Divaldo Pereira Franco - Momentos de Meditação (Joanna de Angeli)

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  • 8/14/2019 Divaldo Pereira Franco - Momentos de Meditao (Joanna de Angeli)

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    Momentos

    DeMeditao

    DIVALDO PEREIRA FRANCOPelo esprito Joanna de ngelis

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    MOMENTOS DE MEDITAO

    A vida moderna, rica de divertimentos e pobre de Espiritualidade, arrasta o homem para o exterior,para os jogos dos sentidos, em detrimento da harmonia que lhe deve constituir a base para quaisquer ou-tras realizaes, sem a qual ruem todas as suas construes, sempre efmeras na sua realidade aparente.

    Sucessivas ondas de alucinados so jogadas nas praias do mundo, logo seguidas pelas dos deprimi-

    dos, ansiosos, insatisfeitos como a denunciar a falncia dos valores tico-morais do momento e das ambi-es tecnolgicas que no felicitaram a criatura humana.

    O descalabro e o absurdo campeiam, solta, ao lado da corrupo de todo matiz, desenfreada, cons-pirando contra os ideais de nobreza, de justia e de harmonia da Vida.

    H uma vaga imensa de descrena do homem pelo homem e uma terrvel indiferena pelo amanh,arrojando os indivduos na corrente do desespero pblico ou mal controlado em ameaa crescente contraa cultura, a civilizao, a famlia, o matrimnio, o amor...

    *

    verdade que surgem, na grande noite, estrelas luminferas, diminuindo a trgica sombra, numademonstrao de que o amor imbatvel e o bem jamais ser asfixiado nas malhas espessas do mal.Constituem portos de abrigo, ao mesmo tempo, tornam-se bssolas que apontam o rumo, chamando

    grande nmero de indivduos a uma mudana imediata de comportamento mental e moral.Corporificando-se, no mundo, suas vozes convidam razo, reflexo e demonstram a excelncia

    da paz e os bens que esta propicia a quem se lhe deixa penetrar.J no h outra alternativa: a paz ou o desespero!Por intuio e lgica, o homem sente que est destinado grandeza, para a qual avana.Os impedimentos atuais so-lhe desafios que lhe cumpre vencer, e o lograr com algum esforo e

    dedicao.

    *

    Este pequeno livro, que no acrescenta muito ao que j se escreveu sobre o assunto, mais umacontribuio para aqueles que estejam cansados do nadasmo e anelam pela renovao ntima, passo ini-cial para lograrem a harmonia.

    So momentos de meditao.No so regras adrede estabelecidas.Nem exerccios de macerao ou sacrifcio.So colocaes, simples e oportunas, de fcil aplicao e imediatos resultados positivos.

    *

    Apresentamos esta modesta Obra, neste dia, homenageando O Livro dos Espritos, de Allan Kar-dec, que foi publicado, em Paris, e surgiu como diretriz de segurana e felicidade, a 18 de abril de 1857.

    Augurando ao caro leitor a paz que necessita, rogamos a Jesus que nos abenoe e nos faa felizes.

    Salvador, 18 de abril de 1988.

    Joanna de ngelis

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    1. Recorre meditao

    O homem que busca a realizao pessoal, inevitavelmente impelido interiorizao.Seu pensamento deve manter firmeza no ideal que o fascina, e a f de que lograr o xito impulsio-

    na-o a no intimidar-se diante dos impedimentos que o assaltam na execuo do programa ao qual se pro-pe.

    A meditao torna-se-lhe o meio eficaz para disciplinar a vontade, exercitando a pacincia com quevencer cada dia as tendncias inferiores nas quais se agrilhoa.

    *

    Meditar uma necessidade imperiosa que se impe antes de qualquer realizao.Com esta atitude acalma-se a emoo e aclara-se o discernimento, harmonizando-se os sentimentos.No se torna indispensvel que haja uma alienao, em fuga dos compromissos que lhe cumpre a-

    tender, face s responsabilidades humanas e sociais. Mas, que reserve alguns espaos mentais e de tempo,a fim de lograr o cometimento.

    *

    Comea o teu treinamento, meditando diariamente num pensamento do Cristo, fixando-o pela repe-tio e aplicando-o na conduta atravs da ao.

    Aumenta, a pouco e pouco, o tempo que lhe dediques, treinando o inquieto corcel mental e aquie-tando o corpo desacostumado.

    Sensaes e continuados comiches que surgem, atende-os com calma, a mente ligada idia cen-tral, at conseguires super-los.

    A meditao deve ser atenta, mas no tensa, rgida.Concentra-te, assentado comodamente, no, porm, o suficiente para amolentar-te e conduzir-te ao

    sono. Envida esforos para vencer os desejos inferiores e as ms inclinaes.Escolhe um lugar asseado, agradvel, se possvel, que se te faa habitual, enriquecendo-lhe a psi-

    cosfera com a qualidade superior dos teus anelos.Reserva-te uma hora calma, em que estejas repousado.Invade o desconhecido pas da tua mente, a princpio reflexionando sem censurar, nem julgar, qual

    observador equilibrado diante de acontecimentos que no pode evitar.Respira, calmamente, sentindo o ar que te abenoa a vida.Procura a companhia de pessoas moralmente sadias e sbias, que te harmonizem.Dias haver mais difceis para o exerccio. O treinamento, entretanto, se responsabilizar pelos re-

    sultados eficazes.No lutes contra os pensamentos. Conquista-os com pacincia.To natural se te tornar a realizao que, diante de qualquer desafio ou problema, sers conduzido

    idia predominante em ti, portanto, a de tranqilidade, de discernimento.

    *

    Gandhi jejuava em paz, por vrios dias, sem sofrer distrbios mentais, porque se habituara medi-tao, qual se entregava nessas oportunidades.

    E Jesus, durante os quarenta dias de jejum, manteve-se em ligao com o Pai, prenunciando o tes-temunho no Getsmani, quando entregue, em meditao profunda, na qual orava, deixou-se arrastar pelas

    mos da injustia, para o grande testemunho que viera oferecer Humanidade.

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    2. Educao integral

    A importncia da educao transcende ao que lhe tem sido atribudo, face ao imediatismo dos obje-tivos que os mtodos aplicados perseguem.

    A falta de estrutura moral do educador isto , o equilbrio psicolgico e afetivo, as noes deresponsabilidade e dever, a abnegao em favor do aprendiz, a pacincia para repetir a lio at impreg-

    nar o ouvinte, sem irritao nem reprimenda, e o amor constitui fator adverso ao xito do empreendi-mento que base de vida na construo do homem integral.

