Dtm x Tratamento Orto

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Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências da Saúde Curso de Graduação em Odontologia Maria de Fátima Kedma Pereira de Sousa As Disfunções Temporomandibulares versus Tratamento Ortodôntico. João Pessoa 2009

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Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências da Saúde

Curso de Graduação em Odontologia

Maria de Fátima Kedma Pereira de Sousa

As Disfunções Temporomandibulares versus Tratamento Ortodôntico.

João Pessoa

2009

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Maria de Fátima Kedma Pereira de Sousa

As Disfunções Temporomandibulares versus Tratamento Ortodôntico.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Odontologia, da Universidade Federal da Paraíba em cumprimento às exigências para conclusão.

Orientadora: Karina Jerônimo Rodrigues Santiago de Lima Doutora em Ortodontia

pela Faculdade de Odontologia de Bauru – USP.

João Pessoa

2009

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Maria de Fátima Kedma Pereira de Sousa

As Disfunções Temporomandibulares versus Tratamento Ortodôntico.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Odontologia, da Universidade Federal da Paraíba em cumprimento às exigências para conclusão.

Dissertação aprovada em ____ / ____ / ____

_____________________________________

Karina Jerônimo Rodrigues Santiago de Lima, Doutora em Ortodontia

Orientadora – UFPB

_____________________________________

Rejane Targino Soares Beltrão, Doutora em Ortodontia

Examinador – UFPB

_____________________________________

Ricardo Lombardi de Farias, Doutor em Ortodontia

Examinador – UFPB

_____________________________________

Eliane Batista de Medeiros, Doutora em Odontopediatria

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3

S725d Sousa, Maria de Fátima Kedma P. de.

Disfunção temporo-mandibular versus tratamento ortodôntico / Maria de Fátima Kedma P. de Sousa. -- João Pessoa : [s.n.], 2009.

55 f. Orientadora: Karina Jerônimo Rodrigues Santiago.

Monografia (Graduação) – UFPB/CCS.

1. Odontologia. 2. Tratamento ortodôntico. 3. Má oclusão. 4. Desordem temporomandibular.

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Dedicatória:

Dedico este trabalho In memorian do meu querido irmão: ``Francisco Pereira

de Sousa Júnior``que partiu tão cedo para eternidade, mas sei que de onde estás

me ilumina sendo meu escudo fiel durante minhas batalhas do dia a dia, presente

em minha vida, em meus pensamentos e principalmente no meu coração. Amado

irmão brindo a você todas às minhas conquistas, felicidades e vitórias e espero

humildemente o dia em que nossa família esteja reunida novamente.

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Agradecimentos:

Agradeço com toda minha fé ao meu Deus protetor, que me propociona a

vida e me ajuda a trilhar os caminhos macios e com espinhos;

Agradeço ao meu pai Francisco e à minha mãe Beta por todo amor, respeito

e pelos sacrifícios realizados por mim;

Agradeço ao meu esposo Jefferson pela união que temos, pela compressão

nos dias e momentos em que estive ausente, pela ajuda com os trabalhos, por

cuidar de mim, por me respeitar e me ser fiel. Amo-te;

Agradeço à minha linda e única irmã, presente de Deus em minha vida,

Janaína pela verdadeira amizade e fidelidade com quem eu sempre contarei;

Agradeço à minha segunda mãe tia Fátima que desde o berço cuidou de mim

como sua filhinha;

Agradeço às minhas avós Georgina e Hilda, velhinhas tão simpáticas e

amorosas comigo;

Agradeço às minhas tias Lúcia e Graça com as quais eu sempre me divirto;

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Agradeço à minha orientadora Karina Jerônimo pela sua dedicação, auxilio,

amizade, carinho e respeito durante esta jornada, assim como a todos os

professores da Ortodontia e da Odontopediatria;

Agradeço às minhas amigas de classe Isabelita, Manuella, Karen com

as quais passei diversos sofrimentos e noites mal dormidas pela odontologia,

por me agüentarem nos momentos de fraquezas e apesar das vezes em que

nos distanciamos eu nunca deixei de ama-lás sei que nem o tempo, nem a

distância irá apagar o imenso amor que eu sinto por vocês;

Agradeço as minhas amiguinhas, Ana Luiza, Tatyanne, Samara, Claúdia,

Priscilla, Vanessa, Jayanne as quais durante o curso desenvolvi uma sincera

admiração, carinho e amizade;

Agradeço aos meninos da turma: Thiago, Claudion, Érico, Breno,

Alexandre, Isaac, Catolé, Vitor, George, Jordano, Renan por me ajudarem

quando necessitei e por serem tão divertidos;

Agradeço as pessoas em que amei em silêncio e que sempre desejei um

fragmento de uma verdadeira amizade, mas que por força maior do destino, este

desejo não se concretizou. Entretanto, peço-lhes obrigada por pelo menos terem

sentado ao meu lado neste bonde que é a vida;

Agradeço aos funcionários desta instituição que sempre foram tão educados

comigo: Celita, Marconi, D. Rita, Jorge, Seu Antônio Alves, D. Fátima;

E por fim agradeço aos meus mestres, não a todos, mas àqueles que foram

exemplo de dedicação, amor, maturidade, amizade, compreensão, companheirismo

e tolerância. A vocês agradeço profundamente com sincero carinho.

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RESUMO

As disfunções Temporomandibulares (DTM) têm uma gênese multifatorial, A suposta

relação entre tratamento ortodôntico e a etiologia de DTM tem despertado grande

interesse no meio científico, pois apesar do desenvolvimento da tecnologia em torno

da capacidade diagnóstica, esses avanços não foram capazes de esclarecer a

controvérsia sobre a possível interação. Para tanto, foi realizada uma pesquisa

bibliográfica com uma abordagem metodológica indutiva e técnica documental

baseada na literatura pré-existente, com o objetivo de avaliar se o tratamento

ortodôntico pode ser considerado fator etiológico de DTM e/ou atua na resolução de

DTM. Com base na revisão de literatura pode-se concluir que não há comprovações

científicas que o tratamento ortodôntico por si só ocasione a DTM, e o tratamento

ortodôntico não predispõe o indivíduo a um maior risco para o desenvolvimento de

DTM. Porém não se pode predizer e quantificar, se o tratamento ortodôntico é uma

solução para DTM.

Palavras-chave: Tratamento ortodôntico; Má oclusão; Desordem temporomandibular.

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ABSTRACT

The Temporomandibular disorders (TMD) have a multifactorial genesis, the

presumed relationship between orthodontics and etiology of TMD has aroused great

interest in the scientific, however even with the development of technology around

the diagnostic capacity, these advances have not been able to clarify the controversy

on the possible interaction. For this, a literature research was performed with an

inductive approach and technical documentation based on pre-existing literature, in

order to evaluate if orthodontic treatment can be considered as etiological factor of

TMD and/or is helpful in the resolution of TMD. Based on literature review we can

conclude that there is no scientific evidence that orthodontic treatment itself cause

the TMD, and orthodontic treatment does not predispose the individual to a higher

risk for developing TMD. But can not predict and quantify if orthodontic treatment is

the solution to TMD.

Keywords: Orthodontic treatment; Malocclusion; Temporomandibular Disorder.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………………......... 10

2 REVISÃO DE LITERATURA………………………………………………………......... 12

2.1 Sistema estomatognático………………………………………………………… 13

2.2 Disfunção temporomandibular………………………………………………….. 14

2.2.1 Nomenclatura, conceitos…………………………………………………………... 14

2.2.2 Sinais e sintomas……………………………………………………………………. 16

2.2.3 A relação entre DTM e tratamento ortodôntico……………………………….. 17

3 PROPOSIÇÃO……………………………………………………………………………... 30

4 METODOLOGIA………………………………………………………………………....... 32

5 DISCUSSÃO……………………………………………………………………………...... 34

6 CONCLUSÕES………………………………………………………………………......... 42

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS…………………………………………………......... 44

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INTRODUÇÃO

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1 INTRODUÇÃO

A Articulação Temporomandibular (ATM) é uma das mais complexas

articulações do corpo humano, sendo responsável por movimentos mastigatórios e

pelas atividades mandibulares funcionais e parafuncionais (MATHEUS et al., 2005).

A ATM consiste em um elemento do sistema estomatognático formado por diversas

estruturas anatômicas que quando estável é responsável por um correto

funcionamento da mastigação, da deglutição, da fonação e da postura (QUINTO,

2000).

