Doutora Paula J. Fonseca, médica oncologista Belén Álvarez ... · testes para deteção precoce...

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Comer para vencer al cáncer Doutora Paula J. Fonseca, médica oncologista Belén Álvarez, química especialista em nutrição COMER PARA VENCER O CANCRO Recomendações nutricionais para prevenir o cancro e para o doente oncológico

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Comer para vencer al cáncer

Doutora Paula J. Fonseca, médica oncologista

Belén Álvarez, química especialista em nutrição

COMER PARA VENCER O CANCRORecomendações nutricionais para prevenir o cancro e para o doente oncológico

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Índice

PRÓLOGO 9

APRESENTAÇÃO 13

PRIMEIRA PARTE: CONSELHOS ALIMENTARES PARA PREVENIR O CANCRO 19

1. ESTÁ DEMONSTRADO QUE UMA DIETA EQUILIBRADA REDUZ O RISCO DE TER UM CANCRO? 20

2. UMA DIETA INADEQUADA PODE GERAR UM CANCRO? 21

2.1 GÉNESE DO CANCRO 21

2.2 CARCINÓGENOS AMBIENTAIS 22

2.3 ALIMENTAÇÃO E CANCROS ASSOCIADOS 22

3. AS RECOMENDAÇÕES DO CÓDIGO EUROPEU CONTRA O CANCRO INCLUEM CONSELHOS SOBRE OS HÁBITOS ALIMENTARES? 24

2ª RECOMENDAÇÃO DO CÓDIGO EUROPEU CONTRA O CANCRO: EVITE A OBESIDADE 25

3ª RECOMENDAÇÃO DO CÓDIGO EUROPEU CONTRA O CANCRO: PRATIQUE EXERCÍCIO FÍSICO DE INTENSIDADE MODERADA TODOS OS DIAS 27

4ª RECOMENDAÇÃO DO CÓDIGO EUROPEU CONTRA O CANCRO: AUMENTAR O CONSUMO DE FRUTAS, VERDURAS E HORTALIÇAS VARIADAS: COMER PELO MENOS 5 DOSES POR DIA 28

4. EXISTEM 10 GRUPOS DE ALIMENTOS “ESTRELA” QUE DEVEMOS CONSUMIR? 35

5. QUE ALIMENTOS E HÁBITOS DEVEMOS RESTRINGIR NA NOSSA DIETA PELO SEU POTENCIAL CARCINOGÉNICO CONFIRMADO? 47

5.1 ADITIVOS ALIMENTARES 47

COMER PARA VENCER O CANCRO

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5.2 DIETAS RICAS EM GORDURAS E FRITOS 52

5.3 AÇÚCARES REFINADOS 55

5.4 SAL 57

5.5 CARNE VERMELHA 57

5.6 FUMADOS 59

5.7 EMBALAGENS DE PLÁSTICO 60

6. MENU SEMANAL: ESCOLHA, CONSERVAÇÃO E ELABORAÇÃO DE ALIMENTOS 61

6.1 MENU SEMANAL 61

6.2 CONSELHOS GERAIS PARA PREVENIR O CANCRO 64

6.3 RECOMENDAÇÕES PARA A ESCOLHA, CONSERVAÇÃO E PREPARAÇÃO DE ALIMENTOS PARA PREVENIR O CANCRO 65

6.4 RECOMENDAÇÕES PARA A ELABORAÇÃO DE EMENTAS E DOS PRATOS PARA PREVENIR O CANCRO 67

6.5 AS INFUSÕES: PREVENIR E COMBATER A ENFERMIDADE ATRAVÉS DAS PLANTAS 72

SEGUNDA PARTE: CONSELHOS NUTRICIONAIS PARA PREVENIR A DESNUTRIÇÃO EM DOENTES COM CANCRO 75

1. INTRODUÇÃO 76

2. É FREQUENTE A DESNUTRIÇÃO EM DOENTES COM CANCRO? 77

3. A ESCASSA INGESTÃO DE ALIMENTOS É A CAUSA DA PERDA DE PESO, OU HÁ ALGUMA OUTRA RAZÃO RELACIONADA COM O PRÓPRIO TUMOR? 78

