DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · traduz no dia a dia como ato político, pois...
Transcript of DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · traduz no dia a dia como ato político, pois...
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
CONSTRUINDO UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA ATRAVÉS DA AÇÃO
INTEGRADA DO GESTOR ESCOLAR E SUPERVISOR ESCOLAR
Por: Andréia Quirino de Abreu
Orientadora
Prof. Edla Trocoli
Rio de Janeiro
2016
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
CONSTRUINDO UMA GESTÃO DEMOCRÁTICA ATRAVÉS DA AÇÃO
INTEGRADA DO GESTOR ESCOLAR E SUPERVISOR ESCOLAR
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Administração e Supervisão
Escolar.
Por: . Andréia Quirino de Abreu
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente à Deus, pela
vida, por estar sempre no meu
caminho, iluminando e guiando as
escolhas certas.
A minha família à base de tudo pra
mim, apoiando-me nos momentos
difíceis com força, confiança, amor,
ensinando-me a persistir nos meus
objetivos e ajudando a alcançá-los.
Enfim, a todos que contribuíram para o
sucesso deste trabalho.
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos os
profissionais da educação que trabalham
visando uma escola de qualidade.
5
RESUMO
O presente trabalho aborda a construção de uma gestão democrática através
das ações do gestor escolar e do supervisor escolar, onde todos os envolvidos
no processo educacional possam construir o projeto político-pedagógico da
unidade escolar para tomada de decisões concretas. A gestão da escola se
traduz no dia a dia como ato político, pois implica sempre em tomada de
posição dos pais, professores, funcionários, estudantes e de toda comunidade
escolar, pois a função social da escola é melhorar através das parcerias, os
resultados do ensino, consolidando o compromisso com a comunidade,
deixando-a participar, tomar suas decisões, lutar pelo seu ideal e o que com
certeza propiciará na escola a gestão democrática, onde sua construção não
pode ser individual. Portanto, gestão democrática e projeto Político-Pedagógico
estão interligados e trabalham no coletivo, visando, uma educação plena e de
qualidade.
6
METODOLOGIA
A pesquisa realizada foi de cunho bibliográfico, com a leitura de diversos
livros, revistas e artigos, buscando também o embasamento na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação, sobre os assuntos abordados.
O estudo conceitual sobre cada tema foi realizado analisando de forma
clara e objetiva o papel da gestão e supervisão como meios de apoio ao
professor para melhoria do processo educativo, visando o educando e levando
em consideração que a escola é um sistema social que se compõe de um
conjunto de funções interagindo em diferentes áreas.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I
A Escola como Sistema e a Divisão de Trabalho 11
1.1 A divisão de trabalho e a distribuição de papeis 13
1.2 Considerações a respeito da equipe técnico-administrativo e ao professor
no processo educativo 14
1.3 Em relação ao supervisor escolar 15
1.4 A gestão democrática 15
1.5 O projeto político-pedagógico na gestão democrática da escola 16
CAPÍTULO II
As Especificidades do Gestor Escolar e do Supervisor Escolar 19
2.1 O papel do gestor escolar 20
2.2 O papel do supervisor escolar 22
2.3 A importância da comunidade no processo de tomada de decisões da
escola 25
CAPÍTULO III
A Integração do Corpo Técnico-Administrativo para a construção da Gestão
Democrática 28
8
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 38
ÍNDICE 40
FOLHA DE AVALIAÇÃO 42
9
INTRODUÇÃO
Este trabalho de conclusão do Curso de Pós Graduação tem como
objetivo promover entendimento do que se espera do novo momento, como um
gestor escolar e supervisor escolar pode tornar possível um caminho para um
ambiente escolar melhor e uma prática democrática efetiva.
O papel do supervisor escolar em um processo de avaliação da
aprendizagem vem tomando como referência os professores e supervisores de
forma crítica e refletiva. Este por finalidade tem como analisar o papel do
supervisor no processo de avaliação aos resquícios do ensino aprendizagem
tradicional que ainda estão emergidos na prática de alguns professores.
Demonstrar como a ação supervisora escolar pode, dentro dos aspectos
práticos e específicos da relação professor versos alunos acompanhar as
mudanças paradigmáticas da avaliação, apesar dos obstáculos que existem no
processo de avaliação.
O supervisor escolar representa um profissional importante para o bom
desempenho da educação escolar e do grupo escolar, expor seu modo de
pensar e opinar, e procurar direcionar o trabalho pedagógico para que se tenha
uma qualidade na educação. Na atualidade o supervisor se direciona para uma
ação mais científica e mais humanística no processo educativo, reconhecendo,
apoiando, assistindo, sugerindo, participando e inovando, pois tem sua
especialidade engajada nos elementos do currículo: pessoas e processos.
Nesse sentido, caracteriza-se pelo que, reúne, articula, enfim soma e não
divide.
Existe uma preocupação com a formação humana e com a forma com
que o educando vem obtendo o conhecimento científico. Acredita-se que é
viável fazer do ambiente escolar um espaço construtivo, que desperte o
interesse do educando para aprender e fazer do professor um mediador do
saber. Trata-se de libertar as antigas práticas educacionais e pedagógicas e
acreditar na possibilidade de construir uma sociedade onde o ser humano
tenha consciência do seu papel e da sua importância perante o grupo.
10
A administração da escola e a supervisão escolar se constituem em
duas áreas de atuação decisiva no processo educativo, tendo em vista sua
posição de influência e liderança sobre todas as atividades desenvolvidas na
escola.
O clima emocional de trabalho, o estabelecimento de prioridades de
ação, o tipo de relacionamento professores-professores, professores-alunos,
escola-comunidade, dentre outros aspectos importantes da vida escolar,
dependem, sobremaneira, da atuação dos elementos que ocupam aquelas
posições.
A escola como um sistema social, se compõe de um conjunto de
funções, todas elas mais ou menos inter-relacionadas e todas elas
interinfluentes, de sorte que a maneira como são conduzidas as ações em uma
determinada área afetam, de alguma forma, as ações de outras áreas.
Dessa interinfluência nem sempre se tem consciência e, portanto, nem
sempre age de maneira a somar esforços, de acordo com um ponto de vista e
objetivos comuns.
A questão é polêmica e necessita ser amplamente debatida,
ultrapassando soluções imediatas e defesas meramente corporativistas. É
necessário um avanço teórico que norteie, inclusive os posicionamentos em
relação aos dispositivos legais já referidos, que, caso contrário, podem
constituir-se em retrocesso, uma vez que não expressam os limites e
possibilidades hoje colocadas.
Essas pessoas não chegam à escola como tábuas rasas, pois todas
elas, alunos, professores, gestores e supervisores, têm muito a aprender e a
ensinar no processo educacional. Portanto, o trabalho pedagógico terá
melhores resultados na medida em que for fruto de reflexões coletivas e da
participação de todos.