A Disfunção temporomandibular (DTM) tem sido caracterizada como

alterações nas articulações temporomandibulares, nos músculos da mastigação e

estruturas relacionadas a estes. O portador de DTM apresenta diversos sinais e

sintomas que são comuns, como: as algias e sensibilidade nos músculos da

mastigação, presença de ruídos, estalidos e crepitação nas ATM, bem como

limitação nos movimentos mandibulares. Os indivíduos acometidos com DTM

geralmente sofrem com incapacitação funcional, sensação da dor, uma experiência

subjetiva e desagradável que interfere diretamente na qualidade de vida. O sucesso

do tratamento depende do diagnóstico diferencial correto relacionando os sinais e

sintomas obtidos através de um exame clínico minucioso (OKESON, 2000).

A etiologia da DTM é de ordem multifatorial, havendo uma combinação de

diversos fatores limitantes tais como: os fatores oclusais associados às respostas

nos músculos e ATMs, e às condições sistêmicas e emocionais do paciente que

podem iniciar, manter ou agravar o quadro (PEDRONI; OLIVEIRA; GUARATINI,

2003).

O tratamento ortodôntico foi apontado como um fator contribuinte para o

desenvolvimento da DTM e, desde então muitos estudos têm sido realizados. Há

uma grande controvérsia entre os autores, pois para alguns, a correção ortodôntica

pode ser a cura para a DTM, enquanto para outros pode predispor o paciente a

dores e disfunções da ATM (DELBONI; ABRÃO, 2005).

Porém, devido à gênese da DTM ser multifatorial, é incorreto afirmar que um

fator isolado origine a disfunção, sendo de concordância que a depressão, o

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estresse, a incapacidade e a doença comportamental podem determinar o curso da

doença e afetar o prognóstico e tratamento (DWORKIN; LERESCHE, 1992).

Alguns estudos como os de autores como: Mcnamara Jr. e Turp (1997)

revisaram a relação do tratamento ortodôntico com a DTM. Neste trabalho foram

abordadas as diferenças entre aparelhos fixos e removíveis,assim como a influência

do tratamento ortodôntico com ou sem extrações e ainda se questionou o papel da

ortodontia na prevenção e cura da DTM. Frente aos resultados os autores

concluíram que os tratamentos ortodônticos, independentes do tipo de mecânica e

da realização de extrações, não aumenta os riscos de o indivíduo desenvolver

Disfunção temporomandibular futuramente. Mas, apesar de não ocasionar DTM, não

há evidências convincentes de que o tratamento ortodôntico pode curar essas

disfunções.

Diante do exposto, torna-se necessário elucidar a associação entre

tratamento ortodôntico e disfunções temporomandibulares, esclarecendo os efeitos

do tratamento ortodôntico sobre a ATM, e qual sua relação com o aparecimento e

resoluções de DTMs.

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REVISÃO DE LITERATURA

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Sistema estomatognático

O sistema estomatognático consiste em uma entidade fisiológica, funcional e

composta por diversos tecidos diferentes e variados quanto à origem e a estrutura,

porém são completamente interdependentes. Fazem parte desse sistema

componentes esqueléticos (maxila e mandíbula), arcos dentárias, tecidos moles

(glândulas salivares suprimento vascular e nervoso, língua, lábios, bochechas,

ligamentos periodontais e da ATM), articulações dentoalveolar e temporomandibular

(ATM) e músculos da mastigação, da deglutição, e da mímica, ou seja, componentes

anatômicos e fisiológicos (PAIVA et al.,1997; ROSENBAUER et al., 2001).

Este sistema é a unidade funcional do corpo, responsável pela mastigação,

deglutição e fala. Relacionado ao sistema estomatognático temos o controle

neurológico o qual regula e coordena todas as estruturas e componentes desse

sistema (OKESON, 1992). Além das funções de mastigação, deglutição e fala o

sistema estomatognático também é responsável pela sucção; gustação; respiração;

postura da mandíbula, língua e osso hióide; e pela mímica ou expressão facial

(PAIVA et al. 1997).

Constituído por estruturas que suportam os órgãos da face e contribuem nos

movimentos dos mesmos, como: ossos (maxila, mandíbula, zigomático, temporal,

esfenóide, hióide e coluna cervical); dentes e seus elementos de suporte, a ATM, os

músculos, sistema nervoso, sistema vascular, glândulas que atuam no processo

digestivo. Estes componentes quando inalterados permitem um harmonioso

desempenho fisiológico e anatômico (PAIVA; PAIVA, 2008).

A mastigação como ato fisiológico complexo que envolve atividades

neuromusculares e digestivas do sistema estomatognático, depende totalmente da

harmonia do mesmo. Do ato mastigatório participam vários elementos, dentre eles

os órgãos dentários, exercendo papel principal, e também músculos, glândulas

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salivares, palato duro, articulação temporomandibular e ossos maxilares. A mínima

desarmonia entre os elementos que constitui o sistema estomatognático poderá

acarretar prejuízos à atividade mastigatória repercutindo na qualidade de vida do

indivíduo (MONTEIRO et al., 2005).

A posição correta do côndilo da mandíbula na fossa mandibular evidencia

uma perfeita harmonia e funcionamento do sistema estomatognático

(CASAGRANDE; ROSSATO, 1998).

Os componentes do sistema estomatognático são organizados em três

sistemas: o sistema físico, formado pela oclusão dentária que realiza a atividade

mecânica; o sistema biológico, composto pelo periodonto de proteção e de suporte

dos dentes; o sistema neurofisiológico, constituído pelas ATMs, incluindo ligamentos

e o complexo neuromuscular (HENRIQUES, 2003). Sendo assim toda a atividade do

sistema estomatognático é conseqüência das ações dos músculos que o compõem,

guiados pelos impulsos nervosos oriundos do sistema nervoso central. Portanto,

qualquer desequilíbrio na organização desse sistema pode gerar em uma disfunção

temporomandibular (TOMMASI, 1997).

O sistema estomatognático tenderá a funcionar, a despeito de perdas ou

injúrias, sempre dentro de um limiar de tolerância que uma vez rompido resultará em

estados disfuncionais, que podem aparecer em forma de uma intensa atrição

dentária, dor muscular, dor articular, limitação de movimento ou alteração articular

degenerativa (PAIVA; MAZZETO, 1998).

2.2 Disfunção temporomandibular

2.2.1 Nomenclatura, conceitos

Em 1934 James B. Costen foi o pioneiro a relatar minuciosamente achados

sobre as disfunções do sistema estomatognático, especificamente as dores na

região de ouvido e de ATM. Esse relato foi fundamentado na detecção de alguns

sintomas presentes em 11 pacientes como dores de cabeça e ao redor do ouvido,

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zumbidos, ruídos articulares, boca e garganta secas. Essas alterações articulares da

ATM, bem como o conjunto de sintomas foram denominadas de Síndrome de

Costen (COSTEN, 1934).

Schwartz (1955) sugeriu o termo Síndrome Dor-Disfunção da ATM concluindo

que essa síndrome apenas afetava pacientes predispostos por sua constituição. Já

Laskin, em 1969, indicou uma nova nomenclatura, Síndrome dor- disfunção

miofascial, utilizada por diversos profissionais na atualidade; o respectivo autor diz

que os espasmos dos músculos mastigatórios seriam o fator primário para o

desenvolvimento da disfunção.

Ramfjord e Ash (1977) utilizaram a terminologia distúrbios funcionais da

articulação temporomandibular, enquanto McNeill em 1980 propôs desordens

craniomandibulares, conhecida pela sigla DCM. Bell (1982) sugeriu o termo

desordem temporomandibular que ganhou popularidade. O conselho Federal de

Odontologia adotou o termo disfunção (ALENCAR Jr., 2005).

As DTMs constituem um conjunto de alterações do sistema estomatognático

que consequentemente ocasionam dores na musculatura mastigatória, dores ao

redor da ATM e na nuca, estalidos nessa mesma região, limitação dos movimentos

excêntricos e na abertura e fechamento da mandíbula, além de envolvimento dos

dentes e estruturas de suporte (THEODORO et al., 2006).

As disfunções temporomandibulares abrangem uma coleção de condições

médicas, odontológicas e/ou faciais associadas com anormalidades do sistema

estomatognático, que desencadeiam disfunções na ATM e tecidos adjacentes,

incluindo músculos faciais e cervicais (NEGREIROS et al., 2006).

Em nosso país o termo mais popularmente utilizado entre os profissionais de

saúde, pacientes e leigos é o de ``Disfunção da ATM``, visto que essa nomenclatura

reflete mais objetivamente o conjunto de anormalidades musculares e esqueléticas

do sistema estomatognático (SIQUEIRA, 2001).

