EB20-MC-10.211 - Processo de Planejamento e Condução Das Operações Terrestres

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    MINISTRIO DA DEFESA

    EXRCITO BRASILEIRO

    ESTADO-MAIOR DO EXRCITO

    Manual de Campanha

    PROCESSO DE PLANEJAMENTO E A CONDUO DASOPERAES TERRESTRES

    1 Edio

    2014

    EB20-MC-10.211

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    PORTARIA N 010-EME, DE 29 DE JANEIRO DE 2014.

    Aprova o Manual de Campanha EB20-MC-10.211 Processo de Planejamento e Conduodas Operaes Terrestres, 1 Edio, 2014.

    O CHEFE DO ESTADO-MAIORDO EXRCITO, no uso da atribuio que lheconfere o inciso VIII do art. 5 do Regulamento do Estado-Maior do Exrcito (R-173),aprovado pela Portaria do Comandante do Exrcito n 514, de 29 de junho de 2010, e deacordo com o que estabelece o art. 43 das Instrues Gerais para as PublicaesPadronizadas do Exrcito (EB10-IG-01.002), aprovadas pela Portaria n 770, de 7 de

    dezembro de 2011, resolve:

    Art. 1 Aprovar o Manual de Campanha EB20-MC-10.211 PROCESSO DEPLANEJAMENTO E CONDUO DAS OPERAES TERRESTRES, 1 Edio, 2014,que com esta baixa.

    Art. 2 Determinar que esta Portaria entre em vigor na data de sua publicao.

    Gen Ex JOAQUIM SILVA E LUNAChefe do Estado-Maior do Exrcito

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    FOLHA REGISTRO DE MODIFICAES (FRM)

    NMERODE ORDEM

    ATO DEAPROVAO

    PGINASAFETADAS DATA

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    NDICE DE ASSUNTOS

    Pag.

    CAPTULO I INTRODUO1.1 Finalidade .......................................................................................................... 1-1

    1.2 Consideraes Iniciais....................................................................................... 1-1

    1.3 As Operaes Militares Contemporneas.......................................................... 1-2

    1.4 Conceitos Bsicos.............................................................................................. 1-2

    CAPTULO II PRINCPIOS DO PROCESSO DE CONDUO DASOPERAES TERRESTRES

    2.1 Generalidades ................................................................................................... 2-1

    2.2 O Comandante no Processo de Conduo das Operaes Terrestres............. 2-2

    2.3 Conscincia Situacional..................................................................................... 2-6

    2.4 Pensamento Crtico e Criativo............................................................................ 2-11

    2.5 Dilogo e a Colaborao.................................................................................... 2-11

    2.6 Processos de Integrao e Atividades Continuadas.......................................... 2-12

    2.7 Rotina de Trabalho do Estado-Maior ................................................................. 2-17

    CAPTULO III O CICLO ADAPTATIVO DAS OPERAES TERRESTRES

    3.1 Generalidades ................................................................................................... 3-13.2 Planejamento...................................................................................................... 3-2

    3.3 Preparao......................................................................................................... 3-18

    3.4 Execuo............................................................................................................ 3-21

    CAPTULO IV A METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO CONCEITUAL DOEXRCITO

    4.1 Generalidades ................................................................................................... 4-1

    4.2 A Arte Operacional............................................................................................. 4-2

    4.3 A Complexidade das Operaes Militares Contemporneas............................. 4-44.4 Metodologia de Concepo Operativa do Exrcito............................................ 4-5

    4.5 Principais Conceitos da Concepo Operativa do Exrcito .............................. 4-6

    4.6 Atividades da Metodologia de Concepo Operativa do Exrcito...................... 4-8

    4.7 Reformulao do Problema e a Reavaliao do Ambiente Operacional........... 4-15

    4.8 O Comandante e a Concepo Operativa......................................................... 4-16

    4.9 Considerao Final............................................................................................. 4-18

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    CAPTULO V O MTODO DE PLANEJAMENTO DETALHADO DOEXRCITO

    5.1 Generalidades ................................................................................................... 5-1

    5.2 O Exame de Situao do Comandante.............................................................. 5-1

    5.3 Sequncia das Aes no Exame de Situao.................................................... 5-3

    5.4 Anlise da Misso e Consideraes Preliminares.......................................... 5-5

    5.5 A Situao e sua Compreenso......................................................................... 5-5

    5.6 Possibilidades do Inimigo, Linhas de Ao e Confronto.................................... 5-6

    5.7 Comparao das Linhas de Ao...................................................................... 5-7

    5.8 Deciso............................................................................................................... 5-9

    5.9 Emisso de Planos ou Ordens........................................................................... 5-9

    CAPTULO VI

    A AVALIAO CONTNUA DAS OPERAES TERRESTRES6.1 Generalidades ................................................................................................... 6-1

    6.2 Estimativas Correntes........................................................................................ 6-1

    6.3 O Processo de Avaliao Contnua nas Operaes.......................................... 6-3

    6.4 Orientao para uma Avaliao Contnua Eficaz............................................... 6-7

    6.5 Grupos de Trabalho de Avaliao Contnua...................................................... 6-8

    ANEXO A MEMENTO DO EXAME DE SITUAO DO COMANDANTE

    ANEXO B EXEMPLO DE UMA MATRIZ DE SINCRONIZAO

    ANEXO C MODELO PARA ESTIMATIVAS CORRENTES

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    CAPTULO IINTRODUO

    1.1FINALIDADE

    Este Manual de Campanha (MC) tem por finalidadeapresentar o planejamento e a conduo dasoperaes terrestres, com vistas a orientar oscomandantes e estados-maiores (EM), nos nveisoperacionais e tticos, para que conduzam osplanejamentos sob sua responsabilidade, para opreparo e o emprego dos Grandes Comandos Operativos (G Cmdo Op), GrandesUnidades (GU) e Unidades (U) da Fora Terrestre (F Ter).

    1.2 CONSIDERAES INICIAIS

    1.2.1 Este manual destina-se aos comandantes operacionais e tticos, estados-maiores eintegrantes da F Ter que exeram a funo de comando em qualquer nvel. Orienta oscomandantes e seus EM no planejamento e conduo das Operaes Terrestres,abrangendo situaes de guerra ou no guerra, em ambiente singular e conjunto.

    1.2.2A elaborao deste manual tomou como referncia outros documentos que tratamdo assunto de natureza semelhante, produzidos na esfera do Ministrio da Defesa (MD) edas Foras Singulares. Buscou-se garantir a harmonia e o alinhamento dosprocedimentos a serem adotados no mbito do Exrcito Brasileiro (EB), introduzindonovos conceitos, sem perder de vista as especificidades da F Ter.

    1.2.3Esta publicao complementa, amplia e detalha consideraes constantes de outraspublicaes das sries de MC que tratam do preparo e do emprego dos G Cmdo Op, GUe U em operaes militares, nas Operaes no Amplo Espectro (OAE). Estabelece umasequncia de planejamento, ao mesmo tempo que esclarece o importante papel doscomandantes em todos os nveis na conduo do planejamento, preparao e naexecuo das operaes terrestres.

    1.2.4 Esta publicao estabelece uma metodologia de planejamento conceitual para quecomandantes possam trabalhar com problemas militares complexos tpicos do atualcontexto no qual ocorrem as operaes militares sem, contudo, abandonar o modelobasicamente cartesiano de planejamento das operaes terrestres.

    1.2.5 Este manual incorpora um modelo desenvolvido a partir do aprendizadoorganizacional, que consiste nas principais atividades de comando e controledesenvolvidas durante as operaes: o planejamento, a preparao, o controle daexecuo e uma contnua avaliao das operaes.

    1.2.6 Os processos de planejamento apresentados neste manual foram desenvolvidos

    particularmente para a soluo de problemas militares onde se fazem presentes dois oumais oponentes. Os planejamentos conceitual e detalhado apresentados no so

    1.1FINALIDADE1.2CONSIDERAES INICIAIS1.3AS OPERAES MILITARES

    CONTEMPORNEAS1.4 CONCEITOS BSICOS

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    ferramentas exclusivas para as operaes de guerra, tendo seu emprego de forma maisampla. Estas ferramentas devem ser utilizadas para o planejamento do emprego demeios nas Operaes no Amplo Espectro o que inclui as operaes de Pacificao ede Apoio aos rgos Governamentais (frequentemente situaes de no guerra), napreveno de conflitos e gerenciamento de crise.

    1.2.7 Cabe esclarecer que este documento no tem por objetivo esgotar todo oconhecimento acerca dos processos de planejamento. Ele visa a apresentar os principaisconceitos desses processos e fornecer Fora Terrestre o embasamento tericonecessrio sobre o assunto. Os manuais de 3 nvel detalham as tcnicas eprocedimentos inerentes a cada processo de planejamento adotado pela F Ter.

    1.3 AS OPERAES MILITARES CONTEMPORNEAS

    1.3.1 No contexto atual das operaes terrestres, verifica-se que a complexidade dos

    problemas enfrentados pelas foras militares aumenta, medida que surgem um nmeromaior de atores em presena e os aspectos relacionados ao chamado terreno humano.No s o ambiente operacional se modificou, como tambm os atores envolvidos nemsempre so visveis s foras empregadas.

    1.3.2 Os anos 90 se caracterizaram por uma mudana no contexto das operaesmilitares, nas quais o combate de alta intensidade passou a ser influenciado pelosurgimento de atores no estatais, com crescente capacidade de interferir diretamente noresultado das campanhas militares. Inseridos em reas urbanizadas e descaracterizadosno meio da populao civil, estes atores foraram s adaptaes das tcnicas, tticas eprocedimentos em uso pelos Exrcitos.

    1.3.3Os conceitos atinentes s Operaes no Amplo Espectro (Fig. 1-1) respondem realidade atual, contemplando as novas demandas do Espao de Batalha. A atuao emtodos os ambientes operacionais e com diferentes atitudes passa a ser a regra, comatores das mais diversas origens, onde as foras armadas necessitam conhecer omomento certo do emprego da fora e o de realizar a transio para o apoio humanitriodentro de uma mesma operao, sucessiva, ou simultaneamente.

    FIGURA 1-1O Espectro dos Conflitos

    1.4 CONCEITOS BSICOS

    1.4.1As abreviaturas, siglas, termos e definies utilizadas esto inseridas no Glossrioda presente publicao. A fim de facilitar o completo entendimento dos assuntosapresentados, so tratados, a seguir, os principais conceitos.

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    1.4.2CONSCINCIA SITUACIONAL

    1.4.2.1A Conscincia Situacional consiste na percepo precisa e permanentementeatualizada do ambiente operacional no qual se atua e no reconhecimento da importnciade cada elemento percebido em relao misso atribuda. Em outras palavras, a

    perfeita sintonia entre a situao percebida pelos comandantes e a situao real, de modoa permitir melhores condies ao processo decisrio.