    Quando se educa, so canalizados os valores latentes no indivduo para o seu progresso, fornecendoos recursos que facultam a germinao dessas potncias que dormem no cerne do ser.

    Educar libertar com responsabilidade e conscincia de atitudes em relao ao educando, a simesmo, ao prximo e Humanidade.

    Quando se reprime e se impem condicionamentos pela violncia, uma reao em cadeia provoca airrupo da revolta que explode em atos de agressividade que asselvaja.

    A tarefa da educao , sobretudo, de iluminao de conscincia, mediante a informao e a vivn-cia do conhecimento que se transmite.

    Quem educa evita a manifestao da delinqncia e do desequilbrio social, estabelecendo metas depromoo da vida.A punio significa falncia na rea educativa.A represso representa insegurana educacional.A reprovao demonstra fracasso metodolgico.

    *

    O educando material malevel, que aguarda modelagem prpria para fixar os caracteres que con-duzem perfeio.

    O educador cria hbitos, estimula atitudes, desenvolve aptides, conduz. o guia, hbil e gentil,

    ensinando sempre pela palavra e pelo exemplo, no se cansando nunca do ministrio que abraa.A escola o prosseguimento do lar, e este a escola abenoada na qual se fixam os valores condi-zentes com a dignidade e o engrandecimento tico-moral do ser.

    *

    A educao fenmeno presente em todas as pocas. O paj que ensina, o guru que orienta, o mes-tre que transmite lies, so educadores diversos atravs dos tempos.

    A verdadeira educao ocorre no ntimo do indivduo, sendo um processo verdadeiramente trans-formador.

    Qual semente que sai do fruto e semelhante vida que esplende saindo da semente, quando os fato-res so-lhe propcios, a educao mecanismo semelhante da vida a servio da Vida.

    certo que o homem se apresenta imperfeito, por enquanto, todavia , potencialmente, perfeito, e, educao, compete o papel de o desenvolver.

    A divina semente que nEle jaz, a educao pe a germinar.Sempre se educa e se sai educado, quando se est atento e predisposto ao ensino e aprendizagem.Todos somos educadores e educandos, conscientemente ou no.A educao, porm, h que ser integral, do homem total.Jesus, o Educador por Excelncia, prossegue, paciente, amando-nos e educando-nos, havendo acei-

    to apenas o ttulo de Mestre, porque, em verdade O .

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    3. Reto pensar

    Pessoas bem intencionadas acreditam que algumas aes boas lhes bastam para a paz de conscin-cia, no mundo, e a conquista do reino dos Cus logo depois.

    Entre nada fazer e algo realizar, sempre melhor o bem produzir. Todavia, a ao generosa, peri-dica, no suficiente para equilibrar os valores humanos no campo de batalha da personalidade, em de-

    trimento do ser real em si mesmo.O homem se torna aquilo que cultiva no pensamento.A vida mental irregular, geradora de mil conflitos e disparates, no fica anestesiada face ingern-

    cia de alguns atos de solidariedade ou mesmo de beneficncia.O reto pensar o mtodo nico para atingir o reto atuar.Somente o pensamento bem direcionado, impede que germinem as sementes da perturbao mental

    geradora dos tormentos que procedem dos vcios ancestrais.O esforo para insistir no reto pensar preenche os espaos do pensar mal ou no pensar, ambos do

    agrado da ociosidade e da acomodao.Mediante o reto pensamento, o homem se descobre tambm agindo retamente.

    *

    Inclina tua mente para o mais saudvel.No te faas fiscal do lixo moral da sociedade, nem te permitas coletar os detritos do pessimismo

    como da vulgaridade.De maneira nenhuma censures o teu prximo, especialmente quando este se encontre ausente.Busca os valores positivos que existem nos outros e aprimora aqueles em ti existentes.S equnime no teu foro ntimo e nas tuas expresses exteriores.Fala menos e reflexiona mais em torno do amor.Insiste nas idias que estimulam a vontade a tornar-se forte quo disciplinada.

    Planeja a ascenso e pensa sobre ela, raciocinando a respeito da perda de tempo com as iluses e fu-tilidades.Supera o temor de qualquer natureza com a confiana de que nenhum mal de fora poder fazer-te

    mal se estiveres bem interiormente, e que somente te suceder o que venha a contribuir para a tua paz eprogresso espiritual.

    *

    Jesus realizou, na Terra, os mais admirveis fenmenos de que se tem notcia, e demonstrou a maiselevada qualidade de amor que jamais algum, no mundo, ofereceu s criaturas. Todavia, o Seu reto pen-sar foi a causa do Seu reto agir, o que O fez Modelo para ser seguido em todas as pocas.

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    4. Ego e eu

    A batalha mais difcil de ser travada ocorre no teu mundo ntimo.Ningum a v, a aplaude ou a censura. tua. Vitria, ou derrota, pertencer a ti em silncio.Nenhuma ajuda exterior poder contribuir para o teu sucesso, ou conjuntura alguma te levar ao fra-

    casso.

    *

    Os inimigos e os amigos residem na tua casa interior e tu os conheces.Acompanham-te, desde h muito ests familiarizado com eles, mesmo quando te obstinas por igno-

    r-los.Eles te induzem a glrias e a quedas, aos atos hericos e s fugas espetaculares, erguendo-te s es-

    trelas ou atrelando-te ao carro das iluses.

    *So conduzidos, respectivamente, pelo teu Ego e pelo teu Eu.O primeiro comanda as paixes dissolventes, gerando o reinado do egosmo cego e pretensioso que

    alucina e envilece. herana do primarismo animal, a ser direcionado, pois que o maior adversrio do Eu.Este a tua individualidade csmica, legatria do amor de Deus que te impele para as emoes do

    amor e da libertao.Sol interno, chama na fumaa do Ego, aguardando o momento de a dissipar, a fim de brilhar em

    plenitude.*

    O Ego combate e tenta asfixiar o Eu.O Eu o excelente libertador do Ego.

    *

    Sob disfarces, que so as suas estratgias de beligerncia criminosa, o Ego mente, calunia, estimulaa sensualidade, fomenta a ganncia, gera o dio, a inveja, trabalha pela insensatez.

