Ecido Epitelial e Conjuntivo

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ECIDO EPITELIAL E CONJUNTIVO 1. TECIDO EPITELIAL 1 1.1. Introdução O tecido epitelial é uma lâmina formada por uma camada celular que reveste toda superfície externa e interna do organismo. Enquanto a epiderme é um exemplo de revestimento externo da superfície do corpo, o mesotélio reveste as cavidades e o endotélio reveste o coração, vasos sanguíneos e linfáticos. Embora os nomes sejam diferentes, todos os epitélios são caracterizados por células intimamente ligadas que exibem especializações de membranas chamadas junções celulares. A primeira característica levada em conta para classificação dos diversos epitélios é o número de camadas celulares. Enquanto alguns são formados por única camada, muitos exibem várias. O segundo critério é a característica de suas células mais superficiais. Prestem atenção na informação a seguir: todos os epitélios são avasculares, ou seja, não apresentam capilares e dependem exclusivamente da camada conjuntiva ao seu redor para receberem nutrientes, oxigênio, sinalizadores químicos e exportarem metabólitos. Desta forma, a comunicação entre o epitélio e o tecido subjacente é de suma importância e se dá através da lâmina basal, estrutura que estudaremos mais à frente. 1.2. Classificação dos epitélios Bom, existem várias classificações, falaremos agora quanto ao número de células presentes nos tecidos epitelias: estes são classificados em simples quando exibem apenas uma camada celular,estratificados, quando exibem duas ou mais camadas celulares, e pseudoestratificado, quando exibem

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ECIDO EPITELIAL E CONJUNTIVO

1. TECIDO EPITELIAL1

1.1. Introdução

O tecido epitelial é uma lâmina formada por uma camada celular que

reveste toda superfície externa e interna do organismo. Enquanto a

epiderme é um exemplo de revestimento externo da superfície do

corpo, o mesotélio reveste as cavidades e o endotélio reveste o

coração, vasos sanguíneos e linfáticos. Embora os nomes sejam

diferentes, todos os epitélios são caracterizados por células

intimamente ligadas que exibem especializações de membranas

chamadas junções celulares.

A primeira característica levada em conta para classificação dos

diversos epitélios é o número de camadas celulares. Enquanto alguns

são formados por única camada, muitos exibem várias. O segundo

critério é a característica de suas células mais superficiais. Prestem

atenção na informação a seguir: todos os epitélios são avasculares,

ou seja, não apresentam capilares e dependem exclusivamente da

camada conjuntiva ao seu redor para receberem nutrientes, oxigênio,

sinalizadores químicos e exportarem metabólitos. Desta forma, a

comunicação entre o epitélio e o tecido subjacente é de suma

importância e se dá através da lâmina basal, estrutura que

estudaremos mais à frente.

1.2. Classificação dos epitélios

Bom, existem várias classificações, falaremos agora quanto ao

número de células presentes nos tecidos epitelias: estes são

classificados em simples quando exibem apenas uma camada

celular,estratificados, quando exibem duas ou mais camadas

celulares, e pseudoestratificado, quando exibem apenas uma

camada, como o simples, porém suas células apresentam alturas

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distintas dando a impressão de mais de uma camada. Prezados

alunos, vocês podem acessar o link:

http://www.educacional.com.br/upload/arquivo/212-

Bbfc0740.jpg

O epitélio pavimentoso ou escamoso simples é constituído por

única camada de células planas, semelhantes às escamas.

Figura 1 - Tipos de epitélio

Fonte: Wikimedia Commons (2006a)

Pelo fato das células serem planas, elas exibem pouco volume

citoplasmático, tornado difícil sua visualização no microscópio óptico.

São exemplos deste epitélio o revestimento interno dos túbulos

renais, os mesotélios das cavidades corporais e o endotélio que

reveste os vasos sanguíneos.

Semelhante ao epitélio simples, porem com células cujo formato

assemelha-se ao hexágono (cubo) é o epitélio simples cúbico. Os

dois principais exemplos deste epitélio são o revestimento dos

ovários e os túbulos coletores renais.

