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DOSSIÊ RÚSSIA – 4º ANO ATUALIDADES – C.S Janeiro de 2011, aeroporto de Moscou, atentado terrorista mata 35 pessoas deixando outras 180 feridas. O ataque foi promovido por um homem-bomba numa esteira de desembarque pondo em alerta o país e provocando uma reação enérgica do ex-presidente Dimitri Medvedev e seu então primeiro-ministro Vladimir Putin. Lideres separatistas da Chechênia uma das repúblicas que compõe a Federação Russa reivindicaram a autoria do ataque. Postura do governo/interesses – adota uma política repressiva em relação aos movimento separatistas do Cáucaso, região situada no sul da Rússia, localizada entre o mar Negro e o mar Cáspio áreas ricas em petróleo e gás (recursos energéticos). Apesar da repressão os ataques promovidos por grupos separatistas vêm ocorrendo com frequencia nos últimos anos contando muitas vezes com a participação de grupos islâmicos com vínculos internacionais. (boa parte das “minorias étnicas” do país têm população muçulmana). Naquele momento os atentados minaram em parte as pretensões do então 1º ministro Putin na disputa eleitoral. Principal nome da política russa e com dois mandatos seguidos entre 2000-2008, com a impossibilidade de um terceiro mandato consecutivo fez seu sucessor Dimitri Medvedev (Uma espécie de Dilma da Sibéria) assumiu o cargo de chanceler e abriu caminho para seu retorno a presidência. A política repressiva e brutal empreendida sob o comando de Putin o identifica com o urso, animal- símbolo da Rússia. Ainda em 1999 no governo de Bóris Ieltsin (como primeiro-ministro), lançou uma violenta ofensiva militar na Chechênia afim de exterminar o governo insurgente, apesar dos benefícios políticos da campanha mas não sufocou os anseios de independência dos chechenos, pra piorar outras repúblicas vizinhas como Daguestão e a Ingushétia passaram a reivindicar sistematicamente a sua autonomia. A insegurança fez suscitar o temor de ataques durante a realização dos Jogos Olímipicos de Sochi 2014 recém realizados.Vale lembrar que a cidade fica na fronteira com a região de Abhkázia localizada na Geórgia país do Cáucaso que cortou relações diplomáticas com a Rússia em virtude da guerra ocorrida em 2008 entre os dois países em razão das disputas separatistas envolvendo Abhkázia e Ossétia do Sul. Histórico de conflitos: a tensão envolvendo as diversas repúblicas russas e ex-repúblicas soviéticas tem raízes históricas desde o surgimento do Império Russo. Povos(eslavos, turcos, persas e mongóis), línguas, tradições culturais e religiões diferentes(cristãos, budistas e muçulmanos) disputam o mesmo espaço. A expansão russa a partir de Moscou no séc.XVI incorporou territórios que vão desde o Caúcaso ao sul até o Pacífico no leste subjugando suas populações. Caso Chechênia: república que conta com 1 milhão de hab de maioria muçulmana, encravada na cordilheira do Cáucaso. Em 1940, sob o governo de Stálin (URSS) milhares de chechenos foram expulsos para a Ásia Central dando lugar a colonizadores russos, anos depois os chechenos retornarão à sua região de origem entrando em conflito com os russo estabelecidos. Com a dissolução da URSS em 1991, os chechenos declararam sua independência, em 1994 tropas russas invadiram a república produzindo mais de 100 mil mortes em virtude dos combates. 1996 um acordo de paz suspendeu a guerra. Em 1999 a ofensiva liderada por Putin tomou a capital Grozny e desde então milícias separatistas empreendem ataques terroristas contra o Estado russo.(Massacre de Beslan – Ossétia do Norte (RUS) 01/09/2004 – 1800 sequetrados, 334 civis mortos, 184 crianças – intervenção desastrada das forças de segurança russa.2009 encerramento das operações militares e suspensão das restrições econômicas à Chechênia. O presidente checheno atua como representante dos interesses do governo de Moscou na região de importância estratégica para o escoamento de petróleo. URSS – História conturbada no Séc. XX, em princípios do séc. era governada pela dinastia dos Romanov na pessoa do Czar Nicolau II que contava com o apoio da nobreza e da Igreja Ortodoxa Russa.