    Desnudado, o Eu ama, desculpa, renuncia, humilha-se e serve sem cessar.Jamais barganha ou dissimula os seus propsitos superiores.

    *

    O Ego ameaa a paz e se atulha com as coisas vs, na busca instvel da dominao injusta.O Eu fomenta a harmonia e despoja-se dos haveres por saber que senhor de si mesmo e no pos-

    suidor dos adornos destitudos de valor real.

    *

    Csar cultivava o Ego e marchou para a sepultura sob as honrarias que ficaram sua borda, prosse-guindo a ss conforme vivia.

    Jesus desdobrou o Eu divino com que impregnou a Humanidade e, ao ser posto na cruz, despojado

    de tudo, prosseguiu, de braos abertos, afagando todos que ainda O buscam.O Ego humano deve ceder o seu lugar ao Eu csmico, fonte inesgotvel de amor e de paz.No cesses de lutar, nem temas a refrega.

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    5. Conquistas

    O Homem comum satisfaz-se com os fenmenos fisiolgicos e os prazeres que exaurem os senti-dos, sem qualquer benefcio para a emoo.

    Todos os seus planos e aspiraes giram em torno de lucros que lhe propiciem as metas imediatasdo gozo, da sensualidade.

    Gozo alimentar e posse sensual; gozo no sono e sensualidade na ambio; gozo na comodidade esensualismo na mente.

    O seu intelecto se volta para o utilitarismo e o seu sentimento para a sensao.O crescimento que anela horizontal, de superfcie, encontrando dificuldade para a verticalizao

    da vida, a ascese.

    *

    O homem que desperta para as experincias libertrias, emerge dos sentidos opressores e ala-se.O conhecimento torna-se-lhe uma bssola e um roteiro, enquanto o sentimento o propele conquis-

    ta das distncias.O prazer instala-se-lhe nas reas profundas do ser atravs das sucessivas aquisies da renncia, daabnegao, da identificao dos valores reais, em detrimento das inquietaes provenientes dos desejosinsatisfeitos.

    Verticaliza a conduta e comanda o pensamento, sem vazios, fsicos ou mentais, para os conflitosque envilecem, atormentando o corao.

    Os seus, so os triunfos sobre os prprios limites.

    *

    O homem comum v, ouve e vive conforme se apraz.

    Os acontecimentos so enfocados de acordo com as lentes dos seus interesses pessoais.Tudo faz para fruir sempre, desfrutando do maior quinho.O seu humor instvel, porque governado pela fora da paixo egosta.A sua f acomodada, por supor que ganhar a Vida utilizando os mtodos escusos em que tem

    posto a existncia.

    *

    O homem lcido entende a finalidade para a qual foi criado por Deus e v, ouve e vive obedecendoaos padres exarados pelas Leis que regem a Vida.

    Proporciona os meios para que os fenmenos aconteam efeitos naturais das suas aes postas aservio dos programas divinos.

    estvel, porque sabe que somente lhe acontece o que se lhe torna de melhor, da retirando a boaparte, aquela que o ajuda em qualquer ocorrncia.

    Cr e ama sem receio, porque a sua uma vida fecunda.O homem comum vive embriagado ou aturdido, ansioso ou desiludido.O homem consciente movimenta-se em paz.Pilatos, na horizontal do poder, lavou as mos quanto ao destino do Justo.Jesus, na vertical da verdade, sem nenhuma queixa submeteu-se. Erguendo-se na cruz, permanece

    como exemplo fecundo de unio com Deus, na conquista total da Vida.

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    6. Cincia de bem viver

    Tranqilamente, confiante, avana, passo a passo, pelo caminho da evoluo. No busques, nem fu-jas dos fenmenos da existncia fsica.

    Intenta ser o controlador dos teus impulsos e sentimentos, de maneira que o insucesso no te infeli-cite nem o xito te exalte.

    *

    Na paz interior descobrirs a libertao das dores, porque logrars vencer as paixes.Utilizando-te de uma conscincia equnime, aceita as ocorrncias positivas e negativas com a mes-

    ma naturalidade, sem sofreguido nem indiferena.

    *

    Mantm-te interiormente livre em qualquer circunstncia, adquirindo a cincia verdadeira do viver.

    *

    A iluso fascina, mas se desvanece.A posse agrada, porm se transfere de mos.O poder apaixona, entretanto, transita de pessoa.O prazer alegra, todavia efmero.A glria terrestre exalta e desaparece.O triunfador de hoje, passa, mais tarde, vencido...

    *

    A dor aflige, mas passa.A carncia aturde, porm um dia se preenche.A debilidade orgnica deprime, todavia, liberta da paixo.O silncio que entristece, leva meditao que felicita.A submisso aflige, entretanto engrandece e enrija o carter.O fracasso espezinha, ao mesmo tempo ensina o homem a conquistar-se.

    *

    Todas as situaes no mundo sensorial passam, mudam de posio e de forma.A essncia da realidade, porm, permanece sempre a mesma.Nada definitivo na aparncia.Apenas o que tem valor intrnseco duradouro.Quem, espontaneamente, se abstm dos sentidos e das exterioridades, sem mgoa nem frustrao,

    encontrou a cincia de bem viver.

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    7. Ascetismo

    Existem pessoas que, a pretexto de buscarem a paz espiritual, odeiam o mundo, literalmente, e seentregam a uma vida de desprezo a tudo e todos, num ascetismo fantico, longe da lgica e da razo.

    Algumas, embora nos meream respeito pelo esforo e inteno, no passam de personalidades psi-copatas, que se entregam a mecanismos de fuga sob pretextos que se lhes tornam fundamentais.

    Pretendem a felicidade espiritual atravs da mortificao fsica e crem que, no recolhimento pes-soal e isolamento, conseguiro a morte do ego.

    Propem-se e entregam-se inao como meta de vida, na expectativa de uma paz que inopern-cia, anulao do ser.

    *

    O Esprito reencarna para evoluir e jamais para estagnar.A reencarnao processo de iluminao pelo trabalho, pela transformao moral.Renascimento significa oportunidade de crescimento pelo amor e pela sabedoria.

    Quem se isola, reserva-se a negao da vida e o desrespeito a Deus, embora sob a justificativa debusc-LO.Em toda a Criao vibram em unssono as notas ritmadas da ao, que gera o progresso, e do mo-

    vimento, que responde pela ordem universal.Inatividade e gua estagnada guardam os miasmas da morte.