O epitélio simples cilíndrico apresenta células cilíndricas, altas

quando comparadas às cúbicas. Geralmente encontra-se revestindo

ductos glandulares, o estomago e o colo do útero. Além da função de

proteção, pode estar envolvido com as funções de secreção, absorção

ou ambas.

Mais atenção deve ser dispensada à observação do epitélio

cilíndrico pseudoestratificado, por se tratar células de diferentes

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alturas e com núcleos visíveis em diferentes níveis, cria a errada

impressão (pseudo – falso) de mais de uma camada. Além disso, a

superfície luminal das células pode apresentar uma especialização de

membrana denominada cílios (do epitélio cilíndrico ciliado

pseudoestratificado), cuja função é de impulsionar o muco que

reveste esta superfície. Este muco é produzido por células

denominadas caliciformes (em forma de cálice) que também

alcançam a superfície epitelial. Este tipo de epitélio está presente nas

vias aéreas de grande calibre.

O epitélio cilíndrico estratificado apresenta, geralmente, não mais

do que duas ou três camadas de células relativamente baixas. Ganha

resistência ao atrito, mas perde eficiência na absorção em

comparação com o epitélio simples. Sua presença se dá

principalmente nos ductos que revestem as glândulas derivadas da

pele (sebáceas e sudoríparas).

Nas superfícies expostas a um maior atrito, encontramos

basicamente dois tipos de epitélios, oepitélio pavimentoso

estratificado que apresenta células superficiais em forma de

escama e as camadas subjacentes cubica e cilíndricas. A superfície

deste epitélio não é secretora nem apresenta queratina, e reveste

superfícies úmidas, as chamadas mucosas presentes, por exemplo,

no interior da boca, no esôfago e na vagina.

Já no epitélio pavimentoso estratificado queratinizado as

células mais superficiais são produtoras de queratina e conforme vão

morrendo formam uma camada de revestimento queratinizado que

fica firmemente presa às células vivas subjacentes. Este tipo de

epitélio, resistente a infecções e desidratação, forma a camada

epidérmica da pele. Caros alunos, vocês podem comparar os

diferentes tipos de epitélios no link:

http://iws.collin.edu/cdoumen/HistoCCCCD/LabSlides/

images2/Epithelium.gif

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1.3. Junções celulares

Imagino que estejam se perguntando o que serão as junções

celulares. Vamos então conhecer o que são e suas funções.

A superfície celular dos tecidos epiteliais apresenta especializações

que podem ser basicamente de três tipos e cada qual com uma

função em particular. Envolvem alterações na membrana plasmática,

no citoesqueleto e proteínas específicas.

A junção de oclusão também é conhecida como tightjunction e

ocorre entre células que formam um compartimento isolado,

dificultando a passagem de macromoléculas. As membranas

plasmáticas destas células estabelecem contato íntimo entre si em

forma de cristas que se encaixam. Este tipo de encaixe assemelha-se

a um zíper formado por proteínas integrais da membrana. Este tipo

de junção pode circundar toda a célula gerando uma espécie de

cinturão de oclusão também chamado dezonulaoccludens.

A junção de adesão, conforme indica o nome, promove uma firme

interação entre o glicocalix de células vizinhas e pode se estender por

toda a célula gerando a zonulaadherens ou zônula de adesão. A

zônula de adesão é particularmente importante para garantir que as

células permaneçam unidas mesmo quando ocorre atividade de

contração de microfilamentos. Um segundo tipo de especialização

importante para adesão celular, em particular das células da

epiderme é odesmossoma. Com formato circular e presente nas

duas faces de membranas vizinhas, esta estrutura é responsável por

manter a união celular em epitélios sujeitos a intenso atrito. São

comuns nas células mais profundas da epiderme.

O terceiro tipo de junção comunicante consiste de proteínas integrais

(que atravessam toda extensão da membrana) de células vizinhas,

são denominados conexônios e agem como canais através dos quais

íons e pequenas moléculas atravessem do citoplasma de uma célula

Page 5: Ecido Epitelial e Conjuntivo

para outra sem passar pelo meio intercelular. Este tipo de junção

comunicante é de fundamental importância na transmissão do

potencial elétrico entre células cardíacas. Caros alunos, você podem

visualizar estes exemplos nos links:

http://www.afh.bio.br/nervoso/img/juncoes%20gap.gif

http://www.nature.com/nrm/journal/v2/n4/images/

nrm0401_285a_f3.gif

http://t3.gstatic.com/images?

q=tbn:ANd9GcQrub4qbOGbdkS8UvCW7-flzurAv1swaywvxkYB-

fwzW7pAmeU9wffczmE-

Finalizamos nessa web aula o estudo dos tecidos epiteliais. Vamos

então iniciar o estudo dos tecidos conjuntivos, presentes em diversos

órgãos e estruturas do corpo humano.