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DOSSIÊ RÚSSIA – 4º ANO ATUALIDADES – C.S

• Janeiro de 2011, aeroporto de Moscou, atentado terrorista mata 35 pessoas deixando outras 180 feridas. O ataque foi promovido por um homem-bomba numa esteira de desembarque pondo em alerta o país e provocando uma reação enérgica do ex-presidente Dimitri Medvedev e seu então primeiro-ministro Vladimir Putin.

• Lideres separatistas da Chechênia uma das repúblicas que compõe a Federação Russa reivindicaram a autoria do ataque.

• Postura do governo/interesses – adota uma política repressiva em relação aos movimento separatistas do Cáucaso, região situada no sul da Rússia, localizada entre o mar Negro e o mar Cáspio áreas ricas em petróleo e gás (recursos energéticos). Apesar da repressão os ataques promovidos por grupos separatistas vêm ocorrendo com frequencia nos últimos anos contando muitas vezes com a participação de grupos islâmicos com vínculos internacionais. (boa parte das “minorias étnicas” do país têm população muçulmana).

• Naquele momento os atentados minaram em parte as pretensões do então 1º ministro Putin na disputa eleitoral. Principal nome da política russa e com dois mandatos seguidos entre 2000-2008, com a impossibilidade de um terceiro mandato consecutivo fez seu sucessor Dimitri Medvedev (Uma espécie de Dilma da Sibéria) assumiu o cargo de chanceler e abriu caminho para seu retorno a presidência.

• A política repressiva e brutal empreendida sob o comando de Putin o identifica com o urso, animal-símbolo da Rússia. Ainda em 1999 no governo de Bóris Ieltsin (como primeiro-ministro), lançou uma violenta ofensiva militar na Chechênia afim de exterminar o governo insurgente, apesar dos benefícios políticos da campanha mas não sufocou os anseios de independência dos chechenos, pra piorar outras repúblicas vizinhas como Daguestão e a Ingushétia passaram a reivindicar sistematicamente a sua autonomia. A insegurança fez suscitar o temor de ataques durante a realização dos Jogos Olímipicos de Sochi 2014 recém realizados.Vale lembrar que a cidade fica na fronteira com a região de Abhkázia localizada na Geórgia país do Cáucaso que cortou relações diplomáticas com a Rússia em virtude da guerra ocorrida em 2008 entre os dois países em razão das disputas separatistas envolvendo Abhkázia e Ossétia do Sul.

• Histórico de conflitos: a tensão envolvendo as diversas repúblicas russas e ex-repúblicas soviéticas tem raízes históricas desde o surgimento do Império Russo. Povos(eslavos, turcos, persas e mongóis), línguas, tradições culturais e religiões diferentes(cristãos, budistas e muçulmanos) disputam o mesmo espaço. A expansão russa a partir de Moscou no séc.XVI incorporou territórios que vão desde o Caúcaso ao sul até o Pacífico no leste subjugando suas populações.

• Caso Chechênia: república que conta com 1 milhão de hab de maioria muçulmana, encravada na

cordilheira do Cáucaso. Em 1940, sob o governo de Stálin (URSS) milhares de chechenos foram expulsos para a Ásia Central dando lugar a colonizadores russos, anos depois os chechenos retornarão à sua região de origem entrando em conflito com os russo estabelecidos. Com a dissolução da URSS em 1991, os chechenos declararam sua independência, em 1994 tropas russas invadiram a república produzindo mais de 100 mil mortes em virtude dos combates. 1996 um acordo de paz suspendeu a guerra. Em 1999 a ofensiva liderada por Putin tomou a capital Grozny e desde então milícias separatistas empreendem ataques terroristas contra o Estado russo.(Massacre de Beslan – Ossétia do Norte (RUS) 01/09/2004 – 1800 sequetrados, 334 civis mortos, 184 crianças – intervenção desastrada das forças de segurança russa.2009 encerramento das operações militares e suspensão das restrições econômicas à Chechênia. O presidente checheno atua como representante dos interesses do governo de Moscou na região de importância estratégica para o escoamento de petróleo.