De uma forma geral, as DTMs podem ser divididas em musculares quando

acometem apenas a musculatura mastigatória e do pescoço, e articulares que se

caracterizam por distúrbios internos da ATM e músculos auriculares, abrangendo,

simultaneamente, a musculatura e a articulação (OKESON, 2000).

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2.2.2 Sinais e sintomas

A Disfunção temporomandibular reúne um vasto espectro de sinais e

sintomas clínicos musculares e articulares relacionados ao sistema estomatognático

(PAIVA, 2008).

Há diversas controvérsias a respeito da real prevalência de sinais e sintomas

da DTM. Essa afirmação baseia-se nas ausências da padronização de uso de um

critério ou índice definido e validado, e na falta de padronização de metodologias

(GOULET; LAVIGNE; LUND, 1995).

Os sinais e sintomas das disfunções temporomandibulares se caracterizam

por dores nos músculos da mastigação, do pescoço, na região da articulação

temporomandibular, cefaléia, apertamento dentário, ruídos articulares, sensação de

ouvido tapado, zumbido nos ouvidos, dor e desvio nos movimentos de abertura e

fechamento mandibular, limitação nos movimentos de abertura, lateralidade e

protrusão, travamento e luxação mandibular (ASH; RAMFJORD, 1987).

As DTMs possuem um aspecto esporádico, sendo que em grande parte dos

indivíduos os sintomas desaparecem sem nenhum tipo de tratamento. Diversos

indivíduos não acometidos pela DTM apresentam algum sinal ou sintoma

característico desta patologia, como ruídos ou assimetrias durante a abertura e

fechamento bucal. Contudo, é raro aparecer à limitação na abertura bucal quando

não existem problemas musculares ou articulares (CONTI, 1998).

Os fatores anatômicos (como músculos, ligamentos e ATM), os fatores

psicológicos, tais como estresse e depressão, e ainda fatores neuromusculares

(hiperatividade muscular e distúrbios oclusais) são favoráveis ao desenvolvimento

dessas disfunções (CALDANA; SILVA, 2001).

Os agentes etiológicos são divididos em: capazes de aumentar a atividade

muscular; fatores que interferem funcionalmente no sistema; aspectos relacionados

ao sistema psiconeurofisiológico (PAIVA et al., 2008).

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A DTM é freqüentemente discutida, exatamente por ser um assunto que

levanta muita dúvida e polêmica principalmente a respeito de sua etiologia

(TEIXEIRA; ALMEIDA, 2007).

Os fatores causais evidenciados na multifatoriedade dessa disfunção são:

trauma, parafunção, fatores psicológicos, má oclusão e tratamento ortodôntico

(OLSSON; LIDQVIST, 2002; VALLE-COROTTI et al, 2003).

2.2.3 A relação entre DTM e tratamento ortodôntico

As ações do tratamento ortodôntico sobre o sistema mastigatório não se

apresentam totalmente elucidadas e a perspectiva de considerar a má oclusão como

fator etiológico primário das disfunções temporomandibulares coloca diversas vezes,

a ortodontia como origem dessas disfunções e outras vezes como solução. A

relação entre o tratamento ortodôntico e as desordens temporomandibulares se

constitui num dos assuntos mais controversos e estudados na odontologia

contemporânea (TEIXEIRA; ALMEIDA, 2007).

Witzig e Spahl (1987) lançaram um livro baseado em observações clínicas

sobre a relação da etiologia da DTM em função do tratamento ortodôntico. Estes

autores relataram que com extração dos pré-molares o arco superior será deslocado

para posterior originando uma interferência incisal, que associada ao tratamento

sem extrações no arco inferior age como um plano guia que se choca com este arco

durante o movimento de fechamento bucal, forçando toda a mandíbula para

posterior, e consequentemente, a cabeça da mandíbula também, assumindo uma

posição posterior em relação ao disco articular em direção à zona bilaminar, região

altamente sensível, o que poderia agir como um fator etiológico para DTM. Loft et al. (1989) afirmaram uma importante associação entre DTM e

pacientes submetidos a tratamento ortodôntico. A amostra do estudo foi composta

por 568 estudantes da Georgia com faixa etária entre 20 e 43 anos. Os autores

concluíram que o tratamento envolvendo extrações de pré-molares gera um

posicionamento posterior do côndilo.

Dibbetes e Van Der Well (1989) encontraram alterações nos côndilos

mandibulares, em pacientes submetidos a tratamento ortodôntico que surgiram e

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desapareceram depois do tratamento ortodôntico, não associando essas alterações

ao tratamento ortodôntico isoladamente.

Faccioni, Bogini e Bertelé (1990) afirmaram que clinicamente há uma

associação entre Classe II esquelética com mordida profunda e DTM. Relataram que

o contato prematuro anterior desloca o côndilo distalmente, contundindo a zona

bilaminar provocando algias. Concluíram que a ortodontia combinada com um ajuste

oclusal poderá corrigir o problema.

Bowbeer (1990) cita que os procedimentos ortodônticos que são capazes de

desencadear ou exacerbar uma DTM são: 1-O término do tratamento sem uma

avaliação do potencial de crescimento latente da mandíbula, então após o

tratamento a mandíbula continua a crescer e é retida pelos incisivos superiores para

uma posição retrusa, forçando os côndilos distalmente; 2- retração excessiva dos

incisivos superiores; 3-exodontia dos pré-molares, com conseqüente retração do

segmento anterior; 4-retração anterior para fechamento de espaços ocasionados por

agenesias; 5-uso de mentoneiras; 6-uso de máscara facial; 7- elásticos

intermaxilares de Classe III; 8- uso de aparelho extrabucal no arco inferior; 9-

elásticos intermaxilares de Classe II, quando determinam uma excessiva retração

dos incisivos superiores com conseqüente fechamento mandibular mais para distal.

Rinchuse, Abraham e Medwid (1990) relataram que a teoria de uma pressão

distal sobre os côndilos, como fator etiológico da DTM, perfaz uma visão

inadequada. Os autores concluiram que na maioria das vezes, alguns

procedimentos como elásticos de Classe II e extrações de pré-molares podem

ocasionar distúrbios em pacientes que já apresentaram ou apresentam, sinais e

sintomas de DTM, causando um agravamento do quadro.

Nielsen, Melsen e Terp (1990) utilizando uma amostra de 706 adolescentes

dinarmaqueses com uma faixa etária entre 14 a 16 anos. Observaram a participação

do tratamento ortodôntico na condição do sistema estomatognático, 48,3% dos

participantes tinham recebido tratamento ortodôntico. Os autores compararam o

grupo dos tratados ortodonticamente e dos não tratados ortodonticamente,

concluíram uma maior prevalência de sensibilidade a palpação articular e muscular

do grupo tratado ortodonticamente e uma semelhança de prevalência em relação

aos ruídos articulares entre os grupos.

Dibbetes e Van Der Welle (1991) realizaram um estudo analisando a relação

entre ortodontia, extrações e disfunções temporomandibulares em um estudo

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longitudinal durante 15 anos com uma amostra de 172 pacientes em tratamento

ortodôntico, destes 39% utilizaram aparelhos removíveis, 44% utilizaram dispositivos

fixos e 17% utilizaram mecânica de Begg para Classe III ou mentoneira. Diante da

pesquisa os autores concluíram que não houve diferenças nos sinais e sintomas de

DTM em relação aos três tipos de tratamento e afirmaram também que os fatores

responsáveis dos sintomas de DTM foi o padrão de crescimento e não a realização

prévia das extrações.

Baker et al. (1991) notificaram que o tratamento ortodôntico por si só não é

um fator de risco a gênese e ao desenvolvimento da DTM, já que o tratamento

ortodôntico, produz modificações, às quais o sistema estomatognático vai se

habituando paulatinamente.

Hirata et al. (1992) declararam a existência muito grande de indivíduos com

DTM, sugerindo então que se é muito difícil determinar se o tratamento ortodôntico é

uma possível causa dessa disfunção, já que a etiologia da DTM é multifatorial.

Rendell, Norton e Gay (1992) em um trabalho de 18 meses de duração com

pacientes ortodônticos constataram que a maioria dos pacientes que fizeram

tratamento ortodôntico não desenvolveu sinais e sintomas de DTM; e os pacientes

que já apresentavam algum sinal ou sintoma de DTM não apresentaram malefícios

na sintomatologia após o tratamento.

