Dom Paulo, 69 anos como ministro dos pequenos

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8 | Igreja em Missão | 3 a 9 de dezembro de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br Destaques das Agências Nacionais NAYÁ FERNANDES [email protected] O primeiro Domingo do Ad- vento, 30, foi marcado pelo iní- cio do ‘Ano da Paz’ em todo o País. De acordo com os últimos dados do Mapa da Violência, mais de 56 mil pessoas foram as- sassinadas no Brasil em 2012. Os jovens são os principais afetados, somando mais de 27 mil vítimas. Aprovado por unanimidade du- rante a 52ª Assembleia Geral da CNBB, o Ano se estenderá até o Natal de 2015, com objetivo de ajudar na superação da violên- cia. Para celebração serão apro- veitados os meses temáticos do Ano Litúrgico. Fonte: CNBB No Brasil, começa o ‘Ano da Paz’ A Diocese de Campo Limpo (SP) celebrou, no domingo, 23, a Ação de Graças pela Missão Popular Diocesa- na e pelo jubileu de 25 anos de cria- ção da Diocese. Mais de 2 mil pessoas participaram da missa, presidida pelo bispo diocesano, Dom Luiz Antônio Guedes. Outras três dioceses foram desmembradas da Arquidiocese de São Paulo na ocasião, e celebraram jubileu em 2014, são elas: São Miguel Paulista, Santo Amaro e Osasco. As quatro dioceses foram criadas no dia 15 de março de 1989, no Pontificado do Papa João Paulo II. Fonte: Diocese de Campo Limpo Em 2014, Dioceses em São Paulo celebram jubileu Muitas histórias nas mãos para saudar o Cardeal Arns O “empurra-empurra” de- pois da missa de domingo, 30, foi motivado por um grande carinho para com o Cardeal Paulo Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo durante 28 anos. De 1º de novembro de 1970 a 22 de maio de 1998 o Cardeal Arns, nascido em Forquilhi- nha, Santa Catarina, esteve à frente como pastor da Igre- ja em São Paulo, “amigo das crianças, dos doentes e dos pobres”. Dom Paulo comemorou 69 anos de ordenação sacer- dotal aos 93 anos de idade e levou à Catedral da Sé pessoas que trabalharam com ele na luta pelos direitos humanos como Margarida Genevois, Dalmo Dalarii, Maria Cecilia Domezi, Ana Flora e Antonia Accarino Mucciolo. “Agradeço ao senhor Car- deal Odilo Pedro de ter aceita- do a presidência dessa celebra- ção e peço a todos os fiéis aqui presentes uma fervorosa ora- ção pelas vocações sacerdo- tais. Nossa querida Arquidio- cese de São Paulo é tão grande e se desenvolve tanto que ja- mais terá vocações suficientes se assim continuarmos. Que Deus abençoe as famílias e os jovens que desejam seguir a Jesus Cristo, sumo e eterno sacerdote. Obrigado. Amém!”, foi o discurso curto que Car- deal Arns fez, com voz forte e um grande sorriso. Celebrando o 1º Domingo do Advento, o Cardeal Sche- rer, arcebispo metropolitano de São Paulo, lembrou, na ho- milia, a esperança cristã que deve conduzir a vida dos fiéis no tempo do Advento. Em homenagem à Dom Paulo, que é franciscano, cantou-se a “Oração de São Francisco” e um ramalhete foi entregue por Pedro Paulo Pe- drini, 5 anos. “O nome dele é em homenagem à Dom Pedro Casaldáliga [bispo emérito de São Félix do Araguaia] e ao Cardeal Arns”, disse Paulo Pedrini, membro da Pastoral Operária, que foi junto ao fi- lho entregar as flores. Antônia Accarino Muc- ciolo, 76, presidente da Cári- tas Arquidiocesana durante 27 anos, foi uma das muitas pessoas que acompanharam Dom Paulo até a saída, numa procissão cheia de encontros emocionados. Para ela foi um privilégio ter convivido com o Cardeal Arns durante tantos anos. Em entrevista à repor- tagem, Antonia recordou sua atuação na Cáritas e disse que, àquela época, “cada vez que ele me confirmava no cargo eu pensava: ‘Como uma pes- soa tão grandiosa confia numa pessoa tão pequena como eu’”. Padre Tarcísio Mesquita, coordenador arquidiocesano de Pastoral, lembrou o carinho com que Dom Paulo acompa- nhava os sacerdotes e o conse- lho que ele repetia a cada nova ordenação: “Não se esqueçam dos pobres”. No ano em que o Brasil recorda os 50 anos do início da Ditadura Militar e muitos fatos são trazidos à tona em congressos e seminários, a pessoa do Cardeal Arns apa- rece como alguém que viveu intensamente seu ministério episcopal lutando contra situ- ações de violência e violação dos direitos humanos. “São Paulo só não foi mais massa- crado na época dos militares, graças à força de Dom Paulo”, disse Antonia, que trabalhou também 30 anos ao lado de Dom Luciano Mendes de Al- meida, que foi arcebispo de Mariana(MG. Por Nayá Fernandes APÓS 4 ANOS, DOM PAULO EVARISTO, ARCEBISPO DE SÃO PAULO ENTRE 1970 E 1998, APARECE EM PÚBLICO, NA COMEMORAÇÃO DOS SEUS 69 ANOS DE ORDENAÇÃO SACERDOTAL Fotos: Luciney Martins/O SÃO PAULO Dom Paulo reencontra amigas Margarida Genevois e Ana Flora Cardeal Scherer saúda o Cardeal Arns na Catedral da Sé

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Aos 93 anos de idade, o Cardeal Arns completou 69 anos de sacerdócio e participou de uma celebração na Catedral da Sé. Há 4 anos Dom Paulo não aparecia em público.

