DPE-RJ - Língua Portuguesa - Aula 01

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LÍNGUA PORTUGUESA – DPE/RJ Prof. Odiombar Rodrigues Sumário Apresentação. .................................................................................................... 1 Programa . .......................................................................................................... 3 Orientações gerais . ............................................................................................ 4 Resolução de questões . ..................................................................................... 6 Prova I – CESGRANRIO - BNDES – Julho/2008 . ...................................... 6 Prova II – FUNRIO - Analista de Seguro social/2009 . .............................. 15 Prova III - FCC – MIN / DNOCS – Fevereiro/2010 . ................................. 21 Gabarito . ..................................................................................................... 47 Bibliografia . .................................................................................................... 48 Conclusão . ...................................................................................................... 49 Índice Remissivo ............................................................................................ 49 Apresentação Seu objetivo, neste momento, é ser aprovado no concurso do DPE/RJ. É uma meta de longo alcance que poderá mudar totalmente sua carreira profissional. É uma escolha, mas também um compromisso, pois muita dedicação, estudo e esforço concentrado, são exigidos do candidato. A concorrência é grande e não basta estudar de forma mediana, pois só os excelentes serão classificados. Você deve ter um diferencial em relação aos demais candidatos e Língua Portuguesa tem sido fator de destaque para muitos concurseiros. Profissionais de outras áreas costumam estudar muito apenas seus próprios conteúdos, deixando de lado a prova de linguagem. Hoje, os concursos estão muito especializados e nem sempre o que aprendemos no ensino médio é suficiente para obtermos excelente desempenho. “Foco” é a palavra que está na fala de todos que fazem concurso público, pois o tempo é curto e as exigências são grandes. Não há tempo a perder! Com este objetivo oferecemos a você este curso de revisão de Língua Portuguesa como parte de um “pacote” com as demais disciplinas. Seja bem-vindo!

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LÍNGUA PORTUGUESA – DPE/RJ

Prof. Odiombar Rodrigues

Sumário Apresentação . .................................................................................................... 1Programa . .......................................................................................................... 3Orientações gerais . ............................................................................................ 4Resolução de questões . ..................................................................................... 6

Prova I – CESGRANRIO - BNDES – Julho/2008 . ...................................... 6Prova II – FUNRIO - Analista de Seguro social/2009 . .............................. 15Prova III - FCC – MIN / DNOCS – Fevereiro/2010 . ................................. 21Gabarito . ..................................................................................................... 47

Bibliografia . .................................................................................................... 48Conclusão . ...................................................................................................... 49Índice Remissivo ............................................................................................ 49

Apresentação

Seu objetivo, neste momento, é ser aprovado no concurso do DPE/RJ. É uma meta de longo alcance que poderá mudar totalmente sua carreira profissional. É uma escolha, mas também um compromisso, pois muita dedicação, estudo e esforço concentrado, são exigidos do candidato.

A concorrência é grande e não basta estudar de forma mediana, pois só os excelentes serão classificados. Você deve ter um diferencial em relação aos demais candidatos e Língua Portuguesa tem sido fator de destaque para muitos concurseiros. Profissionais de outras áreas costumam estudar muito apenas seus próprios conteúdos, deixando de lado a prova de linguagem. Hoje, os concursos estão muito especializados e nem sempre o que aprendemos no ensino médio é suficiente para obtermos excelente desempenho.

“Foco” é a palavra que está na fala de todos que fazem concurso público, pois o tempo é curto e as exigências são grandes. Não há tempo a perder! Com este objetivo oferecemos a você este curso de revisão de Língua Portuguesa como parte de um “pacote” com as demais disciplinas.

Seja bem-vindo!

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Com certeza, você está estudando com afinco, buscando material e frequentando cursos preparatórios. Agora é hora de esforço concentrado numa única direção: a aprovação. O nosso curso faz parte deste esforço, contribuindo com conhecimentos de Língua Portuguesa para o seu sucesso.

A banca é o CEPUERJ (Centro de Produção da Universidade Estadual do Rio de Janeiro). Uma banca menos conhecida e com poucos concursos realizados. Isto é um desafio, pois não temos parâmetros seguros para selecionar conteúdos e prever estrutura de prova. A banca não divulga provas anteriores, o que dificulta a avaliação do seu comportamento.

Como disse, é um desafio que devemos enfrentar com técnica e conhecimento advindos da experiência com outras bancas em cursos de Língua Portuguesa para concursos públicos. Montamos a nossa estratégia sobre alguns princípios básicos:

a. Foco no programa do edital. O presente curso está organizado sobre o programa do Concurso do DPE/RJ. Cada unidade abrange dois ou três conteúdos, seguidos de questões ilustrativas e exercícios de revisão.

b. Questões comentadas. O curso é centrado em questões de provas aplicadas por outras bancas, pois não há provas disponíveis do CEPUERJ. Pelo programa apresentado e a bibliografia indicada, pode-se prever uma aproximação com bancas como CESGRANRIO, FUNRIO, FCC e FGV. Destas quatro bancas, três são do Rio de Janeiro, apenas a FCC é de São Paulo e todas usam questões de múltipla escolha. CESPE e ESAF têm perfil muito diferenciado, por isso não usaremos questões destas bancas.

c. Abrangência. O curso abrange todo o programa previsto no edital, para o concurso do DPE/RJ. Não há dúvida de que é uma tarefa muito árdua concentrar tantos conteúdos no espaço de 04 módulos e com um tempo tão limitado. Para a ampliação dos conteúdos, contamos com a colaboração de cada aluno através do envio de dúvidas no fórum que, ao serem respondidas, socializam e ampliam o conhecimento.

Por estas e outras razões, o presente curso adquire um diferencial muito positivo. As bancas de concursos, em termos teóricos, não divergem muito entre si, apenas são singulares em relação ao modo de avaliar os conteúdos. Um fator positivo é que esta banca indica bibliografia básica, o que é muito valioso, pois reflete com exatidão o posicionamento teórico adotado.

Todas as provas de concurso são centradas em texto. Este modo de avaliar é ótimo no sentido de que não exige do concurseiro habilidade de memória, mas de uso da linguagem. Centrados neste princípio é que o nosso curso privilegia a resolução de questões. O aspecto gramatical fica restrito aos comentários em cada questão, ou ao atendimento de solicitações dos alunos.

Sinta-se à vontade, este curso é a nossa sala de aula. Estamos aqui para auxiliálo nesta importante área de conhecimento para os concurseiros. Participe de nossas aulas, traga suas dúvidas, expresse seu contentamento, pois o diálogo é fonte de aprimoramento de nosso trabalho.

Vamos nos conhecer um pouco?

Apresento-me e apresento o “Curso de Língua Portuguesa – Resolução de Questões para DPE/RJ”. É um privilégio e uma responsabilidade trabalhar no Ponto dos Concursos. A minha experiência em concursos já vem de longa data. Por muito tempo

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ministrei aulas presenciais em cursinhos. Aqui o nosso curso é on-line, parece que as relações professor/alunos ficam muito distanciadas, mas isto não é verdade, pois, com a colaboração dos alunos, a integração do grupo torna-se muito intensa e proveitosa.

Falando um pouquinho sobre mim. Moro em Canoas, cidade da grande Porto Alegre. Nasci em Santa Maria (RS), onde fiz graduação em Letras na UFSM. Nesta mesma universidade exerci o magistério até a aposentadoria no ano de 1998, mas continuo militando no ensino superior, ainda!!!!!. O magistério é um vício e é difícil ficar em casa. Como não poderia deixar de ser, leitura é o meu passa-tempo favorito. Em outros momentos a fotografia é o meu prazer, assim como teatro e uma boa mesa. Espero que vocês também contem alguma coisa sobre vocês.

Muitos alunos não têm tempo disponível para estudo de conteúdos teóricos, por isso este tipo de curso pretende auxiliar aqueles que, já tendo uma base teórica, buscam o treinamento em resolução de questões. Para atender às solicitações, formatamos um curso com alguns diferenciais.

Este é um curso que se ajusta às sugestões e solicitações dos alunos, o que nos leva a crer que está bem adaptado às necessidades de todos os concurseiros. A nossa intenção é oferecer um produto que atenda às necessidades da maioria e, ao mesmo tempo, oportunize a cada um contribuir com suas experiências e resolver suas dificuldades. É um curso objetivo e prático, mas centrado no que há de melhor em termos teóricos na área de estudos da linguagem, oferecendo uma capacitação que habilite o aluno a dar prosseguimento a seus estudos, após o término do curso.

Programa

O nosso programa é o mesmo do edital, apenas agrupamos os conteúdos conforme a necessidade de distribuí-los em módulos.

Relação de conteúdos Módulo 01 1. Leitura e compreensão de textos de diferentes gêneros e domínios discursivos. 2. Variação e registro linguístico. 3. Modos de organização do texto: narração, descrição, exposição, argumentação e injunção. 4. Pontuação gramatical e expressiva 5. Ortografia, ortoepia e prosódia Módulo 02 6. Emprego do acento grave 7. Funções da linguagem 8. Figuras de linguagem 9. Sinônimos, antônimos, homônimos, parônimos, hiperônimos, hipônimos,

polissemia, denotação e conotação. Módulo 03 10. Elementos mórficos; processos de formação de palavras. 11. Emprego das diferentes classes de palavras. 12. Coerência e coesão textual 13. Período simples: funções sintáticas Módulo 04 14. Período composto: processos sintáticos de estruturação, comportamento sintático das

orações e relações lógico-discursivas marcadas pelos conectores 15. Sintaxe de colocação 16. Concordância nominal e verbal

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17. Regência nominal e verbal

Em todos os módulos, apresentamos questões com gabarito e comentário para você testar o conhecimento. A numeração de páginas é contínua em todo o curso, bem como a numeração das questões comentadas. No início há um sumário e no final um índice remissivo a fim de facilitar a localização dos conteúdos. Todos os módulos seguem o mesmo padrão de distribuição do conteúdo e de extensão entre 25 e 35 páginas.

Não se esqueça de entrar no fórum para discutirmos os temas abordados e comentarmos o seu desempenho. A sua presença nos debates é muito importante tanto para nós, como para você, pois é a oportunidade de ajustarmos os conteúdos e ampliarmos as discussões.

Recomendamos que você estude um módulo por semana, com calma e atenção na hora de resolver as questões. Não se preocupe em decorar conceitos ou deduzir “dicas infalíveis”. O importante é a prática em cada módulo e o seu empenho em aplicar o conhecimento adquirido em outras provas a que tenha acesso.

O nosso curso é centrado em exercícios, portanto as provas utilizadas são de nível médio e superior. Outro aspecto que caracteriza o nosso curso é a prevalência do comentário de questões sobre aspectos teóricos. Isto não impede que, a qualquer momento, os alunos solicitem maiores explicações sobre conteúdos gramaticais através do fórum ou do e-mail. Fiquem à vontade para dosar teoria e prática em nosso material.

Este curso tem como finalidade desenvolver o raciocínio linguístico, evidenciando a lógica que preside a organização do texto. Todos os conteúdos são centrados na prática, o que o torna muito oportuno para quem está pressionado pelo tempo diante de provas de concurso.

Ao final do módulo incluímos a bibliografia básica indicada no edital. Não significa dizer que você deve adquiri-la, mas é importante saber que é referência para a banca. Estou de olho nesta bibliografia, embora aprecie outros autores.

Orientações gerais

Agora vamos examinar algumas orientações gerais quanto ao estudo em nosso curso. Se você seguir fielmente estas sugestões, com certeza, os seus estudos rendarão muito mais conhecimento e prática. O que você aprende de forma sistemática permanece por longo tempo e torna-se um conhecimento sólido para a construção de novas habilidades. Vejamos algumas orientações:

a. Material de apoio – É importante que você tenha ao seu lado, pelo menos, um dicionário e uma gramática. Cada termo desconhecido você deve buscar no dicionário e anotar. Quando as questões envolvem algum conteúdo gramatical, não fique com a dúvida, consulte a gramática e procure entender bem os conceitos envolvidos. No final deste módulo incluímos uma bibliografia indicada pela banca. Caso necessite de alguma bibliografia específica, solicite, pois teremos prazer em atendê-lo.

b. Faça uma leitura atenta das questões antes de ler o texto, pois assim sua leitura será mais focada nos pontos abordados na prova. Assinale o que está

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sendo pedido na questão e, ao ler o texto, assinale as passagens que correspondem ao seu interesse. Desta forma você ganha tempo e segurança para responder às questões.

c. Localização de conteúdos. Cada módulo tem um sumário com os títulos principais e no final há um índice remissivo com a localização dos principais assuntos abordados durante os comentários. Estes dois instrumentos têm a finalidade de facilitar a localização de assuntos de interesse na hora da consulta.

d. Tempo é ouro, ou classificação!!!!!! Procure solucionar todas as questões de uma só vez, não interrompa o seu raciocínio. Quando você inicia a responder às questões, marque o tempo. No final, divida o tempo gasto pelo número de questões, assim você terá a média de minutos de que você necessita para responder cada questão. Assim, costumamos indicar aos alunos uma tabelinha.

Acertos/Minutos Menos de 2 2 a 3 3 a 4 Acima de 4 Mais de 80% Excelente Ótimo Bom Regular Entre 60 e 80% Ótimo Bom Regular Insuficiente Menos de 60% Bom Regular Insuficiente Insuficiente

Durante o curso, verifique constantemente o seu desempenho e nos comunique, a fim de que possamos orientar melhor o seu estudo, sugerindo ações de aumento da velocidade ou de acertos. Velocidade e número de acertos são dois fatores importantes que você não pode perder de vista.

Os comentários sobre as questões são elaborados com a finalidade de evidenciar a lógica que preside a resposta. Quando praticamos alguma questão de concurso, o importante não é apenas conferir o gabarito e descobrir se acertou ou errou, mas verificar a razão do erro.

Em nosso curso, os comentários de cada questão são detalhados, a fim de elucidar a razão da aceitação ou da recusa da alternativa e incentivar a revisão dos conteúdos abordados. Os comentários são apresentados num formato padronizado, em tabela:

número da questão;

classificação da questão quanto ao conteúdo teórico.

comentário das alternativas corretas e erradas;

fundamento teóricos;

observações. Um curso como este, renderá a você uma capacitação no uso da linguagem e um

desempenho eficiente em todas as provas de concursos. O estudo da linguagem é uma área de conhecimento que não está restrito à literatura ou ao estudo da língua, pelo contrário, é um instrumento de mediação entre leitor e texto.

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Resolução de questões

Agora vamos ao nosso estudo das questões com os comentários. É importante ressaltar que o gabarito das questões é o mesmo divulgado pela banca elaboradora, cabendo a nós apenas a interpretação e argumentação das respostas. Mesmo que tenhamos alguma divergência sobre o posicionamento da banca, o nosso esforço é direcionado para a revelação da lógica que preside o gabarito, pois o importante é condicionar o nosso raciocínio ao da banca, favorecendo a aprendizagem. Caso haja impropriedades nos gabaritos da banca, registraremos a nossa discordância.

O comentário de cada questão segue um roteiro pré-estabelecido. Primeiro fazemos um comentário a fim de focar os assuntos abordados. Logo após é feito o exame da alternativa correta. Por fim, o mais importante que é o comentário das alternativas erradas, pois só conferindo os erros é que podemos descobrir a lacuna em nosso conhecimento.

Se você acertou a questão, não se preocupe com o comentário das erradas, mas, caso não tenha acertado, examine com atenção o comentário da alternativa que você escolheu, pois assim, estará descobrindo a razão de seu engano. Este procedimento é muito importante para o seu progresso.