    1.4.2.2Esta percepo atualizada do ambiente operacional alcanada por intermdio dadisponibilidade, ao decisor, de conhecimentos obtidos pela integrao das diversasfontes, inclusive de inteligncia, que associados sua experincia profissional, s suascrenas e valores, bem como sua habilidade no trato de outras informaes disponveis,lhe proporciona uma vantagem competitiva em relao ao seu oponente.

    1.4.3ARTE DO COMANDO

    1.4.3.1 Comando pode ser definido como a autoridade legalmente exercida pelocomandante sobre os subordinados, em virtude de cargo ou atribuio que lhe compete.O comando inclui a autoridade e a responsabilidade para a efetiva utilizao dos recursosdisponveis para empregar, organizar, dirigir, coordenar e controlar as foras militarespara o cumprimento de misses atribudas. A Arte do Comando pode ser definida como oexerccio criativo e hbil de autoridade por meio de tomada de deciso oportuna e deexerccio da liderana.

    1.4.3.2 Como arte, o comando requer o exerccio de julgamento. Os comandantes usamconstantemente o seu julgamento para coisas como delegao de autoridade, tomada dedecises e determinao do grau adequado de controle e alocao de recursos. Aexperincia e o treinamento de um comandante influenciam diretamente sua condiocomo lder militar e, como consequncia direta, suas habilidades de tomada de deciso. Aproficincia na arte do comando decorre de anos de educao, no desenvolvimento decompetncias, na aquisio de conhecimentos e habilidades, atitudes, incorporandovalores e experincias no exerccio da atividade militar.

    1.4.3.3Ainda como arte, o comando tambm requer o desenvolvimento da liderana, que o processo de influenciar as pessoas, fornecendo propsito, direo e motivao para ocumprimento da misso e melhorar a organizao. Embora existam vrios tipos deliderana e formas para comunicar ideias aos subordinados, os comandantes devementender a importncia da colaborao e do dilogo nessas relaes.

    1.4.3.4A colaborao e o dilogo ajudam os comandantes a obter informaes sobre amisso, no disponibilizadas pelo sistema de comando e controle. Com base na situaoe nos pblicos-alvo (soldados, comandantes subordinados e outras agncias civis), oscomandantes determinam a forma como iro comunicar-se e o tipo de liderana maisadequada.

    1.4.4 CINCIA DO CONTROLE

    1.4.4.1 Controlar o ato ou efeito de acompanhar a execuo de qualquerempreendimento por intermdio da avaliao e correo das atividades planejadas, deforma a no permitir que se desvie dos propsitos estabelecidos, interferindo quandonecessrio, a fim de garantir os resultados planejados.

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    1.4.4.2 O controle a regulao das foras empregadas para cumprir as atividades etarefas inerentes s misses recebidas, de acordo com a inteno do comandante.Assessorado pelo EM, o comandante exerce o controle das foras sob seu comando emsua rea de operaes, enquanto o EM coordena, sincroniza e integra aes, mantm ocomandante informado e exerce o controle em seu nome.

    1.4.4.3A cincia do controle consiste em um conjunto de sistemas e procedimentosutilizados para melhorar a compreenso do comandante e apoiar o cumprimento demisses. Ela baseada na objetividade, nos fatos, nos mtodos empricos e na anlise.Os comandantes, e seus EM, usam a cincia do controle para superar as limitaesfsicas e processuais em que as unidades operam. As unidades esto vinculadas afatores mensurveis ou no, como, por exemplo, taxas de movimentao, consumo decombustvel, efeitos de armas, regras de engajamento e consideraes legais.

    1.4.4.4 Os comandantes e EM empregam a cincia do controle para compreender osaspectos das operaes que podem ser analisados e medidos. Estes incluem as

    capacidades fsicas e as limitaes de organizaes amigas e inimigas e dos sistemas. Ocontrole tambm requer uma apreciao realista para os fatores de tempo-distncia e otempo necessrio para iniciar certas aes. A cincia do controle d suporte arte decomando.

    1.4.4.5 Os comandantes exercem permanente controle com vistas a enfrentar, de pronto,toda e qualquer alterao das circunstncias, direcionando as mudanas necessriasadequadas nova situao. Alm disso, impem controle suficiente para aumentar oefeito do poder de combate terrestre no ponto e no tempo decisivos, sem que issoimplique na restrio liberdade de ao para que os subordinados realizem as tarefasatribudas. Eles proporcionam aos subordinados tanto espao para a iniciativa quanto

    possvel, enquanto mantm as operaes sincronizadas.

    1.4.4.6 O controle est diretamente relacionado ao fluxo contnuo de informaes entre ocomandante, o EM, os subordinados e outros atores envolvidos (em ambientesinteragncias, por exemplo). A cincia do controle depende das informaes,comunicao, estrutura e grau de controle.

    1.4.5 SUPERIORIDADE DE INFORMAES

    1.4.5.1 Superioridade de informaes a capacidade de coletar, controlar, processar,explorar e proteger as informaes, enquanto se nega ou se dificulta ao adversrio a

    capacidade de fazer o mesmo. semelhana da superioridade area, que permite ocontrole do espao areo por determinado tempo e lugar, a superioridade de informaono espao informacional (includos a os espectros eletromagntico, ciberntico etc.) podeser local e limitada no tempo.

    1.4.5.2 por meio da superioridade de informaes que possvel obter a iniciativa dasaes. O esforo para a busca da superioridade de informaes objetiva proporcionar aoscomandantes dos diversos nveis capacidade de reagir consistentemente a uma situaoe tomar decises adequadas, com a necessria celeridade e com efetividade, parapermitir a atuao com aes ou respostas proporcionais ameaa.

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    CAPTULO IIPRINCPIOS DO PROCESSO DE CONDUO DAS OPERAES TERRESTRES

    2.1 GENERALIDADES

    2.1.1 O Processo de Conduo das OperaesTerrestres (PCOT) constitui o meio segundo oqual os comandantes em todos os nveisdesenvolvem uma das principais atividades dafuno de combate Comando e Controle:exerccio da autoridade visando aocumprimento de uma misso.

    2.1.2Assessorado por seu Estado-Maior, o

    comandante, como centro do processo,planeja, prepara, executa e reavalia continuamente o cumprimento das misses atribudas sua Unidade, Grande Unidade ou Grande Comando Operativo.

    2.1.3 O PCOT orienta o desenvolvimento dos planejamentos conceituais e detalhadospara que o comandante possa entender, visualizar e descrever o ambiente operacional.Proporciona tambm, ao comandante, alm de uma adequada tomada de deciso, dirigir,liderar e avaliar de forma contnua as operaes militares. (Fig. 2-1)

    FIGURA 2-1O Processo de Conduo das Operaes

    2.1GENERALIDADES2.2O COMANDANTE NO PROCESSO DE

    CONDUO DAS OPERAESTERRESTRES

    2.3CONSCINCIA SITUACIONAL2.4PENSAMENTO CRTICO E CRIATIVO2.5DILOGO E COLABORAO2.6 PROCESSOS DE INTEGRAO E

    ATIVIDADES CONTINUADAS2.7ROTINA DE TRABALHO DO EM

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    2.1.4 Comandante e EM so igualmente imprescindveis para o desenvolvimento doPCOT. A responsabilidade do comandante conduzir o processo de planejamento,enquanto o seu EM assessora-o com a constante interpretao das variveis queinfluenciam as operaes e busca melhorar a viso sobre o ambiente operacional, antevero desenvolver das operaes, implementar decises, controlar e avaliar as operaes e,

    no decorrer dessas, orientar as unidades subordinadas, mantendo-as informadas.

    2.1.5As atividades e tarefas relacionadas ao planejamento, preparao, execuo eavaliao contnua das operaes esto descritas na Funo de Combate Comando eControle.

    2.1.6 Para essas atividades e tarefas, necessrio que haja um ambiente de mtuaconfiana e um entendimento compartilhado entre os comandantes, seus estados-maiores e os nveis subordinados. Inseridos nesse ambiente, os comandantes podemincentivar seus subordinados ao exerccio da criatividade e da iniciativa, de formadisciplinada, sempre que surgirem oportunidades a serem exploradas para obter

    vantagens contra as ameaas. Para isso, fundamental que os subordinados saibamanalisar e assumir riscos associados a decises em situaes complexas, bem como ter acapacidade de cumprir misses pela finalidade.

    2.1.7 Para o comandante, atribuir a misso pela finalidade significa transmitir instruesaos subordinados com foco na finalidade da operao, delegando ao comandantesubordinado o detalhamento da forma como este visualiza e pode traduzir as atividades,tarefas e aes associadas misso atribuda.

    2.1.8Ao delegar autoridade aos subordinados, os comandantes tambm ampliam aschances de xito do cumprimento da misso, alocando os recursos apropriados, combase nas tarefas atribudas para cada subordinado. Este grau de liberdade de ao aossubordinados permite que as necessidades de controle sejam reduzidas ao essencial. Ocomandante pode, assim, concentrar sua ateno nas variveis das operaes quetenham potencial para alterar o curso das aes, agindo com oportunidade para modificaro planejamento.

    2.2 O COMANDANTE NO PROCESSO DE CONDUO DAS OPERAESTERRESTRES

    2.2.1O papel do Comandante central no Ciclo Adaptativo das Operaes Terrestres(Cap III). A ele compete compreender o problema militar, visualizar uma forma de abord-lo, descrevendo-o aos seus subordinados e, por fim, controlar a execuo das aes,aplicando seus atributos de liderana e continuamente avaliando o curso das operaes.(Fig. 2-2)

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    FIGURA 2-2O papel do comandante no PCOT

    2.2.2ENTENDER

    2.2.2.1 fundamental que os comandantes obtenham um perfeito entendimento doambiente operacional em que atuam e do problema militar a ser solucionado. Em funoda alta volatilidade dos ambientes operacionais, imperativo que esse entendimento sejarevisado durante todo o ciclo da operao. O perfeito entendimento obtido a partir da

    percepo e da contextualizao de todas as circunstncias que envolvem umdeterminado evento ou situao.

    2.2.2.2O ambiente operacional composto por um somatrio de condies,circunstncias e fatores que afetam o emprego de capacidades e influenciam as decisesdo comandante. Para que o comandante e seu EM possam construir e aprimorar oentendimento do ambiente operacional e do problema militar, indispensvel adisponibilidade de informaes completas, detalhadas e oportunas.

