de o enfrentar e remover-lhe acausa, representa avanado passo para asua soluo.

    de insuspeitvel significao positivao equilbrio mental e moral diante dosofrimento, o que se consegue por meiodo treinamento pela meditao, pelaorao, que defluem do conhecimentoque ilumina a conscincia, orientando-a

  • corretamente.

    Conhecer-se, na condio de Espiritoimortal em processo evolutivo medianteas experincias reencarnatrias,representa para o homem alta aquisiode valores para compreender,considerar e vencer o sofrimento, quefaz parte do modus operandi de todos osseres.

    Muitas pessoas advogam que osofrimento a nica certeza da vida,sem compreenderem que ele est narazo direta da conduta remota ouprxima mantida para cada qual.

    Pode-se dizer, portanto, que a suapresena resulta do distanciamento do

  • amor, que lhe o grande e eficazantdoto.

    Interdependentes, o sofrimento e o amorso mecanismos da evoluo. Quandoum se afasta, o outro se apresenta. Asvezes, coroando a luta, na reta final, ei-los que surgem simultaneamente, sem osdanos que normalmente desencadeiam.

    A historia dos mrtires atesta-nos alegitimidade do conceito.

    Acima de todos eles, porm, destaca-seo exemplo de Jesus, lecionando, peloamor, a vitria sobre o sofrimentodurante toda a Sua vida, principalmentenos momentos culminantes do Getsmaniao Glgota, e da ressurreio...

  • "Os fenmenos da vida podem sercomparados a um sonho, a um fantasma,a uma bolha, a uma sombra, a umaorvalhada cintilante at a um raioluminoso, e como tal deveriam sercontemplados."

    Buda (O Sutra Imutvel)

    II - Anlise dosSofrimentosBuda ensinava que a nica funo davida a luta pela vitria sobre osofrimento. Empenhar-se em super-lodeve ser a constante preocupao dohomem.

  • Aps tent-lo mediante o ascetismo maisaustero e as disciplinas mais rgidas, ojovem Gautama afastouse do monastriocom alguns candidatos desanimados efoi meditar calmamente, logrando aIluminao.

    Estabeleceu a teoria do 'caminho domeio' para alcanar a paz. Nem mais aausteridade cruel, nem as dissipaescomuns, mas o equilbrio da meditao.

    Voltou-se ento para a libertao doshomens e estabeleceu as quatro NobresVerdades: o sofrimento, suas origens, acessao do sofrimento e os caminhospara a libertao do sofrimento.

    Segundo as suas reflexes, o sofrimento

  • se apresenta sob trs formas diferentes:o sofrimento do sofrimento; o sofrimentoda impermanncia e o sofrimentoresultante dos condicionamentos.

    O sofrimento do sofrimento resultadodas aflies que ele mesmoproporciona.

    A dor macera os sentimentos,desencoraja as estruturas psicolgicasfrgeis, infelicita, leva a conclusesfalsas e estimula os estados de exaltaoemocional ou de depresso conforme aestrutura ntima de cada vitima.

    Apresenta-se sob dois aspectos: fsico emental, na imensa area das patologiasgeradoras de doenas. Nesse caso, o

  • sofrimento como uma doena eresultado dela.

    As doenas, porm, so inevitveis naexistncia humana, em razo daconstituio molecular do corpo, dosfenmenos biolgicos a que est sujeitonas suas incessantes transformaes.

    A abrangncia da ao da matria sobreo Espirito, particularmente nos estgiosmais primitivos, enseja sofrimentosconstantes em face das doenas fsicascontinuas e das distonias mentaisfreqentes.

    semelhana do buril agindo sobre apedra bruta e lapidando-a, as doenasso mecanismos buriladores para a alma

  • despertar as suas potencialidades ebrilhar alm do vaso orgnico que aencarcera.

    Nessa area, a cincia mdica alcanouum elevado patamar do conhecimento,debelando antigas enfermidades quedizimavam milhes de existncias ealucinavam multides.

    A lucidez do diagnstico, a habilidadecirrgica, a farmacopia rica e asdiversas terapias alternativas, tmcontribudo com um grande contingentede socorro para atender os enfermos.Embora os surtos peridicos de antigosmales e o surgimento de outros que aimprevidncia gera, essa conquistaexpressiva contribui para que tal

  • sofrimento seja atenuado.

    Na rea das psicopatologias a visohumana hoje mais benigna do que nopassado, considerando o enfermo mentalum ser humano, e como tal prossegue,ainda que momentaneamente tenhaperdido a identidade, o equilbrio, como direito de receber assistncia,oportunidade e amor.

    Multiplicaram-se, lamentavelmente,porm, os distrbios existenciais,comportamentais, na rea psicolgica,nascendo a chamada gerao neurticaperdida no mare magnum das vitimas dosexo em desalinho, das drogasalucinantes, da violncia e

  • agressividade urbanas, do cinismodesafiador.

    Os avanos tecnolgicos nobloquearam os corredores do desespero;a cultura hedonista, fria em relao aosvalores morais, e as guerras continuasfomentaram o medo, a insatisfao, odesespero, as fugas emocionais.

    A juventude insegura tornou-se-lhe agrande vitima a um passo da depresso,da loucura, do suicdio.

    Ao lado das diversificadas patologiasdesesperadoras do momento osfenmenos psicolgicos dedesequilbrio alastram-seincontrolveis.

  • A mole humana passou a sofrer o efeitodesses sofrimentos que segeneralizaram.

    A doena, todavia, resultado dodesequilbrio energtico do corpo emrazo da fragilidade emocional doEspirito que o aciona. Os virus, asbactrias e os demais microorganismosdevastadores no so os responsveispela presena da doena, porquanto elesse nutrem das clulas quando se instalamnas reas em que a energia se debilita.Causam fraqueza fsica e mental,favorecendo o surgimento da doena,por falta da restaurao da energiamantenedora da sade. Osmedicamentos matam os invasores, mas

  • no restituem o equilbrio como sedeseja, se a fonte conservadora noirradia a fora que sustenta o corpo.

    Momentaneamente, com a morte dosmicrbios, a pessoa parece recuperada,ressurgindo, porm, a situao, em outroquadro patolgico mais tarde.

    A conduta moral e mental dos homens,quando cultiva as emoes dairritabilidade, do dio, do cime, dorancor, das dissipaes, impregna oorganismo, o sistema nervoso, comvibraes deletrias que bloqueiamreas por onde se espraia a energiasaudvel, abrindo campo para ainstalao das enfermidades, graas proliferao dos agentes virticos

  • degenerativos que ali se instalam.

    Quase sempre as terapias tradicionaisremovem os sintomas sem alcanarem ascausas profundas das enfermidades.

    A cura sempre provm da fora daprpria vida, quando canalizadacorretamente.

    As tenses fsicas, mentais e emocionaisso, igualmente, responsveis pelasdoenas - sofrimento que gerasofrimento.

    O homem, desde as suas origens sociais,aprende a ter medo, a conservar mgoas,a desequilibrar-se por acontecimentosde somenos importncia, desarticulando

  • o seu sistema energtico. Passa de umaborrecimento para outro, cultivandovirus emocionais que facultam ainstalao dos outros, degenerativos,responsveis pelo agravamento das suasdoenas.

    Os condicionamentos, as idiaspessimistas, as crenas absurdas, asaes vexatrias so responsveis pelastenses que levam desarmonia.

    Evitando essas cargas, o sistemaenergtico-imunolgico liberar dedoenas o indivduo, e a sua vidamudar, passando a melhorar o seuestado de sade.

    As causas profundas das doenas,

  • portanto, esto no indivduo mesmo, quese deve auto-examinar, autoconhecer-sea fim de liberar-se desse tipo desofrimento.

    De imediato h o prazer que gerasofrimento. O cotidiano demonstra que abusca insacivel do prazer constitui umtormento que aflige sem compensao.Quando se tem a oportunidade de frui-lo, constatase que o preo pago foimuito alto e a sensao conseguida norecebeu retribuio correspondente.

    Ademais, h aquisies queproporcionam prazer em um momentopara logo se transformarem em doresacerbas. E o responsvel por esseresultado a iluso. A maioria dos

  • sofrimentos decorre da forma incorretapor que a vida encarada. Na suatransitoriedade, os valores reaistranscendem ao aspecto e motivaoque geram prazer.

    Esse o sofrimento da impermannciadas coisas terrenas. Esfumam-se comopalha ao fogo, atiado pelo vento, logose transformando em cinza flutuando noar.

    Para conseguir desfrutar de determinadoprazer o indivduo investe alm daspossibilidades, constatando, depois,quantas dificuldades tem a enfrentarpara manter essa conquista. A luta parapossuir um automvel ltimo modelo

  • expe-no a compromissos pesados parao futuro. A imaginao estimula-o com ailuso da posse para averiguar, passadoo prazer, que no tem condies parapreservar o veiculo adquirido, ou osmoveis, ou a residncia, enfim, tudoquanto impernnanente e brilha comatrao apenas por um dia...

    Medidas as possibilidades semsacrifcios, factvel constatar at ondepode aventurar-se, sem os riscos desofrer dores e arrependimentos tardios.

    Essa viso correta, realista, que seadquire da existncia, emoldura-a deharmonia. No entanto, a fantasiainjustificada responde pelo choqueinevitvel com a realidade.

  • Certamente, a cautela nas decises nose pode converter em medo de agir, emcultivo de pessimismo para o futuro. Soa ambio irrefreada, a precipitao, afalta de controle, que abrem espaosemocionais para o prazer que gera dor.

    A esto os vcios sociais e moraisestiolando vidas, produzindo a lassidodos sentidos e, a mdio, curto ou longoprazo conduzindo A loucura, aoautocidio. So alguns deles o inocentecigarro de exibio no grupo socialcomo afirmao da personalidade,eliminao de tabu, respondendo porgraves problemas respiratrios,cnceres, enfisemas pulmonares; o

  • prazer etlico gerador de ressacastormentosas, cirroses hepticas, lcerasgstricas e duodenais, distrbiosintestinais e outros, alm dasalucinaes que levam A violncia, depresso, destruio de outras vidase tudo quanto caro, precioso, comresultados funestos; as drogas, queescravizam, iniciando-se asdependncias nas primeiras tentativasque parecem proporcionar o prazer,estimulando a alegria, a coragem, arealizao, vitrias fugidias sobre osfortes conflitos psicolgicos, logo seconvertendo em desgraas, As vezes,irremediveis...

