Divulga Ciência - Fevereiro/2013

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“A comitiva pode conhecer a estrutura da incubadora do inpa e as empresas incubadas” explica a coordenadora Rosângela Bentes Jornal do Inpa Manaus, Fevereiro 2013 - Ano V - Ed.29- ISSN 2175-0866 www.inpa.gov.br Peixe-boi resgatado e trazido ao Inpa apresenta danos por maus tratos Em parceria com o Inpa, Ampa realiza soltura de peixes- bois em Manacapuru Inpa recebe proposta de cooperação para projeto sustentável Pesquisa do Inpa transforma madeiras de árvores caídas naturalmente em produto de alto valor no mercado Inpa discute projeto que avaliará quantidade de mercúrio em rios da Amazônia O projeto utilizará uma nova tecnologia para medir a quantidade de mercúrio nos peixes e no leite materno Inpa inicia acordo de intercâmbio com polo tecnológico da Itália Pág. 02 Pág. 02 Pág. 02 Pág. 04 Pág. 03 Prefeito de Manaus visita Inpa para conhecer pesquisas com produtos de madeira Pág. 05 O processo de desenvolvimento da “mesa barril” está entre os sete processos de patentes depositados pelo Inpa em 2012. A pesquisa incentiva o uso racional da madeira na Amazônia Foto: Tabajara Moreno Cubiu: aspectos agronômicos e nutricionais - reúne informações nutricionais do fruto Pág. 02 “Vejo o Inpa como a chave para abrir várias possibilidades para o Estado do Amazonas”, declarou o prefeito de Manaus (AM), Arthur Neto GEEA, do Inpa, debate ecopolítica e modelos de gestão pública Pág. 07 Foto: Eduardo Gomes Eduardo Gomes Foto: Acervo pesquisador Boa Leitura Pág. 06 Desvendando as fronteiras do conhecimento na região amazônica do alto rio negro Boa Leitura Pág. 02

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Jornal de divulgação científica do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA

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Page 1: Divulga Ciência - Fevereiro/2013

“A comitiva pode conhecer a estrutura da incubadora do inpa e as empresas incubadas” explica a coordenadora Rosângela Bentes

Jornal do Inpa

Manaus, Fevereiro 2013 - Ano V - Ed.29- ISSN 2175-0866www.inpa.gov.br

Peixe-boi resgatado e trazido ao Inpa apresenta danos por maus tratos

Em parceria com o Inpa, Ampa realiza soltura de peixes-bois em Manacapuru

Inpa recebe proposta de cooperação para projeto sustentável

Pesquisa do Inpa transforma madeiras de árvores caídas naturalmente em produto de alto valor no mercado

Inpa discute projeto que avaliará quantidade de mercúrio em rios da Amazônia

O projeto utilizará uma nova tecnologia

para medir a quantidade de mercúrio

nos peixes e no leite materno

Inpa inicia acordo de intercâmbio com polo tecnológico da Itália

Pág. 02

Pág. 02

Pág. 02

Pág. 04

Pág. 03

Prefeito de Manaus visita Inpa para conhecer pesquisas com produtos de madeira

Pág. 05

O processo de desenvolvimento da “mesa barril” está entre os sete processos de patentes depositados pelo Inpa em 2012. A pesquisa incentiva o uso racional da madeira na Amazônia

Foto: Tabajara Moreno

Cubiu: aspectos agronômicos e nutricionais -reúne informações nutricionais do fruto

Pág. 02

“Vejo o Inpa como a chave para abrir várias possibilidades para o Estado do Amazonas”, declarou o prefeito de Manaus (AM), Arthur Neto

GEEA, do Inpa, debate ecopolítica e modelos de gestão pública

Pág. 07

Foto: Eduardo GomesEduardo Gomes

Foto: Acervo pesquisador

Boa Leitura

Pág. 06

Desvendando as fronteiras do conhecimento na região amazônica do alto rio negro

Boa Leitura

Pág. 02

Page 2: Divulga Ciência - Fevereiro/2013

O Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia (Inpa/MCTI) recebeu no dia

21, uma proposta de cooperação técni-

co-científica para a ampliação de um

projeto que usa madeira certificada

para a produção de violões no municí-

pio de Maraã (AM). O projeto, apresen-

tado por uma comitiva de secretários

do município aos pesquisadores do

Instituto, consiste no uso racional da

madeira como forma de geração de

renda, além promover a formação de

jovens na confecção de instrumentos

musicais (Luthieria).