Egermark e Thilander (1992) reexaminaram uma amostra de 402 crianças e

adolescentes em relação aos sinais e sintomas da DTM e avaliaram a diferença

entre pessoas que tiveram tratamento ortodôntico precoce e os que não tiveram

tratamento. Como resultados os autores obtiveram que o grupo tratado

ortodonticamente tinha uma baixa prevalência dos sintomas da DTM em relação ao

grupo sem tratamento ortodôntico; o exame clínico e a anamnese mostrou que

pessoas que tiveram tratamento ortodôntico tinham uma disfunção clínica menor do

que os não tratados.

Kremenak, Kinser e Melcher (1992) em uma pesquisa sobre ortodontia como

fator de risco para DTM e com uma amostra de 109 pacientes na Clínica Ortodôntica

da Universidade de Iowa. Obtiveram como resultados que 10% da amostra tiveram

uma leve piora de DTM depois de terminado a terapêutica ortodôntica e que 90% da

amostra tratada ortodonticamente permaneceram sem problemas ou melhoraram

após o tratamento.

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Em 1993, Wadhwa, Utreja e Tewari realizaram uma pesquisa clínica com

moradores do norte da Índia. A amostra foi constituída de 102 indivíduos (30

indivíduos com oclusão normal não tratados, 41 com má oclusão também não

tratada e 31 indivíduos tratados ortodonticamente com idades entre 13 e 25 anos)

comparando os sinais e sintomas de DTM entre os mesmos. Utilizando o índice de

Helkimo não foram encontradas diferenças entre os grupos em relação ao índice

anamnésico, sendo que a porcentagem apresentou-se baixa, comparando-se com

outros levantamentos bibliográficos. Essa diferença foi atribuída à falta de

informação em relação às DTM nas populações orientais comparadas as ocidentais.

Em relação ao índice clínico de disfunção, o grupo com oclusão normal apresentou

maior porcentagem (46,7%) indivíduos livres de sinais e sintomas, comparados com

19,6% do grupo com má oclusão não tratada e 22,6% do grupo tratado. A avaliação

dos ruídos articulares indicou uma porcentagem de 35,5% do total da amostra.

O´reilly, Rinchuse e Close (1993) analisaram a interelação entre elásticos de

Classe II e extrações de pré-molares e os sinais e sintomas de DTM. Esta pesquisa

foi composta por dois grupos. Os resultados demonstram que 40% dos pacientes do

grupo experimental (60) pacientes apresentaram dor suave durante o tratamento e

(90) pacientes, 60% da amostra, não apresentaram nenhuma dor. Os autores

concluíram que os elásticos para Classe II e as extrações têm pouco efeito ou

nenhum efeito sobre os sinais e sintomas de pacientes tratados ortodonticamente.

Miyazaki et al. (1994) pesquisaram os sintomas de desordens

temporomandibulares em pacientes tratados ortodonticamente, com o intuito de

evidenciar a relação entre sintomas, má oclusões e tratamento ortodôntico, e

constataram que a incidência de sintomas em pacientes jovens com idade entre 6 e

18 anos tratados ortodonticamente foi mais freqüentemente observada do que nos

sujeitos não tratados.

Collett e Stohler (1994) observaram em seus trabalhos que o tratamento

ortodôntico associado com DTM tem sido e continuará a ser uma questão de

debates e contradições, porém os autores concluem que não há relação direta entre

tratamento ortodôntico e DTM.

Deng e Fu (1995) avaliaram as alterações no contato oclusal em um amostra

de 32 pacientes portadores de DTM, com a faixa etária entre 8 e 17 anos, antes e

após o tratamento ortodôntico, chegaram ao resultado que o tratamento ortodôntico

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tem efeitos positivos qualitativamente e quantitativamente na distribuição dos

contatos oclusais, em posição de intercuspidação, e contribui para estabilidade

oclusal em máxima intercuspidação.

McNamara Jr., Seliman e Okeson (1995) em uma revisão bibliográfica a

respeito de oclusão, tratamento ortodôntico e DTM, concluíram que sinais e

sintomas de DTM ocorrem em indivíduos normais, aumentam com a idade,

principalmente na adolescência, assim a DTM que se origina na época do

tratamento ortodôntico não deve ser relacionada apenas com o mesmo, em relação

a extração de dentes como parte do tratamento ortodôntico não aumentam o risco

de DTM, também não é elevado o risco de desenvolvimento de DTM com um tipo

particular de aparelhos ortodônticos. Sendo a estabilidade oclusal o propósito do

tratamento ortodôntico, quanto mais graves os sinais e sintomas, o tratamento

ortodôntico poderá aliviar a maioria das disfunções.

Mcnamara Jr. e Turp (1997) revisaram a relação do tratamento ortodôntico

com a DTM. Foram abordadas as diferenças entre aparelhos fixos e removíveis, a

influência do tratamento ortodôntico com ou sem extrações e ainda se questionou o

papel da ortodontia na prevenção e cura da DTM. Diante da revisão os autores

concluíram que os tratamentos ortodônticos, independentes do tipo de mecânica e

da realização de extrações, não aumenta os riscos de o indivíduo desenvolver DTM

futuramente. Mas, apesar de não ocasionar DTM, não há evidências convincentes

de que o tratamento ortodôntico pode curar essas disfunções.

Deguchi et al. (1998) com o intuito de corrigir mordida cruzada anterior

utilizaram a mentoneira em um estudo longitudinal de 6 meses a 4 anos, com uso

diário de 7 a 14 horas, com uma amostra de 86 pacientes.Os autores afirmaram que

há pouca relação entre a mentoneira e a incidência de DTM, já que a incidência de

18% pacientes que demonstraram alguma disfunção ou estalo na ATM durante a

contenção com a mentoneira foi semelhante à encontrada na população geral.

Luther (1998) afirmou que nem o fato de possuir má oclusão e nem o

tratamento ortodôntico podem ser considerados como causa ou cura da DTM, e que

ainda espera-se por um estudo perfeito para correlacionar a má oclusão e a DTM.

Para Janson et al. (1999) o tratamento ortodôntico tem objetivos como além

de promover uma oclusão estática e funcional ideais, colaborar para um bom padrão

facial. Os objetivos estáticos são as Seis Chaves de Oclusão Normal de Andrews, já

Page 24: Dtm x Tratamento Orto

23

os objetivos funcionais são adquiridos através de uma oclusão mutuamente

protegida, com as seguintes características: MIH coincidente com RC; Os dentes

anteriores com um afastamento entre si de 0,0005 polegadas e todos os dentes

posteriores em RC e com contatos oclusais: guia canino; guia anterior com

desoclusão dos dentes posteriores; ausência de interferências no lado de balanceio.

Contudo se isto não for observado, a mandíbula ao término do tratamento estará em

MIH, com diversos pontos de contato prematuros os quais poderão ocasionar uma

oclusão traumática ou DTM.

Lima, Brunetti e Oliveira (1999) com uma amostra de cem estudantes de

Odontologia, com idades de 18 e 25 anos, utilizaram como metodologia entrevista e

exame clínico com relação à prevalência e o grau de severidade de DTM, levando-

se em consideração o gênero, faixa etária e o fato de terem sido submetidos, ou

não, a tratamento ortodôntico. Os autores obtiveram como resultado: a) 42% dos

indivíduos apresentaram DTM leve e nenhum indivíduo apresentou DTM severa; b)

As mulheres apresentaram um índice mais elevado; c) Indivíduos tratados ou não

por ortodontia apresentaram tendência semelhante a apresentarem sintomas de

disfunção.

Martins, Janson e Toruño (2000) consideraram que a maioria das DTMs

adquiridas resulta de alguma pressão distal exercida contra a mandíbula e

conseqüentemente deslocando o disco articular para frente, ocasionando uma

pressão dos côndilos sobre o tecido retrodiscal inervado, provocando dor. Entre os

procedimentos ortodônticos que ocasionam essa pressão tem-se a tração reversa, o

aparelho extrabucal inferior, os elásticos de classe III e os utilizados na correção de

desvios da linha média. Além disso, a vestibularização dos incisivos inferiores sem a

abertura prévia da mordida e os casos de classe II, com sobremordida profunda,

tratados com AEB e elásticos de classe II, podem causar contatos prematuros,

forçando distalmente a mandíbula pela ação dos músculos da mastigação e das

forças oclusais.