Ao final do comentário, sempre que possível, fazemos uma indicação bibliográfica para que o aluno possa ampliar o seu conhecimento. As referências bibliográficas indicadas são as que constam na bibliografia que acompanha o programa.

Prova I – CESGRANRIO - BNDES – Julho/2008

Para sempre

Você eu não sei, mas o meu plano é viver para sempre. Reconheço que o sucesso 1 2 do plano não depende só de mim, mas tenho feito a minha parte. Cortei o pudim de 3 laranja, dirijo com cuidado, procuro não provocar impulsos assassinos nos leitores além 4 do necessário para me manter honesto, não vôo de ultraleve e não assovio para mulher 5 de delegado. Está certo, o único exercício físico que faço é soprar o saxofone, e assim 6 mesmo não todas as notas, mas acho que estou contribuindo razoavelmente para a 7 minha própria eternidade. E sempre que leio sobre experiências como essa da célula-8 mãe com a qual, um dia, construirão artérias novas para a gente por encomenda, fico 9 reconfortado: a ciência também está fazendo a sua parte no meu plano. Já calculei que,

10 se conseguir aguentar por mais 65 anos, poderei ser refeito em laboratório dos pés à 11 cabeça. Incluindo o tecido erétil. Onde será que a gente se inscreve?

A vida eterna nos trará problemas, no entanto, e não vamos nem falar no 12 13 pesadelo que será para os sistemas previdenciários. A finitude sempre foi uma angústia 14 humana, mas também um consolo, pois nos desobriga de entender a razão da existência. 15 A idéia religiosa da vida depois da morte é duplamente atraente porque nos dá a 16 eternidade sem a perplexidade, já que é difícil imaginar que as indagações metafísicas 17 continuarão do outro lado. Lá, estaremos na presença do Pai, reintegrados numa 18 situação familiar de idílica inocência, definida como a desnecessidade de maiores 19 explicações. Não teremos de especular sobre como tudo isto vai acabar porque tudo isto 20 nunca vai acabar. Já na eternidade sem precisar morrer a angústia da finitude é

substituída pela angústia da incompreensão infinita. Estaremos nesta ridícula bola 21

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22 magnética, com nossos tecidos renovados, olhando para as estrelas e perguntando como 23 e por que - para sempre.

Não interessa. Vou batalhar por mais 65. Quem nos assegura que neurônios 24 desenvolvidos em laboratório não virão com todas as respostas? 25

VERÍSSIMO, Luís Fernando. O Globo. Rio de Janeiro, 27 nov. 2001.

Questão nº 1. Interpretação de texto

No Texto I, a passagem em que o narrador faz referência velada aos efeitos causados por sua atividade profissional é

(A) “...não assovio para mulher de delegado.” (linhas 4 e 5)

(B) “não vôo de ultraleve...” (linha 4)

(C) “...além do necessário para me manter honesto,” (linhas 3 e 4)

(D) “...tenho feito a minha parte.” (linha 2)

(E) “...o meu plano é viver para sempre.” (linha 1)

Comentário:

Em todas as questões, os comentários são feitos por ordem alfabética. É importante a apreciação das erradas, pois é a oportunidade de corrigirmos os erros e compreendermos melhor o nosso raciocínio.

Alternativa A – Observe que a ordem da questão fala em “profissão”, portanto não assobiar para a mulher do delegado pode ser uma atitude de preservação, mas não é fruto da profissão do autor.

Alternativa B – Andar de ultraleve é um esporte, diversão ou mesmo profissão, mas o autor não é um profissional desta área, portanto é uma atitude, apenas, de preservação.

Alternativa C - Esta é uma questão de interpretação de texto, pois necessitamos do conhecimento prévio de que Luis Fernando Verissimo é um escritor que diz: “procuro não provocar impulsos assassinos nos leitores além do necessário para me manter honesto”. Este texto poderia ser escrito por qualquer outra pessoa, mas eu tenho a informação (conhecimento prévio) de que o autor do texto é um escritor e, por isso, a questão fala em sua profissão. Esta é a alternativa correta.

Alternativa D – O autor confessa contribuir para o seu plano, mas isto não é sua profissão.

Alternativa E – Nesta alternativa o autor declara possuir um plano, mas não é relativo a sua profissão.

Fundamentos teóricos:

Na abordagem de texto, podemos ter duas posturas básicas: compreensão e interpretação. A primeira é quando temos a resposta diretamente na textualidade e a segunda postura é quando dependemos da intervenção de um conhecimento externo ao texto. Por esta razão, classificamos esta questão como interpretação, pois necessitamos do conhecimento de que Verissimo é um escritor para podermos estabelecer relação com a sua profissão.

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Mais um detalhe!!!! Falei, acima, em conhecimento prévio. Você sabe o que é? O conhecimento prévio é a minha bagagem de saberes de que disponho. Cada um de nós tem conhecimentos, informações sobre determinados assuntos, isto é um recurso que podemos utilizar para compreendermos melhor as nossas leituras.

Questão nº 2. Interpretação de texto

“Está certo, o único exercício físico que faço é soprar o saxofone, e assim mesmo não todas as notas, mas acho que estou contribuindo razoavelmente para a minha própria eternidade.” (linhas 5 a 7) Na linha argumentativa do texto, o período acima caracteriza-se, semanticamente, como um(a)

(A) exemplo mais favorável à consecução do objetivo do narrador-personagem.

(B) conjectura sobre a real importância do propósito do narrador-personagem.

(C) restrição à impossibilidade de o narrador-personagem atingir seu objetivo.

(D) ponderação sobre a inutilidade de se fazer tanto sacrifício para realizar um propósito.

(E) reflexão sobre uma atividade física destoante, em relação ao propósito do narrador-personagem.

Comentário:

A ordem da questão solicita a relação entre o objetivo do autor e as alternativas.

Alternativa A – O autor reconhece que a sua “economia” de atividade física poderia ser prejudicial, portanto não é um exemplo de contribuição para o seu projeto.

Alternativa B – Não há na frase da ordem da questão nenhuma “conjuntura” sobre o propósito do autor (viver eternamente).

Alternativa C – Cuidado! Uma armadilha da banca! A “economia” do autor pode ser uma restrição à possibilidade de vida eterna, mas a banca registra: “restrição à impossibilidade...” Ao incluir um prefixo (in-m) na palavra a banca tornou errada a alternativa.

Alternativa D – O autor não lamenta, em nenhum momento, os seus atos como inúteis aos seus propósitos. Os comentários são todos na direção de que ele contribui para o seu objetivo e não há nada que ele considere prejudicial (lamentável).

Alternativa E – Esta é a correta e devemos avaliar melhor a solicitação da banca. A frase inicial é: “Está certo, o único exercício físico que faço é soprar o saxofone, e assim mesmo não todas as notas, mas acho que estou contribuindo razoavelmente para a minha própria eternidade”. O autor talvez reconheça que o exercício físico seja importante, mas ele “economiza” ao não soprar todas as notas. Mesmo praticando o exercício pela metade, ele imagina estar contribuindo para a própria eternidade. Esta “economia” da atividade física pode ser considerada destoante, como a ordem da questão explicita: reflexão sobre uma atividade física destoante, em relação ao propósito do narrador-personagem.

Questão nº 3. Interpretação de texto

A passagem que é uma interferência do narrador e apresenta um toque de humor é

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(A) “Onde será que a gente se inscreve?” (linha 11)

(B) “poderei ser refeito em laboratório dos pés à cabeça.” (linhas 10 e 11)

(C) “a ciência também está fazendo a sua parte no meu plano.” (linha 9)

(D) “um dia, construirão artérias novas para a gente por encomenda,” (linha 8)

(E) “o único exercício físico que faço é soprar o saxofone,” (linha 5)

Comentário:

Toda a crônica é centrada no humor, portanto todas as alternativas poderiam ser corretas, mas a ordem da questão exige um detalhe: a que registra a interferência do autor/narrador.

Alternativa A – O autor está discorrendo sobre o seu projeto de vida eterna, enumera diversas formas de preservação da vida, mas quando “descobre que poderá ser totalmente refeito, interfere dizendo: “Onde será que a gente se inscreve?”, ou seja, demonstra interesse na “novidade”, é uma postura pessoal. Esta é a alternativa correta.

Alternativa B – Isto é uma afirmativa feita pelo autor, plenamente coerente com a crônica não demonstrando interesse pessoal.

Alternativa C – O autor constata que a ciência, também contribui para o seu objetivo, isto não é uma intervenção pessoal, mas sim uma declaração.

Alternativa D – Aqui o autor faz uma previsão sobre o futuro da ciência, não é uma declaração de interesse pessoal, mas uma constatação genérica.

Alternativa E – Esta alternativa declara uma ação do autor como contribuinte para o seu projeto, mas não indica uma interferência do autor/narrador.

Questão nº 4. Interpretação de texto

Considerando as idéias do Texto I, a relação estabelecida entre a expressão e a condição de vida humana (finita / infinita) está INCORRETA em

(A) Angústia da incompreensão infinita – vida infinita.

(B) Angústia do ser humano – vida finita.

(C) Desnecessidade de maiores explicações – vida infinita.

(D) Necessidade de entender a razão da existência – vida finita.

(E) Indagações metafísicas – vida finita.

Comentário:

A banca solicita que estabeleçamos uma relação incorreta entre a primeira parte de cada alternativa e a classificação posterior.

As questões que solicitam alternativa incorreta são muito “perigosas”, pois com frequência caímos na tentação de procurar pela alternativa correta e a pressa nos faz marcar de forma errada de acordo com o solicitado. Devemos entender a oposição entre finita/infinita como a oposição entre vida terrena e vida eterna.

Alternativa A – Na vida infinita a incompreensão é infinita, como diz o texto: “Já na eternidade (...) a angústia da finitude é substituída pela angústia da incompreensão

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infinita”.

Alternativa B – A angústia existe no ser humano como vida finita, como diz o texto, portanto é correta a alternativa e não serve como resposta.

Alternativa C – Veja como a banca foi maldosa! Usou o termo “desnecessidade” o que torna mais complexo o raciocínio. Se usasse “dispensáveis maiores explicações”, com certeza todos entenderiam mais fácil.

Alternativa D – Veja que a ordem da questão alerta que é “de acordo com o texto”, portanto só a vida finita (terrena) é que “nos desobriga de entender a razão da existência”. Pode esta conclusão contrariar o senso comum, mas é o que o texto expressa, por isso é a alternativa exigida pela questão.

Alternativa E – Só na vida terrena (vida finita) temos indagações metafísicas, isto é verdade, pois o texto expressa que na vida infinita não teremos especulações.

Questão nº 5. Compreensão de texto

Em relação às ideias do Texto I, no que se refere à pretensão do narrador-personagem, qual afirmativa NÃO procede?

(A) Alcançar seu objetivo não depende unicamente de sua determinação.

(B) Pelo modo como conduz sua vida, aos 65 anos terá a possibilidade de atingir seu objetivo.

(C) A realização do que deseja não soluciona os problemas sociais.

(D) Mesmo conseguindo realizar seu desejo, os questionamentos sempre existirão.

(E) Apesar dos senões, seu propósito persiste.

Comentário:

Agora a questão tem resposta direta no texto, por isso a classificamos de compreensão. Mais uma vez estamos diante de uma questão que solicita a errada, cuidado!

Alternativa A – Para alcançar seu objetivo ele conta com muitos avanços da tecnologia, portanto não depende “unicamente de sua determinação” como diz o texto: “Reconheço que o sucesso do plano não depende só de mim”. É correta e não serve como resposta.

Alternativa B – Na época da crônica, o autor estava com 65 anos, mas o texto diz: “Já calculei que, se conseguir aguentar por mais 65 anos...”, portanto não tem esta possibilidade de renovação na idade atual, mas se “aguentar” mais 65 anos. Como esta afirmativa é errada, ela é a solicitada pela questão.

Alternativa C – O seu desejo de eternidade pode ser, socialmente, prejudicial, como diz o texto: “A vida eterna nos trará problemas, no entanto, e não vamos nem falar no pesadelo que será para os sistemas previdenciários”. É correta e não serve como resposta.

Alternativa D – O autor adverte que “Já na eternidade sem precisar morrer a angústia da finitude é substituída pela angústia da incompreensão infinita”. Os questionamentos sempre estarão presentes.

Alternativa E – No último parágrafo o autor esclarece que “Não interessa. Vou

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batalhar por mais 65”, ou seja ele mantém seu propósito, mesmo com todos os questionamentos e senões.

Questão nº 6. Tempos primitivos e derivados

Em “...para me manter honesto,” (linha 4), o verbo destacado é conjugado do mesmo modo que o verbo ter. O verbo que NÃO se flexiona com base na conjugação do verbo ter é

(A) entreter.

(B) reter.

(C) conter.

(D) inverter.

(E) deter.

Comentário:

Esta questão aborda um assunto de morfologia muito importante e pouco explorado: a distinção de tempos primitivos e tempos derivados. Este é um ponto gramatical que merece uma atenção especial, pois dele depende o reconhecimento e a conjugação correta de todos os verbos irregulares.

Há momentos em que a etimologia nos ajuda, pois temos, nesta questão, cinco verbos, todos terminados por “ter” o que nos faz pensar que são de uma mesma família etimológica, mas isto é só aparência. Outro modo, mais simples, é conferir a morfologia, ou seja a conjugação verbal.

Alternativas A, B, C e E – Todos são verbos derivados do verbo “ter”, portanto seguem o mesmo paradigma irregular.

Alternativa D – O verbo “inverter” não é um derivado do verbo “ter”. Já no latim havia o verbo “invertere” que significa colocar em ordem inversa, alterar o ordenamento. Com certeza, latim não é muito conhecido, portanto precisamos buscar uma resposta na língua portuguesa, mesmo.

Sabemos que há tempos primitivos e tempos derivados, portanto basta conferirmos nos tempos primitivos se o verbo segue o paradigma.

Os verbos “ter” e “inverter” são da segunda conjugação, podemos tomar como paradigma o verbo “vender”:

a) Presente do indicativo – vendo, vendes, vende – tenho, tens, tem / inverto, invertes, inverte – O verbo ter não segue o paradigma, portanto é irregular, enquanto o verbo “inverter” é regular. Podemos conferir com mais uma forma

b) Pretérito perfeito do indicativo – vendi, vendeste, vendeu – tive, tiveste, teve / inverti, inverteste, inverteu. Mais uma vez constatamos que os verbos “ter” e “inverter” não flexionam da mesma maneira. O “ter” é irregular, enquanto que o verbo “inverter” é regular.

Para saber se um verbo é regular ou não, basta conjugá-lo no presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo. Se houver alguma variação no radical, o verbo é

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irregular.

Fundamentos teóricos:

Esta questão tem fundamento teórico no reconhecimento dos tempos primitivos e derivados. Caso manifestem interesse, podemos desenvolver este aspecto teórico no módulo 03.

Questão nº 7. Conjunções

Nas frases extraídas do Texto I, o conector destacado NÃO apresenta a idéia corretamente indicada em

(A) “mas tenho feito a minha parte.” (linha 2) – oposição.

(B) “...para me manter honesto,” (linha 4) – finalidade.

(C) “E sempre que leio sobre experiências como essa da célula-mãe...” (linhas 7 e 8) – proporcionalidade.

(D) “se conseguir aguentar por mais 65 anos,” (linha 10) – condição.

(E) “já que é difícil imaginar...” (linha 16) – causalidade.