De acordo com o diretor substituto do

Inpa, Estevão Monteiro, “A iniciativa do

município em apresentar a proposta se

dá pelas pesquisas na mesma área

que o Instituto já desenvolve. A procura

é o fruto da pesquisa científica aplica-

da, o que é extremamente gratificante”.

Página 02 - Fevereiro 2013

Assessor de Comunicação: Daniel Jordano (SRTE - 518/AM) - Editora Chefe: Fernanda Farias - Repórteres: Josiane Santos e Raiza Lucena Editoração Eletrônica: Denys Serrão - Revisão: Fernanda Farias - Fotos: Eduardo Gomes, Evelyn Santos, Tabajara Moreno e Acervo Pesquisadores Tiragem: 1000 - Edição 29 - fevereiro - ISSN 2175-0866. Produção: Assessoria de Comunicação do Inpa/MCTI.

+55 92 3643-3100 / 3104 [email protected] ascom_inpa

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA/MCTI

Expediente Fale com a redação

Ministério daCiência e Tecnologia e Inovação

Tome Ciência

Inpa recebe proposta de cooperação para projeto sustentável em Maraã

No dia 5, o Instituto Nacional de Pes-

quisas da Amazônia (Inpa/MCTI) rece-

beu um filhote de peixe-boi encontrado

em Coari, município do Amazonas. O

filhote foi trazido à Manaus pela Secre-

taria de Meio Ambiente de Coari, em

um táxi aéreo .

De acordo com o veterinário do Inpa,

Anselmo D'Affonseca, o filhote chegou

muito debilitado, pois estava receben-

do maus tratos de um habitante do

município.“Ele veio com um ferimento

grave na nadadeira. Suspeito de uma

fratura que já está em processo de

consolidação, mas houve comprometi-

mento da articulação, então o animal

vai ficar com a nadadeira paralisada”,

explica D'Affonseca.

Exceto pela nadadeira, que poderá

ficar debilitada, o peixe-boi deverá

recuperar a saúde.

Peixe-boi resgatado e trazido ao Inpa apresenta danos por maus tratos

Em parceria com o Inpa, Ampa realiza soltura de peixes-bois

Foto: Evelyn Santos

Em parceria com o Laboratório de

Mamíferos Aquáticos (LMA) do Institu-

to Nacional de Pesquisas da Amazônia

(Inpa/MCT), a Associação Amigos do

Peixe-Boi (Ampa) realizou, no dia 7, a

soltura de mais dois peixes-bois da

Amazônia em área de semi-cativeiro

localizada no município de Manacapu-

ru (AM). Dentre os peixes-bois levados

para área de semi-cativeiro está Tupi,

macho de 35 anos e 2,5 metros, um dos

primeiros animais resgatados pelo

Projeto Peixe-boi, em 1978, no rio Ariaú

em Iranduba (AM).

De acordo com o veterinário do Inpa,

Anselmo D'Affonseca, o outro animal

levado, foi uma fêmea que foi trazida

para cuidados médicos há duas sema-

nas e

o mesmo semi-cativeiro

em Manacapuru.

respondeu bem ao tratamento.