    2.2.2.3 Planejar de forma conceitual ajuda o comandante a obter uma compreenso inicialdo ambiente operacional e do problema, permitindo, no curso das operaes, aprimorar o

    entendimento do ambiente operacional e do problema, reavaliando-os continuamente.

    2.2.2.4A anlise dos fatores operacionais e dos fatores da deciso fornece asinformaes necessrias para aprimorar o entendimento da misso e a anlise doproblema e do ambiente operacional.

    2.2.3VISUALIZAR

    2.2.3.1A partir do momento em que alcana uma adequada compreenso quanto aoambiente operacional e ao problema militar que dever enfrentar, o comandante devevisualizar o Estado Final Desejado (EFD) e as alternativas disponveis para resolver o

    problema (variantes). Essa visualizao, normalmente um processo mental, o quedefine a Viso do Comandante: o EFD e a Abordagem Operativa, segundo a qual, a fora

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    busca atingi-lo. A viso do comandante fornece a base para a elaborao de planos eordens. Durante a preparao e a execuo, a viso do comandante ajuda a determinar,dentre os elementos da deciso - o quando e o que - para decidir como eles vo adaptar-se s novas condies.

    2.2.3.2 O comandante visualiza a situao atual e imagina um conjunto de condiesdesejadas, que representa o estado a atingir ao final da operao. Completa estavisualizao com uma Abordagem Operativa uma descrio genrica das aes queseus elementos subordinados devem executar para que as condies atuais sejamtransformadas nas que definem o EFD. (Fig. 2-3)

    FIGURA 2-3Visualizao do Comandante

    2.2.3.3 O planejamento conceitual pode requerer o emprego de elementos da ArteOperacional, alm de cerrada interao entre os comandantes dos escales superiores eos subordinados, as tropas vizinhas e o seu prprio estado-maior. No ambienteinteragncias, essa relao estende-se aos representantes das agncias envolvidas naoperao.

    2.2.3.4 Obviamente, a natureza dinmica das operaes impe que o comandante deuma fora militar avalie continuamente a visualizao do problema e ajuste continuamente

    as suas ordens, at a concluso das operaes.

    2.2.4DESCREVER

    2.2.4.1Na sequncia, o comandante descreve essa visualizao ao seu estado -maior eaos elementos subordinados, promovendo um nivelamento quanto ao entendimento damisso. fundamental que os subordinados compreendam como o seu comandantevisualiza a situao e o problema, antes de iniciar o desenvolvimento das linhas de ao.

    2.2.4.2Havendo mudana quanto visualizao do problema, durante as operaes, ocomandante deve descrev-las por meio de ordens fragmentrias.

    Assim, a Abordagem Operativa aquela que permite ao planejador,partindo da situao atual, visualizar o Estado Final Desejado.

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    2.2.4.3O Comandante expressa sua visualizao por meio da expedio, oral e escrita,da (os):

    - Inteno do Comandante;- Diretriz de planejamento, incluindo a Abordagem Operativa; e- Elementos Essenciais de Inteligncia (EEI).

    2.2.4.4 Inteno do Comandante

    2.2.4.4.1 Expressa a finalidade da operao e do Estado Final Desejado em termosmilitares. Proporciona foco para o trabalho do EM e auxilia os subordinados e elementosde apoio a agirem para a busca dos resultados desejados sem a necessidade de novasordens, mesmo quando a operao no se desenvolve como foi planejada. Durante oplanejamento, a inteno do comandante direciona o desenvolvimento das linhas deao; durante a execuo, permite a aplicao da iniciativa dos subordinados diante desituaes imprevistas ou no combate de ameaas.

    2.2.4.4.2A Inteno do Comandante uma tarefa pessoal. Ela deve ser clara e de fcilmemorizao para ser difundida no mnimo dois escales abaixo.

    2.2.4.5 Diretriz de Planejamento

    2.2.4.5.1A Diretriz de Planejamento transmite ao EM a essncia da visualizao docomandante.

    2.2.4.5.2Uma Diretriz de Planejamento eficaz descreve, de forma geral O QUE,O QUANDO, O ONDE e de forma sumria O COMO o comandante pretende empregaro poder de combate para cumprir a misso segundo a inteno do escalo superior. Umadiretriz abrangente d ao EM e aos comandantes subordinados uma maior flexibilidadepara desenvolver opes a fim de atingir o EFD.

    2.2.4.5.3A Diretriz de Planejamento inclui a Abordagem Operativa, que se constitui nabase do Conceito da Operao e serve como elo entre os planejamentos conceitual edetalhado. Fornece a base para o conceito da operao sem ditar os detalhes do planofinal.

    2.2.4.5.4A experincia e o julgamento do comandante so fundamentais para que aDiretriz de Planejamento seja clara e precisa. Ela deve permitir ao estado-maior

    compreender as linhas gerais da sua visualizao, para que possa explorar diferenteslinhas de ao. Tal como acontece com a sua inteno, o comandante pode modificar aDiretriz de Planejamento com base em inseres de seu EM ou elementos subordinados.

    2.2.4.6 Elementos Essenciais de Inteligncia

    2.2.4.6.1O comandante identifica claramente as lacunas existentes em suavisualizao, sinalizando quais so os Elementos Essenciais de Inteligncia. O foco estna obteno de conhecimentos relevantes para que ele possa tomar decises crticasdurante a realizao das operaes.

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    2.2.4.6.2Tambm nessa oportunidade que o comandante descreve as informaes quedevem ser protegidas. Ele visualiza as informaes que, se obtidas por fora oponente,podem comprometer o cumprimento da misso.

    2.2.5CONTROLAR

    2.2.5.1 O comandante o responsvel por dirigir todos os aspectos relacionados operao. A partir da inteno, ele estabelece os objetivos e emite ordens claras para asunidades subordinadas, que so traduzidas em uma srie de tarefas a executar.

    2.2.5.2Durante todo o processo de planejamento das operaes, o comandante: orienta aelaborao e aprova planos e ordens; estabelece as relaes de comando e apoio; atribuitarefas a elementos subordinados; define medidas de controle e a composio dos meios;posiciona suas unidades, maximizando o poder de combate nos pontos crticos; alocarecursos para explorar as oportunidades que surjam e para combater as ameaas; eemprega a reserva quando necessrio.

    2.2.6LIDERANA

    Por meio da liderana, o comandante motiva os subordinados, EM e combatentes,dando-lhes uma direo e um propsito misso. Em muitos casos, a presena docomandante necessria para conduo eficaz das operaes. A localizao docomandante na rea de operaes fator importante para o exerccio da liderana, porisso, deve equilibrar seu tempo entre conduzir seu EM no processo de planejamento econduzir seus comandados por meio de um propsito, direo e motivao.

    2.2.7AVALIAO CONTNUA

    O comandante avalia a situao continuamente, mantendo atualizada suacompreenso da situao. Essa avaliao permite que o comandante se antecipe e ajusteas aes ante mudanas nas condicionantes que afetam ou podem afetara operao.Alm disso, o comandante deve incorporar as avaliaes de seu EM e dos comandantessubordinados em sua avaliao pessoal da situao (ver Cap VI).

    2.3 CONSCINCIA SITUACIONAL

    2.3.1 O sucesso nas operaes exige decises oportunas e eficazes, tomadas com baseno julgamento preciso dos conhecimentos e das informaes disponveis. Portanto, fundamental desenvolver e manter uma conscincia situacional durante toda a operao.

    2.3.2A conscincia situacional obtida mediante anlise e julgamento dosconhecimentos e informaes relevantes obtidas na identificao dos aspectos que maisse destacam dos fatores operacionais e dos fatores da deciso, com vistas a determinaras relaes entre esses fatores, permitindo ao comandante e ao EM ampliar oconhecimento do ambiente operacional, bem como ter uma viso mais clara da situao-problema enfrentada.

    2.3.3 Para analisar e descrever um ambiente operacional, o comandante considera oitofatores operacionais, interdependentes, descritos na Seo 2.3.5. Aps o recebimento da

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    misso, o comandante destaca as informaes relevantes e a luz dos fatores da deciso,em combinao com os fatores operacionais, define a compreenso sobre a situao,visualiza a situao e o problema, descreve a sua visualizao e controla as operaes.

    2.3.4 Desenvolver e manter a conscincia situacional so condies essenciais para que

    o comandante e seu estado-maior possam elaborar planos eficazes, avaliar as aes compreciso e tomar decises adequadas no curso das operaes.

    2.3.5 FATORES OPERACIONAIS E OS FATORES DA DECISO

    2.3.5.1 Fatores Operacionais

    2.3.5.1.1 Oconhecimento dos fatores operacionais fundamental para desenvolver umentendimento completo do ambiente. Eles so aspectos militares e no militares quediferem de uma rea de operaes para outra e afetam as operaes. Descrevem no sos aspectos militares de um ambiente operacional, mas tambm a influncia da

    populao sobre ela, abrangendo as dimenses humana, fsica e informacional. (Fig. 2-4)

    FIGURA 2-4Fatores operacionais nas operaes

    2.3.5.1.2 Os oito fatores operacionais so: poltico, militar, econmico, social, informao,infraestrutura, ambiente fsico e tempo (PMESII-AT). O estudo do(a) Teatro de Operaes(TO) ou rea de Operaes (A Op) quanto aos oito fatores contnuo, com vistas arefinar e atualizar o planejamento no decorrer da operao. (Fig. 2-5)

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    Fator Descrio Itens de Anlise

    PolticoDescreve a distribuio deresponsabilidade e poder nosnveis de governo.

    - centro poltico de poder- tipo de governo e legitimidade- relaes exteriores

    - grupos polticos de influncia

    Militar

    Explora as capacidades militares eparamilitares de todos os atoresrelevantes (foras oponente, amigae neutra), no espao de batalha.

    - foras militares e paramilitares- meios aplicados s Funes deCombate- atores armados no militares

    Econmico

    Analisa o comportamentoindividual e coletivo quanto obteno, distribuio e consumode recursos financeiros.

    - economia formal e informal- sistemas financeiro e bancrio- atividades econmicas legais e ilegais- disponibilidade de postos de emprego(h desemprego/ mo de obra ociosa?)

    Social

    Descreve o ambiente cultural,

    religioso e tnico encontrado noTO/A Op. Descreve as crenas,valores, costumes ecomportamento dos membros dasociedade.

    - aspectos demogrficos

    - nvel educacional da populao- diversidades tnica e religiosa- observncia aos direitos humanos- centro social de poder- normas sociais e valores vigentes

    Informao

    Descreve natureza, amplitude,caractersticas e efeitos dasorganizaes e indivduos ligadoss informaes. Detalha ossistemas de coleta,processamento, disseminao eemprego das informaes.