Comentário:

Esta questão avalia o sentido de cada conjunção para identificar a alternativa em que a classificação não corresponde ao conector destacado.

Alternativa A – O “mas” é conjunção (conector) opositiva, pois liga duas ideias opostas.

Alternativa B – A conjunção “para” é típica de finalidade como diz a alternativa. Neste caso introduz uma oração reduzida de infinitivo.

Alternativa C – o conector “sempre que” não apresenta ideia de proporcionalidade, mas de continuidade, consequência, ou temporalidade (sempre que = quando). Esta classificação está errada, portanto é a alternativa solicitada pela questão.

Alternativa D – O “se”, como conjunção, expressa o sentido de condicionalidade, portanto é correta a classificação e não serve como resposta.

Alternativa E – O conector “já que” expressa causalidade, como classifica a alternativa.

Fundamentos teóricos:

Importante observar que a banca não exige diretamente a classificação, mas indica ao candidato uma possibilidade de classificação para ser avaliada. Para acertar a questão, basta conferir o sentido de cada elemento no texto. Não é procedimento adequado tentar responder a questão apenas pela classificação do elemento fora do contexto. Em qualquer prova, tudo deve ser avaliado dentro da frase, percebendo o sentido exato do texto. Cuidado!!!!

Questão nº 8. Classificação do período

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Nas orações a seguir, a que, sintaticamente, DIFERE das demais é

(A) “...que neurônios desenvolvidos em laboratório não virão com todas as respostas?” (linhas 24 e 25).

(B) “...que as indagações metafísicas continuarão do outro lado.” (linhas 16 e 17).

(C) “...que, (...) poderei ser refeito em laboratório dos pés à cabeça.” (linhas 9 a 11).

(D) “...que estou contribuindo razoavelmente para a minha própria eternidade.” (linhas 6 e 7).

(E) “...que o sucesso do plano não depende só de mim,” (linhas 1 2).

Comentário:

Esta questão exige conhecimento de análise sintática, quanto à classificação do período. A banca (propositadamente) indicou apenas as orações subordinadas. Para descobrirmos diferenças entre elas, devemos retomar o texto e reconhecer a função sintática dentro da oração principal. Regra de ouro: análise sintática das orações deve ser feita sempre a partir da oração principal, identificando nela todos os seus elementos.

Alternativa A – “Quem nos assegura que neurônios desenvolvidos em laboratórios não virão com todas as respostas? O verbo “assegurar” exige complemento (assegura o quê - OD), percebemos que na oração principal não há objeto direto, ele é representado pela oração subordinada, por isso ela é classificada como oração subordinada substantiva objetiva direta.

Alternativa B – Em primeiro lugar devemos rever todo o período e identificar a oração principal: “A idéia religiosa da vida depois da morte é duplamente atraente porque nos dá a eternidade sem a perplexidade, já que é difícil imaginar que as indagações metafísicas continuarão do outro lado”. A oração principal traz uma subordinada (porque nos dá a eternidade sem a perplexidade), porém esta subordinada tem outra que é principal em relação à última oração (que as indagações metafísicas continuarão do outro lado). Esta é a alternativa exigida pela questão.

Vejamos o último segmento: “é difícil imaginar que as indagações metafísicas continuarão do outro lado” – Você consegue perceber qual a coisa que “é difícil imaginar”? Com certeza, já tem resposta: “que as indagações metafísicas continuarão do outro lado é difícil imaginar”. Ela é o sujeito da oração, portanto é uma oração subordinada substantiva subjetiva. As demais alternativas são bem mais simples!!!

Alternativa C – A oração principal é: “Já calculei que (se conseguir aguentar por mais 65 anos) poderei ser refeito em laboratório....” O verbo “calcular”, também exige objeto direto (a coisa calculada) que é a oração subordinada substantiva objetiva direta.

Alternativa D – “....acho que estou contribuindo razoavelmente para a minha própria eternidade”. O verbo “achar” também exige o objeto direto que é a coisa “achada” que neste caso é a oração subordinada substantiva objetiva direta.

Alternativa E – “Reconheço que o sucesso do plano não depende só de mim....” Da mesma maneira das alternativas anteriores o verbo exige objeto direto que é a oração subordinada substantiva objetiva direta.

Como podemos observar, apenas a alternativa “b” tem oração subordinada classificada diferente das demais. Reconhecer a oração subordinada substantiva

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subjetiva é um pouco mais complexo, mas a objetiva direta é bem mais fácil.

Fundamentos teóricos:

Os fundamentos da sintaxe, estudaremos no módulo 03, quando abordaremos a classificação dos termos e das orações.

Questão nº 9. Regência verbal

Nas passagens apresentadas a seguir, o comentário gramatical está correto em

(A) “A vida eterna nos trará problemas,” (linha 12) e “...porque nos dá a eternidade sem a perplexidade,” (linhas 15 e 16). Os verbos destacados apresentam o mesmo tipo de regência.

(B) Transpondo a passagem “Cortei o pudim de laranja,” (linhas 2 e 3) da voz ativa para a passiva analítica, teremos a forma verbal fora cortado.

(C) “...que será para os sistemas previdenciários.” (linha 13). O verbo está na 3a pessoa do singular porque o pronome relativo é sujeito, substituindo o antecedente “pesadelo”.

(D) “...porque nos dá a eternidade...” (linhas 15 e 16) e “...como e por que.” (linhas 22 e 23). Os vocábulos destacados pertencem à mesma classe gramatical.

(E) “...como essa da célula-mãe...” (linhas 7 e 8). O substantivo composto destacado flexiona-se, no plural, pela mesma regra de para-choque.

Comentário:

A banca CESGRANRIO costuma produzir questões mistas que abordam mais de um conteúdo, como esta que trata de verbos, uso dos porquês e plural dos substantivos compostos. Nestes casos classificamos a questão pela alternativa correta, pois ao identificar o conteúdo, o candidato estará resolvendo o problema, mesmo que permaneça com dúvidas nas demais alternativas. Neste caso o “precioso pontinho” está salvo.

Alternativa A – Examinando os dois verbos, concluímos, com facilidade, que são dois verbos transitivos diretos, portanto a afirmativa é correta e serve como resposta solicitada pela questão. Como identificamos isto que corresponde ao solicitado, já estaríamos dispensados de recorrer às outras alternativas, mas, por uma questão didática, farei o comentário das demais.

Alternativa B – Ao passar da voz ativa para a voz passiva, devemos ter muita atenção na forma verbal, pois tanto o tempo como o modo devem ser mantidos. Na frase da voz ativa a forma verbal é “cortei”: pretérito perfeito do indicativo. A forma passiva deve ser do mesmo tempo e modo, portanto: “foi cortado” e não “fora cortado” que é pretérito mais-que-perfeito. A alternativa é errada.

Alternativa C – Esta alternativa é complexa. Quem reconheceu o acerto da alternativa “a” já está livre desta confusão. Devemos retomar toda a frase: “A vida eterna nos trará problemas, no entanto, e não vamos nem falar no pesadelo que será para os sistemas previdenciários”. O “que” é um pronome relativo e representa a palavra “pesadelo”, está na terceira pessoa do singular, mas não é o sujeito da frase. Quem seria o sujeito da forma verbal “será”? Fácil, basta atentarmos para o sentido da frase:

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“A vida eterna nos trará problemas, no entanto, e não vamos nem falar no pesadelo que a vida eterna será para os sistemas previdenciários. Agora descobrimos o sujeito do verbo, fica mais uma pergunta: qual é a função do pronome relativo “que” (representa pesadelo). Mais um fácil!!!!! “A vida eterna será pesadelo para o sistema previdenciário”. A palavra “pesadelo” é predicativo do sujeito (observem o verbo de ligação!), como o “que” a representa, portanto também é predicativo do sujeito e não sujeito como sugere a ordem da questão. Ufa! Todos estão convencidos? Qualquer problema, direto ao fórum.

Alternativa D – Barbada! O primeiro caso é conjunção, sem dúvida (está redigido junto e sem acento) no segundo caso, o “por que” é pronome interrogativo (embora não esteja com ponto de interrogação).

Alternativa E – Não, a palavra “célula-mãe” é formada por dois substantivos enquanto “para-choque” é formado por um verbo e um substantivo, são situações distintas, não é a mesma regra. Esta informação já é suficiente para não errar a questão, mas vamos um pouco adiante. No primeiro caso a palavra “mãe” é determinante de “célula”, identifica o tipo, portanto só o primeiro elemento flexiona: células-mãe, no segundo caso, o primeiro elemento é um verbo (invariável), assim apenas o segundo elemento flexiona: “para-choques”. Lembrem que a solução da questão não exige fazer o plural, mas apenas se são dois casos iguais de formação do plural.

Prova II – FUNRIO - Analista de Seguro social/2009

Texto II - O voo da águia

A Águia pode viver por 70 anos. Sabe por quê?

A Águia é a ave que possui a maior longevidade da espécie. Chega a viver 70 anos, mas, para chegar a essa idade, aos 40 ela tem de tomar uma séria decisão.

É nessa fase da vida que ela está com as unhas compridas e flexíveis, não consegue mais agarrar suas presas das quais se alimenta. O bico alongado e pontiagudo se curva. Apontadas contra o peito estão suas asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas e voar já é tão difícil...

A águia então tem duas alternativas: morrer ou enfrentar um dolorido processo de renovação que vai durar 150 dias. Esse processo de renovação consiste em voar para o alto de uma montanha e recolher-se em ninho próximo a um paredão onde não necessite voar.

Após encontrar esse lugar, a Águia começa a arrancar suas unhas. Quando começam a nascer as novas unhas, ela passa a arrancar as velhas penas. E, só cinco meses depois, sai para o famoso vôo de renovação e para viver então mais 30 anos.

Em nossa vida, muitas vezes, temos de nos resguardar por algum tempo e começar um processo de renovação.

Para que continuemos a voar um voo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e velhos hábitos que nos causam dor.

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Somente livres do peso do passado, podemos aproveitar o resultado valioso que a renovação sempre nos traz.

(FONTE: Jornal carta, 09.05.2003 www.Tonoticias.jor.br)

Obs: A FUNRIO não costuma numerar as linhas do texto. Respeitamos o padrão da banca, não numerando também.

Questão nº 10. Pontuação - reticências

No texto, lê-se “Apontadas contra o peito estão suas asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas e voar já é tão difícil...”. As reticências que encerram essa frase servem para

A) assinalar a inflexão emocional provocada pela cólera.

B) contrariar tudo o que foi mencionado anteriormente.

C) informar que o narrador está surpreso com o que constatou.

D) indicar que a idéia expressa será suprida pela imaginação do leitor.

E) realçar uma palavra ou uma expressão dita anteriormente.

Comentário:

Esta é uma questão sobre pontuação, mais precisamente sobre reticências.

Alternativa “a”. A frase não envolve assunto emocional. Não expressa sentimentos como alegria ou tristeza.

Alternativa “b”. A reticência não tem como função apresentar ideias contrárias. Ela pode surgir como supressão de um pensamento que entra em contradição, mas isto não significa “contrariar tudo o que foi mencionado anteriormente”.

Alternativa “c”. Não há surpresa na fala do narrador, pelo contrário, ele expressa a situação do animal e ainda permite espaço para que o leitor complete o pensamento.

Alternativa “d”. Em termos teóricos sabemos que a principal função da reticência é interromper o fluxo da frase e permitir que o leitor complete a ideia. Isto é o que anuncia a alternativa “d”, portanto, a solicitada pela banca.

Alternativa “e”. Para realçar uma palavra ou expressão, o mais comum seria usar os dois pontos ou mesmo um travessão.

Ver: CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova Gramática do português contemporâneo. 5ª ed. Rio de Janeiro: Lexicon, 2008. P. 673.

Questão nº 11. Formação de palavras

Em “devemos nos desprender de lembranças”, o termo “desprender” é formado pelo acréscimo do prefixo “des-” (que expressa negação ou privação) + verbo prender. Dentre as alternativas abaixo aquela em que há um termo que segue o mesmo processo de formação (prefixo + verbo) é A) apontadas. B) longevidade. C) pontiagudo.

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D) renovação. E) recolher. Comentário:

Esta questão aborda a formação de palavras. Sabemos que os dois principais processos são: a derivação e a composição. Alternativa “a” - Aqui podemos ter uma forma verbal: particípio do verbo “apontar”. Mas o problema é que nesta palavra temos: prefixo “a”, o radical “pont” e mais a desinência verbal (particípio) “adas” que indica o particípio. Portanto, a palavra “apontadas” é formada por prefixo e sufixo. Alternativa “b”. A palavra “longevidade” é formada pelo radical “longev” mais o sufixo “(i)dade”. Portanto, é uma palavra formada por sufixação e não corresponde ao solicitado pela questão. Alternativa “c”. Aqui temos um processo diferente. Neste caso temos dois radicais: “ponta” e “agudo”. Ao juntar os dois elementos ocorre uma transformação: o “a” de “ponta” se transforma em “i” por questão de eufonia, ao juntar-se à palavra “agudo”. Este processo é uma composição que pode ser classificada como aglutinação. O outro modo de composição é a justaposição, que ocorre quando os dois radicais não sofrem nenhuma alteração, como ocorre em: couve-flor ou pontapé. Alternativa “d”. Novamente temos uma palavra formada por prefixo e sufixo: prefixo “re”, radical “nov” mais o sufixo “ação”. Não atende ao solicitado pela questão. Alternativa “e”, A palavra apresentada como modelo é um caso de derivação prefixal (prefixo “des” mais a forma verbal “prender”). Ao examinarmos as cinco alternativas podemos observar que apenas a letra “e” é uma forma verbal infinitiva como o modelo: “recolher” (prefixo “re” mais a forma verbal “colher”). Assim, esta é a solicitada pela banca.

Questão nº 12. Ordem do texto

Em “Apontadas contra o peito estão suas asas, envelhecidas e pesadas em função da grossura das penas”, o termo sujeito “asas” posiciona-se após o verbo. A alternativa abaixo em que essa inversão também se verifica é A) “A águia pode viver 70 anos.” B) “(...) e começar um processo de renovação.” C) “Esse processo de renovação consiste em voar para o alto (...).” D) “Quando começam a nascer as novas unhas (...)” E) “(...) a Águia começa a arrancar suas unhas.” Comentário:

Esta questão aborda um assunto fundamental em linguagem: a ordem dos termos na frase. A ordem padrão é SPC (Sujeito-Predicado-Complemento). Nestes casos é necessário restabelecer a ordem direta. Alternativa “a”. A frase está na ordem direta: “A águia pode viver 70 anos” (SPC). Alternativa “b”. Esta alternativa traz uma oração coordenada sindética aditiva (conetivo “e”) mas o sujeito deve estar expresso na parte que foi suprimida, portanto esta frase está apenas com o verbo e o complemento (PC), o sujeito está subentendido. Alternativa “c”. O sujeito está claro no início da frase: “Esse processo de renovação consiste em (...) (SPC). Alternativa “d”. A frase da ordem da questão é: Apontadas contra o peito estão suas asas (...) (CPS) Na ordem direta a frase é: “Suas asas estão apontadas contra o peito.

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A alternativa “d” é “Quando começam a nascer as novas unhas”. Na ordem direta: “Quando as novas unhas começam a nascer”. Assim esta alternativa “d” é fiel ao modelo apresentado, portanto, é a solicitada pela banca. Alternativa “e”. Novamente o sujeito está explícito e na sua posição costumeira. “(...) a Águia começa a arrancar suas unhas”. (SPC). Fundamento teórico Retomaremos este assunto no módulo 03 quando abordaremos a sintaxe da frase (período simples).