    *

    No clebre dilogo entre Krishna e Ariuna, responde o Bem-aventurado ao jovem prncipe pndava,a respeito da ao, na Bhagavad-Gita: 1

    v quo vergonhosa a vida do homem que, vivendo neste mundo de ao, tenta abster-se da

    ao; que, gozando o fruto da ao do mundo ativo, no coopera, mas vive em ociosidade. Aquele que,aproveitando a volta da roda, em cada instante de sua vida, no quer por a mo roda para ajudar a mov-la parasita, e um ladro que toma sem dar coisa alguma em troca.

    E prossegue: Sbio , porm, aquele que cumpre bem os seus deveres e executa as obras que so para fazer-

    se no mundo, renunciando a seus frutos, concentrado na cincia do Eu Real.Jesus, o excelente Mestre, viveu trabalhando e exaltando o valor da ao como meio de dignifica-

    o e paz.Dentro do mesmo enfoque, Allan Kardec estabeleceu a trade do Trabalho, Solidariedade e Tole-

    rncia, completando que, s a Caridade salva, por ser esta a ao do amor a servio do homem e da Hu-manidade.

    1 Bhagavad-Gita Traduo de Francisco Valdomiro Lorenz 4a ed. Editora O Pensamento (Nota da autora espiritual

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    8. Conhecimento para a ao

    As Leis que regem a Natureza so constante apelo ao homem que sabe investigar e deseja progre-dir.

    Qualquer transgresso em referncia aos seus cdigos soberanos resulta em falta que se impe co-mo necessidade de reparao.

    Ningum se lhes escapa.Cada criatura age conforme a sua prpria natureza, os seus atavismos espirituais, constituindo-lhe

    dever libertar-se dos negativos, os primitivos, os que o atam s expresses da sensualidade de variadagama, iniciando outras experincias que se harmonizem com a parte divina no imo adormecida.

    Isto lhe ensejar a aquisio da sabedoria, emulando-o sempre ao aprimoramento do carter.

    *

    Um dos mtodos eficientes para o desiderato o do conhecimento que liberta da ignorncia, do me-do, do egosmo e da avareza.

    O passo imediato a ao, o cumprimento dos deveres que enobrecem, embora se apresentem hu-mildes e insignificantes, sem avanar o passo para realizar os labores do prximo, porque projetam a per-sonalidade e promovem o orgulho, ou manter-se impassvel diante da vida.

    *

    melhor que a desencarnao te alcance no cumprimento dos deveres do que te encontre na ociosi-dade dourada, na existncia frvola e perfumada.

    O hbito do servio promover os teus valores morais, no obstante, muitas vezes, faas o que nodesejas e no consigas realizar o que almejas.

    Isto natural, porque resulta dos acmulos produzidos em outras existncias corporais, que criaram

    os condicionamentos cujo impositivo tens que arrebentar.A esta impulso, o desrespeito ordem, chamas de tentao, qual nuvem que obscurece o Sol oufumaa que se desprende da labareda.

    Certamente o Sol e o fogo sobrepem-se aos aparentes impedimentos pela fora intrnseca de que seconstituem.

    Assim tambm o denodo e a intensidade das tuas aspiraes elevadas vencero esses inimigos, a-brindo-te campo de realizaes em programas mais felicitadores.

    *

    O Apstolo Paulo, embora de elevada estirpe espiritual, sofreu a injuno de ser tentado a fazer oque no queria, enquanto, se esforando, no conseguia fazer sempre o que desejava.

    Perseverando e desafiando-se, porm, superou-se, de tal forma, que deixou de ser ele prprio, paraque o Cristo nEle vivesse.

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    9. Arte e cincia de ajudar

    A indiferena ante a dor do prximo congelamento da emoo, que merece combate. medida que o homem cresce espiritualmente, mais se lhe desenvolvem no ntimo os sentimentos

    nobres.Certamente no se devem confundi-los com os desregramentos da emotividade; igualmente no se

    os podem controlar a ponto de tornar-se insensvel.No bruto, a indiferena o primeiro passo para a crueldade, porta que se abre na emoo para in-

    meros outros estados de primitivismo.A indiferena coagula as expresses da fraternidade e da solidariedade, ensejando a morte do servi-

    o beneficente.O antdoto para este mal, que reflete o egosmo exacerbado, o amor.

    *

    Se no pretendes partilhar do sofrimento alheio, ao menos minora-o com migalhas do que te exce-

    de. Se no queres conviver com a dor do teu irmo, ajuda-o a t-la diminuda com aquilo que te estejaao alcance.

    Se defrontas multides de necessitados e no sabes como resolver o problema, auxilia o primeiroque te aparea, fazendo a tua parte.

    Se te irrita a lamentao dos que choram, silencia-a com o teu contributo de amizade.Imagina-te no lugar de algum dEles e sabers o que fazer, como efeito natural do que gostarias que

    algum fizesse por ti.

    *

    Ningum est seguro de nada, enquanto se encontra na Terra.A roda das ocorrncias no pra.Quem hoje est no alto, amanh ter mudado de lugar e vice-versa.E no s por isso.Quem aprende a abrir a mo em solidariedade, termina por abrir o corao em amor.D o primeiro passo, o mais difcil. Repete-o, treina os sentimentos e te adaptars arte e cincia de

    ajudar.

    *

    H quem diga que os infelizes de hoje esto expiando os erros de ontem, na injuno de carmas do-lorosos. Ajud-los, seria impedir que os resgatassem.

    correto que a dor de agora procede de equvocos anteriores, porm, a indiferena dos enregelados,por sua vez, est-lhes criando situaes penosas para mais tarde.

    Quem deve paga, da Lei. Mas, quem ama, dispe dos tesouros que, quanto mais se repartem, maisse multiplicam. semelhante chama, que acende outros pavios e sempre faz arder, repartindo-se, semnunca diminuir de intensidade.

    Faze pois, a tua opo de ajudar e o mais a Deus pertence.

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    10. Sintonia moral

    As leis de afinidade ou de sintonia que vigem em toda parte, respondem pela ordem e pelo equil-brio universal.

    Pequena alterao para mais ou para menos, entre os fenmenos do eletromagnetismo e as foras dagravitao universal, tornaria as estrelas gigantes azuis ou pequenos astros vermelhos perdidos no caos.

    Transferidas para a ordem moral, as leis de afinidade promovem os acontecimentos vinculando osindivduos, uns aos outros, de forma que o intercmbio seja automtico, natural.