3.1 FATORES IMPLICADOS 78

3.2 ALTERAÇÕES METABÓLICAS 81

3.3 CONSEQUÊNCIAS 81

4. EXISTE ALGUM ACONTECIMENTO FÍSICO OU DADO ANALÍTICO QUE PERMITA DIAGNOSTICAR DESNUTRIÇÃO EM DOENTES COM CANCRO? 84

5. EXISTE ALGUM FÁRMACO, SUPLEMENTO, OU DIETA COMERCIAL EFICAZ PARA COMBATER A DESNUTRIÇÃO? 86

5.1 MEDIDAS FARMACOLÓGICAS PARA ABRIR O APETITE 86

5.2 ALIMENTAÇÃO TRADICIONAL SUPLEMENTADA 88

5.3 ALIMENTAÇÃO BÁSICA ADAPTADA 88

5.4 ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL: PARENTERAL E ENTERAL 90

6. CONSELHOS GERAIS SOBRE ALIMENTAÇÃO NO DOENTE COM CANCRO 91

6.1 CONSELHOS GERAIS SOBRE ALIMENTAÇÃO NO PACIENTE COM ANOREXIA-CAQUEXIA 95

6.2 CONSELHOS GERAIS SOBRE ALIMENTAÇÃO EM DOENTES COM NÁUSEAS E VÓMITOS 99

7

ÍNDICE

6.3 CONSELHOS GERAIS SOBRE ALIMENTAÇÃO NO DOENTE COM DIARREIA 102

6.4 CONSELHOS GERAIS SOBRE ALIMENTAÇÃO NO DOENTE COM PRISÃO DE VENTRE 105

6.5 CONSELHOS GERAIS SOBRE ALIMENTAÇÃO PARA DOENTES COM DEFESAS BAIXAS 108

6.6 CONSELHOS GERAIS SOBRE ALIMENTAÇÃO NO DOENTE COM DISFAGIA 111

6.7 CONSELHOS GERAIS SOBRE ALIMENTAÇÃO NO DOENTE COM MUCOSITE 114

6.8 CONSELHOS GERAIS SOBRE ALIMENTAÇÃO PARA DOENTES COM XEROSTOMIA 117

6.9 CONSELHOS GERAIS SOBRE ALIMENTAÇÃO NO DOENTE COM DISGEUSIA 120

6.10 CONSELHOS GERAIS SOBRE ALIMENTAÇÃO NO FINAL DA VIDA 123

7. ALIMENTOS QUE PODEM INTERFERIR NO TRATAMENTO DO DOENTE ONCOLÓGICO 125

GLOSSÁRIO 131

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PRIMEIRA PARTE

Conselhos alimentares para prevenir o cancro

COMER PARA VENCER O CANCRO

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1. ESTÁ DEMONSTRADO QUE UMA DIETA EQUILIBRADA REDUZ O RISCO DE TER UM CANCRO?

A resposta é sim e o exemplo é o cancro do estômago, que até ao ano de 1988 foi o cancro mais frequente em Espanha e a primeira causa de morte por cancro no mundo. A conservação da comida em siste-mas frigoríficos reduz a ingestão de alimentos embalados a vácuo e conservados em sal, evita o desenvolvimento das bactérias que conta-minam os ditos alimentos e favorece o consumo de alimentos frescos. Tudo isto conseguiu diminuir o número de cancros de estômago diag-nosticados no nosso país, sendo na atualidade um tumor menos fre-quente. Pelo contrário, outro cancro digestivo, o colorretal, aumentou muito nos últimos anos, superando em frequência o cancro do pul-mão, devido à mudança de hábitos alimentares nos países desenvolvi-dos e associado a dietas hipercalóricas, elevado consumo de gorduras animais, prisão de ventre, escassa atividade física e obesidade. Durante anos, os países mediterrânicos – pela sua dieta rica em óleos vege-tais e frutas, legumes e verduras – tiveram uma incidência de cancro colorretal inferior à do resto dos países europeus mas, na atualidade, esta diferença está a esbater-se.

EFEITO DA ALIMENTAÇÃO NA HISTÓRIA NATURAL DO CANCRO

DIETA DESEQUILIBRADA:FAVORECE O CANCRO

DIGESTIVO(esófago, estômago, cólon,

pâncreas, biliar)

HORMONODEPENDENTE(mama, útero, próstata)

RENAL

DESNUTRIÇÃO:PROGNÓSTICO DO CANCRO

Dificulta a administração de tratamentos oncológicos

ótimos, altera a qualidade de vida, favorece as

complicações e aumenta a morbimortalidade

PARTE I > PREVENÇÃO

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2. UMA DIETA INADEQUADA PODE GERAR UM CANCRO?