2. TECIDO CONJUNTIVO

 

2.1. Introdução

Também conhecido como tecido conjuntivo frouxo ou

simplesmente tecido conectivo, é fundamental para maioria dos

outros tecidos por promover sustentação, levar nutrientes, retirar

metabólitos e por interconectar tecidos diferentes.

Para tanto, o tecido conjuntivo apresenta uma matriz extracelular

composta de dois importantes conjuntos. A matriz

intersticial composta de proteínas fibrosas dentre as quais as duas

mais importantes são o colágeno e a fibra elástica. Entre as proteínas

fibrosas, encontra-se a substância fundamental, que é uma

espécie de gel de preenchimento entre as proteínas fibrosas. E quais

serão essas proteínas? Acredito que já tenha ouvido falar de algumas,

vamos à elas então.

Page 6: Ecido Epitelial e Conjuntivo

 

2.2. Proteínas Fibrosas

2.2.1. Colágeno

A principal e mais abundante proteína do tecido conjuntivo é o

colágeno, sendo descritos total ou parcialmente 12 tipos diferentes. O

tipo I é o mais comum e representa aproximadamente 90% de todo

colágeno presente em nosso corpo. Sua principal característica é sua

alta resistência ao estiramento (distensão). Todos os tipos são

compostos por três cadeias polipeptídicas.

O colágeno não é secretado como tal, mas sim como uma molécula

ligeiramente mais longa denominada pró-colágeno que é clivada por

enzimas peptidases e incorporada a conjuntos de moléculas de

colágeno denominadas fibrilas de colágeno. As fibrilas de colágeno,

particularmente do tipo I, são por sua vez, reunidas em fibras de

colágeno.

E me respondam a seguinte pergunta: Em qual Sistema corporal

bastante importante na área da estética encontramos o Colágeno em

abundância? Bom, vamos lá à essa resposta: O colágeno é

encontrado na derme, ou seja, na camada mais profunda da pele e é

ele que garante às pessoas uma pele firme, lisa e de aspecto jovem.

 

2.2.2. Fibra Elástica

As fibras elásticas são compostas de uma proteína denominada

elastina. Esta proteína também é secretada como um precursor

solúvel denominado tropoelastina. Depois de secretada, a elastina

forma uma extensa rede intercruzada entre suas moléculas que lhes

conferem a formação de camadas e fibras que podem superar em até

5 vezes a elasticidade e resistência do látex.  Pessoal, as fibras

Page 7: Ecido Epitelial e Conjuntivo

elásticas também são encontradas na pele, assim como o colágeno e

sua função é garantir elasticidade à nossa pele! Caros alunos, vocês

podem conferir no link:

http://www.sigmaaldrich.com/etc/medialib/life-science/

metabolomics/enzyme-explorer/

elastin.Par.0001.Image.545.gif

2.3. Substância Fundamental

A substância fundamental é composta basicamente de proteínas de

adesão, as glicosaminoglicanas associadas a proteínas

(proteoglicanas) altamente hidratadas, sendo o ácido hialurônico a

principal glicosaminoglicanas. Além das proteoglicanas, também se

encontram glicoproteínas.

Este gel semissólido é de fundamental importância para distribuir a

pressão exercida sobre as proteínas fibrosas. A água altamente retida

pelas glicosaminoglicanas é facilitadora da difusão de íons,

nutrientes, metabólitos e hormônios entre o sangue e as células.

Existem ainda outras duas proteínas que merecem atenção na matriz

extracelular do tecido conjuntivo. Uma delas é a fibronectina, que

conecta as várias células do tecido conjuntivo umas as outras.  Já a

laminina faz a conexão entre as células do tecido epitelial à lâmina

basal.