    *Mentes especializadas mais facilmente se buscam em razo do entendimento e interesse que as do-

    minam na mesma faixa de necessidade.Sentimentos viciosos encontram ressonncia em caracteres morais equivalentes produzindo resulta-

    dos idnticos.*

    O homem colrico sempre encontrar motivo para a irritao; assim como a pessoa dcil com faci-

    lidade identifica as razes para desculpar e entender.*H uma inevitvel atrao entre personalidades de gostos e objetivos semelhantes como repulsa em

    meio queles que transitam em faixas de valores que se opem.

    *Na rea psquica o fenmeno idntico.Cada mente se irradia em campo prprio, identificando-se com aquelas que a se expandem.O psiquismo o responsvel pelos fenmenos fsicos e emocionais do ser humano.Conforme a expanso das idias, vincula-se a outras mentes e atua na prpria organizao fisiolgi-

    ca em que se apia, produzindo manifestaes equivalentes onda emitida.

    Assim, os pensamentos positivos e superiores geram reaes salutares, tanto quanto aqueloutros denatureza perturbadora e destrutiva produzem desarmonia e insatisfao.

    *No campo das expresses morais o fenmeno prossegue com as mesmas caractersticas.Os semelhantes comportamentos entre os homens e os Espritos jungem-se, impondo-lhes interde-

    pendncia de conseqncias imprevisveis.Se possuem um teor elevado, idealista, impelem os seres encarnados quo desencarnados a realiza-

    es santificantes, enquanto que, de carter vulgar, facultam intercmbio obsessivo ou tipificado pelaburla, mentira, insanidade...

    *, portanto, inevitvel afirmar-se que as qualidades morais do mdium so de alta importncia para

    o salutar intercmbio entre os homens e os Espritos.Somente as Entidades inferiores se apresentam por intermdio dos mdiuns vulgares, insatisfeitos,

    imorais...Os Mentores, como natural, sintonizam com aqueles que se esforam por melhorar-se, empenha-

    dos na sua transformao moral, que combatem as ms inclinaes e insistem para vencer o egosmo, oorgulho, esses cnceres da alma que produzem terrveis metstases na conduta do indivduo.

    *Pode-se e deve-se, pois, examinar o valor e a qualidade das comunicaes espirituais, tendo-se em

    conta o carter moral do mdium, seu comportamento, sua vida.

    *Jesus, o Excelente Mdium de Deus, demonstrou a grandeza da Sua perfeita identificao com opensamento divino atravs da esplndida pureza e elevao que O caracterizavam.

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    11. O significado da vida

    Na grande mole humana, cada pessoa d, vida, um significado especial.Esta objetiva a aquisio da cultura; essa busca o destaque social; aquela anela pela fortuna; estou-

    tra demanda o patamar da glria...Uma quer a projeo pessoal; outra anseia pela construo de uma famlia ditosa, cada qual empe-

    nhando-se mais afanosamente para atingir o que estabelece como condio de meta essencial.Tal planificao, que varia de indivduo, termina por estimular luta, competio insana, ao de-

    sespero.Conseguido, porm, o que significou como ideal, ou reprograma o destino ou tomba em frustrao,

    descobrindo-se irrealizado ou vtima de saturao do que haja conseguido sem plenificar-se interiormen-te.

    *

    A vida, entretanto, possui um significado especial, que reside no autodescobrimento do homem, que

    passa a valorizar o que ou no importante no seu peregrinar evolutivo.Este desafio se torna individual, unindo, sem embargo, no futuro, os seres numa nica famlia, queentrelaa os ideais em sintonia perfeita com a energia que emana de Deus e o lan vitalizador da vida.

    *

    Os meios da tua sobrevivncia orgnica emulam-te para avanar ao encontro da finalidade da exis-tncia.

    O azeite sustenta a chama, porm a finalidade desta no crepitar, mas derramar luz e aquecer.Enquanto no te empenhes, realmente, na busca da tua realidade espiritual, seguirs inseguro, inst-

    vel, sem plena satisfao.

    *

    Todas as aquisies que exaltam o ego, terminam por entediar.A maneira mais eficiente para o cometimento do real significado da vida, a experincia do amor.Amor que doa e liberta.Amor que renuncia e faz feliz.Amor que edifica, espalhando esperana e bnos.Amor que sustenta vidas e favorece ideais de enobrecimento.Amor que apazigua quem o sente e dulcifica aquele a quem se doa.

    *

    O amor conquista muito pessoal que necessita do combustvel da disciplina mental e da ternura dosentimento para expandir-se.

    *

    O significado essencial da vida repousa, pois, no esforo que cada criatura deve encetar para anularas paixes dissolventes, colocando nos seus espaos emocionais o divino hlito, o amor que se origina emDeus.

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    12. Resguarda-te na paz

    Anotas, entristecido, que parece haver uma conspirao infeliz contra os teus propsitos elevadosde realizao interior.

    Observas, surpreso, que ao estabeleceres propsitos de dignificao moral, surgem impedimentossoezes que, no poucas vezes, te arrojam a situaes lamentveis.

    Concluis, desencantado, que os teus labores idealistas, que te servem de base para mais altos vos,so torpedeados, vilmente, por amigos, empurrando-te para situaes conflitantes entre o que aspiras e oque realizas.

    Constatas, dorido, que a redeno pessoal e as conquistas libertadoras custam alto preo de renn-cia e esforo, no bastassem os convites vulgaridade e s permisses para o delito, que se multiplicam,assustadoramente.

    *

    O homem empenhou-se em conquistar as alturas e saiu da Terra; em penetrar nas guas abissais dosoceanos e ora resgata os tesouros que ali dormem sono secular, descobrindo, tambm, a flora e a fauna

    multimilenria, que jaziam desconhecidas; em decifrar o milagre da organizao celular, e penetrou nasmolculas que a constituem; em ligar ilhas a continentes e aterrou as regies que as separavam; em com-bater as molstias e logrou detectar considervel nmero de bactrias, vrus e micrbios adversrios dosorganismos saudveis; em equilibrar o relacionamento social e pde estabelecer leis, nem sempre respei-tadas; em comunicar-se com os demais indivduos em pontos diferentes do globo e aperfeioou o sistemada informtica; em transformar a face do planeta e ei-lo modificando a ecologia, alterando a paisagem nosdesertos que se convertem em pomares, nas florestas que se tornam regies desrticas, nos rios e maresque morrem lentamente...