2.1 GÉNESE DO CANCRO

Para a prevenção do cancro é fundamental compreender que não se trata de um acontecimento, mas de um processo. Uma série de mudanças celulares podem originar cancro e para isso basta a exposi-ção durante mais de dez anos a carcinógenos entre os quais se incluem certos alimentos. Portanto, uma transgressão dietética, um único ali-mento em excesso, conservado em sal ou pré-cozinhado, não origina um cancro, mas uma dieta inadequada mantida continuadamente no tempo, sim.

De entre os agentes carcinogénicos ambientais o mais importante é o tabaco, seguido por uma alimentação inadequada, que nos paí-ses desenvolvidos se relaciona com cerca de 35% de todos os cancros. Assim, a alimentação é, a seguir ao tabaco, a segunda causa de cancro possível de prevenir, e relaciona-se fundamentalmente com tumores localizados: no estômago (consequência de nitratos contidos em con-servas, alimentos embalados a vácuo ou conservados em sal e bacté-rias que infetam alimentos em mau estado de conservação); no cólon (dietas hipercalóricas, ricas em carne, açúcares refinados e gorduras saturadas; e a prisão de ventre); no pâncreas (obesidade e diabetes). Uma dieta inadequada também se relaciona com cancros hormono-dependentes como os da mama e do útero em mulheres e o da prós-tata nos homens. Nas mulheres menopáusicas, ao perder-se a função ovárica, os estrogénios produzem-se no tecido adiposo abdominal. Por isso, as mulheres obesas têm maiores níveis de estrogénios favo-recendo o desenvolvimento de cancro da mama e do útero. O mesmo acontece com os homens em que o excesso de gordura aumenta os níveis de estrogénios potenciando a hiperplasia benigna e o adeno-carcinoma da próstata.

COMER PARA VENCER O CANCRO

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2.2 CARCINÓGENOS AMBIENTAIS

Dado que 2 em cada 3 tumores são gerados por causas evitáveis, estas deveriam prevenir-se através do abandono do tabaco e da moderação no consumo de álcool, com uma dieta equilibrada, exercício físico regu-lar e uma adequada proteção solar. Deste modo, uma boa alimenta-ção ajudaria a prevenir 35% dos cancros.

2.3 ALIMENTAÇÃO E CANCROS ASSOCIADOS

A seguir enumeramos uma série de bebidas e/ou alimentos e os can-cros a que estão associados:

> Álcool: principal agente causador do cancro do fígado. Também se associa com cancros da mama e colorretal.

> Conservas, fumados e alimentos conservados em sal: principal causa do cancro do estômago e também dos cancros na cabeça e pescoço, esófago e colorretal.

> Carne ou peixe na brasa ou na grelha: associado a cancro de estômago, cabeça e pescoço, esófago, colorretal, mama e próstata.

PROCESSO EM MÚLTIPLOS PASSOS DESDE O TECIDO NORMAL AO CANCRO DO CÓLON

Inativação do gene APC ou ativação

beta-catenina normal

Ativação do geneK-RAS ou B-RAF

Inativação do gene SMAD4

ou TGF-beta-II

Inativaçãodo gene p53

Epitélionormal

Adenoma precoce

Adenoma intermédio

Adenoma tardio Carcinoma

PARTE I > PREVENÇÃO

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> Alimentos muito quentes, picantes e irritantes: relacionados com cancro da cabeça e pescoço.

> Dietas hipercalóricas: associadas a cancro do cólon, recto, mama, próstata, útero, pâncreas, via biliar e rins.Nos casos dos tumores do pulmão, ossos, testículos, ovário, cérvix, pénis e ânus, a alimentação, embora também possa intervir na génese, não é o principal fator causal, mas estão mais implicados o tabaco, o vírus Papiloma, as hormonas e outros.

Químicos: TABACOInfeciosos: VÍRUS

Físicos: SOL

Ingeridos:ALIMENTOS,

ÁLCOOLE FÁRMACOS ANTITUMORAIS

CARCINÓGENOS AMBIENTAIS

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3. AS RECOMENDAÇÕES DO CÓDIGO EUROPEU CONTRA O CANCRO INCLUEM CONSELHOS SOBRE HÁBITOS ALIMENTARES?