Questão nº 13. Pontuação - vírgula

As vírgulas empregadas no trecho “Para que continuemos a voar um voo de vitória, devemos nos desprender de lembranças, costumes e velhos hábitos que nos causam dor.” justificam-se, normativamente, porque A) a primeira separa elementos de mesma função sintática, e a segunda separa termos empregados na ordem inversa. B) a primeira separa termos empregados na ordem inversa, e a segunda isola expressões explicativas. C) a primeira separa oração adverbial a iniciar o período, e a segunda separa elementos de mesma função sintática. D) a primeira indica supressão de palavras, e a segunda isola expressões de cunho explicativo. E) a primeira isola elementos de mesma função sintática, e a segunda demarca oração adverbial. Comentário:

Esta questão aborda, novamente, a pontuação, agora através do estudo da vírgula. Cada alternativa traz duas justificativas para as vírgulas: a primeira entre “vitória” e “devemos” e a segunda entre “lembranças” e “costumes”. Examinemos cada alternativa. A alternativa correta é a letra “c”, pois atribui à primeira vírgula a função de separar a oração adverbial que foi deslocada para o início do período: “Para que continuemos a voar um voo de vitória”. A segunda vírgula é justificada como separador de elementos de mesma função sintática: “desprender de” “lembranças”, “costumes” e “velhos hábitos”. Todos os três elementos têm a função sintática de objeto indireto do verbo “desprender”. Portanto esta alternativa é a exigida pelo enunciado da questão. Alternativa “a”. Pelo que já justificamos acima, esta alternativa não justifica corretamente o emprego das vírgulas. Para a primeira vírgula atribui a justificativa da segunda e, para a segunda, fala em inversão da frase, o que não ocorre neste caso. Alternativa “b”. As duas explicações apresentadas não são pertinentes aos dois casos de vírgula. Não há termos em ordem inversa nem expressões explicativas. Alternativa “d”. Observando a frase, podemos perceber que não há nenhum termo suprimido, portanto esta justificativa é incoerente com o uso da vírgula neste caso. Novamente, não há expressões explicativas no texto. Alternativa “e”. Esta alternativa está próxima da verdade, mas as duas justificativas estão invertidas e, além disso, a vírgula é justificada na oração adverbial quando ela estiver deslocada. Fundamentação teórica

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Questão nº 14. Aspectos do verbo

O texto “O vôo da águia” apresenta uma alta incidência de verbos no presente do Indicativo – isso se dá porque o texto A) expressa ações ou estados que se modificaram com o passar do tempo. B) relata ações ou estados considerados na sua realidade e permanência. C) indica ações simultâneas que se desenrolavam enquanto outras se sucediam. D) procura atenuar os efeitos da natureza sobre a existência comprovada dos seres. E) relaciona fatos cuja causa e conseqüência seriam certas e constadas imediatamente. Comentário:

A resposta a esta questão exige referência ao texto, pois dependemos da interpretação do aspecto verbal. Neste caso a ação verbal é considerada em seu estado permanente. Todas as formas verbais revelam um estado da ave, seu modo permanente de ser (A águia é a ave que possui (...) está com as unhas compridas (...) não consegue mais agarrar suas presas (...) a águia então tem duas alternativas (...). Alternativa “a”. A descrição do texto é sobre o estado atual da ave que passa por transformação. O texto não relata “ações ou estados que se modificaram com o passar do tempo”. Esta mudança já é informada ao leitor no início do texto, quando mostra que a ave vive até 70 anos porque passa por uma transformação que a renova. A fase anterior, a que se passa antes dos 40 anos o texto não relata, apenas registra. A alternativa “b” expressa este aspecto verbal ao declarar que o fato do presente do indicativo no texto “relata ações ou estados considerados na sua realidade e permanência. Alternativa “c”. Não há simultaneidade de ações. Pelo contrário, o texto apresenta uma sequência temporal definida: até os 40 anos, os 150 de transformação e os 30 anos que virão. Alternativa “d”. Esta alternativa coloca a natureza em situação de sujeito da ação, o que não é verdadeiro no texto. Alternativa “e”. No texto não há relação de causa e efeito. O texto constata uma realidade e mostra como ela pode ser modificada pela ação da ave. Só para registrar: este texto, basicamente descritivo é uma fábula, pelo seu caráter moralista no final.: Somente livres do peso do passado, podemos aproveitar o resultado valioso que a renovação sempre nos traz. Este conteúdo sobre o aspecto verbal, pode ser aprofundado na gramática do Celso Cunha, página 396.

Questão nº 15. Figuras de linguagem - metáfora

Ao estabelecer uma comparação entre a ação da águia e a dos homens, o texto compõe uma A) anástrofe. B) metáfora. C) hipérbole. D) metonímia. E) silepse.

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Comentário:

A questão seis trabalha com as figura de linguagem ao classificar o texto como uma metáfora. Na ordem da questão já temos a “dica” sobre a resposta certa, pois fala em “estabelecer uma comparação”. A metáfora é uma comparação sem a presença dos termos: “tanto... quanto”; “mais ... que” ou “menos...que” e outros elementos sintáticos que estabelecem comparação. Alternativa “a”. A anástrofe é uma figura de construção que consiste na inversão entre os termos da frase, não mantém a ordem SVC. Alternativa “b” No texto, o processo metafórico ocorre pela comparação entre a vida da águia que necessita passar por uma transformação para poder viver mais tempo, com a vida do ser humano que necessita abandonar parte de seu passado que lhe causa dor para alçar o voo da vitória. Esta é a correta. Alternativa “c”. A hipérbole é figura de pensamento e consiste no exagero da afirmativa. Nada há no texto que evidencie intensificação exagerada de sentido. Alternativa “d”. A metonímia é outra figura de pensamento pela qual a parte é tomada pelo todo. Não há como confundir a descrição da ave através de suas partes com a simbolização de uma parte (pena, bico ou asa) como sendo a ave toda. Alternativa “e”. A silepse é outra figura de construção e consiste no desvio da concordância de gênero ou número. Não é aplicável ao texto, mas ao nível frasal. Caso alguém tenha interesse em aprofundar este conteúdo teórico, pode solicitar pelo fórum ou por e-mail que incluiremos num próximo módulo.

Questão nº 16. Acentuação gráfica

Acentua-se pela mesma regra que determina a escrita da palavra “flexíveis” o termo A) águia. B) espécie. C) próximo. D) difícil. E) vôo. Comentário:

Esta questão é intrigante, pois aborda um assunto simples que é acentuação, mas o faz de modo inadequado. Sabemos que as bancas prometeram não cobrar o novo acordo ortográfico em provas, pelo que tenho como informação, este concurso foi realizado neste ano de 2009, portanto, já sob a vigência do novo acordo. Colocar a palavra “vôo” com acento na questão é uma atitude questionável. Está certo não pedir o novo acordo, mas tentar confundir o candidato com uma regra já abolida não seria uma postura adequada. Alternativa “a”. A regra em que se enquadra é paroxítona terminada em ditongo crescente. Alternativa “b”. Mesmo caso da alternativa “a”. Alternativa “c”. A palavra “próximo” é uma proparoxítona, não se enquadra no modelo apresentado na ordem da questão (flexíveis). Alternativa “d” A questão pede a palavra acentuada com a mesma regra de “flexíveis” que é a palavra “difícil”, por ser paroxítona terminada em “L” com as respectivas formas plurais: flexível, flexíveis, difícil, difíceis. Assim a alternativa solicitada pela questão é a letra “d” Alternativa “e”. Já comentamos acima.

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Questão nº 17. Adjetivação

Assinale a alternativa em que a adjetivação concorre para demarcar a deliberação partir da qual a águia poderá vir a viver mais 30 anos: A) “...asas envelhecidas e pesadas”. B) “...dolorido processo de renovação”. C) “...bico alongado e pontiagudo”. D) “... recolher-se em ninho próximo”. E) “...unhas compridas e flexíveis”. Comentário:

Neste caso o exame é em relação a adjetivação das frases, ou seja quanto ao emprego do adjetivo. Nestes casos temos de observar a que elementos os adjetivos referem-se. A ordem da questão solicita que a adjetivação tenha como referente a “deliberação a partir da qual a águia poderá viver mais, ou seja “o processo de renovação” de que fala a alternativa “b”, que se configura como a correta para a resposta à questão. As alternativas “a”, “c” e “e” têm partes da ave (asas, bico e unhas, respectivamente) como referentes e, portanto, não configuram o “processo de renovação”. A alternativa “d”. Para responder esta questão temos dois caminhos: o que examina o conteúdo (semântica) e o que verifica a estrutura linguística. Vamos examinar a questão por estes dois modos. Semântico - O texto tem como idéia central a questão da transformação, expressa no início. A alternativa “d” fala no ato do recolhimento da ave e não no seu processo de mudança. O recolhimento é um assunto que surge no interior do texto como uma idéia secundária. Estrutura linguística - O enunciado define a alternativa ao exigir o processo “de adjetivação que concorre para demarcar a deliberação”. Nesta alternativa o recolhimento está descrito por: “recolher-se em ninho próximo”, observe-se que a forma é verbal e não “de adjetivação”, como exige a ordem da questão.

Prova III - FCC – MIN / DNOCS – Fevereiro/2010

Texto III – Recursos naturais

A exploração dos recursos naturais da Terra permite à humanidade atingir patamares de conforto cada vez maiores. Diante da abundância de riquezas proporcionada pela natureza, sempre se aproveitou dela como se o dote fosse inesgotável. Essa visão foi reformulada. Hoje se sabe que a maioria dos recursos naturais de que o homem depende para manter seu padrão de vida pode desaparecer num prazo relativamente curto, e que é urgente evitar o desperdício. Um relatório publicado recentemente dá a dimensão de como a exploração desses recursos saiu do controle e das consequências que isso pode ter no futuro. O estudo mostra que o atual padrão de consumo de recursos naturais pela humanidade supera em 30% a capacidade do planeta de recuperá-los. Ou seja, a natureza não dá mais conta de repor tudo o que o bicho-homem tira dela.

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A exploração abusiva do planeta já tem conseqüências visíveis. A cada ano, desaparece uma área equivalente a duas vezes o território da Holanda. Metade dos rios do mundo está contaminada por esgoto, agrotóxicos e lixo industrial. A degradação e a pesca predatória ameaçam reduzir em 90% a oferta de peixes utilizados para a alimentação. As emissões de CO2 cresceram em ritmo geométrico nas últimas décadas, provocando o aumento da temperatura do globo.

Evitar uma catástrofe planetária é possível. O grande desafio é conciliar o desenvolvimento dos países com a preservação dos recursos naturais. Para isso, segundo os especialistas, são necessárias soluções tecnológicas e políticas. O engenheiro agrônomo uruguaio Juan Izquierdo, do Programa das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, propõe que se concedam incentivos e subsídios a agricultores que produzam de forma sustentável. "Hoje a produtividade de uma lavoura é calculada com base nos quilos de alimentos produzidos por hectare. No futuro, deverá ser baseada na capacidade de economizar recursos escassos, como a água", diz ele.

Como mostra o relatório, é preciso evitar a todo custo que se usem mais recursos do que a natureza é capaz de repor.

(Adaptado de Roberta de Abreu Lima e Vanessa Vieira. Veja, 5 de novembro de 2008, pp. 96-99)

Questão nº 18. Interpretação de texto - assunto

A afirmativa correta, condizente com o assunto do texto, é: (A) O colapso atual no fornecimento dos recursos naturais indispensáveis para o

conforto da humanidade já colocou em risco a qualidade de vida no planeta. (B) A produção de alimentos em todo o mundo está diminuindo, com a falta de

interesse de governos no sentido de oferecer incentivos aos agricultores. (C) O acesso irrestrito aos recursos naturais é a garantia de manutenção de um

patamar de conforto que possa favorecer as condições de vida no planeta. (D) O desenvolvimento dos países só será mantido se houver condições favoráveis

para a plena exploração dos recursos naturais de que eles dispõem. (E) O ritmo atual de consumo dos recursos naturais já supera a capacidade do plan-

eta em se refazer, o que constitui séria ameaça para o futuro da humanidade.

Comentário:

As provas iniciam com questões de interpretação de texto. No programa consta compreensão. Isto aponta para o fato de que as questões versarão sobre a literariedade do texto e não sobre suas inferências. Ou seja, as questões são sobre conteúdos presentes no texto e não sobre interpretações inferidas.

Observe que a ordem da questão solicita o assunto do texto.

Alternativa “a” O texto diz que “os recursos podem desaparecer” Não quer dizer que já estejamos vivendo o “colapso”. O texto é um alerta para que tal não aconteça. (parágrafo 1)

Alternativa “b” O texto não aborda a questão de incentivos à produção de alimentos. Apenas há uma referência de que fossem concedidos subsídios aos agricultores que produzam de forma sustentável. (parágrafo 3)

Alternativa “c” O texto propõe o oposto: acesso controlado (não irrestrito) aos recursos naturais. Não há como manter as condições atuais de consumo, pois

isto

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esgotaria os recursos naturais.

Alternativa “d” Cuidado com o termo “plena”, pois torna a “exploração dos recursos naturais” fora de controle que é a proposta do texto.

Alternativa “e” Esta é a correta. Realmente, o ritmo atual de exploração, supera a capacidade de recuperação do planeta. Esta é a conclusão do próprio texto: “... é preciso evitar a todo custo que se usem mais recursos do que a natureza é capaz de repor”.

Fundamentação teórica Como vimos a questão aborda o “assunto”, portanto temos que revisar alguns conceitos sobre interpretação de texto. O primeiro é compreendermos o que significa “texto”. Vejamos. Você tem uma noção do que seja texto?

“Texto” deriva de tecer, verbo que significa tramar, cruzar os fios. Pois bem, um texto é uma trama, não de fios, mas de ideias. Você já ouviu alguém dizer que perdeu o fio da meada quando se atrapalha no que está dizendo? Certo, então você já sabia o que é texto, pois sabia que ele depende de um fio que vai sendo tramado pelo falante/escritor. Comparando, podemos dizer que texto é composto por ideias (fios) que são organizadas (tramadas – coerência) seguindo uma lógica de argumentação (coesão). A este arranjo de argumentos com a finalidade de construir um texto coeso e coerente podemos chamar, tecnicamente, de enunciação. O nosso curso não tem como objetivo discutir teorias e terminologia, mas instrumentalizar você para a prática da interpretação de textos.

Como já vimos, um texto é um objeto portador de significado e cabe a nós, leitores, decifrá-lo. Precisamos estar atentos para o fato de que um texto tem limites e sua abrangência significativa não pode ultrapassar estas fronteiras. De um texto podemos captar os significados que estão em sua literalidade, ou seja, no que está expresso (compreensão) ou, às vezes, podemos também inferir significações que a linguagem nos autoriza (interpretação). Mas, cuidado!

O assunto é o conteúdo que o autor utiliza para desenvolver a sua ideia. No nosso caso, o assunto é o alerta para o esgotamento dos recursos naturais. Podemos dizer que o assunto são os diversos “fios” que cruzam a trama do texto. Não podemos confundir “assunto” com “tese”. O autor pode utilizar um mesmo assunto para desenvolver teses diferentes. Exemplo: Assunto – “corrupção na política”. Sobre este assunto pode desenvolver uma tese de defesa dos corruptos (!!!!) ou de condenação de tais atitudes. Pode também utilizar este assunto para pregar uma tese contra o sistema democrático (!). O assunto é o conteúdo utilizado pelo autor para desenvolver a sua intencionalidade.