    O engano de considerar-se invencvel,

  • superior, provando o desconhecimentoda fragilidade e da impermanncia doconjunto que o constitui, especialmentede seu corpo, faculta, ao ser, prazermentiroso, que o desperta sob grandesofrimento.

    Ningum escapa As conjunturas queconstituem a vida. Programada de formaa educar e fortalecer, seus aprendizesno a podem burlar indefinidamente.

    Enfrentar as vicissitudes e superar osvalores indicativos de prosperidade, deprazer injustificvel, eis como poupar-se ao sofrimento. certo que um nmerosignificativo de prazeres se apresenta,sem riscos de converter-se em fatorafligente.

  • O sofrimento, portanto, quando se temdele conscincia, facilmente evitvel.

    O sofrimento resultante docondicionamento abarca a educaoincorreta, a convivncia social poucosaudvel, que propiciam agregadosfsicos e mentais contaminados.

    A escala de valores, para muitosindivduos, apresenta-se invertida, tendopor base o imediato, o arriscado, ovulgar e o promscuo, o podertransitrio, a fora, como relevantespara a vida. Os seus agregados, sobaltas cargas de contaminao, produzemsofrimentos fsicos e mentaisduradouros.

  • As festas ruidosas atraem a ateno, ascompanhias jovens e irresponsveisdespertam interesse, as conversaeschulas produzem galhofa, que sosatisfaes de um momento,responsveis por sofrimentos de largoporte.

    Ao mesmo tempo, a contaminaopsquica e fisica, derivada doscondicionamentos doentios dos grupossociais e dos indivduos, promovesofrimentos que poderiam ser evitados.

    A irradiao mrbida de uma pessoaenviando a outra energia negativa,termina por contamin-la, caso esta nopossua fatores defensivos, reagentes,que procedam da sua conduta mental e

  • moral edificante.

    O homem vive na Terra sob a ao demedos: da doena, da pobreza, dasolido, do desamor, do insucesso, damorte. Essa conduta resultado de seudespreparo para os fenmenos normaisda existncia, que deve encarar comoprocesso da evoluo.

    Herdeiro da prpria conscincia, tambm legatrio dos atavismos sociais,dos hbitos enfermos, entre os quais sedestacam esses pavores que resultamdas supersties, desinformaes eiluses ancestrais, tornando oscondicionamentos perturbadores.

    Absorvendo e impregnando-se desses

  • tatores negativos, os sofrimentosapresentam-se-lhe inevitveis,produzindo distrbios psicolgicos,mentais e fisicos por somatizaoautomtica.

    A educao calcada nos valores ticos-morais, nocastradora, que estimule aconscincia do dever e daresponsabilidade do indivduo para comele prprio, para com o seu prximo epara com a vida, equipa-o de sadeemocional e valor espiritual para otransito equikibrado pela existnciafsica. Esse conhecimento prepara-opara que saiba selecionar o que lhe til e saudvel, ajudando-o nocrescimento interior para a sua

  • realizao pessoal. Enquanto estediscernimento no se transformar emfora canalizadora para o seu bem, oindivduo experimentara o sofrimentoresultante do condicionamento, que lheadvm dos agregados fsicos e mentaiscontaminados. "Os sofrimentos devidosa causas anteriores existnciapresente, como os que se originam deculpas atuais, so muitas vezes aconseqncia da falta cometida, isto , ohomem, pela ao de uma rigorosajustia distributiva, sofre o que fezsofrer aos outros."

    (O Evangelho Segundo o Espiritismo, deAllan Kardec, 52a edio, FEB, Cap.V,item 7.)

  • III - Origens doSofrimentoAinda segundo o budismo, as origens dosofrimento se apresentam por meio decondies internas e externas, resultandoda outras duas ordens: as carmicas e asemoes perturbadoras.

    Indubitavelmente, conforme acentua aDoutrina Espirita, o homem a sntesedas suas prprias experincias, autor doseu destino, que ele elabora mediante osimpositivos do determinismo e do livre-arbtrio.

    Esse determinismo - inevitvel apenas

  • em alguns aspectos: nascimento, morte,reencarnao - estabelece as linhasmatrizes da existncia corporal,propelindo o ser na direo da suafatalidade ltima: a perfeio relativa.Os fatores que programam as condiesdo renascimento do corpo fsico so oresultado dos atos e pensamentos dasexistncias anteriores. Ser feliz quantoantes ou desventurado por largo tempodepende do livre-arbtrio pessoal. Aopo por como e quando agir libera oEspirito do sofrimento ou agrilhoa-o nassuas tenazes.

    A vida so os acontecimentos de cadainstante a se encadearemincessantemente. Uma ao provoca uma

  • correspondente reao, geradora denovas aes, e assim sucessivamente.

    Desse modo, o indivduo o resultadodas suas atividades anteriores. Nemsempre, porm, se lhe apresentam essesefeitos imediatamente, embora isso noo libere dos atos praticados.

    possvel que uma experinciafracassada ou danosa, funesta ouprejudicial se manifeste a outras pessoascomo ao seu autor por meio dosresultados, aps a prxima ou passadasalgumas reencarnaes. Essesresultados, no entanto, chegaro deimediato ou em mais tardio tempo. Ocerto que viro em busca da reparaoindispensvel.

  • Da mesma forma, as construes do bemse refletiro no comportamento posteriordo indivduo, sem que, necessariamente,tenham carter instantneo. O fatortempo, na sua relatividade, desomenos importncia.

    Portanto, os sofrimentos humanos denatureza crmica podem apresentar-sesob dois aspectos que secomplementam: provao e expiao.Ambos objetivam educar e reeducar,predispondo as criaturas ao inevitvelcrescimento intimo, na busca daplenitude que as aguarda.

    A provao a experincia requerida ouproposta pelos Guias espirituais antes

  • do renascimento corporal do candidato,examinadas as suas fichas de evoluo,avaliadas as suas probabilidades devitria e os recursos ao seu alcance parao cometimento. Apresenta-se comotendncias, aptides, limites epossibilidades sob controle, doressuportveis e alegrias sem exagero, quefacultem a mais ampla colheita deresultados educativos. Nada imposto,podendo ser alterado o calendrio dasocorrncias, sem qualquer prejuzo paraa programao iluminativa do aprendiz.

    No mapa dos compromissos, nofiguram as injunes mais aflitivas nemas conjunturas traumatizantesirreversveis.

  • As opes de como agir multiplicam-sefavoravelmente, de forma que, havendoarestas a aplainar, esse trabalho noimpe uma ao imediata pelosofrimento.

    A ao do amor brinda o ser comexcelentes ensanchas de alterar paramelhor o seu desempenho e as suasatividades, constituindo-lhe suportveisprovas o malogro de alguma aspirao,o desafio ante algumas metas que lheparecem inalcanAveis, as dores dosprocessos de desgaste orgnico emental, sem as quedas profundas noscalabouos das paralisias, dasalienaes, das doenas irrecuperveis.

    Se tal suceder, ainda poderemos

  • catalogar como escolha pessoal, poracreditar o candidato ser esse o meiomais eficaz para a sua felicidadeprxima, liberando-se da canga rude dainferioridade moral.

    Podr-se- identificar essa providencialescolha, na resignao e coragemdemonstradas pelo educando e atmesmo na sua alegria diante dasocorrncias dolorosas.

    As provaes se manifestam, dessaforma, de maneira suave, lenificadora noseu contedo e abenoada nas suasfinalidades. Sem o carter punitivo,educam de forma consciente, incitandoao aproveitamento da ocasio em forma

  • eficiente e mais lucrativa, com o queequipam aqueles que as experimentam,para que se convertam em exemplos,apstolos do amor, do sofrimento,missionrios do bem, mrtires dosideais que esposam, mesmo que noanonimato dos testemunhos, sempre setornando modelos dignos de serimitados por outras pessoas.

    As provaes mudam de curso,suavizando-se ou agravando-seconforme o desempenho do Espirito.

    A eleio de certas injunes maisdifceis no processo evolutivorepresenta um ato de sabedoria, tendo-seem vista a rapidez da existnciacorporal e os benefcios auferidos que

  • so de durao ilimitada.

    Considerando-se a vida sob o ponto devista causal, das suas origens eternas, asocorrncias na esfera fsica so debreve durao, no se alongando maisdo que um curto perodo que,ultrapassado, deixa as marcasdemoradas de como foram vivenciadas.Valem, portanto, quaisquer empenhos,os sacrifcios, as provas e testes querecompem os tecidos dilacerados daalma, advindos das anteriores atitudesinsensatas.

    Toda aprendizagem prope esforo paraser assimilada e toda ascenso exige ocontributo da persistncia, da fora e do

  • valor moral.

    Os compromissos negativos, pois,ressurgem no esquema da reencarnaocomo provaes lenificadoras, que oamor suaviza e o trabalho edificanteconsola.

    As expiaes, todavia, so impostas,irrecusveis, por constiturem amedicao eficaz, a cirurgia corretivapara o mal que se agravou.

    Semelhante ao que sucede na rea civil,o delinquente primrio tem crdito quelhe suaviza a pena e, mesmo ante osgravames pesados, logra certa liberdadede movimento sem a ter totalmentecerceada. O reincidente convidado

  • multa e priso domiciliar, conforme ocaso, no entanto, aquele que no secorrige conduzido ao regimecarcerrio e, diante de leis maisbrbaras, morte infamante.

    Guardadas as propores, nos primeiroscasos, o infrator espiritual conduzido aprovaes, enquanto que, na ltimahiptese, expiao rigorosa. Porque oamor de Deus vige em todas as Suasleis, mais justas do que as dos homens,seja qual for o crime, elas objetivamreeducar e conquistar o revel, no omatando, isto , no o extinguindo.Jamais intentam vingar-se do alucinado,antes buscam recuper-lo, porque todosso passveis de reabilitao.