Se se adotar um estilo de vida saudável, seguindo as recomendações abaixo referidas, pode-se reduzir a génese de muitos tumores e melho-rar a saúde em geral:

1. Não fume: se fuma, deixe de o fazer o mais depressa possível. Se não consegue deixar de fumar, nunca fume na presença de não fumadores.2. Evite a obesidade.3. Pratique atividade física de intensidade moderada todos os dias.4. Aumente o consumo de frutas, verduras e hortaliças variadas: coma pelo menos 5 doses por dia e limite o consumo de alimentos que contêm gorduras de origem animal.5. Se bebe álcool, seja cerveja, vinho ou licores, modere a quantidade para um máximo de 2 tomas ou unidades diárias se é homem, ou 1 se é mulher.6. Evite a exposição excessiva ao sol. É especialmente importante proteger as crianças e os adolescentes. As pessoas que têm tendência para sofrer queimaduras devem proteger-se do sol durante toda a vida.7. Aplique estritamente a legislação destinada a prevenir qualquer exposição a substâncias que podem produzir cancro, que se encontram fundamentalmente no ambiente laboral ou no meio ambiente geral.8. As mulheres, a partir dos 25 anos, deveriam submeter-se a testes para deteção precoce do cancro do colo do útero.9. As mulheres, a partir dos 50 anos, deveriam submeter-se a uma mamografia para a deteção precoce do cancro da mama.10. Os homens e as mulheres, a partir dos 50 anos, deveriam submeter-se a teste para a deteção precoce do cancro do cólon.

PARTE I > PREVENÇÃO

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11. Participe em programas de vacinação contra o vírus da hepatite B.

2ª RECOMENDAÇÃO DO CÓDIGO EUROPEU CONTRA O CANCRO: EVITE A OBESIDADE

O índice de massa corporal (IMC) calcula-se dividindo o peso em qui-los, pela altura em metros elevada ao quadrado e, conforme o valor, classifica-se como indicado na seguinte tabela:

> A obesidade causa a seguinte percentagem de cancros: mama (9%); cólon (11%); próstata (14%); vesícula biliar e pâncreas (24%); rins (25%); esófago (37%) e útero (39%).> Deve-se mais à falta de atividade física e à ingestão de dietas hipercalóricas, do que à quantidade de alimentos consumidos.> Para manter um peso “ideal”, índice de massa corporal de 18,5 a 24,9, deve reduzir-se a proporção de gordura animal – gordura saturada – na alimentação diária. São ricos em gordura saturada: a confeitaria (pastéis, madalenas, bolos, biscoitos); comida rápida ou pré-cozinhada (hambúrgueres, salsichas tipo Frankfurt, feijoada enlatada); banha, pele, sebo e vísceras animais; enchidos e conservas, e o leite ou produtos lácteos gordos.

PESO IMC

Baixo Menos de 18,5

Normal 18,5 - 24,9

Peso a mais 25 - 29,9

Obesidade grau I 30 - 34,9

Obesidade grau II 35 - 39,9

Obesidade grau III Más de 40

peso (kilos)altura2 (m2)( )

{Cada 2 anos de IMC ≥ 30 mantido, as probabilidades de sofrer de cancro aumentam 7%

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Como evitar a obesidade?

> Fazer cinco refeições por dia evita a ansiedade no intervalo das refeições. Quantas mais vezes comermos e de forma mais frequente, menor será o apetite e menor a compulsão pela comida, pelo que necessitaremos de menos quantidade para ficarmos saciados.> Comer devagar, estar cerca de trinta minutos sentado à mesa num ambiente tranquilo e mastigar durante algum tempo cada pedaço de alimento aumenta a sensação de saciedade. > Se tiver fome entre as refeições, beber infusões e/ou comer peças de fruta ajuda-o a saciar-se.> Se durante o almoço ou jantar fica com fome, acompanhe a comida com caldos e/ou salada.> Não elimine o pão nem as massas da sua dieta, mas evite consumi-los com molhos. O pão é um dos alimentos com menos

Tome um pequeno-almoço de rei,almoce como um príncipe e jante

como um pobre.