11
CAPÍTULO I
A ESCOLA COMO SISTEMA E A DIVISÃO DO
TRABALHO
No trabalho, as pessoas convivem e interagem umas com as outras,
comunicam-se, despertam simpatia ou antipatia, aproximam-se ou afastam-se,
entram em conflito, competem, cooperam, estreitam amizades, são sinceras ou
dissimuladas nessas relações.
Essas reações, voluntárias ou inconscientes, o complexo processo de
interação humana, que se expressa sob a forma de comportamentos, verbais
ou não verbais. Não só a palavra, mas um olhar, um gesto, uma expressão
facial, uma postura de corpo, um caminhar, ou até mesmo o calar, o
permanecer em silêncio traduzem uma ideia, um sentimento. Emitimos e
recebemos mensagens num processo constante de intercâmbio entre duas
fontes – eu e o outro.
Sempre somos, portanto, responsáveis pelo sucesso ou fracasso de
uma relação interpessoal.
A interação entre os participantes de um grupo de trabalho não é só o
“estar junto”, trocar ideias ou dividir tarefas do dia-a-dia, mas também enfrentar
dificuldades e superar divergências. A diversidade de pontos de vista
enriquece e amplia a visão particular. Essa relação permite e amplia a visão
particular. Essa relação permite questionar certezas, entabular negociações,
articular ações.
Assim, diminui a resistência às novas formas de pensar, favorecendo a
predisposição à mudança.
Esse processo é lento, demanda tempo, iniciando-se muitas vezes pela
adesão de dois ou três elementos em torno de uma ideia comum. É preciso
propor situações de trabalho coletivo que, de alguma forma, respeitem o
12
momento de cada um, sem perder de vista os objetivos que o grupo se propõe
alcançar.
Trabalhar coletivamente não implica todos estarem juntos o tempo todo.
Dependendo dos objetivos que se tem, é possível dividir responsabilidades e
executar atividades com subgrupos ou mesmo individualmente, desde que se
garanta a troca constante de informações e a continuidade do trabalho na
direção dos objetivos que tiverem sido fixados.
Considerando que a liderança pressupõe conhecimento, não se pode pensar em líder que não esteja por dentro do trabalho dos liderados, que não conheça suas práticas e a partir desse conhecimento procure promover a melhoria contínua. (LÜCK, 2008)
Em qualquer grupo, as condições variáveis de alegria, entusiasmo,
moderação, insegurança, medo, hostilidade de cada participante compõem um
determinado “clima”. Cada grupo, portanto, possui uma dinâmica própria, uma
estrutura de funcionamento peculiar.
Um grupo tem movimento, é como se fosse vivo: forma-se, cresce,
evolui, alcança a maturidade. Forma-se ou começa a ser considerado grupo
quando algumas pessoas, movidas por necessidades semelhantes, se reúnem
em torno de uma tarefa específica. Cresce quando se organiza, estabelece
normas de funcionamento, permite a manifestação de opiniões contrárias.
Amadurece quando as diferenças são aceitas, respeitadas; o grupo concentra-
se na superação dos conflitos tornando-se mais produtivo. Quando são
estabelecidos papéis funcionais, um participante propõe desafios, outro
alimenta a discussão, um traz informações, outro discorda, um sintetiza, outro
registra.
A dinâmica de um grupo formado em torno do trabalho escolar depende
muito do empenho dos participantes e de seu saber-fazer pedagógico. Ao
mesmo tempo, o exercício continuado do trabalho coletivo favorece o
crescimento do compromisso e da competência dos educadores.
Ao longo das várias fases por que passa a vida do grupo, os
participantes podem assumir papéis diferentes. Nessa composição de papéis,
as qualidades são multiplicadas e as dificuldades diluídas. Para que o grupo
13
caminhe, porém é preciso que alguém seja o articulador do processo grupal, o
incentivador do trabalho coletivo. Dependendo da estrutura funcional de cada
sistema de ensino, ou mesmo do momento porque a escola passa, este
articulador pode ser o coordenador ou o supervisor pedagógico, o diretor ou
assistente. Sua principal função é ir tecendo, com as diferenças individuais,
uma trama grupal, entremeando a imaginação de uns com a concretude de
outros, o conhecimento de uns com a vivência de outros, o retraimento de uns
com o entusiasmo de outros, a serenidade de uns com a afobação de outros, a
sisudez de uns com o riso aberto de outros, construindo um vinculo de
cumplicidade entre todos.
1.1 – A divisão de trabalho e a distribuição de papeis
Como qualquer outra atividade, o trabalho coletivo deve ser avaliado em
relação aos objetivos propostos, para que todos percebam quanto estão
próximos ou distantes de tais objetivos. Ao mesmo tempo, a avaliação do
próprio processo de trabalho em grupo dá a medida do crescimento de cada
um e do grupo como um todo.
Fornecer informações sobre como uma determinada atuação está
afetando outras pessoas é um procedimento valioso que ajuda o indivíduo ou o
grupo a melhorar seu desempenho. Quando um grupo consegue instalar um
clima de confiança para aprender a fazer e receber críticas sem reações
emocionais intensas, ele amadurece, torna-se fonte de crescimento para cada
um de seus componentes, permitindo identificar seus avanços e dificuldades.
A reflexão em conjunto pode auxiliar a equipe a obter um retrato de sua
situação.
Pode-se perguntar, por exemplo:
• Nossos objetivos estão claramente definidos?
• Conhecemos os passos para alcançá-los?
14
• Estamos caminhando na direção deles?
• Diagnosticamos causas para os problemas e propomos as
alternativas?
• No grupo, todos os integrantes têm tido oportunidade de
expressar suas ideias e opiniões?
• Está sendo possível conciliar divergências? Como?
• Os participantes estão assumindo as decisões coletivas?
Quando implantado com um sentido definido e um alcance planejado, o
trabalho coletivo configura-se, pois, como a instância privilegiada o
desenvolvimento social e profissional para cada um dos componentes da
equipe escolar e, consequentemente, como gerador de novas ideias, novos
projetos. Enfrentar o novo junto é melhor.
1.2 – Considerações a respeito da equipe técnico-
administrativo e ao professor no processo educativo
Para desenvolver e fortalecer o trabalho coletivo é preciso instalar
algumas condições que são responsabilidade de todos: professores, equipe
técnica e o próprio sistema de ensino. Há que contar com a iniciativa e a
disposição dos participantes, mas isso não basta. A escola precisa organizar
espaço e horários que favoreçam o encontro regular dos professores e planejar
muito bem esses encontros. Nesse contexto, a equipe técnica tem um
importante papel. A composição dos grupos e a periodicidade das reuniões
devem estar a favor do trabalho que se quer realizar, sem prejuízo do
atendimento aos alunos.