• URSS – História conturbada no Séc. XX, em princípios do séc. era governada pela dinastia dos Romanov na pessoa do Czar Nicolau II que contava com o apoio da nobreza e da Igreja Ortodoxa Russa.

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- Governo absolutista;- Economia feudal;- População de maioria camponesa vivendo em péssimas condições;- Reveses militares Guerra Russo-japonesa (1904-19505) e I Guerra Mundia (1914-1917*);- Pobreza crônica, de abastecimento, revoltas sociais;- Revolução de 1917 derrubada do governo imperial e estabelecimento do governo revolucionário;- Ascensão do Partido Bolchevique (mais tarde partido Comunista) sob a liderança de V.Lênin e L.Tróstky;- Distribuição de terras aos camponeses e transferência do controle das industrias aos operários;- Guerra civil entre as forças vermelhas* x forças brancas contra-revolucionárias + apoio externo;- Estabelecimento da URSS, 1º país “comunista” do mundo, ocupando a > parte dos territórios do antigo Impeŕio Russo;- 1924 ascensão de J.Stálin ao poder e de um regime totalitário cujas maiores marcas foram: perseguição sistemática aos opositores, coletivização forçada nos campos (+10 milhões de camponeses mortos), sufocamento das aspirações de autonomia dos povos não-russos, envolvimento e vitória da URSS na II Guerra Mundial apesar do extermínio de 20 milhões de soviéticos e da ruína econômica tornou-se a 2ª > potência mundial.

• Guerra Fria *1949/1991 – Disputa entre o Bloco Capitalista, com liderança dos EUA x Bloco Comunista capitaneado pela URSS.

• Configuração dos blocos:

− Capitalista: EUA, JPN, Países da Europa Ocidental compondo a aliança militar denominada OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e beneficiários economicamente do Plano Marshall;

− Comunista: URSS, Países do Leste Europeu (ALE-OR, POL, THE, HUN, BUL, ROM, ALB) integrantes do Pacto de Varsóvia , além de VIE, CHI, e CUB e beneficiários do COMECON – Conselho para Assistência Econômica Mútua);

• A disputa se expressou nos mais variados setores: militar(corrida armamentista), tecnológico(corrida espacial), econômico (Planos Marshall x COMECOM), diplomático (envolvimentos em conflitos de terceiros), esportivo (disputas esportivas e boicotes mútuos);

• Final dos anos 70, URSS não acompanha o ritmo econômico do Ocidente e enfrenta uma grave crise econômica. 1985 Mikhail Gorbartchov então presidente põe em curso um programa de abertura política (glasnost) e liberalização econômica (perestroika). Estas alterações promoveram a adaptação ao mercado mundial acelerando o processo de desagregação da URSS. As pressões ampliaram-se sobre o regime com a queda do Muro de Berlim (1989), em 1991 a URSS deixou de existir. A maior parte)* dos países recém-emancipados nascidos da ex-URSS optaram por manter cooperação política e econômica dando origem à Comunidade dos Estados Independentes (CEI).(*Estônia, Letônia, Lituânia + Geórgia 2008);

• Relações Rússia/EUA:

- Na última década a relação entre as duas potência teve como pano de fundo o avanço norte-americano na zona de influência russa especialmente durante o governo de George W.Bush (2001-2008) que além de exercer a atração de países como a Polônia e a Rep. Tcheca, passou a manter relações muito próximas de nações integrantes da CEI, o que incomodou profundamente Moscou;

- Outro foco de atrito foi a decisão de Bush em construir um escudo antimísseis no Leste Europeu no sentido de precaver de eventuais ataques à Europa oriundos do Leste, por exemplo do Irã, fato é que a Rússia se opôs por considerar que o sistema comprometeria sua segurança já que o país também está ao Leste;

- Outro foco de tensão se deu durante a guerra entre Rússia X Geórgia (2008), está última principal aliada norte-americana na região que disputa o controle das províncias separatistas da Abkházia e Ossétia do Sul interessadas em fazer parte da Federação Russa.Em 2009, Obama adotou um discurso conciliador, os dois países assinaram um tratado de redução do arsenal atômico visto como uma nova era no relacionamento bilateral.

