MICROBIOLOGIA - Os Benefícios Da Amamentação - Ciência Hoje - Edição 335 - Abril de 2016
Divulga Ciência - Abril/2013
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O trabalho é desenvolvido pelo Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais há 33 anos. Os pesquisado-res usam técnicas que permitem “ver” a floresta em 3D
Jornal do Inpa
Manaus, Abril 2013 - Ano V - Ed.31- ISSN 2175-0866www.inpa.gov.br
Inpa realiza I Encontro Internacional sobre Vespas
Edição especial do Circuito da Ciência comemora 18 anos do Bosque da Ciência
Inpa e parceiros, por meio de concurso, dão nome a filhote de Gavião-real
Inpa e Universidade de Kyoto mapearão genoma de peixe-boi pela primeira vez
Bosque da Ciência do Inpa terá R$ 1,8 milhão para ampliação da estrutura visando a Copa
Além da ampliação, está prevista a
construção do viveiro das ariranhas e a
total acessibilidade para pessoas com
deficiência
Projeto do Inpa já catalogou mais de 1,4 mil espécies de árvores no Amazonas
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Curso promovido por Inpa e Axonal esclarece fundamentos para o uso de patentes
Pág. 07
“Após o mapeamento será possível realizar pesquisas com mais precisão e rapidez, diagnosticando doenças com mais facilidade, além de obter informações sobre a dieta desses animais no seu habitat natural”, explicou a pesquisadora do LMA/Inpa, Vera Silva
Foto: Daniel Jordano
Cubiu: aspectos agronômicos e nutricionais -reúne informações nutricionais do fruto
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O curso, que busca esclarecer quais fundamentos e ações estratégicas são eficazes para o uso de patentes no setor farmacêutico, foi ministrado pelo sócio diretor da Axonal Consultoria
Inpa lamenta o falecimento da pesquisadora Lúcia Yuyama
Pág. 05
Foto: Anselmo D´Fonseca
Boa Leitura
Pág. 06
Foto: Tabajara Moreno Foto: Eduardo Gomes
Entomologia médica: doenças transmitidas por insetos na Amazônia
Boa Leitura
Pág. 02
O Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCTI), por meio da
Coordenação de Biodiversidade (CBio)
realiza, pela primeira vez no Brasil, um
encontro internacional com o intuito de
verificar o estágio atual de conheci-
mento sobre vespas, além de desper-
tar vocações em estudantes e promo-
ver maior intercâmbio entre as institui-
ções locais com outras do país e exteri-
or.
De acordo com o coordenador do
evento no Inpa, o pesquisador Marcio
Oliveira, as expectativas para a realiza-
ção da primeira edição são boas.
“Esperamos ser capazes de avaliar em
que nível estão os estudos com vespas
em solo brasileiro e também estimular
os estudantes locais a se interessarem
em estudar esse insetos”.
Página 02 - Abril 2013
Assessor de Comunicação: Daniel Jordano (SRTE - 518/AM) - Editora Chefe: Fernanda Farias - Repórteres: Daniel Jordano, Josiane Santos e Raiza Lucena Editoração Eletrônica: Denys Serrão - Revisão: Fernanda Farias - Fotos: Eduardo Gomes, Daniel Jordano, e Tabajara Moreno Tiragem: 1000 - Edição 31 - Abril - ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.
Anselmo D´Fonseca
+55 92 3643-3100 / 3104 [email protected] ascom_inpa
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA/MCTI
Expediente Fale com a redação
Ministério daCiência e Tecnologia e Inovação
Tome Ciência
Inpa realiza I Encontro Internacional sobre Vespas
Os organizadores do concurso “Dê
um nome ao gavião-real filhote fêmea
do Ninho São José, Linha 9, Cacoal –
RO”, promovido pelo Programa de
Conservação do Gavião-real (PCGR)
do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCTI), divulgou em
Cacoal (RO) o nome escohido.
O vencedor foi o estudante do sétimo
ano do ensino fundamental da Escola
Estadual Izidoro de Souza Meirelles,
Jeriel Suruí. O nome sugerido por ele
foi “Walet abikãr”, que na linguagem
Tupi-Mondé significa “mulher que
busca melhor qualidade de vida”.