15
1.3 – Em relação ao supervisor escolar
Face à divisão de trabalho que ocorre nas escolas, e principalmente, em
função da introdução da supervisão escolar, observa-se que na prática o papel
do diretor vem se restringindo ao de administrador dos recursos materiais da
escola e o de administrador de pessoal, considerando em seu sentido
burocrático.
A liderança e inspiração pedagógica, inerentes, em quaisquer
circunstâncias, à sua posição tornaram-se obscurecidas em seu papel, uma
vez entendidas como próprias do supervisor escolar, uma preocupação mais
relativa a métodos, técnicas, conteúdos, que ao sentido do processo educativo.
Enquanto que à supervisão escolar compete dinamizar e assistir na
operacionalização do sentido do processo educativo na escola, e, portanto,
atuar no sentido pedagógico, cabe à sua direção oferecer contínua inspiração
e liderança nesse sentido. Essa responsabilidade não é delegável.
1.4 – A gestão democrática
O conceito de gestão está associado ao fortalecimento da
democratização do processo educacional e pedagógico; à participação
responsável de todos nas discussões, decisões, efetivação das decisões,
acompanhamento e avaliação; e dialogicidade, mediante um compromisso
coletivo como resultados educacionais cada vez mais efetivos.
Este conceito de gestão leva à reflexão de como a participação
acontece no seio da escola, no seu cotidiano, nas relações que se
estabelecem, em como se estrutura a co-responsabilidade e as relações de
poder. Esta reflexão quanto à participação e a ação por ela desencadeada
significam um novo conceito de realidade escolar, em que as relações são
construídas com um objetivo comum.
16
A gestão democrática visa:
• Debater as novas competências que promovem uma visão
abrangente do processo educacional na atualidade;
• Analisar os fundamentos das atividades pedagógicas que
envolvem a coordenação, supervisão e orientação educacional, sem
desconsiderar a função social da educação;
• Estimular a formação continuada, global e qualitativa em vista do
desenvolvimento intelectual, emocional e organizacional;
• Oferecer estudos teóricos e práticos acerca dos sistemas
educacionais, haja vista a necessidade de formação intelectual;
• Proporcionar técnicas, métodos e referencial teórico que
possibilitam a criação, planejamento, execução e avaliação de projetos
educacionais.
• Participar da proposta pedagógica do planejamento geral da
escola e comunidade escolar.
Segundo Cury apud Lück (2009), “a gestão democrática da educação é,
ao mesmo tempo, transparência e impessoalidade, autonomia e participação,
liderança e trabalho coletivo, representatividade e competência”.
1.5 – O projeto político-pedagógico na gestão democrática da
escola
A forma como o PPP é formulado ou utilizado pelas escolas, nem
sempre contribui para a efetivação do processo de democratização da gestão
escolar, limitando sua existência um mero documento legal e obrigatório,
apenas existente no campo burocrático.
Com a aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE-2014/2024)
estados e municípios terão que cumprir a meta que prevê a efetivação da
gestão democrática em dois anos, sendo necessário o envolvimento de outros
17
profissionais envolvidos nas decisões dos processos da escola, sendo de
grande importância a elaboração do PPP de forma coletiva.
Qual é o papel do PPP na escola? Esta pergunta é de extrema
importância, pois leva a refletir sobre os caminhos possíveis a educação
garantidos constitucionalmente (art. 206, VI) e pela lei de diretrizes e bases da
educação/96. Entendemos o PPP na escola como necessário,
independentemente de qualquer decisão política ou exigência legal, pois a
proposta pedagógica é o norte da escola, definindo os caminhos que uma
determinada comunidade escolar busca para si.
Os princípios e fins da educação brasileira proclamam a gestão
democrática como forma de dirigir as escolas, situação que provocou a
reflexão e o repensar sobre a organização escolar e sua estrutura do ponto de
vista interno, bem como na sua projeção exterior e social.
A participação de todos na construção do PPP vem de encontro à visão
de uma educação democrática, que de tão importante está relacionada a
melhoria das condições de vida e de saúde das populações de todo o mundo.
A sociedade, bem como sua inteligência é coletiva e está presente em todos
nós. Portanto, somos todos capazes de opinar, aprender, imaginar, participar,
enfim, de fazer progredir as conquistas e as relações sociais de um
determinado contexto.
Merece destaque o papel da gestão na efetivação de um PPP
emancipatório, em que se vincula à postura adotada pela direção o processo
de consolidação da autonomia escolar, bem como o avanço da gestão
democrática, sendo esta responsável pela articulação dos segmentos
escolares, integrando-os. Portanto, a participação da direção nas reuniões
pedagógicas é importante, lá se pode ouvir e expor argumentos, além de
conhecer, acompanhar e se comprometer com o processo educacional.
Para Libâneo (2001, p. 133),
“o PPP representa a oportunidade de a direção, a coordenação pedagógica, os professores e a comunidade, tomarem sua escola nas mãos, definir seu papel estratégico na educação das crianças e jovens, organizar suas ações, visando atingir os objetivos que se propõem”
18
O PPP não é por si só elemento mágico para solucionar os problemas
da escola, sua eficácia e operacionalização estão relacionadas ao
comprometimento dos seus agentes que, por sua vez, se relaciona a
importância dada à participação no momento de sua construção. Portanto, fica
clara a idéia processual e interdependente do PPP como as dos elos de uma
corrente. As ações educativas desencadeadas podem ser inúmeras, mas
todas devem ter o mesmo foco ou diretriz de pensamento.
Assim, a escola agirá como um todo, capaz de fugir das identidades e
ações cristalizadas e institucionalizadas por princípios históricos, que são
excludentes e não atendem aos princípios constitucionais de democracia e
igualdade social.
19
CAPÍTULO II
AS ESPECIFICIDADES DO GESTOR ESCOLAR E DO
SUPERVISOR ESCOLAR
A Ação Integrada analisa de forma clara e objetiva o papel da gestão
escolar e supervisão escolar como meio de apoio, ao professor para melhoria
do processo educativo, visando o educando, levando em consideração que a
escola é um sistema social que se compõe de um conjunto de funções todas
elas interajam em diferentes áreas. A escola constitui-se de uma organização
sistêmica, um conjunto de elementos que interagem e se influenciam, por esse
motivo está relacionado na forma de troca de influências, ao meio que insere.
Em consonância ao relacionamento de mutua influência com o meio que
está inserida, a escola tem a função de promover a melhoria da comunidade
que está inserida, sendo assim a escola recebe influência da comunidade,
adaptando seus objetos e programas, métodos e técnicas as suas
necessidades. Podemos concluir em que ao pensar em algum setor da escola,
pensasse nas relações entre os demais setores e inclusive a comunidade
escolar.