Conti (2000) avaliou a prevalência de DTMs em uma amostra de 200 jovens,

80 jovens do gênero masculino e 120 do gênero feminino, tratados e não tratados

ortodonticamente. A amostra foi dividida em quatro grupos: Grupo I: Indivíduos com

má oclusão de Classe I não tratados ortodonticamente; Grupo II: Indivíduos com má

oclusão de Classe II não tratados ortodonticamente; Grupo III e Grupo IV:

Constituídos por indivíduos com má oclusão de Classe I e II, após o tratamento

Page 25: Dtm x Tratamento Orto

24

ortodôntico. Elaborou-se um índice anamnésico através de um questionário relativo

aos principais sintomas de DTM com o intuito de classificar o grau de severidade de

DTM. Posteriormente, realizou-se um exame clínico que consistia da palpação dos

músculos mastigatórios e cervicais, ATMs; detecção de ruídos articulares e

observação da trajetória mandibular. Diante do estudo, a autora concluiu que: 1- não

houve diferenças estatisticamente significantes na prevalência de DTMs entre os

grupos estudados; 2- A prevalência de DTM foi significativamente maior no gênero

feminino; 3- Não foi detectada prevalência de DTM em relação ao tipo de aparelho e

à realização de extrações de pré-molares; 4- Os hábitos parafuncionais e a tensão

emocional apresentaram-se relacionadas ao grau de DTM; 5- A prevalência de

ruídos articulares foi similar entre os grupos, apresentando associação

estatisticamente significante com a presença de dor na ATM.

Nilner e Henrikson (2000) investigaram e compararam através de um estudo

longitudinal, os sintomas de DTM e cefaléias em garotas, na faixa etária de 11 a 15

anos. A amostra foi composta de três grupos: Grupo I: 65 garotas com má oclusão

Classe II em tratamento ortodôntico (aparelho fixo); Grupo II: 58 garotas com má

oclusão Classe II sem tratamento ortodôntico; Grupo III: 60 garotas com oclusão

normal. A frequência e a localização dos sintomas de DTM e cefaléias foram

registradas através de entrevistas e questionários. Ao longo dos dois anos de

estudo, houve relatos individuais de sintomas de DTM nos três grupos, sendo o

grupo II apresentando sintomas de DTM mais severos. Os autores concluíram que

os indivíduos com má oclusão Classe II e que foram tratados ortodonticamente

relataram menos sintomas de DTM, enquanto que o grupo II teve um aumento na

prevalência dos sintomas. Contudo o grupo III apresentou a prevalência de sintomas

menor que a dos outros grupos. Os resultados mostraram que o tratamento

ortodôntico não constituiu um fator de risco para DTM.

Herinkson, Nilner e Kurol (2000) objetivaram estudar longitudinalmente os

sinais de DTM e as mudanças oclusais. A amostra foi composta de 183 garotas com

idade 11-15 anos a qual foi dividida nos seguintes grupos: Sessenta e cinco

indivíduos com má oclusão Classe II receberam tratamento ortodôntico (grupo

ortodôntico), 58 garotas com má oclusão Classe II sem serem tratadas

ortodonticamente (grupo Classe II) e 60 indivíduos com oclusão normal (Grupo

normal). Todos os indivíduos foram examinados no começo do estudo e

Page 26: Dtm x Tratamento Orto

25

reexaminados 2 anos depois. Todos os pacientes do grupo ortodôntico, fizeram

tratamento ativo ortodôntico durante esses 2 anos. O exame clínico incluiu

mensurações da mobilidade mandibular e dores durante o movimento da mandíbula,

sons na ATM foram verificados durante a abertura e fechamento da mandíbula, com

palpação e estetoscópio. Dores na palpação da ATM e dos músculos da mastigação

foram registradas quando os indivíduos demonstraram reação palpebral (grau 1) ou

uma reação de defesa (grau 3).

A meta do tratamento ortodôntico foi de normalizar sagitalmente a relação

vertical e transversal dos dentes, e a eliminação de apinhamentos ou espaços. Isso

foi alcançado na maioria dos indivíduos tratados, sendo que todos os sujeitos do

grupo ortodôntico foram tratados com modificações na técnica do fio ortodôntico: 53

pacientes usaram elásticos e 9 usaram tração extra-bucal para ancoragem e/ou para

correção da relação sagital, 30 sujeitos (46%) foram tratados sem nenhuma

extração, enquanto 35 indivíduos (54%) foram submetidos a extrações nos dois

maxilares, de 4 pré-molares. O período de tratamento ativo variou entre 14 e 23

meses. Os autores encontraram como resultados: Todos os três grupos estudados

incluindo os sujeitos com mais ou menos pronúncia de sinais de DTM, mostraram

flutuações individuais no período de 2 anos. Portanto, concluiu-se que não é

possível uma base individual para predizer um risco à disfunção temporomandibular

baseada na presença ou ausência de uma má oclusão. A base de um grupo,

entretanto como o grupo normal tem uma menor prevalência de sinais de DTM do

que os outros grupos, o tipo de oclusão pode ser fatores que contribuam para o

desenvolvimento de DTM, embora essa influência seja difícil quantificar e predizer.

Em adição, o tratamento ortodôntico realizado não aumentou o risco para o

agravamento do pré-tratamento dos sinais de DTM em comparação com o grupo de

má oclusão Classe II não tratados. Indivíduos com má oclusão Classe II e que

tiveram um pré-tratamento de sinais de DTM de origem muscular, apresentaram um

benéfico resultado funcional originados do tratamento ortodôntico nos 2 anos

seguintes (HENRIKSON; NILNER; KUROL, 2000).

Mitani (2000), em seu estudo obteve os seguintes resultados para a utilização

da mentoneira: quando utilizada em crianças, houve uma alta incidência de ruído,

estalido e alguma dor na articulação durante os seis primeiros meses; utilizada por

mais de 16 horas durante o dia, sintomas apareceram em certo momento do

tratamento com uma alta proporção; quanto mais prolongado o uso da mentoneira,

Page 27: Dtm x Tratamento Orto

26

mais os sintomas tornaram-se complicados e se multiplicaram. Em alguns pacientes

houve remissão da sintomatologia após certo tempo de tratamento com a

mentoneira, mas na maioria não houve. A incidência dos sintomas tornou-se

gradativamente menor após o tratamento com a mentoneira, mas não se pode

constatar que os sintomas que apareceram durante o tratamento iriam desaparecer

após o mesmo, concluindo que se a DTM ocorrer ela aparecerá em um ou dois anos

de tratamento, e que se não ocorrer, será mais seguro a menos que a magnitude e

horas de uso por dia sejam aumentadas.

Valle (2000) realizou um estudo com 200 indivíduos tratados e não tratados

ortodonticamente com o objetivo de avaliar a oclusão como fator etiológico na

prevalência de DTM, o grau de DTM foi somente relacionado com a ausência de

guia anterior, chegando a conclusão que a realização do tratamento ortodôntico não

se relaciona com a presença de sinais e sintomas de DTM e que a oclusão não pode

ser considerada como fator etiológico isoladamente da DTM.

Rizzatti-Barbosa et al. (2002) estudaram 370 alunos da Faculdade de

Odontologia de Piracicaba, com idade entre 18 e 24 anos, apresentando oclusão

normal, e avaliaram a presença de sinais e sintomas de DTM através do Índice

Anamnésico DMF em dois grupos: tratados e não-tratados ortodonticamente e

observaram que 38,8% da amostra apresentaram algum grau de DTM; houve

relação entre o gênero e a DTM, apresentando o gênero feminino uma prevalência

de 63,78%, e que no grupo de tratados houve uma freqüência de 43,5% de sintomas

de DTM comparado a 32,3% no grupo de não-tratados, diferença que foi

estatisticamente significante. Concluindo que a DTM esteve relacionada ao gênero,

sendo mais prevalente no gênero feminino e que há relação entre o uso de aparelho

ortodôntico e DTM.

Coutinho et al. (2003) realizaram uma revisão de literatura sobre os efeitos

dos tratamento ortodôntico sobre a articulação temporomandibular e chegaram aos

seguintes resultados: 1- Determinados procedimentos utilizados na mecânica

ortodôntica podem levar a problemas de DTM tais como o uso de elásticos

intermaxilares na correção de má oclusão Classe II, mentoneiras e alguns tipos de

ancoragem extrabucal, tratamento com extrações de pré-molares, uso de forças

pesadas e contínuas sobre os dentes durante um longo tempo.;2- Não há

comprovações científicas que o tratamento ortodôntico por si só ocasione a DTM,

pois esta é de etiologia multifatorial.

Page 28: Dtm x Tratamento Orto

27

Ruellas et al. (2003) afirmaram que os pacientes após realizarem o

tratamento ortodôntico apresentaram indícios mínimos de sintomatologia da DTM,

não podendo ele ser considerado como causa direta desse distúrbio.