  • O encarceramento nas paresias,limitaes orgnicas e mentais, asparalisias, as patologias congnitas sempossibilidade de reequilbrio, certostipos de loucura, de cnceres, deenfermidades degenerativas setransformam em recurso expiatrio parao infrator reincidente que, noeducandrio das provaes, maisagravou a prpria situao, derrapandopara os abismos da rebeldia e daalucinao propositais. Entre esses,suicidas premeditados, homicidas frios,adlteros contumazes, exploradores devidas, vendedores de prazeres viciosos,tais como as drogas alucingenas, osexo, o lcool, os jogos de azar, achantagem e muitos artigos da crueldade

  • humana catalogados nos EstatutosDivinos.

    Cada ser vive com a conscincia queestrutura. De acordo com os seuscdigos, impressos em profundidade naconscincia, recolhe as ressonnciascomo experincias reparadoras oupropiciatrias de libertao.

    HA, em nome do amor, casos deaparentes expiaes - seres mutilados,surdos-mudos, cegos e paralisados,hansenianos e aidticos, - entre outros,que escolheram essas situaes paralecionarem coragem e conforto moralaos enfraquecidos na luta e desolados naredeno.

  • Jesus, que nunca agiu incorretamente, o exemplo mximo.

    Logo aps, Francisco de Assis, queelegeu a pobreza e a dor para ascendermais, no expurgava dbitos, antesdemonstrava-lhes a grandiosidade dosbenefcios. Helen Keller, Steinmetz emuitos outros heris de ontem como dehoje so lies vivas do amor em formade abnegao, convidando felicidade eao bem.

    As expiaes podem ser atenuadas, no,porm, sanadas.

    Enquanto as provaes constituem formade sofrimento reparador que promove,as expiaes apenas restauram o

  • equilbrio perdido, reconduzindo odelituoso situao em que seencontrava antes da queda brutal.

    Transitam, ainda, na Terra, portadoresde expiaes que no trazem aparnciaexterior. So os seres que estertoram emconflitos cruis, instveis e insatisfeitos,infelizes e arredios, carregando dramasntimos que os estiolam, afligindo-ossem cessar. Podem apresentar aparnciaagradvel e conquistar simpatia, semque se liberem dos estados interioresmortificantes.

    A conscincia no perdoa, no queconcerne a deixar no olvido o crimeperpetrado. O seu perdo se expressamediante a reabilitao do infrator.

  • As origens do sofrimento esto sempre,portanto, naquele que o padece, norecndito do seu ser, nos painisprofundos da sua conscincia.

    Ao lado das origens crmicas dosofrimento, surgem as causas atuais,quando o homem o busca mediante airresponsabilidade, a precipitao, aprevalncia do egosmo que o incita escolha do melhor para si em detrimentodo seu proximo. Essa atitude se revelaem forma de emoes perturbadoras,que o aturdem na rea das aspiraes ese condensam em formas de aflio.

    As emoes perturbadoras galvanizam ohomem contemporneo, mais do que o

  • de ontem, em razo dos conflitospsicossociais, socioeconmicos,tecnolgicos e outros... Os impulsos elutas que induzem o indivduo A perdada individualidade, escravizando-o aospadres de convenincia vigente, sorelevantes como desencadeadores desofrimento.

    Tambm a perda do senso de humortorna a criatura carrancuda e artificial,gerando emoes perturbadoras.

    A ausncia da liberdade pelasconstries de toda ordem igualmenteproporciona sofrimento.

    Esses fenmenos psicolgicos, nocampo do comportamento, propiciam

  • emoes afligentes tais como: o desejo,o ofuscamento, o dio, a frustrao.

    Porque no sabe distinguir entre oessencial e o suprfluo, o que convm eaquilo que no licito conseguir, ohomem extrapola nas aspiraes eatormenta-se pelo desejo malconduzido,ambicionando alm das possibilidades etransferindo-se de uma para outra formade amargura.

    O desejo um corcel desenfreado queproduz danos e termina por ferir-se, nasua correria insana.

    A primeira demonstrao de lucidez eequilbrio da criatura a satisfao antetudo quanto a vida lhe concede. No se

  • trata de uma atitude conformista, sem aambio racional de progredir, mas,sim, de uma aceitao consciente dosvalores e recursos que lhe chegam,facultando-lhe harmonia interior e bem-estar na Area dos relacionamentos, nogrupo social no qual se situa.

    Toda vez que o desejo exorbita, gerasofrimento, em razo de tornar-se umaemoo perturbadora forte, quedesarticula as delicadas engrenagens doequilibria

    Narra-se que a infelizmente clebreMessalina, aps uma larga noite dedesejos e orgia, foi interrogada porCludio, ao amanhecer, igualmenteaturdido: - "Ests satisfeita?" Ao que ela

  • teria redargido: "No; cansada!"

    Febre voraz, o desejo faz arder asenergias, aniquilando-as. Sempre setransfere de uma para outra area, porconduzir o combustvel da insatisfao.Males incontveis se derivam da suacanalizao equivocada, em face dassuas nascentes no egosmo, este cancerdo Espirito, responsvel por danoscontinuos no processo da evoluo doser.

    Mesmo na realizao edificante, odesejo tem que ser conduzido comequilbrio, a fim de no impornecessidades que no correspondem arealidade. O ideal do bem, o esforo por

  • consegui-lo expressam-se de formasaudvel quo gratificante, tornando-seestimulo para o desenvolvimentoconstante dos germes que dormem nacriatura, aguardando a ecloso dosfatores que lhes so propiciatrios.

    Como o efeito do desejo, o ofuscamento,que decorre da presuno e do orgulho, causa de sofrimentos, em razo doemaranhado de raizes na personalidadedo homem ambicioso e deslumbrado,como Narciso ante a prpria imagemrefletida no lago.

    As iluses da prosperidade econmica esocial, cultural e poltica induzem oinsensato ao ofuscamento, porpermitirem-lhe acreditar-se superior aos

  • demais, inacessvel ao prximo,colocando barreiras no relacionamentocom as outras pessoas que lhe pareamde menor status, qual se estas lheameaassem a situao de destaque.Ignoram os fenmenos biolgicosinevitveis da enfermidade, velhice emorte, ou anestesiam a conscincia parano pensarem nas ocorrncias doinsucesso, da mudana de situao, dassurpresas do cotidiano.

    Todos esses fatores so motivos desofrimento, quando se pretende manter aposio de relevo, quan- do se temeperd-la e quando isso acontece.

    O ofuscamento desgoverna inumerveis

  • existncias que se permitem as fantasiasdo trnsito orgnico, sem a claridadeque discerne entre as reais e asfalaciosas metas da vida.

    Na mesma trilha, ressalta o domnio dodio nas paisagens dos sofrimentoshumanos. As suas irradiaesdestrutivas comburem as energias dequem o sustenta, enquanto, muitas vezes,atingem aqueles contra quem se dirigem,caso permaneam distrados dosdeveres relevantes ou em faixas mentaisequivalentes.

    Loucura do amor no atendido, o diorevela a presena predominante dosinstintos agressivos vigentes,suplantando os sentimentos que devem

  • governar a vida.

    Jamais havendo motivo que lhejustifique a existncia, o dio responsvel pelas mais torpescalamidades sociais e humanas de quese tem conhecimento.

    Quando se instala com facilidade,expande as suas raizes como tenazesvigorosas, que estrangulam a razdo,transformando-se em agressividade eviolncia, em constante manifestao.

    Em determinados temperamentos, qualuma chispa insignificante em um montede feno, produzindo um incndiodevorador. Por motivo de somenosimportncia, explode e danifica em

  • derredor.

    O dio causador de muitossofrimentos. Todo o empenho deve serenvidado para desarticul-lo onde seapresente e instale; sem esse trabalho,ele se irradia e infelicita.

    Pestilencial, ele contamina comfacilidade, travestindo-se de irritao,ansiedade, revolta e outros danososmecanismos psicolgicos reagentes.

    A frustrao, por sua vez, responde porsofrimentos que seriam evitveis, nofossem as exageradas esperanas dohomem, as suas confusas idias deautomerecimento, que lhe infundemcrenas falsas nas possibilidades que

  • no lhe esto ao alcance.

    Porque se supe credor de ttulos queno possui, a criatura se frustra,entregando-se a reaes inesperadas dedepresso ou clera, fugindo da vida ouatirando-se, rebelde, contra ela e os seusvalores.

    Quando o homem adquire a medida dopouco ou quase nenhum merecimentopessoal, equipa-se de harmonia e f, decoragem e paz para enfrentar asvicissitudes e super-las, nunca sepermitindo malograr nosempreendimentos. Se esses nooferecem os resultados desejados, como natural, insiste, persevera, at aconstatao de que outro deve ser o

  • campo de atividade a desenvolver ou atreceber a resposta favorvel do trabalhoenvidado.

    O amor o antdoto para todas as causasdo sofrimento, por proceder do DivinoPsiquismo, que gera e sustenta a vida emtodas as suas expresses.

    Luarizado pelo amor, o homem discerne,aspira, age e entrega-se em confiana,irradiando energia vitalizadora, graas qual se renova sempre e altera paramelhor a paisagem por onde semovimenta.

    O amor sempre o conselheiro sbio emqualquer circunstncia, orientando comeficincia e produzindo resultados

  • salutares, que propelem ao progresso e felicidade.

    Na raiz de qualquer tipo de sofrimentosempre ser encontrado como seu autoro prprio Espirito, que se conduziuerroneamente, trocando o mecanismo doamor pela dor, no processo da suaevoluo.

    A fim de apressar a recuperao, eis quese inverte a ordem dos acontecimentos,sendo a dor o meio de lev-lo de voltaao amor, por cuja trilha se faz pleno. "Ohomem tem de lutar com o problema doSOfriMento. O oriental quer livrar-se dosofrimento, expulsando-o;

    o ocidental procura suprimi-lo com

  • remdios. Mas o sofrimento precisa sersuperado, e o nico meio de superlo suportando-o. Aprendemos isso somentecom Ele (

    Cristo Crucificado)."

    Carl Gustav Jung (Letters) PrincetonPrinceton University Press, 1973-vol.1,p.236.