Em relação à divisão de trabalho e distribuição de papeis podemos
enfatizar que o gestor não deve acreditar que a sua função dentro da escola é
apenas administrar os recursos financeiros, mas também na função
pedagógica, já que dentro das habilidades desse profissional compete à
dinamização e assistência aos membros da escola para que promovam ações
condizentes com os objetivos e princípios educacionais propostos.
A supervisão apareceu como uma força disciplinadora de inspecionar,
reprimir, checar e monitorar. Essas funções foram se modificando, passando
por controle comportamental em busca de liderança no processo educativo até
a superação da simples tarefa de fiscalização para se tornar supervisor
escolar. A Supervisão Escolar é, na atualidade, um segmento da escola que se
responsabiliza pela articulação das ações pedagógicas, na busca pela
20
construção e execução do planejamento escolar, do cumprimento da grade
curricular, buscando adequar a aprendizagem às demandas sociais da
comunidade local.
2.1 – O papel do gestor escolar
O papel do gestor escolar não se resume meramente à administração
da unidade escolar de ensino, mas de um agente responsável por mudanças.
O gestor da atualidade deve gerenciar com responsabilidade,
motivação, preocupado com a formação continuada de sua equipe, interagindo
com a comunidade escolar, atualizando-se e compartilhando conhecimento.
É por isso, que dentro dessa realidade da gestão democrática na escola,
a democratização se faz na prática. Isto quer dizer que a comunidade, a equipe
técnico-pedagógica, tem que se envolver diretamente com os problemas da
sua escola, se interessar com o desenvolvimento diário da escola, pois “a
democracia só se efetiva por atos e relações que se dão no nível da realidade
concreta”. (PARO, 2002, p. 18)
Dentre as atribuições do gestor escolar podemos citar:
• Cumprir e fazer cumprir as leis de ensino e as determinações legais de sua
competência;
• Tomar e dar ciência ao corpo docente, das publicações dos Atos Oficiais
sistematicamente;
• Acompanhar o processo pedagógico desenvolvido na Unidade Escolar,
favorecendo a implementação de estratégias pedagógicas, para a melhoria do
desempenho escolar;
• Estimular, fortalecer e participar do conselho da unidade escolar;
• Assinar, juntamente com o Secretário Escolar, os documentos expedidos
atinentes ao expediente escolar;
• Receber, informar e despachar todo tipo de documentação, encaminhando-a
às autoridades competentes;
21
• Zelar para que a freqüência mínima estabelecida na Lei de Diretrizes e Bases
seja cumprida, criando estratégias que a estimule e impeçam a evasão escolar;
• Zelar pela assiduidade e pontualidade dos profissionais da educação que
atuam na Unidade Escolar, tomando medidas que garantam, de forma plena, a
oferta integral das aulas previstas no calendário letivo;
• Propor e discutir alternativas, objetivando a redução dos índices de evasão e
de repetência, consolidando a função social da escola;
• Propiciar, estimular e apoiar a capacitação contínua dos profissionais sob
sua direção através de grupo de estudos, seminários, fórum de debates,
palestras, oficinas, organizados pela equipe da Unidade Escolar ou promovidos
por outras instituições educacionais;
• Garantir a divulgação, circulação e o acesso de toda e qualquer informação
de interesse da Comunidade Escolar;
• Zelar pela conservação do patrimônio;
• Representar o estabelecimento perante às autoridades federais, estaduais,
municipais e junto à comunidade; mensal, de professores e demais
funcionários;
• Garantir, na forma da lei, o efetivo exercício do servidor no Estabelecimento
de Ensino sob sua responsabilidade;
• Garantir a elaboração, implementação e atualização, junto à comunidade
escolar do Projeto Político-Pedagógico;
• Promover e incentivar a realização de atividades comunitárias com o objetivo
de atender ao Projeto Político-Pedagógico da Unidade Escolar;
• Manter um processo de comunicação claro e aberto entre os membros da
escola assim como entre a escola e a comunidade;
• Favorecer o diálogo entre os membros da escola e a comunidade;
• Tratar a todos os cidadãos igualmente, evitando qualquer tipo de prática que
fira a ética e o decoro público no uso dos equipamentos e serviços da Unidade
Escolar;
• Garantir a execução do calendário escolar e as disposições deste Regimento.
22
Podemos enfatizar que o gestor não deve acreditar que a sua função é
apenas administrar os recursos financeiros, mas também na função
pedagógica, já que dentro das suas especificidades está a articulação com a
equipe pedagógica e tem por função a aprendizagem de todos os educandos.
Pode-se dizer que esta é a atribuição mais importante do gestor, mas muitas
vezes, a menos priorizada, devido as demandas legais e judiciais que
aguardam respostas pela parte administrativa da escola.
Se queremos uma escola transformadora, precisamos transformar a escola que temos aí. E a transformação dessa escola passa necessariamente por sua apropriação por parte das camadas trabalhadoras. É nesse sentido que precisam ser transformados o sistema de autoridade e a distribuição do próprio trabalho no interior da escola. (PARO, 2002, p. 10)
2.2 – O papel do supervisor escolar
O papel do supervisor escolar se constitui, em última análise, na
somatória de esforços e ações desencadeados com o sentido de promover a
melhoria do processo ensino-aprendizagem. Esse esforço voltou-se
constantemente ao professor, num processo de assistência aos mesmos e
coordenação de sua ação.
O processo de assistência e coordenação recebeu enfoques variados
durante a história de supervisão escolar, como por exemplo, a melhoria:
• Dos materiais de instrução;
• Dos métodos, técnicas e procedimentos do ensino;
• Dos programas curriculares;
• Do processo de avaliação dos alunos;
• Da descrição de objetivos educacionais;
• Do processo de recuperação dos alunos;
• Do desempenho do professor;
• Outros.
23
Embora assumindo uma ação voltada ao professor, nem sempre a ação
do supervisor escolar preocupou-se com a melhoria do seu desempenho.
A preocupação pela melhoria do processo ensino-aprendizagem,
traduziu-se, via de regra, no esforço de analisar algum aspecto desse processo
(qualquer um dos anteriormente apontados, com exceção do desempenho do
professor), organizá-lo, inová-lo, realimentá-lo e entregá-lo ao professor para
que o mesmo aplicasse. E nisso se constituía a assistência ao professor.
Mais recentemente, a supervisão escolar ganhou uma nova dimensão,
mais dinâmica e com maior potencial de eficácia a longo prazo: a melhoria do
desempenho do professor, isto é, o desenvolvimento de conhecimentos,
habilidades e atitudes dos mesmos em relação ao processo ensino-
aprendizagem. Os aspectos de materiais de instrução, métodos, técnicas, etc.,
passam a ser meios ou aspectos desse desenvolvimento.