 

2.4. Lâmina Basal

Entre o tecido conjuntivo estudado e os outros tecidos existe uma

camada muito delgada da matriz extracelular especializada e

denominada membrana basal ou lâmina basal. É encontrada nos

limites entre os vários epitélios, inclusive o endotélio, adipócitos,

miócitos e revestindo glândulas epiteliais e as células de Schwann

Page 8: Ecido Epitelial e Conjuntivo

que formam a bainha de mielinas nas células nervosas periféricas e o

tecido conjuntivo. A membrana basal é fundamental para conectar o

tecido conjuntivo aos outros tecidos proporcionando flexibilidade e

suporte.

Entre os principais componentes estruturais da lâmina basal,

encontramos o colágeno do tipo IV que não forma fibrilas e

apresenta-se estruturalmente mais frouxo e menos elétron-denso e

também a glicoproteína denominada laminina, a fibronectina e

a entactina ou também chamada nidogen que está envolvida na

interação e conexão entre a laminina e o colágeno tipo IV.

 

2.5. Principais Células do Tecido Conjuntivo

As células do tecido conjuntivo são derivadas de um tecido

embrionário denominado mesênquima. No tecido conjuntivo maduro,

os vários tipos celulares encontrados são produzidos e desenvolvem-

se no próprio local, ou podem se originar em outro local e alcançar o

tecido conjuntivo através da corrente sanguínea. As atividades

desenvolvidas nessas células podem estar envolvidas desde a

estruturação de uma resposta inflamatória ou imunológica até a

produção de proteínas e moléculas intercelulares sinalizadoras.

 

2.6. Fibroblastos

Os fibroblastos são as principais células responsáveis pela produção

da matriz extracelular. Existe uma diferença na atividade dos

fibroblastos jovens quando comparados aos fibroblastos encontrados

na vida adulta, estes últimos têm menor taxa de secreção e não se

dividem, são menos ativos e podem ser chamados de fibrócitos. Os

fibroblastos jovens têm grande taxa de síntese e apresentam-se

Page 9: Ecido Epitelial e Conjuntivo

alongados em forma de fuso (fusiformes) e com projeções

citoplasmáticas amplas.

É importante compartilhar que os fibroblastos somente irão sintetizar

as proteínas da matriz extracelular se tiverem acesso a água em

abundância e a vitamina C, portanto, mais uma vez fica clara a

necessidade de termos uma nutrição balanceada e saudável para o

pleno funcionamento dos sistemas do corpo.

Figura 2- Fibroblasto

Fonte: Wikimedia Commons (2009b)

2.7. Células Endoteliais

Estas células revestem a parede interior dos vasos sanguíneos,

entretanto, são classificadas como tecido conjuntivo e não epitelial

porque são derivadas do mesênquima e funcionalmente são

secretoras dos constituintes da matriz extracelular.

São estas células as responsáveis por todo movimento de substâncias

que entram ou saem do sistema circulatório no nível capilar. Para que

a passagem de substâncias ocorra, estas células apresentam em suas

membranas áreas arredondadas que formam passagens

denominadas fenestras. Nas áreas onde as fenestras são mais

abundantes (alta permeabilidade), a continuidade da membrana

plasmática extremamente fina é denominada diafragma. A

ancoragem destas células ao tecido conjuntivo adjacente é feita pela

membrana basal delgada.

Page 10: Ecido Epitelial e Conjuntivo

 

2.8. Pericitos

Os pericitos são células que envolvem os capilares e não são

totalmente diferenciadas. Isto significa que, são células

potencialmente capazes de reconstituir o tecido conjuntivo gerando

novos fibroblastos ou vasos lesionados.

Figura 3- Pericito

Fonte: Wikimedia Commons (2010)

2.9. Adipócitos e Tecido Adiposo

As células do tecido conjuntivo responsáveis pelo armazenamento de

lipídeos são denominadas células de gordura ou adipócitos. Quando

os adipócitos do tecido conjuntivo perfazem a maioria das células de

um determinado local ou região, o tecido é denominado adiposo.

O tecido adiposo é responsável pela reserva energética do organismo,

pelo isolamento térmico contra a perda de energia calorífica e por

gerar um sistema físico de amortecimento de impactos em

determinadas áreas do corpo.