    IV Cessao doSofriMentoNa condio de enfermidade, osofrimento, para ser curado, encontradiversos meios eficazes. Alguns o

  • atenuam, outros so incuos, e raros seapresentam como de eficinciaincontestvel.

    A cura real, porm, somente seconcretizar se a terapia extirpar-lhe ascausas. Enquanto no se extingam assuas fontes geradoras, ele se manifestarinevitavelmente.

    Desde que o mau uso da razo o origina, indispensvel agir no fulcro do seudesencadeamento, de modo a fazercessar a energia que o aciona e vitaliza.

    Nos reinos irracionais, nos quais osofrimento resulta do fenmenoevolutivo atravs do desgaste naturaldas formas por desestruturao das

  • molculas e clulas, o concurso do amorhumano atenua-lhe a intensidade,alterando o campo e proporcionandolenitivo de equilbrio ou sade.

    O homem, que pensa, responsvel pelapreservao da vida, que se manifestaem outros matizes e faz Parte doconjunto que lhe sustenta a existncia,possibilitando a evoluo de todos osseres e princpios vitais.

    Desse modo, os atentados e adesconsiderao ecologia se refletemna vida humana, qual ocorre com suapreservao e cuidados. So as aesrespondendo pelos seus efeitos.

    A fim de que se possa fazer cessar o

  • sofrimento, torna-se imprescindvel aaquisio de uma conscinciaresponsvel, capaz de remontar-lhe sorigens, analis-las e trabalh-las comdirecionamento adredemente planejado.

    A educao do pensamento, a disciplinados hbitos e a segurana das metas soos recursos hbeis para o logro, sem osquais as terapias e tcnicas se tornampaliativas, sem resultaremsolucionadoras.

    Em alguns casos o sofrimento, em simesmo, ainda a melhor terapia para oprogresso humano. Enquanto sofre, ohomem menos se compromete,demorando-se em reflexo, de ondepartem as operaes de reequillbrio.

  • comum a mudana de comportamentopara pior, quando diminuem os fatoresafligentes. Uma sede decomprometimento parece assaltar oindivduo imaturo, que parte para futurassituaes penosas, complicando osparcos recursos de que dispe. Dessemodo, a durao do sofrimento muitocontribui para uma correta avaliaodos atos a que ele se deve entregar.Porque se origina no primitivismopessoal, pensamentos e aesreprochveis induzem-no a umaexistncia infeliz, da qual se libertasomente quando se resolve por escalar amontanha do esforo direcionado para aevoluo, a serenidade, a harmonia,trabalhando os metais grosseiros da

  • individualidade e moldando-os no calordo sacrifcio.

    Sem esse, no h elevao moral, nemcompreenso das finalidades daexistncia terrena.

    Insculpidas na conscincia, as DivinasLeis propelem a realizao do bem quejaz em germe.

    A demora pela definio resultado deum perodo normal para oamadurecimento que faculta eleger o quedeve, daquilo que no convm realizar.

    A cura de uma enfermidade impe aextino das suas causas. Algum quehaja sido mordido ou picado por uma

  • spide ou um inseto venenoso deve, deinicio, bloquear, mediante garrote, aexpanso do txico, para combat-lodepois.

    Diante de uma pessoa que foi atingidapor uma seta envenenada, recomendaantiga sabedoria hindu, arranca-se-lhe aflecha primeiro, para depois tomar-seoutra providncia qualquer.

    As setas morais venenosas, cravadas nocerne da alma, enquanto no sejamretiradas, continuam resistindo aosantdotos aplicados nos seus danos, porprosseguirem contaminando suasvitimas.

    Educar a mente, disciplinando a

  • vontade, constitui o passo inicial paraextirpar as causas das aflies,infundindo responsabilidades atuais,geradoras, por sua vez, de novosresultados saudveis, para propiciaremo futuro bem-estar a que se est fadado.

    A recomendao de Jesus sobre o amor de eficcia incontestvel, por ser, essesentimento, gerador de valoresresponsveis pela felicidade humana. Oamor dulcifica o ser e incita-o satitudes edificantes da vida. Mediante asua vigncia, pensa-se antes de tomar-sedecises, considerando-se quais as queso mais compatveis com a tica e osanseios do prprio corao. Jamaisdesejando para o seu prximo o que no

  • gostaria de experimentar, assumem-secompromissos de prosperidade, semprejuzo de natureza alguma para si oupara os outros.

    A prpria lucidez gerada pelo amorinduz ao perdo indiscriminado paratodas as pessoas, por conseqncia,para si mesmo.

    O olvido do mal, com abandono depropsitos de vingana, inadivel paraalgum liberar-se de expressiva soma desofrimentos. As idias deprimentes,acalentadas como resultados doressentimento ou do desejo deretribuio malvola, geramenfermidades que dilaceram os tecidosorgnicos e desconsertam os

  • equipamentos emocionais. Enquantovigem, demoram-se os sofrimentosdominadores.

    Por sua vez, o remorso e oarrependimento das aes infelizes, atristeza e os desgostos delas derivadosconstituem fatores mentais dissolventesque se instalam nas engrenagens daalma, provocando distrbiospsicolgicos, fsicos e morais dedemorado curso.

    O perdo para as faltas alheias luariza apaisagem intima, clareando as sombrasda angstia insistente que bloqueia aalegria de viver, produzindo sofrimentosinjustificveis.

  • Cerrada a porta de uma afeio,agredido por um amigo oudesconhecido, deve-se sempre seguiradiante no rumo das outras, dasinmeras portas abertas que nosaguardam, e da compreenso fraternalpara com o revel, considerando-o umenfermo ignorante do mal que oconsome.

    A vida so as incessantes oportunidadesque surgem pela frente, jamais osinsucessos que ocorreram no passado.

    Assim, libertar-se do acontecimentonegativo, qual madeira podre que searremessa nas Aguas do rio doesquecimento, atitude de saudvelsabedoria.

  • Tal comportamento credencia o homema ser perdoado pelo seu irmo, que olibera do pagamento dos seus momentosinfelizes, no irradiando contra elepensamentos destrutivos - idiasanestesiantes - que sempre soassimilados pelo fenmeno da sintoniamediante a conscincia de culpa.

    Quando algum se liberta do lixomental, acumulado pela ignorncia epela futilidade, comea o seurestabelecimento espiritual, e toda umaatividade nova se lhe apresentafavorvel, abrindo-lhe espao para asade.

    Nesse grupo de tentames edificantes est

  • o autoperdo.

    Considerando a prpria fragilidade, oindivduo deve conceder-se aoportunidade de reparar os malespraticados, reabilitando-se perante simesmo e perante aqueles a quem hajaprejudicado.

    A perfeita conscincia do autoperdono se apia em mecanismos de falsatolerncia para com os prprios erros,que seria negligncia moral, conivnciae imaturidade, antes representa umaclara identificao de crescimentomental e moral, que propiciadirecionamento correto dos atos para asade pessoal e geral.

  • O arrependimento, puro e simples, seno acompanhado da ao reparadora, to incuo e prejudicial quanto a faltadele.

    Assim, o complexo de culpa igualmente danoso, porque nosoluciona o mal praticado, sendo,ademais, responsvel pelo agravamentodos seus maus resultados.

    O autoperdo compreende a posiomental a respeito do erro e a satisfaointima ante a possibilidade deinterromper o curso dos males causados,como arrancar-lhes as raizes encravadasem quem lhes padece a constrio.

    Ser possvel lograr o cometimento por

  • meio de uma anlise meticulosa dosfatores que levaram ao reprochvel,examinando outras alternativas que noforam utilizadas e que no teriamproduzido efeitos negativos, para depoispredispor-se a oportuna reconsideraoda atitude, liberando-se dadesconfortvel injuno de culpaconflituosa.

    Se, ante a resoluo de auto-renovao,no se encontra a receptividade porparte da vitima, no constitua, estarecusa, um novo motivo para atrito,seno estimulo para continuar-se com opropsito salutar, revestindo-se de maispacincia e tolerncia, a fim deenfrentar-se a reao do outro,

  • igualmente enfermo e sem disposio,por enquanto, para liberar-se do mal queo entorpece.

    O autoperdo ajuda o amadurecimentomoral, porque propicia clara viso daresponsabilidade, levando o indivduo acuidadosas reflexes antes de tomaratitudes agressivas ou negligentes,precipitadas ou contraditrias no futuro.

    Quando algum se perdoa, aprendetambm a desculpar, oferecendo amesma oportunidade ao seu prximo.

    O bem-estar que experimenta faculta-lhea alegria de propicia-lo ao outro, oofendido, gerando uma aura de simpatiaa sua volta, que se converte em clima de

  • liberao do sofrimento.

    A cessao real do sofrimento, portanto,d-se quando, erradicadas as suascausas, desaparecem-lhe os naturaisfenmenos das conseqncias.

    132. "Qual o objetivo da encarnao dosEspritos?" "Deus lhes impe aencarnao coin o fim de faz-los chegar perfeio. Para uns, expiao; paraoutros, misso. Mas, para alcanaremessa perfeio, tm de sofrer todas asvicissitudes da existncia corporal:nisso que est a expiao. Visa ainda aoutro fim a encarnao: o de pr oEspirito em condies de suportar aparte que lhe toca na obra da criao.Para execut-la que, em cada mundo,

  • torna o Espirito um instrumento deharmonia com a matria essencial dessemundo, afim de a cumprir, daqueleponto de vista, as ordens de Deus. assim que, concorrendo para a obrageral, ele prprio se adianta." (O Livrodos Espritos, A. Kardec. 29" edio,FEB) -

    V Caminhos para acessao doSofrimentoConsiderando-se que os sofrimentos so

  • causados pelos desconcertos doEspirito, que desarmonizam o fluxo daenergia, permitindo a instalao dasenfermidades fsicas, mentais e morais,a forma eficaz para que cessem deveatingir o seu fulcro gerador, graas acujo comportamento ser interrompida aonda perturbadora. Na mente lcidasurgir ento a tranqilidade,encarregada de produzir a sade, que seirradiar por todo o organismo,produzindo o equilbrio. Assim, oscaminhos constituiro o seu remdioeficiente.

    Enquanto no houver uma conscinciade sade real, o ser transitar de umpara outro sofrimento.