Ela retornou a

Desvendando as fronteiras do conhecimento na região amazônica do alto rio negro

Foto: Eduardo Gomes Foto: Eduardo Gomes

Já pensou que legal descobrir uma Amazônia nunca vista por ninguém? Pois

no livro “Desvendando as fronteiras do conhecimento na região amazônica do alto

Rio Negro”, você poderá fazer isso no conforto da sua casa. A obra ilustrada com

fotos e gráficos, foi feita para aqueles que têm interesse sobre fauna, flora e fenô-

menos que acontecem na nossa Amazônia, em especial à região do Alto Rio

Negro. Serve, inclusive, aos agentes públicos que precisam tomar decisões fun-

damentadas em informações científicas.

Dentre as descobertas realizadas por uma grande equipe de pesquisadores do

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, a obra traz o registro de águas ver-

melhas, além do emprego de técnicas de biologia molecular para identificar novas

espécies de peixes elétricos. Dentre os capítulos, ainda é possível encontrar pes-

quisas diversificadas, como: estudos com cubiu, incluindo receitas diversas para

consumo; estratégias para a conservação das tartarugas; pesquisas pioneiras

sobre a diversidade de insetos aquáticos naquela região; registro de espécies de

abelhas que polinizam orquídeas; entre outras.

Page 3: Divulga Ciência - Fevereiro/2013

nologia como na troca de informações

entre as instituições”, disse.

A pesquisa

Os estudos baseiam-se na criação

de mecanismos de vigilância toxicoló-

gicos associados ao mercúrio para

garantir a saúde da população ribeiri-

nha. “A ideia é encontrar biomarcado-

res que possam refletir alterações no

ambiente em curto espaço de tempo e

a partir daí criar índices de vigilância

que poderão ser adotados em novos

empreendimentos hidrelétricos no

setor na região amazônica”, explica o

pesquisador da UnB, Luiz Fabrício

Zara.

Ainda de acordo com Zara, a pesqui-

sa utilizará um novo biomarcador para

medir os níveis de mercúrio em diferen-

tes amostras: “Para o desenvolvimento

desse novo biomarcador iremos utilizar

Fevereiro 2013- Página 03Pesquisa

Inpa discute projeto que avaliará quantidade de mercúrio em rios da Amazônia

O projeto utilizar uma nova tecnologia para medir a quantidade de mercúrio nos peixes e no leite materno, como forma de avaliar o potencial de toxicidade

á

|Raiza LucenaDa equipe do Divulga Ciência

O Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia (Inpa/MCTI) discute coope-

ração para participar de um projeto

sobre o desenvolvimento de biomarca-

dores de toxidade do mercúrio

em cinco rios da bacia Amazôni-

ca. Os detalhes da cooperação

foram debatidos em reunião que

aconteceu no dia 20.

O projeto, que conta com a

participação das Universidades

de Brasília (UnB), Universidade

de São Paulo (USP), Universida-

de Estadual de Campinas (Uni-

camp), Universidade Estadual

Paulista (Unesp) e a Pontifícia

Universidade Católica de Goiás

(PUC/Goiás), foi financiado pela Ener-

gia Sustentável do Brasil por meio do

Programa de Pesquisa e Desenvolvi-

mento da Agência Nacional de Energia

Elétrica (P&D/ANEEL).

De acordo com Ézio Sargentini, pes-

quisador representante do Inpa na

cooperação, a área de atuação será

nas bacias dos rios Negro e Madeira,

Tocantins, Branco e Tapajós. Segundo

o pesquisador, a cooperação científica

já foi firmada. “Chegamos a um acordo,

faltam apenas questões jurídicas.

Nessa parceria vamos atuar de várias

formas, tanto no conhecimento e tec-

uma tecnologia chamada de Metalômi-

ca, que é onde você separa as suas

proteínas e busca depois possíveis

metaloproteínas (proteínas que con-

tém um ou mais íons metálicos em sua

estrutura). É uma interface entra biolo-

gia e a química analítica. Com isso

iremos trabalhar com amostras de

peixe e leite materno”.

A escolha do peixe, segundo o

pesquisador, está diretamente

relacionada à cadeia alimentar.