Dentre a gama de atribuições de uma supervisão escolar podemos citar:
• Responsabilidade pelas atividades pedagógico-didáticas e
curriculares da escola, priorizando a qualidade do cognitivo do processo ensino
e aprendizagem.
• Supervisionar e elaborar diagnósticos, projeto pedagógico-
curricular da escola, junto ao corpo docente, e outros planos e projetos.
• Orientar a organização curricular e o desenvolvimento do
currículo, além da assistência direta aos professores na elaboração dos planos
de ensino, escolha de livros didáticos, práticas de avaliação da aprendizagem,
adequação de conteúdo, desenvolvimento de competências metodológicas,
práticas avaliativas.
• Coordenar reuniões pedagógicas, promover a
interdisciplinaridade, diagnosticar problemas de ensino e aprendizagem e
adotar medidas pedagógicas preventivas.
• Organizar as turmas de alunos, direcionar professores,
responsável pelo horário escolar além de coordenar o conselho de classe.
• Propor e coordenar atividades de formação continuada e de
desenvolvimento profissional dos professores.
24
• Elaborar e executar programas e atividades com pais e
comunidades, especialmente de cunho científico e cultural e acompanha o
processo de avaliação e aprendizagem.
Essa linha de ação conduz com as colocações feitas com relação ao
papel do professor na escola e a necessidade de assisti-lo para que melhor
desempenhe esse papel.
Uma equipe é um grupo de pessoas que trabalha junto, de forma colaborativa e solidária, visando a formação e a aprendizagem dos alunos. Do ponto de vista organizacional, é uma modalidade de gestão que, por meio da distribuição de responsabilidades, da cooperação, do diálogo, do compartilhamento de atitudes e modos de agir, favorece a convivência, possibilita encarar as mudanças necessárias, rompe com as práticas individualistas e leva a produzir melhores resultados de aprendizagem dos alunos (LIBÂNEO, 2008, p. 103).
Ela direciona a supervisão escolar para assumir funções relativas ao
treinamento de professores, nas mais variadas formas; à observação e feed-
back ao seu desempenho; à realização de entrevistas de ajuda, tanto
individualmente como em grupos; à realização de reuniões, etc.
A eficácia da ação do supervisor escolar torna-se pois diretamente
ligada à sua habilidade em promover mudanças de comportamento no
professor, isto é, a aquisição de novas habilidades ou reforço a outras já
existentes; o desenvolvimento de novas perspectivas, ideias, opiniões,
atitudes, etc. Isto porque, em última análise, o aprimoramento do processo
ensino-aprendizagem, preconizado pela supervisão escolar, não depende tanto
de diretrizes pré-estabelecidas e de planos prontos, muitas vezes pouco
aceitos, ou aceitos passivamente pelo professor, mas das condições
apresentadas por este profissional para implementá-los.
Uma das grandes dificuldades da educação reside no fato de que ideias
de inovação propostas não se traduzem em ação onde de fato ocorre a
educação: na sala de aula. Às vezes, observa-se, a nível de proposições, até
uma certa sofisticação de ideias e métodos. Porém, a nível de sala de aula,
encontra-se, muito comumente, o professor atuando orientando por sua
25
intuição ou, quem sabe, até por sua exasperação face a sua perspectiva de
desesperança diante das dificuldades que enfrenta.
Somente se poderá afirmar que a educação melhorou a partir do
momento em que houve melhora na sala de aula, isto é, na maneira como se
desenvolve o processo ensino-aprendizagem.
O desempenho do professor em termos de seus conhecimentos,
atitudes e habilidades com relação ao processo ensino-aprendizagem são o
cerne da melhoria da qualidade da educação e, muito mais do que a melhoria
de prédios, de materiais de ensino, de métodos e de programas.
A falta de uma assistência ao professor quanto a seu desempenho em
sala de aula é considerada como uma das importantes causas de embaraço do
processo educativo. Portanto, parece crucial que o supervisor escolar preste
ao professor uma assistência sistemática, no sentido de melhoria contínua do
seu desempenho.
2.3 – A importância da comunidade no processo de tomada de
decisões da escola
No que concerne à participação da comunidade no cotidiano escolar,
Dias (1998, p. 280), enfatiza que “a escola tem [...] a preocupação de
conquistar o apoio da comunidade, considerando-o relevante para uma
atuação eficaz”. De acordo com Libâneo (2008, p. 138-139), “possibilita à
população o conhecimento e a avaliação dos serviços oferecidos e a
intervenção organizada da vida da escola”. Tomando como base este sentido,
Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade os que nela estudam e trabalham, intensificar seu envolvimento com ela e, assim, acompanhar melhor a educação ali oferecida (LIBÂNEO, 2001, p. 139).
26
Ainda em relação à participação da comunidade na tomada de decisões
do âmbito escolar têm-se os Conselhos de Classe e os Conselhos de Escola,
Colegiados ou Comissões. Torna-se mister ressaltar que, segundo Libâneo
(2008), surgiram no Brasil desde a década de 1980.
A participação da comunidade no processo de conquista da autonomia
da escola requer, assim, a participação dos pais, entidades e organizações as
quais são paralelas à escola, visto que, no tocante à realidade das famílias,
estas, por sua vez, participam do processo de tomada de decisões nos
Conselhos Escolares, Associação de Pais e Mestres, acompanhando e
avaliando a qualidade dos serviços prestados, além de colaborar no processo
de elaboração e aplicação do Projeto Político-Pedagógico. Desse modo,
Usufruem das práticas participativas para integrarem outras circunstâncias decisórias no âmbito da sociedade civil (organizações de bairro, movimentos de mulheres, de minorias étnicas e culturais, movimentos de educação ambiental e outros), contribuindo para o aumento da capacidade de fiscalização da sociedade civil sobre a execução da política educacional (ROMÃO apud LIBÂNEO, 2008, p. 144).
É correto afirmar que a participação da comunidade no setor
educacional na tomada de decisões dá respaldo aos governos a fim de que
atendam melhor as necessidades educacionais da nação. A este respeito,
Lück (2009) afirma que o gestor deve liderar e garantir a atuação democrática
efetiva e participativa dos conselhos escolares e de classe, grêmios estudantis
entre outros colegiados educacionais.
De acordo com Lück (2009), cabe o gestor escolar estar ciente das
questões da comunidade escolar, interpretando seus processos sociais e
orientando o seu melhor encaminhamento. Afirma também que deve
proporcionar a integração e a articulação entre a escola e a comunidade na
qual encontra-se inserida, com o apoio e plena participação dos colegiados
escolares, mediante a realização de atividades de égide pedagógica, científica,
social, esportiva, cultural entre outras. Para a supracitada autora, a integração
da instituição escolar com a família e a comunidade constitui um fator de
27
fundamental importância para o adequado funcionamento da escola, bem
como da qualidade de ensino.