  • H pessoas que, embora semconhecimento das regras que promovema harmonia intima, gozam de sade,apresentando-se bem dispostas e fortes.so esses, no entanto, fenmenosautomticos do organismo, que secontaminar ou no durante a existncia,de acordo com a conduta moral e mentalque se lhe imprima, permanecendo ouno saudveis.

    A antiga sabedoria budista estabeleceuum sistema de meditao, pelo qual asade se instala e o sofrimentodesaparece.

    Jesus, portador de equilbrio pleno,considerava o amor como a causa nicapara a realizao ideal do ser. A

  • mutilao ou ausncia do amor a Deus,ao prximo ou a si mesmo, produz ainsatisfao, o desajuste, o desequilbrioda energia, tornando-se fator causal dedoenas, de sofrimentos.

    O desamor , em realidade, uma doena,cuja manifestao se d de imediato ouposteriormente, assinalando o ser comprocessos degenerativos dapersonalidade, que instalam noorganismo os virus e bacilos agressivos.

    A somatizao dos problemasemocionais que decorrem dainsegurana e do medo, da mgoa e dodio, do rancor e do cime responsvel por graves patologias

  • orgnicas, assim como as diversasenfermidades fisicas, produzindodistonias emocionais e perturbaespsquicas lamentveis.

    Quando o amor, conforme o conceito deJesus, assenhoreia-se do ser humano,vitaliza-o e irradia paz, gerando umapsicosfera rica de vibraes deequilbrio, graas s quais a sade seexterioriza de forma positiva, inundandoa vida de esperana, de altrusmo e derealizaes edificantes.

    O indivduo saudvel em espirito faz-seelemento til no concerto geral,tornando-se pea indispensvel aoconjunto social, que progride com osseus esforos em contributos grandiosos,

  • dignificadores.

    O recolhimento interior, medianteanlise profunda dos recursos aoalcance, favorece o homem para queencontre os meios que fazem cessar osofrimento.

    Partindo de uma outra etapa lgica, eleavana na harmonizao interior,propiciando energia que preserva asade um curso sem bloqueio, portanto,uma irradiao em todos os sentidos,intercambiando com a vibrao divina,razo essencial da vida.

    Inicialmente, deve o homem reconhecertodos os seres como se fossem amanifestao dos seus prprios pais,

  • que lhe facultaram a vida fsica,especialmente a me, pelos sacrifciosque se imps durante a gestao, o partoe a alimentao preservadora da vida,nascida nas suas entranhas.

    Mesmo quando esta no haja sabidocumprir com os deveres livrementeassumidos e aceitos, o fato de haverpermitido que a vida se manifestasse,concedelhe crdito para ser exemplo aser considerado.

    Transferir para todos os seres vivos aimagem materna, certamente sem a visopsicanaltica dos tormentos da libido,porm com sentimentos de respeito e deternura, constitui o primeiro passo parauma auto-realizao pessoal, para o

  • equilbrio da emoo, liberando-seinteriormente de quaisquerreminiscncias amargas ouperturbadoras, que so matrizes ocultasde muitos distrbios comportamentaisgeradores de sofrimentos.

    O homem renasce para ser livre, a fimde poder crescer e alcanar o seu fanalmaior, que a realizao plena. Todaamarra emocional negativa, com aretaguarda do seu processo de evoluo,torna-se-lhe uma carga constritora,responsvel por inmeros problemasafligentes.

    A imagem da me, de alguma formarespondendo por muitos conflitos,

  • tambm criadora de saudveisestmulos. Seus sacrifcios e dedicao,as horas infindveis de viglia e derenncia de si mesma em favor da prole,as melodias que cantou nos ouvidos dosrecm-nascidos e todas as promessasque se foram tornando realidademerecem ser levadas em conta,repensadas e transferidas para todo sersenciente.

    Diante de agresses ou submetido adificuldades pelo seu prximo, irritadoou cnico, perverso ou escravocrata,enfermo em qualquer hiptese, deve-seconsider-lo como se fosse a me em uminstante de fraqueza ou cansao, carentede carinho e amizade. Ao invs da

  • reao tambm agressiva, do repdio ouindiferena vingadora, a pacinciagenerosa, a oportunidade para reflexo,a desculpa sincera, nenhumressentimento, nem amargura. Essecomportamento libera-o do azedume, dodio e do rancor, responsveis porenfermidades que se infiltram comfacilidade e que so difceis de sererradicadas.

    Num prolongamento da afetividade, aconsiderao pela me-Naturezaressalta como de importnciafundamental para o equilbrio ecolgico,por conseqncia, de todos quantoscontribuem para a sua harmonia.

    Ver, portanto, em todos os seres vivos a

  • projeo materna positiva, agradvel,proporciona foras para a preservaoou restaurao da sade, para aliberao dos sofrimentos e do bem-estar, que so condies essenciais paraa felicidade.

    De imediato, aps a reflexo-vivnciadesse postulado, descobrir a bondadeque dorme em todos os seres e necessitaser despertada, estimulada, a fim de quefrondeje, enflorescendo e produzindofrutos bons.

    Alm e acima das nuvens sombrias hespaos transparentes infinitos, que oslimites das borrascas no alcanam.

    No interior do diamante bruto, escuro e

  • informe, fulgura uma estrela que aguardaser arrancada a golpes de cinzel elaminas lapidadoras.

    No h ningum que no possua bondadeinterior. HA, nos refolhos da alma, apresena de Deus como luz coagulada,aguardando os estmulos de fora a fimde brilhar com alta potncia.

    Pessoas agressivas, que se comprazemem atormentar, produzindo sofrimentos,so portadoras de muitas dores intimas,que buscam disfarar sob a mscara daviolncia, da falsa superioridade, daalucinao.

    Mesmo os animais selvagens, sobdomesticao, tornam-se amigos, e

  • recebendo a vibrao do amor alteram aconstituio do instinto agressivo,mudando de comportamento, o queatesta a presena do psiquismo divinoem germe, em tudo e todos.

    Trata-se de uma conquista de sabedoriapoder penetrar na bondade latente dosseres, buscando sintonizar com esseestado de vida, ao invs de vincular-seapenas as manifestaes exteriores, assuas reaes defensivas-agressivas, queso portadoras de vibraes morbfficas,portanto, desencadeadoras de muitosmales que respondem pelos sofrimentos.

    Da experincia de identificar a bondadenos seres em geral vem a extraordinriaconquista de descobrir a presena de

  • Deus em toda parte, em todas ascriaturas, estabelecendo vnculosemocionais de intercmbio consciente,j que, inconscientemente, o indivduoexperimenta uma interdependncia deque ningum se exime. Fater que ofenmeno automtico do intercmbio setorne lcido empreendimento vlidoque faculta o progresso dos homens,desenvolvendo aptides mais eloquentese expressivas.

    A vida um permanente desafio, rica deoportunidades de crescimento epenetrao nos seus profundos arcanos,que se revelam cada vez maisfascinantes e valores intelecto-moraisdo Espirito na sua faina de evoluir.

  • A dor e o sofrimento em geral soestgios mais primitivos do processo dedesenvolvimento que, mediante assensaes e emoes afligentes,propelem o ser para outros planos,patamares mais elevados, nos quais osestmulos se apresentam de maneiradiversa, mais nobremente convidativos.Em tudo e em todos jazendo a presenade Deus, necessrio saber descobrirneles a bondade que expressa a suaessncia, a sua origem, igualmentepresente em todas as vidas.

    Nesse estgio, cumpre acentuar o desejode retribuir essa bondade, essa presenadivina.

    A harmonia universal resulta da

  • diversidade de formas, de expresses,de apresentaes, em sutis processos desintonia, de similaridade.

    Da mesma forma, ao ser identificadoqualquer valor relevante, especialmentea bondade em pessoas e animais, noselevados objetivos da vida vegetal, preciso planejar retribuir essesentimento.

    Partindo da inteno, deixar crescer odesejo de devolver, por naturalfenmeno de retribuio, a bondade, jento mais desenvolvida no seu mundointerior.

    Do pensamento palavra, ao, passoa passo se agiganta a inteno que se

  • converte em realidade criadora,retributiva, desenvolvendo recursos dealta magnitude em derredor. Essamovimentao de energia positiva saudvel esforo para evitar-se osofrimento ou dele liberar-se.

    A bondade um pequeno esforo dodever de retribuir com alegria todas asddivas que o homem frui, sem dar-seconta, sem nenhum esforo, porautomatismo - como o sol, a lua e asestrelas, o firmamento, o ar, aspaisagens, a gua, os vegetais, osanimais - e que, inadvertidamente, ohomem vem consumindo, poluindo comalucinao, matando com impiedade...

    A vida cobra aos seus agressores o

  • preo da interferncia negativa na suaordem e estrutura.

    Assim, devolver-lhe a bondade respeitar-lhe os cdigos da existncia,da sobrevivncia, fomentando-lhe oaumento, a continuidade, a prpria vida,onde quer que ela se expresse. Essabondade que se pode denominar comodever retributivo, abre espao ao hbitopara outras formas de manifest-la.

    Os sentimentos nobres que no soestimulados ao por largo perodoembotam-se, debilitam-se, quasedesaparecem. Desse modo, a bondadecresce por meio do exerccio, tornando-se um hbito de vida ou desaparecendo

  • por falta de ao.

    Optar por agir ou no com bondade atitude da mente e produzir o bem docorao.

    HA em todos os seres o instinto deconservao da vida e uma naturalinclinao para o bem, em razo deserem herdeiros de Deus emaprendizagem, na forma da utilizaodos recursos sua disposio.

    A escolha do rumo a seguir depende dointeresse imediato de resultados ou dalcida preferncia de frutos posterioresduradouros, mediante a renncia domomento.

  • A ascese longa e, s vezes, difcil, serlograda fatalmente, em face dadestinao assinalada para todos Osseres. Torn-la iluminada e agradveldeve ser a opo de todos quantospensam e anelam por fazer cessarem osprprios sofrimentos.

    O exerccio da bondade faculta campopara a vigncia do amor, cuja conquistaplena coroa a vida, libertando-a detodas as algemas que a retm. O amor a vibrao do Pai expandindo-se nadireo do filho e dele se exteriorizandoem todas as direes. Mesmo nosindivduos mais cruis, nos verdugosmais insensveis, vigem os lampejos doamor em ondas de ternura, gestos de

  • carinho, expresses de sacrifcio...