Além do Inpa, o Instituto Federal de
Rondônia (IFRO), Secretaria Municipal
de Educação de Cacoal (SEMED),
Coordenação Regional de Educação,
e outras instituições.
Inpa e parceiros, por meio de concurso, dão nome a filhote de Gavião-real
Edição especial do Circuito da Ciência comemora 18 anos do Bosque da Ciência
Trazendo informações valiosas ao que diz respeito às doenças transmitidas por insetos
na Amazônia, a cartilha de entomologia médica, da Editora Inpa, procura esclarecer dúvidas
importantes de maneira bem simples sobre os insetos e seus estágios, seus parasitas e da
doença agindo no corpo, com fotos ilustrativas e textos dinâmicos.
O autor, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Eloy Guillermo
Castellón, que estuda insetos há 41 anos, abordou sobre várias doenças, entre elas: a doen-
ça de chagas, leishmaniose, miíases, vírus oropouche, dengue, malária, febre de tifo, entre
outras, além de explicar seus causadores. A obra informa, ainda, sobre cuidados básicos
que se deve ter para a não-contaminação, como, por exemplo, não deixar água parada em
alguns locais, lavar bem as frutas e ter um cuidado especial com a higiene pessoal.
O livro é destinado aos estudantes do ensino fundamental e médio, e toda população
interessada. Quem quiser adquirir é só entrar em contato com a Editora Inpa, através do
número 3643-3223 ou pelo e-mail: [email protected].
Foto: Eduardo Gomes
Um dos instrumentos de aproximação
do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCTI) com a socieda-
de, o Bosque da Ciência recebeu dia 6,
em comemoração aos 18 anos de exis-
tência, a primeira edição deste ano do
projeto Circuito da Ciência.
Segundo o coordenador do Bosque
da Ciência e do projeto Circuito da Ciên-
cia, Jorge Lobato, aproximadamente
1,5 milhão de pessoas já visitaram o
local nesses 18 anos. Recentemente,
o espaço passou por reformas estrutu-
rais com o objetivo de atender pessoas
com necessidades especiais. Por isso,
o coordenador, disse que o instituto
busca novos investimentos para aten-
der a todo o público já visando a Copa
do Mundo de 2014, já que está inserido
com um dos 10 pontos turísticos.
Entomologia médica: doenças transmitidas por insetos na Amazônia
Foto: Divulgação banner Foto: Acervo pesquisador
com o ministro Marco Antônio Raupp
para tratar desse apoio já que o Bosque
da Ciência foi eleito um dos dez melho-
res locais para se visitar em Manaus
dentro do contexto turístico e científi-
co. Foi um esforço institucional que
envolveu o diretor do Inpa, Adalberto
Val, o ministro e o parlamento”, disse.
Além da ampliação das estruturas já
existentes, afirma Lobato, o Bosque da
Ciência será totalmente acessível a
pessoas com deficiências. O coorde-
nador de extensão do Inpa, Carlos
Bueno, afirma que as obras previstas
irão permitir um novo espaço de visita-
ção. “Vamos ter a revitalização do lago
amazônico, com ambientes lúdicos.
Haverá também um passeio no entorno
do Bosque como um todo criando outro
circuito para levar as pessoas com
deficiência, ou seja, a área de visitação
será ampliada”, destacou.
Abril 2013- Página 03Divulga Ciência
Bosque da Ciência do Inpa terá R$ 1,8 milhão para ampliação da estrutura visando a Copa de 2014
Além da ampliação, está prevista a construção do viveiro das ariranhas e a total acessibilidade para pessoas com deficiência
|Daniel JordanoDa equipe do Divulga Ciência
O Bosque da Ciência do Instituto Naci-
onal de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCTI) deverá contar com R$ 1,8
milhão para ampliar a estrutura física
visando a Copa do mundo de 2014. Os
recursos serão utilizados para a
melhoria dos espaços já existes
e a construção da cobertura dos
tanques dos peixes-bois, do
viveiro das ariranhas e revitaliza-
ção do lago amazônico.