    Todavia, so poucos os que se empenham em descobrir-se a si mesmos e lutar em favor da plenarealizao.

    Esta a tarefa superior, qual todos nos devemos dedicar com o maior empenho, a fim de fruir de

    paz, passo inicial para a aquisio da felicidade.*

    No te permeies com os fluidos dEletrios dos enfermos psquicos, ingratos e perniciosos, que vi-vem contigo e te buscam perturbar.

    Tem-nos na conta em que se encontram e exercita pacincia para com eles.No te aflijas face s acusaes insensatas e despeitadas que outros te fazem, ante a impossibilidade

    de alcanarem-te e caminharem ao teu lado.A tua vitria no pode ser perturbada pelas insignificncias do caminho.No revides as agresses mentais com que investem contra ti.Permanece em calma e amortece o dardo que dispararam, fazendo-o desagregar-se ao atingir o al-

    godo da tua sensibilidade.No reivindiques compreenso nunca.Quem alcana as alturas v melhor e tem o dever de desculpar aqueles que ainda esto no vale em

    sombras.A tua paz de relevncia, e para mant-la investe os teus valores mais altos.Paz conquista interior.Paz iluminao interna.Paz presena divina no indivduo.Resguarda-te, pois, em paz e deixa o tempo transcorrer, porquanto ele conseguir fazer amanh o

    que hoje te parece impossvel conseguir.Jesus, na montanha das Bem-aventuranas, ou no Getsmani, ou no Glgota, manteve a mesma paz,

    em razo da certeza de saber que Deus estava com Ele, e, por conseqncia, Ele estava com Deus.Paz Deus na mente e no corao.

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    13. Questo de conscincia

    A conscincia da culpa torna-se azorrague de lamentvel aflio para quem delinqe, constituindopresena indesejvel na vida irregular.

    Todos os homens com mediana capacidade de discernimento sabem como se devem conduzir equais os mecanismos corretos de que se podem utilizar, a fim de lobrigarem xito nos tentames de uma

    existncia sadia.O erro, que fator para a aprendizagem, ensinando a melhor metodologia para a fixao do acerto,

    na rea do comportamento moral assume papel preponderante, gerando conseqncias de breve ou longocurso, conforme a ao negativa desencadeada.

    *

    Na Terra, face aos compromissos tico-sociais que impem a aparncia, no raro em detrimento darealidade, aquela exige que os indivduos se permitam duas condutas: a que se aceita e aquela que se vivena intimidade do ser.

    Tal atitude desencadeia distrbios emocionais que se transformam em processos de alienao men-tal e comportamental infelizes.No suportando a carga da dicotomia emocional que se impe, o indivduo foge pelos episdios

    neurticos; jugulando-se a patologias que o tempo agrava, caso no se permita a necessria terapia e amudana de ao moral.

    *

    Fora do corpo, a questo da conscincia da culpa assume propores mais graves, tomando aspectosmais infelizes.

    A impossibilidade que experimenta o culpado de dissimular o delito e a presena da sua vtima ino-

    cente, que o no acusa em momento nenhum, quando nobre e elevada, tornam-se-lhe um tormento ino-minvel.Se, todavia, estagia no mesmo padro de conduta e incapaz de compreender e perdoar, ei-la trans-

    formada em cobrador implacvel, iniciando-se o processo de obsesso cruel, que se alongar na carnefutura, que o calceta busca a fim de esquecer e reabilitar-se...

    Age corretamente sempre.No te anestesies com os vapores do erro moral ou de qualquer outra procedncia.Sofre hoje a falta, de modo a no padeceres longamente, mais tarde, o que usaste de forma indevida.O jbilo de poucos momentos, no vale o remorso de muito tempo.Felicidade sem renncia capricho dourado que se converte em pesadelo.Tudo passa!Eis que o tempo, na sucesso das horas, conceder-te- em paz o que agora te falta, durante o confli-

    to.Tem pacincia e persevera no bem, na retido.

    *

    As leis de Deus encontram-se registradas na conscincia humana, para que saibamos como agir, pa-ra que agir e por que agir sempre da maneira melhor para todos.

    Assim, no te comprometas com o mal, o crime, o vcio, liberando-te da culpa por antecipao.Tal atitude ser, na tua felicidade, uma questo de conscincia.

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    14. Deus e o homem

    S h um Deus nico e Verdadeiro, Causa Incausada do Universo.Sustenta a vida e expressa-se em toda parte, no se humanizando jamais.A condio de humanidade via de ascese aos Cimos Gloriosos, de que Ele no necessita.Inacessvel ao entendimento da criatura, por ser o Todo que jamais se fragmenta, o Incomparvel

    Pensamento gerador de tudo.Onipresente e onipotente, encontra-se em toda parte qual fora aglutinadora de molculas, e qual-

    quer tentativa de compreend-LO, como de defini-LO, representa uma forma de limit-LO, tirando-Lhe agrandeza inimaginvel.

    Por isto, o culto que Lhe devemos h que ser em esprito e verdade, respeito e amor, no pronun-ciando o Seu nome vmente, mesmo a pretexto de fixar o pensamento na Sua realidade.

    *Notcias mitolgicas afirmam que, aquele que desencarna chamando-Lhe pelo nome, emancipa-se

    do jugo das reencarnaes...Fantasias religiosas asseveram que morrer, neste ou naquele lugar sagrado, suficiente para ganhar-

    Lhe a graa e ser perpetuamente feliz...Se assim fora, quo grave seria a Sua injustia em relao aos que se tornam vtimas de paralisia edemncia ou se encontram em pontos distantes dos stios privilegiados, por Ele ali colocados!

    O amor transcendente de Deus alcana igualitariamente todas as Suas criaturas, de alguma forma,manifestao dEle prprio.

    *Algumas culturas orientais, ricas de lenda e ingenuidade, informam que, periodicamente, Deus to-

    ma forma humana para ajudar os homens a crescerem, a reformularem os hbitos doentios, a moraliza-rem-se, como se fora necessrio, para tanto, medida simples de tal porte.

    Seus embaixadores aparecem e ressurgem em todos os lugares, sejam Krishna ou Buda, Moiss ouZoroastro, Lao-Tseu, Hermes Trimegistro ou Maom, Scrates ou Agostinho, Lutero ou Allan Kardec,

    dentre outros inumerveis... Todavia, superando-os em pureza e abnegao veio Jesus de Nazar ensin-LO aos homens e viv-LO como jamais qualquer um o houvera ou venha faz-lo.*

    No te impressiones com aqueles que se dizem manifestao divina, o prprio Deus em carne eosso nas sombras da Terra...