    Preservando a vida da prole, as feras seexpem por instinto, traindo a presenaimanente do amor em forma irracional.

    No homem, o amor esplende e cria oheroismo, o holocausto, o sacrifcio comque a vida se engrandece e triunfa sobrea morte, qual dia perene sobre a noitetransitria.

    O exerccio do amor, dilatando osentimento que se harmoniza com a almada vida em tudo pulsando, favorece acessao do sofrimento, acaso existente. o antdoto mais poderoso paraquaisquer fenmenos degenerativos, emforma de dor ou ingratido,

  • agressividade ou desequilbrio, crimeou infmia. Ele possui os ingredientesque diluem o mal e favorecem osurgimento do bem oculto.

    Onde viceja o progresso, o amor semanifesta. H excees, como no casodo crescimento horizontal, em que ointeresse e a ganncia fomentam odesenvolvimento econmico,tecnolgico e social... Mesmo a, o amorse encontra presente, emboradirecionado para o egosmo, asatisfao dos prprios sentidos, deonde partir para os gestos altrusticos,que proporcionam a alegria de outrem, obem-estar geral...

    Sem o passo inicial, ningum vence as

  • distncias. O egosmo a estaca zero, svezes perniciosa, para ensejar osprimeiros movimentos no rumo dasolidariedade, do bem comum. Pior queele o desinteresse, a morbidez daindiferena, deixando transparecer que oamor est morto, no obstante seencontre dormindo, aguardando oestimulo correspondente para despertar.

    A vida impossvel sem o amor. Damesma forma que o crime se disfara eos sentimentos inferiores seescamoteiam sob mscaras diversas, hvrias expresses positivas que surgemno homem refletindo o amor de que eleainda no se deu conta. A medida que seagiganta, neutraliza o sofrimento e a sua

  • vigncia contribui para que cessem ascausas degenerativas que facultam osofrimento. Quando atinge elevadaqualidade, em somente uma pessoa,anula a fria e o dio com suasincontveis vitimas, bem como dos seusfomentadores.

    Irradiando-se, semelhana da luz,domina todos OS escaninhos e tudoarrasta na direo do fulcro gerador daenergia.

    Amor sinnimo de sade moral e quemo possui elimina as geratrizesenvenenadas que se expandemproduzindo sofrimento.

    O amor sutil e sensvel, paciente e

  • constante, no se irritando nem seimpondo nunca. No entanto, quem heexperimenta o mimetismo, jamais oesquece. Mesmo que momentaneamentelhe interrompa o fluxo, ele semprevolve.

    Na raiz de toda ao enobrecida est aseiva do amor, produzindo vida esustentando-a.

    Usar essa energia vital constitui dever e,com a conscincia lcida de suamagnitude, aplic-la em prol daharmonia faz cessar o sofrimento. Ela vibrao positiva, que ensejaentusiasmo e otimismo, dando colorido existncia. Reverdece a terra cansadado corao e drena o charco, no qual a

  • pestilncia das paixes deixou que sedescompusessem a esperana e aalegria.

    Ningum ama inerte. Dinmico, o amorinduz ao construtiva, responsvelpelo progresso.

    Objetivando sempre o bem, concentrasuas foras nele e no desiste enquantono lobriga a meta. Ainda a permanecesolidrio, de modo a evitar que o serdeperea e tombe no desnimo.

    Como o sofrimento decorre dainsatisfao, da distonia, dadegenerao dos tecidos e dosfenmenos biolgicos desajustados, oamor age sobre as molculas como onda

  • vitalizante e, restaurando-lhes oequilbrio, vence o sofrimento,interrompendo-lhe o fluxo causal.

    Quando, porm, perseveram as doresfsicas, efeitos dos desarranjosorgnicos, a resignao e a coragem doamor amortecem-lhes os efeitos,tornando-os suportveis e produzindo osheris do sofrimento, cujo martrio dequalquer procedncia, deles fazemmodelos que do fora e dignidade sdemais criaturas, assim embelezando avida moral e humana na Terra.

    Sob a ao do amor, so processadosnovos mecanismos crmicos positivos,que interrompem aqueles de naturezaperniciosa, porquanto o bem anula o mal

  • e suas conseqncias, liberando osinfratores das leis, quando eles asrecompem e corrigem os mecanismosque haviam desarticulado.

    o amor que leva piedade fraternal, compaixo, induzindo o homem solidariedade e mesmo ao sacrifcio.

    H um tipo de compaixo que, noresultando da ao dinmica do amorprofundo, pode ser perniciosa e atdeprimente. Trata-se daquela quelamenta o sofrimento e descorooa quemo experimenta, como uma forma deaureol-lo de desdita e abandono, defalta de sorte e desgraa. Essa atitudetransparece e resulta de uma ptica

  • equivocada sobre o sofrimento,deixando a perspectiva de que o mesmo punio arbitrria, injustiaperturbadora.

    A compaixo junta-se aocompanheirismo, que comparte dossentimentos alheios, sem enfraquecer-lhes as resistncias morais, incitando oindivduo perseverana nos ideais epostulados relevantes, que oimpulsionam ao incessante avano, sempossibilidade de retrocesso.

    Compaixo pelo bem, fruto do amor, oser age adequadamente, mudando aestrutura do sofrimento, do qual o cinzelda ternura arranca as asperezas eanfractuosidades. Esse sentimento

  • semelhante suavidade do luar em noiteescura espraiando luz tnue econfortadora sobre a paisagem. Facultauma viso propiciadora de aes teis,onde predominavam as sombras dodesalento, do medo e do desespero emcrescimento.

    A paixo pelo servio de elevaoirradia piedade construtiva, que estimula beneficncia e da calor filantropia,aureolando-a de vigor fraternal, graasao qual os sentimentos solidriosexpressam o amor em sua multiface.

    A ausncia de compaixo envilece ohomem e a lalta de paixo pelo bemtorna o ser revel, quando no o mantm

  • apenas na indiferena mrbida, qualobservador mumificado diante dosacontecimentos do cotidiano.

    O servio do bem, com acorrespondente paixo de sustentado,transforma-se em caridade que plenificaaquele que recebe o socorro e quem opropicia. Enseja ao de dupla via: asatisfao que faculta aquele a quem dirigida e a que retorna como respostainterior da conscincia tranqila pelaemoo experimentada.

    A vida sempre responde de acordo coma maneira como inquirida. A cadaao resulta uma equivalente reao,desencadeando sucessivos efeitos que setornam conseqncias desta ltima, por

  • sua vez geradora de novos resultados.

    Para que seja interrompido o ciclo,quando pernicioso, a compaixo por simesmo e pelo prximo induz o homems aes construtivas, nas quais seinstalam os mecanismos quedesencadeiam resultados favorveis aoprogresso, assim interrompendo a ondapropiciadora de sofrimento.

    A paixo de Cristo por todas ascriaturas um estimulo constante a quese compadeam os indivduos uns pelosoutros, sustentando-se nas dores edificuldades, jamais piorando as suasnecessidades ou afligindo-se mais pormeio dos instintos agressivos, por acaso

  • prevalecentes em sua natureza animal.

    de vital importncia a compaixo nocomportamento humano. Ela conduz anlise a respeito da fragilidade daexistncia corporal e de todos osengodos que a disfaram.

    Sendo a iluso um fator responsvel porincontveis sofrimentos, a compaixodesnuda-a.

    Porque se fantasia a existncia terrenacom quimeras e sonhos, a realidade,desfazendo essa imagem infantil, leva aosofrimento todos aqueles que, imaturos,confiaram em demasia natransitoriedade das formas e daapresentao fsica, das promessas de

  • afeto imorredouro e de fidelidadeperptua, de alegria sem tristeza e meio-dia sem crepsculo no fim da jornada.

    Assim, a morte da iluso fere aquelesque lhe confiaram a existncia,entregando-se-lhe sem reserva, semprecauo.

    A iluso , pois, anestsico para oEspirito. Certamente, algo de fantasiaemoldura a vida e dalhe estimulo.Entretanto, firmar-se nos alicercesfrgeis da iluso, buscando a construiro futuro, pretender trabalhar sobreareia movedia ou solo pantanosocoberto por gua tranqila apenas nasuperfcie.

  • Ha quem postergue a realidade,evitando-a, para no sofrer... E existemaqueles que pretendem apoiarse norealismo rude, que no passa, muitasvezes, de outra forma errnea de iluso.

    A conscincia da realidade resulta daobservncia dos acontecimentos dirios,da transitoriedade do chamado mundoobjetivo e de uma anlise tranqila elcida a respeito do que verdadeiroem relao ao aparente, do essencial aosecundrio, e sucessivamente.

    A compaixo por si mesmo - amor a siprprio - faculta a viso realista, semagresso, dos objetivos da existnciaterrena, impulsionando a compaixopelo seu Irmo - amor ao proximo -

  • solidarizando-se com a sua luta e dando-lhe a mo amiga, a fim de sustenta-lo ouergu-lo para que prossiga na marcha.

    Essa atitude, ao invs de produzir umapostura pessimista, ctica, amargurada,resultante da morte da iluso, alenta eengrandece, dando sentido e significadoa todos os acontecimentos.

    Por isso, a compaixo se torna fator quefaz cessar oS sofrimentos, comoresultado natural dos outros passes,partindo da emoo para a ao.

    Apresenta-se, ento, no painel docomportamento, ii necessidade de agircom inteireza, com abnegao,enobrecedora.

  • Todas as experincias humanasconstituem formas de amadurecimentoda criatura. Algumas decorrem dosdeveres imediatos e so comuns atados,constituindo a sua vivncia um fenmenonatural, sem o qual se experimentainevitvel alienao com todas as suasconseqncias perniciosas.

    O fato de participar do contexto social,mesmo que sem gestos incomuns ou dearrebatamento, equipa o indivduo comrecursos emocionais que lhe trabalham aexistncia, aformoseando-a comestmulos crescentes para o seuprosseguimento.