Antes do peixe ser consumido,

ele já acumulou um alto teor de

mercúrio em sua estrutura,

podendo assim apresentar uma

ameaça para a população que o

consome.“A outra fonte, direcio-

nado para o leite materno, é devi-

do à necessidade de aprofundarmos

esse conhecimento do mecanismo de

transferência desse metal, que é neu-

rotóxico, via o leite

Após o consumo do peixe pelo

homem, o mercúrio presente na espé-

cie pode atacar o sistema nervoso cen-

tral. Os sintomas podem ser reconheci-

dos com tremores, perda de visão peri-

férica, de paladar e em alguns casos,

levar a morte. “Por isso é importante

entender a dinâmica do mercúrio asso-

ciada à expansão do setor hidrelétrico”.

”, explicou.

‘‘ ‘‘A ideia é encontrar biomarcadores que

possam refletir alterações no ambiente em curto

espaço de tempo

Foto: Tabajara Moreno

Page 4: Divulga Ciência - Fevereiro/2013

Página 04 - Fevereiro 2013

GEEA, do Inpa, debate ecopolítica e modelos de gestão pública para a região amazônica

Após reabilitação, Ampa e Inpa devolvem fêmea de peixe-boi ao semi-cativeiro

A fêmea foi levada ao Inpa para reabilitação devido um abscesso na região lombar

| Fernanda FariasDa equipe do Divulga Ciência

O grupo debate temas relevantes e vinculados à realidade amazônica

|Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência

Divulga Ciência

Foto: Eduardo Gomes

Belarmina, a fêmea de peixe-boi de

aproximadamente 3 anos, foi devolvida

no dia 7 ao semi-cativeiro, da Fazenda

Seringal 25 de dezembro, localizada no

município de Manacapuru, interior do

Amazonas, após sua recuperação bem

sucedida, realizada pela equipe da

Associação Amigos do Peixe-boi

(Ampa) em parceria com o Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia

(Inpa/MCTI).

Após a biometria realizada no dia 5

deste mês, no tanque do Parque Aquá-

tico Robin C. Best, pelo veterinário do

Instituto Anselmo d´Affonseca, foi pos-

sível verificar o estado de saúde de

Belarmina. “Depois da última biometria

vimos que a fêmea apresentou uma

melhora significativa, e está apta a vol-

tar ao semi-cativeiro”, explicou o pes-

quisador.

Outro peixe-boi que foi levado para

viver no semi-cativeiro foi o Tupi, um

macho de 35 anos e de 2,5m. O animal

vive no Inpa desde que foi resgatado,

recém nascido, do rio Ariaú em Iranbu-

ba, interior do Amazonas.

“O Tupi foi um dos primeiros animais

que chegaram no Inpa, ele tinha pou-

cos dias de vida quando foi resgatado

pelo projeto e agora vai ficar aqui no

semi-cativeiro junto com mais 10 pei-

xes-bois”, disse d´Affonseca.

Reabilitação e Reintrodução

Devido ao sucesso do programa de

reabilitação de peixes-bois resgatados,

realizado pela Ampa e pelo Laboratório

de Mamíferos Aquáticos (LMA) do Inpa,

gerou um excedente de animais com

potencial para retornarem a natureza.

“O programa de reabilitação recupera

esses animais, permitindo uma oportu-

nidade de voltar a viver livremente no

seu habitat natural, por meio do progra-

ma de reintrodução criado em 2008,

que

”,

explicou o veterinário.

é justamente para os animais que

já estão sadios e melhor adaptados

com quem vive no interior. “O conheci-

mento produzido na academia é

pouco influenciado pelas demandas

reais da sociedade. A nossa demanda

de pesquisa vem sendo basicamente

espontânea e induzida pelos pesqui-

sadores e não pela sociedade. Depois

o pesquisador busca a sociedade para

apresentar o resultado da pesquisa”,

ressaltou.