Conti (2004) com o intuito de avaliar a participação da protrusão mandibular

ortopédica e a posição condilar na presença de sinais e sintomas de DTM, avaliou

60 indivíduos em três grupos, sendo o primeiro grupo de indivíduos indicados para

tratamento de Classe II com bionator, o segundo grupo de pacientes em tratamento

com este aparelho e o terceiro grupo de indivíduos que já haviam finalizado o

tratamento. Utilizando-se de um índice anamnésico, exame físico e avaliação de

radiografias transcranianas, obteve os seguintes resultados: 30% dos estudados

apresentavam DTM leve e 3,33% DTM moderada, não houve diferenças entre os

grupos. O segundo grupo, com relação à concentricidade condilar apresentou

côndilos mais anteriorizados comparados ao primeiro grupo, mas não houve

associação com a presença de DTM. Concluindo, que a protrusão ortopédica apesar

de mudar a posição condilar não aumentou a prevalência de DTM na população

estudada.

Delboni e Abrão, em 2005, estudaram a presença de sinais de DTM em

pacientes ortodônticos assintomáticos através de uma vasta revisão de literatura e

concluíram: 1- A porcentagem de pacientes assintomáticos que apresentam DTM, é

significante tendo valores em torno de 32%; 2- A prevalência dos ruídos articulares

em pacientes assintomáticos está em torno de 15 a 65%; 3- O deslocamento do

disco foi um achado comum em indivíduos assintomáticos; 4- A ausência de ruídos

articulares não determina se uma ATM é saudável; 5- O tratamento ortodôntico não

aumenta e nem diminui os riscos para o desenvolvimento de DTMs, também não

piora os sinais e sintomas de pré-tratamento.

Al Quaran e Kamal (2006) realizaram um estudo com dois tipos de splintes

oclusais, um splint estabilizador e um dispositivo Previous Midline Point Stop

(PMPS), com o intuito de avaliar a eficiência desses splints no alívio das disfunções

temporomandibulares musculares. A amostra foi composta de cento e quatorze

pacientes com DTM os quais foram distribuídos em três grupos. O primeiro grupo foi

tratado com PMPS, o segundo grupo foi tratado com um splint estabilizador e o

terceiro grupo (grupo controle) não realizou tratamento. A intensidade da dor foi

pontuada usando uma escala visual análoga, antes do tratamento e 1 mês e 3

meses após o tratamento.O uso do dispositivo PMPS no primeiro grupo resultou em

Page 29: Dtm x Tratamento Orto

28

um a melhoria após 1 mês e 3 meses de tratamento, demonstrando uma redução de

dor em torno de 56,6%. Uma significante melhoria também foi encontrada no

segundo grupo com redução de dor em torno de 47,71%. Houve um aumento de dor

em torno de 43,3% no grupo controle. Embora a redução da dor aparecesse mais no

primeiro grupo, este não foi estatisticamente significante. Houve uma diferença

altamente significativa entre os grupos tratados com ambos os tipos de splints e o

grupo controle. Concluiu-se que ambos os tipos de splints oclusais são benéficos

para os pacientes com disfunção temporomandibular de origem muscular.

Valle-Corroti et al. (2007) compararam a prevalência de disfunção

temporomandibular em indivíduos com má oclusão Classe III submetidos a

tratamento ortodôntico ou cirurgia ortognática. A amostra consistiu em 50 indivíduos

divididos em dois grupos, de acordo com o tipo de tratamento. A presença de sinais

e sintomas de DTM foram avaliados por um questionário anamnético e exame

clínico o qual incluía a palpação da ATM e dos músculos, a verificação do grau de

amplitude mandibular, a presença de ruídos articulares e um exame oclusal.

Quarenta e oito porcento da amostra não têm DTM, 42% da amostra possui DTM

leve e 10% da amostra possui DTM moderada. Os autores concluíram que o

tratamento ortodôntico para indivíduos com má oclusão Classe III não é associado a

presença de sinais e sintomas de DTM , que contatos prematuros no lado de

balanceio podem ser fatores oclusais de risco ao desenvolvimento de DTM e não

houve diferenças estatísticas entre a prevalência de DTM em indivíduos tratados

ortodonticamente ou submetidos a cirurgia ortognática.

Wang et al. (2007) pesquisaram sobre a relação entre tratamento ortodôntico

e disfunções temporomandibulares. Utilizaram como metodologia um questionário e

exame clínico em três grupos: Em 173 indivíduos que realizaram tratamento

ortodôntico (grupo ortodôntico), em 95 indivíduos com má oclusão (grupo com má

oclusão) e 32 indivíduos com oclusão normal (grupo controle). Após recolhidos as

questões referentes a sinais e sintomas de DTM, os dados foram analisados. Houve

diferenças estatisticamente significantes entre o grupo ortodôntico e o grupo de má

oclusão em relação à anamnese, disfunção clínica e oclusão. Também houve

diferenças estatisticamente significantes entre o grupo ortodôntico e o grupo controle

referentes à anamnese e índices de disfunção, porém não houve diferenças

Page 30: Dtm x Tratamento Orto

29

estatisticamente significantes entre o grupo controle e o grupo ortodôntico em

termos de índices de oclusão. Os autores concluíram que indivíduos que realizaram

tratamento ortodôntico têm mais sinais e sintomas de DTM que variaram com o

tempo em relação aos outros grupos.

Rey, Oberti e Baccetti (2008) analisaram a prevalência das disfunções

temporomandibulares (DTMs) em indivíduos com Classe III tratados com Mandibular

Cervical Headgear (MCH) e aparelhos ortodônticos fixos. A amostra foi composta 75

indivíduos, incluindo 25 pacientes sem realização de tratamento prévio ortodôntico,

25 pacientes Classe I que haviam sido submetidos a tratamento ortodôntico e sem

extrações; e 25 pacientes com má oclusão dentoesqueletal Classe III tratados com

MCH e aparelhos fixos. O índice de Helkimo foi utilizado para determinar a

prevalência de DTM nos 3 grupos. Os autores concluíram que estatisticamente não

houve diferenças significantes na prevalência de DTM nos 3 grupos, indivíduos com

má oclusão Classe III tratados com MHC e aparelhos fixos não possuem uma maior

prevalência de sinais e sintomas de DTM comparando com os indivíduos de Classe

I tratados com aparelho fixo ou com os indivíduos não tratados.

Rosa et al. (2008) verificaram a prevalência de sinais e sintomas de disfunção

temporomandibular e sua associação com tratamento ortodôntico, interferências

oclusais, ruídos articulares, bruxismo e hipermobilidade articular em jovens

universitários do curso de Odontologia. A amostra selecionada foi composta de 177

indivíduos, com 113 do gênero feminino e 64 do gênero masculino em idade média

de 22 anos. Os voluntários responderam a um questionário composto por cinco

perguntas com respostas do tipo sim/ não, relacionadas à presença de sensibilidade

dolorosa nas ATMs, ruídos articulares, apertamento e/ou bruxismo, história prévia de

tratamento ortodôntico e presença de estresse emocional. Posteriormente a amostra

foi submetida a exame clínico e eletrovibratografia. Os resultados encontrados pelos

autores foi que houve uma prevalência de 42,9% na amostra avaliada, não foi

encontrado associação entre DTM e tratamento ortodôntico, porém encontrou-se

uma significante interelação entre disfunção temporomandibular com ruídos

articulares e com bruxismo.

Macfarlane et al. (2009) realizaram um estudo longitudinal com o propósito de

investigar a relação entre tratamento ortodôntico e DTM. Um estudo de coorte

prospectivo foi realizado no sul do País de Gales, Reino Unido. As pesquisas

Page 31: Dtm x Tratamento Orto

30

iniciaram em 1981 com uma amostra de 1018 crianças em idade de 11 a 12 anos

em tratamento ortodôntico e sem tratamento ortodôntico. As pesquisas continuaram

em 1984 com um número menor de indivíduos (792), em 1989 com 456 indivíduos e

em 2000 com 337 indivíduos. Todos os indivíduos tiveram a prevalência de DTM

aumentadas de 3,2% na idade de 19 anos para 17,6% na idade de 20 anos, porém

entre 30 e 31 anos a prevalência de DTM foi diminuída para 9,9%. Concluiu-se que

o tratamento ortodôntico nem origina e também não impede o desenvolvimento de

DTM. O sexo feminino e a presença de DTM na adolescência foram os únicos

fatores preditores de DTM na vida adulta.