    No que tange aos meios para facultarema cessao do sofrimento, as aes

  • meritrias, conforme j enfocadas, sopreponderantes, destacando-se aquelasinabituais, que caracterizam ostemperamentos nobres, os sentimentosabnegados.

    Distinguir-se por meio dos gestosincomuns, desconhecidos, forma debuscar a iluminao mediante oconcurso da realizao de tudo quantointernamente se conjuga para esse fim.

    Quem acumula um tesouro tem em menteaplic-lo em finalidades especificas. Seportador de sabedoria, pensa emmultiplic-lo ao tempo em que o investe,escolhendo os empreendimentos maisrentveis, seja do ponto de vista

  • econmico, assim como de retribuioemocional. Com essa atitude promove oprogresso, gera oportunidades deservio e dignifica as vidas que antesestavam sob a ameaa do desespero e dainutilidade.

    Da mesma forma, os recursos espirituaise emocionais elevados devem sercanalizados para as atividadesincomuns, superiores, as quais nemtodos se atrevem a realizar.

    As aes incomuns variam desde oscontributos materiais valiosos, irrigadosde amor e de ternura at os gestosextraordinrios do silncio ante asofensas, do perdo as agresses e doesquecimento do mal.

  • Todo aquele que dilui as forasnegativas que teimam por obstruir-lhe oavano, utilizando-se do detergente doamor, evita contaminar-se, e se jvisitado por elas, liberta-se, fazendocom isso que cessem as causas edesapaream os sofrimentos.

    O campo mental indefeso faculta que asfarpas do mal a proliferem, infestando aarea com resduos pestferos,responsveis por males incontveis.

    A defesa, em relao aos fatoresperniciosos, somente possvel quandoa irradiao de energias saudveisvitaliza a organizao psquica, quereflete as aspiraes do Espirito,

  • resguardando-a das agresses externas.No gerando pensamentos destrutivosnem acumulando vibraesperturbadoras de dio, medo, cime,rancor, mgoa, concupiscncia, no sefaz vitima dos contedos internosdegenerativos.

    Esse estado interior impulsiona aos atosincomuns superiores, passo prximo dailuminao.

    Somente iluminando-se, o homem superatodas as dores; erradicando-lhes ascausas, resguarda-se de agressesdestrutivas.

    A iluminao resulta do esforo dabusca intima do ser profundo, opo de

  • sabedoria que , em relao ao ego queprevalece no mapeamento dasaspiraes humanas mais imediatas,portadoras de distrbios vitais efragorosas derrotas na luta, que abreve existncia corporal.

    O desenvolvimento da chama divinaimanente em todos os seres merecetodos os sacrifcios e empenhos, a fimde que arda em todo o seu esplendor,vencendo as teimosas sombras, que soa herana demorada das experinciasnas faixas primitivas do processo inicialda evoluo.

    A verdadeira iluminao promove ohomem que, superando as contingncias-limites da estncia carnal, anula todas as

  • causas de sofrimentos, fazendo-ascessar. JA no necessita da dor paraalcanar metas, pois o amor lhe constituia razo nica do existir, em sintonia como pensamento divino que o atrai cadavez com mais vigor para a meta final.

    VI - AltrusmoO altrusmo, que lio viva decaridade, expresso superior dosentimento de amor enobrecido, abre asportas ao, sem a qual no teriasentido a sua existncia.

    Dilatao da solidariedade, alcana oseu mais significativo mister quando

  • reparte bnos e comparte aflies,trabalhando por minimizar-lhes osfeitos, erradicando-lhes as causas.

    o prprio amor ensinado por Jesus,que esquece de si mesmo paraconcentrar-se no bem do seu prximo,olvidando todo o mal para agigantar-senas aspiraes do progresso, da ordem eda felicidade.

    Anttese do egosmo, cicatriza as lesesda alma, que este produz, fomentando avigncia da sade integral.

    Estrela luminar, irradia paz envolvente,que alcana e vence as grandesdistncias emocionais e preconceituosasque separam os homens. Arrasta os

  • coraes que se deixam impregnar pelasua irradiao, assinalando,indelevelmente, os perodos das vidascom a sua presena.

    O desejo de posse, de gozo, desuperioridade, que tIpifica o egosmo,na rea libertadora do altrusmo, seconverte em anelo de doao, defelicidade, de fraternidade.

    O prprio desejo muda de contedo,perdendo a face tormentosa de jogo deprazeres, para constituir-se numaaspirao ao servio.

    Os impulsos da carne, que buscamsatisfazer os ins-tintos e as paixes maisfortes, mais primrias, transformam-se

  • em arrebatamentos de bondade ecompreenso humana.

    O prximo deixa de ser usado para serdignificado. Todos os estmulos soconduzidos para o seu crescimento etriunfo sobre as falsas necessidades,trabalhando-lhe as virtudes emdespertamento, a fim de que o homemespiritual sobreponha a sua naturezadominante do homem animal.

    A existncia do altrusmo revela-se pordiversos sentimentos de grandeza moral,que do dignidade vida. Entre esses, agenerosidade assume papel de destaque,por ser-lhe a primeira manifestaoprtica, portanto, a sua forma inicial deexteriorizar-se na ao.

  • Costuma-se afirmar que, aquele que noabre a mo, mantm fechado o corao.E com fundamento, porquanto agenerosidade tem inicio no sentimentoque ama e deseja ajudar, a fim deconcretizar-se na ao que socorre.

    Abrir a mo o gesto de deixar verterdo corao ao mundo exterior o fluxogeneroso em forma de doao, a fim dealcanar, no futuro, as grandiosas formasde abnegao. A generosidade, portanto,doa, de inicio, coisas, objetos eutenslios, roupas e alimentos, agasalhose teto, para depois brindar sentimentos,aprimorando a arte de servir at poderdoar-se.

  • Somente quem se exercita na ofertamaterial, predispe-se s ddivastranscendentes, aquelas que no tmpreo, "no enferrujam" nem "os ladresroubam".

    A generosidade mais se enriquecequanto mais distribui, mais se multiplicaquanto mais divide, pois que tudo aquiloque se oferece possui-se, no obstante,qualquer valor que se retenha passa-se adever. A felicidade, desse modo, resultada ao de doar, dos benefcios deladecorrentes.

    O homem generoso irradia simpatia egera bemestar onde se encontra.

    Visceral adversria do egosmo, a

  • generosidade arranca, pela raiz, astenazes desse responsvel pelacausalidade dos sofrimentos.

    Jesus, na cruz, padecendo a ingratidodos homens, ainda atendeu o ladro quelhe rogou socorro, generosamenteprometendo-lhe o reino dos Cus, que jse lhe instalava na mente e no corao, apartir daquele momento.

    O altrusmo, no processo de expanso,apresentase, tambm, com umaformulao tica.

    Entendamos essa tica, na condio deserenidade que respeita todos oscomportamentos, sem impor a sua formade ser, de encarar a vida, de manifestar-

  • se. Alm de uma tica moral, tem umcarter universal, superando osinteresses e convenes geogrficas, queestabelecem conceitos de convenincia,estribados em preconceitos e limites,estatudos em leis transitrias, s vezes,necessrias, mas que no objetivam obem comum.

    Assim, observamos ticas que apiamestados escravocratas, limitam aliberdade de movimento, freiam aprocriao, perseguem os quediscordam dos seus cdigos, punem edizimam a seu bel-prazer.

    A tica da generosidade centraliza suasatenes na lei natural ou de amor, querespeita a vida em todos Os seus

  • estgios e ampara todos os seressencientes, facultando-lhes a expanso.

    Allan Kardec recebeu dos Benfeitoresda Humanidade as diretrizes ticasperfeitas, oriundas da lei natural, porqueprocedente de Deus, a irradiar-se emvrias outras, que fomentam oprogresso, preservam a vida edignificam a todos, promovendo ohomem por meio do trabalho, igual aoseu irmo na origem e diferente nasconquistas intelecto-morais, semprivilgios, porm, ao alcance de todos.

    Essa tica faculta discernir o correto doequivocado, impulsionando a criatura aquisio de uma conscincia elevada,

  • resultado da eleio dos valorespositivos, que tornam a vida digna deser fru Ida.

    A sua moral centrada na generosidade,sem a falcia da anuncia ao erro ouqualquer atentado aos cdigos da ordem,do dever, da justia.

    Toda a sua estrutura deresponsabilidade visa promoo dosseres e do seu habitat, ao considerar ainterdependncia que existe entre eles.

    No elege uns seres em detrimento deoutros, embora a sua expresso de amorvarie de acordo com as respostasafetivas, o que no invalida anecessidade de superar a pertincia dos

  • maus e t-los em conta comonecessitados tambm da generosidade,que pode e lhes deve ser dispensada.

    Normalmente, sob a ao do desejo, asdemais pessoas so classificadas deacordo com o interesse que fomentam,com o lucro que proporcionam,tornando-as afveis e amigas,antipticas ou inimigas, insignificantesou indiferentes. Manifestam-se, ento, ossentimentos do amor possessivo, dodesamor e do dio, e de desinteresse ouindiferena. A tica da generosidadeprope a conquista de valores quepermanecem escondidos nos ltimos, e acompreenso, quando os primeiros nocorrespondem ao modelo ao qual foram

  • submetidos.

    No castradora, por apresentar-sedestituda de carter punitivo; noobstante, o seu senso critico analisa tudoe todos de modo a produzir o melhor.

    A tica da generosidade tranqila e,nesse conceito, pode ser consideradacomo a conquista da serenidade,conforme o seu significado profundo emsAnscrito.

    Como efeito, paciente, noantecipando apressadamenterealizaes, nem buscando resultadosimediatos.

    A pacincia o proximo passo na

  • execuo do programa altrustico.

    H um inter-relacionamento entre osvrios requisitos para a integralvivncia do altrusmo, que erradica ascausas dos sofrimentos. Um fatordepende do outro, que so conquistas doEspirito na sua busca de perfeio.

    Tornando-se saudvel exerccio deelevao moral, cada um promove area do sentimento, desenvolvendo ointelecto na arte de compreender paraservir, de crescer para libertar-se, deentesourar conhecimentos para osdistribuir.