Do total de recursos R$ 1,5
milhão é do Ministério da Ciên-
cia, Tecnologia e Inovação
(MCTI) e os outros R$ 300 mil
são provenientes de uma emen-
da parlamentar da senadora
Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM). Os
investimentos no Bosque da Ciência
foram anunciados na quinta-feira (25)
pelo coordenador, Jorge Lobato, após
uma reunião em Brasília que ocorreu
na de quarta-feira (24).
De acordo com Lobato, os recursos
são fruto de um esforço institucional
com o objetivo de garantir as melhorias
necessárias para atender as deman-
das durante a Copa. Ainda de acordo
com ele, os recursos deverão estar
disponíveis em 60 dias. “Nós fizemos
toda uma articulação via senado onde
a senadora solicitou uma audiência
Bosque da Ciência
O Bosque da Ciência do Inpa foi cria-
do em 1995 com o objetivo de aproxi-
mar a sociedade das pesquisas para a
socialização do conhecimento. No
Bosque podem ser encontrados: trilhas
educativas, tanques de peixes-boi da
Amazônia e viveiro das ariranhas
(no Parque Robin C. Best, dentro
do Bosque), Casa da Ciência,
Ilha da Tanimbuca, condomínio
das abelhas, Paiol da Cultura,
viveiro dos jacarés, entre outros.
O horário de funcionamento do
Bosque da Ciência é de terça-
feira a sexta-feira, das 9h às 12h
e 14h às 17h; e sábados, domin-
gos e feriados das 9h às 16h. Na
segunda-feira o Bosque é fecha-
do para manutenção.
A compra de ingresso pode ser feita
pela manhã nos horários de 9h as
11h30 e tarde de 14h as 16h. O valor do
ingresso é R$ 5, crianças de até 12
anos e idosos a partir de 65 anos não
pagam.
Visitas de grupos escolares terão
entrada franca, porém é necessário
realizar uma solicitação por meio de
ofício pelos telefones (92) 3643-3192/
3643-3312 / 3643-3293.
‘‘ ‘‘Nós fizemos toda uma articulação via senado
onde a senadora solicitou uma audiência
com o ministro
Foto: Daniel Jordano
Página 04 - Abril 2013
Inpa lamenta o falecimento da pesquisadora Lúcia Yuyama
Cartilha reúne estudos sobre doenças transmitidas por insetos na AmazôniaA cartilha “Entomologia médica: doenças transmitidas por insetos na Amazônia” traz informações sobre doenças como dengue e malária| Raiza LucenaDa equipe do Divulga Ciência
A pesquisadora atuava no Inpa há 26 anos na área de ciência dos alimentos e nutrição
|Da redação da AscomDa equipe do Divulga Ciência
Divulga Ciência
O pesquisador do Instituto Nacional
d e P e s q u i s a s d a A m a z ô n i a
(Inpa/MCTI), Eloy Guillermo Castellón,
reuniu com pesquisadores colaborado-
res do Instituto, do Instituto Lêonidas e
Maria Deanne da Fiocruz/Manaus, da
Universidade Federal do Amazonas
(Ufam) e da Fundação de Medicina
Tropical de Manaus (FMT), uma carti-
lha com as principais doenças transmi-
tidas por insetos na Amazônia.
A cartilha Entomologia médica: doen-
ças transmitidas por insetos na Amazô-
nia de acordo com Castellón, foi escri-
ta com uma linguagem simples e tam-
bém apresenta fotos ilustrativas dos
insetos e seus estágios, seus parasitas
e da doença agindo no corpo, tudo para
despertar o interesse do leitor.
Destinada aos estudantes do ensino
fundamental e médio, e à população
interessada, o pesquisador notou, em
viagens para o Alto Rio Negro no Ama-
zonas (AM), a falta de informação sobre
o contágio das doenças: “A população
geralmente tem o conhecimento das
doenças, mas não sabem como elas
são causadas. Vendo essa falta de
informação, pensei em produzir uma
cartilha no intuito de os professores
passarem a informação aos estudantes
e eles repassarem essa informação em
casa”, afirmou o pesquisador.
O autor, que estuda insetos há 41
anos, aborda sobre a doença de cha-
gas, leishmaniose, miíases, vírus oro-
pouche, dengue, malária, febre de tifo,
entre outros, além de seus causadores.