Para ampliarmos um pouco, vamos apresentar outro conceito importante: a tese.

Para entendermos a “tese” é necessário estabelecer alguns pressupostos teóricos que a fundamentam. Quando falamos em “tese” estamos nos referindo, especialmente, ao texto dissertativo-argumentativo. Assim, nos textos descritivos e narrativos falamos em “ideia central”, porém nos textos argumentativos há uma transformação da “ideia” em tese, pois o que importa é convencer o leitor. Agora podemos entender que a tese é a própria “ideia central” embasada em argumentos que objetivam o convencimento do leitor.

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As bancas de concursos, na intenção de simplificar, eliminam esta distinção e usam termos genéricos para designar ora a “ideia central” ora a “tese”. Nos concursos públicos a maioria dos textos são dissertativo-argumentativos e, portanto, os enunciados visam identificar a tese do texto. A tese está intimamente ligada à intencionalidade, pois ambas revelam o objetivo do escritor ao produzir o texto.

Vamos parar por aqui com esta discussão para não deixar você muito confuso.

Questão nº 19. Organização do texto

No 2o parágrafo,

(A) cria-se a possibilidade de catástrofes ambientais, caso não sejam tomadas medidas eficazes de controle da devastação ambiental.

(B) desenha-se um panorama de destruição do meio ambiente, resultado da ação inconsequente do homem.

(C) expõem-se as metas a serem consideradas na conscientização da necessidade de preservação ambiental.

(D) discutem-se as causas que deram origem a inúmeras catástrofes ambientais, devido à presença humana.

(E) especula-se sobre um previsível cenário de devastação, em razão do desrespeito a que está sujeita a natureza.

A FCC costuma utilizar muito a “organização do texto”. O parágrafo é um elemento central. Como você pode observar, esta banca não costuma numerar as linhas do texto, mas utilizar as marcações de parágrafo. O texto está dividido em quatro parágrafos com funções bem definidas.

Alternativa “a” Esta especulação está presente no primeiro parágrafo e não no segundo como pede a ordem da questão.

Alternativa “b” Realmente o segundo parágrafo apresenta o panorama de destruição que pode ocorrer, caso o homem não tome medidas de proteção à natureza. Esta é a correta

Alternativa “c” Esta exposição está no terceiro parágrafo, quando mostra que é possível evitar esta catástrofe planetária.

Alternativa “d” O segundo parágrafo é mais expositivo das consequências do que dissertativo sobre as causas do desastre ambiental.

Alternativa “e” Esta especulação está presente no primeiro parágrafo e não no segundo como pede a ordem da questão.

Fundamentação teórica É importante abordarmos um pouco sobre a estrutura do texto. Como vimos este texto tem quatro parágrafos.

O primeiro é a apresentação do assunto, e uma advertência sobre a exploração descontrolada da natureza.

O segundo é um argumento que colabora com a tese de que há necessidade de

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controlar a exploração da natureza, apresentando situações de desrespeito ao meio ambiente.

O terceiro parágrafo é o argumento que aponta para soluções levantadas no parágrafo anterior. Ele diz textualmente: “Evitar uma catástrofe é possível.

O quarto parágrafo é a conclusão reforçando a tese de que é preciso controlar o uso abusivo dos recursos naturais.

Assim podemos perceber que o texto é “dissertativo-argumentativo” apresentando uma tese no primeiro parágrafo, dois argumentos nos parágrafos seguintes e uma conclusão no último.

Caso alguém tenha interesse em ampliar este assunto sobre modos de organização do texto, solicite. Temos prazer em ampliar a discussão teórica.

Questão nº 20. Substituição

Ou seja, a natureza não dá mais conta de repor tudo o que o bicho-homem tira dela. (1º parágrafo)

A expressão grifada acima assinala

(A) a retomada, em outros termos, do sentido da afirmativa anterior, para enfatizar a importância do respeito ao ritmo da natureza na reposição de seus elementos.

(B) uma oposição à informação anterior, tomando por base os dados contidos no relatório, de que há na natureza sinais de esgotamento de suas riquezas.

(C) uma retificação ao que foi informado anteriormente, a respeito da importância do fornecimento de recursos naturais para que o homem sobreviva no planeta.

(D) a adição de novos dados ao contexto, para que os problemas que vêm sendo mencionados sejam devidamente solucionados.

(E) uma dúvida a respeito da possibilidade de percepção de que o homem deve tornar-se um auxiliar da natureza na reposição de suas riquezas.

Comentário:

É muito importante prestar atenção neste tipo de questão. A banca solicita ao candidato que substitua a “expressão grifada”, apenas isto. Para efetuar a substituição com correção dependemos do sentido da frase. A expressão “ou seja” retoma o argumento apresentado antes e reforça a tese do texto.

Alternativa “a” Esta alternativa é correta porque expressa o sentido de retomada de argumentação que a expressão “ou seja” atribui ao texto.

Alternativa “b” Não há oposição entre o que antecede a expressão e o que lhe segue, pelo contrário, há uma sequência de ideias.

Alternativa “c” A expressão também não retifica nada, ela dá continuidade ao argumento.

Alternativa “d” A segunda parte não apresenta novos dados, ela reforça os da primeira parte.

Alternativa “e” Não há dúvida na frase. Ela é argumentativa e não expositiva de uma

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dúvida.

Fundamentação teórica A substituição de termos é muito freqüente em provas de concurso e o candidato deve prestar atenção para o texto e não apenas para as alternativas que estão sendo propostas. Às vezes, uma substituição é possível na alternativa, mas não o é no texto como um todo.

A expressão “ou seja” está funcionando com o sentido de uma conjunção conclusiva como “portanto”, “logo” e outras. É importante observar que estas são substituições possíveis de acordo com o sentido do texto.

Questão nº 21. Referenciação

“... e das consequências que isso pode ter no futuro”. (1º parágrafo) O pronome grifado acima substitui corretamente, considerando-se o contexto,

(A) a reformulação de uma visão consumista das riquezas da Terra...

(B) a necessidade de se evitar desperdício dos recursos naturais...

(C) a abundância de recursos naturais encontrados no planeta...

(D) a exploração descontrolada dos recursos naturais da Terra...

(E) a manutenção de um padrão de vida confortável para a população...

A técnica de elaboração da questão é também sobre substituição. O que diferencia esta questão da anterior é que na três a substituição era com referência a uma expressão (palavras) e agora é uma retomada de termos já expressos. Este assunto chamamos de “referenciação” .

A palavra “isso” é um elemento que necessita de um referente expresso anteriormente a fim de adquirir sentido. A maneira mais segura de resolvermos este tipo de questão é substituir o elemento (no caso “isso”) pela expressão proposta.

Alternativa “a” A proposta deste alternativa pode até fazer algum sentido, mas não é a que está expressa no texto.

Alternativa “b” Não é coerente com o texto a substituição proposta, pois apresenta oposição entre as ideias (do texto e da alternativa).

Alternativa “c” Esta opção não é nem possível de substituir a palavra “isso”, pois contradiz o próprio texto.

Alternativa “d” Esta é a alternativa correta.

Alternativa “e” Novamente uma alternativa sem nexo com o texto que estamos examinando.

Fundamento teórico Nestes casos de retomada é importante reler o texto original. Vejamos:

Um relatório publicado recentemente dá a dimensão de como a exploração desses recursos saiu do controle e das consequências que isso pode ter no futuro.

Vamos proceder à substituição:

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Um relatório publicado recentemente dá a dimensão de como a exploração desses recursos saiu do controle e das consequências que a exploração desses recursos (isso) pode ter no futuro.

Na linguagem não costumamos repetir as palavras ou expressões, por isso usamos o recurso da “referenciação” que é a retomada de um termo através de outros elementos como pronomes (no caso um pronome demonstrativo - isso).

Questão nº 22. Coesão

Identifica-se relação de causa e consequência, respectivamente, entre os seguintes fatos expostos no texto:

(A) abundância de riquezas naturais // reformulação das condições de seu aproveitamento.

(B) desaparecimento de grande parte dos recursos naturais // aceitação do descontrole na exploração dessas riquezas.

(C) crescimento acentuado das emissões de CO2 // aumento evidente da temperatura global.

(D) possibilidade de se evitarem catástrofes // controle do desenvolvimento de algumas nações.

(E) concessão de incentivos e de subsídios a agricultores // produção de alimentos por práticas sustentáveis.

Comentário:

Estabelecer a relação entre partes do texto é um assunto bem presente em provas da FCC. Nesta questão a abordagem é sobre “causa e consequência”. São questões simples, mas exigem uma avaliação criteriosa sobre a relação entre as partes.

Alternativa “a” A reformulação das condições do aproveitamento das riquezas deve ocorrer em função do mau uso e não da abundância.

Alternativa “b” o se justifica a aceitação do descontrole pelo desaparecimento de grande parte de recursos naturais, pelo contrário, isso é motivo para um maior controle.

Alternativa “c” Esta é a correta, pois o aumento das emissões de CO2 é causa do aumento da temperatura global.

Alternativa “d” Não há conexão entre estas duas partes. Não podem funcionar como causa e efeito.

Alternativa “e” Há uma inversão. Pela produção de alimentos por práticas sustentáveis é que os agricultores podem ter incentivos e subsídios e não o contrário.

Fundamentação teórica

Assim como as partes do texto podem estabelecer uma relação de causa e consequência, podem também estabelecer relação de explicação.

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Questão nº 23. Emprego dos modos e tempos verbais

“.... a agricultores que produzam de forma sustentável”. (3º parágrafo) A forma verbal grifada acima indica, no contexto,

(A) condição necessária.

(B) hipótese possível.

(C) ação real e concreta.

(D) fato a se realizar no futuro.

(E) fato passado anterior a outro.

O que a banca explora nesta questão é o emprego que fazemos das formas verbais, pois, dependendo da flexão, elas podem adquirir sentidos diversos. Observe que não é uma questão de conjugação de verbo, mas do emprego destas formas.

Alternativa “a” O subjuntivo não expressa condição, portanto não pode ser aceita esta alternativa.

Alternativa “b” Esta é a correta, pois o modo verbal expressa a ideia de hipótese, pois está no subjuntivo.

Alternativa “c” Ação real, concreta, é expressa pelo modo indicativo, portanto não pode ser aceita esta alternativa.

Alternativa “d” e “e” O tempo verbal é presente, portanto não pode ser possível o futuro (alternativa “d”) nem o passado (alternativa “e”)

Fundamentação teórica O tempo verbal empregado é presente do subjuntivo. Como sabemos o subjuntivo é o modo das “hipóteses”, das “probabilidades” dos “desejos”. O indicativo é o modo da certeza. Observe como fica a frase em cada um destes modos:

“......incentivos a agricultores que produzem de forma sustentável”. – Indicativo – é uma condição (como na alternativa “a”) ou um fato real (como na alternativa “c”).

“......incentivos a agricultores que produzam de forma sustentável”. – Subjuntivo – é uma hipótese de que eles produzam desta forma.

Resumindo:

Modo indicativo – fatos reais, coisas certas.

Modo subjuntivo – hipóteses, vontades.

Questão nº 24. Emprego dos modos e tempos verbais

“... é preciso evitar a todo custo que se usem mais recursos do que a natureza é capaz de repor” (último parágrafo). A forma verbal que traduz exatamente o sentido da que está grifada acima é:

(A) foram usados.

(B) tinha sido usado.

(C) possa ser usado.

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(D) sejam usados.

(E) tenha sido usado.

Mais uma questão de substituição, porém agora a banca explora a possibilidade de uso de uma forma verbal no lugar de outra. Observemos que a forma verbal está empregada no presente do subjuntivo. O sentido da frase pode nos ajudar a resolver este tipo de questão, mas prefiro o conhecimento gramatical, por considerá-lo mais confiável.

Alternativa “a” Não podemos substituir uma forma “presente” (usem) por uma “pretérita” (foram usadas).

Alternativa “b” Novamente uma forma pretérita. Não pode ser correta a substituição.

Alternativa “c” Aparentemente parece ser possível esta alternativa, mas ela não é coesa com a frase, ou seja não faz concordância correta.

Alternativa “d” Esta é a correta, pois substitui uma frase ativa por uma passiva de mesmo tempo de modo verbal.

Alternativa “e” Este é o mesmo caso da alternativa “c” não pode ser considerada como resposta correta.

Fundamentação teórica Quando falamos em “equivalências”, devemos levar em conta que a substituição não altera o sentido da frase, caso contrário não há equivalência.

A relação entre voz ativa e passiva é de equivalência:

O menino comprou um caderno. / Um caderno foi comprado pelo menino. São construções equivalentes, têm o mesmo sentido.

O menino comprou um caderno. / O menino compraria um caderno. Não são equivalentes, pois apresentam sentidos distintos. Os tempos e os modos verbais não são equivalentes entre si.

Questão nº 25. Regência verbal

“... que a maioria dos recursos naturais de que o homem depende ...” (1º parágrafo) A frase cuja lacuna estará corretamente preenchida pela expressão grifada acima é:

(A) Hoje um terço da população mundial vive em regiões . .... a água é escassa ou imprópria para consumo.

(B) O aquecimento global permite a disseminação de micro-organismos . .... põem em risco o equilíbrio do ecossistema.

(C) Catástrofes naturais, ...... estudiosos vêm se referindo ultimamente, trazem enormes prejuízos à economia de todo o planeta.

(D) Os dados ...... contavam os especialistas serviram de base para a previsão dos problemas e a melhor maneira de enfrentá-los.

(E) Cálculos relativos à exploração de recursos naturais levam à conclusão . .... é necessário evitar o desperdício.

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A frase da ordem da questão apresenta o verbo “depende” que rege a preposição “de”. Portanto será correta a alternativa que apresenta o uso “de que” como exigência da regência do verbo. Esta mesma regência pode ser decorrência de complemento nom-inal.

Alternativa “a” A lacuna deve ser preenchida por “em que” para concordar com o verbo “viver”: “... vive em regiões em que a água é escassa....”

Alternativa “b” Neste caso o “que” é um pronome sem necessidade de preposição: “.... micro-organismos que põem em risco. ....”

Alternativa “c” O verbo “referir-se” exige a preposição “a” (referir-se a), portanto não podemos considerar como correta esta alternativa. “Catástrofes naturais, a que estudiosos vêm se referindo ....”

Alternativa “d” Novamente o “que” está antecedido de outra preposição: “com”. “Os dados com que contavam os especialistas serviram....”. Também não pode ser correta.

Alternativa “e” “Cálculos relativos à exploração de recursos naturais levam à conclusão de que é necessário evitar o desperdício.” Esta é a correta.

Fundamentação teórica A expressão “de que” pode ser decorrência de um verbo (objeto indireto) ou de um nome (complemento nominal). No primeiro caso: “depende de” e no segundo “conclusão de”. A expressão é a mesma mas a função sintática é diferente em cada um dos casos. A banca não está preocupada com a análise sintática, mas sim com o emprego da expressão.

Texto IV – Chapada do Araripe

A Chapada do Araripe, no Ceará, abriga tesouros que conjugam importância e poesia. Maior sítio arqueológico em registro de peixes fósseis do mundo, suas rochas de cerca de 110 milhões de anos conservam animais nos quais é possível pesquisar células musculares e aparelhos digestivos com as últimas refeições. Foi também o primeiro lugar do mundo onde surgiram flores, datadas do período Cretáceo, quando as placas continentais do Brasil e da África ainda se separavam. Incrustadas em rochas, as plantas fósseis são exemplares que deram origem aos vegetais com flores atuais.