Entre outros pontos citados estão:

produção e fusão tecnológica (priori-

zar o potencial de produtividade pri-

mária da região); novo modelo de

educação, que se adéque as necessi-

dades regionais; política de economia

verde; apoio infraestrutural logístico

diferente do atual; fomento ao desen-

volvimento econômico e social endó-

geno e sustentado; e outras políticas

públicas complementares como sane-

amento, seguridade social etc.

“Nós observamos que no Inpa há

interesse crescente entre os pesqui-

sadores. Eles estão mais acessíveis a

população, muito mais interessados e

comprometidos com os destinos dos

estudos do que há 30 ou 40 anos. Mas

nós ainda percebemos uma dicotomia

muito grande entre essa boa vontade

e o comprometimento e a realidade

local e efetiva da região”, destacou.

Na primeira reunião de 2013 do

Grupo de Estudos Estratégicos Ama-

zônicos (GEEA) no Instituto Nacional

d e P e s q u i s a s d a A m a z ô n i a

(Inpa/MCTI), foi debatida a busca por

formas de associar pesquisas ao

desenvolvimento econômico da

região amazônica fundamentado em

um modelo de gestão pública com

uma visão ecopolítica baseada na

palestra do presidente da Comissão

de Meio Ambiente e Desenvolvimento

Regional Sustentável (CAAMA) da

Assembleia Legislativa do Estado

(ALE) , deputado estadual Luiz Castro

(PPS).

Com o tema “Ecopolítica na Amazô-

nia”, Luiz Castro abordou proposições

necessárias para o desenvolvimento

na região amazônica como: biotecno-

logia, infraestrutura e logística, marco

legal, gestão pública estadual e fede-

ral, plano de desenvolvimento integra-

do, ambiente econômico e político

(representação), conhecimento cientí-

fico e tecnológico.

Segundo observação do deputado,

para criar um modelo de gestão públi-

ca com visão de ecopolítica no Amazo-

nas e na Amazônia brasileira é neces-

sário atentar alguns pontos como enfo-

car na ciência e tecnologia integradas

Page 5: Divulga Ciência - Fevereiro/2013

Fevereiro 2013 - Página 05Tecnologia e Inovação

“Essa etapa é muito importante, pois a comitiva do polo pode conhece a estrutura da incubadora do inpa e as empresas incu-

badas” explica a coordenadora de Extensão Tecnologica e Inovação, Rosângela Bentes

Inpa inicia acordo de intercâmbio com polo tecnológico da Itália

O Instituto Nacional de Pesquisas da

Amazônia (Inpa/MCTI) e a comitiva

italiana do polo tecnológico de Navac-

chio iniciaram no dia 21, o processo

de cooperação entre o polo e o Institu-

to. Os detalhes foram discutidos em

uma reunião na sede do Inpa em

Manaus e tem o intuito promover

um intercâmbio entre as empre-

sas incubadas do Inpa com as

empresas de Navacchio.

Participaram da reunião o dire-

tor substituto do Inpa, Estevão

Monteiro de Paula, a coordenado-

ra de Extensão Tecnológica e

Inovação do Inpa (CETI), Rosân-

gela Bentes, os representantes da

comitiva italiana, o diretor do polo,

Alessandro Giari; diretora da incu-

badora, Elisabetta Epifori; o responsá-

vel pelo intercâmbio e desenvolvimen-

to de Tecnologia e Negócios, Paolo

Aderigi.

De acordo com Estevão, é o primeiro

contato com um país estrangeiro na

área de inovação, por isso a troca de

experiência será importante. “Esse

acordo do Inpa com o polo de Navac-

chio permitirá uma imensa troca de

experiências, pois as empresas incu-

badas do Instituto poderão ir pra

Navacchio e aprender muito com eles,

da mesma forma que as empresas de

lá poderão vir aprender aqui conosco.

Isso abrirá várias oportunidades de

mercado para ambos”, comentou.