    - informaes pblicas (mdias, jornais,etc.)- guerra de Informao- sistemas e cultura de Inteligncia- manuseio das informaes

    Infraestrutura

    Analisa e relaciona estruturas,servios e instalaes necessriasao funcionamento da comunidadeou sociedade local.

    - zonas urbanas- principais construes- sistemas de transporte- densidade de construes

    AmbienteFsico

    Descreve os aspectos fisiogrficose a meteorologia no(a) TO/A Op.

    - terreno- clima- histrico de desastres naturais- meteorologia

    Tempo

    Descreve o tempo e durao dasoperaes, eventos e condiesno(a) TO/A Op. Analisa e descrevecomo a noo de tempo e dedurao so percebidos pelosvrios atores no ambienteoperacional.

    - O tempo como um fator crtico e umaferramenta para a obteno devantagens tticas, operacionais eestratgicas.- O tempo direciona a realizao deoperaes e campanhas.- O tempo como um dos fatores maisimportantes de planejamento deconduo de tomada de deciso.- Tempo disponvel para o cumprimentoda misso e tempo de durao daoperao.

    FIGURA 2-5Fatores Operacionais

    1Fator: tudo aquilo que altera ou modifica um resultado.

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    2.3.5.2 Fatores da Deciso

    2.3.5.2.1 Os fatores da deciso descrevem as caractersticas de uma rea de operaes,e so concentrados na anlise de como podem afetar o cumprimento da misso.

    2.3.5.2.2 Enquanto os fatores operacionais so estudados para formar uma base deinformaes relevantes s operaes, os fatores da deciso permitem ao comandante eseu estado-maior abordar os aspectos relevantes que alteram o resultado das operaese aprimorar a conscincia situacional. Os fatores da deciso so: misso, inimigo, terrenoe condies meteorolgicas, meios e apoios disponveis, tempo e consideraes civis(MITM-TC). (Fig. 2-6)

    Fator Descrio

    Misso

    O comandante e o EM visualizam todos os fatores da deciso,considerando o impacto que cada um exerce sobre o cumprimento damisso. A misso traduzida por um conjunto de atividades e tarefas, que

    juntamente com a finalidade e a inteno dos comandantes dois escalesacima, indica claramente a ao a ser tomada e o seu porqu.Normalmente, o primeiro fator a ser considerado durante o processodecisrio. O enunciado da misso contm: o que, quando, onde e oporqu da operao.

    Inimigo

    Este fator aborda o dispositivo do inimigo (organizao, tropas com suaslocalizaes e mobilidade ttica), doutrina, equipamento, capacidades,vulnerabilidades e provveis linhas de ao.DICOVAP: dispositivo, composio, valor, atividades recentes e atuais epeculiaridades.

    Terreno eCondies

    Meteorolgicas

    A anlise do terreno e das condies meteorolgicas so inseparveis e

    influenciam diretamente as operaes militares dos oponentes. O terrenoinclui os recursos naturais (como rios e montanhas) e caractersticasartificiais (como cidades, aeroportos e pontes). O comandante analisa oterreno considerando os cinco aspectos militares do terreno expressos nasigla OCOAV: observao e campos de tiro, cobertas e abrigos,obstculos, acidentes capitais e vias de acesso. Os aspectos militaresquanto s condies meteorolgicas incluem visibilidade, vento,precipitao, nebulosidade, temperatura, umidade.

    Meios

    Este fator inclui a quantidade de tropas amigas disponveis, seus tipos,suas capacidades e suas condies de emprego, incluindoe sobretudoquanto ao apoio logstico. Este ltimo abrange nveis de suprimento e oselementos de apoio disponveis. Inclui, ainda, o apoio civil eventualmenteempregado pelas GU/U.

    Tempo

    O comandante avalia o tempo disponvel para o planejamento, apreparao e a execuo das tarefas ligadas s operaes. Inclui avaliar otempo necessrio para compor os meios, movimentar e manobrar asunidades em relao ao inimigo e o tempo de planejamento dossubordinados.

    ConsideraesCivis

    As consideraes civis analisam a influncia da cultura e das atividades dapopulao local sobre o(a) TO/A Op e a conduo das operaes sobreessas populaes. Inclui efeitos da infraestrutura, das instituies eorganizaes civis e da liderana poltica/civil local. As consideraes civiscompreendem seis vetores: reas, estruturas, capacidades, organizaes,pessoas e eventos.

    FIGURA 2-6Fatores da Deciso

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    2.3.5.3 Relao dos Fatores Operacionais e os Fatores da Deciso

    Os fatores operacionais e os da deciso so inter-relacionados. Os operacionaisorientam os fatores da deciso por sua maior amplitude e em funo do conceito doEspao de Batalha e Ambiente Operacional em suas respectivas dimenses. (Fig. 2-7)

    Misso InimigoTerreno eCondies

    MeteorolgicasMeios Tempo

    ConsideraesCivis

    PolticaMilitar

    InformaoSocial

    Econmico

    PolticaMilitar

    InformaoSocial

    InfraestruturaAmbiente Fsico

    PolticaMilitarSocial

    Econmico

    PolticaInformao

    SocialTempo

    PolticaMilitar

    EconmicoSocial

    InformaoInfraestrutura

    Ambiente Fsico

    TempoFIGURA 2-7Inter-relao dos Fatores Operacionais e Fatores da Deciso

    2.3.6 CONHECIMENTO CULTURAL NAS CONSIDERAES CIVIS

    2.3.6.1A construo da conscincia situacional considera a cultura (a prpria e a dosoutros atores existentes no TO/A Op) e seus possveis reflexos sobre as operaes. Ascrenas, valores, normas de conduta social, costumes e tradies de uma sociedadeformam um conjunto que exerce influncia sobre a forma como os integrantes de umasociedade entendem e definem parmetros sobre o que permitido ou no e comoavaliam o que ou no relevante.

    2.3.6.2A cultura constitui a base da estrutura mental que baliza o pensamento e asdecises dos indivduos. O que uma cultura considera tico e racional, outra podeconsiderar irracional ou antitico. Compreender a cultura de determinada sociedade ougrupo social produz reflexos diretos no modo como a fora cumprir a misso.

    2.3.6.3 Essa compreenso cultural est relacionada cultura de diferentes regies dopas (regionalismo), nos empregos da F Ter em Territrio Nacional.

    2.3.6.4 Os fatores culturais so analisados segundo quatro questes:

    - Como nossa prpria cultura afeta a percepo sobre a situao?- Quais os principais aspectos culturais na regio, onde so realizadas asoperaes?

    - Que aspectos histricos so relevantes para entender a cultura da regio ondeso realizadas as operaes?

    - Quais as diferenas de cultura organizacional e modus operandi das demaisagncias (civis e militares) envolvidas nas operaes?.

    2.3.6.5 Nossa cultura, dentre os demais fatores, determina como ns percebemos asituao e os demais atores presentes no(a) TO/A Op. Nossas tropas tendem ainterpretar os acontecimentos de acordo com os princpios e valores intrnsecos nossa

    cultura. fundamental que comandantes em todos os nveis reconheam que suaspercepes individuais influenciam muito como entender as situaes e como tomar

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    decises. Refletir sobre as diferenas entre a sua cultura e as culturas presentes no(a)TO/A Op permite que o comandante questione constantemente a validade das hiptesesque formulou sobre a situao.

    2.3.6.6 igualmente importante a compreenso da cultura organizacional de rgos

    governamentais e no governamentais nas operaes em ambiente interagncias. Com oobjetivo de obter unidade de esforos entre todos os vetores participantes da operao, crucial conhecer essas culturas para a construo da confiana mtua e entendimento dasituao e tomada de decises.

    2.4 PENSAMENTO CRTICO E CRIATIVO

    2.4.1 fundamental que o comandante e seu estado-maior, no desenvolvimento doprocesso de planejamento das operaes, utilizem o pensamento crtico e criativo. Talmedida contribui para a compreenso das situaes, para a tomada de decises

    adequadas e para a orientao da ao com preciso.

    2.4.2 Empregar estas duas habilidades facilita a compreenso da interao entre asnossas foras e o inimigo, no tempo e no espao. A anlise de fatores mais evidentes como o alcance dos vrios sistemas de armas, a transitabilidade proporcionada peloterreno e as condies meteorolgicas, por exemplo , soma-se de outros aspectosrelevantes, nem sempre bvios, como o alcance operativo2, a influncia da populao ecultura locais e a repercusso das operaes no Espao de Batalha, entre outros.

    2.4.3 Uma anlise disciplinada dos desafios e das oportunidades no curso das operaes,centrada nos Fatores Operacionais e da Deciso, e que empregue pensamento crtico ecriativo proporciona um considervel diferencial sobre o inimigo, no que tange aodesenvolvimento de alternativas para atingir os objetivos formulados e, em ltima

    instncia, o Estado Final Desejado.

    2.5. DILOGO E COLABORAO

    2.5.1 Durante todo o processo de planejamento das operaes, o comandante incentiva acontnua colaborao e um estreito e permanente dilogo entre seu estado-maior, oscomandantes subordinados e as demais agncias envolvidas. O dilogo promove a

    2Alcance Operativo a durao e a distncia por meio da qual um elemento da F Ter pode empregar com

    sucesso as suas capacidades militares terrestres. Reflete a capacidade de alcanar o sucesso por meio daabordagem de uma operao terrestre bem concebida, em funo da resistncia, proteo, sustentaoe poder relativo de combate (PRC).

    O Pensamento Crtico um processo mental que consiste em um julgamentoobjetivo e reflexivo para se chegar, mediante a combinao de conhecimento einteligncia, posio mais razovel e justificada sobre determinado tema. OPensamento Criativo, por sua vez, envolve a criao de aes inovadoras ouoriginais e permite conceber novas abordagens, perspectivas e solues paraos problemas militares.

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    colaborao, envolvendo a troca aberta de percepes e opinies entre os participantes,incentivando discusses francas sobre as reas nas quais haja desacordo e conflitos.

    2.5.2Durante as operaes, a colaborao e o dilogo permitem rpida adaptao smudanas nas variveis das operaes. A avaliao, que ocorre continuamente,

    reforada quando o comandante e seus subordinados trabalham integrados entre si nocurso das operaes. Este trabalho inclui o compartilhamento de avaliaes sobre o queproduz ou no resultados e sugestes de como modificar os planos para atingir o EstadoFinal Desejado.

    2.6 PROCESSOS DE INTEGRAO E ATIVIDADES CONTINUADAS

    2.6.1 Durante todo o processo de planejamento das operaes, o comandante e seuEstado-Maior integram as Funes de Combate para sincronizar o emprego das foras deacordo com a Inteno do Comandante e com o Conceito de Operaes. Os processos

    de integrao e as atividades contnuas so empregados com este fim.