    Respeita-os como missionrios que so, emocional e culturalmente prprios para os pases onde re-nascem com objetivos nobres e superiores.

    Ouve-lhes as mensagens, no entanto observa se unem as palavras aos atos, se so simples, bons emisericordiosos, tolerantes e caridosos, abnegados at a morte e pacientes, demonstrando sua sabedoria eevoluo.

    *S grato a Deus por colocar-te prximo a esses Espritos missionrios.Jamais os adores ou anules o teu pensamento sob a induo dEles.Raciocina e logica.Teus irmos mais adiantados que so, convidam-te reflexo e ao progresso.Tem em conta que acima de todos eles conheces Jesus, que se sacrificou, e apenas te pede que ames

    e ames, fazendo da tua vida um Evangelho de feitos para o teu e o bem da Humanidade da qual smembro.

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    15. Como seguirs

    A tua escala de valores necessita de uma avaliao.Depositas muita importncia em moedas e gemas preciosas, telas famosas e tapetes especiais, prata-

    ria e cristais...E mesmo quando o alento da f te bafeja o corao, buscas doutrinas exticas e comportamentos a-

    lienantes, empreendendo viagens que te levam presena de personalidades estranhas ou carismticas.Acalmas-te por um momento e j noutro retornam a incerteza e a insatisfao. A nsia de querer

    mais e o veemente desejo de abarcar tudo exaurem-te os nervos, e o equilbrio bate em retirada.

    *

    Os tesouros valem o preo que lhes atribuis. Nenhum dEles preenche o espao da saudade de umser amado ou traz o amor legtimo de algum ao corao solitrio.

    No deserto ardente ou numa ilha solitria no te propiciam uma gota de gua ou um baga de po.O conhecimento sem disciplina mental, igualmente faz-se instrumento de perturbao e instabilida-

    de. As vrias teorias, dspares e conflitantes entre si, aturdem a razo.

    *

    Toda busca da Verdade, para legitimar-se, deve ser fundamentada na paz.A pressa responde pela imperfeio de qualquer obra quanto a indolncia pela demora da realiza-

    o.Acalma-te, d ritmo equilibrado aos teus interesses e encontrars o filo de ouro que te conduzir

    felicidade.

    *

    Jesus j veio ter contigo e deixou-te precioso legado, que ainda no conheces.Ao Mahatma Gandhi bastou o sermo da montanha para completar-lhe a preciosa e missionria

    existncia de homem de f e ao.J o leste, meditando e aplicando-lhe os conceitos no dia-a-dia?Reavalia, pois, a tua existncia, porque, talvez, sem aviso prvio, a morte chegue tua porta, e, sem

    pedir licena, informe que est ha hora do retorno.Como seguirs?

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    16. Necessidades reais

    Onde situes os teus interesses, em torno dEles circularo as tuas necessidades.Onde tenhas o pensamento, ali pors a emoo.Indispensvel repensar as aspiraes de maneira a fixar apenas aquelas que trabalham para a tua re-

    alizao profunda.

    *

    A ambio conduz ao tresvario.A avareza leva mesquinharia.A sensualidade brutaliza.A indolncia entorpece os sentimentos.A gula desajusta a mquina orgnica.O egosmo encarcera o ser.O orgulho envenena o homem.

    O vcio destrambelha os equipamentos do corpo e da alma.O dio enlouquece a criatura.O cime deforma a viso da realidade.

    *

    O que mais anelas e pensas corporifica-se e passa a dominar-te interiormente.Tens um compromisso com a vida, assim como esta dispe de uma tarefa para ti.Ausculta as tuas necessidades reais e olha em derredor.Possuis mais do que precisas, enquanto muitos carecem mais do que dispem.No apenas em recursos materiais, mas, tambm, em conhecimentos, educao, discernimento, ca-

    pacidade de servio, razo...

    *

    H, no mundo, mais escassez de paz do que de po.H mais solido do que companheirismo.Faltam mais os valores morais do que os bens materiais.Estes ltimos so os efeitos infelizes dos primeiros....E porque so escassas a equanimidade e a justia, abundam a misria e a ignorncia.

    *

    No postergues indefinidamente o teu momento de entrega, de por-te em relao com o melhor te-souro, pois onde o depositares, a estar o teu corao, conforme acentuou Jesus, facultando-te ou nofelicidade.

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    17. Permanece confiante

    Onde te encontras, com o que tens, atravs do que sabes, dispes dos valores essenciais para o teucrescimento espiritual.

    A divina sabedoria coloca o aprendiz no lugar mais rico de experincias para a sua realizao.Quando ests em condies, podes ler os mais belos textos de sabedoria no livro aberto da Vida.

    Se no logras adaptar-te na situao em que estagias, mui dificilmente galgars o prximo degraude discernimento espiritual.

    *

    No fujas das injunes evolutivas que se apresentam com roupagens de dificuldade, limite ou dor.Para onde te transfiras, seguir o teu destino, aquele que programaste atravs das reencarnaes

    passadas.O que aqui no consigas, adiante, passado o entusiasmo da novidade, no possuirs.Deus te ama em todo e qualquer lugar e sabe o que de melhor para ti.

    *

    Nem aceitao esttica daquilo que denominas infortnio, nem exaltao do que chamas conquista.A vida possui uma dinmica natural, um ritmo que deves aplicar nas tuas aspiraes, acontecimen-

    tos e programas.Age, pois, sempre, da forma que te brinde maior quota de paz e de experincias possveis.

    *

    Pedra que rola no cria limo, afirma o brocardo popular. Da mesma forma, a instabilidade ntima,

    que te leva a constantes mudanas, no te permitir fixao em coisa alguma, nem tampouco realizaoprofunda.Concede-te o tempo de semear, germinar, crescer, enflorescer e dar frutos.No tenhas pressa injustificvel.O trabalho de burilamento ntimo.A aquisio de conhecimento tranqila.A plenitude do amor lenta.

    *

    As alternativas do mundo so todas transitrias.As concesses do Cristo so permanentes.Transitando, sofregamente, poders reunir o que deixars com a morte do corpo. Harmonizando-te

    e perseverando, porm, conseguirs ser o que nada te poder usurpar.