Ele Informa, ainda, sobre cuidados
básicos que se deve ter para a não-
contaminação, como, por exemplo não
deixar água parada em alguns locais,
lavar bem as frutas e ter um cuidado
especial com a higiene pessoal.
A cartilha, disponibilizada também
por meio eletrônico, foi editada pelo
Projeto Fronteira e financiado pela
Financiadora de Estudos e Projetos
(Finep/MCTI).
“
”,
desenvolvimento da Amazônia. Além
deste, recebeu 16 prêmios e homena-
gens.
A pesquisadora publicou 66 artigos
em periódicos especializados, 221
trabalhos em anais de eventos e 17
em revistas de divulgação além de
possuir 19 capítulos de livros e 1 livro
publicado.
Ela participou também do desenvol-
vimento de 13 produtos tecnológicos e
93 eventos no Brasil. Lucia Yuyama
orientou 2 teses de Doutorado, 17
dissertações de Mestrado, 47 traba-
lhos de Iniciação Científica e 17 traba-
lhos de Iniciação Científica Jr.
Lucia Yuyama foi Coordenadora
Geral de Pesquisas do Inpa de 2006 a
2011. O diretor do Inpa, Adalberto Val,
afirmou que Lucia Yuyama deixa um
legado para a ciência na Amazônia.
“A ausência de Lucia, profissional
exemplar, dedicada às causas da Ama-
zônia, abre uma lacuna significativa
nos quadros de pesquisadores da
região e do Brasil. Ela era uma lideran-
ça muito respeitada no Inpa. Como
colega e amiga, sua ida é irreparável.
Contudo, tenho absoluta certeza que
seu legado técnico e fraterno a mante-
rá entre nós", afirmou o diretor.
A pesquisadora do Instituto Nacio-
nal de Pesquisas da Amazônia
(Inpa/MCTI), Lucia Kiyoko Ozaki Yuya-
ma, faleceu no dia 24, na cidade de
Barretos (SP) em decorrência de um
câncer.
De acordo com a família, o enterro
ocorreu no dia 25, em Guaíra, municí-
pio no interior de São Paulo.
Lúcia Yuyama trabalhou no Instituto
desde 1987, avaliando o potencial
nutricional e funcional dos recursos
alimentares oriundos da biodiversida-
de Amazônica, principalmente as fru-
tas da nossa região, como meio de
promover a segurança alimentar e
nutricional com o intuito de contribuir
com as políticas públicas de promoção
da alimentação saudável e melhoria
da qualidade de vida.
A pesquisadora colaborou ainda na
Secretaria de Ciência e Tecnologia
para a Inclusão Social (Secis) do
Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI); com o Ministério da
Saúde (MS); e com o Ministério de
Desenvolvimento Social e Combate a
Fome (MDS).
Em 2012, o Inpa homenageou a
pesquisadora com a Menção Honrosa
Rio Negro pelo reconhecimento do
trabalho e dedicação à ciência e
Foto: Tabajara Moreno
Abril 2013 - Página 05Educação e Sociedade
O curso, que busca esclarecer quais fundamentos e ações estratégicas são eficazes para o uso de patentes no setor farma-
cêutico, foi ministrado pelo sócio diretor da Axonal Consultoria Tecnológica Ltda, Henry Suzuki, no Auditório da Ciência no
Inpa
Curso promovido por Inpa e Axonal esclarece fundamentos para o uso de patentes
Conceitos, uso estratégico, ferra-
mentas e técnicas de busca e análises
de patentes foram assuntos abordados
no dia 25, no curso “Busca, análise e
uso estratégico de patentes com foco
no setor farmacêutico”, promovido pela
Coordenação de Extensão Tecno-
lógica e Inovação (CETI) do Insti-
tuto Nacional de Pesquisas da
Amazônica (Inpa/MCTI).
Henry Suzuki apresentou, con-
ceitos básicos de patentes – o que
é ou não patenteável -; uso estra-
tégico de patentes e informações
patentárias; ferramentas e técni-
cas de busca e análise de informa-
ções patentárias; fontes de infor-
mações, sistemas de busca e
análise comerciais e gratuitos; e
estudo de caso hipotético.