    2.6.2PROCESSOS DE INTEGRAO

    2.6.2.1Alm das principais atividades do processo de planejamento das operaes, soutilizados processos de integrao para sincronizar funes especficas:

    - Processo de Integrao do Terreno, Inimigo, Condies Meteorolgicas eConsideraes Civis (PITCIC);

    - Aquisio de Alvos (Busca de Alvos); e- Gerenciamento de Risco.

    2.6.2.2 Processo de Integrao Terreno, Inimigo, Condies Meteorolgicas eConsideraes Civis (PITCIC)

    2.6.2.2.1 O PITCIC uma atividade cclica, de apoio ao processo decisrio, que permiterealizar uma anlise integrada, por intermdio de representaes grficas do terreno, daspossibilidades do inimigo e de seus possveis objetivos, das condies meteorolgicas edas consideraes civis.

    2.6.2.2.2Alm disso, um processo sistemtico e contnuo de anlise de ameaas eoutros aspectos de um ambiente operacional dentro de uma rea geogrfica especfica,

    sendo conduzido pela Clula de Inteligncia, sob coordenao do Oficial de Inteligncia.2.6.2.2.3 O PITCIC consiste em quatro etapas: definio do ambiente operacional,identificao dos efeitos ambientais sobre as operaes, avaliao das ameaas e adeterminao das possveis linhas de ao das ameaas.

    2.6.2.2.4 O PITCIC integra todo o Processo de Conduo das Operaes Terrestres,desde a identificao dos conhecimentos necessrios at o apoio ao processo decisrio,sendo revisado e atualizado durante a execuo pela anlise das Estimativas Correntes.Os conhecimentos que no esto disponveis so identificados durante o PITCIC, o queserve para orientar os esforos dos meios de obteno e de Inteligncia.

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    2.6.2.3 Seleo, Anlise e Aquisio de Alvos

    2.6.2.3.1 Seleo, Anlise e Aquisio de alvos consistem em uma srie de aesprogressivas e interdependentes que permitem a deteco oportuna, a localizao precisae a identificao e anlise pormenorizada de alvos, a fim de propiciar o emprego eficaz de

    atuadores3

    (meios letais e/ou no letais) disposio do Comandante. Para finsmetodolgicos e funcionais, o termo Busca de Alvos utilizado com o mesmo significadode Aquisio de Alvos.

    2.6.2.3.2A seleo e priorizao de metas e a adequao da resposta, considerando asnecessidades operativas e as capacidades disponveis, so baseadas no Processo deSeleo, Anlise e Aquisio de Alvos, que proporciona um mtodo eficaz para combinaras capacidades das nossas foras contra alvos inimigos. Ele se inicia no planejamento esegue ao longo de todo o PCOT, permitindo o engajamento do alvo certo, na hora certa ecom os atuadores mais adequados, tudo com base nas orientaes e objetivos docomandante.

    2.6.2.3.3 O Chefe do EM, Clula de Fogos ou Oficial de Apoio de Fogo coordena asatividade do EM no que tange seleo de alvos. O perfeito conhecimento dascapacidades disponveis nas tropas amigas permite melhor possibilidade de atingir oefeito desejado para cada alvo, garantindo o emprego do princpio de emprego gradual dopoder de combate e a conformidade com as regras de engajamento.

    2.6.2.3.4As foras engajadas em uma operao atacam alvos com o propsito decapturar, destruir, romper, retardar, degradar, neutralizar ou enganar. O efeito desejadode uma ao contra um alvo deve sempre contribuir para os objetivos da operao. Osalvos podem ser entendidos, de forma genrica, como tropas, equipamentos e quaisqueroutros recursos de valor militar que um comandante pode utilizar para conduzir suasaes em qualquer nvel de operao.

    2.6.2.3.5A compreenso dos princpios do processo de seleo de alvos permitir que,durante a Campanha:

    - as diretrizes e os objetivos do comandante sejam atendidos corretamente;- seja mantido o foco das aes nos Centros de Gravidade, Pontos Decisivos e

    Objetivos;- os fogos letais e as aes no letais sejam integrados, coordenados e

    sincronizados sem interferncia mtua;

    - seja obtida uma resposta rpida para os alvos mais sensveis;- seja minimizada a duplicidade de esforos; e- seja realizada uma avaliao imediata das aes executadas;

    2.6.2.3.6 Uma parte importante da seleo de alvos identificar possibilidades defratricdio e danos colaterais. O comandante, ento, estabelece as medidas de controlenecessrias para minimizar essas possibilidades, por meio de medidas de coordenaode fogos, constando da Ordem de Operaes.

    3

    Os atuadores da F Ter abrangem uma ampla gama de recursos, como por exemplo: helicpteros deataque; unidades (mveis e fixas); lanadores mltiplos de foguetes (LMF); foras (convencionais e deoperaes especiais); equipamentos de guerra eletrnica; aes de guerra ciberntica; dentre outros.

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    2.6.2.4 Gerenciamento de Riscos (GR)

    2.6.2.4.1 um processo para identificar, avaliar e controlar os riscos associados aosfatores operacionais e tomada de deciso, bem como a todo o espectro que envolve aatividade militar. O processo visa a buscar o melhor custo-benefcio no cumprimento da

    misso e nas atividades dirias. Identificar e aceitar riscos de forma prudente atividadeindissocivel do exerccio da autoridade por meio do Comando e Controle.

    2.6.2.4.2O gerenciamento de risco permite, primeiramente, identificar todo tipo de riscoassociado s operaes, desde os relacionados s baixas nas tropas amigas e de civis,passando pelos que consideram eventuais danos ou destruio de equipamentos, ataqueles que impactam negativamente a eficcia da misso e a legitimidade.

    2.6.2.4.3 O gerenciamento de risco se inicia no planejamento (Exame de Situao doComandante) e deve ser mantido atualizado durante a preparao e a execuo, sempresob a coordenao da Clula de Operaes de Mdio Prazo ou da Seo de

    Planejamento; nas Unidades e Subunidades, o Oficial de Segurana o responsvel poressa coordenao. Cabe ressaltar que o gerenciamento de risco visa a evitar perdasignificativa do Poder de Combate e reduo do grau de liberdade de ao de prosseguirnas operaes. (Fig. 2-8)

    FIGURA 2-8 - O emprego do Gerenciamento de Risco

    2.6.2.4.4 O Processo de Gerenciamento de Risco composto pelas seguintes etapas:a) Identificar os fatores de risco: consiste em relacionar as principais fases da operao eidentificar os fatores de risco que possam estar associados a cada uma delas.

    b) Avaliar os riscos: consiste em classificar por nveis os riscos identificados, conforme agravidade das possveis consequncias e probabilidade de ocorrncia de cada um. Oemprego de uma Matriz de GR, particularmente til e apoia esta etapa do processo,contudo, sua confeco no obrigatria.

    c) Selecionar medidas para mitigar os riscos: significa conceber medidas para reduzir orisco, quanto a sua gravidade, sua probabilidade de ocorrncia ou, em ltimo caso,

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    quanto exposio das operaes a esses riscos. Este trabalho prioriza a avaliao dosriscos mais elevados.

    d) Deciso sobre o risco: decidir se os riscos residuais sero admitidos ou no. Riscosresiduais so aqueles que permanecem mesmo aps aplicao das medidas de reduo.A concluso de que h riscos no admissveis pode inviabilizar a operao. Neste caso, o

    escalo que atribui a misso deve ser informado imediatamente, para que eleimplemente, se possvel, medidas de atenuao de riscos coerente com seu prprio nveldecisrio ou opo pela aceitao do risco, considerando os ganhos que sero obtidospara o conjunto das operaes.

    e) Implementar medidas de reduo do risco: consiste em aplicar as medidasselecionadas pelo decisor para a eliminao ou reduo dos riscos, colocando todos osmeios e recursos necessrios disposio dos responsveis pela sua execuo. Casoalguma medida de controle deixe de ser implementada, retorna-se fase de decisosobre admitir ou no o risco residual.

    f) Supervisionar e Avaliar: consiste em verificar se as medidas de reduo foram

    implementadas e se esto sendo eficazes. Qualquer mudana nos parmetrosconsiderados inicialmente para a deciso sobre o risco deve ensejar reavaliao,realimentando o processo do GR.

    2.6.2.4.5 Todas as sees e clulas do EM devem realizar o GR em suas estimativascorrentes e apresentar recomendaes para medidas de reduo de risco, dentro de suasreas de atuao.

    2.6.3ATIVIDADES CONTINUADAS

    2.6.3.1 Enquanto as unidades executam numerosas tarefas ao longo de todo o processo

    de planejamento, o comandante e EM planejam e coordenam as seguintes atividadessimultaneamente:

    - ligaes;- Inteligncia, Reconhecimento, Vigilncia e Aquisio de Alvos;- misses de segurana;- proteo;- gerenciamento do Terreno; e- coordenao e controle do Espao Areo.

    2.6.3.2 Ligaes

    2.6.3.2.1 o contato e/ou a comunicao estabelecida entre dois ou mais elementosoperativos, sendo mais comumente utilizada para estabelecer ligao direta, de formacontnua, entre os comandos desses elementos, preservar a liberdade de ao e manter aflexibilidade. No ambiente interagncias, a ligao estabelecida entre os elementosmilitares e de agncias civis governamentais e no governamentais para garantir acompreenso mtua e a unidade de esforos.

    2.6.3.2.2 O efetivo estabelecimento de ligao garante que os comandantes subordinadosrealizem a coordenao no desencadeamento das aes. A ligao proporciona aoscomandantes informaes relevantes e proporciona respostas oportunas a questes

    operativas, contribuindo, assim, para a conscincia situacional inicial de todos osenvolvidos.

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    2.6.3.3 Inteligncia, Reconhecimento, Vigilncia e Aquisio de Alvos

    A coleta e a busca de dados so atividades integradas e sincronizadas com oplanejamento e o emprego de sensores e outros elementos, bem como o processamento,a explorao e a difuso em apoio s operaes atuais e futuras. Integram as aes das

    equipes de Inteligncia e as atividades e tarefas que visam a atender os ElementosEssenciais de Inteligncia (EEI). Essas atividades e tarefas so comumente referidas pelasigla IRVA (de Inteligncia, Reconhecimento, Vigilncia e Aquisio de Alvos).

    2.6.3.4 Misses de Segurana

    2.6.3.4.1As misses de segurana so planejadas e conduzidas durante todo o curso dasoperaes. Elas visam a fornecer alerta oportuno e preciso quanto s aes do inimigo,evitando que a tropa amiga seja surpreendida e, ao mesmo tempo, provendo-lhe proteocom tempo e espao de manobra suficientes para reagir a essas aes.