O desequilíbrio entre a ingestão e o consumo de energia promove o

quadro de obesidade que tem como uma das características

histológicas a proliferação e o aumento do volume dos adipócitos.

Page 11: Ecido Epitelial e Conjuntivo

Estas células quando presentes no adulto têm sua taxa de divisão

diminuída, mas precursores ainda persistem e podem multiplicar-se.

A principal característica celular do adipócito é a presença de uma

grande gotícula lipídica que preenche quase todo volume celular

exceto pelo núcleo e mitocôndrias que se destacam em uma faixa

delgada de citoplasma restrita à periferia.

O suprimento vascular do tecido adiposo, como era de se esperar, é

rico em capilares que tanto suprem as células de seu principal

substrato de armazenamento, como levam destas o resultado da

degradação lipídica quando necessário suprir os outros tecidos em

situação de privação energética. Também se encontra no tecido

adiposo uma rica ramificação nervosa simpática (sistema nervoso

neurovegetativo) responsável pela organização das respostas

metabólicas.

Figura 4 - Adipócito

Fonte: Wikimedia Commons (2006b)

Os plasmócitos estão presentes no tecido conjuntivo e em epitélios

úmidos, entretanto, são células do sistema imune envolvidas com a

defesa do organismo. Linfócitos B deixam o sistema linfático e

migram para os tecidos acima e, quando entram em contato com

antígenos, transformam-se em plasmócitos secretores de

imunoglobulinas (anticorpos). Implicação clínica: os plasmócitos são

mediadores do desenvolvimento do sistema imune, conforme

Page 12: Ecido Epitelial e Conjuntivo

respondem aos agentes infecciosos e produzem anticorpos, auxiliam

na prevenção contra uma reinfecção.

2.10. Mastócitos

Também são células presentes no tecido conjuntivo, porém

pertencentes ao sistema imune. Apresentam grandes grânulos

secretores principalmente de mediadores inflamatórios, entre eles a

histamina que é um importante vasodilatador cutâneo.

 

2.11. Macrófagos

Os macrófagos são responsáveis pela digestão celular de substâncias

particuladas através do processo de fagocitose. Após fagocitadas, as

substâncias entram em contato com enzimas de degradação

presentes em lizossomos. São importantes por proteger o organismo

contra moléculas e agentes infecciosos que encontrariam na pele

uma possível via de entrada até a corrente sanguínea. Caros alunos

vocês podem acessar alguns links relacionados com o texto:

http://www.youtube.com/watch?v=Pvl_xDMTZiQ&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=Hf5wNkEc0Xg

http://www.youtube.com/watch?v=IDlPJW1GI58&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=MVs2mzzgVKQ&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=evP0udA4QOc&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=jVTHaJ-8qak&feature=related

Espero que tenham gostado dos vídeos! Agora continuaremos o nosso

estudo porém, será sobre o tecido cartilaginoso e ósseo, me

acompanhem!

Page 13: Ecido Epitelial e Conjuntivo

3. TECIDO CARTILAGINOSO

A cartilagem é um tecido capaz de oferecer grande força e resistência

com certo grau de flexibilidade. Tais propriedades são de grande

importância para a formação óssea, que é resultado da substituição

do molde cartilaginoso por tecido ósseo calcificado. Todavia, a

cartilagem está presente na vida adulta em estruturas que

necessitam de flexibilidade e certa resistência às forças de

compressão, como por exemplo, discos intervertebrais, tendões,

nariz, traqueia e brônquios (vias aéreas).

Assim como o tecido epitelial, o tecido cartilaginoso não possui

capilares para o suprimento sanguíneo. As células cartilaginosas

dependem do processo de difusão para obter oxigênio, nutrientes e

todas as outras moléculas de que necessitam. Portanto, é de esperar

que sua taxa metabólica seja mais baixa do que a de outros tecidos

comparativamente.

Figura 5 - Tecido cartilaginoso

Fonte: Wikimedia Commons (2009a)

Page 14: Ecido Epitelial e Conjuntivo

O tecido cartilaginoso apresenta-se basicamente de três formas no

organismo: a cartilagem hialina, a fibrocartilagem e a cartilagem

elástica.