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8 | Igreja em Missão | 3 a 9 de dezembro de 2014 | www.arquidiocesedesaopaulo.org.br

Destaques das AgênciasNacionais

Nayá [email protected]

O primeiro Domingo do Ad-vento, 30, foi marcado pelo iní-cio do ‘Ano da Paz’ em todo o País. De acordo com os últimos dados do Mapa da Violência, mais de 56 mil pessoas foram as-sassinadas no Brasil em 2012. Os jovens são os principais afetados, somando mais de 27 mil vítimas.

Aprovado por unanimidade du-rante a 52ª Assembleia Geral da CNBB, o Ano se estenderá até o Natal de 2015, com objetivo de ajudar na superação da violên-cia. Para celebração serão apro-veitados os meses temáticos do Ano Litúrgico.

Fonte: CNBB

No Brasil, começa o ‘Ano da Paz’

A Diocese de Campo Limpo (SP) celebrou, no domingo, 23, a Ação de Graças pela Missão Popular Diocesa-na e pelo jubileu de 25 anos de cria-ção da Diocese. Mais de 2 mil pessoas participaram da missa, presidida pelo bispo diocesano, Dom Luiz Antônio Guedes. Outras três dioceses foram

desmembradas da Arquidiocese de São Paulo na ocasião, e celebraram jubileu em 2014, são elas: São Miguel Paulista, Santo Amaro e Osasco. As quatro dioceses foram criadas no dia 15 de março de 1989, no Pontificado do Papa João Paulo II.

Fonte: Diocese de Campo Limpo

Em 2014, Dioceses em São Paulo celebram jubileu

Muitas histórias nas mãos para saudar

o Cardeal Arns

O “empurra-empurra” de-pois da missa de domingo, 30, foi motivado por um grande carinho para com o Cardeal Paulo Evaristo Arns, arcebispo de São Paulo durante 28 anos. De 1º de novembro de 1970 a 22 de maio de 1998 o Cardeal Arns, nascido em Forquilhi-nha, Santa Catarina, esteve à frente como pastor da Igre-ja em São Paulo, “amigo das crianças, dos doentes e dos pobres”.

Dom Paulo comemorou 69 anos de ordenação sacer-dotal aos 93 anos de idade e levou à Catedral da Sé pessoas que trabalharam com ele na luta pelos direitos humanos como Margarida Genevois, Dalmo Dalarii, Maria Cecilia Domezi, Ana Flora e Antonia Accarino Mucciolo.

“Agradeço ao senhor Car-deal Odilo Pedro de ter aceita-do a presidência dessa celebra-ção e peço a todos os fiéis aqui presentes uma fervorosa ora-ção pelas vocações sacerdo-tais. Nossa querida Arquidio-cese de São Paulo é tão grande e se desenvolve tanto que ja-mais terá vocações suficientes se assim continuarmos. Que Deus abençoe as famílias e

os jovens que desejam seguir a Jesus Cristo, sumo e eterno sacerdote. Obrigado. Amém!”, foi o discurso curto que Car-deal Arns fez, com voz forte e um grande sorriso.

Celebrando o 1º Domingo do Advento, o Cardeal Sche-rer, arcebispo metropolitano de São Paulo, lembrou, na ho-milia, a esperança cristã que deve conduzir a vida dos fiéis no tempo do Advento.

Em homenagem à Dom Paulo, que é franciscano, cantou-se a “Oração de São Francisco” e um ramalhete foi entregue por Pedro Paulo Pe-drini, 5 anos. “O nome dele é em homenagem à Dom Pedro Casaldáliga [bispo emérito de São Félix do Araguaia] e ao Cardeal Arns”, disse Paulo Pedrini, membro da Pastoral Operária, que foi junto ao fi-lho entregar as flores.

Antônia Accarino Muc-ciolo, 76, presidente da Cári-tas Arquidiocesana durante 27 anos, foi uma das muitas pessoas que acompanharam Dom Paulo até a saída, numa procissão cheia de encontros emocionados. Para ela foi um privilégio ter convivido com o Cardeal Arns durante tantos

anos. Em entrevista à repor-tagem, Antonia recordou sua atuação na Cáritas e disse que, àquela época, “cada vez que ele me confirmava no cargo eu pensava: ‘Como uma pes-soa tão grandiosa confia numa pessoa tão pequena como eu’”.

Padre Tarcísio Mesquita, coordenador arquidiocesano de Pastoral, lembrou o carinho com que Dom Paulo acompa-nhava os sacerdotes e o conse-lho que ele repetia a cada nova ordenação: “Não se esqueçam dos pobres”.

No ano em que o Brasil recorda os 50 anos do início da Ditadura Militar e muitos fatos são trazidos à tona em congressos e seminários, a pessoa do Cardeal Arns apa-rece como alguém que viveu intensamente seu ministério episcopal lutando contra situ-ações de violência e violação dos direitos humanos. “São Paulo só não foi mais massa-crado na época dos militares, graças à força de Dom Paulo”, disse Antonia, que trabalhou também 30 anos ao lado de Dom Luciano Mendes de Al-meida, que foi arcebispo de Mariana(MG.

Por Nayá Fernandes

APós 4 ANos, Dom PAuLo EvAristo, ArCEBisPo DE são PAuLo ENtrE 1970 E 1998, APArECE Em PúBLiCo, NA ComEmorAção Dos sEus 69 ANos DE orDENAção sACErDotAL

Fotos: Luciney martins/O SÃO PAULO

Dom Paulo reencontra amigas Margarida Genevois e Ana Flora

Cardeal Scherer saúda o Cardeal Arns na Catedral da Sé