    2.6.3.4.2A fora que cumpre as misses de segurana deve ser suficientemente forte eapropriada para fornecer o tempo e espao necessrio para que a fora para a qual operavenha a obter, manter e explorar a iniciativa para conquistar e conservar uma posio devantagem em relao ao oponente. o meio pelo qual se nega a iniciativa para ooponente.

    2.6.3.5 Proteo

    2.6.3.5.1 a misso que visa preservao da eficcia e capacidade de sobrevivnciados militares e civis, equipamentos, instalaes, informaes e infraestrutura existentesdentro ou fora dos limites de um(a) determinado(a) TO/A Op/reas de Responsabilidade(A Rsp), que sejam necessrios para que se possa atingir o Estado Final Desejado nasoperaes. O comandante e seu EM organizam, integram e sincronizam as capacidadese os recursos em todo o processo de planejamento das operaes, a fim de preservar opoder de combate e mitigar os efeitos de ameaas e outros fatores.

    2.6.3.5.2A proteo uma demanda contnua do processo de planejamento dasoperaes e uma Funo de Combate, que se entende como um conjunto de atividades,tarefas e sistemas inter-relacionados empregados na preservao da fora, permitindoque os comandantes disponham do mximo poder de combate para emprego. As tarefaspermitem identificar, prevenir e mitigar ameaas s foras e aos meios vitais para as

    operaes, de modo a preservar o Poder de Combate e a liberdade de ao. Permitem,tambm, preservar as populaes.

    2.6.3.5.3 atribuio do comandante garantir que as vrias atividades e tarefas daFuno de Combate Proteo sejam integradas durante toda a operao para que suatropa, meios, pessoal civil, informaes e instalaes sejam mantidos protegidos eseguros.

    2.6.3.6 Gerenciamento do Terreno

    o processo que permite a utilizao adequada do terreno por meio de alocao

    de parcelas do terreno do TO/A Op, estabelecendo reas de responsabilidade, zonas deao, designando zonas de reunio e especificando locais para o desdobramento de

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    unidades e suas atividades, a fim de evitar conflitos ou interferncia indesejada entre elas.No ambiente interagncias, essa coordenao deve abranger os elementos de agnciascivis localizados em sua rea de operaes.

    2.6.3.7 A Coordenao e o Controle do Espao Areo

    2.6.3.7.1A coordenao e controle do espao areo o processo empregado paragarantir mxima eficincia no emprego de vetores militares, por meio da promoo do usoseguro, eficiente e flexvel do espao areo subjacente a um TO/A Op.

    2.6.3.7.2 Esse cenrio apresenta os seguintes vetores militares: aeronaves (tripuladas ouremotamente pilotadas), meios de apoio de fogo (artilharia de campanha e fogo naval),artilharia antiarea, meios de busca de alvos (de comunicao e de no comunicao),meios de guerra eletrnica, alm de aeronaves civis.

    2.6.3.7.3 O comandante e seu EM buscam integrar e sincronizar continuamente o

    emprego de seus elementos subordinados e das Funes de Combate dentro de umaA Op. Os controles positivos e de procedimentos so formas de maximizar o uso doespao areo, sem comprometer as operaes ar-terra.

    2.6.3.7.4 Os procedimentos necessitam ser simples, para serem entendidos e executadospor todos os envolvidos nas operaes. Informaes seguras, oportunas e confiveisconstituem a chave para utilizar bem as potencialidades da coordenao e do controle doespao areo.

    2.7 ROTINA DE TRABALHO DO ESTADO-MAIOR

    2.7.1 O PCOT pressupe rotinas de trabalho estabelecidas pelo comandante e seu EM,com vistas a integrar e sincronizar o esforo do escalo superior e das unidadessubordinadas. Essa rotina de trabalho um ciclo dirio e deliberado de atividades etarefas que devem no s permitir a conduo das atividades correntes, mas antever,planejar e sincronizar as operaes de mdio e longo prazo. Define-se tambm pelasequncia das aes e eventos executados por um comando, regulados pelo fluxo ecompartilhamento de informaes que do suporte tomada de deciso.

    2.7.2 Uma rotina de trabalho eficaz: estabelece adequadas formas de interao entre o

    pessoal envolvido no planejamento, na coordenao e na execuo; facilita a interaoentre o comandante, seu EM e as unidades subordinadas; e agiliza o processo decisrio ea tomada de deciso pelo comandante.

    2.7.3 De forma prtica, a rotina de trabalho de um comando consiste em reunies,relatrios, compartilhamento de informaes e outras atividades sincronizadas no tempo,espao e por sua finalidade comum. Essas atividades podem ser dirias, semanais,mensais ou trimestrais, dependendo do horizonte de planejamento em questo. Umhorizonte de planejamento um ponto no tempo que os comandantes visualizam comometa para concentrar os esforos de planejamento e moldar eventos futuros. A cada umdos horizontes de planejamento corresponde uma das clulas integradoras do Comando,

    dos Escales G Cmdo Op e superiores, quais sejam: clula de operaes correntes,clula de operaes de mdio prazo e clula de plano de longo prazo.

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    2.7.4 O progresso da operao determinante para a rotina de trabalho do EM. No incioda operao, o comandante pode exigir um briefing dirio de atualizao de planos.Com a evoluo da situao, o comandante pode passar o briefingde atualizao deplanos para perodos maiores.

    2.7.5No desenvolvimento da rotina de trabalho do EM, o comandante e o chefe do EMdevem considerar:- a rotina de trabalho do escalo superior e os relatrios necessrios;- a durao e a intensidade da operao;- os requisitos de planejamento das clulas de integrao (operaes correntes,

    operaes de mdio prazo e planejamento de longo prazo); e- a definio das reunies ou briefings necessrios para a coordenao eficaz do

    ciclo das operaes.

    2.7.6 Ordens emitidas pelo Estado-Maior

    A emisso de ordens uma atividade da rotina do EM com o objetivo de transmitiras instrues do comandante para seus subordinados, sendo emitidas de forma verbal ouescrita. So elas: Ordem de Operaes, Ordem Fragmentria, Ordem de Alerta e OrdemPreparatria.

    2.7.6.1 Ordem de Operaes (O Op)

    uma diretiva emitida aos comandantes subordinados com o objetivo decoordenar a execuo de uma operao. Ela pode ser emitida tambm para coordenar aexecuo de operaes de menor vulto dentro de uma operao de longo prazo.

    2.7.6.2 Ordem Fragmentria (O Frag)

    uma forma abreviada de uma O Op emitida conforme a necessidade, paraatender qualquer modificao na O Op, executar uma variante, uma deciso de conduta,ou qualquer outra ordem necessria dentro de uma operao.

    2.7.6.3Ordem de Alerta (O Alr)

    um aviso prvio de uma ordem ou de uma ao que ocorrer a seguir. A O Alrorienta os comandantes subordinados e seus EM a se prepararem para novas misses,

    descrevendo a situao, orientando o planejamento inicial e a preparao.2.7.6.4 Ordem Preparatria (O Prep)

    uma ordem preliminar destinada a alertar ou determinar, antes da realizao deum movimento ou operao, sobre deslocamentos prvios, medidas urgentes desegurana ou qualquer outra providncia de preparao para uma organizao ou umelemento subordinado, a fim de permitir-lhe maior tempo para os preparativos necessrios sua execuo, enquanto no expedida a ordem de operao definitiva.

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    CAPTULO IIIO CICLO ADAPTATIVO DAS OPERAES TERRESTRES

    3.1 GENERALIDADES

    3.1.1O ciclo das operaes so as atividades da Funo deCombate Comando e Controle, realizadas em sequncia pelocomandante e seu EM aps o recebimento de uma missoou tarefa pelo escalo superior (Fig. 3-1).

    3.1.2Apesar da sequncia caracterstica e a concretizao do planejamento em umplano ou ordem, o Processo de Conduo das Operaes cclico e adaptativo ,umavez que a situao-problema e o Ambiente Operacional podem sofrer adaptaes emdecorrncia da evoluo desse ambiente, da ao dos diversos atores que interagem

    entre si, evoluindo e se modificando de acordo com o desenvolvimento das operaes.Assim, a avaliao contnua exerce papel preponderante no PCOT, pois permite aaprendizagem e a percepo das mudanas e adaptaes ocorridas no ambienteoperacional e no problema militar, caracterizando o Ciclo Adaptativo das OperaesTerrestres. (Fig. 3-2)

    FIGURA 3-1O Ciclo das Operaes

    3.1GENERALIDADES3.2PLANEJAMENTO3.3PREPARAO3.4EXECUO

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    FIGURA 3-2O Ciclo Adaptativo das Operaes Terrestres

    3.2 PLANEJAMENTO

    3.2.1 Planejar conceber a soluo para um problema militar. combinar arte e

    cincia para obter a mais precisa compreenso sobre ele, vislumbrando o estado finalou os objetivos que se desejam alcanar quando o problema for resolvido, eestabelecendo formas eficazes para que isso acontea. O planejamento uma dasformas pela qual se estabelece uma viso comum entre o comandante, seu EM, oscomandantes subordinados e rgos civis no ambiente interagncias. Os produtosdiretos do planejamento so os planos e as ordens que sincronizam as aes dasforas no tempo, espao e na finalidade para alcanar objetivos e cumprir suasmisses.

    3.2.2 Na conduo de operaes terrestres, o planejamento um processo cclico,contnuo e adaptativo que no se encerra com a produo do plano ou a emisso da

    ordem. Durante a preparao e execuo, o plano ajustado continuamente, conformeocorram mudanas na situao. Subordinados e outras fontes contribuem diretamente

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    para esses ajustes, fornecendo sua viso sobre o que est produzindo ou noresultados, sugerindo medidas para melhorar o desempenho. Em algumascircunstncias, o comandante pode concluir que a ordem emitida (incluindo asvariantes e ordens fragmentrias decorrentes) deixou de ser adequada situao e aoproblema para o qual foi elaborada. Nesses casos, ao invs de modificar o plano, o

    comandante reavalia o problema e desenvolve um plano inteiramente novo.

    3.2.3 O planejamento pode ser bastante estruturado, envolvendo o comandante, seuEM, e os comandos subordinados. Em muitas situaes normalmente nos escalessubunidade e inferioreso planejamento ser menos elaborado, envolvendo apenas ocomandante da subunidade, peloto ou frao, como em um planejamento de umataque de oportunidade. O processo desenvolvido para atender diferentes horizontestemporais, de longo, mdio e curto alcance. Dependendo do escalo e dascircunstncias, os G Cmdo Op, GU e unidades podem planejar em termos de anos,meses, semanas, ou em dias, horas e minutos.