A região, que serviu de campo de estudos para a concepção de alguns dos animais mostrados no filme Jurassic Park, de Steven Spielberg, abriga o Parque dos Pterossauros, a quatro quilômetros de Santana do Cariri. Ali são expostas réplicas artísticas desses animais voadores que possuíam até cinco metros de envergadura. Ao lado de dinossauros de cerca de três metros de altura e oito de comprimento, disputaram espaço na região que corresponde aos Estados do Ceará, de Pernambuco e do Piauí há cerca de 100 milhões de anos. De todos os exemplares fósseis dessa ave já achados no mundo, um terço está na Chapada do Araripe.

Em 2006, foi aprovado pela Unesco um projeto para transformar a área de pesquisas arqueológicas da Chapada no primeiro geopark da América – uma região de turismo científico e ecológico que propicia o autocrescimento sustentado da população. O parque abrange 5 mil quilômetros, oito municípios e nove sítios de observação.

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(Adaptado do texto de Juliana Winkel. Brasil. Almanaque de cultura popular. São Paulo: Andreatto, ano 8, n. 95, março de 2007, p. 20).

Questão nº 26. Compreensão de texto

A afirmativa correta, de acordo com o texto, é:

(A) A exposição dos achados arqueológicos na Chapada do Araripe pode prejudicar a rotina dos moradores da região com o afluxo de turistas, pouco preocupados com a conservação desse tesouro natural.

(B) Os habitantes da Chapada do Araripe estão sujeitos às imposições de uma natureza hostil, vivendo em meio a rochas e a vestígios pré-históricos, que devem ser mantidos intocados, apenas como atrativo turístico.

(C) A importância do sítio arqueológico da Chapada do Araripe está não só nos exemplares fósseis ali existentes, como também na decisão de incentivar o turismo científico e ecológico na região.

(D) A criação de um parque de grande dimensão, voltado para os estudos científicos, poderá criar obstáculos ao desenvolvimento regional, tendo em vista a priorização das pesquisas com material arqueológico.

(E) A presença de vegetais entre os restos arqueológicos de animais alerta para a destruição das condições de vida em uma região brasileira, que era bastante fértil durante determinado período pré-histórico.

Esta é uma questão de compreensão de texto, portanto basta uma leitura atenta para resolvermos a questão. Observe que a ordem fala em “afirmativa correta de acordo com o texto”.

Alternativa “a” A presença dos turistas não significa “prejuízo” à população local, pelo contrário (último parágrafo), pode oportunizar um autocrescimento sustentado.

Alternativa “b” otalmente contrária ao texto. Nada há no texto que justifique dizer que a natureza é hostil por conter vestígios pré-históricos.

Alternativa “c” Esta é correta, pois apresenta a importância do sítio arqueológico e seu aproveitamento como fator turístico, desenvolvendo a região.

Alternativa “d” Dentro da perspectiva de desenvolvimento sustentável não há o que se imaginar como obstáculo ao desenvolvimento regional.

Alternativa “e” O sítio arqueológico é uma decorrência natural, ocorrida ao longo dos anos e não pode ser tomado como alerta para destruição contemporânea da natureza. Esta é uma ideia totalmente incoerente, não pode ser a correta.

Questão nº 27. Compreensão de texto

É correto inferir do texto que a poesia, na Chapada do Araripe, mencionada pelo autor no 1º parágrafo, se refere

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(A) às plantas fósseis, primeiros exemplares com flores.

(B) à criação e à extensão do primeiro geopark da América.

(C) às réplicas dos animais mostrados no filme Jurassic Park.

(D) à preservação de inúmeros achados arqueológicos.

(E) à antiguidade das rochas, datadas de 110 milhões de anos.

Comentário:

Um novo conteúdo teórico surge nesta questão: a inferência. Logo abaixo vamos discuti-lo. Cada alternativa afirma algo sobre o texto, cabendo a nós distinguirmos a que é inferência das demais que são compreensão do texto. Não serão inferências as alternativas que tiverem apoio direto na literariedade do texto e consideramos inferida a afirmação que podemos relacionar com o texto.

Alternativa “a” Vejamos o texto: Foi também o primeiro lugar do mundo onde surgiram flores, datadas do período Cretáceo, (...). Incrustadas em rochas, as plantas fósseis são exemplares que deram origem aos vegetais com flores atuais (1º parágrafo).

O texto afirma que neste local surgiram as flores (período Cretáceo) e acrescenta que as flores atuais são originadas daquelas. Com estas duas informações podemos inferir que aqueles fósseis continham plantas com flores, como diz esta alternativa. Como se vê, é uma relação lógica (inferência) que fazemos, não está diretamente no texto. Esta é a resposta correta.

Alternativa “b” Conforme o 3º parágrafo a criação do Geopark é uma decisão aprovada pela Unesco em 2006, portanto é uma informação que está presente no texto e não é inferida.

Alternativa “c” No 2º parágrafo temos esta informação: “....que serviu de campo de estudos para a concepção de alguns dos animais mostrados no filme Jurassic Park...” É outra informação contextual, portanto não é inferida.

Alternativa “d” No 1º parágrafo temos esta informação: “Maior sítio arqueológico em registro de peixes fósseis do mundo, suas rochas de cerca de 110 milhões de anos conservam (preservação) animais . ...”. Não podemos considerar inferência, está no próprio texto.

Alternativa “e” Como vimos na citação acima, o texto traz a data, portanto não é inferência.

Questão nº 28. Interpretação de texto

A Chapada do Araripe, no Ceará, abriga tesouros... (início do texto). A afirmativa acima só NÃO se explica pelo fato de que a Chapada

(A) constitui o maior registro de peixes fósseis do mundo.

(B) se tornou campo fértil para pesquisas científicas.

(C) guarda plantas fósseis que originaram os atuais vegetais com flores.

(D) possui um terço dos exemplares fósseis de pterossauros do mundo.

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(E) era uma extensa área geográfica há cerca de 100 milhões de anos.

Comentário:

Esta questão retoma o assunto de compreensão e exige do leitor o conhecimento prévio . Vejamos como estes conteúdos teóricos estão articulados nesta questão. O enunciado afirma que a Chapada abriga tesouros e cada alternativa é um exemplo (argumento), menos uma que é a exigida pela questão.

Alternativa “a” A Chapada, realmente, constitui o maior registro de peixes fósseis do mundo, isto está no 1º parágrafo.

Alternativa “b” Devido ao conjunto de fósseis, tornou-se um “campo fértil” para pesquisas científicas. Isto, também, está presente no texto.

Alternativa “c”Como vimos em outra questão acima, as plantas atuais são originárias daquelas fossilizadas.

Alternativa “d” Esta afirmativa está clara no último período do 2º parágrafo: “De todos os exemplares fósseis dessa ave (pterossauro) já achados no mundo, um terço está na Chapada do Araripe”.

Alternativa “e” Ser uma área extensa não significa abrigar tesouros arqueológicos. A extensão não tem relação direta com o fato de encontrarmos fósseis, outras grandes áreas não têm tais tesouros. Portanto está errada e corresponde à exigida pela questão.

Fundamentação teórica A compreensão de texto fica evidente pela possibilidade de identificar, no texto, as passagens que confirmam as afirmativas. O nosso conhecimento de geografia é suplementar para identificarmos o local dos achados arqueológicos.

Questão nº 29. Pontuação - travessão

Para responder às questões seguintes, considere o segmento transcrito do último parágrafo.

– uma região de turismo científico e ecológico que propicia o autocrescimento sustentado da população.

O emprego do travessão isola:

(A) repetição para realçar o termo precedente.

(B) afirmativa de sentido explicativo.

(C) retificação da afirmativa anterior.

(D) introdução de novo assunto no parágrafo.

(E) opinião que reproduz a ideia central do texto.

Comentário:

A pontuação é um assunto bastante frequente em provas de concurso. Alguns usos são os mais avaliados: a vírgula, o ponto e vírgula, os dois pontos e o travessão. Abaixo vamos esclarecer um pouco mais estes casos.

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Observe que antes do travessão a frase traz: “....primeiro geopark da América – uma região de turismo ecológico que propicia o autocrescimento sustentado da população.” O que segue após o travessão é uma explicação do que seja o “geopark”.

Alternativa “a” Não há repetição de termos na frase, portanto esta alternativa é incorreta. O que repete é a ideia do texto e não os termos.

Alternativa “b” Esta é a correta, pois a afirmativa após o travessão explica o sentido de “geopark”.

Alternativa “c” O que segue após o travessão não retifica, pelo contrário explica, reafirma o que está expresso antes. Não serve como resposta.

Alternativa “d” Não há novo assunto sendo introduzido. O que ocorre após o travessão não acrescenta conteúdo novo ao que foi expresso antes.

Alternativa “e” Não há opinião, apenas um reforço do sentido expresso anteriormente.

Fundamentação teórica Nesta questão vamos abordar o uso do travessão. O travessão, assim como a vírgula pode ser simples ou duplo. Será simples quando o elemento isolado não estiver intercalado e duplo no caso contrário.

a) O travessão é de uso exclusivo quando indica a mudança de interlocutor, como no caso dos diálogos. Ex:

Perguntei aos alunos:

- Vocês estudam para qual concurso?

Eles responderam:

- Estudamos para o concurso de DPE/RJ.

b) Usamos o travessão para isolar uma explicação na dentro da frase, como ocorre no caso desta questão. A expressão “uma região de turismo científico e ecológico que propicia o autocrescimento sustentado da população” explica o que seja um geopark.

c) Também usamos o travessão para isolar uma palavra ou expressão que se quer realçar dentro da frase. Neste caso pode ser substituído por dupla vírgula.

Ex: Estudar para concurso exige tempo – muito tempo – dos candidatos.

d) Pode-se, também, usar o travessão no lugar da vírgula dupla para isolar orações intercaladas.

Ex: O vice-governador – que também está envolvido no escândalo – disse que renunciaria.

Questão nº 30. Função sintática

O mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado está na frase:

(A) ... que conjugam importância e poesia.

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(B) ... as plantas fósseis são exemplares ...

(C) ... que serviu de campo de estudos...

(D) ... um terço está na Chapada do Araripe.

(E) ... que corresponde aos Estados do Ceará, de Pernambuco e do Piauí ...

Comentário:

Esta é uma questão sobre sintaxe e aborda o objeto direto. O enunciado exige, como correta, a que apresente o mesmo complemento exigido pelo verbo “propiciar” na frase acima. O verbo propiciar, naquela frase, tem como complemento “....o autoconhecimento sustentado da população” que é um objeto direto.

Devemos examinar as formas verbais de todas as alternativas para identificarmos a que exige objeto direto.

Alternativa “a” “...que conjugam importância e poesia”. “Importância e poesia” é um complemento direto do verbo, portanto objeto direto como o solicitado pela questão – é a correta.

Alternativa “b” O verbo presente nesta frase é o verbo “ser” (são), portanto um verbo de ligação que não tem como complemento objeto direto, mas sim predicativo do sujeito. Não pode ser a correta.

Alternativa “c” Aqui temos o verbo “servir” com um complemento preposicionado: “...serviu de campo de estudos...” O complemento é um objeto indireto, portanto não serve como resposta correta.

Alternativa “d” Novamente um verbo de ligação, agora “estar”. Pela mesma razão da alternativa “b” também não pode ser resposta correta.

Alternativa “e” Assim como na alternativa “c” o verbo “corresponder” exige complemento indireto, portanto não pode ser a correta.

Fundamentação teórica Neste módulo de apresentação do curso, não temos por objetivo aprofundar questões gramaticais. A sintaxe receberá um tratamento especial nos módulos três, quatro e cinco.

Neste momento vamos apenas estabelecer o conceito de complementos.

Na linguagem as palavras (verbos ou nomes) podem ser “completadas” ou não. Os elementos que completam uma palavra são chamados de complementos.

Quando a palavra completada é um nome, o complemento é denominado complemento nominal, quando a palavra é um verbo; complemento verbal que pode ser: objeto direto ou objeto indireto.

As palavras que acompanham os verbos de ligação (ser, estar, parecer, ficar) são classificadas como predicativo do sujeito, pois elas não complementam o verbo, mas atribuem uma qualidade, um estado ou um modo de ser do sujeito. Vejamos alguns exemplos:

a) Estudo Língua Portuguesa. (objeto direto)

b) Gosto de Língua Portuguesa. (objeto indireto)

c) Eu sou estudioso de Língua Portuguesa. (predicativo do sujeito /

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complemento nominal).

Esta é uma pequena introdução para os estudos de sintaxe que faremos mais tarde. Aqui apenas fixamos o conceito de complemento. Mais tarde retornaremos ao assunto acrescentando o predicado verbo-nominal e o predicativo do objeto.

Questão nº 31. Modos e tempos verbais

“... quando as placas continentais do Brasil e da África ainda se separavam. (1o parágrafo)

O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que está o grifado acima encontra-se na frase:

(A) ... suas rochas de cerca de 110 milhões de anos conservam animais ...

(B) ... onde surgiram flores ...

(C) ... abriga o Parque dos Pterossauros ...

(D) ... que possuíam até cinco metros de envergadura.

(E) O parque abrange 5 mil quilômetros ...

Comentário:

Esta é uma questão simples de conjugação de verbos, apenas devemos identificar o tempo e o modo do verbo sublinhado e pesquisar nas alternativas uma ocorrência igual. A forma verbal “separavam” está conjugada no modo indicat-ivo no tempo pretérito imperfeito.

Alternativa “a” “conservam” – modo indicativo, tempo presente – não serve. Al-

ternativa “b” “surgiram” – modo indicativo, tempo pretérito perfeito – não serve.

Alternativa “c” “abriga” – modo indicativo, tempo presente – não serve.

Alternativa “d” “possuíam” – modo indicativo, tempo pretérito imperfeito – Esta é a alternativa solicitada pela ordem da questão.

Fundamentação teórica Alternativa “e” “abrange” – modo indicativo, tempo presente – não serve.

No módulo 2 aprofundaremos o estudo da morfologia, aqui vamos incluir apenas um conceito básico sobre flexão verbal.

A classe dos verbos é a que apresenta o maior número de flexões: modo, tempo, número e pessoa.

Quanto ao modo pode ser: indicativo, subjuntivo, imperativo e formas nominais.

Quanto ao tempo pode ser:

a) presente (do indicativo e do subjuntivo),

b) pretérito (perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito no indicativo e pretérito imperfeito no subjuntivo)

c) futuro (do presente e do pretérito no indicativo e futuro do subjuntivo)

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Quanto ao número pode ser: singular (eu, tu, ele) ou plural (nós, vós, eles)

Quanto à pessoa pode ser: primeira (eu/nós), segunda (tu/vós) e terceira (ele/eles – ela/elas)

A flexão de gênero só ocorre na forma nominal do particípio: masculino (nascido), feminino (nascida).

Questão nº 32. Coesão e coerência

A quantidade e a qualidade dos vestígios arqueológicos na Chapada do Araripe surpreendem.

As rochas contêm fósseis.

As rochas são utilizadas em pisos e revestimentos de

paredes e muros.

O período em que as frases acima se articulam com clareza, correção e lógica, é:

(A) As rochas, conquanto utilizadas em pisos e revestimentos de paredes e muros, contêm fósseis, onde a quantidade e a qualidade dos vestígios arqueológicos na Chapada do Araripe surpreende.

(B) Com a quantidade e a qualidade dos vestígios arqueológicos na Chapada do Araripe surpreendem que as rochas contêm fósseis, utilizados em pisos e revestimentos de paredes e muros.