Em discussão com os represen-

tantes das empresas incubadas do

Inpa, a diretora da incubadora do polo

de Navacchio, ressaltou que os institu-

tos de pesquisas precisam ter uma

mudança de comportamento para se

adequar as demandas do comércio. “É

necessário que haja uma mudança de

cultura entre os pesquisadores, para

que eles entendam que é preciso reali-

zar pesquisas mais voltadas para mer-

cado, tem que ficar atentos às necessi-

dades da população no momento”,

explanou Epifori.

Projeto

O Projeto, iniciado em 2010, entre

Suframa e Sebrae, foi desenvolvido

para fortalecer e desenvolver o setor

econômico e produtivo dessas empre-

sas de Manaus, em particular

das que tem forte componente

tecnológico e de inovação.

Em 2009 o pólo industrial de

Navacchio veio a Manaus para

conhecer a estrutura das institui-

ções e das incubadoras. “Tive-

ram várias fases nesse proces-

so, um deles foi a participação

dos gestores das incubadoras

no curso de capacitação, com

visitas técnicas, no polo industri-

al de Navacchio, na Itália. Uma turma

foi em 2010 e outra turma em dezem-

bro de 2012.

”,

explanou Bentes.

E essa etapa é muito

importante, pois a comitiva do polo

pode conhece a estrutura da incubado-

ra do inpa e as empresas incubadas

‘‘ ‘‘ Esse acordo do Inpa

com o polo de Navacchio permitirá uma imensa troca de experiências

| Fernanda FariasDa equipe do Divulga Ciência

Foto: Eduardo Gomes

Page 6: Divulga Ciência - Fevereiro/2013

Página 06 -Fevereiro 2013 Meio Ambiente

O uso de madeiras provenientes de

árvores caídas naturalmente seja por

degradação ou fatores naturais,

ainda é pouco comum no estado do

Amazonas. Tendo em vista sua não

utilização, o Instituto Nacional de

Pesquisas da Amazônia

(Inpa/MCTI) e o Instituto Naci-

onal de Ciência e Tecnologia

(INCT) Madeiras da Amazônia

- coordenado pelos pesquisa-

dores, Niro Higuchi e Estevão

Cavalcante Monteiro de Paula

- por meio de estudos de made-

iras caídas, promoveram o

desenvolvimento de um protó-

tipo de uma mesa visando a

futura utilização da matéria-

prima em questão, nomeada de

“mesa barril”, de fácil montagem e

transporte.

O protótipo é resultado da disserta-

ção de mestrado da designer de pro-

dutos Mirella Sousa e Silva, orientada

por Claudete Catanhede, pesquisa-

dora do Inpa, cuja proposta do estudo

é desenvolver produtos feitos a partir

de madeira caída, agregando valor

comercial e aliando o design com a

tecnologia da madeira, valorizando ao

máximo os recursos provenientes da

floresta, principalmente por trata-se de

madeiras amazônicas.

O protótipo foi desenvolvido por meio

de painéis que podem agregar em sua

composição diversas espécies de

madeiras. Importante ressaltar que a

matéria-prima vem sendo estu-

dada ao longo de sua pesquisa,

a fim de validar a viabilidade tecnológi-

ca desta madeira, possibilitado sua

aplicação em produtos de alto valor

agregado.

A “mesa barril” é composta por peças

modulares,e de fácil montagem e trans-

porte, e será confeccionada a partir de

painéis construídos por meio de técni-

cas de colagem. Segundo Mirella, o

uso dos painéis no desenvolvimento da

mesa servirá como alternativa para

melhor utilização e valorização dos

resíduos florestais, uma vez que as

toras serão desdobradas em função do

maior rendimento do material lenhoso,

permitindo o desenvolvimento de pai-

néis tanto em madeira maciça de

única espécie, quanto em madeiras

de espécies e dimensões diferentes.