28
CAPÍTULO III
A INTEGRAÇÃO DO CORPO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO PARA A CONSTRUÇÃO DA GESTÃO
DEMOCRÁTICA
A gestão democrática consiste em um princípio preconizado na Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº. 9.394/96 e na Constituição
Federal de 1988. Desse modo, é correto afirmar que a escola, para atingir os
objetivos propostos pela atual LDB, é necessário a presença de vários
profissionais para garantir uma educação digna e de qualidade, uma vez que,
conforme as fontes citadas, a educação é um processo social e cooperativo
que requer a participação de todos os profissionais existentes na escola, como
também a participação das famílias e da comunidade. Tomando como base
esta perspectiva Lück (2009), afirma que a gestão democrática deve
proporcionar a participação de todos os segmentos da unidade de ensino, o
planejamento e a execução do plano de desenvolvimento da escola, sob forma
articulada, com a finalidade de realizar uma proposta educacional de acordo
com as necessidades sociais existentes na qual a instituição escolar encontra-
se inserida. De acordo com Libâneo (2008), a participação é o meio
fundamental para garantir a gestão democrática da escola, uma vez que
possibilita o envolvimento de profissionais e a clientela no processo de tomada
de decisões, bem como no adequado funcionamento da organização escolar.
Dessa forma, proporciona melhor conhecimento dos objetivos e metas, da
estrutura organizacional e de sua dinâmica, das relações da escola com a
comunidade, favorecendo, assim, uma proximidade mútua entre educadores,
alunos, pais e comunidade.
Valoriza os elementos internos do processo organizacional – o planejamento, a organização, a direção, a avaliação –, uma vez que não basta a tomada de decisões: é preciso que elas sejam postas em prática em função de prover as melhores condições para viabilizar os processos de ensino e aprendizagem. [...] A gestão participativa é a
29
forma de exercício democrático de gestão e um direito de cidadania, mas implica também deveres e responsabilidades, portanto, a gestão participativa é a gestão eficaz. Se, por um lado, a gestão democrática é uma atividade coletiva, implicando a participação e objetivos comuns, por outro, depende também de capacidades e responsabilidades individuais e de uma ação coordenada e controlada (LIBÂNEO, 2008, p. 126).
Cada indivíduo que assume a função de coordenar um grupo, quer pela
imposição de um cargo, quer por uma necessidade circunstancial, traz uma
bagagem própria de conceitos, valores, sentimentos que vão determinar sua
forma de perceber e relacionar-se com as situações que o cercam. Assim, não
há um modelo único de coordenação. Além disso, os diferentes momentos
pelos quais o grupo passa irão exigir um coordenador mais diretivo: que dê
mais informações, que organize o tempo, o espaço, a rotina, as tarefas; que
informe com clareza o que se pretende; que facilite a inclusão das pessoas no
grupo dizendo “ – e você? O que acha?”. Quando o grupo está organizado, o
coordenador passa a ser menos diretivo: sugere, discute, emite opinião,
valoriza a participação de cada um. Seu desafio é permitir o exercício do
conforto, instalar um clima de confiança e respeito pelas diferenças, cuidando
para que o grupo não se afaste de seu objetivo central. Quando a equipe
amadurece, ele só intervém em momentos específicos: amplia as discussões
trazendo subsídios teóricos, promove a avaliação e o replanejamento, com o
grupo.
A presença de um coordenador, portanto, é indispensável na vida de
uma equipe: quase sempre é ele que consegue ver mais longe do que os
outros, uma vez que não se desliga das intenções fundamentais do trabalho.
Considerando que a reflexão é o principal instrumento de mudança, incentiva o
grupo a observar, pensar, analisar, investigar. É ele quem aponta a direção do
trabalho coletivo, pois sabe onde quer chegar e que aliados deve conquistar,
para que o grupo possa superar suas dificuldades e atingir o objetivo proposto.
Coordenar um grupo requer algumas habilidades mas, acima de tudo,
persistência e predisposição para desenvolvê-la. Vale a pena, pois um grupo
coeso é capaz de mobilizar forças de tal forma que o todo constitua um bem
maior que a soma das partes.
30
A gestão escolar e a supervisão escolar se constituem em duas áreas
fundamentais no processo educacional. Todos os aspectos relacionados à vida
escolar dependem da atuação das pessoas que ocupam essas funções, e
estes devem trabalhar de forma integrada, não só entre si, mas também com a
comunidade escolar, através de uma gestão democrática.
O Gestor escolar é o principal responsável pela escola, ele tem a função
de fazer com que as atividades sejam realizadas eficiente e eficazmente.
Durante muito tempo esta função foi alvo de criticas, em um primeiro momento,
pela busca de definição em torno de sua atribuição como administrador, e
posteriormente, buscou-se a redefinição de práticas excessivamente
burocráticas, conservadoras, autoritárias e centralizadoras.
Diante das transformações ocorridas, sabemos que muitos gestores
escolares já estão trabalhando embasados em práticas de gestão e liderança
democráticas, atitudes flexíveis e compromisso com as necessárias mudanças
na educação. Assim, as ações do gestor escolar devem estar pautadas na
gestão e administração com conotação pedagógica uma vez que se trata de
uma gestão em função do campo educativo.
De acordo com Libâneo (2008), as atribuições competentes ao gestor
escolar visam dirigir e coordenar o andamento dos trabalhos, a eficácia na
utilização dos recursos, assegurar o processo participativo de tomada de
decisões, assegurar a execução coordenada das atividades e setores da
escola além de articular as relações interpessoais entre escola e comunidade.
Ainda acerca das competências envolvendo a gestão escolar, vale
ressaltar que todas as ações citadas devem estar embasadas dentro de
critérios que envolvam autoridade, responsabilidade, disciplina e iniciativa.
Esses quatro critérios mencionados nortearão as ações no que tange
supervisionar e responder por todas as atividades administrativas e
pedagógicas, bem como as relações com os pais e a comunidade. O gestor
deve assegurar condições e meios de manutenção de um ambiente de
trabalho favorável e de condições materiais necessárias a consecução dos
objetivos da escola, incluindo a responsabilidade pelo patrimônio e sua
adequada utilização.
31
O gestor deve buscar os meios e condições que favoreçam a atividade
profissional de todos os funcionários, visando à boa qualidade do ensino, para
isto, deve assegurar o cumprimento da legislação educacional em consonância
com o regimento escolar garantindo a aplicação das diretrizes de
funcionamento da instituição e das normas disciplinares.
Articular de forma eficiente e eficaz os diversos segmentos da escola de
forma a colocar em prática o Projeto Político-Pedagógico, é a atribuição do
supervisor escolar.
Podemos dizer que a primeira atribuição da coordenação é a assistência
pedagógico-didática aos professores, de forma a alcançar a proposta de
qualidade de ensino. Trabalhar junto ao professor de forma a direcioná-lo na
situação mais propícia a aprendizagem do aluno.