• Potência Econômica:

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- O país integra o BRICS, grupo formado pelos principais países emergentes BRA, IND, CHI, AFS e RUS;

- É um dos 5 membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

- Convive com problemas graves como a desigualdade social de modo especial nas áreas rurais;

- Após a derrocada econômica em consequência da desintegração da URSS, o governo russo busca recuperar um lugar de destaque no cenário global. Para isso precisa democratizar suas instituições e recuperar sua economia duramente afetada pela crise mundial de 2008 em virtude da queda do consumo global e do preço dos combustíveis (60% das exportações);

- O país é o maior produtor de mundial de petróleo e um dos maiores de gás natural e carvão, em 2009, o PIB encolheu 7,9% uma verdadeira catástrofe, já que nos anos anteriores a situação foi inversa apresentando um crescimento médio de 7,3%.

- A instabilidade no mundo árabe traz vantagens para Rússia que lucra com o aumento dos preços lobais de energia em virtude da tensão nas regiões petrolíferas do Oriente Médio e Norte da África, o que provoca inclusive uma valorização do Rublo ante o Dólar o que ajuda a reduzir a inflação.

- A aposta do ex-presidente Medvedev era o colaboração com a União Européia seu maior parceiro comercial afim de atrair investimentos, novas tecnologias e desenvolvimento de infraestrutura. Foram adotadas medidas no sentido de reduzir gastos como a demissão de milhares de funcionários públicos e privatização de estatais heranças da URSS.

• Potencial Bélico:

− Paralelamente à redução de gastos o governo russo anunciou o seu maior programa de rearmamento dos últimos 20 anos. (710 bilhões de dólares destinados a compra de armas, modernização das forças armadas e tecnologia. Atualmente o país é o 5º maior orçamento militar do planeta, essa é outra forma de buscar destaque como potencia mundial;

− A Rússia se vale do poderio bélico e da abundância de recursos energéticos para reforçar sua influência política e econômica. (25% do gás natural consumido pela União Europeia são oriundos de reservas russas);

− O gás russo passa por gasodutos que cortam diversos países, dentre eles a Ucrânia, nação da CEI com a qual possui afinidades históricas, étnicas e culturais. No entanto em 2005 a eleição de um presidente pró-Ocidente e a consequente aproximação com os EUA, além da disputa pelos rendimentos do gás que atravessa o território fez com que os russos interrompessem a oferta de gás através dos dutos deixando milhares de europeus sem aquecimento em pleno inverno de 2009;

− A relação só melhorou com a troca de governo na Ucrânia em 2010 com a eleição de Viktor Yanukovych, favorável a uma reaproximação com Moscou e a aprovação de uma emenda que veta a adesão da Ucrânia à Otan, acalmando assim os ânimos russos;

− O pesadelo ucraniano volta à tona no início de 2014, após a destituição de Yanukovych pelo parlamento ucraniano devido à instabilidade desencadeada após uma série de protestos que ocorreram no país e a incapacidade do , a ascensão de um governo provisório hostil aos interesses russos, a ameaça de intervenção militar por parte da Rússia que não reconhece o governo interino. O estopim da crise ucraniana é o desejo de separação por parte da região da Criméia que deseja integrar a Federação Russa e para isso já realizou um referendo popular no qual 96,8% da população aprovou a anexação à Rússia que de imediato reconheceu a região como Estado soberano e procura alternativas constitucionais para regularizar a anexação em meio a oposição de líderes da U.E e dos governos chinês e norte-americano e dos protestos do novo premiê para o governo de transição Arseniy Yatsenyuk que questiona a legitimidade do governo da Criméia em realizar o referendo.