“O intuito de se trabalhar com o

painel é justamente a possibilidade de

agregação de valor e maximização

dos recursos. Porque hoje encontra-

mos muitos móveis formatados com

painéis que não são de madeira maci-

ça, geralmente são aglomerados – o

MDF ou MDP”, explica Mirella Silva.

Matéria-prima

Na etapa de seleção da matéria-

prima, Mirella afirma que a escolha das

peças para a formação dos painéis,

não será realizada em função da espé-

cie, mas pela qualidade e dimensão

das peças que serão classificadas e

agrupadas após a secagem, agregan-

do ao produto a tecnologia de formação

de painéis.

| Josiane SantosDa equipe do Divulga Ciência

Pesquisa do Inpa transforma madeiras de árvores caídas naturalmente em produto de alto valor no mercado

O processo de desenvolvimento da “mesa barril” está entre os sete processos de patentes depositados pelo Inpa em 2012. A pesquisa incentiva o uso racional da madeira na Amazônia

‘‘‘‘ O intuito de se trabalhar com o painel é justamente

a possibilidade de agregação de valor e

maximização dos recursos

Foto: Acervo pesquisador

Page 7: Divulga Ciência - Fevereiro/2013

de Manaus, parcerias vantajosas para

todos nós, principalmente para nossa

população”, declarou.

Durante a visita o diretor substituto

do Inpa, Estevão Monteiro, apresentou

um projeto com base científica para as

demandas da cidade. “Vamos também

apresentar à prefeitura um leque de

possibilidades para novas parceri-

as, como o programa de bolsas de

recursos humanos em ciência, tec-

nologia e sustentabilidade urbana”,

destaca.

Na reunião foi apresentada, tam-

bém, uma proposta de parceria ao que

concerne a prevenção de malária e

dengue, prestado pelo pesquisador

Wanderli Tadei.

A secretária Municipal de Meio Ambi-

ente e Sustentabilidade (Semmas),

Kátia Schweickardt, informou: “Outra

‘‘ ‘‘Pretendemos dar visibilidade a essas pesquisas para

o setor produtivo, para que possam conhecer o que

o Inpa está desenvolvendo

Fevereiro 2013 - Página 07Educação e Sociedade

Prefeito de Manaus visita Inpa para conhecer pesquisas com produtos de madeira

“Vejo o Inpa como a chave para abrir várias possibilidades para o Estado do Amazonas”, declarou o prefeito de Manaus (AM), Arthur Neto

Pesquisadores e representantes da

diretoria do Instituto Nacional de Pes-

quisas da Amazônia (Inpa/MCTI) rece-

beram no dia 27 a visita do prefeito de

Manaus (AM), Arthur Virgílio Neto

(PSDB), no intuito de conhecer o traba-

lho realizado com o uso de madeiras

caídas, como a “mesa barril”, produto

desenvolvido a partir de madeiras

caídas na floresta e que está entre

os sete processos de patentes

depositados pelo Inpa em 2012.

Realizado pelo Inpa e pelo Insti-

tuto Nacional de Ciência e Tecno-

logia (INCT) Madeiras da Amazô-

nia, coordenado pelos pesquisa-

dores Niro Higuchi e Estevão Mon-

teiro de Paula, o projeto promoveu

o desenvolvimento do protótipo de

uma mesa, que utiliza resíduos de

madeiras provenientes de árvores

caídas naturalmente, seja por degra-

dação ou fatores naturais, como maté-

ria-prima, o que ainda é pouco comum

no Amazonas.

Arthur Neto, falou da importância

que é divulgar o conhecimento adquiri-

do nos laboratórios para a população

manauara. “Vim dispor, como prefeito

possibilidade que surgiu na reunião,

que estaremos mediando entre a

Secretaria Municipal de Saúde (Sem-

sa) e o laboratório de malária e dengue

aqui do Inpa, é a questão de prevenção

de malária e dengue, sobretudo nas

obras e preparando, também, a cidade

para a copa do mundo”.