    A pacincia, em razo disso, relevante, pelo significado de criar

  • condies no tempo prprio para cadarealizao. Nem a postergao do labor,tampouco, pressa, irreflexo, que noconduzem aos resultados que seesperam.

    Ela harmoniza as aspiraes humanas,elucidando sobre o valor da aocontinua, bem elaborada, que atende acada tarefa no momento oportuno.

    Faculta repetir qualquer labormalogrado com o mesmo entusiasmo,ensinando como realiz-lo da maneiramais eficiente, sem o cansao que induzao pessimismo, ao abandono darealizao. Sabe que tudo quanto hojeno pode ser feito s-lo- depois, desdeque se persevere no tentame.

  • A vida se agiganta, molcula amolcula, em clima de harmonia, empaciente e incessante movimentao.

    A pacincia estimula a coragem, que seesfora para colimar os resultados. Essacoragem fruto do conhecimento dasleis que propiciam a insistncia noprograma do altrusmo.

    A coragem valor moral para enfrentara luta e perseverar nela, nunca aabandonando sob qualquer pretexto. Oesforo continuo permite oprosseguimento da ao, que realiza oprograma estabelecido.

    A erradicao das causas geradoras do

  • sofrimento somente possvel atravsdo esforo com que se empreende atarefa, a ela dedicando-se com empenho,sem o que se malogra, adiando aoportunidade.

    O esforo bem direcionado caracteriza ograu de evoluo do ser, porquanto,mais expressivo nuns do que noutros,distingue-os, demonstrando asconquistas j logradas, ao tempo em quefaculta a percepo do muito aconseguir.

    Insistir, portanto, com seriedade, pelaconquista do altrusmo, encetandoatividades que devem ser concluidasetapa a etapa, constitui passo desegurana para a libertao do

  • sofrimento.

    Mede-se, desse modo, o carter de umhomem, pelo esforo que empreendepara crescer, para melhorar-se, a fim deenfrentar as reaes que o seu ideal eempreendimento provocam.

    Aquele que cede ante o obstculo, quedesiste diante da dificuldade j perdeu abatalha sem a ter enfrentado. No raro, oobstculo e a dificuldade so maisaparentes que reais, mais ameaadoresdo que impeditivos. S se pode avali-los aps o enfrentamento. Ademais, cadavitria conseguida se tornaaprimoramento da forma de vencer ecada derrota ensina a maneira como no

  • se deve tentar a luta. Essa conquista proporcionada mediante o esforo deprosseguir sem desfalecimento e insistiraps cada pequeno ou grande insucesso.O objetivo deve ser conquistado, e, paratanto, a coragem do esforo continuo indispensvel.

    Muitas vezes, ser necessrio parar pararefletir, recuar para renovar foras eavanar sempre. uma salutar estratgiaaquela que faculta perder agora o que de pequena monta para ganharresultados permanentes e de valorexpressivo depois.

    O esforo estimula o desenvolvimentodos recursos que dormem no prpriohomem, agigantando-se, medida que

  • realiza. A canalizao correta doesforo dinamiza-o, j que oarrastamento para o vicio, que quebra asresistncias morais, tambm umaforma de fora arrebatadora, quepoderia ser direcionada em sentidosuperior.

    O altrusmo no vige sem o esforo paraa sua manifestao, considerando-se queparece haver uma conspirao por partedo egosmo, a fim de impedir-lhe apresena e o predomnio na Area daemoo.

    O computador, como outro engenhoqualquer que ora fascina o homem,guardando milhes de dados, resulta do

  • esforo daqueles que o engendraram edigitaram as informaes, sinal porsinal.

    Sem esforo a vida perece. Os membrosno movimentados perdem aflexibilidade, entibiam-se e morrem.

    Outro fator essencial ao altrusmo aconcentrao nele, sem cujo contributo amente se desvia, abrindo brechas paraque se instalem idias pessimistas,desanimadoras.

    Centralizar o pensamento na aoaltrustica permite o estabelecimento deum programa eficiente, graas ao qual sedelineiam tcnicas e se logram recursospara execut-la.

  • A concentrao amplia os horizontesenquanto fortalece o intimo, por facultaro intercmbio de energias superioresque passam a vitalizar o indivduo,renovando-lhe as foras quando emexaurimento, especialmente no misteraltrustico.

    Desacostumados aos gestos de elevao,os homens reagem contra eles, tornando-se agressivos e ingratos, parareconhecerem os resultados positivos sposteriormente. Essa atitude no poucasvezes desanima as pessoas abnegadas emenos preparadas, que recuam oudesistem, porque no buscaram o apoioda meditao e deixaram-se intoxicarpelo bafio pestilento em expanso.

  • Meditando-se, percebe-se a necessidadede maior contribuio altrusticasacrificial, compreendendo-se que aimensa carncia de amor responde peladureza dos sentimentos, e aagressividade predominante atesta agravidade das doenas morais emdesenvolvimento nas criaturas.

    A meditao amplia a viso a respeitodo mal, ao tempo em que equipa ohomem de lucidez, fornecendo-lhe osinstrumentos prprios para cuidar desseadversrio cruel.

    A arte da concentrao uma conquistavaliosa e demorada, que exige cultivo eexerccio, a fim de responder demaneira eficiente s necessidades

  • emocionais do homem.

    Habituado a concentrar-se nosfenmenos que decorrem das paixes ousensaes mais fortes, tais como odesejo, o cime, o dio, oressentimento, a sensualidade, a gula, osvcios em geral, quando se trata dasaspiraes mais elevadas e sutis, oindivduo justificase com escusas de queno consegue concentrar-se, que lhefalta capacidade para deter-se noassunto, exclusivamente por comodidademental ou porque prefere fugir Asresponsabilidades que advm damudana de programa.

    Sem o contributo da concentrao

  • quaisquer atividades perdem o brilho eso mal executadas. ela que propicia oenriquecimento dos detalhes, a visoparticular e geral do empreendimento,revigorando o indivduo, concedendo-lhe lucidez e inspirao.

    Todos os grandes realizadores devem concentrao, ao esforo e pacincia oxito que alcanaram. Esqueciam-se detudo, quando fixados no propsito dealgo realizar.

    Certamente, a tenacidade com que semantinham era resultado da experinciaque se alongava no tempo, propiciando-lhes a capacidade crescente de seafastarem mentalmente de quaisqueroutros objetivos, fixando-se na ao a

  • que se entregavam.

    A concentrao ilumina o altrusmo erevigora-o nos momentos difceis, porfacultar compreender as circunstnciasdos acontecimentos e os problemas nosquais as pessoas se emaranham.Capacita-o com energia especial eirradia-se em ondas de bem-estar, queimpregnam todos quantos se aproximamda pessoa que a exercita. E quanto maiso faz, tanto maior se lhe torna acapacidade de exteriorizao. ,portanto, essencial ao altruismo,propiciando a anulao das causas dosofrimento, por facultar a vigncia dossentimentos elevados da vida em plenarealizao do bem.

  • Por fim, aps a vivncia dessesvariados itens, a sabedoria se instala namente e no corao do homem,libertando-o da ignorncia, apontando-lhe o objetivo real da existnciacorporal, impulsionando-o para novostentames, cada vez mais sedutores eagradveis, brilhando frente.

    Confunde-se a sabedoria com oconhecimento intelectual, o burilamentoda mente, a fixao da cultura que,apesar de valiosos, so uma conquistahorizontal.

    Torna-se indispensvel que, ao ladodessa importante aquisio, o sentimentolcido e profundo do amor se torne agrande vertical do processo evolutivo.

  • Essa conquista vertical a responsvelpelo discernimento de como agir,facultando os recursos lgicos para tal,ao mesmo tempo suavizando pelo afeto aaspereza ocasional do processo deexecuo. A sabedoria faz que o amorseja prudente e um sentimento generoso,doador, altrustico, evitando que seentorpea com as manifestaes dopieguismo, que disfara os esquemas doego enfermo. Simultaneamente,proporciona ao intelecto a serenapercepo de que razo se deve unir osentimento humano, sereno e afvel,responsvel pelo arrastamento daspessoas.

  • O sbio reconhece a Area extensa quetem diante dele para ser conquistada, evive mais do que fala, ensina mais peloexemplo do que pelas palavras.

    Quando so desenvolvidos os passosque contribuem para o altrusmo e seadquire sabedoria, ilumina-se oEspirito, e a vida ganha sentido,superando-se os limites do tempo eespao, em face da grande meta que sedeve conquistar.

    Os sofrimentos cedem, ento, lugar paz, porque desaparecem os fatorescrmicos, vencidos pelas novas aeslibertadoras, e, porque no sejamgeradas causas atuais negativas, o futurono se desenha sombrio nem ameaador.

  • Assim, o altrusmo viceja na mente e nocorao, j no sendo mais o homemquem vive e sim o Cristo que nele passaa viver, conforme acentuou Paulo e osentiram outros mrtires, heris e sbiosde todos os tempos, que se entregaramao altrusmo em favor da Humanidade.

    VII - Motivos deSofrimentosNa busca incessante do prazer, o homemtransfere-se, exteriormente, de uma paraoutra sensao, sem darse conta de queo desequilbrio gerador de ansiedade responsvel pelo sofrimento que o

  • aturde, ameaando-o de desespero cruel.Enquanto no se resolva por selecionaros valores reais daqueles aos quaisatribui significado e que so apenasfogos-ftuos, ter dificuldade emafirmar-se e seguir uma diretrizpropiciadora de paz.

    Vivendo sob a injuno de uma mquina,que lhe impe necessidades a serematendidas e o predispe a outras, falsase perturbadoras, ele opta pelas ltimas,que so produto das sensaes do egodominador, empurrando-o para asaspiraes mais grosseiras, emdetrimento daqueloutras sutis eenobrecedoras, que adquirem resistnciana renncia, no esforo elevado, na

  • Anegao, no cultivo da vida interior,no domnio da matria pelo Espirito.

    O corpo deve ser considerado uminstrumento transitrio para o ser eterno,temporariamente um santurio, em faceda finalidade edificante de propiciar aalma a sua ascenso, mediante asexperincias iluminativas que faculta,nos aspectos moral, espiritual,intelectual, pelo exerccio das virtudesque devem ser postas em prtica, ejamais para at