O serviço da gestão escolar deve trabalhar de forma integrada com a
supervisão escolar e a orientação educacional, envolvendo os educandos, o
corpo docente, a família e a comunidade movimentando-os para aspectos do
conhecimento e buscando assim uma cultura escolar saudável e inovadora.
A orientação educacional se consolida através de suas atuações que
permeiam o cotidiano escolar, familiar, comunitário e equipe de docentes.
Podemos atribuir ao orientador educacional um papel principal como
profissional que pode auxiliar em diferentes aspectos. De acordo com suas
atuações podemos perceber algumas que são consideradas principais:
• Incentivar o aluno a pesquisa, ou seja, acompanhar a vida escolar
do educando, ajudando–o no processo de aprendizagem, pois é a principal
ferramenta de trabalho do orientador.
• Identificar e assessorar alunos que demonstram dificuldades de
adaptação à escola, dificuldades no rendimento escolar ou outros problemas
no ambiente escolar. Mas essas atividades sempre se realizam com o apoio e
parceria da família, administrador escolar e professores.
• Acompanhar o trabalho do corpo docente em desenvolver o
relacionamento interpessoal com o aluno. De acordo com Sanches apud Lück
(2008, p. 25): “É nesse sentido que entendo serem os orientadores
32
educacionais profissionais com possibilidade para facilitar o processo de
relacionamento entre professor e aluno”.
O serviço de orientação educacional atua na educação física e mental.
Pressupõe-se que o aluno precisa estar com o físico e mental ajustado para
uma boa aprendizagem. Trabalha na área de orientação vocacional, e faz a
ligação entre o aluno, o professor e a sociedade.
Com vistas ás atribuições citadas acerca dos instrumentos que
compõem o corpo administrativo escolar, podemos definir a escola como uma
organização sistêmica aberta, composta por um conjunto de pessoas com
diferentes papéis que interagem e se influenciam mutuamente. Desta forma, o
corpo administrativo composto pelo gestor, coordenador pedagógico e
orientador educacional representa, em grau de importância, os principais
articuladores da instituição escolar.
Vale ressaltar a importância de se pensar a forma como as relações são
estabelecidas e sua importância dentro do processo educativo, segundo a
autora, quando se pensa em algum setor da escola, deve-se pensar em suas
relações com os demais setores, bem como com a comunidade. Partindo das
considerações apresentadas, reafirma-se a importância da busca por uma
educação que consiga agregar ao trabalho escolar ações conjuntas, visando
atingir níveis satisfatórios de qualidade cognitiva e operativa das
aprendizagens, associando a isto, ações que assegurem um estreitamento das
relações entre escola, família e sociedade que consequentemente serão
transformados em valores.
Para que se alcance resultados, faz-se necessário pautar-se em
trabalhar o desenvolvimento cognitivo associado às práticas do cotidiano
escolar por meio de projetos integrados que envolvam experiências, unidades,
onde cada especialista educacional assume uma parte do todo.
A gestão além de integrada deve ter como foco o fazer de uma gestão
escolar para comunidade, uma gestão participativa, onde além do corpo
administrativo escolar, tenhamos também pais e alunos inseridos no processo.
A comunidade deve ser uma parceira da escola, e vice versa,
33
demonstrando assim uma gestão democrática. A escola e a comunidade só
tem a ganhar com essa parceria.
A gestão democrática implica a participação de todos os segmentos da
unidade escolar, a elaboração e execução do plano de desenvolvimento da
escola, de forma articulada, para realizar uma proposta educacional compatível
com as amplas necessidade sociais.
A democratização da gestão vai trazer a comunidade para a escola e os
benefícios serão para ambos os lados. A formação dos alunos será
beneficiada, e a credibilidade da escola diante a comunidade também se
elevará.
Enfim, todas essas ações servirão como fases que reverterão na
eficácia do processo educativo. Integrar as funções administrativas e manter
contato direto com a comunidade escolar, torna-se essencial ao fato de que a
instituição escolar tem sido alvo de constantes transformações e indagações
quanto ao cumprimento de seu papel enquanto instituição de ensino.
Diante do tema analisado, pôde-se observar a importância de se pensar
o ambiente escolar dentro de uma perspectiva dinâmica, que necessite da
implementação de métodos integrados, a fim de que se alcancem os objetivos
propostos.
“A administração da escola, a supervisão escolar e a orientação educacional se constituem em três áreas de atuação decisiva no processo educativo, tendo em vista sua posição de influência e liderança sobre todas as atividades desenvolvidas na escola. O clima emocional de trabalho, o estabelecimento de prioridades de ação, o tipo de relacionamento professores-professores, professores-alunos, escola-comunidade, dentre outros aspectos importantes da vida escolar, dependem, sobremaneira, da atuação dos elementos que ocupam aquelas posições.” (LÜCK, 2008, p. 7-8)
A Ação Integrada reforça o trabalho coletivo da equipe técnico-
pedagógica da escola, que se torna mais necessária para o desenvolvimento
da educação, cada vez mais vital para o desenvolvimento da sociedade, ao
mesmo tempo se torna mais complexa. Lück (2008) defende o estímulo à
gestão compartilhada em diferentes âmbitos da organização escolar. Onde
isso ocorre, diz ela, nasce um ambiente favorável ao trabalho educacional, que
34
valoriza os diferentes talentos e faz com que todos compreendam seu papel na
organização e assumam novas responsabilidades, tendo como objetivo
examinar aspectos relacionados à atuação do diretor da escola, do supervisor
escolar e do orientador educacional, sob o enfoque de sistema, e propor a
adoção de uma linha integrada de ação na perspectiva do processo de
consultoria, pela qual se pode promover o desenvolvimento da escola como
um todo e não apenas a resolução de problemas imediatos, de acordo com o
seu surgimento.
Nessa lógica, tece considerações a respeito do professor e da equipe
técnico-administrativa no processo educativo: o papel do professor é,
basicamente, ajudar o educando a aprender em todos os aspectos, isto é, na
aquisição e desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, hábitos, atitudes,
valores, ideais ou qualquer tipo de aprendizagem ainda não desenvolvida e
julgada importante e necessária, tanto pessoal quanto socialmente. A eficácia
do processo educativo, dessa forma, está centralizada no professor – seus
conhecimentos, suas habilidades e suas atitudes em relação ao aluno, a quem
deve motivar. Uma preocupação na escola/ambiente escolar, então, é tratar do
desenvolvimento desse professor, orientá-lo e assisti-lo na promoção de um
ambiente escolar e processo educativo, significativos para o educando.