(C) A quantidade e a qualidade dos vestígios arqueológicos são surpreendentes na Chapada do Araripe, cujas rochas contêm fósseis e são utilizadas em pisos e revestimentos de paredes e muros.

(D) Com a quantidade e a qualidade das rochas que contêm fósseis de vestígios arqueológicos na Chapada do Araripe, que surpreende na utilização em pisos e revestimentos de paredes e muros.

(E) As rochas na Chapada do Araripe contém fósseis, utilizadas em pisos e revestimentos de paredes e muros, em quantidade e qualidade dos vestígios arqueológicos surpreendentes.

Comentário:

Nesta questão a banca exige que o candidato saiba estabelecer os vínculos de coesão gramatical, transformando os três períodos em um único. O procedimento é simples, basta juntar os períodos e substituir os elementos repetidos. Vejamos a frase com as substituições necessárias.

A quantidade e a qualidade dos vestígios arqueológicos na Chapada do Araripe surpreendem cujas (As) rochas contêm fósseis e (As rochas) são utilizadas em pisos e revestimentos de paredes e muros.

Agora basta examinar a alternativa que mais se aproxima desta transformação.

Alternativa “a” Esta alternativa está totalmente desconexa (sem coesão) e não

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mantém o mesmo sentido da frase original (sem coerência). Não serve como resposta.

Alternativa “b” A palavra “com” utilizada no início da frase desarticula totalmente o sentido do restante, torna toda a frase incoerente. Não serve como resposta.

Alternativa “c” Esta é a alternativa correta. Vejamos como ela se aproxima de nosso modelo inicial.

A quantidade e a qualidade dos vestígios arqueológicos são surpreendentes na Chapada do Araripe, cujas rochas contêm fósseis e são utilizadas em pisos e revestimentos de paredes e muros.

a) Foi substituída a forma verbal “surpreendem” por “são” surpreendentes e deslocada locução adverbial para o final (na Chapada do Araripe). Estas duas alterações não comprometem o sentido e mantêm a coesão do texto.

b) Para estabelecer o vínculo entre a primeira e a segunda frase foi usado o pronome relativo “cujas” (concordando com rochas). Normal, também, a retirada do artigo “as” diante do relativo.

c) No terceiro segmento apenas foi introduzida uma conjunção coordenativa “e” e suprimida a expressão “as rochas” por ser redundante.

Esta é a transformação que melhor agrega as três frases, pois não foi incluído nenhum elemento novo e foi mantido o sentido original.

Alternativa “d” Esta frase, mesmo desarticulada, parece que cria o sentido de que a utilização é que surpreende. Não serve por ser uma frase bastante incoerente e sem nexo lógico (coesão).

Alternativa “e” Esta é totalmente incoerente e desarticulada, não serve como resposta.

Fundamentação teórica Ordenar frases é uma operação bem solicitada em concursos públicos. O aluno deve buscar a que melhor reproduza a frase original e mantenha o sentido. Deve ter o cuidado de observar se as alterações feitas são com estruturas linguísticas equivalentes.

Texto V – O brasileiro

O brasileiro tem elevado grau de consciência sobre sustentabilidade, superior ao de moradores de países ricos como Alemanha e Suécia. Ao mesmo tempo, tem grande dificuldade em trazer o conceito para o seu dia a dia e para suas decisões de consumo. Escassez de água e poluição ambiental, por exemplo, figuram em terceiro lugar entre as maiores preocupações de 61% da população e ficam atrás de educação (68%) e violência (72%). Mudanças climáticas e aquecimento global, por sua vez, são motivo de preocupação para 49% dos brasileiros.

Quando a sociedade é questionada sobre suas ações efetivas para proteger o meio ambiente, os números são mais modestos: 27% dos brasileiros reciclam seus resíduos e fazem uso de produtos recicláveis; 20% afirmam conservar árvores; 13% dizem proteger a natureza e apenas 5% controlam o desperdício de água.

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Esses dados constam de uma pesquisa atual, em que foram ouvidas mais de 24 mil pessoas em dez países diferentes. O estudo também aponta o brasileiro como um dos mais atentos no mundo às práticas de sustentabilidade das empresas: 86% afirmam estar dispostos a recompensar companhias com boas práticas e 80% dizem punir as que agem de forma irresponsável nas questões socioambientais.

Há também ceticismo em relação à falsa propaganda sobre as atitudes "verdes" das empresas. Para 64% dos brasileiros elas só investem em sustentabilidade para melhorar sua imagem pública. Outro obstáculo é que os produtos "verdes" ainda são vistos como nichos de mercado e ficam restritos a consumidores de maior poder aquisitivo.

O porta-voz do estudo no país acredita que o elevado grau de consciência sobre sustentabilidade pode ser explicado pela presença do tema na mídia e pela percepção de que os recursos naturais são um diferencial no Brasil, considerado um país rico nesse aspecto.

(Andrea Vialli. O Estado de S. Paulo, Vida & Sustentabilidade, H6, Especial, 30 de outubro de 2009, com adaptações)

Questão nº 33. Compreensão de texto

De acordo com o texto,

(A) a maior preocupação dos brasileiros se reflete nos problemas oriundos da escassez de água em algumas regiões.

(B) a sociedade brasileira demonstra pouco interesse quanto aos problemas ambientais, embora se disponha a reciclar seus resíduos.

(C) a percepção do aquecimento global parece superar as demais preocupações encontradas na sociedade brasileira.

(D) a consciência ambiental no Brasil mostra avanços, apesar de não se observarem realmente efeitos práticos dessa percepção.

(E) a riqueza natural do país leva os brasileiros a não se preocuparem devidamente com o meio ambiente.

Comentário:

A FCC mantém um padrão para todas as provas. Todas as questões são baseadas em textos e cada texto traz um conjunto de questões que segue a seguinte sequência: Interpretação de texto, morfologia, sintaxe. Assim ao iniciar um novo texto, como nesta questão, os assuntos teóricos tendem a se repetir.

Alternativa “a” Esta alternativa contraria frontalmente o texto no primeiro parágrafo: Escassez de água e poluição ambiental, por exemplo, figuram em terceiro lugar entre as maiores preocupações....”

Alternativa “b” segundo parágrafo é expresso no sentido de afirmar que a sociedade brasileira tem números mais modestos quando questionada sobre a reciclagem de resíduos. Não serve como resposta.

Alternativa “c” Aquecimento global e mudanças climáticas são preocupações para 49% dos brasileiros, isto é bem menos do que os 72% da violência e os 68% da

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educação. Ou seja, questão ambiental não é preocupação maior para os brasileiros.

Alternativa “d” Esta é a alternativa correta de acordo com o último parágrafo do texto que apresenta uma visão mais consciente sobre sustentabilidade. “O brasileiro tem elevado grau de consciência sobre sustentabilidade, superior ao de moradores de países ricos como Alemanha e Suécia” (primeiro parágrafo)

Alternativa “e” Esta é uma relação que o texto não autoriza. O Brasil tem muitas riquezas naturais, mas esta abundância não é causa para o descaso com o meio ambiente. Não pode ser considerada como correta esta alternativa.

Fundamentação teórica Exceto a alternativa “d” todas as outras não estabelecem uma compreensão correta do texto. Interpretam mal os dados estatísticos (“a”, “b” e “c”) ou estabelecem relações não autorizadas pelo texto (“e”).

Só para reforçar, repetimos que “compreender” o texto é perceber com correção as informações constantes no texto, o que aparecem em enunciados como: “De acordo com o texto” ou “Atente para as seguintes afirmações”.

Questão nº 34. Interpretação de texto

É correto afirmar que o assunto do texto se desenvolve

(A) de modo a salientar o papel das empresas na sustentabilidade do meio ambiente.

(B) a partir de dados obtidos recentemente em pesquisa de âmbito internacional.

(C) com base em observações de empresas quanto à comercialização de alguns produtos.

(D) por meio de informações de consumidores de produtos diferenciados no mercado.

(E) com considerações sobre o descaso da mídia na divulgação dos problemas ambientais.

Comentário:

Já falamos sobre assunto na primeira questão, porém, agora ele é analisado como elemento de desenvolvimento do texto.

O texto desenvolve a tese de que o Brasil tem um diferencial em relação aos outros países quanto às questões ambientais. Para desenvolver esta tese o autor usa dados estatísticos (assunto).

Alternativa “a” O papel das empresas é questionado no quarto parágrafos e não são apresentadas como exemplo de consciência, pelo contrário, o autor deixa parecer um certo grau de desconfiança quando as atitudes “verdes” delas. São atitudes que visam melhorar a imagem junto ao público e não a consciência ecológica.

Alternativa “b” Esta é a correta, pois os dados estatísticos (assunto) são utilizados para desenvolver o texto.

Alternativa “c” As empresas são analisadas apenas no quarto parágrafo, portanto não se constitui um assunto que desenvolva o texto.

Alternativa “d” Assim como a alternativa “c” esta, também, apóia-se num assunto

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secundário (empresas e consumidores), portanto não serve como resposta correta.

Alternativa “e” A atuação da mídia só aparece no quinto parágrafo. No texto ela é apresentada como fator de consciência do brasileiro e não como descaso no trato do assunto. Esta alternativa contraria o texto.

Fundamentação teórica Para considerarmos um assunto como o que desenvolve o texto, ele tem de estar presente, de uma forma ou outra, em todo o texto, ser o “fio” condutor da argumentação. As alternativas “a” “c” e “d” utilizam elementos apenas do quarto parágrafo, portanto não é assunto (empresas) que oriente a discussão do texto.

Questão nº 35.

Considere as afirmativas seguintes a respeito do emprego de sinais de pontuação no texto:

I. A presença de pontos-e-vírgulas no 2o parágrafo assinala pausa maior entre as afirmativas separadas por esses sinais.

II. O segmento introduzido pelos dois-pontos no 3º parágrafo constitui um argumento que justifica a afirmativa que o precede.

III. As aspas na palavra "verdes", em ambas as situações no 4o parágrafo, conferem a ela sentido especial no contexto, como sinônimo de atitudes e produtos que respeitam o meio ambiente.

Está correto o que se afirma em

(A) I, somente.

(B) II, somente.

(C) I e II, somente.

(D) II e III, somente.

(E) I, II e III.

Comentário:

Esta questão aborda pontuação através de três elementos: ponto e vírgula, dois-pontos e aspas. Na questão 12 estudamos o travessão, agora damos continuidade estudando estes assuntos. No módulo 01 faremos um estudo sobre a vírgula que merece um estudo especial. Neste tipo de questão o que interessa analisar são as afirmativas (I, II e II), pois as alternativas (a, b, c, d, e) são apenas o resultado da avaliação delas.

Afirmativa I - Verdadeira – Há uma pausa entre a afirmativa de que os “números são mais modestos” e o dado estatístico “27% dos brasileiros...”, “20% afirmam...” e “13% dizem...” Na verdade é a separação entre os elementos de uma enumeração.

Afirmativa II - Verdadeira – Os dois pontos isolam os dados estatísticos (86% afirmam... e “80% dizem”) do enunciado anterior. Devemos observar, também, que há dois dados estatísticos: a) “86% afirmam....” e “80% dizem...” unidos pela conjunção “e” o que constitui uma enumeração de elementos com mesma função sintática.

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Afirmativa III - Verdadeira – a palavra “verde”, entre aspas, representa um destaque para o sentido de produto que respeita o meio ambiente.

Como as três afirmativas são verdadeiras, a nossa escolha recai sobre a alternativa “e”.

Fundamentação teórica Agora vamos dar prosseguimento ao nosso estudo sobre pontuação

Ponto-e-vírgula.

É usado para marcar pausa maior que a da vírgula e menor que a do ponto-final. Aparece mais para separar:

a) orações de períodos compostos muito longos – Ex:

Quando a sociedade é questionada sobre suas ações efetivas para proteger o meio ambiente, os números são mais modestos: 27% dos brasileiros reciclam seus resíduos e fazem uso de produtos recicláveis; 20% afirmam conservar árvores; 13% dizem proteger a natureza e apenas 5% controlam o desperdício de água..

b) separar itens que constituem uma lei, um decreto, uma portaria, um relatório, um regulamento, uma instrução normativa –

"O vocabulário conterá: o formulário ortográfico; o vocabulário comum; e o registro de abreviaturas."

Dois-pontos É uma pausa maior que a da vírgula e serve para:

a) Introduzir a fala do interlocutor (neste caso, usa-se também o travessão – veja comentário da questão nº 12).

Pedro disse: — Vou estudar muito para este concurso em São Paulo.

b) Introduzir uma citação.

Como diria meu pai: "Seja honesto e tudo sairá sempre bem.".

c) Introduzir uma enumeração, como no exemplo desta questão (ver a afirmativa II).

Retomaremos o assunto sobre pontuação em outros momentos. Cada um que queira alguma explicação complementar entre no fórum e solicite, que terei o prazer em responder.

Questão nº 36. Concordância verbal e nominal

A concordância verbal e nominal está inteiramente correta na frase:

(A) Chegou ao fim as campanhas voltadas para a reciclagem de materiais nas cidades escolhidas no projeto-piloto.

(B) A conscientização dos moradores daquela área contaminada pelos resíduos tóxicos acabaram surtindo bons resultados.

(C) Muitos consumidores se mostram engajados na luta pela sustentabilidade e traduzem seu compromisso em tudo aquilo que compram.

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(D) Atitudes firmes e claras voltadas para a sustentabilidade na exploração dos recursos da natureza deve trazer lucros promissores para as empresas.

(E) Deveria ser divulgado claramente os princípios que norteiam as ativid-ades empresariais, como diretriz para orientar os consumidores.

Comentário:

Abordaremos a sintaxe com mais detalhes nos módulo 3, 4 e 5. Aqui surge uma questão sobre concordância, vamos respondê-la e apresentar abaixo alguns fundamen-tos teóricos sobre o assunto.

A maior dificuldade nos casos de concordância ocorre quando a frase está fora da ordem direta o que dificulta a compreensão das relações entre os elementos do texto.

É importante, nestes casos, avaliar muito bem as ligações entre os elementos do texto e procurar eliminar as expressões que estão intercaladas a fim de restabelecer a ordem direta da frase.

Alternativa “a” Restabelecendo a ordem dos termos e suprimindo ele-mentos intermediários, temos: “As campanhas (...) chegaram ao fim.” Agora fica bem clara a relação entre o sujeito “campanhas” e o verbo, portanto o erro consiste na falta de concordância entre sujeito e predicado. “Chegaram ao fim as campanhas....” e não “chegou” como está nesta alternativa

Alternativa “b” Vamos fazer o mesmo procedimento. “A conscientização dos moradores (....) acabou surtindo bons resultados”. Ninguém mais tem dúvida de que o erro na frase consiste na falta de concordância entre sujeito e predicado. O correto é “acabou” e não “acabaram”.

Alternativa “c” Esta é a alternativa correta. O sujeito “consumidores” estabelece concordância com todos os verbos (mostram, traduzem e compram) e, também, faz concordância com o nome “engajados”.

Alternativa “d” Vamos repetir o procedimento adotado nas alternativas “a” e “b”. “atitudes firmes e claras (. .........................................................) devem trazer lucros..........................................................................................” “Atitudes” é o sujeito que determina que a concordância da locução verbal (devem trazer) seja plural. A concordância nominal está correta entre “atitudes” e seus adjuntos “firmes e claras”. “Devem” e não “deve” como consta na alternativa.

Alternativa “e” Nesta alternativa devemos restabelecer a ordem direta, invertendo a frase. “Os princípios (....) deveriam ser divulgados. Assim, a concordância fica clara. Aqui também, “deveriam” e não “deveria” como consta nesta alternativa.