De acordo com a coordenadora da
CETI, Rosângela Bentes, a proposta é
sempre realizar esse tipo de evento
introduzindo informações básicas
desde o que é uma patente até infor-
mações mais estratégicas. “Esse
curso especialmente vai fornecer ao
público uma visão do que é uma paten-
te e de como utilizá-la de forma estraté-
gica. Dos participantes do curso, têm
os que já trabalham com esse tipo de
informação, como aqueles que vem
para se capacitar. Nós temos essa
missão e desafio de sempre disponibi-
lizar esses cursos justamente para
socializar a informação, capacitar
recursos humanos e ter essa cultura
não só dentro da instituição, mas com
toda a sociedade”, ressaltou.
Na opinião de Suzuki, o Brasil deve-
ria estimular as pessoas a depositarem
melhores patentes e não somente
pensar em número de patentes, pois
isso não significa que o país é inova-
dor. “O que faz um país ser inovador é
como aquilo tem retorno financeiro e
social para o país. Eu posso ter um
país que não tem patente nenhuma,
mas que exporta para o mundo todo.
Essa história de número de patentes,
embora seja utilizada no mundo todo
como indicador, é só estatística, não é
sinônimo de inovação”, explicou.
“Em geral, o que acontece muito no
Brasil e em outros países – mesmo
países desenvolvidos – é que as pes-
soas usam ainda pouca informa-
ção patentária no seu negócio.
As pessoas conhecem muito
bem literatura científica, mas
não dá muito valor das informa-
ções que são depositadas em
patentes. E no mundo comerci-
al, as empresas não fazem pro-
dução científica, elas procuram
se proteger depositando paten-
tes. Os pesquisadores ainda
não enxergam o mundo paralelo
que é o ‘mundo das patentes’. À medi-
da que enxergarem isso e acoplarem à
todo conhecimento técnico, a chance
de conseguir fazer inovações realmen-
te relevantes com potencial comercial
aumenta”, ressaltou.
‘‘ ‘‘O que faz um país ser inovador é como aquilo tem retorno financeiro e social
para o país
| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência
Foto: Eduardo Gomes
Página 06 -Abril 2013 Pesquisa
Por meio de um acordo de coopera-
ção entre o Laboratório de Mamíferos
Aquáticos (LMA) do Instituto Nacional
d e P e s q u i s a d a A m a z ô n i a
(Inpa/MCTI) e o Centro de Pesquisa
de Vida Selvagem (WRC – sigla em
inglês), da Universidade de
Kyoto (Japão), será realizado,
pela primeira vez, o mapea-
mento do genoma do peixe-boi
da Amazônia.
A ideia do projeto, pioneiro
com mamíferos aquáticos no
Brasil, é sequenciar o genoma
do peixe-boi utilizando um
equipamento de sequencia-
mento de DNA de nova gera-
ção da Universidade de Kyoto,
que permitirá aos pesquisadores
obterem mais informações e amplia-
rem o conhecimento sobre a espécie.
A pesquisadora da Coordenação
de Biodiversidade (CBio/Inpa) e do
LMA, Vera Silva, explica os procedi-
mentos da coleta: “O sangue de dois
peixes-bois machos vivos do plantel
(Lote de animais) do Inpa foi coletado
pelo veterinário do LMA e os pesqui-
sadores japoneses vieram ao Inpa,
no laboratório temático de genética, e
extraíram o DNA que vai ser utilizado
para sequenciar o genoma do peixe-
boi, isto é, toda a sequência do código
genético ou da informação hereditária
de um organismo codificada em seu
DNA, que forma o animal”.
Segundo a pesquisadora, o equipa-
mento de sequenciamento tem
o potencial de acelerar as pes-
quisas biológicas e biomédicas permi-
tindo uma completa análise do geno-
ma. O equipamento funciona como se
fosse uma triagem do próprio peixe-boi.
“Depois do mapeamento do genoma
vamos conseguir ampliar ainda mais o
nível de pesquisas e conhecimento
sobre a biologia e ecologia do animal
no seu ambiente natural, como identifi-
car com mais facilidade doenças”,
explanou.