Ao avaliar os papéis desempenhados pela equipe técnico-administrativa,
a autora inicialmente trata do papel do diretor:
“é do diretor da escola a responsabilidade máxima quanto à consecução eficaz da política educacional do sistema e desenvolvimento pleno dos objetivos educacionais, organizando, dinamizando e coordenando todos os esforços nesse sentido, e controlando todos os recursos para tal.” (LÜCK, 2008, p. 16-17)
Em algumas escolas, torna-se necessário subdividir o papel do diretor,
daí a importância de se estudar também o papel de outros profissionais
correlacionados, tais como o supervisor escolar e o orientador educacional. O
primeiro, por exemplo, seria o responsável pelos esforços e ações
desencadeados com o sentido de promover a melhoria de processo ensino-
aprendizagem, ou seja, o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e
atitudes dos mesmos em relação ao processo ensino-aprendizagem: materiais
35
de instrução, métodos, técnicas (entre outros) passam a compor os meios ou
aspectos desse desenvolvimento. De sua parte, o orientador educacional pode
ser visto em duas dimensões: a orientação direta ao aluno (em que atua como
um aconselhador) ou como prestação de serviços (em que atua como um
consultor para os educadores com alunos portadores de necessidades
especiais de aprendizagem).
“A falta de integração do processo educativo tem uma multiplicidade de aspectos e ângulos. Ela é tanto interna quanto externa, tanto de concepção quanto de ação. Todos os aspectos relacionados à integração ou à falta dela atuam em cadeia de maneira que, havendo dificuldades em um determinado ângulo do processo educativo, naturalmente a mesma promoverá repercussões em outros.” (LÜCK, 2008, p. 29-30)
36
CONCLUSÃO
O presente trabalho se constitui em um esforço no sentido de trazer a
analise aspectos relevantes com referência à ação integrada de gestão escolar
e da equipe técnico-pedagógica.
O centro de atenção máxima da escola deve ser o aluno. A escola existe
em função dele, e, portanto, para ele.
A sua organização, em qualquer dos seus aspectos, deve ter em vista a
consideração do fim precípuo que a escola se destina: a criação de condições
e situações favoráveis ao bem-estar emocional do educando, e o seu
desenvolvimento em todos os sentidos: cognitivos, psicomotor e afetivo, a fim
de que o mesmo adquira habilidades, conhecimentos e atitudes que lhe
permitam fazer face às necessidades vitais e existenciais.
Na promoção dessas condições e situações, um dos fatores mais
decisivos é o professor. Suas atitudes, práticas, desempenhos, promovem um
impacto significativo no educando, pois elas influem na imagem e de si
mesmos, e, é claro, em aspectos particulares de sua aprendizagem. Portanto,
toda atenção deve ser dada ao desenvolvimento de atitudes, habilidades e
conhecimentos do professor para que possa promover um processo educativo
relevante.
O exercício da gestão escolar e da supervisão escolar se constitui em
papéis-meios, que garantem a melhoria do processo educativo. Sua
assistência e apoio ao professor, no sentido de que esteja cada vez melhor
preparado ao desempenho de suas funções, é vital.
Para que possam prestar esse apoio e assistência, faz-se necessário,
no entanto, que não só atuem integralmente, somando esforços, assumindo
um ponto de vista comum, mas também que adquiram habilidades para tal.
É preciso muita luta contra o comodismo e o imediatismo, pois há
momentos em que trabalhar sozinho é bem mais fácil e mais rápido. É preciso
uma educação coletiva para uma comunicação e a libertação, pois estamos
37
habituados a fazer valer nossas ideias “a todo custo” e a tentar “vendê-las” e
“convencer” o outro. Não sabemos perder.
Temos que nos conscientizar de que, quando está em pauta a melhoria
do processo educativo, todos ganham se as decisões tomadas forem fruto de
um intercâmbio efetivo entre os participantes, sem imposição de pontos de
vista de nenhum dos elementos, independentemente de sua posição
hierárquica na instituição.
A discussão aberta aos problemas e a busca coletiva de soluções
enriquece e educa a todos. A coletivização da tomada de decisões relativas ao
processo educacional traz consigo maior interesse e responsabilidade de todos
no desenvolvimento do trabalho educativo. E é a partir desse envolvimento de
todos que conseguiremos caminhar rumo à ação integrada, que desejamos.
38
BIBLIOGRAFIA
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro
de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>.
Acesso em: 11 jan. 2016.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional. Disponível em:
<www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 5 jan. 2016.
DIAS, José Augusto. Gestão da escola. In.: MENESES, João Gualberto de
Carvalho [et.al.]. Estrutura e funcionamento da educação básica. 2 ed. São
Paulo: Pioneira, 1998.
LIBANEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola. 4. ed. Goiânia:
Alternativa, 2001.
LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed.
Goiânia: Livros MF, 2008.
LIMA, Paulo Gomes; PEREIRA, Meira Chaves. O Projeto Político
Pedagógico e a Possibilidade da Gestão Democrática e Emancipatória da
Escola. Jundiaí: Paco Editorial, 2013.
39
LUCK, Heloísa. Ação Integrada. Administração, Supervisão e Orientação
Educacional. 26ª ed. Petrópolis: Vozes, 2008.
______. Dimensões da gestão escolar e suas competências. Curitiba:
Editora Positivo, 2009.
______. Liderança em Gestão Escolar. 9. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
MEDEL, Cássia Ravena Mulin de Assis. Projeto Político-Pedagógico:
construção e implementação na escola. 2. ed. rev. Campinas, SP: Autores
Associados, 2012.
NOVA IGUAÇU, Secretaria Municipal de Educação. Regimento Escolar.
2015.
PARO, Vitor Henrique. Gestão Democrática da Escola Pública. 3. ed. São
Paulo: Ática, 2002.
VEIGA, Ilma Passos A. (Org). Projeto político-pedagógico: uma construção
possível. 17. ed. Campinas: Papirus, 2004.
40
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
AGRADECIMENTO
03
DEDICATÓRIA 04
RESUMO 05
METODOLOGIA 06
SUMÁRIO 07
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I
A Escola como Sistema e a Divisão de Trabalho 11
1.1 A divisão de trabalho e a distribuição de papeis 13
1.2 Considerações a respeito da equipe técnico-administrativo e ao professor
no processo educativo 14
1.3 Em relação ao supervisor escolar 15
1.4 A gestão democrática 15
1.5 O projeto político-pedagógico na gestão democrática da escola 16
CAPÍTULO II
As Especificidades do Gestor Escolar e do Supervisor Escolar 19
2.1 O papel do gestor escolar 20
2.2 O papel do supervisor escolar 22
2.3 A importância da comunidade no processo de tomada de decisões da
escola 25
CAPÍTULO III
A Integração do Corpo Técnico-Administrativo para a construção da Gestão
Democrática 28
41
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 38
ÍNDICE 40
FOLHA DE AVALIAÇÃO 42