PARTE I > PREVENÇÃO

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calorias e de melhor digestão, pelo que deve constituir a base de cada uma das refeições.> Elimine as bebidas gasosas e os sumos embalados substituindo-os por água, infusões e sumos caseiros e/ou 2 copos de leite magro por dia.> Elimine da sua dieta as refeições pré-cozinhadas, enlatados, corantes, enchidos, pastelaria…, substituindo-os por alimentos crus, frescos ou congelados. > Reduza a ingestão de açúcar, sal e os molhos com que se condimentam os pratos, substituindo-os por ervas aromáticas como o orégão, a salsa, o louro, o alecrim ou a pimenta.

3ª RECOMENDAÇÃO DO CÓDIGO EUROPEU CONTRA O CANCRO: PRATIQUE EXERCÍCIO FÍSICO DE INTENSIDADE MODERADA TODOS OS DIAS

A prática de exercício físico diário ajuda a lutar especialmente contra o cancro do cólon, reto, mama, útero e próstata que estão associados a uma vida sedentária.

A melhor atividade física é a que não nos obriga a nenhum esforço adicional, porque se pode introduzir na nossa rotina diária. Por exem-plo: não usar os elevadores no trabalho, nem para subir ou descer do nosso andar; deslocarmo-nos na cidade a pé; entregar mensagens pes-soalmente e não por telefone.

Pouco no prato e muito no sapato.

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O melhor exercício é o passeio: de 30 a 60 minutos diários, 15 a 30 minutos pela manhã e 15 a 30 minutos à tarde. Também são adequa-dos outros desportos como a natação, o ioga, pilates, estiramentos, ginástica e golfe.

O azeite é armeiro, relojoeiro e curandeiro.

4ª RECOMENDAÇÃO DO CÓDIGO EUROPEU CONTRA O CANCRO: AUMENTAR O CONSUMO DE FRUTAS, VERDURAS E HORTALIÇAS VARIADAS: COMER PELO MENOS CINCO DOSES POR DIA

Os países mediterrânicos, entre os quais se inclui a Espanha, têm uma menor incidência de cancros associados a maus hábitos nutricionais. Isto deve-se, fundamentalmente, a uma alimentação pobre em carnes vermelhas e gorduras animais e rica em peixe, azeite, verduras, fru-tas e cereais; alimentos que contêm um grande número de vitaminas e minerais com efeito protetor em relação a determinados cancros e também à forma como se cozinha, usando azeite e ingerindo muitos alimentos crus sem molhos nem aditivos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda “cinco por dia”, isto é, 2-3 doses de fruta e 2-3 de verduras e hortaliças, como a quan-

PARTE I > PREVENÇÃO

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tidade que pode contribuir para reduzir o risco de cancro da cabeça e pescoço, esófago, pulmão, mama, estômago, cólon e reto, pâncreas, útero, ovário, fígado e bexiga.

As frutas e verduras que demonstraram maior efeito antitumoral e que, por isso, devemos incluir na nossa dieta diária são:

> Couves: brócolos, couves-de-bruxelas e couve-flor cozidas. Como são alimentos que provocam gases e muitas pessoas têm dificuldade na sua digestão, recomenda-se que sejam cozidas a vapor, escorrendo o caldo da cozedura para o utilizar em sopas e consomês, pois contém grandes quantidades de sais e vitaminas. Condimentar as couves com azeite cru facilita a digestão e a absorção das vitaminas.> Repolho, espinafres, alface e em geral todas as verduras de folha verde.

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> Hortaliças de cor laranja / vermelha, ricas em betacaroteno, como os tomates, a abóbora, a cenoura ou o pimento vermelho. Um estudo médico, em homens com mais de 65 anos, demonstrou que o consumo diário continuado de 2 tomates diminui o risco de hiperplasia benigna e de cancro da próstata.> Frutas avermelhadas como a laranja, as cerejas, os arandos, as uvas, as ameixas, a melancia, ou os frutos silvestres como a framboesa e o morango. A cor avermelhada associa-se com as vitaminas antioxidantes A, C e E, que previnem o envelhecimento. Os cítricos como a laranja, o limão, a toranja ou o kiwi são ricos em vitamina C.> Alho, cebola, alho-francês e os cogumelos como o shiitake e o maitake.