Parceria
A parceria entre o Inpa e a Universi-
dade de Kyoto foi concretizada em
2012, quando o diretor do Inpa, Adal-
berto Val, selou formalmente os con-
vênios com a instituição japonesa.
Ainda em 2012 aconteceu no Inpa o
“1st International Workshop on Tropi-
cal Biodiversity Conservation in Brazil
(The JSPS Core to Core Program)”.
“O workshop foi uma atividade do
projeto dessa cooperação internacio-
nal que o Japão fez entre Brasil, Índia
e Malásia, com foco voltado para o
estudo de animais de grande porte,
onde tivemos uma grande troca de
informação com os pesquisadores
desses países”, lembrou Silva.
Com base nessa cooperação, o pes-
quisador/colaborador da Associação
Amigos do Peixe-boi (Ampa), Diogo
Souza, juntamente com o biólogo Thia-
go Pires, participaram do intercâmbio,
em outubro de 2012, entre o WRC e o
LMA, que também recebeu alunos
japoneses neste período.
| Fernanda FariasDa equipe do Divulga Ciência
Inpa e Universidade de Kyoto mapearão genoma de peixe-boi pela primeira vez
“Após o mapeamento será possível realizar pesquisas com mais precisão e rapidez, diagnosticando doenças com mais facilidade, além de obter informações sobre a dieta desses animais no seu habitat natural”, explicou a pesquisadora do LMA/Inpa, Vera Silva
‘‘‘‘Depois do mapeamento do genoma vamos conseguir ampliar
ainda mais o nível de pesquisas
Foto: Anselmo D´Fonseca
Ainda de acordo com o pesquisador
o recenseamento das árvores é feito a
cada cinco anos e envolve, além das
árvores grandes, o monitoramento de
árvores menores (arvoretas). Ao todo
178 mil arvoretas são monitoradas.
”Acompanhando o monitoramento,
conseguimos saber a dinâmica da
floresta. Os dados são importantes
para saber qual é a velocidade de
reposição de árvores na floresta,
qual a taxa de mortalidade e de cresci-
mento”, afirmou.
Monitoramento 3D
Além das árvores há o monitoramen-
to de aves, que segundo o pesquisa-
dor, ajuda a entender a dinâmica da
fauna em relação à fragmentação da
floresta.
‘‘ ‘‘
Acompanhandoo monitoramento,
conseguimos saber a dinâmica da floresta
Abril 2013 - Página 07Meio Ambiente
Projeto do Inpa já catalogou mais de 1,4 mil espécies de árvores no Amazonas
O trabalho é desenvolvido pelo Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais há 33 anos. Os pesquisadores usam técnicas que permitem “ver” a floresta em 3D
Um dos projetos mais antigos
desenvolvidos pelo Instituto Nacional
d e P e s q u i s a s d a A m a z ô n i a
(Inpa/MCTI), em convênio com o Insti-
tuto Smithsonian (nos Estados Uni-
dos), o Projeto Dinâmica Biológica de
Fragmentos Florestais (PDBFF) já
conseguiu catalogar até agora mais de
1.400 espécies de árvores nas
florestas de terra-firme ao Norte de
Manaus. Os estudos, que já duram
mais de 30 anos, têm a finalidade
de determinar as consequências
ecológicas do desmatamento e da
fragmentação florestal sobre a
fauna e flora na Amazônia.
De acordo com o coordenador
científico do projeto, José Luís
Camargo, a área estudada é de 94
hectares distribuídos em uma rede
de parcelas permanentes. Aproxima-
damente 45 mil árvores são monitora-
das na área. “Não há outra ação de
monitoramento em longo prazo como
fazemos. Monitoramos pensando na
consequência da fragmentação flores-
tal, mas nas áreas contínuas fazemos
o mesmo monitoramento para saber o
que está mudando nessas florestas”.
De acordo com Camargo, uma das
técnicas usadas pelo aluno de doutora-
do e biólogo brasileiro Karl Mokross,
que atua no projeto, consiste em com-
binar GPS para definir a área que ban-
dos mistos de pássaros ocupam na
floresta com imagens produzidas por
uma técnica chamada pelos cientistas
de LIDAR (Light Detection and Ran-
ging) que possibilita visualizar a estru-
tura florestal em três dimensões.