    3.2.4 O essencial dos planos e ordens comunicar aos subordinados a compreensodo comandante sobre a situao e a sua visualizao da operao que ser executada.Um plano no um documento estanque. Ele tambm abrange a antecipao deaes, maximizando as oportunidades surgidas durante a execuo. isso quegarante a orientao eficaz aos subordinados, medida que cada fase da operao desencadeada. Os planos e as ordens devem ser flexveis para permitir adaptaes eadequaes. Mais importante do que tentar obter eficcia na concepo inicial doplano, elabor-lo de forma flexvel para ser rapidamente adaptado em face deacontecimentos imprevistos. Um bom plano e uma boa ordem so aqueles quecontemplam um nmero maior de alternativas.

    3.2.5A IMPORTNCIA DO PLANEJAMENTO

    3.2.5.1 preciso estar ciente de que todo e qualquer planejamento militar baseadoem conhecimento existente e suposies, que podem no se confirmar. Oplanejamento no pretende prever exatamente como os efeitos da operao ocorrero,nem como ser a reao do inimigo, tampouco como civis iro responder s foras eaes das tropas amigas e do inimigo. No entanto, o aprendizado e a conscinciasituacional adquiridos durante o planejamento tm significativo valor. Mesmo que asunidades no consigam executar o plano como o previsto, o processo de planejamentoser uma experincia importante para futuras tomadas de deciso.

    O planejamento importante em toda e qualquer atividade militar,pois permite ao comandante influenciar o futuro, interferindo no curso doseventos para alcanar resultado satisfatrio nas operaes. No planejarequivaleria a tentar alcanar os resultados desejados apenas reagindo aosacontecimentos. Embora possa haver casos em que essas condies seapliquem, eles so raros. O planejamento e a confeco de planos ajudam ocomandante a:

    - Compreender e desenvolver solues para os problemas.- Antecipar eventos e adaptar-se s mudanas de circunstncias.

    - Organizar os meios a sua disposio e priorizar esforos.

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    3.2.5.2Compreender e desenvolver solues para os problemas

    3.2.5.2.1 No contexto das operaes, um problema militar ou problema operativo aquesto ou um conjunto de questes que impedem o comandante de atingir o EstadoFinal Desejado.

    3.2.5.2.2Ao longo da operao, surgem dificuldades no antevistas que, muitas vezes,necessitam solues originais e criativas. O planejamento ajuda o comandante e seuEM a entenderem tais problemas e a desenvolverem solues. Entretanto, nem todosos problemas exigem o mesmo nvel de planejamento. Para problemas simples, ocomandante deve decidir rapidamente. Um planejamento crtico, quando o problema um conjunto de questes interligadas e a soluo para cada uma delas afeta asoutras (problema de estrutura complexa). Para situaes desconhecidas, oplanejamento oferece maneiras de trabalhar com um conjunto completo de problemasdentro do contexto geral. Em geral, quanto mais complexa a situao, mais importantese torna o esforo de um planejamento.

    3.2.5.3 Antecipar eventos e adaptar-se a mudana de circunstncias

    3.2.5.3.1 Os principais desafios para o planejamento eficaz so a incerteza e o tempo.As incertezas aumentam com a durao do horizonte de planejamento e a taxa devariao em um Ambiente Operacional. A tenso entre o desejo de planejar muito afrente no futuro para facilitar a preparao e o fato de que quanto mais longe no futuroos planos do comandante, mais incerto torna-se a relevncia dos mesmos.

    3.2.5.3.2 O planejamento fornece uma previso de como os eventos futuros podem sedesdobrar. Isso implica em identificar e avaliar potenciais decises e aes comantecedncia para incluir pensamentos atravs das consequncias de certas aes. Oplanejamento envolve o pensar em maneiras de influenciar o futuro, bem como a formade responder a eventos potenciais.

    Simplificando, o planejamento pensar de forma crtica e criativa sobre oque fazer e como faz-lo, enquanto antecipa mudanas ao longo do

    caminho.

    Dada a natureza incerta das operaes, o objeto do planejamento no eliminar a incerteza, mas desenvolver um quadro de ao no meio de tanta

    incerteza.

    Assim como o planejamento apenas parte das operaes, eletambm constitui parte da soluo do problema. Alm do planejamento, aresoluo dos problemas inclui a implementao da soluo planejada(durante a execuo), a aprendizagem a partir da implementao da soluo(durante a avaliao) e modificar ou desenvolver uma nova soluo,conforme necessrio. O objeto da soluo do problema no apenasresolver problemas de curto prazo, mas faz-lo de uma forma que constitui abase de sucesso no longo prazo, isto , solues permanentes.

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    3.2.5.3.3 O Planejamento mantm a fora orientada sobre os objetivos futuros, apesardas exigncias das operaes atuais. Com a antecipao de eventos, o planejamentoajuda a fora a buscar, conservar ou explorar a iniciativa. Como resultado, a foraantecipa eventos e atua propositadamente e de forma eficaz antes que o inimigo possaagir ou a situao se deteriore. Alm disso, o planejamento ajuda a antecipar

    mudanas favorveis de eventos que poderiam ser explorados. Por exemplo, ocomandante pode desenvolver um plano alternativo para uma busca na resistnciainimiga.

    3.2.5.4 Organizar as foras e priorizar esforos

    3.2.5.4.1 Um aspecto essencial do planejamento a organizao para o combate para

    as operaes. Compor os meios o ato de configurar uma fora operativa (composiodos meios de uma FTC ou G Cmdo Op), pessoal de apoio ou uma fora logsticaespecfica para atender a uma nica tarefa ou misso. Por meio da organizao dosmeios por mdulos de combate, o comandante estabelece relaes de comando ou deapoio e aloca os meios compatveis e necessrios operao decisiva ou ao esforoprincipal. As relaes de comando e apoio fornecem a base para a unidade decomando e unidade de esforos nas operaes.

    3.2.5.4.2Alm de compor os meios, o comandante estabelece as prioridades de apoio,para garantir que uma unidade subordinada, de acordo com a importncia de suatarefa, receba o apoio necessrio para cumprir a misso. As prioridades de movimento,

    fogos, logstica, proteo e informao ilustram a prevalncia de apoio que ocomandante emprega para favorecer a ao decisiva ou o esforo principal emoperaes faseadas.

    3.2.5.4.3 O comandante tem duas formas de priorizar esforos: por meio do conceitoda operao em que identifica o esforo principal ou pela priorizao de apoio aoelemento de manobra que conduz a ao decisiva. O esforo principal caracterizadopor uma unidade subordinada cuja misso, em um determinado ponto no tempo, mais crtica para o sucesso da misso como um todo. Geralmente constituda com apreponderncia de poder de combate. A designao de um esforo principaltemporariamente fornece a essa unidade a prioridade de apoio, que permite aocomandante alocao de recursos de forma prevalente dentro de sua inteno e dascircunstncias. O comandante pode mudar vrias vezes o esforo principal duranteuma operao.

    3.2.6 PLANEJAMENTO INTEGRADO

    3.2.6.1 O planejamento integrado abrange uma fase conceitual e uma fase detalhada,conforme o que se segue.

    3.2.6.2O planejamento conceitual consiste em avaliar o Ambiente Operacional,

    formular o problema, determinar o estado final da operao e estabelecer objetivos e osequenciamento da operao em termos gerais (Abordagem Operativa). a parte que

    Identificar os pontos de deciso e desenvolver planos alternativos e sequnciasassociadas a esses pontos de deciso so a chavepara um planejamento eficaz.

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    geralmente corresponde Arte Operacional, tendo como foco o entendimento e avisualizao pelo comandante e o EM (ver Cap IV).

    3.2.6.3 O planejamento detalhado, por seu turno, traduz a Abordagem Operativa emum plano completo, com o detalhamento requerido execuo. Geralmente, o

    planejamento detalhado corresponde cincia do controle. Matrizes de Sincronizao,quadros de movimento, ordem aos elementos subordinados, consideraes sobre osefeitos de armas e sobre os fatores de tempo e distncia esto entre os aspectos quedefinem a predominncia da cincia sobre a arte. O planejamento detalhado tem seufoco nos detalhes da execuo e envolve todo o EM. O planejamento detalhadofunciona por meio da programao, coordenao e gesto dos aspectos tcnicosenvolvidos com as Funes de Combate no curso das operaes.

    3.2.6.3 O comandante dirige pessoalmente a vertente conceitual do planejamento, pois ele que fornece a base para todo o planejamento subsequente. J durante oplanejamento detalhado, o comandante participa do processo, mas delega ao EM o

    detalhamento. No entanto, a dinmica no funciona em sentido nico. O planejamentoconceitual deve responder s restries surgidas durante o detalhamento, como, porexemplo, as identificadas na montagem da Matriz de Sincronizao (ferramenta doplanejamento detalhado) que influem na Abordagem Operativa (produto doplanejamento conceitual) (Fig. 3-3).

    FIGURA 3-3Planejamento Integrado

    3.2.7METODOLOGIAS DE PLANEJAMENTO

    3.2.7.1 Nas operaes terrestres, h trs metodologias para o planejamento a seremutilizadas:

    - metodologia de planejamento conceitual Concepo Operativa do Exrcito(Cap IV).

    - mtodo de planejamento detalhado Exame de Situao do Comandante(Cap V).

    - trabalho de comando de subunidades e escales inferiores.

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    3.2.7.2 Os fatores a considerar quando da escolha por uma ou mais dessasmetodologias, so: a complexidade do problema e a familiaridade com a situao, otempo disponvel e a capacitao e disponibilidade de pessoal para executar oplanejamento.

    3.2.7.3 O espectro de emprego da Metodologia da Concepo Operativa doExrcito (MCOE) e do Exame de Situao do Comandante

    3.2.7.3.1 Dependendo da situao, pode-se empregar a MCOE antes, durante (emparalelo), ou depois do Exame de Situao do Comandante. Em geral, o comandanteinicia seu planejamento pela MCOE, sobretudo no caso de operaes de longadurao, ou quando o problema militar enfrentado totalmente novo ao Cmt e seu EM.Em tais casos, avaliar corretamente o Ambiente Operacional, entender e formular oproblema e desenvolver uma Abordagem Operativa so etapas preliminares essenciaisao planejamento mais detalhado.

    3.2.7.3.2 Inicialmente, se as circunstncias permitirem, o esforo de planejamento deveser focado no aspecto conceitual at que o comandante, assessorado pelo EM, tenhaconcebido a Diretriz de Planejamento e a Abordagem Operativa produtos da MCOE.A partir desse momento, mesmo que uma parte do EM permanea no refinamento daAbordagem Operativa, o esforo volta-se para o Exame de Situao do Comandante,at a emisso da O Op (Fig. 3-4).