A cartilagem hialina é o tipo mais comum presente no organismo e

pode ser encontrada revestindo a superfície da maioria dos ossos

longos, nos anéis presentes na traqueia e nos brônquios. A cartilagem

hialina é um tecido rico em matriz extracelular que é secretada por

células denominadas condrócitos. Os principais componentes

moleculares da matriz são as fibras de colágeno tipo II e moléculas de

proteoglicanas.

A fibrocartilagem e caracterizada pelo arranjo e disposição das

fibras de colágeno que se dispõe paralelamente e, por isso, são

extremamente resistentes ao estiramento. Esta propriedade justifica

a presença da fibrocartilagem nos tendões e inserções ósseas.

Conforme o nome indica, a cartilagem elástica tem como principal

propriedade a capacidade de resistir a flexões repetidamente. Além

das fibras de colágeno tipo II também estão presentes em sua

constituição as fibras de elastina. Estão presentes em estruturas

como o nariz, orelhas e epiglote.

4. TECIDO ÓSSEO

O tecido ósseo compartilha algumas características com o tecido

cartilaginoso como, por exemplo, a presença de células relativamente

isoladas na grande quantidade de matriz intercelular e que esta

matriz no tecido ósseo também é rica em colágeno. Porém, a matriz

óssea é mineralizada o que torna o tecido muito mais rígido e muito

menos flexível quando comparado à cartilagem.

Esta matriz calcificada é produzida essencialmente por células

denominadas osteócitos que ficam “presas” em espaços presentes

na matriz denominados lacunas. Conectando as lacunas existe uma

elaborada e densa rede de canais denominados canalículos que, além

Page 15: Ecido Epitelial e Conjuntivo

de comunicar uma célula com as outras também é fundamental para

difusão de nutrientes, gases e moléculas necessárias ao metabolismo

ósseo. Diferentemente do tecido cartilaginoso, o tecido ósseo é bem

vascularizado. Geralmente, as lacunas contendo os osteócitos não

ficam mais distantes do que 0,3mm de um capilar e o processo de

difusão é conduzido pelos canalículos.

Figura 6 - Tecido ósseo

Fonte: Wikimedia Commons (2005)

Também encontramos no tecido ósseo uma classe de células

denominadas osteclastos importantes para remodelagem da matriz

óssea necessária para o crescimento e reparo ósseo. Diferentemente

do que podemos imaginar, durante a vida adulta os ossos são

continuamente remodelados em função das tensões sob as quais são

submetidos. De modo oposto, se um osso deixa de sofrer tensão

muscular, ele pode ter sua matriz reabsorvida em um processo

denominado atrofia por desuso.

O crescimento ósseo, conforme comentado previamente, é

dependente de um molde cartilaginoso, sobre o qual ocorre o

crescimento. A vitamina C presente na dieta é fundamental para a

produção de cartilagem, que fica comprometida na sua ausência.

O escorbuto é uma doença que pode ocorrer na infância ou na vida

adulta, devido à deficiência de vitamina C. Fato que acometeu no

passado muitos marinheiros que não tinham acesso às folhas verdes

e frutas cítricas.

Caros alunos, vocês podem conferir o link abaixo:

Page 16: Ecido Epitelial e Conjuntivo

http://img151.imageshack.us/img151/8049/escorbuto.jpg

Outra vitamina com importante papel no desenvolvimento e

manutenção do tecido ósseo é a vitamina D ou calcitriol, como é

chamada cientificamente. A vitamina D é produzida em nosso corpo

naturalmente, mas depende da luz solar em uma de suas etapas de

síntese. Assim, indivíduos privados ou com uma baixa exposição à

radiação solar podem apresentar deficiência na produção de vitamina

D. A falta desta vitamina promove, por sua vez, comprometimento na

absorção intestinal do cálcio presente nos alimentos. Com deficiência

de cálcio, o desenvolvimento (calcificação) ósseo é diminuído e na

infância pode levar a uma condição patológica

denominada raquitismo. Já na vida adulta, a deficiência de vitamina

D é mais comum em mulheres após o climatério onde a produção fica

comprometida pela diminuição da produção de estrógenos e pode

levar a uma condição de reabsorção óssea aumentada pela

necessidade de se repor o cálcio plasmático causando uma condição

denominada osteoporose.