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    18. Segue

    Enquanto te fixas nos acontecimentos de ontem, perdes os belos amanheceres que hoje comeam ese prolongaro indefinidamente.

    Quem ama e aspira a felicidade no se detm no passado, utilizando-se das suas lies para crescerno futuro.

    *

    A base do edifcio permanece ignorada e o elemento principal da sua segurana.A raiz escondida no solo sustenta a gigantesca sequia.

    *

    Novas idias para o porvir, assim como deveres novos, devem constituir-te estmulo para o prosse-guimento da marcha.

    Existe em ti um depsito de valores desconhecidos que esperam ocasio para serem postos a servi-o.

    *

    Elimina hbitos censurveis.Corrige comportamentos perniciosos.Supera sofrimentos injustificveis.Caminha com passo firme na direo da meta.Fracasso aparente o ensinamento de como no se deve tentar a realizao.Perturbao representa apelo harmonia.

    Pe ordem em tua vida.

    *

    Ontem a tempestade danificou a tua seara.Hoje recupera-se o solo encharcado.Amanh estaro cobertos de flores e de frutos, o jardim e o pomar.

    *

    No momento mximo do desespero, confia no porvir.O desengano deste momento faculta ensejo para a confiana porvindoura.Sempre h tempo para refazer e recomear.No te demores, portanto, fitando o ontem, enquanto desperdias o prazer superior de hoje com as

    alegrias que chegaro amanh.

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    19. Ante paixes

    A paixo reminiscncia da natureza animal predominante no homem.Leva-o a tormentos inimaginveis, escravizando-o e dilacerando-lhe os sentimentos mais nobres.Irrompe, violenta, qual temporal imprevisto, devastando e consumindo tudo quanto se lhe antepe

    ao avano.

    Desafiadora, ensandece e fulmina quem lhe padece a injuno, deixando sempre destroos, querchegue ao ponto de destino ou seja interrompida a golpe de violncia equivalente.

    Ela a alma dos desejos incontrolados, vestgio do instinto que a razo deve conduzir.Nesse estgio de primarismo o maior inimigo do homem, porque o asselvaja e domina.Canalizada pela vontade disciplinada para objetivos elevados, transforma-se em fora motriz que d

    vida ao heri, resistncia ao mrtir, asas ao anjo, beleza ao artista e glria ao lutador.

    *

    Domina os teus sentidos mais grosseiros, corrigindo as ms inclinaes sob o comando da razo fi-

    xada em metas elevadas.Transforma o fogo devorador que te consome em fora que produza para o benefcio geral.Uma chispa descuidada ateia incndio voraz, destruidor, enquanto as labaredas voluptuosas, sob

    controle, fundem e purificam os metais para fins teis.

    *

    Considera a paixo de Alarico, o conquistador impiedoso, e a de Agostinho, o libertador, seu con-temporneo...

    Recorda a paixo de Nero, o dominador arbitrrio e a de Sneca, seu mestre-escravo, a quem elemandou matar.

    A paixo de Herodes pelo trono e a de Jesus pela Verdade possuam a mesma intensidade, somenteque a canalizao das suas foras era dirigida em sentidos opostos.

  • 8/14/2019 Divaldo Pereira Franco - Momentos de Meditao (Joanna de Angeli)

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    20. Orao de intercesso

    A orao intercessria em favor dos que sofrem, constitui sempre uma contribuio valiosa paraaquele a quem dirigida.

    No resolve o problema, nem retira a aflio, que constituem recurso de reeducao, todavia, suavi-za a aspereza da prova e inspira o calceta, auxiliando-o a atenuar os golpes do prprio infortnio.

    Ademais, acalma e dulcifica aquele que ora, por elev-lo s Regies Superiores, onde haure as e-moes transcendentais que lhe alteram para melhor as disposies ntimas.

    A orao sempre um blsamo para a alma, que se torna medicao para os equipamentos fisiol-gicos.

    A emisso do pensamento em prece canaliza foras vivas em direo do objetivo almejado, termi-nando por alterar a constituio de que se reveste o ser.

    Quem ora, encontra-se, porque sintoniza com a idia divina em faixas de sutis vibraes, inabituaisnas esferas mais densas.

    Dirigida aos enfermos, estimula-lhes os centros atingidos pela doena, restaurando o equilbrio dasclulas e recompondo o quadro, que o paciente deve preservar.

    Projetada no rumo do atormentado, alcana-o e acalma-o, desde que este se encontre receptivo, co-mo fcil de compreender-se. E mesmo que ele no sintonize com a onda benfica que o alcana, nodeixar de receber-lhe o contedo vibratrio.

    Algum que se recusa luz solar, mesmo assim, bafejado pela sua radiao e pelas ondas preser-vadoras da sade e da vida.

    A orao propicia equivalentes resultados salutares.

    *

    A orao pelos mortos constitui valioso contributo de amor por eles, demonstrao de ternura e re-curso de caridade inestimvel.

    Semelhante a telefonema coloquial, a rogativa lhes chega ungida de afeto que os sensibiliza, e ocontedo emocional os desperta para as aspiraes mais elevadas, que passam a plenific-los.Alm disso, pelo processo natural de sintonia com as Fontes geradoras da Vida, aumenta o potenci-

    al que se derrama, vigoroso, sobre os destinatrios, ensejando-lhes abrir-se ajuda que verte do Pai nasua direo.

    Deve-se orar no lar, sem qualquer perigo de atrair-se para o recinto domstico, o Esprito mentali-zado, sendo que, pelo contrrio, se este permanece, aturdido ou perturbado, junto famlia, libera-se ouvai recambiado para Hospitais e recintos prprios do Alm, onde se restabelece e se equilibra.

    *

    Demonstra o teu amor pelos desencarnados, orando por eles, recordando-os com afeto e mantendona mente as cenas felizes que com eles viveste.

    Evita as evocaes dolorosas, que os faro sofrer ao impacto da tua mente nEles fixada.Reveste o teu impulso oracional com os reais desejos de felicidade para eles, que se reconfortaro,

    por sua vez, bendizendo-te o gesto e o sentimento.

    *

    Ningum que esteja degredado para sempre. Portanto, todos aguardam intercesso, socorro, oportu-nidade liberativa.

    Ora, pois, quanto possas, pelos que sofrem, pelos que partiram da Terra, igualmente por ti mesmo,repletando-te da paz que deflui do ato de comungar com Deus.