Os resultados
Camargo destacou o papel
dos estudos para a região e
disse que a partir do acúmulo de
informações ao longo dos 33
anos de atuação é possível iden-
tificar padrões da dinâmica flo-
restal que não seria possível
obter em curto prazo.
Dentre os resultados já obti-
dos o pesquisador afirmou que nas
áreas degradadas é possível identifi-
car a perda de espécies de aves e a
morte lenta de árvores principalmente
nas bordas da floresta. “Uma das pri-
meiras evidências é que grandes árvo-
res tendem a morrer”, destacou.
| Da equipe do Divulga CiênciaDaniel Jordano
Foto: Tabajara Moreno
Página 08 -Abril 2013
Inpa participa de discussão sobre pesquisas e tecnologias que possam ser aplicadas no setor primário do AM
Com o tema “Reunião de trabalho sobre o setor primário nas zonas periurbanas e rural no município de Manaus” o segundo encontro visa ter mais elementos para construir planos de ação e parcerias para elaborar políticas públicas de desenvolvimento do setor
O Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia (Inpa/MCTI) sediou no dia 5,
no Auditório da Ciência, o 2º encontro
com órgãos do setor primário com o
objetivo de apresentar pesquisas
desenvolvidas pelos institutos e cen-
tros de pesquisas e universidades
que possam ser aplicadas no setor
primário, tornando-o autossuficiente
no Estado do Amazonas.
De acordo com a coordenadora de
Tecnologia Social (COTS) do Inpa,
Denise Guitierrez, o primeiro encon-
tro teve um resultado positivo em
conhecer a área que cada Instituto
desenvolve. “O primeiro encontro
teve uma reação bem produtiva no
sentido das pessoas conhecerem o
potencial do Instituto, e ficaram estimu-
ladas com o que o Inpa poderia desen-
volver. Ao mesmo tempo identificamos
várias convergências com parceiros e
propostas de juntar forças”, destacou.
No primeiro encontro, ocorrido no dia
22 de março, a pesquisadora do Inpa
Elizabeth Gusmão apresentou as tec-
nologias desenvolvidas pelo Instituto
na área industrial, empresarial e social.
Ao final desta reunião a Secretaria Munici-
pal de Empreendedorismo e Abasteci-
mento de Manaus (Sempad) irá propor a
formulação de uma carta com as contribui-
ções de todas as instituições para o
setor produtivo.
Instituições envolvidas
Treze instituições de pesquisa e
ensino, além do Inpa, participam do
encontro: Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), Ministério de Desenvolvimento
Agrário (MDA), Secretaria do Estado de
Produção Rural (Sepror) e Instituto de
Desenvolvimento Agropecuário e Flores-
tal Sustentável do Estado do Amazonas
(Idam), Secretaria de Estado do Meio
Tecnologia e Inovação
| Da redação da AscomDa equipe do Divulga Ciência
‘‘ ‘‘O primeiro encontro teve uma reação bem produtiva
no sentido das pessoas conhecerem o potencial do
Instituto
Ambiente e Desenvolvimento Sus-
tentável (SDS), Agência de Desen-
volvimento Sustentável do Amazo-
nas (ADS), Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), Serviço
Nacional de Aprendizagem Rural da
Federação de Agricultura e Pecuá-
ria do Estado do Amazonas
(SENAR/FAEA), Serviço Brasi-
leiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae),
Instituto Nacional de Coloniza-
ção e Reforma Agrária (Incra),
Universidade Federal do Ama-
zonas (Ufam), Superintendên-
cia da Zona Franca de Manaus
(Suframa) e Universidade do
Estado do Amazonas (UEA).
Entre as ações da Coordenação
de Tecnologia Social do Inpa esta:
promover tecnologia social desen-
volvidas no Inpa, visando proporcio-
nar inclusão social; contribuir com
políticas públicas que promovam a
inclusão social; divulgar e promover
as técnicas e processos desenvolvi-
dos no Inpa, entre outros.
COTS/Inpa
Foto: Eduardo Gomes