Mesa Barril

Composta por peças modulares, para-

fusadas, de fácil montagem e

transporte, será confeccionada

a partir de painéis construídos

por técnicas de colagem. Segun-

do Mirella, o uso dos painéis no

desenvolvimento da mesa servi-

rá como alternativa para utiliza-

ção e valorização dos resíduos

florestais, uma vez que as toras

serão desdobradas em função

do maior rendimento do material

lenhoso, permitindo o desenvolvimen-

to de painéis em madeira maciça de

única espécie, e em madeiras de espé-

cies e dimensões diferentes.“O intuito

de se trabalhar com o painel é justa-

mente a possibilidade de agregação de

valor e maximização dos recursos.

| Fernanda FariasDa equipe do Divulga Ciência

Foto: Eduardo Gomes

Page 8: Divulga Ciência - Fevereiro/2013

Página 08 - Fevereiro 2013

Pesquisa do Inpa analisa comportamento do pássaro dançador-estrela com o ambiente

Estudos sobre o pássaro, que vive na região de Manaus, descartam o favorecimento sensorial na fidelidade da ocupação de territórios

Destacados por suas danças

elaboradas, os pássaros da família

Pipridae, especificamente o Dançador-

estrela (Lepidothrix serena), comuns

na região de Manaus , foram o objeto de

estudo de Wanner Medeiros, sob a

orientação de Marina Anciães, do

Programa de Pós-Graduação em

Ecologia (PPG Eco) do Instituto

Nacional de Pesquisas da Amazônia

(Inpa/MCTI), que estudou o

comportamento da espécie com o

ambiente sob o tema “Efeito do

contraste da plumagem com

ambiente de fundo: caso do

Dançador-estrela na Amazônia

Central”.

Medindo de sete a oito centímetros,

também se caracterizam pela sua forte

ocupação de territórios, chamados de

“leks”. São frequentes na região de

Manaus até o escudo das Guianas e

limitados a sul pelo rio Amazonas.

A pesquisa

Visto que os machos piprídeos são

muito fiéis aos leks, o estudo focou na

hipótese do favorecimento sensorial da

qual prevê que os machos selecionam

locais em resposta à comunicação eficien-

te, aos locais onde há contraste de cores,

e possam se apresentar para as fêmeas.

“Há indícios de que a hipótese de

favorecimento sensorial pode ser

válida para o Dançador-estrela, por

isso testamos na Amazônia Central,

aplicando novas técnicas de estimati-

vas de cores”, explica.

A base da hipótese é de que o contraste

entre machos e o ambiente varia entre

locais e momentos, e que os machos sele-

cionam seu ambiente de corte e seus

momentos de apresentação em resposta

ao contraste.

Técnicas de pesquisa

Medeiros se limitou a estudar 20 territó-

Pesquisa

| Raiza LucenaDa equipe do Divulga Ciência

‘‘ ‘‘Como resultados notamos que os indivíduos

não selecionam locais em resposta ao contraste de luz

rios da espécie, na Reserva Flores-

tal Adolpho Ducke e nas áreas do

Projeto Dinâmica Biológica de Frag-

mentos Florestais (PDBFF). Para o

desenvolvimento do estudo, foi

necessário o uso do espectrofotô-

metro (equipamento que mede

cores).“Estimei dois índices de

contraste distintos, o primeiro

entre plumagem e luz e o

segundo entre plumagem e

folhas. Como resultados nota-

mos que os indivíduos não sele-

cionam locais em resposta ao

contraste de luz”, afirma o estu-

dante.

Resultados divergentes

Medeiros afirma que não há indi-

cativas de favorecimento sensorial

para a espécie com exceção no que

tange a seleção de estação repro-

dutiva. "O ambiente é menos impor-

tante que a própria plumagem para

os valores do contraste, indicando

que o comportamento e a pluma-

gem da espécie evoluíram por

outras pressões", conclui.

Foto: Acervo pesquisador