    FIGURA 3-4Espectro de Emprego dos Mtodos de Planejamento

    3.2.7.3.3 Durante a execuo, a avaliao contnua monitora o problema e o AmbienteOperacional, com a finalidade de identificar as alteraes que possam interferir nocumprimento da misso. Dessa forma, em caso de mudanas e se necessrio, aMCOE revista, reavaliando o Ambiente Operacional e reformulando o problemamilitar para um consequente ajuste nas operaes correntes ou na reformulao da

    Abordagem Operativa, podendo resultar em um novo plano/ordem.

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    3.2.7.3.4 Em outras situaes, o EM conduz a anlise da misso, enquanto ocomandante e alguns integrantes do EM avaliam o Ambiente Operacional e formulam oproblema militar a ser enfrentado. Este planejamento em paralelo permite que ocomandante desenvolva melhor sua compreenso sobre o Ambiente Operacional. OEM mantm o comandante informado quanto anlise da misso realizada no Exame

    de Situao.

    3.2.7.3.5 Quando a situao requer ao imediata, o comandante pode conduzir oExame de Situao e emitir uma O Op sem a realizao da Concepo Operativa.Neste caso e havendo disponibilidade de tempo durante a execuo das operaes, ocomandante pode aplicar o mtodo conceitual para ajustar o plano inicial desenvolvidocom base no Exame de Situao. O mesmo se aplica aos problemas militares que soinerentes ao comandante.

    3.2.7.4 Trabalho de Comando de Subunidade e Escales Inferiores

    3.2.7.4.1 Trabalho de Comando o ciclo de atividades realizados pelos comandantesde subunidades (SU) e escales inferiores que tem incio com o recebimento damisso. Compreende a preparao da tropa, o planejamento, a execuo e a avaliaoda operao.

    3.2.7.4.2 O Trabalho de Comando um processo dinmico que obedece mesmametodologia de soluo de problemas militares do Exame de Situao, guardado onvel de detalhamento adequado ao escalo. Nas subunidades, nos pelotes e naspequenas fraes todo o encargo de planejamento e execuo de seuscomandantes.

    3.2.7.4.3A partir do recebimento da misso (ordem direta, ordem de alerta ou plano doescalo superior), o planejamento obedece ao que se segue:

    - providncias iniciais;- observao e planejamento do reconhecimento;- reconhecimento;- montagem das linhas de ao e jogo da guerra;- deciso.- emisso da O Op;- fiscalizao; e- avaliao contnua.

    3.2.7.4.4 O comandante pode realizar o trabalho de comando sozinho ou contar comum pequeno grupo para auxili-lo na soluo de problemas tticos. Por exemplo, umcomandante de peloto poder empregar o Sargento Adjunto e os comandantes degrupo de combate para assessor-lo durante o processo.

    3.2.7.4.5 Mesmo nesses escales, o trabalho de comando no se encerra com atomada de deciso. Este deve ser continuadamente revisto e atualizado pela avaliaocontnua. Durante o combate, o comandante considera toda e qualquer modificaodos fatores da deciso e realiza um Exame de Situao de Conduta, a fim de decidir seintervm no combate ou no.

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    3.2.8 OS PRINCIPAIS COMPONENTES DE UM PLANO

    3.2.8.1A composio dos meios, o enunciado da misso, a inteno do comandante, oconceito da operao, a atribuio de atividades e tarefas aos elementos subordinados,as instrues de coordenao e as medidas de coordenao e controle so os

    principais componentes de um plano.

    3.2.8.2A inteno do comandante deixa claro qual o Estado Final Desejado,enquanto o Conceito da Operao define a sequncia de aes que a fora irexecutar para atingir esse estado final. Ou seja, o Conceito da Operao expande oenunciado da misso e a inteno do comandante. O comandante pode estabelecerobjetivos intermedirios para a consecuo do estado final. Ao definir as misses doselementos subordinados, o comandante busca coordenar e distribuir atividades etarefas dentro de cada Funo de Combate.

    3.2.8.3 Composio dos Meios

    3.2.8.3.1 Compor os meios significa agrupar foras temporariamente para cumprir umamisso especfica. Essa composio inclui as relaes de comando e de apoio. Asprimeiras definem a responsabilidade de comando e autoridade. As segundas definemo propsito, o escopo e o efeito desejado quando uma capacidade d suporte outra.

    3.2.8.3.2As relaes estabelecem responsabilidades claras entre os comandos e asunidades subordinadas e de apoio. Elas podem, por exemplo, limitar a autoridade docomandante para desmembrar a fora sob seu controle.

    3.2.8.3.3 Sempre que possvel, o comandante mantm as composies dos meios jexistentes. Quando isso no possvel, ele procura estabelecer a nova organizao eas relaes funcionais, considerando o tempo necessrio ao treinamento. Essacomposio dos meios s ser alterada quando as vantagens de uma mudana foremsuperiores s desvantagens, pois reorganizar meios durante as operaes poderesultar em perda de tempo e esforo. As consideraes logsticas tambm podemcontraindicar a reorganizao dos meios.

    3.2.8.3.4 Para determinar as relaes de comando e apoio, o comandante considera aoperao decisiva, segundo o conceito da operao. Dois princpios devem serobedecidos:

    - manter as relaes funcionais entre as foras empregadas; e- no exceder a capacidades de controle dos escales subordinados.

    3.2.8.3.5 fundamental no exceder a capacidade de controle de seus subordinados(nmero de unidades subordinadas sob um nico comandante). Este nmero varivele depende da situao. Em princpio, dependendo dos fatores da deciso, umcomandante pode coordenar com os meios orgnicos de forma eficiente at 5 (cinco)elementos de manobra/unidades a ele subordinadas. Mais unidades alocadas aoscomandantes subordinados lhes conferem maior flexibilidade (aumentando as opes ecombinaes), mas implicam em maior necessidade de coordenao e tomadas dedeciso, podendo diminuir a agilidade.

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    3.2.8.4 Situaes ou Relaes de Comando e Controle

    3.2.8.4.1As situaes de comando e controle definem o relacionamento entre oscomandantes dos escales superiores e subordinados. Elas estabelecem a cadeia decomando, buscam a unidade de comando e a unidade de esforos a serem aplicadas e

    atribuem flexibilidade ao emprego das foras subordinadas.

    3.2.8.4.2As situaes de comando e controle so: adjudicao, comando operativo,controle operativo e reforo. O grau de apoio que os comandantes tm sobre as forascolocadas sob o seu comando o que diferencia uma forma da outra.

    3.2.8.4.3 Adjudicao

    uma situao de comando e controle por meio do qual o Ministro de Estadoda Defesa determina a transferncia do comando ou do controle operativo de meios decada Fora Armada para um Comando Conjunto, de acordo com as capacidades

    levantadas durante o planejamento para as operaes. Pode ocorrer, para atender auma necessidade operacional, com a transferncia provisria de meios de uma ForaComponente, atuando de forma singular ou conjunta, para outra, ou para constituiode uma Fora-Tarefa durante as operaes.

    3.2.8.4.4 Comando Operativo

    Situao de comando e controle quando atribuda autoridade a umcomandante para estabelecer a composio das foras que lhe foram subordinadas,atribuir misses e objetivos, alm de orientar e coordenar as operaes. Normalmenteno inclui autoridade quanto a assuntos de administrao, estrutura organizacionalinterna, instruo e ao adestramento das unidades, exceto se um comandosubordinado solicitar assistncia nesses assuntos.

    3.2.8.4.5 Controle Operativo

    Situao de comando e controle quando atribuda autoridade a umcomandante para empregar e controlar as foras recebidas em misses ou tarefasespecficas e limitadas no tempo e no espao. Exclui a autoridade para empregar oscomponentes destas foras separadamente e atribui autoridade para controlar outrasforas que, embora no lhe sejam subordinadas, operem ou transitem em sua rea de

    responsabilidade. O Comandante Conjunto exerce o controle operativo sobre as forasque lhe so adjudicadas, podendo deleg-lo aos comandantes das forascomponentes.

    3.2.8.4.6 Reforo

    Relao de comando e controle quando uma unidade ou elemento que passatemporariamente subordinao de uma organizao militar de constituio fixa, a fimde agregar capacidade especfica. Caracteriza-se, tambm, como apoio a um escalo,quando o comando que refora no puder exercer sobre a mesma um controleadequado, passando o elemento ao comando da unidade reforada.

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    3.2.8.5 Relaes ou Formas de Apoio

    3.2.8.5.1As relaes de apoio dos elementos da F Ter possuem caractersticasbastante distintas e variam de acordo com o elemento apoiador, a finalidade do apoioprestado e a situao em que este apoio ocorre. Dessa forma, o emprego de

    elementos de apoio de Art Cmp, de Art AAe, de engenharia, de guerra eletrnica,logstico e outros, regulado por doutrina especfica.

    3.2.8.5.2As relaes de apoio permitem que os comandantes apoiadores empreguemtodas as suas capacidades para alcanar os resultados de forma mais adequada.Essas relaes no interferem no controle administrativo, podendo o comandanteenquadrante alter-las por meio de ordens especficas.

    3.2.8.6 Enunciado da Misso

    A misso descreve as aes a realizar (o que fazer) e a finalidade (o porqu

    dessas aes). O comandanteanalisa a misso segundo a inteno dos comandantesdois escales acima, identificando as aes impostas e deduzidas (tarefasespecificadas e implcitas). O conhecimento das misses atribudas s unidadesvizinhas permite entender como elas contribuem para a operao do escalo superior.Esta anlise resulta na redao do enunciado da misso da unidade, uma declaraoclara da ao a ser executada e da razo que a determinou. O enunciado da missocontm os elementos: o qu, quando, onde e para quenormalmente no especifica oquem e o como. A redao das misses das unidades subordinadas tambm segueeste formato.

    3.2.8.7 Inteno do Comandante

    3.2.8.7.1A Inteno do Comandante descreve sucintamente o que constitui o sucessoda operao e inclui o objetivo da operao, as principais tarefas e as condies quedefinem o estado final. Estabelece a ligao entre a misso, o conceito da operao eas tarefas para as unidades subordinadas.

    3.2.8.7.2 Quando formulada com clareza, a Inteno do Comandante facilita oentendimento da misso pelos subordinados e estimula a iniciativa disciplinada. destinada a orientar os comandantes subordinados. Quanto mais concisa a Inteno doComandante, mais fcil ser memoriz-la. O comandante define sua inteno

    pessoalmente, regulando:- o propsito, ampliando seu entendimento;- as principais atividades e tarefas a executar; e- o Estado Final Desejado (EFD).

    3.2.8.7.3Ampliar o entendimento do propsito