Fundamentação teórica Um assunto que pouco chama a atenção dos professores nas escolas é a ordem da frase. Por outro lado, os alunos com a desculpa da “criatividade” imaginam escrever ignorando os fundamentos da linguagem. O básico, na frase, é manter os termos na ordem direta o que facilita o trabalho de organização sintática e evidencia, com clareza, as idéias do texto. Neste módulo vamos introduzir este assunto: Ordem da frase, ampliando o que já iniciamos em outra questão acima (questão 12).

Em termos de análise sintática, o que nos interessa são as estruturas da frase e suas re-lações. Quem detém o conhecimento básico da sintaxe, com certeza, resolve questões mais complexas, pois as diretrizes são as mesmas.

Por uma questão de postura teórica, não desmembraremos o estudo em análise

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interna (da oração) e externa (do período), pois o que distingue uma da outra é apenas uma questão de nível (oração/período) e não de função (sujeito/verbo/complemento). O que nos interessa é o conhecimento da estrutura básica (profunda) da frase e como este esquema se desdobra para chegar à superfície linguística da oração, do período e do texto.

Sempre insistimos no esquema SPC como estrutura básica da frase. Agora é momento de aprofundarmos este modelo tão simples. Qualquer frase é regida pela presença de Sujeito-Predicado-Complementos, mas este esquema pode ser ainda reduzido a Sujeito-verbo ou apenas Verbo. Isto nos esclarece que o núcleo da frase é um verbo, pois ele é sempre presente. Para ilustrar, podemos mostrar os esquemas possíveis:

SPC - O candidato estudou Língua Portuguesa.

SP - O candidato sorriu.

P - Chove.

Agora vamos detalhar cada um destes componentes.

Em primeiro lugar devemos observar que a frase é composta de dois elementos básicos: um sintagma nominal (preenchido pelo nome, seus adjuntos e complementos) e um sintagma verbal (preenchido pelo verbo e seus complementos e adjuntos). Vamos examinar cada um dos elementos.

a) S - O sujeito é o núcleo nominal (composto por nomes e nunca verbo). Tem posição marcada no início da frase. Esta é uma função preenchida pelo substantivo, pelo pronome ou por uma oração (oração subordina substantiva subjetiva). O sujeito pode estar subtendido ou expresso e pode ser composto por um ou mais núcleos (simples ou composto), pode ainda ser acompanhado de outros elementos que chamamos de adjuntos (neste caso é adjunto adnominal - ad+nome) e complementos.

b) P - O núcleo da frase é o verbo que denominamos (sintagma verbal), sem ele não temos oração. A cada forma verbal corresponde uma oração, portanto este é o modo seguro de isolar as orações dentro do período. O verbo não oferece dificuldade para identificação e, nem para classificação, especialmente por suas características morfológicas (flexão modo-temporal). O que nos exige atenção é o fato de que alguns verbos exigem complementos e outros não. O complemento exigido pelo verbo, pode ser “objeto direto” ou “objeto indireto”, mais adiante vamos detalhar estas categorias.

c) C - A classe dos complementos é a mais ampla e complexa. Temos elementos que são complementares ao nome e os que são complementares ao verbo. Os complementos do nome são os “complementos nominais” enquanto que os complementos do verbo são os complementos verbais: objeto direto e objeto indireto. Quem preenche a função de complemento é o substantivo ou uma oração substantiva: subordinada substantiva completiva nominal, subordinada substantiva objetiva direta ou subordinada substantiva objetiva indireta. A maior dificuldade dos alunos é perceberem que as orações subordinadas são apenas complementos (nome, adjetivo ou advérbio) que foram expressos com um núcleo verbal.

Uma forma segura de resolver problemas de linguagem é manter a ordem direta da frase (SPC). Estes três elementos são partes integrantes da frase, ou seja,

são

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necessários. Há os elementos que são “acessórios”, pois não são necessários para a perfeita coesão da frase.

Voltaremos a este assunto mais tarde. Por enquanto é importante saber que reconhecer a ordem da frase é um recurso valioso para a resolução de questões de linguagem.

Questão nº 37. Crase

Muitos consumidores não se mostram atentos . ... necessidade de sustentabilidade do ecossistema e não chegam . ... boicotar empresas poluentes; outros se queixam de falta de tempo para se dedicarem . .... alguma causa que defenda o meio ambiente.

As lacunas da frase acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por

(A) à - a - a

(B) à - a - à

(C) à - à - a

(D) a - a - à

(E) a - à - à

Comentário:

Crase é um assunto muito frequente em provas de concurso, mas, no geral, aborda casos simples que vamos estudar logo abaixo. Neste tipo de questão (de preencher lacuna), uma maneira rápida é descobrir dentre os espaços aquele que temos certeza, eliminando assim algumas possibilidades desde o início.

Uma regra simples é sabermos que diante de forma verbal não podemos ter crase, o segundo espaço é diante de verbo, portanto eliminamos as alternativas “c” e “e”. No terceiro espaço temos um pronome indefinido “alguma”, ora diante dele não podemos ter artigo definido o que nos assegura não termos crase neste caso. Agora podemos eliminar as alternativas “b”, “d” e “e”. Como já tínhamos eliminado a “c”, só resta a alternativa “a” como correta.

Como podem ver, com duas regrinhas básicas resolvemos toda a questão. Aqueles que não confiam muito na nossa “malandragem”, vamos à correção de cada alternativa.

Alternativa “a” Primeiro espaço: leva crase, pois a palavra “atentos” exige a preposição “a” (atentos a) e a palavra que segue é feminina. O segundo espaço não tem crase, pois estamos diante de uma forma verbal: “boicotar”. No terceiro, também não temos crase por ser diante de um pronome indefinido. Assim esta alternativa é a correta.

Alternativa “b” Nesta alternativa já vimos que os dois primeiros espaços estão corre-tos, mas não podemos ter crase diante de “algumas”, portanto o terceiro “a” craseado é errado, o que torna a alternativa inválida.

Alternativa “c” Nesta alternativa o primeiro e o último (à – a) estão corretos, mas o segundo não pode ter crase, pois está diante de verbo. Assim fica errada esta opção.

Alternativa “d” O primeiro “a” necessita de crase, e o terceiro, como vimos não pode

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ter crase. Duplamente inválida esta alternativa.

Alternativa “e” Esta alternativa consegue sugerir todas as possibilidades erra-das. Triplamente inválida.

Fundamentação teórica Agora vamos revisar alguns casos de crase. O importante não é decorar todos os casos, mas saber reconhecer os casos mais comuns.

As regras sobre crase são muito simples e, dificilmente, um aluno erra questão sobre este assunto. Sabedoras disso, as bancas não pedem casos de crase diretamente nas alternativas, mas estabelecem relações com outros assuntos como locuções adverbiais (à vista, a prazo) e distinção entre uso da crase, do verbo haver e do artigo (à, há, a). Vamos esclarecer os casos mais freqüentes:

Regra geral A crase ocorrerá sempre que o termo anterior exigir a preposição “a” e o termo posterior admitir o artigo “a” ou “as”. Ex: No verão passado fui à praia. .

Para se certificar, substitua o termo feminino por um masculino, se a contração “ao” for necessária, a crase será necessária. Ex.: à praia./ ao campo.

Casos obrigatórios:

1) Nos casos da regra geral.

• Dirigiu-se à saída.

2) Locuções formadas por palavras femininas.

• À medida que passa tempo a violência aumenta.

• O povo vive à mercê de políticos muitas das vezes corruptos.

• Gosto muito de sair à noite.

• Pagou as compras à vista. Mas – Ele pagou as compras a prazo.

3) Na indicação do número de horas. , quando ao trocar o número de horas pela palavra meio-dia, obtivermos a expressão ao meio-dia.

Retornou às oito horas em ponto..

Um modo de reconhecer este uso é verificar se ao trocar “horas” pela expressão “meio-dia”, surge a combinação “ao meio-dia”. Retornou às oito horas em ponto / Retornou ao meio-dia em ponto.

4) Com as expressões: “à moda de”, “à maneira de” mesmo quando essas estiver-em implícitas.

• Farei para o jantar uma feijoada à maneira mineira.

• Comemos um vatapá à baiana.

Emprego facultativo 1) Diante de pronomes possessivos femininos.

• Vou a tua casa./ Vou à tua casa.

2) Diante de nomes próprios femininos.

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• Não me referia a Maria./ Não me referia à Maria.

3) Depois da preposição até.

• Foi até a janela./ Foi até à janela.

Casos em que não ocorre crase. 1) Diante de palavras masculinas.

• Saiu a cavalo e sofreu uma queda.

2) Diante de verbos.

• Ele está apto a dirigir carros de passeio.

3) Diante de nome de cidade (topônimo) que não admitem artigo.

• Turistas vão frequentemente a Tiradentes. Obs: Descubra se o nome da cidade aceita artigo, usando o verbo “voltar”. Se houver contração de preposição e artigo, existirá crase. Fui à Espanha / Voltei da Espanha. Fui a Tiradentes / Voltei de Tiradentes. Se o nome da cidade estiver determinado, a crase será obrigatória. Fui à histórica Tiradentes.

4) Não se usa crase com expressões formadas por palavras repetidas (uma a uma, frente a frente, etc.)

• Olhamo-nos cara a cara.

5) Diante da palavra terra, quando esta significar terra firme, tomada em oposição a mar ou ar.

• Os pilotos já voltaram a terra.

6) Diante da palavra casa (no sentido de lar, moradia) quando esta não estiver determinada por adjunto adnominal.

• Voltarei a casa esta semana.

• Voltarei à casa paterna esta semana. (paterna = adjunto adnominal)

Estes são os casos mais comuns.

O importante é ter em mente os seguintes fatos básicos:

• Crase só com nomes femininos;

• Crase só diante de palavras que admitam o artigo definido feminino “a”.

• Nunca diante de verbos, pois o verbo não admite artigo.

• Nunca diante de nomes masculinos em pronomes indefinidos.

Com este resuminho é possível resolver a maioria dos casos de crase.

Gabarito 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 C E A D B D C B A D

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11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 E D C B B D B E B A

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 D C B D E C A E B A

31 32 33 34 35 36 37 D C D B E C A

Talvez você tenha considerado um pouco longo o nosso comentário, mas o interesse é explicar detalhadamente o funcionamento de cada questão e examinar todas as alternativas. Não basta apontar a alternativa correta, sem que se tenha segurança da razão de sua correção e, também, da impossibilidade das demais. É muito mais produtivo detalhar bem uma questão do que apenas conferir o gabarito de uma centena.

Neste módulo, trabalhamos diversas questões sobre compreensão e interpretação de texto. Nos próximos módulos deixaremos de comentar as questões de texto para aprofundarmos as de gramática. Não esqueçam de que o nível de aprofundamento dos assuntos depende das solicitações de vocês. A situação é um tanto conflitante, pois ao aprofundar teoria, alguns alunos reclamam da dificuldade, por outro lado, ao restringir-se aos comentários, outros reclamam da superficialidade do material. Para tentar agradar “gregos e troianos”, deixo com vocês a decisão sobre que assuntos aprofundar. Opinem!

Registre aqui o seu desempenho. Verifique o tempo que você levou para responder às questões, logo após, conte o número de acertos. Divida o tempo pelo número de questões. Este é o seu índice de acertos. Vamos melhorá-lo?

Bibliografia

ABREU, Antônio Suárez. A arte de argumentar: gerenciando razão e emoção. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.

AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. 2ed. São Paulo: Publifolha, 2008.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

BITTAR, Eduardo C. B. Linguagem jurídica. São Paulo: Saraiva, 2001. GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em Prosa Moderna. 26ed. Rio de Janeiro:

Editora FGV, 2006. HENRIQUES, Cláudio César Sintaxe: estudos descritivos da frase para o texto. Rio de

Janeiro: Elvesier, 2008. _________ Morfologia: estudos lexicais em perspectiva sincrônica. Rio de Janeiro:

Elvesier, 2007. _________ Fonética, Fonologia e Ortografia: estudos fono-ortográficos do português.

Rio de Janeiro: Elvesier, 2007. HOUAISS, Antônio e VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da Língua

Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Page 49: DPE-RJ - Língua Portuguesa - Aula 01

PONTO DOS CONCURSOS

Prof. Odiombar Rodrigues – DPE/RJ Página 49

PERELMAN, Chaim e OLBRECHTS-TYTECA, Lucie. Tratado da argumentação – a nova retórica. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

Conclusão

Que tal? Você gostou da nossa primeira aula?

Ela é o seu contato inicial com o nosso trabalho, durante o curso você terá oportunidade de interagir conosco e contribuir, de forma decisiva, para que este curso se torne cada vez melhor e mais focado no interesse dos concurseiros.

Nesta primeira aula, estudamos alguns aspectos teóricos. Fizemos recomendações para o seu bom desempenho nos estudos de Língua Portuguesa. Também justificamos o nosso curso, mostrando a você o quanto um bom desempenho nessa área é importante para destacá-lo dentre os demais candidatos.

A nossa meta é sempre auxiliar você na tarefa de compreender os mecanismo de linguagem e responder, com segurança e proficiência, às questões da prova. Torne-se partícipe de nosso grupo de trabalho. Será um prazer contar com você em nossa classe. Caso algum conteúdo tenha ficado um pouco nebuloso para você, não se preocupe, pois as aulas que seguem são repletas de informações e exercícios que, com certeza, desenvolverão em você habilidades importantes na área de linguagem.

Neste módulo de apresentação, você pode praticar em algumas questões de provas de concursos públicos. Os comentários ficaram um pouco longos, pois a nossa intenção é tornar o raciocínio o mais claro possível.

Trabalhamos com três provas, uma de cada banca: CESGRANRIO, FUNRIO E FFC. No próximo módulo acrescentaremos provas da FGV.

Não se esqueça de manter o seu material atualizado e o desempenho registrado. Toda dúvida encaminhe, teremos prazer em auxiliá-lo com respostas pessoais e bem fundamentadas. No nosso curso, você se comunica diretamente com o professor, não há monitores ou assistentes como intermediários.

Antes de encerrar, gostaria de fazer uma solicitação. Entrem no fórum e façam uma avaliação de nosso trabalho, bem como sugiram o que julgarem necessário.

Encerramos aqui e esperamos encontrar você em nosso próximo módulo.

Até lá. Um abraço

Odiombar Rodrigues – [email protected]

Índice Remissivo

Abordagem de texto Assunto ........................................... 22 Compreensão e interpretação............ 7 conhecimento prévio ...................... 33 Tese ................................................. 22

Adjetivação ......................................... 21

Comentário das questões ..................... 5 Figuras de linguagem

Metáfora ......................................... 20 Formação de palavras ........................ 17 Material de apoio ................................. 4 Ordem da frase . ................................. 43

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PONTO DOS CONCURSOS

Prof. Odiombar Rodrigues – DPE/RJ Página 50

Pontuação Dois pontos ..................................... 41 Ponto e vírgula ................................ 41 Vírgula ............................................ 18

Referenciação . ................................... 26 Sintaxe da frase

Complementos ................................ 35 Objeto direto . ................................. 35

Tabela de controle de desempenho ....... 5 Tempos verbais

Primitivos e derivados ................... 11 Textos

I - Para sempre ................................. 6 II - O voo da águia . ....................... 15 III - Recursos naturais . .................. 21 IV - Chapada do Araripe . .............. 30 V - O brasileiro . ............................ 38

Verbos Tempos primitivos e derivados . .... 11