Page 32: Dtm x Tratamento Orto

31

PROPOSIÇÃO

Page 33: Dtm x Tratamento Orto

32

3 PROPOSIÇÃO

Analisar a relação entre tratamento ortodôntico e DTM, através de uma ampla

revisão de literatura, objetivando:

Avaliar se o tratamento ortodôntico pode ser considerado como fator

etiológico de DTM;

Avaliar se o tratamento ortodôntico atua na resolução de DTM.

Page 34: Dtm x Tratamento Orto

33

METODOLOGIA

Page 35: Dtm x Tratamento Orto

34

4 METODOLOGIA

A metodologia utilizada está fundamentada em estudo realizado por Lakatos e

Marconi (1991). Será utilizada uma abordagem indutiva e técnica documental

baseada na literatura pré-existente em livros de propriedade do pesquisador, dos

acervos da Biblioteca Central da UFPB, da Biblioteca Setorial de Odontologia, em

periódicos indexados em bases de dados como BBO, Medline, Pubmed, Lilacs,

Scielo, e em sites de busca da Internet usando os descritores: tratamento

ortodôntico, má oclusão, desordem temporomandibular, nas línguas portuguesas e

inglesas. A revisão bibliográfica foi realizada com os periódicos entre os anos de

1989 a 2009.

O universo foi composto de todos os artigos disponíveis nas bases de dados

já citados. A amostra foi composta por artigos encontrados entre os anos de 1989 a

2009, identificados a partir dos descritores: tratamento ortodôntico, má oclusão,

desordem temporomandibular.

Page 36: Dtm x Tratamento Orto

35

DISCUSSÃO

Page 37: Dtm x Tratamento Orto

36

5 DISCUSSÃO

Segundo Teixeira e Almeida (2007) a relação entre o tratamento ortodôntico e

as disfunções temporomandibulares se constitui num dos assuntos mais

controversos na odontologia contemporânea colocando muitas vezes a ortodontia

como origem dessas disfunções e outras vezes como solução. Porém, (BAKER et

al., 1991; COLLETT; STOHLER, 1994; COUTINHO et al., 2003; RUELLAS et al.,

2003) afirmam que não há comprovações científicas que o tratamento ortodôntico

por si só ocasione a DTM, pois esta é de etiologia multifatorial, não havendo uma

relação direta entre tratamento ortodôntico e DTM. McNamara Jr. e Turp (1997)

salientam que apesar do tratamento ortodôntico não ocasionar DTM, não há

evidências convincentes de que ele cure essas disfunções. Luther (1998) afirmou

que a má oclusão e o tratamento ortodôntico não podem ser considerados como

cura ou causa da DTM, sendo necessário um estudo complexo para correlacionar a

má oclusão e a DTM. Macfarlane et al. (2009) diante de um estudo longitudinal para

investigar a relação entre DTM e tratamento ortodôntico, concluíram que o

tratamento ortodôntico nem origina e também não impede o desenvolvimento de

DTM.

(BOWBEER 1990; LOFT et al., 1989; MARTINS; JANSON; TORUÑO, 2000;

WITIZIG; SPAHL, 1987) afirmaram que a extração de pré-molares força toda a

mandíbula para posterior e consequentemente também distaliza o côndilo

mandibular em direção ao tecido retrodiscal inervado ocasionando algias e agindo

como um fator etiológico da DTM. Entretanto, Rinchuse, Abraham e Medwid (1990)

relataram que a hipótese de uma pressão distal sobre os côndilos é uma visão

inadequada estabelecendo que na maioria das vezes alguns procedimentos

ortodônticos como o uso de elásticos Classe II e extrações de pré-molares

ocasionam essa pressão em pacientes que já apresentaram ou apresentam sinais e

sintomas de DTM. Já Dibbetes e Van Der Well (1989) encontraram modificações nos

côndilos mandibulares que desapareceram após o término do tratamento

ortodôntico.

Conti (2004) ao avaliar a participação da protrusão mandibular ortopédica e a

posição condilar na presença de sinais e sintomas de DTM em três grupos de

Page 38: Dtm x Tratamento Orto

37

indivíduos, sendo o primeiro grupo de indivíduos indicados para tratamento de

Classe II com bionator, o segundo grupo de pacientes em tratamento com este

aparelho e o terceiro grupo de indivíduos que já haviam finalizado o tratamento.

Encontrou como resultados: 30% dos estudados apresentavam DTM leve e 3,33%

DTM moderada, não houve diferenças entre os grupos. O segundo grupo, com

relação à concentricidade condilar apresentou côndilos mais anteriorizados

comparados ao primeiro grupo, mas não houve associação com a presença de

DTM. Concluindo, que a protrusão ortopédica apesar de mudar a posição condilar

não aumentou a prevalência de DTM na população estudada.

De acordo com Faccioni, Bogini e Bertelé (1990) a Classe II esquelética

juntamente com mordida profunda pode gerar DTM através do contato prematuro

anterior deslocando o côndilo distalmente sobre a zona bilaminar provocando dores.

Para equilibrar tal situação, os autores afirmam que o tratamento ortodôntico

combinado com um ajuste oclusal.

(BOWBEER, 1990; COUTINHO et al., 2003; MARTINS, JANSON; TORUÑO,

2000) afirmam que determinados procedimentos usados na mecânica ortodôntica

tais como: a exodontia dos pré-molares, o uso de mentoneiras, de máscara facial, de

elásticos intermexilares de Classe II, uso de aparelho extrabucal no arco inferior, a

sobremordida profunda tratados com AEB, a vestibularização dos incisivos inferiores

são potencialmente capazes de desencadear ou exarcerbar uma DTM.

Contudo, Dibbetes e Van Der Welle (1991) ao comparar tratamento com

aparelhos removíveis, com dispositivos fixos e com mecânica de Begg para Classe

III ou mentoneira, não encontraram diferenças nos sinais e sintomas de DTM em

relação aos três tipos de tratamento e afirmaram também que os fatores

responsáveis dos sintomas de DTM foi o padrão de crescimento e não a realização

prévia das extrações. Da mesma forma. O´reilly, Rinchuse e Close (1993) avaliando

o uso de elásticos e as realizações de extrações de pré-molares concluíram que

essas medidas têm pouco ou nenhum efeito sobre sinais e sintomas de DTM sobre

pacientes tratados ortodonticamente.

Page 39: Dtm x Tratamento Orto

38

Concordando com os autores anteriores, McNamara Jr, Seliman e Okeson

(1995) e Conti (2000) relatam que a extração de dentes como parte do tratamento

ortodôntico não aumenta o risco de DTM e que também não é elevado o risco de

desenvolvimento de DTM com um tipo particular de aparelho ortodôntico. Al Quaran

e Kamal (2006) realizaram um estudo com dois tipos de splints oclusais em

indivíduos portadores de DTM. A amostra foi dividida em três grupos. Houve uma

diferença altamente significativa entre os grupos tratados com ambos os tipos de

splints e o grupo controle. Os autores concluíram que ambos os tipos de splints

oclusais são benéficos para os pacientes com DTM. Todavia Rizzati-Barbosa et al.

(2002) concluíram que há relação entre aparelho ortodôntico e DTM.

Deguchi et al. (1998) relatam que há pouca relação entre o uso de mentoneira

e a incidência de DTM, pois a incidência de DTM ou estalo na ATM que encontraram

em sua amostra foi semelhante à população em geral. Contudo, Mitani (2000), em

um estudo sobre a utilização de mentoneiras em crianças observou alta incidência

de ruído, estalido e dor na articulação durante o primeiro semestre e que quanto

mais prolongado o uso da mentoneira, complicavam-se e multiplicavam-se os

sintomas de DTM. Em apenas alguns pacientes houve remissão da sintomatologia

após certo tempo de tratamento com a mentoneira.

Loft et al. (1989) afirmaram haver uma associação entre tratamento

ortodôntico e DTM. Wadhwa, Ultreja e Tewari (1993) em pesquisa clínica sobre a

relação do tratamento ortodôntico com DTM concluíram que o grupo com oclusão

normal apresentou maior porcentagem (46,7%) de indivíduos livres de sinais e

sintomas de DTM, comparados com 19,6% do grupo com má oclusão não tratados e

22,6% do grupo tratado ortodonticamente. Os resultados encontrados em um

trabalho realizado por Nielsen, Melsen e Terp (1990), em que houve uma maior

prevalência de sensibilidade à palpação articular e muscular do grupo tratado

ortodonticamente em relação aos não tratados ortodonticamente, existindo apenas

semelhança de prevalência em relação aos ruídos articulares entre os grupos,

corroboram para uma associação entre DTM e tratamento ortodôntico.