5. ARTICULAÇÕES

Mais uma vez, a relação entre tecidos ósseos e cartilaginosos pode

ser observada nas articulações. O movimento implica na presença de

pontos articulares entre os ossos, mas este ponto articular não

resistiria na presença do desgaste que o atrito entre ossos gera.

Desta forma, é na articulação que o tecido cartilaginoso recobrindo as

extremidades ósseas articulares impede o desgaste que poderia

comprometer o livre movimento, como se observa em varias

patologias.

As principais características da cartilagem articular é a superfície

polida desta cartilagem que permite um deslizamento suave.

Também se observa nas articulações a presença de um líquido

viscoso semelhante à clara de ovo (latim ovum) denominado líquido

sinovial que também contribui para minimizar o atrito.

Page 17: Ecido Epitelial e Conjuntivo

Caros alunos vocês podem acessar alguns Lins relacionados:

http://www.youtube.com/watch?v=zGg6tG52qh0&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=1XKpA6B4D0w&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=ww0e4BRtaTw

http://www.youtube.com/watch?v=TiI5cc80LqE&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=SjfVm5I6s5s

Pessoal, antes de continuarmos aproveitem e finalizem o estudo dos

tecidos epitelial, conjuntivo, cartilaginoso e ósseo  com algumas

questões que preparamos para vocês!

Questionário

1 - A pele é importante para a manutenção homeostática em diversos

animais. Ela fornece proteção contra traumas mecânicos, químicos e

agentes infecciosos, além de prevenir a desidratação e auxiliar no

controle de temperatura. Com base no exposto escolha a afirmação

incorreta:

a) abaixo da derme encontra-se a camada de tecido adiposo,

responsável pela produção do sebo que é liberado para superfície da

pele lubrificando-a.

b) a epiderme é constituída por um tipo de epitélio denominado

epitélio estratificado com a camada mais externa queratinizada que

descama.

Page 18: Ecido Epitelial e Conjuntivo

c) o principal componente do suor é a água. Sua produção ocorre nas

glândulas sudoríparas classificadas como exócrinas.

d) os estímulos mecânicos captados pela superfície da pele são

convertidos em potenciais de ação por estruturas denominadas

mecanorreceptores.

e) o tecido conjuntivo é o principal componente da camada

denominada derme que apresenta vasos sanguíneos e é responsável

pela nutrição da camada avascular superficial denominada epiderme.

2 – Para que o tecido epitelial possa desempenhar a função de

revestir e delimitar cavidades e os órgãos presentes no organismo,

podemos esperar que seja:

a) formado por células que não se dividem

b) abundante em vasos sanguíneos

c) rico em substância fundamental amorfa no interstício.

d) rico em sinapses que unem as células justapostas.

e) estruturado por células fortemente unidas.

3 - Suas funções principais são: sustentar o corpo; permitir a

realização de movimentos; proteger certos órgãos e realizar a

produção de elementos celulares do sangue, além de ser calcificado.

Com relação à afirmação anterior, podemos afirmar que define qual

tecido

a) cartilaginoso.

b) esquelético.

c) nervoso.

d) sanguíneo.

Page 19: Ecido Epitelial e Conjuntivo

e) muscular.

4 – São estas células as responsáveis por todo movimento de

substâncias que entram ou saem do sistema circulatório no nível

capilar. Para que a passagem de substâncias ocorra, estas células

apresentam em suas membranas áreas arredondadas que formam

passagens denominadas fenestras. A afirmação refere-se a qual tipo

celular?

a) musculares

b) endoteliais

c) adiposas

d) macrófagos

e) fibroblastos

5 - é responsável pela reserva energética do organismo, pelo

isolamento térmico contra a perda de energia calorífica e por gerar

um sistema físico de amortecimento de impactos em determinadas

áreas do corpo. Como era de se esperar, é rico em capilares que

tanto suprem as células de seu principal substrato de

armazenamento, como levam destas o resultado da degradação

lipídica quando necessário suprir os outros tecidos em situação de

privação energética. A afirmação refere-se ao tecido:

a) adiposo

b) muscular

c) nervoso

d) ósseo

e) sanguíneo