Todavia (KREMENAK; KINSER; MELCHER, 1992; RENDELL; NORTON;

GAY, 1992; VALLE, 2000) concluíram que a grande maioria dos pacientes que

fizeram tratamento ortodôntico não desenvolveu sinais e sintomas de DTM, e

Egermarck e Thilander (1992) em uma avaliação entre pessoas que realizaram

Page 40: Dtm x Tratamento Orto

39

tratamento ortodôntico precoce e os que não tiveram tratamento, obtiveram como

resultados que o grupo tratado ortodonticamente apresentou uma baixa prevalência

de sinais e sintomas de DTM em relação ao grupo sem tratamento ortodôntico. Rosa

et al (2008) verificaram a prevalência de sinais e sintomas de disfunção

temporomandibular e sua associação com tratamento ortodôntico, interferências

oclusais, ruídos articulares, bruxismo e hipermobilidade articular, encontraram como

resultados diante da pesquisa não foi encontrado associação entre DTM e

tratamento ortodôntico, porém encontrou-se uma significante interelação entre

disfunção temporomandibular com ruídos articulares e com bruxismo.

Deng e Fu (1995), ainda afirmam que o tratamento ortodôntico tem efeitos

positivos qualitativamente e quantitativamente na distribuição dos contatos oclusais,

contribuindo para uma estabilidade oclusal.

Miyazaki et al. (1994) concluíram que a incidência de sintomas de DTM foi

maior em pacientes jovens entre 6 e 18 anos tratados ortodonticamente do que os

indivíduos não tratados, porém. McNamara Jr, Selieman e Okeson (1995)

concluíram que sinais e sintomas de DTM tendem a aumentar com a idade,

principalmente na adolescência, originando-se então na época do tratamento

ortodôntico, não devendo relacionar os sinais e sintomas de DTM apenas com o

mesmo.

Conti (2000) avaliou a prevalência de DTM em indivíduos tratados e não

tratados ortodonticamente. Concluiu que não houve diferenças estatisticamente

significantes na prevalência de DTMs entre os grupos avaliados; a prevalência de

DTM foi maior no gênero feminino, a presença de ruídos articulares foi semelhante

entre os grupos, os hábitos parafuncionais em associação com problemas de ordem

psicológica apresentaram-se relacionadas ao grau de DTM. Resultados semelhantes

foram encontrados por Lima, Brunetti e Oliveira (1999) ao evidenciarem que as

mulheres apresentaram um índice elevado de DTM. Também observaram

semelhanças entre os indivíduos tratados e não tratados ortodonticamente quanto à

tendência de apresentarem sintomas de DTM. Rizzati-Barbosa et al. (2002), também

encontraram uma maior prevalência de DTM no gênero feminino.

Page 41: Dtm x Tratamento Orto

40

Nilner e Henrikson (2000) compararam através de um estudo longitudinal os

sintomas de DTM em 183 indivíduos do gênero feminino. Sendo a amostra divida

em três grupos: de indivíduos com má oclusão Classe II em tratamento ortodôntico;

indivíduos com má oclusão Classe II sem tratamento ortodôntico e indivíduos com

oclusão normal. De acordo com seus resultados, as jovens com má oclusão Classe

II e tratados ortodonticamente relataram menos sintomas de DTM, enquanto que as

que apresentavam má oclusão Classe II sem tratamento tiveram um aumento na

prevalência dos sintomas. Já as jovens com oclusão normal apresentaram a

prevalência de sintomas menor que a dos outros grupos. Diante dos resultados os

autores concluíram que o tratamento ortodôntico não constitui um fator de risco para

DTM.

Henrikson, Nilner, e Kurol no mesmo ano e com a mesma amostra estudaram

longitudinalmente os sinais de DTM e as mudanças oclusais. Os autores concluíram

que os indivíduos têm uma menor prevalência de sinais de DTM do que os outros

grupos; o tipo de oclusão pode ser um fator que contribui para o desenvolvimento de

DTM, sendo esse fator difícil de quantificar e predizer; o tratamento ortodôntico

realizado não aumentou o risco de desenvolvimento do quadro de DTM nos

indivíduos portadores de má oclusão Classe II tratados ortodonticamente.

Observaram ainda que os indivíduos com má oclusão Classe II tratados

ortodonticamente apresentaram um benéfico resultado funcional originado do

tratamento.

Delboni e Abrão em 2005 estudaram a presença de sinais e sintomas de DTM

em pacientes ortodônticos assintomáticos, concluíram que o tratamento ortodôntico

não aumenta e nem diminui os riscos para o desenvolvimento de DTMs, também

não piora os sinais e sintomas de um pré-tratamento. Contudo, Rizzati-Barbosa et al

(2002) avaliando a presença de sinais e sintomas de DTM em indivíduos tratados e

não tratados ortodonticamente concluíram que houve uma relação entre o

tratamento ortodôntico e a DTM. E em 2007, Wang et al. realizaram um trabalho

sobre a relação entre tratamento ortodôntico e disfunção temporomandibular em três

grupos: grupo ortodôntico, grupo com má oclusão e um grupo controle; os autores

concluíram que os indivíduos submetidos ao tratamento ortodôntico têm mais sinais

e sintomas de DTM em relação aos outros grupos.

Page 42: Dtm x Tratamento Orto

41

Para Janson et al. (1999) o tratamento ortodôntico tem como objetivos

promover uma oclusão estática (as Seis Chaves de Oclusão Normal de Andrews) e

funcional ideais (uma oclusão mutuamente protegida), colaborando para um bom

perfil facial. Contudo se isto não for observado, a mandíbula ao término do

tratamento estará em MIH, com diversos pontos de contato prematuros os quais

poderão ocasionar uma oclusão traumática ou DTM. Já Durso, Azevedo e Ferreira

(2002) relatam que o tratamento ortodôntico conduzido de maneira apropriada,

seguindo os protocolos terapêuticos existentes, não desencadeia DTM, porém o

ortodontista deve ser prudente em dar importância à presença de sinais e sintomas

de DTM durante o exame inicial registrando-os quando presentes e alertando o

paciente e o responsável.

De acordo com Collett e Stohler (1994) o tratamento ortodôntico associado

com DTM tem sido e continuará a ser uma questão de debates e contradições.

Valle-Corroti et al. (2007) compararam a prevalência de disfunção

temporomandibular em indivíduos com má oclusão Classe III submetidos a

tratamento ortodôntico ou cirurgia ortognática.. Os autores concluíram que o

tratamento ortodôntico para indivíduos com má oclusão Classe III não é associado à

presença de sinais e sintomas de DTM e não houve diferenças estatisticamente

significantes entre a prevalência de DTM em indivíduos tratados ortodonticamente

ou submetidos à cirurgia ortognática.

Rey, Oberti e Baccetti (2008) ao compararem a prevalência das disfunções

temporomandibulares (DTMs) em indivíduos com Classe III tratados com mandibular

cervical headgear (MCH) e aparelhos ortodônticos fixos, com indivíduos Classe I e

indivíduos sem realização de tratamento ortodôntico prévio concluíram que

estatisticamente não houve diferenças significantes na prevalência de DTM nos 3

grupos, indivíduos com má oclusão Classe III tratados com MHC e aparelhos fixos

não possuem uma maior prevalência de sinais e sintomas de DTM comparando com

os indivíduos de Classe I tratados com aparelho fixo ou com os indivíduos não

tratados.

Durso, Azevedo e Ferreira (2002) em um levantamento bibliográfico sobre a

inter-relação ortodontia x disfunção temporomandibular mostraram que é lícito alegar

Page 43: Dtm x Tratamento Orto

42

que o tratamento ortodôntico conduzido de maneira apropriada, seguindo os

protocolos terapêuticos existentes, não desencadeia DTM, porém o ortodontista

deve ser prudente em dar importância à presença de sinais e sintomas de DTM

durante o exame inicial registrando-os quando presentes e alertando o paciente e o

responsável.

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43

CONCLUSÕES

Page 45: Dtm x Tratamento Orto

44

6 CONCLUSÕES

Com base na literatura revisada, conclui-se que:

Não há comprovações científicas que o tratamento ortodôntico por si só, ocasione a DTM.

O tratamento ortodôntico, incluindo o tipo de aparelho ortodôntico ou

presença de protocolo de extrações dentárias, não condiz a um maior

risco para desenvolvimento de DTM, porém não se pode predizer e

quantificar se o tratamento ortodôntico seja terapêutica única para

tratamento de DTM.

Page 46: Dtm x Tratamento Orto

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